A soberbia e o orgulho levam à queda segundo Ezequiel
1. Recapitulação oral da escola do ministério teocratico
29.08.2012
1. A apostasia é espiritualmente nociva. “Pela boca é que o apóstata arruína seu
próximo.” (Provérbios 11:9) Seremos sábios se rejeitarmos até mesmo a idéia de
dar ouvidos aos apóstatas.
A idolatria da cristandade foi prefigurada pelas coisas detestáveis que Ezequiel
observou em visão. Por exemplo, ele disse: “Eis que havia do lado do norte do
portão do altar este símbolo de ciúme na entrada! E [Jeová] prosseguiu, dizendo-
me: ‘Filho do homem, estás vendo que grandes coisas detestáveis estão fazendo,
as coisas que a casa de Israel está fazendo aqui para eu ficar longe do meu
santuário?’” — Ezequiel 8:1-6.
No pátio interno do templo, Ezequiel viu a seguir 25 israelitas apóstatas adorando
o Sol — em violação da ordem de Jeová contra tal idolatria. (Deuteronômio 4:15-
19) Esses idólatras também ‘estendiam ao nariz de Deus um rebento obsceno’,
que talvez representasse o órgão genital masculino. Não é de admirar que Deus
não respondesse às orações deles, assim como também a cristandade procurará
a ajuda de Deus na “grande tribulação”, mas em vão. (Mateus 24:21) Assim como
aqueles israelitas apóstatas adoravam o Sol, a fonte de luz, com as costas viradas
para o templo de Jeová, também a cristandade vira as costas para a luz de Deus,
ensina doutrinas falsas, idolatra a sabedoria do mundo e fecha os olhos à
imoralidade. — Ezequiel 8:15-18.
2. Durante o sétimo século AEC, Jeremias e Ezequiel, profetas de Deus,
transmitiram mensagens divinas de julgamento contra Jerusalém, devido ao
proceder obstinado dela em desobediência a Deus. A destruição que predisseram
ocorreu em 607 AEC, embora os mensageiros de Deus tivessem sido refutados
por líderes religiosos destacados e influentes. Estes últimos mostraram ser
‘profetas estúpidos que desencaminhavam o povo de Deus, dizendo: “Há paz!”
quando não havia paz’. — Ezequiel 13:1-16; Jeremias 6:14, 15; 8:8-12.
2. Igual aos “profetas estúpidos” daquele tempo, a maioria dos líderes religiosos
atualmente também deixa de avisar o povo a respeito do vindouro dia de
julgamento da parte de Deus. Em vez disso, pintam um quadro otimista de que
grupos políticos por fim conseguirão paz e segurança. Estando mais ansiosos de
agradar aos humanos do que a Deus, dizem aos seus paroquianos o que estes
querem ouvir, em vez de explicar que o Reino de Deus já está estabelecido e que
o Rei messiânico em breve completará a sua conquista. (Daniel 2:44; 2 Timóteo
4:3, 4; Revelação 6:2) Como falsos profetas, eles também falam de “paz, quando
não há paz”. Mas a convicção deles em breve se transformará em repentino
horror, quando se virem confrontados com o furor Daquele a quem difamaram e
sobre cujo nome lançaram indizíveis vitupérios. Os líderes do império mundial da
religião falsa, o qual é descrito na Bíblia como mulher imoral, ficarão sufocados
pelos seus próprios desencaminhantes clamores de paz. — Revelação 18:7, 8.
3. As duas águias representavam os governantes de Babilônia e do Egito. A
primeira águia foi ao topo do cedro, isto é, ao governante que pertencia à
linhagem real de Davi. Essa águia arrancou o topo dos noveleiros, ou brotos, por
trocar o Rei Joaquim, de Judá, por Zedequias. Apesar de ter feito um juramento de
lealdade, Zedequias buscou a ajuda da outra águia, o governante do Egito, mas
sem sucesso. Ele teria de ser levado cativo e morrer em Babilônia.
Jeová também arrancou “um tenro”, o Rei Messiânico. Esse foi transplantado
sobre “um monte alto e elevado”, no monte Sião celestial, onde se tornará “um
cedro majestoso”, uma fonte de verdadeiras bênçãos para a Terra. — Revelação
(Apocalipse) 14:1.
4. Se havemos de nos beneficiar do cumprimento de profecias messiânicas,
contudo, precisamos manter uma boa relação com Jeová. Os co-exilados de
Ezequiel aparentemente achavam que tinham uma boa posição diante de Deus e
culpavam seus antepassados por seus sofrimentos. Mas, o profeta destacou que
cada pessoa é responsável pelas conseqüências de sua própria conduta.
(Ezequiel 18:1-29; compare com Jeremias 31:28-30.) A seguir, um apelo. (Leia
Ezequiel 18:30-32.) Sim, Jeová é misericordioso para com os arrependidos e não se
agrada da morte de ninguém. Por conseguinte, Deus diz: ‘Recuai e continuai
vivos.’ — Compare com 2 Pedro 3:9.
3. 5. Apesar de Nabucodonosor ter feito uso de adivinhação, foi Jeová que fez que o
governante pagão marchasse contra Jerusalém. Isso mostra que nem mesmo os
demônios podem impedir que Jeová use seus agentes executores para cumprir
seu propósito.
6. Sob sítio, Jerusalém foi retratada como uma panela de boca larga. A ferrugem
representava a sujeira moral da cidade — impureza, conduta desenfreada e
derramamento de sangue, pelos quais ela era responsável. Sua impureza era tão
grande que, mesmo colocando a panela vazia sobre brasas até ficar bem quente,
não se conseguia remover a ferrugem.
7. Por exemplo, Ezequiel profetizou que Tiro seria devastada, e isso se cumpriu
em parte quando Nabucodonosor tomou a cidade depois de um sítio de 13 anos.
(Eze. 26:2-21) Este conflito não significou o fim completo de Tiro. Contudo, o
julgamento de Jeová era que Tiro fosse totalmente destruída. Ele predissera por
intermédio de Ezequiel: “Vou raspar dela o seu pó e fazer dela a lustrosa
superfície escalvada dum rochedo. . . . As tuas pedras, e o teu madeiramento, e o
teu pó colocarão no próprio meio da água.” (26:4, 12)
Tudo isto se cumpriu mais de 250 anos mais tarde, quando Alexandre Magno
investiu contra a cidade-ilha de Tiro. Os soldados de Alexandre recolheram todos
os entulhos da cidade continental reduzida a ruínas e os lançaram no mar,
construindo assim um caminho de acesso à cidade-ilha, de 800 metros. Daí,
mediante uma intricada operação de cerco, escalaram as muralhas de 46 metros
de altura para tomar a cidade, em 332 AEC. Milhares foram mortos e muitos foram
vendidos como escravos. Segundo Ezequiel também predissera, Tiro se tornou a
‘superfície escalvada dum rochedo e um enxugadouro de redes de arrasto’.
(26:14)
8. Jeová inspirou seu profeta Ezequiel a expor e condenar a dinastia dos reis de
Tiro. Na mensagem ao “rei de Tiro” há expressões que valem tanto para a dinastia
de Tiro como para o traidor original, Satanás, que “não permaneceu firme na
verdade”. (Ezequiel 28:12; João 8:44) Houve tempo em que Satanás era uma leal
criatura espiritual na organização de Jeová composta de filhos celestiais. Por meio
de Ezequiel, Jeová indicou a causa básica da rebelião tanto da dinastia de Tiro
como de Satanás:
4. (Ezequiel 28:13-17) Portanto, a soberba induziu os reis de Tiro à violência contra
o povo de Jeová. Como centro comercial, Tiro tornou-se muito rico e famoso por
seus belos produtos. (Isaías 23:8, 9) Os reis de Tiro tornaram-se arrogantes e
passaram a oprimir o povo de Deus.
De modo similar, a criatura espiritual que se tornou Satanás tinha antes a
sabedoria necessária para cumprir qualquer tarefa que Deus lhe confiasse. Mas,
em vez de ser grato, ficou ‘enfunado de orgulho’ e passou a desprezar o modo de
Deus governar. (1 Timóteo 3:6) Satanás julgava-se tão importante que começou a
querer ser adorado por Adão e Eva. Esse mau desejo ‘tornou-se fértil e deu à luz o
pecado’. (Tiago 1:14, 15) Satanás seduziu Eva a comer do fruto da única árvore
da qual Deus havia proibido de comer. Depois, Satanás usou Eva para induzir
Adão a comer do fruto proibido. (Gênesis 3:1-6) Com isso, o primeiro casal
humano rejeitou o direito de Deus de governá-los e, com efeito, tornaram-se
adoradores de Satanás, cuja soberba é sem limites. Ele tem tentado seduzir todas
as criaturas inteligentes no céu e na Terra, incluindo Jesus Cristo, a adorá-lo,
rejeitando assim a soberania de Jeová. — Mateus 4:8-10; Revelação (Apocalipse)
12:3, 4, 9.
O primeiro pecador e o rei de Tiro. O pecado e a imperfeição humanos,
naturalmente, foram precedidos pelo pecado e pela imperfeição no domínio espiritual, conforme
revelam as palavras de Jesus em João 8:44 e o relato no capítulo 3 de Gênesis. A endecha
registrada em Ezequiel 28:12-19, embora dirigida ao humano “rei de Tiro”, evidentemente equipara-se
ao proceder adotado por aquele filho espiritual de Deus que pecou primeiro. O orgulho do “rei de
Tiro”, ao constituir-se em ‘deus’, ser ele chamado de “querubim”, e a referência a “Éden, jardim de
Deus”, certamente correspondem às informações bíblicas sobre Satanás, o Diabo, que se enfunou de
orgulho, é ligado à serpente no Éden e é chamado de “o deus deste sistema de coisas”. — 1Ti 3:6; Gên
3:1-5, 14, 15; Re 12:9; 2Co 4:4.
O anônimo rei de Tiro, morando na cidade que afirmava ser “perfeita em lindeza”, era ele mesmo
“cheio de sabedoria e perfeito [adjetivo aparentado com o hebr. ka·lál] em beleza”, e “sem defeito
[hebr.: ta·mím]” nos seus caminhos, desde a sua criação até que se achou nele injustiça. (Ez 27:3;
28k:12, 15) A primeira ou direta aplicação da endecha em Ezequiel talvez seja à linhagem de
governantes tírios, em vez de a um rei específico. (Veja a profecia dirigida contra o anônimo “rei de
Babilônia” em Is 14:4-20.) Neste caso, talvez se refira a um anterior proceder de amizade e de
cooperação adotado pela governança tíria durante os reinados dos reis Davi e Salomão, quando Tiro
até mesmo contribuiu para a construção do templo de Jeová no monte Moriá. De início, portanto,
não se achava falta na atitude tíria, oficial, para com Israel, o povo de Jeová. (1Rs 5:1-18; 9:10, 11, 14;
2Cr 2:3-16) Reis posteriores, porém, afastaram-se deste proceder “sem defeito”, e Tiro foi condenada
pelos profetas de Deus, Joel e Amós, bem como por Ezequiel. (Jl 3:4-8; Am 1:9, 10) Além da
evidente similaridade entre o proceder do “rei de Tiro” e o do principal Adversário de Deus, a
5. profecia ilustra de novo como as expressões “perfeição” e “sem defeito” podem ser usadas em sentidos
limitados.
9. Depois da destruição de Jerusalém em 607 AEC, o restante de Judá fugiu para
o Egito apesar dos avisos do profeta Jeremias. (Jeremias 24:1, 8-10; 42:7-22) Isso
não os livrou dos babilônios, pois Nabucodonosor atacou e conquistou o Egito.
Pode ser que o período de 40 anos de desolação do Egito tenha acontecido em
seguida. Embora registros históricos fora da Bíblia não forneçam nenhum indício
dessa desolação, podemos confiar que ela aconteceu, pois Jeová é o Cumpridor
de profecias. — Isaías 55:11.
10. Ezequiel deu também bom exemplo por ser obediente e não se deixar
dissuadir pela indiferença ou zombaria. Similarmente, mantendo-nos em dia com o
desenvolvimento da língua pura, estaremos sintonizados com o rumo que toma o
régio Condutor do Carro. Estaremos assim preparados para atender às suas
ordens, fortalecidos para sermos imperturbáveis diante da indiferença ou da
zombaria da parte dos a quem falamos a mensagem de julgamento de Jeová.
Como no caso de Ezequiel, Deus nos preveniu de que alguns se oporiam
ativamente, sendo duros de cabeça e de coração. Outros não ouviriam por não
desejarem escutar a Jeová. (Ezequiel 3:7-9) Ainda outros seriam hipócritas, como
Ezequiel 33:31, 32 declara: “Eles entrarão chegando a ti, como a entrada do povo,
e se assentarão diante de ti como o meu povo; e certamente ouvirão as tuas
palavras , mas não as porão em prática, porque com a sua boca expressam
desejos sensuais e seu coração vai atrás de seu lucro injusto. E eis que tu és para
eles como uma canção de amores sensuais, como alguém com voz bonita e que
toca bem um instrumento de cordas. E certamente ouvirão as tuas palavras, mas
não há quem as ponha em prática.”
Qual seria o desfecho? O versículo 33 acrescenta: “E quando isso se cumprir —
eis que tem de se cumprir — então terão de saber que foi um profeta que veio a
estar no meio deles.” Estas palavras revelam que Ezequiel não desistiu por falta
de boa receptividade. A apatia de outros não o tornou apático. Quer as pessoas
ouvissem, quer não, ele obedeceu a Deus e cumpriu a sua missão.