SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 7
Downloaden Sie, um offline zu lesen
LITERATURA
Editora Exato 1
TEORIA LITERÁRIA
1. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUN-
ÇÕES DA LINGUAGEM
O homem é um ser social e, portanto, necessita
comunicar-se. Assim, emite uma série de mensagens,
transmitidas por meio dos mais diferentes códigos.
Essas mensagens falam sobre algo e, para sua trans-
missão, necessitam de um canal de comunicação.
E a cada uma dessas emissões, percebe-se, no
emissor, uma intenção, que varia de acordo com o
seu interesse sobre os elementos da comunicação. A
essas intenções chamamos “Funções da Linguagem”,
as quais mantêm estreita relação com os elementos
utilizados no ato comunicativo.
REFERENTE
(Referencial)
EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR
(Emotiva) (Poética) (Conativa)
CÓDIGO
(Metalingüística)
CANAL
(Fática)
Funções da Linguagem
Função Referencial: é centrada no referen-
te, no assunto, e apresenta linguagem obje-
tiva, clara, definida, em que predomina a
denotação, usando-se sempre a 3ª pessoa do
discurso.
Função Emotiva: é centrada no emissor, a-
presenta linguagem subjetiva, em que há
traços estilísticos, como interjeições, pontu-
ação expressiva, adjetivos e há o uso da 1ª
pessoa do discurso.
Função Conativa (Apelativa): centra-se no
receptor, apresenta vocativos, frases impe-
rativas e optativas, busca convencer o des-
tinatário da mensagem e usa a 2ª pessoa do
discurso.
Função Fática: é centrada no canal, busca
assegurar a comunicação, a transmissão da
mensagem, é o canal sendo testado para
medir sua eficiência.
Função Poética: centra-se na mensagem,
tem por objetivo deixar a mensagem mais
expressiva, através da seleção e da combi-
nação dos signos, e não se restringe apenas
à poesia.
Função Metalingüística: é centrada no có-
digo e caracteriza-se pela explicação da lin-
guagem por meio da própria linguagem.
As funções de linguagem concorrem entre si,
isto é, num mesmo texto aparece mais de uma função
mas, normalmente, uma é predominante.
2. SIGNO LINGÜÍSTICO
O signo é um código verbal ou não-verbal, que
serve como instrumento de comunicação. Possui duas
partes indissociáveis: o significante, que diz respeito
à sua forma, e o significado, referente ao seu conteú-
do.
O signo lingüístico é um código verbal, ou se-
ja, aquele que usa essencialmente a palavra, seja ela
escrita, seja ela falada. O significante, portanto, dirá
respeito sempre à identificação dos sons, na palavra
pronunciada, ou das letras, na palavra escrita. Por ou-
tro lado, o significado referir-se-á ao conceito que se
tem do significante.
SIGNO LINGÜÍSTICO = material = concreto = forma = sons / letras
Imaterial abstrato conteúdo conceito
Denominam-se polissemia os vários significa-
dos de mesma origem para um mesmo significante.
EX:
O teto lá de casa precisa de reparos.
Coitado! Não tem teto onde morar.
Você tá velho, hein! Perdeu até o teto.
Normalmente a polissemia abrange a denota-
ção, que pode ser entendida como a palavra usada em
seu sentido real, claro, objetivo, na primeira acepção
do dicionário; e a conotação, que se entende por sen-
tido figurado, ou seja, quando se retira a palavra de
seu sentido original e atribui-se a ela novos sentidos.
A denotação e a conotação levam-nos a mais
dois conceitos importantes no estudo da literatura.
São eles: texto literário e texto não-literário. Como
identificá-los?
O texto não-literário, normalmente, é centrado
no plano de conteúdo, pois seu objetivo é fornecer in-
formação, ou seja, usando a linguagem denotativa,
informar o receptor sobre algo.
Veja o exemplo abaixo:
Fotossíntese – Da ação da luz sobre os vege-
tais verdes depende o mais importante de todos os
fenômenos vitais, escravizando todos os seres vivos.
Exteriormente, a fotossíntese se manifesta pela
troca de gases entre o vegetal e a atmosfera: o vege-
tal absorve CO2 e elimina Oxigênio. Duas condições
são necessárias para que o fenômeno se realize: uma
é a presença de clorofila; consiste em absorver uma
Editora Exato 2
parte das radiações solares, cuja energia é então a-
proveitada para reações químicas no interior da
planta.
Nessa função, as radiações vermelhas são as
mais eficazes, vindo depois do aspecto, o vileta. Na
faixa correspondente ao verde, o fenômeno é quase
nulo.
O mais importante, porém, é que, graças à e-
nergia solar absorvida, a planta verde decompõe o
CO2 em seus elementos (carbono e oxigênio), devol-
ve o oxigênio à atmosfera, e unindo o carbono aos
materiais da seiva, fabrica substâncias orgânicas.
Esta síntese, efetuada sob a ação da luz, é que justifi-
ca a denominação de Fotossíntese dada ao fenôme-
no.
3. TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO
O texto literário, ao contrário do não-literário,
apresenta o trabalho com a linguagem, fixa-se no ní-
vel do plano da expressão, em que predomina a cono-
tação. Neste caso, a expressão sobrepõe-se ao
conteúdo, resultando nas várias significações do tex-
to.
Leia o texto abaixo, comparando-o ao texto
não-literário:
Luz do Sol
(Caetano Veloso)
Luz do sol,
Que a folha traga e traduz
Em verde novo, em folha, em graça
Em vida, em força e em luz
Céu azul
Que vem até onde os pés tocam a terra
E a terra expira e exala seus azuis.
Reza, reza o rio
Córrego pro rio
O rio pro mar
Reza a correnteza
Roça a beira
Doura a areia
Marcha o homem sobre o chão,
Leva no coração uma ferida acesa
Dono do sim e do não
Diante da visão da infinita beleza
Finda por ferir com a mão essa delicadeza,
A coisa mais querida
A glória da vida.
Na construção do texto literário, como já foi
dito, o uso da linguagem conotativa se torna muito
mais imponente que o uso da denotação. A conotação
se fará presente, nestes textos, através da construção
de imagens resultantes de uma linguagem única, ím-
par e figurada. A esse desvio estilístico, chamaremos
Figuras de Linguagem.
4. FIGURAS DE LINGUAGEM
Figuras de linguagem são, portanto, recursos
literários que exploram e recriam formas, estruturas e
significados, produzindo um efeito artístico e inova-
dor, chamado estranhamento.
Elipse: é a omissão de um termo que pode
ser deduzido pelo contexto. Seu principal
efeito é a concisão.
Exemplo:
No céu, dois fiapos de nuvens.
(No céu, há/existem dois fiapos de nuvens).
Normalmente, a elipse de um termo essencial é
marcada por vírgulas.
Pleonasmo: é a repetição de um termo ou
idéia óbvia.
O efeito é o reforço da expressão.
Exemplo:
Rolou pela escada abaixo.
Resta-me a mim somente uma solução.
O pleonasmo vicioso constitui um defeito de
linguagem.
Exemplo:
“subir para cima”/ “descer para baixo”/ “sair
para fora”.
Polissíndeto: é a repetição de conjunção,
geralmente, a coordenativa aditiva “e”.
Exemplo:
E foge, e volta, e vacila, e treme, e solta a voz,
e canta.
Assíndeto: é a ausência, a omissão de con-
junção.
Exemplo:
Subira à janela, sondava os arredores, gritava a
plenos pulmões.
Anáfora: é a repetição da mesma palavra
ou expressão, no início de frases ou versos.
Exemplo:
“Se você gritasse,
“Se você gemesse,
“Se você tocasse a valsa vienense,
“Se você dormisse,
“Se você cansasse,
“Se você morresse,
Mas você não morre,
Você é duro, José!”
(Carlos Drummond de Andrade)
Aliteração: é a repetição de sons consonan-
tais para sugerir um objeto ou as caracterís-
ticas desse objeto.
Exemplo:
“Acho que a chuva ajuda a gente se ver”.
(Caetano Veloso)
Assonância: é a repetição de sons vocáli-
cos.
Exemplo:
Amar abre a alma, alcança o ar, amassa o mar
Editora Exato 3
Silepse : é a concordância ideológica, ou
seja, é a concordância com o sentido, a i-
déia das palavras e não com a forma delas.
Ocorre em três casos:
1º- Silepse de gênero: é a concordância com
gênero implícito: masculino ou feminino.
Exemplo:
Santos é muito poluída.
Vossa Majestade é muito generoso.
2º - Silepse de número: é a concordância com
número implícito: singular ou plural.
Exemplo:
O povo pediu que o governante cedesse, para
isso, saíram em passeata.
3º - Silepse de pessoa: é a concordância com a
pessoa implícita: primeira, segunda ou terceira.
Exemplo:
Todos os brasileiros somos assim.
Antítese: é a oposição evidenciada em pa-
lavras ou idéias.
Exemplo:
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria”.
Paradoxo: é um tipo de antítese, restrito à
oposição de idéias reunidas num só pensa-
mento.
Exemplo:
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”.
(Gregório de Matos)
Hipérbole: é o exagero de uma expressão
para enfatizá-la.
Exemplo:
Estou morrendo de fome.
Chorou um rio de lágrimas.
Eufemismo: é o abrandamento de expres-
sões desagradáveis.
Exemplo:
Ele contraiu o mal de Hansen. (lepra)
Ele abotoou o paletó. ( morreu)
Ironia ou Antífrase: consiste em sugerir o
contrário do que as palavras ou frases ex-
primem, pela entonação ou pelo contexto,
com intenção sarcástica ou satírica.
Exemplo:
Você é tão inteligente! Não acertou nenhuma
questão.
Gradação: consiste em dispor as idéias em
ordem crescente (clímax) ou decrescente
(anticlímax).
Exemplo:
Ide, correi, voai, que por vós chama o rei, a pá-
tria, o mundo , a glória. (clímax)
Não já lutando, mas rendido, enfermo, prostra-
do, desfalecido, morrendo, morto. (anticlímax)
Prosopopéia ou Personificação: consiste
em dar características de seres animados a
seres inanimados, ou, ainda, atribuir quali-
dade, sentimentos humanos a seres irracio-
nais ou inanimados.
Exemplo:
As árvores são imbecis: despem- se justamente
quando chega o inverno.
Metáfora: é uma comparação implícita;
consiste em transportar para um termo uma
significação que não lhe é própria; para is-
so, faz-se uma associação afetiva, subjetiva
entre dois universos de significação; é uma
figuração em que cabe, perfeitamente, a co-
notação. Por ser uma comparação “abrevia-
da”, faltam elementos conectores.
Exemplo:
Murcharam-lhe os entusiasmos da mocidade.
Comparação: vem explícita por marcas e-
videntes na oração.
Exemplo:
Sua boca é como um pássaro vermelho.
(comparação)
Sua boca é um pássaro vermelho. ( símile)
O pássaro vermelho tocou-me os lábios.
(metáfora)
Catacrese: é uma metáfora cristalizada pe-
lo uso, é o emprego impróprio de uma pa-
lavra ou expressão no lugar de outra por
não haver correspondência, na língua, de
palavra adequada.
Exemplo:
Embarcamos no avião das dez horas.
Metonímia: é a substituição de um nome
pelo outro porque entre eles existe a relação
de proximidade; é a representação de um
nome por outro. Esta relação surge quando
se emprega:
O autor pela obra
Exemplo: Leio Machado de Assis.
A causa pelo efeito
Exemplo: Esta casa é fruto do meu suor.
O continente pelo conteúdo ou vice-versa
Exemplo: Tomou duas latas de cerveja.
O instrumento pela pessoa que o utiliza
Exemplo: Ele é um bom garfo.
O lugar pelo produto
Exemplo: O presidente gosta de um bom Ha-
vana.
O concreto pelo abstrato ou vice-versa
Exemplo: A juventude brasileira está mal-
orientada
O sinal pelo significado
Exemplo: O trono estava abalado.
Editora Exato 4
ESTUDO DIRIGIDO
1 O poema abaixo é um exemplo clássico de rica
exploração do signo lingüístico. Leia-o atenta-
mente:
Trem de Ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar
Oô...
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente
(Manuel Bandeira)
a) Explique por que na primeira estrofe o desta-
que maior é para o significante e não para o
significado.
b) Levando-se em conta o formato do poema
(versos curtos, estrofes longas), que imagem
visual ele sugere?
c) Localize duas estrofes em que significante e
significado estão igualmente destacados, con-
ferindo ao poema força e sonoridade.
Editora Exato 5
EXERCÍCIOS
1 Identifique a função da linguagem que prevalece
nos textos abaixo:
a) "É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com ab-
soluta prioridade, o direito à vida, à alimenta-
ção, à educação, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além
de colocá-los a salvo de toda forma de negli-
gência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão".
(Constituição da República Federativa do Brasil. art. 227)
b) Vem o vento veloz varando as velas.
temos de mergulhar dentro da noite
molhada e fria de intocada treva."
(Mauro Mota)
c)
d) "Eu te peço perdão por amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção
nos teus ouvidos.
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eterna-
mente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolica-
mente"
(Vinicius de Moraes)
e) ..Fuzuê. S.M. Bras. 1. Festa, função. 2 Barulho,
confusão, conflito.
f) "Ah! esse cara tem
me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Como os olhos de um bandido
Ele está na minha vida
Porque quer
E eu estou pra o que der e vier
Ele chega ao anoitecer
Quando vem a madrugada
Ele some
Ele é quem quer
Ele é o homem
Eu sou apenas
Uma mulher"
(Caetano Veloso)
g)
O que Todo Executivo Deve Saber
Sobre a Postura do Executivo
Cruze os Braços
Incline-se para a frente e pouse
o queixo sobre as mãos.
Incline-se para trás e repouse
a cabeça nas mãos.
Mas não incline demais
para trás.
Os esquemas abaixo referem-se às questões 3 e 4.
2 Observe os quatro esquemas dos processos de
comunicação para julgar os itens abaixo:
1. 2.
3. 4.
A
A
A
A
B
B
B
B
1111 No primeiro esquema, A não se comunica
com B.
2222 Nos esquemas 1 e 2, a comunicação é eficien-
te.
3333 Não se observa processo de comunicação no
último esquema.
4444 Considera-se efetiva a comunicação apenas no
esquema 3.
Editora Exato 6
3 Os itens abaixo relacionam situações equivalen-
tes aos esquemas dados; julgue as proposições
considerando o processo de comunicação.
1111 A conversa entre um americano e um brasileiro
que estuda inglês há pouco tempo pode ser re-
presentada pelo esquema 2.
2222 O esquema 1 caracteriza a tentativa de conver-
sa entre um brasileiro e um japonês em que um
não fala a língua do outro.
3333 A palestra de um professor universitário sobre
física nuclear a alunos de 2º grau é indicada
pelo esquema 4.
4444 Pessoas que falam a mesma língua de mesmo
nível em perfeito entendimento, não teriam re-
presentatividade nos esquemas dados.
4 Todas as afirmativas estão corretas, exceto:
a) na obra literária predomina a função poética da
linguagem, ainda que as demais estejam pre-
sentes;
b) o caráter arbitrário do signo lingüístico não
pode ser determinado nem observado em tex-
tos literários.
c) os conceitos de cultura, língua e literatura es-
tão estreitamente ligados;
d) a criação literária é, fundamentalmente, a cria-
ção de um estilo que oferece determinada cisão
do homem e do mundo.
e) literatura é a criação, a invenção mediante a
sensibilidade do autor num processo estético e
textual.
Considere o texto abaixo, para responder às questões
de 6 a 8.
O que é literatura
A literatura, como toda arte, é uma transfigura-
ção do real, é a realidade recriada através do espírito
do artista e retransmitida através da língua para as
formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma
corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra,
autônoma, independente do autor e da experiência da
realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram, às
vezes, origem, perderam a realidade primitiva e ad-
quiriram outra, graças à imaginação do artista. São
agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos na-
turais objetivados pela ciência, ou pela história, ou
pela sociedade?
O artista literário cria, ou recria, um mundo de
verdades que não são mensuráveis pelos mesmos pa-
drões das verdades fatuais. Os fatos que manipulam
não têm comparação com os da realidade concreta.
São as verdades humanas gerais, que traduzem antes
um sentimento de experiência, uma compreensão e
um julgamento das coisas humanas, um sentido da
vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da
vida, o qual sugere antes que esgota o quadro.
A literatura é, assim, vida, parte da vida, não se
admitindo que possa haver conflito entre uma e outra.
Através das obras literárias, tomamos contato com a
vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os
homens e lugares porque são as verdades da mesma
condição humana.
(COUTINHO, Afrânio, Notas de Teoria Literária. 2. ed,
Rio de Janeiro)
5 O título do texto propõe o conceito de literatura.
Julgue os itens.
1111 Segundo o texto, literatura e língua são com-
ponentes artísticos.
2222 O artista é o responsável pela criação literária.
3333 Na literatura, a realidade é forjada.
4444 O sentido da vida entra em conflito com a lite-
ratura, pois aquele é modificado em função
desta.
5555 A vida revela-se por meio das obras de arte.
6 De acordo com as funções da linguagem, julgue
os itens abaixo:
1111 Apesar de tratar sobre literatura, o texto é não-
literário, pois nele predomina a função referen-
cial da linguagem.
2222 Dizemos que há metalinguagem quando se uti-
liza um código para se falar dele próprio. As-
sim, um filme que discorre sobre o próprio
cinema, um poema que fala sobre a própria po-
esia são exemplos de metalinguagem. Este
conceito de função metalingüística não é ob-
servado no texto.
3333 A função metalingüística da linguagem con-
centra-se no próprio código; isto é, o código é
o tema da mensagem ou serve para explicar o
próprio código. No texto, a metalingüística i-
nexiste.
4444 No último parágrafo, o autor inclui a função
conativa.
7 Reconheça quais dos textos foram escritos em
linguagem literária e quais em linguagem utilitá-
ria. A autoria e a fonte dos textos foram suprimi-
das propositadamente.
a) "O homem velho deixa vida e morte para trás.
Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca
mais. O grande espelho que é o mundo ousaria
refletir os seus sinais. O homem velho é o rei
dos animais”.
b) "Para o mundo, quando era quinhentos anos
mais novo, os contornos de todas as coisas pa-
reciam mais nitidamente traçados do que nos
nossos dias. O contraste entre o sofrimento e a
Editora Exato 7
alegria, entre a adversidade e a felicidade apa-
recia mais forte."
c) “A rede de tricô era áspera entre os dedos, não
íntima como quando a tricotara. A rede perde-
ra o sentido e estar num bonde era um fio par-
tido; não sabia o que fazer com as compras no
colo. E como uma estranha música, o mundo
recomeçava ao redor”.
d) “Autoridades culturais italianas estão tentando
levantar fundos (com participação internacio-
nal) para desenterrar e recuperar os tesouros
arqueológicos da cidade de Herculano, destru-
ída, com Pompéia, pelo vulcão Vesúvio (sul de
Nápoles)”.
e) "Os sapatos ficam entre os pés e o chão, no que
são como as palavras. As meias entre os pés e
os sapatos, como os adjetivos. Os verbos, pas-
sos. Cadarços, laços. Os pés caminham lado a
lado, calçados. Sapatos são calçados. Porque
são e porque são usados. Palavras são pedaços.
Os pés descalços caminham calados".
8 Os textos a seguir apresentam linguagem conota-
tiva e literária. Procure compreender as idéias
fundamentais de cada um deles ou reescreva-os
em linguagem denotativa e utilitária.
a) ando tão à flor da pele
que qualquer beijo de novela me faz
chorar
ando tão à flor da pele
que teu olhar flor na janela me faz mor-
rer
(Zeca Baleiro)
b) Dezembro
Oiti: a cigarra zine:
convite à praia. Tine
o sol no quadril, e o míni
véu, dissolve, do biquíni.
(Carlos Drummond de Andrade)
c) o vazio do quarto
É o avesso da festa
O avesso do vício
De te namorar
(Daniela Mercury e Durval Lelys))
9 Leia o texto abaixo, transcrito de uma pichação
de muro em São Paulo:
Eternamente
É ter na mente
Éter na mente
Eternamente
Pode-se considerar este texto como artístico, prin-
cipalmente porque:
a) traduz, de maneira límpida, a idéia de eterni-
dade.
b) trabalha um arranjo de signos a partir de um só
vocábulo, relacionando-os entre si.
c) participa socialmente de um contexto, por estar
pichado num muro.
d) evoca uma mensagem poética, a partir do dado
da imortalidade.
GABARITO
Estudo Dirigido
1
a) O poeta usa a expressão café com pão três ve-
zes para reproduzir os primeiros movimentos
do trem. O significado delas pouco diz, mas
elas são perfeitas quanto à tonicidade.
b) Sugere o desenho de um trem e seus vagões.
c) à 4ª e a última.
Exercícios
1
a) referencial.
b) poética.
c) metalingüística.
d) emotiva.
e) metalingüística.
f) emotiva/poética.
g) conativa.
2 C, E, E, E
3 C, C, C, C
4 B
5 C, C, C, E, E
6 C, E, E, E
7
a) Caetano Veloso – linguagem literária.
b) Johan Huizinga – linguagem utilitária.
c) Clarice Lispetor – linguagem literária.
d) Folha de São Paulo – linguagem utilitária.
e) Arnaldo Antunes - linguagem literária.
8
a) O eu-lírico se diz sensível a assuntos sentimen-
tais, provavelmente por estar apaixonado ou
muito carente.
b) faz calor e uma mulher de biquíni toma sol na
praia.
c) A ausência provoca uma grande tristeza.
9 B

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Figuras de-linguagem
Figuras de-linguagemFiguras de-linguagem
Figuras de-linguagemSadrak Silva
 
Figuras de construção
Figuras de construçãoFiguras de construção
Figuras de construçãoRita Cunha
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagem Figuras de linguagem
Figuras de linguagem CrisBiagio
 
Figuras de Linguagem (recursos estilísticos e sonoros)
Figuras de Linguagem (recursos estilísticos e sonoros)Figuras de Linguagem (recursos estilísticos e sonoros)
Figuras de Linguagem (recursos estilísticos e sonoros)7 de Setembro
 
Aula13 figuras de linguagem
Aula13  figuras de linguagemAula13  figuras de linguagem
Aula13 figuras de linguagemAndré Figundio
 
Figuras de linguagem versos drummondianos
Figuras de linguagem   versos drummondianosFiguras de linguagem   versos drummondianos
Figuras de linguagem versos drummondianosKleber Brito
 
Figuras de Linguagem
Figuras de LinguagemFiguras de Linguagem
Figuras de LinguagemDaniele Silva
 
Recursos Estilísticos Todos Os Recursos
Recursos Estilísticos Todos Os RecursosRecursos Estilísticos Todos Os Recursos
Recursos Estilísticos Todos Os RecursosBruno Pinto
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagemSandro Teles
 
Recursos morfossintáticos, lexicais,semânticos
Recursos morfossintáticos, lexicais,semânticosRecursos morfossintáticos, lexicais,semânticos
Recursos morfossintáticos, lexicais,semânticosMarcia Oliveira
 

Was ist angesagt? (20)

Figuras de-linguagem
Figuras de-linguagemFiguras de-linguagem
Figuras de-linguagem
 
Figuras De Estilo
Figuras De EstiloFiguras De Estilo
Figuras De Estilo
 
Figuras de construção
Figuras de construçãoFiguras de construção
Figuras de construção
 
Sintaxe 1
Sintaxe 1Sintaxe 1
Sintaxe 1
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagem Figuras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Novas figuras de linguagem i
Novas figuras de linguagem   iNovas figuras de linguagem   i
Novas figuras de linguagem i
 
Recursos estilísticos
Recursos estilísticosRecursos estilísticos
Recursos estilísticos
 
Figuras de Linguagem (recursos estilísticos e sonoros)
Figuras de Linguagem (recursos estilísticos e sonoros)Figuras de Linguagem (recursos estilísticos e sonoros)
Figuras de Linguagem (recursos estilísticos e sonoros)
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Novas figuras de linguagem i
Novas figuras de linguagem   iNovas figuras de linguagem   i
Novas figuras de linguagem i
 
Figuras Linguagem
Figuras LinguagemFiguras Linguagem
Figuras Linguagem
 
Aula13 figuras de linguagem
Aula13  figuras de linguagemAula13  figuras de linguagem
Aula13 figuras de linguagem
 
Recursos Estilísticos
Recursos EstilísticosRecursos Estilísticos
Recursos Estilísticos
 
Figuras de linguagem versos drummondianos
Figuras de linguagem   versos drummondianosFiguras de linguagem   versos drummondianos
Figuras de linguagem versos drummondianos
 
Revisão Figuras
Revisão FigurasRevisão Figuras
Revisão Figuras
 
Figuras de Linguagem
Figuras de LinguagemFiguras de Linguagem
Figuras de Linguagem
 
Recursos EstilíSticos
Recursos EstilíSticosRecursos EstilíSticos
Recursos EstilíSticos
 
Recursos Estilísticos Todos Os Recursos
Recursos Estilísticos Todos Os RecursosRecursos Estilísticos Todos Os Recursos
Recursos Estilísticos Todos Os Recursos
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Recursos morfossintáticos, lexicais,semânticos
Recursos morfossintáticos, lexicais,semânticosRecursos morfossintáticos, lexicais,semânticos
Recursos morfossintáticos, lexicais,semânticos
 

Ähnlich wie Teoria literaria 1

Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagemMarta Morais
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagemrecursostec
 
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.pptTEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.pptevandro163685
 
Literatura e-linguagem-infantil-1
Literatura e-linguagem-infantil-1Literatura e-linguagem-infantil-1
Literatura e-linguagem-infantil-1Thaise Sonária
 
Figuras de-linguagem
Figuras de-linguagemFiguras de-linguagem
Figuras de-linguagemPedro Barros
 
22195856 figuras-de-linguagem
22195856 figuras-de-linguagem22195856 figuras-de-linguagem
22195856 figuras-de-linguagemcaio_phb
 
Figuras de linguagem com exercícios
Figuras de linguagem com exercíciosFiguras de linguagem com exercícios
Figuras de linguagem com exercíciosSônia Sochiarelli
 
O que é a literatura?
O que é a literatura?O que é a literatura?
O que é a literatura?Luci Cruz
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagemISJ
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagemISJ
 
Funções da Linguagem e Comunicação Pronto.docx
Funções da Linguagem e Comunicação Pronto.docxFunções da Linguagem e Comunicação Pronto.docx
Funções da Linguagem e Comunicação Pronto.docxSaulo Manoel
 
Aula 01 denotação + conotação + figuras de linguagem
Aula 01   denotação + conotação + figuras de linguagemAula 01   denotação + conotação + figuras de linguagem
Aula 01 denotação + conotação + figuras de linguagemMiguel Luciano
 
Principais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemPrincipais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemDon Veneziani
 
FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira - Linguagem Jurídica - AULA 03
FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira  -  Linguagem Jurídica - AULA 03FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira  -  Linguagem Jurídica - AULA 03
FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira - Linguagem Jurídica - AULA 03Jordano Santos Cerqueira
 

Ähnlich wie Teoria literaria 1 (20)

Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Aulão recuperação murialdo 2012 1° anos a,b,c
Aulão recuperação murialdo 2012  1° anos a,b,cAulão recuperação murialdo 2012  1° anos a,b,c
Aulão recuperação murialdo 2012 1° anos a,b,c
 
Aulão recuperação murialdo 2012 1° a,b,c
Aulão recuperação murialdo 2012  1° a,b,cAulão recuperação murialdo 2012  1° a,b,c
Aulão recuperação murialdo 2012 1° a,b,c
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.pptTEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
 
Literatura e-linguagem-infantil-1
Literatura e-linguagem-infantil-1Literatura e-linguagem-infantil-1
Literatura e-linguagem-infantil-1
 
Figuras de-linguagem
Figuras de-linguagemFiguras de-linguagem
Figuras de-linguagem
 
22195856 figuras-de-linguagem
22195856 figuras-de-linguagem22195856 figuras-de-linguagem
22195856 figuras-de-linguagem
 
Figuras de linguagem com exercícios
Figuras de linguagem com exercíciosFiguras de linguagem com exercícios
Figuras de linguagem com exercícios
 
O que é a literatura?
O que é a literatura?O que é a literatura?
O que é a literatura?
 
Manual Estilistica portugues PLE
Manual Estilistica portugues PLEManual Estilistica portugues PLE
Manual Estilistica portugues PLE
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Funções da Linguagem e Comunicação Pronto.docx
Funções da Linguagem e Comunicação Pronto.docxFunções da Linguagem e Comunicação Pronto.docx
Funções da Linguagem e Comunicação Pronto.docx
 
Aula 01 denotação + conotação + figuras de linguagem
Aula 01   denotação + conotação + figuras de linguagemAula 01   denotação + conotação + figuras de linguagem
Aula 01 denotação + conotação + figuras de linguagem
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Figuras de linguagem para o enem 2017
Figuras de linguagem para o enem 2017Figuras de linguagem para o enem 2017
Figuras de linguagem para o enem 2017
 
Principais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemPrincipais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagem
 
FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira - Linguagem Jurídica - AULA 03
FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira  -  Linguagem Jurídica - AULA 03FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira  -  Linguagem Jurídica - AULA 03
FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira - Linguagem Jurídica - AULA 03
 

Kürzlich hochgeladen

Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...marcelafinkler
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptNathaliaFreitas32
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do séculoBiblioteca UCS
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...marcelafinkler
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfAutonoma
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxJustinoTeixeira1
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdfjacquescardosodias
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticash5kpmr7w7
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPaulaYaraDaasPedro
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...MariaCristinaSouzaLe1
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfamarianegodoi
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptRogrioGonalves41
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
 

Teoria literaria 1

  • 1. LITERATURA Editora Exato 1 TEORIA LITERÁRIA 1. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUN- ÇÕES DA LINGUAGEM O homem é um ser social e, portanto, necessita comunicar-se. Assim, emite uma série de mensagens, transmitidas por meio dos mais diferentes códigos. Essas mensagens falam sobre algo e, para sua trans- missão, necessitam de um canal de comunicação. E a cada uma dessas emissões, percebe-se, no emissor, uma intenção, que varia de acordo com o seu interesse sobre os elementos da comunicação. A essas intenções chamamos “Funções da Linguagem”, as quais mantêm estreita relação com os elementos utilizados no ato comunicativo. REFERENTE (Referencial) EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR (Emotiva) (Poética) (Conativa) CÓDIGO (Metalingüística) CANAL (Fática) Funções da Linguagem Função Referencial: é centrada no referen- te, no assunto, e apresenta linguagem obje- tiva, clara, definida, em que predomina a denotação, usando-se sempre a 3ª pessoa do discurso. Função Emotiva: é centrada no emissor, a- presenta linguagem subjetiva, em que há traços estilísticos, como interjeições, pontu- ação expressiva, adjetivos e há o uso da 1ª pessoa do discurso. Função Conativa (Apelativa): centra-se no receptor, apresenta vocativos, frases impe- rativas e optativas, busca convencer o des- tinatário da mensagem e usa a 2ª pessoa do discurso. Função Fática: é centrada no canal, busca assegurar a comunicação, a transmissão da mensagem, é o canal sendo testado para medir sua eficiência. Função Poética: centra-se na mensagem, tem por objetivo deixar a mensagem mais expressiva, através da seleção e da combi- nação dos signos, e não se restringe apenas à poesia. Função Metalingüística: é centrada no có- digo e caracteriza-se pela explicação da lin- guagem por meio da própria linguagem. As funções de linguagem concorrem entre si, isto é, num mesmo texto aparece mais de uma função mas, normalmente, uma é predominante. 2. SIGNO LINGÜÍSTICO O signo é um código verbal ou não-verbal, que serve como instrumento de comunicação. Possui duas partes indissociáveis: o significante, que diz respeito à sua forma, e o significado, referente ao seu conteú- do. O signo lingüístico é um código verbal, ou se- ja, aquele que usa essencialmente a palavra, seja ela escrita, seja ela falada. O significante, portanto, dirá respeito sempre à identificação dos sons, na palavra pronunciada, ou das letras, na palavra escrita. Por ou- tro lado, o significado referir-se-á ao conceito que se tem do significante. SIGNO LINGÜÍSTICO = material = concreto = forma = sons / letras Imaterial abstrato conteúdo conceito Denominam-se polissemia os vários significa- dos de mesma origem para um mesmo significante. EX: O teto lá de casa precisa de reparos. Coitado! Não tem teto onde morar. Você tá velho, hein! Perdeu até o teto. Normalmente a polissemia abrange a denota- ção, que pode ser entendida como a palavra usada em seu sentido real, claro, objetivo, na primeira acepção do dicionário; e a conotação, que se entende por sen- tido figurado, ou seja, quando se retira a palavra de seu sentido original e atribui-se a ela novos sentidos. A denotação e a conotação levam-nos a mais dois conceitos importantes no estudo da literatura. São eles: texto literário e texto não-literário. Como identificá-los? O texto não-literário, normalmente, é centrado no plano de conteúdo, pois seu objetivo é fornecer in- formação, ou seja, usando a linguagem denotativa, informar o receptor sobre algo. Veja o exemplo abaixo: Fotossíntese – Da ação da luz sobre os vege- tais verdes depende o mais importante de todos os fenômenos vitais, escravizando todos os seres vivos. Exteriormente, a fotossíntese se manifesta pela troca de gases entre o vegetal e a atmosfera: o vege- tal absorve CO2 e elimina Oxigênio. Duas condições são necessárias para que o fenômeno se realize: uma é a presença de clorofila; consiste em absorver uma
  • 2. Editora Exato 2 parte das radiações solares, cuja energia é então a- proveitada para reações químicas no interior da planta. Nessa função, as radiações vermelhas são as mais eficazes, vindo depois do aspecto, o vileta. Na faixa correspondente ao verde, o fenômeno é quase nulo. O mais importante, porém, é que, graças à e- nergia solar absorvida, a planta verde decompõe o CO2 em seus elementos (carbono e oxigênio), devol- ve o oxigênio à atmosfera, e unindo o carbono aos materiais da seiva, fabrica substâncias orgânicas. Esta síntese, efetuada sob a ação da luz, é que justifi- ca a denominação de Fotossíntese dada ao fenôme- no. 3. TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO O texto literário, ao contrário do não-literário, apresenta o trabalho com a linguagem, fixa-se no ní- vel do plano da expressão, em que predomina a cono- tação. Neste caso, a expressão sobrepõe-se ao conteúdo, resultando nas várias significações do tex- to. Leia o texto abaixo, comparando-o ao texto não-literário: Luz do Sol (Caetano Veloso) Luz do sol, Que a folha traga e traduz Em verde novo, em folha, em graça Em vida, em força e em luz Céu azul Que vem até onde os pés tocam a terra E a terra expira e exala seus azuis. Reza, reza o rio Córrego pro rio O rio pro mar Reza a correnteza Roça a beira Doura a areia Marcha o homem sobre o chão, Leva no coração uma ferida acesa Dono do sim e do não Diante da visão da infinita beleza Finda por ferir com a mão essa delicadeza, A coisa mais querida A glória da vida. Na construção do texto literário, como já foi dito, o uso da linguagem conotativa se torna muito mais imponente que o uso da denotação. A conotação se fará presente, nestes textos, através da construção de imagens resultantes de uma linguagem única, ím- par e figurada. A esse desvio estilístico, chamaremos Figuras de Linguagem. 4. FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de linguagem são, portanto, recursos literários que exploram e recriam formas, estruturas e significados, produzindo um efeito artístico e inova- dor, chamado estranhamento. Elipse: é a omissão de um termo que pode ser deduzido pelo contexto. Seu principal efeito é a concisão. Exemplo: No céu, dois fiapos de nuvens. (No céu, há/existem dois fiapos de nuvens). Normalmente, a elipse de um termo essencial é marcada por vírgulas. Pleonasmo: é a repetição de um termo ou idéia óbvia. O efeito é o reforço da expressão. Exemplo: Rolou pela escada abaixo. Resta-me a mim somente uma solução. O pleonasmo vicioso constitui um defeito de linguagem. Exemplo: “subir para cima”/ “descer para baixo”/ “sair para fora”. Polissíndeto: é a repetição de conjunção, geralmente, a coordenativa aditiva “e”. Exemplo: E foge, e volta, e vacila, e treme, e solta a voz, e canta. Assíndeto: é a ausência, a omissão de con- junção. Exemplo: Subira à janela, sondava os arredores, gritava a plenos pulmões. Anáfora: é a repetição da mesma palavra ou expressão, no início de frases ou versos. Exemplo: “Se você gritasse, “Se você gemesse, “Se você tocasse a valsa vienense, “Se você dormisse, “Se você cansasse, “Se você morresse, Mas você não morre, Você é duro, José!” (Carlos Drummond de Andrade) Aliteração: é a repetição de sons consonan- tais para sugerir um objeto ou as caracterís- ticas desse objeto. Exemplo: “Acho que a chuva ajuda a gente se ver”. (Caetano Veloso) Assonância: é a repetição de sons vocáli- cos. Exemplo: Amar abre a alma, alcança o ar, amassa o mar
  • 3. Editora Exato 3 Silepse : é a concordância ideológica, ou seja, é a concordância com o sentido, a i- déia das palavras e não com a forma delas. Ocorre em três casos: 1º- Silepse de gênero: é a concordância com gênero implícito: masculino ou feminino. Exemplo: Santos é muito poluída. Vossa Majestade é muito generoso. 2º - Silepse de número: é a concordância com número implícito: singular ou plural. Exemplo: O povo pediu que o governante cedesse, para isso, saíram em passeata. 3º - Silepse de pessoa: é a concordância com a pessoa implícita: primeira, segunda ou terceira. Exemplo: Todos os brasileiros somos assim. Antítese: é a oposição evidenciada em pa- lavras ou idéias. Exemplo: “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz, se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas, a alegria”. Paradoxo: é um tipo de antítese, restrito à oposição de idéias reunidas num só pensa- mento. Exemplo: “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”. (Gregório de Matos) Hipérbole: é o exagero de uma expressão para enfatizá-la. Exemplo: Estou morrendo de fome. Chorou um rio de lágrimas. Eufemismo: é o abrandamento de expres- sões desagradáveis. Exemplo: Ele contraiu o mal de Hansen. (lepra) Ele abotoou o paletó. ( morreu) Ironia ou Antífrase: consiste em sugerir o contrário do que as palavras ou frases ex- primem, pela entonação ou pelo contexto, com intenção sarcástica ou satírica. Exemplo: Você é tão inteligente! Não acertou nenhuma questão. Gradação: consiste em dispor as idéias em ordem crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax). Exemplo: Ide, correi, voai, que por vós chama o rei, a pá- tria, o mundo , a glória. (clímax) Não já lutando, mas rendido, enfermo, prostra- do, desfalecido, morrendo, morto. (anticlímax) Prosopopéia ou Personificação: consiste em dar características de seres animados a seres inanimados, ou, ainda, atribuir quali- dade, sentimentos humanos a seres irracio- nais ou inanimados. Exemplo: As árvores são imbecis: despem- se justamente quando chega o inverno. Metáfora: é uma comparação implícita; consiste em transportar para um termo uma significação que não lhe é própria; para is- so, faz-se uma associação afetiva, subjetiva entre dois universos de significação; é uma figuração em que cabe, perfeitamente, a co- notação. Por ser uma comparação “abrevia- da”, faltam elementos conectores. Exemplo: Murcharam-lhe os entusiasmos da mocidade. Comparação: vem explícita por marcas e- videntes na oração. Exemplo: Sua boca é como um pássaro vermelho. (comparação) Sua boca é um pássaro vermelho. ( símile) O pássaro vermelho tocou-me os lábios. (metáfora) Catacrese: é uma metáfora cristalizada pe- lo uso, é o emprego impróprio de uma pa- lavra ou expressão no lugar de outra por não haver correspondência, na língua, de palavra adequada. Exemplo: Embarcamos no avião das dez horas. Metonímia: é a substituição de um nome pelo outro porque entre eles existe a relação de proximidade; é a representação de um nome por outro. Esta relação surge quando se emprega: O autor pela obra Exemplo: Leio Machado de Assis. A causa pelo efeito Exemplo: Esta casa é fruto do meu suor. O continente pelo conteúdo ou vice-versa Exemplo: Tomou duas latas de cerveja. O instrumento pela pessoa que o utiliza Exemplo: Ele é um bom garfo. O lugar pelo produto Exemplo: O presidente gosta de um bom Ha- vana. O concreto pelo abstrato ou vice-versa Exemplo: A juventude brasileira está mal- orientada O sinal pelo significado Exemplo: O trono estava abalado.
  • 4. Editora Exato 4 ESTUDO DIRIGIDO 1 O poema abaixo é um exemplo clássico de rica exploração do signo lingüístico. Leia-o atenta- mente: Trem de Ferro Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isso maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força Oô... Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho De ingazeira Debruçada No riacho Que vontade De cantar Oô... Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficiá Oô... Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matá minha sede Oô... Vou mimbora vou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Oô... Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente (Manuel Bandeira) a) Explique por que na primeira estrofe o desta- que maior é para o significante e não para o significado. b) Levando-se em conta o formato do poema (versos curtos, estrofes longas), que imagem visual ele sugere? c) Localize duas estrofes em que significante e significado estão igualmente destacados, con- ferindo ao poema força e sonoridade.
  • 5. Editora Exato 5 EXERCÍCIOS 1 Identifique a função da linguagem que prevalece nos textos abaixo: a) "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com ab- soluta prioridade, o direito à vida, à alimenta- ção, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negli- gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão". (Constituição da República Federativa do Brasil. art. 227) b) Vem o vento veloz varando as velas. temos de mergulhar dentro da noite molhada e fria de intocada treva." (Mauro Mota) c) d) "Eu te peço perdão por amar de repente Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos. Das horas que passei à sombra dos teus gestos Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos Das noites que vivi acalentado Pela graça indizível dos teus passos eterna- mente fugindo Trago a doçura dos que aceitam melancolica- mente" (Vinicius de Moraes) e) ..Fuzuê. S.M. Bras. 1. Festa, função. 2 Barulho, confusão, conflito. f) "Ah! esse cara tem me consumido A mim e a tudo que eu quis Com seus olhinhos infantis Como os olhos de um bandido Ele está na minha vida Porque quer E eu estou pra o que der e vier Ele chega ao anoitecer Quando vem a madrugada Ele some Ele é quem quer Ele é o homem Eu sou apenas Uma mulher" (Caetano Veloso) g) O que Todo Executivo Deve Saber Sobre a Postura do Executivo Cruze os Braços Incline-se para a frente e pouse o queixo sobre as mãos. Incline-se para trás e repouse a cabeça nas mãos. Mas não incline demais para trás. Os esquemas abaixo referem-se às questões 3 e 4. 2 Observe os quatro esquemas dos processos de comunicação para julgar os itens abaixo: 1. 2. 3. 4. A A A A B B B B 1111 No primeiro esquema, A não se comunica com B. 2222 Nos esquemas 1 e 2, a comunicação é eficien- te. 3333 Não se observa processo de comunicação no último esquema. 4444 Considera-se efetiva a comunicação apenas no esquema 3.
  • 6. Editora Exato 6 3 Os itens abaixo relacionam situações equivalen- tes aos esquemas dados; julgue as proposições considerando o processo de comunicação. 1111 A conversa entre um americano e um brasileiro que estuda inglês há pouco tempo pode ser re- presentada pelo esquema 2. 2222 O esquema 1 caracteriza a tentativa de conver- sa entre um brasileiro e um japonês em que um não fala a língua do outro. 3333 A palestra de um professor universitário sobre física nuclear a alunos de 2º grau é indicada pelo esquema 4. 4444 Pessoas que falam a mesma língua de mesmo nível em perfeito entendimento, não teriam re- presentatividade nos esquemas dados. 4 Todas as afirmativas estão corretas, exceto: a) na obra literária predomina a função poética da linguagem, ainda que as demais estejam pre- sentes; b) o caráter arbitrário do signo lingüístico não pode ser determinado nem observado em tex- tos literários. c) os conceitos de cultura, língua e literatura es- tão estreitamente ligados; d) a criação literária é, fundamentalmente, a cria- ção de um estilo que oferece determinada cisão do homem e do mundo. e) literatura é a criação, a invenção mediante a sensibilidade do autor num processo estético e textual. Considere o texto abaixo, para responder às questões de 6 a 8. O que é literatura A literatura, como toda arte, é uma transfigura- ção do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra, autônoma, independente do autor e da experiência da realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram, às vezes, origem, perderam a realidade primitiva e ad- quiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos na- turais objetivados pela ciência, ou pela história, ou pela sociedade? O artista literário cria, ou recria, um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos pa- drões das verdades fatuais. Os fatos que manipulam não têm comparação com os da realidade concreta. São as verdades humanas gerais, que traduzem antes um sentimento de experiência, uma compreensão e um julgamento das coisas humanas, um sentido da vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da vida, o qual sugere antes que esgota o quadro. A literatura é, assim, vida, parte da vida, não se admitindo que possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares porque são as verdades da mesma condição humana. (COUTINHO, Afrânio, Notas de Teoria Literária. 2. ed, Rio de Janeiro) 5 O título do texto propõe o conceito de literatura. Julgue os itens. 1111 Segundo o texto, literatura e língua são com- ponentes artísticos. 2222 O artista é o responsável pela criação literária. 3333 Na literatura, a realidade é forjada. 4444 O sentido da vida entra em conflito com a lite- ratura, pois aquele é modificado em função desta. 5555 A vida revela-se por meio das obras de arte. 6 De acordo com as funções da linguagem, julgue os itens abaixo: 1111 Apesar de tratar sobre literatura, o texto é não- literário, pois nele predomina a função referen- cial da linguagem. 2222 Dizemos que há metalinguagem quando se uti- liza um código para se falar dele próprio. As- sim, um filme que discorre sobre o próprio cinema, um poema que fala sobre a própria po- esia são exemplos de metalinguagem. Este conceito de função metalingüística não é ob- servado no texto. 3333 A função metalingüística da linguagem con- centra-se no próprio código; isto é, o código é o tema da mensagem ou serve para explicar o próprio código. No texto, a metalingüística i- nexiste. 4444 No último parágrafo, o autor inclui a função conativa. 7 Reconheça quais dos textos foram escritos em linguagem literária e quais em linguagem utilitá- ria. A autoria e a fonte dos textos foram suprimi- das propositadamente. a) "O homem velho deixa vida e morte para trás. Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais. O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais. O homem velho é o rei dos animais”. b) "Para o mundo, quando era quinhentos anos mais novo, os contornos de todas as coisas pa- reciam mais nitidamente traçados do que nos nossos dias. O contraste entre o sofrimento e a
  • 7. Editora Exato 7 alegria, entre a adversidade e a felicidade apa- recia mais forte." c) “A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perde- ra o sentido e estar num bonde era um fio par- tido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha música, o mundo recomeçava ao redor”. d) “Autoridades culturais italianas estão tentando levantar fundos (com participação internacio- nal) para desenterrar e recuperar os tesouros arqueológicos da cidade de Herculano, destru- ída, com Pompéia, pelo vulcão Vesúvio (sul de Nápoles)”. e) "Os sapatos ficam entre os pés e o chão, no que são como as palavras. As meias entre os pés e os sapatos, como os adjetivos. Os verbos, pas- sos. Cadarços, laços. Os pés caminham lado a lado, calçados. Sapatos são calçados. Porque são e porque são usados. Palavras são pedaços. Os pés descalços caminham calados". 8 Os textos a seguir apresentam linguagem conota- tiva e literária. Procure compreender as idéias fundamentais de cada um deles ou reescreva-os em linguagem denotativa e utilitária. a) ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar ando tão à flor da pele que teu olhar flor na janela me faz mor- rer (Zeca Baleiro) b) Dezembro Oiti: a cigarra zine: convite à praia. Tine o sol no quadril, e o míni véu, dissolve, do biquíni. (Carlos Drummond de Andrade) c) o vazio do quarto É o avesso da festa O avesso do vício De te namorar (Daniela Mercury e Durval Lelys)) 9 Leia o texto abaixo, transcrito de uma pichação de muro em São Paulo: Eternamente É ter na mente Éter na mente Eternamente Pode-se considerar este texto como artístico, prin- cipalmente porque: a) traduz, de maneira límpida, a idéia de eterni- dade. b) trabalha um arranjo de signos a partir de um só vocábulo, relacionando-os entre si. c) participa socialmente de um contexto, por estar pichado num muro. d) evoca uma mensagem poética, a partir do dado da imortalidade. GABARITO Estudo Dirigido 1 a) O poeta usa a expressão café com pão três ve- zes para reproduzir os primeiros movimentos do trem. O significado delas pouco diz, mas elas são perfeitas quanto à tonicidade. b) Sugere o desenho de um trem e seus vagões. c) à 4ª e a última. Exercícios 1 a) referencial. b) poética. c) metalingüística. d) emotiva. e) metalingüística. f) emotiva/poética. g) conativa. 2 C, E, E, E 3 C, C, C, C 4 B 5 C, C, C, E, E 6 C, E, E, E 7 a) Caetano Veloso – linguagem literária. b) Johan Huizinga – linguagem utilitária. c) Clarice Lispetor – linguagem literária. d) Folha de São Paulo – linguagem utilitária. e) Arnaldo Antunes - linguagem literária. 8 a) O eu-lírico se diz sensível a assuntos sentimen- tais, provavelmente por estar apaixonado ou muito carente. b) faz calor e uma mulher de biquíni toma sol na praia. c) A ausência provoca uma grande tristeza. 9 B