- O documento traça uma breve história do ensino da sexualidade nas escolas brasileiras desde 1930, quando professores eram processados por incluir o tema, até a década de 1990 quando pesquisas mostraram apoio à inclusão do tema.
- Aborda aspectos da sexualidade humana como seu desenvolvimento desde a infância e influência de fatores culturais, além de características da adolescência.
- Discorre sobre doenças sexualmente transmissíveis, a influência da mídia e como alunos recebem o tema, concluindo que
4. • 1930: Professores processados e demitidos por
incluírem ensino de sexualidade em suas aulas.
• 1930-1960: Exclusão do tema “Educação Sexual” nos
debates educativos. Período de omissão oficial.
• 1968: Projeto de Lei da deputada carioca Júlia
Steimbruck que pretendia estabelecer a obrigatoriedade
da educação sexual nas escolas.
5. • 1970: Comissão Nacional de Moral e Civismo registrou a
frase: “Não se abre à força um botão de rosa, sobretudo
com as mãos sujas”.
• Anos 80: Surgimento da AIDS e aumento do número de
casos de gravidez na adolescência. Pressão de alunos e
professores que se interessavam pelo tema.
• 1993: Uma pesquisa realizada constatou que 86% das
pessoas ouvidas eram favoráveis à inclusão de
Orientação Sexual nas escolas.
6.
7. • Se desenvolve primeiramente no lar.
• Os pais não devem esconder tanto dos
filhos o tema da sexualidade porque os
filhos podem crescer com a ideia que é
algo tão sujo e pecaminoso que falar no
assunto já é por si errado. Não havendo
o diálogo.
• O assunto deve surgir desde bebê.
Satisfazendo a dúvida da criança no
momento.
8. É dever da mãe conversar sobre o sexo e
sexualidade com as filhas e o pai com os
filhos?
9. Diálogo
• A mãe e o pai, juntos, devem conversar
com seus filhos;
• O casal também ter que ter um diálogo
franco e honesto entre si sobre os valores
morais.
10. Sexualidade é um termo amplamente abrangente
que engloba inúmeros fatores e dificilmente se encaixa em
uma definição única e absoluta.
Teoricamente, a sexualidade assim como a
conhecemos, inicia-se juntamente à puberdade ou
adolescência, o que deve ocorrer por volta dos 12 anos de
idade (Art. 2º - Estatuto da Criança e do Adolescente).
Entretanto, em prática, sabemos que não se configura
exatamente desta forma.
O termo “sexualidade” nos remete a um universo
onde tudo é relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal.
Pode-se dizer que é traço mais íntimo do ser humano e
como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo
de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas
pelo mesmo.
11. A noção de sexualidade como busca de
prazer, descoberta das sensações
proporcionadas pelo contato ou toque,
atração por outras pessoas (de sexo oposto
e/ou mesmo sexo) com intuito de obter
prazer pela satisfação dos desejos do corpo,
entre outras características, é diretamente
ligada e dependente de fatores genéticos e
principalmente culturais. O contexto influi
diretamente na sexualidade de cada um.
16. Os pais devem
mostrar que
sexo é mais que
algo fisiológico,
é uma questão
de profundo
conhecimento
do outro e
portanto não
deve ser
banalizado.
17.
18. - Por volta dos 11 – 12 anos, o adolescente está mais
voltado para si mesmo, para o seu corpo;
-Entrar em contato com o corpo modificado é algo que,
quase sempre, causa desconforto e estranheza;
- Com a intensa excitação, característica da
adolescência, sintomas como medos e fobias podem
aparecer;
Características da Sexualidade
21. O que é?
• Esse conceito agrupa aquelas doenças que se
transmitem pelo contato sexual entre duas
pessoas, e engloba as antigas doenças
venéreas, incluindo a AIDS.
22. Alguns dados estatísticos...
• A pesquisa "Retrato do Comportamento Sexual
do Brasileiro“ mostra que 35,4% dos brasileiros
fizeram sexo antes dos 15 anos de idade.
• Nos últimos anos foram registrados 362.364
casos de AIDS no Brasil, sendo 4.331 (1,2%)
entre adolescentes na faixa etária de 13 aos 19
anos.
25. • Conhecimento a respeito de algumas DST’s:
http://www.aids.gov.br/pagina/quais-sao-dst
26. • Não se deve acentuar a ligação entre sexualidade e
doença ou morte.
• As informações sobre as doenças devem ter
sempre como foco a promoção da saúde e de
condutas preventivas
• A promoção da saúde e o respeito ao outro
vinculam-se à valorização da vida e também são
assuntos que devem ser trabalhados.
27. A Influência da Mídia na
sexualidade da criança e do
adolescente.
E o posicionamento da escola...
28. A sexualidade está relacionada com os valores e o
contexto cultural que o adolescente está inserido.
Diante disso, a preocupação que surge é que tipo de
cultura está subsidiando o adolescente nos dias atuais
e que tipo de sexualidade está inventando para
inserir-se em sua época.
29. ...os pais tornam a televisão uma babá eletrônica das
crianças, que passam a ficar horas e horas inativas,
quietas, sentadas ou deitadas na frente do aparelho, sem
atividades lúdicas, motoras e sociais”. (Hália Pauliv Souza)
30. Pode a televisão formar a identidade dessa criança, pois a
relação de dominador que a TV tem sobre o receptor- a
criança- tende a fazer que ela imite
comportamentos e atitudes transmitidos pelos programas e
propagandas da televisão.
32. • A mídia se torna uma formadora de opiniões,
e a criança passa a entender as coisas da
forma que é colocada.
• A forma que a sexualidade é colocada para
essas crianças geralmente não é colocada
na forma educativa e com restrições para
cada idade.
33. A grande oferta de produtos pornográficos em qualquer
banca de revistas ou locadora de vídeos, a exposição
exagerada do corpo, principalmente do feminino, os
programas televisivos e a banalização da sexualidade
tem dificultado a tarefa de educar os jovens.
34. • Família como a primeira e a principal forma
educadora da criança.
35.
36. • Mesmo a família sabendo que ela é a primeira
responsável pela educação sexual das crianças,
vem delegando para a escola este ensinamento.
Afinal, a criança de hoje passa mais tempo na escola
do que em casa com seus familiares, sem contar que a
maioria de seus amigos estão na escola.
• No entanto, os seus valores éticos e morais sempre
serão os primeiros apreendidos pelas crianças e os
mais relevantes em suas vidas.
37. • “Quando a escola e a família não se completam
na ação educativa, não há programa de
orientação sexual capaz de trazer o benefício e
o aproveitamento total do que propõe”.
(SOUZA, 2002, p.112).
38. • Hoje em dia, a maioria das publicações na mídia sobre a
vida sexual dos adolescentes conta com um ponto de
partida:
Duvidas e curiosidades sobre sexualidade, vindos quase
sempre de autores anônimos...
• Isso traz a criança e ao adolescente a oportunidade de:
-Se reconhecer na mídia,
-Ter sua dúvida respeitada, comentada e esclarecida –E ao
mesmo tempo, ter sua identidade preservada
39. O papel da escola na
sexualidade
• O papel da Escola é abrir espaço para que a pluralidade
de concepções, valores e crenças sobre a sexualidade
possa se expressar. O trabalho de orientação sexual,
compreende a ação da Escola como complementar à
educação dada pela família.
41. • Como a sexualidade parece irreversivelmente constitutiva
do humano, ela vai atravessar as ações cotidianas de
professores e alunos.
• Mas que daí a escola tenha que controlar suas
manifestações ou efeitos é outra coisa.
42. • A intervenção da escola nessas situações deve se dar
de forma a apontar a inadequação de tal comportamento
às normas do convívio escolar. Não se trata portanto de
julgar tais manifestações, mas apenas de delimitar a
inadequação do espaço da escola para sua efetivação
43. Como os alunos recebem
o tema: Sexualidade
• A revista Veja publicou uma reportagem sobre a
influência da mídia no comportamento sexual dos
jovens. Nesta reportagem o depoimento de um garoto
de dez anos foi o mais significativo : “Eu sei tudo sobre
sexo”.
44.
45. Como os alunos recebem
o tema: Sexualidade
• Os principais elementos de transmissão deste tema são: a
linguagem, o local (escola), o professor e o aluno.
• Linguagem: expressa um pensamento que é vinculado com a
própria concepção, convicção e valores sobre a vida sexual e
moral do próprio interlocutor (professor).
• Escola: hoje em dia os pais até preferem que a escola passe
essa informação para os seus filhos. Mas será que todos os
professores estão preparados para abordar este tema?
46. Como os alunos recebem
o tema: Sexualidade
• Professor: ficam incomodados em transmitir este tipo de
conteúdo para seus alunos.
48. - Idade média da primeira relação sexual:
• 1. Ocorre entre 15 e 16 anos para os homens;
• 2. Para as mulheres ocorre aos 17 anos.
- O início cada vez mais precoce da atividade sexual pode
expor os adolescentes a risco aumentado de infecções por
doenças sexualmente transmissíveis, a gravidezes
indesejadas e a abusos sexuais;
49. Sexo precoce
- Adolescentes que apresentam vida sexual ativa:
• 14% dos jovens entre 11 e 14 anos;
• 44% dos jovens entre 15 e 17;
• 72% dos jovens acima dos 18 anos.
Porém, quando falamos que a família é a primeira e a principal educadora da criança, logo lembramos de que, na sociedade atual, as famílias, de forma geral, estão mais ausentes em relação a décadas atrás. Elas estão menos presentes em casa e na vida dos filhos.
É nesse momento que o professor entra em ação!!!
No entanto, cabe à família educar e à escola orientar sem esquecer de que uma não substitui nem concorre com a outra; ao contrário, elas devem estar sempre vinculadas e se completando.