O documento discute as abordagens de leitura presentes na Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) e na Prova Brasil. Apresenta exemplos de questões dos testes que evidenciam uma abordagem predominantemente conteudista e cognitivista de leitura. Também reflete sobre os resultados da ANA no Espírito Santo e as concepções de leitura que subsidiam o trabalho nas salas de aula.
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
Pnaic 27 de outubro
1. Universidade Federal do Espírito Santo
Centro de Educação
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alfabetização,
Leitura e Escrita
Avaliação Nacional de
Alfabetização (ANA): questões
para análise e propostas de
intervenção na sala de aula
2. RETOMANDO...
Discutimos sobre as
avaliações externas e suas
implicações nas práticas
pedagógicas, enfocando, em
especial, a ANA, buscando
compreender o seu contexto
de produção e o modo como
é organizada.
Passaremos a analisar as
concepções que subsidiam
as abordagens de leitura
presentes nessa avaliação,
a partir da “Escala de
proficiência em leitura” e de
exemplos de questões.
3. VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS DE QUESTÕES QUE EVIDENCIAM
AS ABORDAGENS DE LEITURA QUE PREDOMINAM NOS TESTES
DA ANA
11. ATIVIDADE 1
Leitura em grupo do texto: “Abordagens de leitura”.
Leitura do quadro de “Escalas de proficiência em leitura”
da ANA.
Diálogo com os textos:
- Que abordagens ou abordagem de leitura
fundamenta(m) as escalas de proficiência de leitura da
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA)?
- A avaliação não leva em consideração a concepção
discursiva de leitura. O que esse aspecto revela?
19. RESUMINDO...
Podemos concluir que a ANA se fundamenta em sua
maior parte, ou seja, há o predomínio em uma
concepção de leitura conteudística, na qual ler é ato
de decodificação de informações, conforme podemos
observar nos níveis 1 e 2. No entanto, encontramos
nos outros níveis também a concepção de leitura
cognitivista.
22. Possíveis abordagens de leitura
Interpretação de texto 1:
• a) Qual é o lema da campanha?
• b) Quem produziu esse texto?
• c) Em que ano foi realizada a campanha?
• d) Essa campanha é destinada a quem?
• e) Qual é a brincadeira retratada na campanha?
• f) Quais são as atividades físicas sugeridas nessa campanha?
O que enfatizam esses questionamentos?
Enfatiza a compreensão da mensagem do texto e a
identificação dos conteúdos.
23. Interpretação de texto 2:
• a) O cartaz apresenta uma campanha. Observando as imagens
podemos antecipar o assunto dessa campanha? Sobre o que
irá tratar?
• b) Leia as informações contidas no cartaz e responda: qual é o
assunto da campanha?
• c) Qual a relação entre a brincadeira da amarelinha e o lema
da campanha?
O que esses questionamentos priorizam?
Priorizamos aqui a necessidade de inferir, antecipar,
comparar...
24. ABORDAGEM COGNITIVISTA
A leitura aqui é vista como um processo de
compreensão das informações presentes no
texto. E para compreender o leitor utiliza
esquemas cognitivos, (percepção, inferências,
memória) conhecimentos prévios e
circunstâncias em que o texto foi produzido
para apreender as ideias. O foco centra-se no
leitor (GONTIJO, SCHWARTZ, 2009).
GONTIJO; SCHWARTZ, 2009
25. AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA
GONTIJO; SCHWARTZ, 2009
- Uma estratégia de leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar
informações. São um recurso para se construir significado enquanto se lê.
Podem ser identificadas como:
• Estratégias de seleção: possibilitam ao leitor se ater apenas aos índices
úteis, desprezando os irrelevantes;
• Estratégias de antecipação: permitem supor o que ainda está por vir;
• Estratégias de inferência: permitem captar o que não está dito
explicitamente no texto;
• Estratégias de verificação: tornam possível o “controle” sobre a eficácia
ou não das demais estratégias.
- O uso dessas estratégias durante a leitura não ocorre de forma deliberada
– a menos que, intencionamente, se pretenda fazê-lo para efeito de análise
do processo (BRASIL, SECRETARIA DE ENSINO FUNDAMENTAL.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: LÍNGUA PORTUGUESA,
BRASÍLIA, 1997, p. 53).
26. Interpretação de texto 3:
• a) Você concorda que a realização das atividades da
amarelinha contribuem para se ter mais saúde?
• b) Essas atividades são simples, ou seja, podemos fazer
brincando, como diz a campanha?
• c) Na sua opinião, o que mais podemos fazer para termos
saúde?
• d) Você faz atividades físicas? Quais? De qual você mais
gosta? Por quê?
• e) Se não faz, por quê? Gostaria de fazer? O que te impede de
realizar atividades físicas?
O que buscamos com esses questionamentos?
27. ABORDAGEM DISCURSIVA
A leitura aqui é concebida como um processo
complexo de construção de sentidos, que
demanda além de conhecimentos linguísticos
que o leitor possui, outros conhecimentos
que interagem para a produção de sentidos
do texto. Interação dialógica entre texto-
leitor-autor (GONTIJO, SCHWARTZ, 2009).
GONTIJO; SCHWARTZ, 2009
28. ATIVIDADE 2
Retomada do “Quadro de
direitos de aprendizagem”
referente a leitura a fim de
responder as seguintes
questões:
- Quais as abordagens de leitura
apresentadas no quadro?
- Há o predomínio de uma
abordagem? Qual? Justifique.
- As abordagens de leitura
apresentadas como direitos de
aprendizagem pelo Pnaic
aparecem na Avaliação
Nacional da Alfabetização?
Quais?
- Temos nos direitos de
aprendizagem a abordagem
discursiva de leitura?
29.
30. Atividade 3
Conhecemos o resultado da
ANA no Estado Espírito
Santo?
Faremos neste momento,
uma análise da tabela que
apresenta os resultados em
leitura. Vejamos...
31. ATIVIDADE 3:
ANÁLISE DA TABELA DOS RESULTADOS ES
Houve mudanças significativas entre os anos de 2013 e
2014? Qual foi o impacto da formação realizada pelo Pnaic
nas salas de aula de alfabetização?
Qual é a perspectiva de leitura que tem predominado nas
salas de aula de alfabetização de nosso estado? Ou seja, a
partir dos dados da ANA, o que a criança é capaz de ler ao
chegar ao 3º ano?
Observem a diferença entre os resultados do nível 3 e do
nível 4. O que essa diferença revela?
Se considerarmos esses resultados, como trabalho
educativo com relações sons e letras e letras e sons tem
sido desenvolvido?
Esses dados nos revelam as singularidades dos percursos
de vida das crianças e de seus processos de
ensinoaprendizagem? Explique sua resposta.
32. ALGUMAS QUESTÕES PARA REFLEXÃO
1. O trabalho com a leitura é fundamental na alfabetização. Por meio
da leitura podemos possibilitar as crianças o diálogo com os textos.
2. O trabalho com a leitura deve ser mediado pelo professor que ao
ler para criança pode lhe possibilitar a compreensão de que a escrita
é também uma maneira de ouvir o dizer do outro.
3. É preciso considerar que ouvir o dizer do outro por meio da leitura
não significa que a criança seja um sujeito passivo, pois a escuta é
sempre um processo responsivo. Nessa direção, o professor deve
possibilitar o diálogo com os textos, ou seja, a criança pode concordar,
discordar, aderir, se contrapor ao projeto de discurso do autor.
33. 4. A apropriação do sistema de escrita é fundamental para
que as crianças vivenciem o ato de ler. No entanto, a leitura
deve sempre ocorrer, ou seja, mesmo na fase inicial da
alfabetização, o contato com os textos deve acontecer.
5. É preciso considerar ainda que a leitura na
alfabetização não deve se limitar aos textos, muitas
vezes, considerados os mais adequados para
alfabetizar, como as parlendas, as quadrinhas, os trava-
línguas, as cantigas de rodas, os poemas, ou seja,
textos que, de modo geral, possuem muitas rimas e
aliterações.Assim, é fundamental a efetiva entrada dos
diversos gêneros textuais nas salas de aula de
alfabetização.
34. REFERÊNCIAS
ANTUNES, Janaína Silva Costa. Um olhar sobre o Pró-Letramento. 2015. Tese
(Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação,
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2015.
AZEVEDO, Ricardo. Dezenove poemas desengonçados. São Paulo: Ática, 1999
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira.Resultados Finais – ANA 2014. Disponível
em:http://portal.inep.gov.br/web/saeb/ana/resultados.
DIAS, Rosanne Evangelista; LOPES, Alice Ribeiro Casimiro. Competências na
formação de professores no Brasil: o que (não) há de novo. Revista Educação
Sociedade, Campinas, v. 24, n. 85, dez. 2003. Disponível em:
<http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 9 jul. 2015.
GONTIJO, Cláudia Maria Mendes; SCHWARTZ, Cleonara Maria. Alfabetização: teoria
e prática. Curitiba, PR, Sol, 2009.
OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro; ROCHA, Gladys. Avaliação em larga escala
no Brasil nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Disponível em:
www.anpae.org.br/congressos_antigos/simposio2007/274.pdf
SAVIANI, Nereide. Saber escolar, currículo e didática: problemas da unidade
conteúdo/método no processo pedagógico. Campinas, São Paulo: Autores
Associados, 1994.
WIEBUSCH, Eloisa Maria. Avaliação em larga escala: uma possibilidade para
melhoria da aprendizagem? IX AnpedSul, Universidade de Caxias do Sul, Rio grande
do Sul, 2012.