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MANEJO
DE UM REBANHO
OVINO DE CRIA
José Galdino Garcia Dias
Médico Veterinário - Inspetor Técnico da A.R.C.O.
GENERALIDADES DA OVINOCULTURA
1º - AUMENTO DA NATALIDADE DOS REBANHOS DE CRIA
1.1 - Seleção por fertilidade nos machos e fêmeas;
1.1.1 - Parto gemelar;
1.1.2 – Itens a considerar na seleção dos machos.
1.2 - Encarneiramento correto de borregas;
1.2.1 - Falta de desejo sexual;
1.2.2 - Cio curto;
1.2.3 - Produção pequena de muco;
1.2.4 - Formação de papilas na entrada do colo.
2º - PESO CORPORAL DAS BORREGAS PARA SEREM ENCARNEIRADAS
OU INSEMINADAS
3º - ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO
4º - IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E SUA CAPACIDADE REPRODUTIVA
5º - CONTROLE DO UBRE DAS OVELHAS DE CRIA ANTES DO
ENCARNEIRAMENTO
6º - INFLUÊNCIA DA NUTRIÇAO NO ACELERAMENTO DO CIO DAS
OVELHAS
7º - O PESO CORPORAL DAS OVELHAS E O ÍNDICE DE FECUNDAÇAO
8º - PREPARO PRÉVIO DE UM REBANHO DE CRIA
8.1 - Vacinações;
8.2 - Cortada de cascos;
8.3 - Limpada de períneo (posterior);
8.4 - Dosificações;
8.5 - Recuperação de ovelhas fracas ou doentes;
8.6 - Revisão de ovelhas antes das concentrações para reprodução.
9º - CUIDADOS COM OS REBANHOS DE CRIA DEPOIS DO
ENCARNEIRAMENTO
9.1 - Uma observação muito importante;
9.2 - O crescimento de um feto ovino;
9.3 - O estado dos rebanhos de cria e o peso dos cordeiros ao nascer;
9.4 - A importância do peso dos cordeiros no nascimento ;
9.5 - A limpeza de ubres e períneo (posteriores) antes da parição.
10º - CUIDADOS DURANTE O PERÍODO DA PARIÇAO
10.1 - As recorridas dos campos;
10.2 - Os rebanhos de inseminação ;
10.3 - Abrigos ou maternidades.
11º - PRODUÇÃO DE LEITE E IDADE DE DESMAME
12º - A MORTALIDADE DE CORDEIROS E SUAS CONSEQUÊNCIAS
13º - ÍNDICES DE NATALIDADE QUE DEVEMOS PERSEGUIR
13.1 - Razões e conseqüências;
CONCLUSÕES FINAIS.
GENERALIDADES
A criação de ovinos permite
corrigir a grande maioria dos problemas
que incidem negativamente na maior e
melhor produtividade de um rebanho,
com gastos reduzidissimos, muito próximos
do custo zero, o que não ocorre com outras
espécies animais.
O maior ou menor sucesso financeiro na
exploração ovina depende, basicamente,
do maior ou menor esforço feito pelo
produtor durante o ano de trabalho.
GENERALIDADES
A ovinocultura retribui muito bem o
trabalho dedicado e competente do
ovinocultor, premiando aquele que
realmente é mais eficiente.
GENERALIDADES
Acreditamos que o produtor deve estudar e
tomar conhecimento das práticas de
manejo,
GENERALIDADES
convencendo-se da sua
importância, para finalmente colocá-Ias em
funcionamento.
1º - AUMENTO DA NATALIDADE DOS
REBANHOS DE CRIA
1.1 - Seleção por fertilidade nos machos e fêmeas;
1.1.1 – Parto gemelar;
1.1.2 – Itens a considerar na seleção dos machos.
1.2 - Encarneiramento correto de borregas
1.2.1 - Falta de desejo sexual;
1.2.2 - Cio curto;
1.2.3 - Produção pequena de muco;
1.2.4 - Formação de papilas na entrada do colo.
1
Qualquer trabalho de seleção ou de
renovação normal e desejada num rebanho
esbarra:
1° - na disponibilidade ou não de fêmeas
novas em número capaz de permitir o
descarte;
2° - e na eliminação dos ventres velhos e
borregas novas inferiores.
2
Para atingir esses dois objetivos:
1° - elevar o nível zootécnico dos rebanhos
eliminando animais inferiores;
2° - descartar as ovelhas velhas.
Devemos: produzir e salvar bastante
cordeiros, atingindo índices de natalidade
iguais ou superiores a 100%.
3
• Os índices inferiores a 80% de desmame,
não permitem fazer pressão seletiva nas
borregas e, muito menos, substituir todas
as ovelhas velhas com 7 e mais anos de
idade, existentes num rebanho
• Para obter estes índices devemos tomar
alguns cuidados de manejo que
consideramos indispensáveis.
4
1.1 – Seleção por fertilidade nas fêmeas e nos
machos
FÊMEAS: junto a seleção fenotipica é
indispensável que se acrescente o que
chamamos de seleção por fertilidade.
5
Portanto, as ovelhas que não pariram, devem
ser separadas e controladas com marca
especial que as diferenciem das demais.
Posteriormente, deverão em época oportuna,
serem encarneiradas com 4% de carneiros
testados, eliminando todas aquelas que
retornarem na próxima produção de
cordeiros sem cria ao pé.
Adotando este sistema de trabalho todos os
anos, aos poucos estaremos retirando dos
nossos rebanhos, todas as ovelhas de
baixa fertilidade.
6
1.1.1. Para aumentar partos gemelares
1 - Seleção genética;
2 - Alimentação e condição corporal adequadas;
3 - Cobertura no período de máxima fertilidade;
4 - Redução do estresse;
5 - Uso de carneiros na proporção correta.
Selecionando fêmeas por
partos duplos, estaremos
aumentando a fertilidade
de nosso rebanho
7
MACHOS: a seleção por fertilidade deve ser
feita também nos machos que são usados
para os trabalhos de monta natural ou
inseminação artificial.
8
O importante é produzir
cordeiros, e, por isso
mesmo, consideramos a
seleção por fertilidade a
mais necessária de todas
quantas executamos nos
nossos rebanhos de cria.
1.1.2 - Ìtens a considerar na seleção dos
machos para a reprodução
1 - Adquirir somente animais de boa procedência;
2 - Usar carneiros com exame andrológico e exames
clínicos e sorológicos negativos para
Brucelose;
3 - Utilizar a proporção de no mínimo 3% de carneiros
em relação ao número de ovelhas encarneiradas;
4 - Não utilizar carneiros excessivamente gordo;
5 - Carneiros velhos tendem a diminuir a sua capacidade
reprodutiva. Por este motivo os carneiros devem ser
substituídos após 4 anos de uso;
6 - Circunferência escrotal e consistência testicular
também são importantes na hora da compra de um
9
Tabela 1. Valores médios de perímetro escrotal em carneiros de
diversas raças
Raça
Número de
Animais
Perímetro
Escrotal (cm) Amplitude
Corriedale 250 32 26-38
Ideal 116 33,5 24-39
Romney 79 30 25-36
Merino 56 36 29-40
Hampshire Down 92 33 21-40
lIe de France 56 32,5 27-37
Texel 31 30 23-35
Suffolk 29 31,5 27-38
Fonte: Dados obtidos em Exposições-feiras
1.2 - Encarneiramento correto de borregas
• Normalmente o nosso produtor coloca as borregas no
meio do rebanho de cria, tanto nos trabalhos de monta
natural como nos de inseminação artificial, cometendo
dessa forma um erro de manejo que pode prejudicar o
número de ventres fecundados.
• As características das borregas e o seu comportamento
nesse período é muito diferente daquele apresentado
por ovelhas ou matrizes de mais idade.
Vejamos algumas características das borregas
nessa fase.
10
1.2.1 - Falta de desejo sexual
• As borregas mesmo que estejam em cio,
evitam ou dificultam o trabalho dos
carneiros, evitando-os ou esquivando-se
deles;
• As borregas em cio procuram menos os
carneiros do que as ovelhas adultas, e,
logicamente, são servidas um número de
vezes muito menor do que as ovelhas de
mais idade
11
Duas experiências feitas na Nova Zelândia
1- Foram encarneiradas um lote de ovelhas e borregas
misturadas com carneiros.
No fim do período, os carneiros serviram em média 4,3
vezes cada ovelha em cio, enquanto que as borregas
eram servidas apenas 1,9 vezes.
2- Num mesmo campo, foram colocadas 30 ovelhas, 30
borregas e 01 carneiro. Este preso a uma árvore
marcado no peito com tinta.
No final de um certo período, as ovelhas estavam todas
marcadas e do lote de 30 borregas, apenas 11
receberam a mesma marca.
1.2.1 - Falta de desejo sexual
12
1.2.2 - Cio Curto
• Estudos realizados a respeito da duração do cio nas
borregas e ovelhas, determinaram que enquanto o
cio das ovelhas dura de 24 a 72 horas, o das
borregas dura apenas de 3 a 24 horas.
• O tempo de duração é, portanto, muito curto nas
borregas e, por isso mesmo, há necessidade de ter
junta uma população com o mesmo
comportamento, quando se realiza o
encarneiramento, no propósito de obter os melhores
resultados.
13
1.2.3 - Produção de muco
• Os ventres ovinos quando entram em cio têm
uma produção abundante de muco vaginal, o
qual representa um veículo que facilita o trânsito
do espermatozóide até o óvulo, para posterior
fecundação.
• As ovelhas adultas produzem bastante muco e
as borregas normalmente, produzem pouca
mucosidade, dificultando nessas circunstâncias,
o trânsito dos espermatozóides.
14
1.2.4 - Formação de papilas na entrada do colo
• As borregas têm formação de papilas caídas na
entrada do canal cervical, revestindo-o muitas
vezes, e, desse modo, dificultando o acesso de
espermatozóides no seu interior;
• Em virtude dessas características particulares
das borregas, há necessidade de trabalhá-las
separadamente no período de monta ou época
de reprodução.
15
Recomendamos aos produtores
1º - Encarneirar as borregas separadamente das
ovelhas adultas;
2º - Usar com as borregas carneiros adultos de 3 e 4
anos, e, por isso mesmo, muito mais experientes;
3º - Em trabalhos de monta dirigida ou inseminação
artificial, apartar as borregas duas vezes por
dia, uma pela manhã e outra pela tarde, fazendo
o trabalho de monta ou inseminação duas vezes
por dia.
16
2º - PESO CORPORAL DAS BORREGAS
PARA SEREM ENCARNEIRADAS OU
INSEMINADAS
O peso vivo no ovino jovem indica a
idade fisiológica, ou o seu grau de
maturidade sexual;
O escore corporal–EC das borregas
para encarneiar, não deve ser inferior a 3,0;
17
1. Todo peso superior será considerado excelente;
2. É importante observar estes pesos mínimos, no
primeiro ciclo de reprodução das borregas, porque ele
determinará no futuro, o bom ou mau desempenho
reprodutivo durante toda a vida útil desses ventres.
Raça Corriedale
Hampshire
Down
Ideal
Texel
Peso
corporal 38/40 kg 40/42 kg 36/38 kg 38/40 kg
18
Os pesos recomendados para utilização das
borregas na reprodução das principais raças
criadas no Estado do Rio Grande do Sul são:
3º - ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO DO
REBANHO
Outro aspecto importante no manejo de um
rebanho ovino de cria é a época de
encarneiramento:
Trabalhos realizados na Austrália e repetidos na
Argentina, Uruguai e no Rio Grande do Sul,
indicam como época mais apropriada para
encarneiramento dos rebanhos, o período de
outono - março/abril - quando os dias começam a
encurtar e as temperaturas a declinar.
# Época de maior fertilidade nas ovelhas.
19
A época de acasalamento é uma ferramenta
no manejo reprodutivo do rebanho de cria
Veja o gráfico:
20
ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO
Raça
Época de
encarneiramento
Resultados percentuais
Parição Assinalação
Corriedale
Primavera 67,20% 59,30%
Outono 106,20% 92,50%
Ideal
Primavera 88,10% 75,40%
Outono 112,00% 96,10%
Hampshire
Down
Primavera 78,50% 64,40%
Outono 105,00% 86,80%
Lembramos aos produtores que estão com bons níveis de
assinalação, que não mudem a época de encarneiramento,
entretanto, recomendamos mudar a época a todos aqueles
que estiverem com níveis baixos.
22
SAZONALIDADE REPRODUTIVA
21
A redução da luminosidade aumenta a fertilidade das
fêmeas.
De acordo com as estações do ano , as ovelhas
apresentam sazonalidade reprodutiva que são
períodos de apresentação de cios e de anestros.
.
23
SAZONALIDADE REPRODUTIVA
Este método visa a
separação em lotes de
parição homogêneas,
facilitando os cuidados
com o rebanho e
aumentando o sucesso
na parição
Encarneiramento com o uso de tinta
24
4º - IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E
SUA CAPACIDADE REPRODUTIVA
““Ovelhas depois dos 6 anosOvelhas depois dos 6 anos
de idade, diminuem rapidamente ade idade, diminuem rapidamente a
sua capacidade reprodutiva”sua capacidade reprodutiva”
(Smith em 1961 e o SUL em 1979)(Smith em 1961 e o SUL em 1979)
25
Vejamos, a seguir, o Gráfico que demonstra
esses resultados:
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Idade das ovelhas em anos
Percentualdeparição
Cabanha Azul – Quaraí-rs
26
É importante que seja examinado este problema
com muito cuidado e com muita preocupação,
porque:
1 - Ovelhas de 7 e 8 anos – animais de média a baixa
fertilidade;
2 - Borregas de primeira cria - animais de média a
baixa fertilidade;
IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E SUA CAPACIDADE
REPRODUTIVA
27
As borregas por sua natureza e, principalmente
por receberem um manejo inadequado nesse
período, na maioria das vezes, não
conseguimos com elas níveis elevados de
fecundação;
As borregas e as ovelhas de 7 e 8 anos,
quando mantidas, tornam muito elevado o
número de ventres de mediana a baixa
fertilidade que compõem esse rebanho.
28
Estaremos acrescentando ao rebanho de cria
animais de duas idades desaconselháveis
Se manter-mos borregas e ovelhas
velhas juntas, fica muito difícil ao produtor
elevar os índices de natalidade acima de
65%, o que representa um resultado
muito baixo e insatisfatório,
impossibilitando desse modo, a
eliminação de borregas deficientes e a
substituição total das ovelhas velhas com
de 7 e 8 anos .
29
5º - CONTROLE DO UBRE DAS OVELHAS
DE CRIA ANTES DO ENCARNEIRAMENTO
Revisar antes do período de encarneiramento, o
ubre de ovelha por ovelha, eliminando todo o ventre que
tenha problemas principalmente de:
1. tetos entupidos;
2. tetos excessivamente grossos;
3. ubre com problemas infecciosos;
4. tetos cortados em acidentes de esquila.
Um ventre nessas circunstâncias, sempre perderá o
seu cordeiro, porque na verdade, está incapacitado para
alimentá-lo adequadamente e, por isso mesmo, tal
ventre deve ser eliminado do rebanho.
30
6º - INFLUÊNCIA DA NUTRIÇAO NO
ACELERAMENTO DO CIO DAS OVELHAS
• Devemos ter a preocupação de prepararmos o nosso
rebanho de cria antes do período de encarneiramento ou
inseminação, no propósito de encurtar o período inicial e
final de cobertura e, logicamente, comprimir num tempo
menor, o começo e fim da produção de cordeiros.
Smith e Otegui, trataram ovelhas de cria antes do período de
acasalamento com três níveis diferentes de nutrição:
1. Nível elevado de nutrição
2. Nível médio de nutrição
3. Nível baixo de nutrição
• A finalidade dos três tratamentos é medir a velocidade de
exteriorização do cio desses animais.
31
Os resultados finais foram os seguintes:Percentualdeovelhasemcio
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 dias 14 dias 17 dias 21 dias
Nível alto
Nível médio
Nível baixo
32
• Peso corporal - é importante, porque ele representa a
soma do estado sanitário e nutricional, durante a época
de crescimento e acasalamento dessas fêmeas. Devemos
trabalhar com EC acima de 3,0.
• Gordura - Devemos deixar claro que o excesso de gordura
nos ventres destinados à reprodução, não favorece em
nada o percentual de fertilidade desses animais, ao
contrário, prejudica.
1 - Fecundação do óvulo - A gordura se acumula
na trompa dificultando a passagem do óvulo para o útero;
2 - Produção de muco - ovelhas demasiadamente
gordas, geralmente têm pouca produção de muco e,
conseqüentemente, dificultam o trânsito dos
espermatozóides até atingirem o óvulo.
7º - O PESO CORPORAL DAS OVELHAS
E O ÍNDICE DE FECUNDAÇAO
33
O gráfico resume com propriedade
esse trabalho:
Peso vivo das ovelhas encarneiradas
Percentualdeovelhasfalhadas
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
30 kg 35 kg 40 kg 50 kg 60 kg
34
• Os rebanhos destinados à reprodução deverão
receber por parte do produtor todas as atenções
necessárias para que não venham a sofrer
qualquer crise orgânica que possa prejudicar a
ovelha nesse período.
• Sabemos que a reprodução no animal é
considerada"FUNÇÃO DE LUXO", porque, para
o seu bom desempenho e maior sucesso, ela
exige excelentes condições de saúde e plena
recuperação orgânica do ventre que será
destinado à reprodução.
35
8º - PREPARO PRÉVIO DE UM REBANHO
DE CRIA ANTES DO ENCARNEIRAMENTO
OU INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
9.1 – VACINAÇÕES;
9.2 - CORTADA DE CASCOS;
9.3 - LIMPEZA DE POSTERIORES E UBRE;
9.4 - DOSIFICAÇÕES;
9.5 - RECUPERAÇÃO DE OVELHAS FRACAS OU DOENTES;
9.6 - REVISÃO DE OVELHAS ANTES DAS CONCENTRAÇÕES
. PARA REPRODUÇÃO.
36
8.1 - Vacinações
• Devemos ser cuidadosos nesse momento,
redobrando as nossas atenções na parte
sanitária, principalmente quando os rebanhos
são concentrados para trabalhos de
inseminação artificial, encarneiramento, áreas
pequenas e densamente povoadas.
• As vacinações contra CLOSTRIDIOSES e
FOOT ROT, devem preceder em 30 dias ou
mais, a época dessas concentrações de
rebanhos.
37
Principais práticas de manejo para ovinos
no Rio Grande do Sul.
Manejo Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Acasalamento • • 0 • 0
Desmame • • 0
Sinalação • • 0
Castração e Descole • 0 • • 0
Controle de Verminose • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0
Limpeza Pré-parto • • 0 • 0
Controle de Casco • 0 • 0
Esquila (tosquia) • 0 • 0
Seleção e Classificação • 0 • 0
Banho: Sarna e Piolho • 0 • 0
Vacina: Clostridioses • 0 • 0
Vacina: Ectima Contagioso • 0 • 0
Vacina: Manqueira (Pietin) • 0 • 0
Fonte: Madeira, J.F.D. (1996)
8.2 – Apara de cascos
É aconselhável também, cortar
devidamente todos os cascos, de ovelha
por ovelha, das que se pretende colocar
em serviço de reprodução.
38
8.3 – Limpeza de posteriores
• É importante e higiênico limpar os
posteriores (períneo) das ovelhas
concentradas para reprodução, facilitando
o trabalho dos carneiros e evitando que
as sujeiras dos posteriores terminem
servindo de veículo de contaminação das
ovelhas.
39
9.4 - Dosificações
• A everminação desses rebanhos exige um
controle rígido e seria aconselhável nesse
período a utilização de vermífugos da melhor
eficiência possível.
• Aconselhamos aos produtores que não usam
como rotina de trabalho, o controle de
verminose, que utilizem o sistema de verificação
do grau de infestação de seus rebanhos(OPG
e/ou FAMACHA), principalmente nesse período
de encarneiramento.
40
8.5 – Recuperação de ovelhas fracas ou
doentes
Aconselhamos evitar a concentração de ovelhas doentes
com problemas de cascos ou outras que estejam
organicamente muito fracas e, por isso mesmo, sem
condições de serem colocadas na reprodução naquele
momento.
Seria interessante que esse tipo de animal, sofresse um
tratamento de recuperação, no propósito de colocá-Io em
condições satisfatórias de saúde, para somente depois
pensar na sua utilização, incorporando-o nos rebanhos de
cria.
41
8.6 – Revisão das ovelhas antes das
concentrações para reprodução
A observação do dia-a-dia de trabalho, permite dizer que
existem muitos problemas nas ovelhas usadas em
reprodução que prejudicam a fertilidade desses ventres e,
conseqüentemente, os índices de natalidade.
• Os problemas mais comuns observados:
1. infecciosos;
2. estreitamentos vaginais;
3. formação de tabiques que obstruem a entrada do
colo uterino.
42
Problemas infecciosos:
a) - Partos de cordeiros grandes que necessitem de
ajuda;
b) - Miíases (bicheiras) vaginais;
c) - Ovelhas desatracadas por pessoas com mãos
sujas;
d) - Infestação pela própria falta de higiene nos
trabalhos de inseminação artificial;
e) - Contaminação através do rufião.
43
Estreitamentos vaginais
1. Congênito;
2. Adquirido.
Formação de tabiques
1.Algumas ovelhas ou borregas podem apresentar a formação
de tabiques no colo do útero.
• Alguns são insanáveis e, por isso mesmo,
devemos eliminar esses ventres;
• Outros são facilmente superados, bastando
apenas um tratamento adequado, com
orientação de médico veterinário especializado
na área de reprodução.
Aconselhamos, portanto, que os produtores e em
particular os cabanheiros, que façam uma
revisão anual de seus ventres antes do período
de reprodução.
44
9º - CUIDADOS COM OS REBANHOS DE
CRIA DEPOIS DO ENCARNEIRAMENTO
10.5 - A LIMPEZA DE UBRES E POSTERIORES
10.4 - A IMPORTANCIA DO PESO DO CORDEIRO AO
NASCER
10.3 - O ESTADO DOS REBANHOS DE CRIA
10.2 - O CRESCIMENTO DE UM FETO
10.1 – ALGUMAS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
45
• Os rebanhos de cria devem preocupar e receber
uma atenção especial dos produtores durante o
período que antecede o acasalamento, durante
o acasalamento e principalmente depois do
acasalamento;
• Muitas vezes, descuidos no manejo dos
rebanhos nesse período, podem levar ao
insucesso nas assinaladas, com baixos
percentuais de cordeiros e todas as
conseqüências negativas desse resultado final;
Alguns cuidados que julgamos de
capital importância:
46
1. Uma vez iniciado o período de monta, há necessidade de
evitar todo tipo de stress ou desgaste físico excessivo dos
ventres em serviço, principalmente daqueles que já
foram fecundados;
2. Devemos evitar juntadas apressadas que forcem a marcha
dos rebanhos;
3. Devemos evitar a movimentação do rebanho em horas de
sol muito quente, pois a elevação da temperatura corporal
dos ovinos pode levar o embrião, em fase embrionária, à
morte;
4. Lembramos que o óvulo fecundado, necessita de 7 a 15
dias para aninhar-se na parede uterina e "fixar residência“.
9.1 – Algumas observações importantes
47
5. O período inicial de gestação representa o mais critico
e delicado e qualquer desequilíbrio térmico, pode
ocasionar perdas por morte embrionária na proporção
de 30 a 40% das ovelhas fecundadas que estejam
nesse período critico.
6. Os óvulos durante a sua descida pelas trompas
uterinas, são muito sensíveis ao calor e, logicamente,
ao aumento de temperatura corporal dos ovinos.
7. Devemos ter muito cuidado na hora de conduzir um
rebanho de cria e principalmente, na maneira de
conduzí-lo.
48
9.2 - O crescimento de um feto
• O crescimento de um feto não é proporcional ao longo do
período de gestação, ou seja, não cresce de modo uniforme
e constante. Nos primeiros dois meses ele cresce pouco e no
último mês chega a dobrar o peso desenvolvido durante os
primeiros quatro meses de gestação.
• A ovelha gestante é, portanto, muito exigida no último mês de
prenhez, razão pela qual devemos redobrar os cuidados
sanitários e melhorar o nível de nutrição nesse período.
• Peso do feto:
1 - Nas 8 primeiras semanas: 1,300 kg ou 1,500 kg.
2 – Dos 2 aos 4 meses: 1,600 ou 2,000 kg,
2 – No 5 mês de gestação: 3,500 ou 4,000 kg e mais.
49
O gráfico reproduz em grandes números esse
crescimento:
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Meses de gestação
PesodoCordeiro
Fonte: Carrol, H.T. Austrália
50
9.3 - O estado dos rebanhos de cria e o peso
dos cordeiros ao nascer
• H. T. CARROL, pesquisador australiano,
sub-meteu ovelhas de cria nos últimos três
meses de gestação, a dois tratamentos
diferentes de nutrição.
1º grupo foi submetido a um regime de
excelente alimentação durante esse período;
2º grupo foi condicionado a um regime de
alimentação pobre.
Ao final dos trabalhos de observação, os
resultados foram os seguintes:
51
R e g i m e d e A l i m e n t a ç ã o
Exelente Pobre
1 - Desenvolvimento maior das glândulas
mamárias;
2 - Boa produção de leite para alimentar o
cordeiro;
3 - Progresso rápido do cordeiro para
atingir o ubre da mãe;
4 - Peso maior do cordeiro ao nascer;
5 - Superfície corporal adequada ao peso
do cordeiro, com pouca pele solta e,
portanto, fácil de ser irrigada
e aquecida;
6 - Menor dificuldade para manter a
temperatura uniforme todo o corpo;
7 - Maior reserva de energia através do
revestimento de gordura na volta dos rins.
1 – Desenvolvimento menor das
glândulas mamárias;
2 - Má produção de leite para
alimentar o cordeiro;
3 - Progresso lento do cordeiro para
atingir o ubre da mãe;
4 - Peso menor do cordeiro ao nascer;
5 - Superfície corporal grande com
relação ao peso. Muita pele solta e,
portanto, difícil de ser irrigada e
aquecida;
6 - Maior dificuldade para manter a
temperatura uniforme em todo o corpo;
7 - Menor reserva de energia com
escasso acúmulo de gordura nos rins.
52
9.4 – A importância do peso dos cordeiros ao
nascer
•Podemos afirmar que um cordeiro forte ao nascer,
tem gordura acumulada nos rins, e ela passa a ser
o primeiro elemento energético produtor de calorias
que o cordeiro usa para compensar o desequilíbrio
da temperatura existente entre o útero materno e o
meio ambiente que o está recebendo.
•Uma ovelha bem cuidada sanitariamente, nesse
período, e bem nutrida, produzirá um cordeiro forte
e suficientemente resistente para sobreviver,
superando todas as dificuldades iniciais.
54
Peso ao nascer - importante porque dele dependo
o maior ou menor índice de mortalidade neonatal
1 – O maior índice de mortes ocorrem em cordeiros que
nascem com menos de 3,5 kg de peso vivo.
2 – O menor índice de mortes ocorrem em cordeiros que
nascem com mais de 3,5 , 4,0, e 4,5 kg.
3 – Os cordeiros que nascem com mais de 4,5 kg,
apresentam problemas ao nascer como:
• lesões no cordeiro provocadas pela dificuldade do parto;
• partos muito demorados;
• partos distócitos (cordeiros trancados).
55
Sabemos, todos nós, que o cordeiro logo depois de nascer,
necessita queimar energias existentes no seu organismo para
equilibrar a sua temperatura.
1. Devemos considerar que ele sai do ventre materno numa
temperatura de 39 a 40 graus e enfrenta um ambiente
externo geralmente com temperatura que pode variar de 18
graus até 1 ou 2 graus abaixo de zero;
2. A primeira energia que o cordeiro queima para estabelecer o
seu equilíbrio térmico é a gordura que envolve os rins. Serve
para sabermos se nasceu vivo ou morto;
3. A queima orgânica das gorduras nessa idade deixa como
resíduo, na volta dos rins, uma espécie de gelatina
transparente.
53
56
9.5 - A limpeza do ubre e períneo
• Ubre - A limpeza ou tosa do ubre das ovelhas de cria antes
da parição, deve ser uma rotina de trabalho comum a todo
produtor consciente dessa necessidade;
A limpeza do úbere facilita o aceso do cordeiro ao teto. 57
A limpeza do períneo reduz o risco de contaminação.
Períneo - A limpeza de posteriores das ovelhas de cria
antes da parição, é outra prática importante que deve ser
adotada como medida higiênica dos rebanhos, diminuindo
a contaminação na hora do parto
58
10º - CUIDADOS DURANTE O PERÍODO
DA PARIÇÃO
10.1 - As recorridas dos campos;
10.2 - Os rebanhos de inseminação;
10.3 - Abrigos ou maternidades.
59
10º - CUIDADOS DURANTE O PERÍODO
DA PARIÇÃO
Os rebanhos de cria, quando se aproximam
do período de parição, exigem cuidados muito
especiais e indispensáveis para a obtenção
de melhores resultados, conseguindo diminuir
mortes de cordeiros e, logicamente, obtendo
um aumento das taxas de assinalação.
60
Um dos primeiros trabalhos sobre ovinocultura produzido
no Rio Grande do Sul, pertence ao Dr. JOAQUIM
FRANCISCO DE ASSIS BRASIL, publicado no ano de
1896, descreve exemplos de trabalhos na Austrália.
Quando pensamos que os ovinocultores australianos
faziam isso e tinham essa preocupação com a
exploração de ovinos em 1896, fácil se torna entender
porque eles são hoje os maiores produtores de ovinos
do mundo.
61
10.1 – As recorridas dos campos
• Os campos povoados por rebanhos de cria próximos à
parição, devem ser recorridos diariamente, duas vezes
por dia, uma de manhã e outra de tarde. As recorridas
deverão ser cuidadosas, sem correrias, atropelos ou
presença de cachorros.
• Os recorredores (empregados) devem andar só, no
propósito de prestarem atenção ao trabalho que estão
executando.
62
10.2 – Os rebanhos de inseminação
• Quando os rebanhos são inseminados, se torna fácil saber
as datas em que as ovelhas deverão parir, considerando
que uma a uma delas recebe o controle do dia da sua
inseminação.
• Com este controle, podemos redobrar os cuidados durante
os dias de parição neste ou naquele lote de ovelhas.
• Facilita a separação por lotes para parirem perto do
estabelecimento.
63
10.3 – Abrigos ou maternidades
Cabanhas - nas cabanhas que trabalham com animais
puros de pedigree - PO, e, portanto, de grande valor,
recomendamos a construção de “galpões de parição”.
Rebanhos comerciais - nas propriedades que trabalham
com rebanhos comerciais, para a produção de cordeiros,
aconselhamos a construção de abrigos ou maternidades
para proteger as ovelhas durante a parição e os cordeiros
na sua primeira semana de vida.
64
11º - PRODUÇÃO DE LEITE E IDADE DE
DESMAME
Diversos trabalhos experimentais realizados na
Austrália, Argentina, Uruguai e Rio Grande do
Sul, demonstraram a vantagem de desmamar
os cordeiros com oito semanas de nascidos.
Os testes são conclusivos, mas é importante
afirmar que isso somente é possível realizar
com sucesso quando se dispõe de pastagem
artificial e quando se executa, juntamente, um
bom programa sanitário nesses animais.
65
As razões dos testes terem determinado
a idade de oito semanas como a mais
adequada para o desmame, se prendem
a duas causas:
1 - A partir da oitava semana de amamentação, a
ovelha começa a diminuir a produção de leite,
reduzindo o volume diário em 40 ou 50%;
2 - Coincidentemente, o cordeiro a partir da oitava
semana completa o desenvolvimento do seu
trato digestivo, passando, a partir desse
momento, a aproveitar o pasto que come
funcionando como verdadeiro ruminante;
66
Observe a seguir o Gráfico
0
0,5
1
1,5
2
2,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Redução de 56%
Produçãodeleite(kg/dia)
Idade do cordeiro em semanas
Fonte: Hodge - Moore, R. W.
67
Vantagens do desmame mais cedo
1 - Em condições de pastoreio, o leite materno é de pouca importância após
oito semanas;
2 - Os cordeiros não tem seu crescimento afetado;
3 - Há vantagens na recuperação das ovelhas para o próximo
encarneiramento ou inseminação;
4 - Diminui a contaminação dos cordeiros com parasitas
provenientes das ovelhas;
5 - Os cordeiros podem ser transferidos para outros sistemas
de alimentação, para terminação de carcaças.
12º - A MORTALIDADE DE CORDEIROS E
SUAS CONSEQUÊNCIAS
1. Mais do que nunca devemos ter uma grande
preocupação não só com os índices de
natalidade dos nossos rebanhos de cria, como
também com a mortalidade de cordeiros;
2. Uma ovelha que gestou e pariu um cordeiro,
tem que desmamar este cordeiro, assim,
estaremos garantindo um bom índice de
assinalação;
3. Índice de mortalidade de cordeiro alta, significa
índice de assinalação ou desmame baixo;
68
Devemos repetir que quanto maior for a
mortalidade de cordeiros:
Como conseqüência disso:
menor o número de animais
disponíveis para a venda.
menor será a renovação do rebanho
menor será a taxa de desfrute
menor será a pressão de seleção
69
Os índices de 80% e 100% de assinalação e
natalidade, respectivamente, são os
mínimos aconselhados, e os que devemos
perseguir, como produtores conscientes do
nosso trabalho, no desejo de, aumentar as
taxas de desfrute e melhorar a
rentabilidade do produto ovino.
71
13º - ÍNDICES DE NATALIDADE QUE DEVEMOS
PERSEGUIR
Nos preocupa enormemente as baixas taxas de
assinalação de cordeiros, fruto muito mais das altas taxas
de mortalidade, do que propriamente por baixos índices de
fecundação das ovelhas de cria.
Se fizermos duas evoluções de rebanho estabilizado, com 100
ovelhas de cria, variando apenas os índices de assinalação:
1 - Uma com índice de assinalação de 65% de cordeiros -
não permite que se faça descarte de borregas inferiores, e, se isso
acontecer, o número de fêmeas novas de reposição será insuficiente
para substituir as ovelhas velhas;
2 - Outra com índice de assinalação de 80%. de cordeiros –
poderemos fazer pressão seletiva no rebanho, eliminando as ovelhas
velhas e as borregas improdutivas ou com problemas.
70
Taxas reprodutivas
72
CONCLUSÕES FINAIS
1 - Inicialmente, devemos afirmar
que todas essas tecnologias de
manejo descritas neste trabalho,
podem e devem ser adotadas
pelos criadores de ovinos, porque
são práticas de trabalho
comprovadas, de fácil adoção, as
quais não custam quase nada.
73
2 - Os índices de natalidade não
deverão ser inferiores a 100%,
caso contrário, não haverá
número de borregas suficiente
para substituir as ovelhas velhas
e muito menos para permitir
qualquer tipo de seleção nos
rebanhos.
CONCLUSÕES FINAIS
74
3 - Ovelhas com mais de sete anos,
devem ser eliminadas dos rebanhos,
mas para isso temos que salvar
cordeiros, ou então seremos obrigados
a continuar mantendo uma parcela de
ventres velhos nos rebanhos, com
todas as conseqüências negativas já
conhecidas.
CONCLUSÕES FINAIS
75
4 - Devemos salvar e criar mais
cordeiros por cada 100 ovelhas.
CONCLUSÕES FINAIS
76
5 - Devemos tomar maior consciência
da forma adequada de executar
qualquer trabalho com ovinos,
considerando a dificuldade de mão-
de-obra especializada e competente
nessa área, problema que se torna
mais grave quando o dono da
propriedade não sabe ensinar porque
não sabe fazer.
CONCLUSÕES FINAIS
77
6 - O ovino é um animal que exige
cuidados especiais, mas também
retribui quando isso acontece.
CONCLUSÕES FINAIS
78
7 - A ovinocultura nunca, em parte
nenhuma do mundo, foi
desenvolvida com sucesso por
pessoas desabilitadas e sem
conhecimentos da atividade, ela
sempre exigiu trabalho,
dedicação e competência.
CONCLUSÕES FINAIS
79
10 - Finalmente, devemos afirmar que a
ovinocultura ao longo da sua história,
sempre produziu bem-estar, abrigo e
alimento para todos.
A ovinocultura é a única atividade que
oferece ao mesmo tempo, quatro
alternativas importantes de produção:
carne, leite, lã e pele.
CONCLUSÕES FINAIS
80
“A OVINOCULTURA
QUANDO TRABALHADA COMO UMA
VERDADEIRA ATIVIDADE,
SEMPRE MOSTRARÁ SUA
PRODUTIVIDADE”
“Francisco Jorge Boffil”
OBRIGADO
José Galdino Garcia Dias
Médico Veterinário
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS
A.R.C.O. - Inspetor Técnico
São Gabriel – RS - BR
Telefone: +55 55 9918 3434
+55 55 3505 5279
E-mail: josegaldino@terra.com.br

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  • 1. MANEJO DE UM REBANHO OVINO DE CRIA José Galdino Garcia Dias Médico Veterinário - Inspetor Técnico da A.R.C.O.
  • 2. GENERALIDADES DA OVINOCULTURA 1º - AUMENTO DA NATALIDADE DOS REBANHOS DE CRIA 1.1 - Seleção por fertilidade nos machos e fêmeas; 1.1.1 - Parto gemelar; 1.1.2 – Itens a considerar na seleção dos machos. 1.2 - Encarneiramento correto de borregas; 1.2.1 - Falta de desejo sexual; 1.2.2 - Cio curto; 1.2.3 - Produção pequena de muco; 1.2.4 - Formação de papilas na entrada do colo. 2º - PESO CORPORAL DAS BORREGAS PARA SEREM ENCARNEIRADAS OU INSEMINADAS 3º - ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO 4º - IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E SUA CAPACIDADE REPRODUTIVA 5º - CONTROLE DO UBRE DAS OVELHAS DE CRIA ANTES DO ENCARNEIRAMENTO 6º - INFLUÊNCIA DA NUTRIÇAO NO ACELERAMENTO DO CIO DAS OVELHAS 7º - O PESO CORPORAL DAS OVELHAS E O ÍNDICE DE FECUNDAÇAO
  • 3. 8º - PREPARO PRÉVIO DE UM REBANHO DE CRIA 8.1 - Vacinações; 8.2 - Cortada de cascos; 8.3 - Limpada de períneo (posterior); 8.4 - Dosificações; 8.5 - Recuperação de ovelhas fracas ou doentes; 8.6 - Revisão de ovelhas antes das concentrações para reprodução. 9º - CUIDADOS COM OS REBANHOS DE CRIA DEPOIS DO ENCARNEIRAMENTO 9.1 - Uma observação muito importante; 9.2 - O crescimento de um feto ovino; 9.3 - O estado dos rebanhos de cria e o peso dos cordeiros ao nascer; 9.4 - A importância do peso dos cordeiros no nascimento ; 9.5 - A limpeza de ubres e períneo (posteriores) antes da parição. 10º - CUIDADOS DURANTE O PERÍODO DA PARIÇAO 10.1 - As recorridas dos campos; 10.2 - Os rebanhos de inseminação ; 10.3 - Abrigos ou maternidades. 11º - PRODUÇÃO DE LEITE E IDADE DE DESMAME 12º - A MORTALIDADE DE CORDEIROS E SUAS CONSEQUÊNCIAS 13º - ÍNDICES DE NATALIDADE QUE DEVEMOS PERSEGUIR 13.1 - Razões e conseqüências; CONCLUSÕES FINAIS.
  • 4. GENERALIDADES A criação de ovinos permite corrigir a grande maioria dos problemas que incidem negativamente na maior e melhor produtividade de um rebanho, com gastos reduzidissimos, muito próximos do custo zero, o que não ocorre com outras espécies animais.
  • 5. O maior ou menor sucesso financeiro na exploração ovina depende, basicamente, do maior ou menor esforço feito pelo produtor durante o ano de trabalho. GENERALIDADES
  • 6. A ovinocultura retribui muito bem o trabalho dedicado e competente do ovinocultor, premiando aquele que realmente é mais eficiente. GENERALIDADES
  • 7. Acreditamos que o produtor deve estudar e tomar conhecimento das práticas de manejo, GENERALIDADES convencendo-se da sua importância, para finalmente colocá-Ias em funcionamento.
  • 8. 1º - AUMENTO DA NATALIDADE DOS REBANHOS DE CRIA 1.1 - Seleção por fertilidade nos machos e fêmeas; 1.1.1 – Parto gemelar; 1.1.2 – Itens a considerar na seleção dos machos. 1.2 - Encarneiramento correto de borregas 1.2.1 - Falta de desejo sexual; 1.2.2 - Cio curto; 1.2.3 - Produção pequena de muco; 1.2.4 - Formação de papilas na entrada do colo. 1
  • 9. Qualquer trabalho de seleção ou de renovação normal e desejada num rebanho esbarra: 1° - na disponibilidade ou não de fêmeas novas em número capaz de permitir o descarte; 2° - e na eliminação dos ventres velhos e borregas novas inferiores. 2
  • 10. Para atingir esses dois objetivos: 1° - elevar o nível zootécnico dos rebanhos eliminando animais inferiores; 2° - descartar as ovelhas velhas. Devemos: produzir e salvar bastante cordeiros, atingindo índices de natalidade iguais ou superiores a 100%. 3
  • 11. • Os índices inferiores a 80% de desmame, não permitem fazer pressão seletiva nas borregas e, muito menos, substituir todas as ovelhas velhas com 7 e mais anos de idade, existentes num rebanho • Para obter estes índices devemos tomar alguns cuidados de manejo que consideramos indispensáveis. 4
  • 12. 1.1 – Seleção por fertilidade nas fêmeas e nos machos FÊMEAS: junto a seleção fenotipica é indispensável que se acrescente o que chamamos de seleção por fertilidade. 5
  • 13. Portanto, as ovelhas que não pariram, devem ser separadas e controladas com marca especial que as diferenciem das demais. Posteriormente, deverão em época oportuna, serem encarneiradas com 4% de carneiros testados, eliminando todas aquelas que retornarem na próxima produção de cordeiros sem cria ao pé. Adotando este sistema de trabalho todos os anos, aos poucos estaremos retirando dos nossos rebanhos, todas as ovelhas de baixa fertilidade. 6
  • 14. 1.1.1. Para aumentar partos gemelares 1 - Seleção genética; 2 - Alimentação e condição corporal adequadas; 3 - Cobertura no período de máxima fertilidade; 4 - Redução do estresse; 5 - Uso de carneiros na proporção correta. Selecionando fêmeas por partos duplos, estaremos aumentando a fertilidade de nosso rebanho 7
  • 15. MACHOS: a seleção por fertilidade deve ser feita também nos machos que são usados para os trabalhos de monta natural ou inseminação artificial. 8 O importante é produzir cordeiros, e, por isso mesmo, consideramos a seleção por fertilidade a mais necessária de todas quantas executamos nos nossos rebanhos de cria.
  • 16. 1.1.2 - Ìtens a considerar na seleção dos machos para a reprodução 1 - Adquirir somente animais de boa procedência; 2 - Usar carneiros com exame andrológico e exames clínicos e sorológicos negativos para Brucelose; 3 - Utilizar a proporção de no mínimo 3% de carneiros em relação ao número de ovelhas encarneiradas; 4 - Não utilizar carneiros excessivamente gordo; 5 - Carneiros velhos tendem a diminuir a sua capacidade reprodutiva. Por este motivo os carneiros devem ser substituídos após 4 anos de uso; 6 - Circunferência escrotal e consistência testicular também são importantes na hora da compra de um 9
  • 17. Tabela 1. Valores médios de perímetro escrotal em carneiros de diversas raças Raça Número de Animais Perímetro Escrotal (cm) Amplitude Corriedale 250 32 26-38 Ideal 116 33,5 24-39 Romney 79 30 25-36 Merino 56 36 29-40 Hampshire Down 92 33 21-40 lIe de France 56 32,5 27-37 Texel 31 30 23-35 Suffolk 29 31,5 27-38 Fonte: Dados obtidos em Exposições-feiras
  • 18. 1.2 - Encarneiramento correto de borregas • Normalmente o nosso produtor coloca as borregas no meio do rebanho de cria, tanto nos trabalhos de monta natural como nos de inseminação artificial, cometendo dessa forma um erro de manejo que pode prejudicar o número de ventres fecundados. • As características das borregas e o seu comportamento nesse período é muito diferente daquele apresentado por ovelhas ou matrizes de mais idade. Vejamos algumas características das borregas nessa fase. 10
  • 19. 1.2.1 - Falta de desejo sexual • As borregas mesmo que estejam em cio, evitam ou dificultam o trabalho dos carneiros, evitando-os ou esquivando-se deles; • As borregas em cio procuram menos os carneiros do que as ovelhas adultas, e, logicamente, são servidas um número de vezes muito menor do que as ovelhas de mais idade 11
  • 20. Duas experiências feitas na Nova Zelândia 1- Foram encarneiradas um lote de ovelhas e borregas misturadas com carneiros. No fim do período, os carneiros serviram em média 4,3 vezes cada ovelha em cio, enquanto que as borregas eram servidas apenas 1,9 vezes. 2- Num mesmo campo, foram colocadas 30 ovelhas, 30 borregas e 01 carneiro. Este preso a uma árvore marcado no peito com tinta. No final de um certo período, as ovelhas estavam todas marcadas e do lote de 30 borregas, apenas 11 receberam a mesma marca. 1.2.1 - Falta de desejo sexual 12
  • 21. 1.2.2 - Cio Curto • Estudos realizados a respeito da duração do cio nas borregas e ovelhas, determinaram que enquanto o cio das ovelhas dura de 24 a 72 horas, o das borregas dura apenas de 3 a 24 horas. • O tempo de duração é, portanto, muito curto nas borregas e, por isso mesmo, há necessidade de ter junta uma população com o mesmo comportamento, quando se realiza o encarneiramento, no propósito de obter os melhores resultados. 13
  • 22. 1.2.3 - Produção de muco • Os ventres ovinos quando entram em cio têm uma produção abundante de muco vaginal, o qual representa um veículo que facilita o trânsito do espermatozóide até o óvulo, para posterior fecundação. • As ovelhas adultas produzem bastante muco e as borregas normalmente, produzem pouca mucosidade, dificultando nessas circunstâncias, o trânsito dos espermatozóides. 14
  • 23. 1.2.4 - Formação de papilas na entrada do colo • As borregas têm formação de papilas caídas na entrada do canal cervical, revestindo-o muitas vezes, e, desse modo, dificultando o acesso de espermatozóides no seu interior; • Em virtude dessas características particulares das borregas, há necessidade de trabalhá-las separadamente no período de monta ou época de reprodução. 15
  • 24. Recomendamos aos produtores 1º - Encarneirar as borregas separadamente das ovelhas adultas; 2º - Usar com as borregas carneiros adultos de 3 e 4 anos, e, por isso mesmo, muito mais experientes; 3º - Em trabalhos de monta dirigida ou inseminação artificial, apartar as borregas duas vezes por dia, uma pela manhã e outra pela tarde, fazendo o trabalho de monta ou inseminação duas vezes por dia. 16
  • 25. 2º - PESO CORPORAL DAS BORREGAS PARA SEREM ENCARNEIRADAS OU INSEMINADAS O peso vivo no ovino jovem indica a idade fisiológica, ou o seu grau de maturidade sexual; O escore corporal–EC das borregas para encarneiar, não deve ser inferior a 3,0; 17
  • 26. 1. Todo peso superior será considerado excelente; 2. É importante observar estes pesos mínimos, no primeiro ciclo de reprodução das borregas, porque ele determinará no futuro, o bom ou mau desempenho reprodutivo durante toda a vida útil desses ventres. Raça Corriedale Hampshire Down Ideal Texel Peso corporal 38/40 kg 40/42 kg 36/38 kg 38/40 kg 18 Os pesos recomendados para utilização das borregas na reprodução das principais raças criadas no Estado do Rio Grande do Sul são:
  • 27. 3º - ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO DO REBANHO Outro aspecto importante no manejo de um rebanho ovino de cria é a época de encarneiramento: Trabalhos realizados na Austrália e repetidos na Argentina, Uruguai e no Rio Grande do Sul, indicam como época mais apropriada para encarneiramento dos rebanhos, o período de outono - março/abril - quando os dias começam a encurtar e as temperaturas a declinar. # Época de maior fertilidade nas ovelhas. 19
  • 28. A época de acasalamento é uma ferramenta no manejo reprodutivo do rebanho de cria Veja o gráfico: 20
  • 29. ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO Raça Época de encarneiramento Resultados percentuais Parição Assinalação Corriedale Primavera 67,20% 59,30% Outono 106,20% 92,50% Ideal Primavera 88,10% 75,40% Outono 112,00% 96,10% Hampshire Down Primavera 78,50% 64,40% Outono 105,00% 86,80% Lembramos aos produtores que estão com bons níveis de assinalação, que não mudem a época de encarneiramento, entretanto, recomendamos mudar a época a todos aqueles que estiverem com níveis baixos. 22
  • 30. SAZONALIDADE REPRODUTIVA 21 A redução da luminosidade aumenta a fertilidade das fêmeas.
  • 31. De acordo com as estações do ano , as ovelhas apresentam sazonalidade reprodutiva que são períodos de apresentação de cios e de anestros. . 23 SAZONALIDADE REPRODUTIVA
  • 32. Este método visa a separação em lotes de parição homogêneas, facilitando os cuidados com o rebanho e aumentando o sucesso na parição Encarneiramento com o uso de tinta 24
  • 33. 4º - IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E SUA CAPACIDADE REPRODUTIVA ““Ovelhas depois dos 6 anosOvelhas depois dos 6 anos de idade, diminuem rapidamente ade idade, diminuem rapidamente a sua capacidade reprodutiva”sua capacidade reprodutiva” (Smith em 1961 e o SUL em 1979)(Smith em 1961 e o SUL em 1979) 25
  • 34. Vejamos, a seguir, o Gráfico que demonstra esses resultados: 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Idade das ovelhas em anos Percentualdeparição Cabanha Azul – Quaraí-rs 26
  • 35. É importante que seja examinado este problema com muito cuidado e com muita preocupação, porque: 1 - Ovelhas de 7 e 8 anos – animais de média a baixa fertilidade; 2 - Borregas de primeira cria - animais de média a baixa fertilidade; IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E SUA CAPACIDADE REPRODUTIVA 27
  • 36. As borregas por sua natureza e, principalmente por receberem um manejo inadequado nesse período, na maioria das vezes, não conseguimos com elas níveis elevados de fecundação; As borregas e as ovelhas de 7 e 8 anos, quando mantidas, tornam muito elevado o número de ventres de mediana a baixa fertilidade que compõem esse rebanho. 28 Estaremos acrescentando ao rebanho de cria animais de duas idades desaconselháveis
  • 37. Se manter-mos borregas e ovelhas velhas juntas, fica muito difícil ao produtor elevar os índices de natalidade acima de 65%, o que representa um resultado muito baixo e insatisfatório, impossibilitando desse modo, a eliminação de borregas deficientes e a substituição total das ovelhas velhas com de 7 e 8 anos . 29
  • 38. 5º - CONTROLE DO UBRE DAS OVELHAS DE CRIA ANTES DO ENCARNEIRAMENTO Revisar antes do período de encarneiramento, o ubre de ovelha por ovelha, eliminando todo o ventre que tenha problemas principalmente de: 1. tetos entupidos; 2. tetos excessivamente grossos; 3. ubre com problemas infecciosos; 4. tetos cortados em acidentes de esquila. Um ventre nessas circunstâncias, sempre perderá o seu cordeiro, porque na verdade, está incapacitado para alimentá-lo adequadamente e, por isso mesmo, tal ventre deve ser eliminado do rebanho. 30
  • 39. 6º - INFLUÊNCIA DA NUTRIÇAO NO ACELERAMENTO DO CIO DAS OVELHAS • Devemos ter a preocupação de prepararmos o nosso rebanho de cria antes do período de encarneiramento ou inseminação, no propósito de encurtar o período inicial e final de cobertura e, logicamente, comprimir num tempo menor, o começo e fim da produção de cordeiros. Smith e Otegui, trataram ovelhas de cria antes do período de acasalamento com três níveis diferentes de nutrição: 1. Nível elevado de nutrição 2. Nível médio de nutrição 3. Nível baixo de nutrição • A finalidade dos três tratamentos é medir a velocidade de exteriorização do cio desses animais. 31
  • 40. Os resultados finais foram os seguintes:Percentualdeovelhasemcio 0% 20% 40% 60% 80% 100% 7 dias 14 dias 17 dias 21 dias Nível alto Nível médio Nível baixo 32
  • 41. • Peso corporal - é importante, porque ele representa a soma do estado sanitário e nutricional, durante a época de crescimento e acasalamento dessas fêmeas. Devemos trabalhar com EC acima de 3,0. • Gordura - Devemos deixar claro que o excesso de gordura nos ventres destinados à reprodução, não favorece em nada o percentual de fertilidade desses animais, ao contrário, prejudica. 1 - Fecundação do óvulo - A gordura se acumula na trompa dificultando a passagem do óvulo para o útero; 2 - Produção de muco - ovelhas demasiadamente gordas, geralmente têm pouca produção de muco e, conseqüentemente, dificultam o trânsito dos espermatozóides até atingirem o óvulo. 7º - O PESO CORPORAL DAS OVELHAS E O ÍNDICE DE FECUNDAÇAO 33
  • 42. O gráfico resume com propriedade esse trabalho: Peso vivo das ovelhas encarneiradas Percentualdeovelhasfalhadas 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 30 kg 35 kg 40 kg 50 kg 60 kg 34
  • 43. • Os rebanhos destinados à reprodução deverão receber por parte do produtor todas as atenções necessárias para que não venham a sofrer qualquer crise orgânica que possa prejudicar a ovelha nesse período. • Sabemos que a reprodução no animal é considerada"FUNÇÃO DE LUXO", porque, para o seu bom desempenho e maior sucesso, ela exige excelentes condições de saúde e plena recuperação orgânica do ventre que será destinado à reprodução. 35
  • 44. 8º - PREPARO PRÉVIO DE UM REBANHO DE CRIA ANTES DO ENCARNEIRAMENTO OU INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL 9.1 – VACINAÇÕES; 9.2 - CORTADA DE CASCOS; 9.3 - LIMPEZA DE POSTERIORES E UBRE; 9.4 - DOSIFICAÇÕES; 9.5 - RECUPERAÇÃO DE OVELHAS FRACAS OU DOENTES; 9.6 - REVISÃO DE OVELHAS ANTES DAS CONCENTRAÇÕES . PARA REPRODUÇÃO. 36
  • 45. 8.1 - Vacinações • Devemos ser cuidadosos nesse momento, redobrando as nossas atenções na parte sanitária, principalmente quando os rebanhos são concentrados para trabalhos de inseminação artificial, encarneiramento, áreas pequenas e densamente povoadas. • As vacinações contra CLOSTRIDIOSES e FOOT ROT, devem preceder em 30 dias ou mais, a época dessas concentrações de rebanhos. 37 Principais práticas de manejo para ovinos no Rio Grande do Sul. Manejo Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Acasalamento • • 0 • 0 Desmame • • 0 Sinalação • • 0 Castração e Descole • 0 • • 0 Controle de Verminose • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 • 0 Limpeza Pré-parto • • 0 • 0 Controle de Casco • 0 • 0 Esquila (tosquia) • 0 • 0 Seleção e Classificação • 0 • 0 Banho: Sarna e Piolho • 0 • 0 Vacina: Clostridioses • 0 • 0 Vacina: Ectima Contagioso • 0 • 0 Vacina: Manqueira (Pietin) • 0 • 0 Fonte: Madeira, J.F.D. (1996)
  • 46. 8.2 – Apara de cascos É aconselhável também, cortar devidamente todos os cascos, de ovelha por ovelha, das que se pretende colocar em serviço de reprodução. 38
  • 47.
  • 48.
  • 49. 8.3 – Limpeza de posteriores • É importante e higiênico limpar os posteriores (períneo) das ovelhas concentradas para reprodução, facilitando o trabalho dos carneiros e evitando que as sujeiras dos posteriores terminem servindo de veículo de contaminação das ovelhas. 39
  • 50. 9.4 - Dosificações • A everminação desses rebanhos exige um controle rígido e seria aconselhável nesse período a utilização de vermífugos da melhor eficiência possível. • Aconselhamos aos produtores que não usam como rotina de trabalho, o controle de verminose, que utilizem o sistema de verificação do grau de infestação de seus rebanhos(OPG e/ou FAMACHA), principalmente nesse período de encarneiramento. 40
  • 51. 8.5 – Recuperação de ovelhas fracas ou doentes Aconselhamos evitar a concentração de ovelhas doentes com problemas de cascos ou outras que estejam organicamente muito fracas e, por isso mesmo, sem condições de serem colocadas na reprodução naquele momento. Seria interessante que esse tipo de animal, sofresse um tratamento de recuperação, no propósito de colocá-Io em condições satisfatórias de saúde, para somente depois pensar na sua utilização, incorporando-o nos rebanhos de cria. 41
  • 52. 8.6 – Revisão das ovelhas antes das concentrações para reprodução A observação do dia-a-dia de trabalho, permite dizer que existem muitos problemas nas ovelhas usadas em reprodução que prejudicam a fertilidade desses ventres e, conseqüentemente, os índices de natalidade. • Os problemas mais comuns observados: 1. infecciosos; 2. estreitamentos vaginais; 3. formação de tabiques que obstruem a entrada do colo uterino. 42
  • 53. Problemas infecciosos: a) - Partos de cordeiros grandes que necessitem de ajuda; b) - Miíases (bicheiras) vaginais; c) - Ovelhas desatracadas por pessoas com mãos sujas; d) - Infestação pela própria falta de higiene nos trabalhos de inseminação artificial; e) - Contaminação através do rufião. 43
  • 54. Estreitamentos vaginais 1. Congênito; 2. Adquirido. Formação de tabiques 1.Algumas ovelhas ou borregas podem apresentar a formação de tabiques no colo do útero.
  • 55. • Alguns são insanáveis e, por isso mesmo, devemos eliminar esses ventres; • Outros são facilmente superados, bastando apenas um tratamento adequado, com orientação de médico veterinário especializado na área de reprodução. Aconselhamos, portanto, que os produtores e em particular os cabanheiros, que façam uma revisão anual de seus ventres antes do período de reprodução. 44
  • 56. 9º - CUIDADOS COM OS REBANHOS DE CRIA DEPOIS DO ENCARNEIRAMENTO 10.5 - A LIMPEZA DE UBRES E POSTERIORES 10.4 - A IMPORTANCIA DO PESO DO CORDEIRO AO NASCER 10.3 - O ESTADO DOS REBANHOS DE CRIA 10.2 - O CRESCIMENTO DE UM FETO 10.1 – ALGUMAS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 45
  • 57. • Os rebanhos de cria devem preocupar e receber uma atenção especial dos produtores durante o período que antecede o acasalamento, durante o acasalamento e principalmente depois do acasalamento; • Muitas vezes, descuidos no manejo dos rebanhos nesse período, podem levar ao insucesso nas assinaladas, com baixos percentuais de cordeiros e todas as conseqüências negativas desse resultado final; Alguns cuidados que julgamos de capital importância: 46
  • 58. 1. Uma vez iniciado o período de monta, há necessidade de evitar todo tipo de stress ou desgaste físico excessivo dos ventres em serviço, principalmente daqueles que já foram fecundados; 2. Devemos evitar juntadas apressadas que forcem a marcha dos rebanhos; 3. Devemos evitar a movimentação do rebanho em horas de sol muito quente, pois a elevação da temperatura corporal dos ovinos pode levar o embrião, em fase embrionária, à morte; 4. Lembramos que o óvulo fecundado, necessita de 7 a 15 dias para aninhar-se na parede uterina e "fixar residência“. 9.1 – Algumas observações importantes 47
  • 59. 5. O período inicial de gestação representa o mais critico e delicado e qualquer desequilíbrio térmico, pode ocasionar perdas por morte embrionária na proporção de 30 a 40% das ovelhas fecundadas que estejam nesse período critico. 6. Os óvulos durante a sua descida pelas trompas uterinas, são muito sensíveis ao calor e, logicamente, ao aumento de temperatura corporal dos ovinos. 7. Devemos ter muito cuidado na hora de conduzir um rebanho de cria e principalmente, na maneira de conduzí-lo. 48
  • 60. 9.2 - O crescimento de um feto • O crescimento de um feto não é proporcional ao longo do período de gestação, ou seja, não cresce de modo uniforme e constante. Nos primeiros dois meses ele cresce pouco e no último mês chega a dobrar o peso desenvolvido durante os primeiros quatro meses de gestação. • A ovelha gestante é, portanto, muito exigida no último mês de prenhez, razão pela qual devemos redobrar os cuidados sanitários e melhorar o nível de nutrição nesse período. • Peso do feto: 1 - Nas 8 primeiras semanas: 1,300 kg ou 1,500 kg. 2 – Dos 2 aos 4 meses: 1,600 ou 2,000 kg, 2 – No 5 mês de gestação: 3,500 ou 4,000 kg e mais. 49
  • 61. O gráfico reproduz em grandes números esse crescimento: 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 Meses de gestação PesodoCordeiro Fonte: Carrol, H.T. Austrália 50
  • 62. 9.3 - O estado dos rebanhos de cria e o peso dos cordeiros ao nascer • H. T. CARROL, pesquisador australiano, sub-meteu ovelhas de cria nos últimos três meses de gestação, a dois tratamentos diferentes de nutrição. 1º grupo foi submetido a um regime de excelente alimentação durante esse período; 2º grupo foi condicionado a um regime de alimentação pobre. Ao final dos trabalhos de observação, os resultados foram os seguintes: 51
  • 63. R e g i m e d e A l i m e n t a ç ã o Exelente Pobre 1 - Desenvolvimento maior das glândulas mamárias; 2 - Boa produção de leite para alimentar o cordeiro; 3 - Progresso rápido do cordeiro para atingir o ubre da mãe; 4 - Peso maior do cordeiro ao nascer; 5 - Superfície corporal adequada ao peso do cordeiro, com pouca pele solta e, portanto, fácil de ser irrigada e aquecida; 6 - Menor dificuldade para manter a temperatura uniforme todo o corpo; 7 - Maior reserva de energia através do revestimento de gordura na volta dos rins. 1 – Desenvolvimento menor das glândulas mamárias; 2 - Má produção de leite para alimentar o cordeiro; 3 - Progresso lento do cordeiro para atingir o ubre da mãe; 4 - Peso menor do cordeiro ao nascer; 5 - Superfície corporal grande com relação ao peso. Muita pele solta e, portanto, difícil de ser irrigada e aquecida; 6 - Maior dificuldade para manter a temperatura uniforme em todo o corpo; 7 - Menor reserva de energia com escasso acúmulo de gordura nos rins. 52
  • 64. 9.4 – A importância do peso dos cordeiros ao nascer •Podemos afirmar que um cordeiro forte ao nascer, tem gordura acumulada nos rins, e ela passa a ser o primeiro elemento energético produtor de calorias que o cordeiro usa para compensar o desequilíbrio da temperatura existente entre o útero materno e o meio ambiente que o está recebendo. •Uma ovelha bem cuidada sanitariamente, nesse período, e bem nutrida, produzirá um cordeiro forte e suficientemente resistente para sobreviver, superando todas as dificuldades iniciais. 54
  • 65. Peso ao nascer - importante porque dele dependo o maior ou menor índice de mortalidade neonatal 1 – O maior índice de mortes ocorrem em cordeiros que nascem com menos de 3,5 kg de peso vivo. 2 – O menor índice de mortes ocorrem em cordeiros que nascem com mais de 3,5 , 4,0, e 4,5 kg. 3 – Os cordeiros que nascem com mais de 4,5 kg, apresentam problemas ao nascer como: • lesões no cordeiro provocadas pela dificuldade do parto; • partos muito demorados; • partos distócitos (cordeiros trancados). 55
  • 66. Sabemos, todos nós, que o cordeiro logo depois de nascer, necessita queimar energias existentes no seu organismo para equilibrar a sua temperatura. 1. Devemos considerar que ele sai do ventre materno numa temperatura de 39 a 40 graus e enfrenta um ambiente externo geralmente com temperatura que pode variar de 18 graus até 1 ou 2 graus abaixo de zero; 2. A primeira energia que o cordeiro queima para estabelecer o seu equilíbrio térmico é a gordura que envolve os rins. Serve para sabermos se nasceu vivo ou morto; 3. A queima orgânica das gorduras nessa idade deixa como resíduo, na volta dos rins, uma espécie de gelatina transparente. 53
  • 67. 56
  • 68. 9.5 - A limpeza do ubre e períneo • Ubre - A limpeza ou tosa do ubre das ovelhas de cria antes da parição, deve ser uma rotina de trabalho comum a todo produtor consciente dessa necessidade; A limpeza do úbere facilita o aceso do cordeiro ao teto. 57
  • 69. A limpeza do períneo reduz o risco de contaminação. Períneo - A limpeza de posteriores das ovelhas de cria antes da parição, é outra prática importante que deve ser adotada como medida higiênica dos rebanhos, diminuindo a contaminação na hora do parto 58
  • 70. 10º - CUIDADOS DURANTE O PERÍODO DA PARIÇÃO 10.1 - As recorridas dos campos; 10.2 - Os rebanhos de inseminação; 10.3 - Abrigos ou maternidades. 59
  • 71. 10º - CUIDADOS DURANTE O PERÍODO DA PARIÇÃO Os rebanhos de cria, quando se aproximam do período de parição, exigem cuidados muito especiais e indispensáveis para a obtenção de melhores resultados, conseguindo diminuir mortes de cordeiros e, logicamente, obtendo um aumento das taxas de assinalação. 60
  • 72. Um dos primeiros trabalhos sobre ovinocultura produzido no Rio Grande do Sul, pertence ao Dr. JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS BRASIL, publicado no ano de 1896, descreve exemplos de trabalhos na Austrália. Quando pensamos que os ovinocultores australianos faziam isso e tinham essa preocupação com a exploração de ovinos em 1896, fácil se torna entender porque eles são hoje os maiores produtores de ovinos do mundo. 61
  • 73. 10.1 – As recorridas dos campos • Os campos povoados por rebanhos de cria próximos à parição, devem ser recorridos diariamente, duas vezes por dia, uma de manhã e outra de tarde. As recorridas deverão ser cuidadosas, sem correrias, atropelos ou presença de cachorros. • Os recorredores (empregados) devem andar só, no propósito de prestarem atenção ao trabalho que estão executando. 62
  • 74. 10.2 – Os rebanhos de inseminação • Quando os rebanhos são inseminados, se torna fácil saber as datas em que as ovelhas deverão parir, considerando que uma a uma delas recebe o controle do dia da sua inseminação. • Com este controle, podemos redobrar os cuidados durante os dias de parição neste ou naquele lote de ovelhas. • Facilita a separação por lotes para parirem perto do estabelecimento. 63
  • 75. 10.3 – Abrigos ou maternidades Cabanhas - nas cabanhas que trabalham com animais puros de pedigree - PO, e, portanto, de grande valor, recomendamos a construção de “galpões de parição”. Rebanhos comerciais - nas propriedades que trabalham com rebanhos comerciais, para a produção de cordeiros, aconselhamos a construção de abrigos ou maternidades para proteger as ovelhas durante a parição e os cordeiros na sua primeira semana de vida. 64
  • 76. 11º - PRODUÇÃO DE LEITE E IDADE DE DESMAME Diversos trabalhos experimentais realizados na Austrália, Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, demonstraram a vantagem de desmamar os cordeiros com oito semanas de nascidos. Os testes são conclusivos, mas é importante afirmar que isso somente é possível realizar com sucesso quando se dispõe de pastagem artificial e quando se executa, juntamente, um bom programa sanitário nesses animais. 65
  • 77. As razões dos testes terem determinado a idade de oito semanas como a mais adequada para o desmame, se prendem a duas causas: 1 - A partir da oitava semana de amamentação, a ovelha começa a diminuir a produção de leite, reduzindo o volume diário em 40 ou 50%; 2 - Coincidentemente, o cordeiro a partir da oitava semana completa o desenvolvimento do seu trato digestivo, passando, a partir desse momento, a aproveitar o pasto que come funcionando como verdadeiro ruminante; 66
  • 78. Observe a seguir o Gráfico 0 0,5 1 1,5 2 2,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Redução de 56% Produçãodeleite(kg/dia) Idade do cordeiro em semanas Fonte: Hodge - Moore, R. W. 67
  • 79.
  • 80. Vantagens do desmame mais cedo 1 - Em condições de pastoreio, o leite materno é de pouca importância após oito semanas; 2 - Os cordeiros não tem seu crescimento afetado; 3 - Há vantagens na recuperação das ovelhas para o próximo encarneiramento ou inseminação; 4 - Diminui a contaminação dos cordeiros com parasitas provenientes das ovelhas; 5 - Os cordeiros podem ser transferidos para outros sistemas de alimentação, para terminação de carcaças.
  • 81. 12º - A MORTALIDADE DE CORDEIROS E SUAS CONSEQUÊNCIAS 1. Mais do que nunca devemos ter uma grande preocupação não só com os índices de natalidade dos nossos rebanhos de cria, como também com a mortalidade de cordeiros; 2. Uma ovelha que gestou e pariu um cordeiro, tem que desmamar este cordeiro, assim, estaremos garantindo um bom índice de assinalação; 3. Índice de mortalidade de cordeiro alta, significa índice de assinalação ou desmame baixo; 68
  • 82. Devemos repetir que quanto maior for a mortalidade de cordeiros: Como conseqüência disso: menor o número de animais disponíveis para a venda. menor será a renovação do rebanho menor será a taxa de desfrute menor será a pressão de seleção 69
  • 83. Os índices de 80% e 100% de assinalação e natalidade, respectivamente, são os mínimos aconselhados, e os que devemos perseguir, como produtores conscientes do nosso trabalho, no desejo de, aumentar as taxas de desfrute e melhorar a rentabilidade do produto ovino. 71 13º - ÍNDICES DE NATALIDADE QUE DEVEMOS PERSEGUIR
  • 84. Nos preocupa enormemente as baixas taxas de assinalação de cordeiros, fruto muito mais das altas taxas de mortalidade, do que propriamente por baixos índices de fecundação das ovelhas de cria. Se fizermos duas evoluções de rebanho estabilizado, com 100 ovelhas de cria, variando apenas os índices de assinalação: 1 - Uma com índice de assinalação de 65% de cordeiros - não permite que se faça descarte de borregas inferiores, e, se isso acontecer, o número de fêmeas novas de reposição será insuficiente para substituir as ovelhas velhas; 2 - Outra com índice de assinalação de 80%. de cordeiros – poderemos fazer pressão seletiva no rebanho, eliminando as ovelhas velhas e as borregas improdutivas ou com problemas. 70
  • 86. CONCLUSÕES FINAIS 1 - Inicialmente, devemos afirmar que todas essas tecnologias de manejo descritas neste trabalho, podem e devem ser adotadas pelos criadores de ovinos, porque são práticas de trabalho comprovadas, de fácil adoção, as quais não custam quase nada. 73
  • 87. 2 - Os índices de natalidade não deverão ser inferiores a 100%, caso contrário, não haverá número de borregas suficiente para substituir as ovelhas velhas e muito menos para permitir qualquer tipo de seleção nos rebanhos. CONCLUSÕES FINAIS 74
  • 88. 3 - Ovelhas com mais de sete anos, devem ser eliminadas dos rebanhos, mas para isso temos que salvar cordeiros, ou então seremos obrigados a continuar mantendo uma parcela de ventres velhos nos rebanhos, com todas as conseqüências negativas já conhecidas. CONCLUSÕES FINAIS 75
  • 89. 4 - Devemos salvar e criar mais cordeiros por cada 100 ovelhas. CONCLUSÕES FINAIS 76
  • 90. 5 - Devemos tomar maior consciência da forma adequada de executar qualquer trabalho com ovinos, considerando a dificuldade de mão- de-obra especializada e competente nessa área, problema que se torna mais grave quando o dono da propriedade não sabe ensinar porque não sabe fazer. CONCLUSÕES FINAIS 77
  • 91. 6 - O ovino é um animal que exige cuidados especiais, mas também retribui quando isso acontece. CONCLUSÕES FINAIS 78
  • 92. 7 - A ovinocultura nunca, em parte nenhuma do mundo, foi desenvolvida com sucesso por pessoas desabilitadas e sem conhecimentos da atividade, ela sempre exigiu trabalho, dedicação e competência. CONCLUSÕES FINAIS 79
  • 93. 10 - Finalmente, devemos afirmar que a ovinocultura ao longo da sua história, sempre produziu bem-estar, abrigo e alimento para todos. A ovinocultura é a única atividade que oferece ao mesmo tempo, quatro alternativas importantes de produção: carne, leite, lã e pele. CONCLUSÕES FINAIS 80
  • 94. “A OVINOCULTURA QUANDO TRABALHADA COMO UMA VERDADEIRA ATIVIDADE, SEMPRE MOSTRARÁ SUA PRODUTIVIDADE” “Francisco Jorge Boffil”
  • 95. OBRIGADO José Galdino Garcia Dias Médico Veterinário ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS A.R.C.O. - Inspetor Técnico São Gabriel – RS - BR Telefone: +55 55 9918 3434 +55 55 3505 5279 E-mail: josegaldino@terra.com.br