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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
2004
CENTRO DE ARTES E EDUCAÇÃO FÍSICA DA PUC-SP
DOCUMENTO BÁSICO
Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=17&cad=rj
a&uact=8&ved=0CEEQFjAGOAo&url=http%3A%2F%2Fwww.pucsp.br%2Fcaefpu
csp%2FDownloads%2Fdoc_basico_centro.doc&ei=OeRDVPjVLsvzgwS2nYHgBw
&usg=AFQjCNGWVJalBy4rhrSvJUrsF-twrKGUcQ&sig2=yi_U0u0ADz4-
wvUfEzAF5g&bvm=bv.77648437,d.eXY
EQUIPE RESPONSÁVEL
Prof. Dr. Carol Kolyniak Filho
Prof. Ms. Ivo Ribeiro de Sá
Profa. Ms. Naira Neide Ciotti
Prof. Ms. Ricardo Augusto Haltenhoff Melani
Prof. Ricardo Robertes
Prof. Ms. Ronaldo Ferreira Negrão
Profa. Dra. Sandra de Camargo Rosa Mraz
Profa. Vera Cecília Achatkin
2
DOCUMENTO BÁSICO DO CENTRO DE ARTES E EDUCAÇÃO FÍSICA DA
PUC-SP
ORIGEM INSTITUCIONAL DO CENTRO
Em novembro de 2003, o Ministério da Educação, através da então
Secretaria de Educação Infantil e Fundamental (SEIF), que, em 2004, viria a
mudar a sua denominação para Secretaria de Educação Básica (SEB), publicou o
Edital nº 01/2003-SEIF/MEC. Nesse edital, o referido órgão tornou público ...que
estará recebendo propostas de universidades brasileiras que possuam ou tenham
interesse em construir centros de formação continuada, desenvolvimento de
tecnologia e prestação de serviços para as redes públicas de ensino, visando
a integração da Rede Nacional de Centros de Pesquisa e Desenvolvimento da
Educação (Rede), constituída no âmbito do Sistema Nacional de Certificação e
Formação Continuada de Professores da Educação Básica ... (os negritos são do
texto do edital).
Nos termos do item 1.3 do Edital 01/2003, são considerados “centros de
pesquisa e desenvolvimento da educação”, doravante simplesmente centros,
qualquer órgão ou unidade existente ou que venha a ser constituído no âmbito de
uma universidade brasileira, independentemente de sua denominação e formato
institucional (centro, núcleo, instituto, laboratório, grupo etc), desde que se
dediquem ao desenvolvimento de programas de formação continuada de
professores ou gestores e ao desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços para as redes públicas de ensino, em uma ou mais áreas referidas no
item 1.7 deste Edital. O item 1.7 do Edital relaciona 5 áreas de especialidade:
a) Alfabetização e Linguagem,
b) Educação Matemática e Científica,
c) Ensino de Ciências Humanas e Sociais,
d) Artes e Educação Física,
e) Gestão e Avaliação da Educação.
3
O mesmo edital definiu, em seu item 1.9, as ações que seriam apoiadas pelo
MEC e que, portanto, deveriam nortear os projetos a serem apresentados por
universidades interessadas em compor a Rede. Essas ações estão descritas da
seguinte forma:
1. Desenvolvimento de programas e cursos de formação continuada de
professores e gestores para as redes de educação infantil e fundamental,
à distância e semipresenciais, incluindo a elaboração de material didático
para a formação docente (livros, vídeos, softwares).
2. Desenvolvimento de projetos de formação de tutores para os programas e
cursos de formação continuada.
3. Desenvolvimento de tecnologia educacional para o ensino fundamental e
a gestão de redes e unidades de educação pública.
4. Associação a instituições de ensino superior e outras organizações para a
oferta de programas de formação continuada e a implantação de novas
tecnologias de ensino e gestão em unidades e redes de ensino.
Além de definir as ações que seriam apoiadas em convênios firmados com o
MEC, o mesmo edital fixou, em seu item 2.6.2, três metas a serem alcançadas
através de tais ações:
I – Associação com outras instituições, de modo que a cobertura potencial
dos programas desenvolvidos no âmbito da Rede se amplie.
II – Atendimento efetivo a profissionais, unidades e redes de ensino por meio
desses programas.
III – Elevação do percentual de certificação dos profissionais de educação.
Em conformidade com as disposições do referido edital, a PUC-SP
apresentou, dentre outras, proposta para a criação de um centro na especialidade
Artes e Educação Física. A proposta continha projetos de ações elaboradas por
professores do Departamento de Educação Física e Esportes (Faculdade de
Educação), do Departamento de Arte e do curso de Comunicação e Artes do
Corpo (Faculdade de Comunicação e Filosofia). Esta proposta foi aprovada em
15/01/2004 e, após um período de reformulações (por solicitação e com
4
orientação da SEB) e de tramitação junto ao MEC, foi firmado o convênio nº
019/2004-SEB/MEC, que tem por objeto a execução do plano de trabalho
apresentado pela PUC-SP.
O convênio nº 019/2004-SEB/MEC tem vigência de agosto de 2004 a agosto
de 2008, período em que o Centro de Artes e Educação Física contará com o
apoio institucional do MEC, na forma de verbas específicas, acreditação de seus
produtos e ações e divulgação do trabalho junto a redes públicas de Educação
Infantil e Ensino Fundamental no território brasileiro.
A perspectiva assumida no projeto institucional do centro é de que o mesmo
mantenha suas atividades após o encerramento do convênio, mesmo que o
mesmo não seja prorrogado. Para tanto, espera-se que o centro ganhe autonomia
financeira, através da efetiva realização das ações propostas no projeto.
JUSTIFICATIVA DO PROJETO E OBJETIVOS DO CENTRO
O projeto que foi aprovado pelo MEC contém uma justificativa, que consta do
Anexo 5 do plano de trabalho, e vai transcrito a seguir.
“Dentre as mudanças que vêm ocorrendo na educação formal, no Brasil, a
partir da lei 9394/96, encontram-se duas que têm justificado considerável
demanda por formação continuada de professores:
a) a necessidade de basear a atividade das unidades escolares em projetos
político-pedagógicos e
b) a obrigatoriedade da inclusão de alunos portadores de necessidades
educativas especiais na rede de ensino regular.
O processo de discussão e elaboração de um projeto político pedagógico
para cada unidade escolar, ainda que venha ocorrendo de formas muito diversas
(tanto no que se refere ao envolvimento efetivo das equipes escolares e da
comunidade, como no que respeita à abrangência e à profundidade das
discussões e elaborações), tem evidenciado a necessidade de discutir e
5
esclarecer o significado de cada um dos componentes do currículo escolar, assim
como das relações entre os mesmos.
O processo de inclusão de alunos com necessidades educativas especiais
na rede regular de ensino, por sua vez, vem trazendo à tona a insuficiência da
formação inicial de professores para lidar com esses alunos. Esta insuficiência
articula-se com as representações e as práticas sociais que ainda predominam,
com relação aos assim chamados “deficientes”, as quais tendem a excluí-los do
acesso aos bens culturais oferecidos aos alunos considerados “normais”.
As áreas de Artes e Educação Física, ainda que já façam parte do currículo
do Ensino Fundamental há décadas, estão entre aquelas que, de modo geral, têm
sido menos valorizadas no conjunto do currículo escolar. Essa valoração pode ser
explicada por um conjunto de determinações históricas, sociais e culturais, as
quais, no plano superestrutural, expressam-se em diferentes caracterizações
ideológicas. A dicotomia entre trabalho mental e trabalho corporal, a concepção de
que a arte é produto de dons inatos, a associação da arte exclusivamente com
lazer e diletantismo e a idéia de que a Educação Física consiste apenas no
adestramento do corpo são alguns exemplos de caracterizações ideológicas que,
freqüentemente, estão na base do significado atribuído às áreas do currículo
escolar de que estamos tratando.
Além de uma valoração baseada em concepções superficiais e equivocadas
a respeito do seu significado e do seu potencial educativo, as áreas de Artes e
Educação Física são, frequentemente, ministradas por professores que não
tiveram a oportunidade de refletir com maior profundidade sobre os aspectos
filosóficos, epistemológicos, históricos, sociais, culturais e pedagógicos que
fundamentam uma compreensão e uma prática social mais qualificada. Isto é mais
frequente entre os professores de Educação Infantil e os professores não
especialistas que ministram aulas nas 4 séries iniciais do Ensino Fundamental. Tal
situação acaba, muitas vezes, por limitar a apropriação dos conhecimentos que
essas disciplinas podem oferecer, reduzindo-as a meros complementos de outras
6
disciplinas, mantendo um círculo vicioso que tende a reforçar a sua desvalorização
no currículo escolar.
Diante desse quadro e do potencial formativo que as áreas de Artes e
Educação Física detêm, no que diz respeito à construção do sujeito histórico e de
sua cidadania, uma das questões centrais para a qualificação dos projetos
político-pedagógicos, em todo o Brasil, é a discussão do sentido que o ensino
dessas disciplinas tem no conjunto do currículo escolar. Isto implica discutir,
primeiramente, a especificidade do objeto de estudo dessas disciplinas, visto que
o conteúdo e a metodologia de ensino ganham sentido na medida em que se
articulam em torno de uma referência conceitual claramente definida. À luz de uma
concepção clara do significado de Educação Física e de Artes como conteúdos da
educação escolar, significado este produzido historicamente e em contínua
elaboração, é possível construir uma grande variedade de conteúdos e estratégias
que possibilitem ao alunado a apropriação de saberes construídos em nossa
cultura e a abertura à criatividade e à inovação, em tudo o que diz respeito à
expressão artística e à construção da motricidade.
O Centro de Artes e Educação Física da PUC-SP propõe a discussão sobre
concepções e práticas pedagógicas nas áreas de Artes e Educação Física,
através de cursos à distância e semi-presenciais, planejados de forma específica
para as diferentes categorias de professores das redes públicas de ensino -
professores de Educação Infantil, professores das 4 séries iniciais do Ensino
Fundamental, professores especialistas de Educação Física e professores
especialistas de Artes. Tais cursos serão adequados, também, à realidade
cultural, social e econômica em que existe cada rede pública demandante dos
serviços de formação continuada. Em todos os cursos serão abordadas as
questões conceituais e metodológicas relativas à inclusão de alunos portadores de
necessidades educativas especiais.
Para atingir esse escopo, o Centro de Artes e Educação Física da PUC-SP
desenvolverá projetos básicos de cursos diversificados - e seus respectivos
materiais didáticos -, que serão complementados e adequados (no que se refere a
7
carga horária, conteúdo e metodologia) a cada rede pública demandante. Isto
implica no envolvimento de outras instituições de ensino superior no processo de
elaboração dessas adequações, através de parcerias que incorporarão a
experiência de professores das diferentes regiões em que as ações do Centro
forem desenvolvidas. O material básico produzido pelo Centro (módulos, cursos,
vídeos, livros, cadernos técnicos) será o referencial articulador dos diferentes
projetos específicos, fundamentando a certificação oferecida pela PUC-SP.”
Com base na justificativa acima, o Centro de Artes e Educação Física da
PUC-SP tem como objetivos gerais:
1. Desenvolver pesquisa, cursos, material didático e tecnologia
educacional para formação continuada de professores das redes
públicas brasileiras de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas
áreas de Artes e Educação Física.
2. Articular uma rede de instituições de ensino superior para a realização
de cursos de formação continuada que atendam efetivamente
professores das redes públicas de Educação Infantil e Ensino
Fundamental, nas áreas de Artes e Educação Física.
AÇÕES PREVISTAS NO PROJETO
Para atingir seus objetivos, o Centro desenvolverá uma série de ações,
planejadas em conformidade com o disposto no Edital 01/2003-SEIF-MEC,
elencadas no quadro abaixo:
TIPO Nº
AÇÃO
NOME DESCRIÇÃO INÍCIO CONCL
U-SÃO
1 1.1 Desenvolvimen
to de
Elaboração de programas
básicos para formação
10/2004 04/2005
8
programas de
formação para
professores
continuada à distância e
semipresencial, em Artes e
Educação Física, com
diferentes durações, para
professores de Educação
Infantil, séries iniciais do Ensino
Fundamental e séries finais do
Ensino Fundamental
(professores especialistas)
1 1.2 Produção de
material
didático para
professores
Elaboração de material didático
para formação continuada de
professores em Artes e
Educação Física, incluindo
livros, vídeos e CD-ROM
10/2004 04/2005
2 2.1 Desenvolvimen
to de
programas de
formação de
tutores
Elaboração de projetos básicos
para a formação de tutores para
os programas de formação
continuada de professores
10/2004 04/2005
2 2.2 Produção de
material
didático para
tutores
Elaboração de material didático
para formação de tutores,
incluindo cadernos, vídeos e
CD-ROM
10/2004 04/2005
3 3.1 Desenvolvimen
to de
tecnologia
educacional
Realização de estudos para o
levantamento de necessidades
de desenvolvimento de material
e tecnologia adequados e de
custo reduzido para o ensino
em Artes e Educação Física, na
educação infantil e no ensino
fundamental
10/2004 04/2005
9
3 3.2 Celebração de
convênios com
empresas,
universidades
ou outras
instituições
Celebração de acordos de
parceria com empresas,
universidades, institutos, ONGs
e outras instituições que
possam desenvolver materiais e
equipamentos de baixo custo
para o ensino em Artes e
Educação Física
11/2004 04/2005
3 3.3 Desenvolvimen
to de
tecnologia
educacional
Criação de programas,
ferramentas e páginas na
Internet para viabilização de
cursos à distância e semi-
presen-ciais para professores
de Artes e Educação Física e
para a formação de tutores
12/2004 04/2006
4 4.1 Associação
com outras IES
Celebração de acordos e
convênios com Instituições de
Ensino Superior para a oferta e
implementação de programas
de formação continuada de
professores em Artes e
Educação Física da rede
pública de ensino em educação
infantil e ensino fundamental
10/2004 04/2008
As ações constantes no quadro acima serão consubstanciadas em produtos
específicos. Para explicitar as características das ações e produtos, em suas
relações com os objetivos do Centro, passamos a fazer algumas considerações
sobre os produtos que são esperados como resultado de cada ação:
10
OBJETIVO 1 - Desenvolver pesquisa, cursos, material didático e tecnologia
educacional para formação continuada de professores das redes públicas
brasileiras de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas áreas de Artes e
Educação Física.
AÇÃO 1.1 – DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE FORMAÇÃO PARA
PROFESSORES
Os programas de formação para professores serão desenvolvidos de modo
que seja possível compor cursos com durações diversas, segundo as demandas e
necessidades apresentadas pelas redes públicas que vierem a procurar os
serviços do Centro. Para tanto, o conteúdo para composição dos cursos será
caracterizado e definido segundo os seguintes critérios:
a) Conteúdo fundamental para Artes: trata-se de conteúdo que deve estar
presente em qualquer curso ou programa que venha a ser oferecido para
professores de Educação Infantil ou de Ensino Fundamental, na área de Artes.
Inclui os aspectos conceituais mais genéricos que caracterizam a inserção da Arte
como conteúdo de currículos educacionais para o nível de escolarização em
questão.
b) Conteúdo fundamental para Educação Física: a caracterização acima,
para a área da Educação Física.
c) Conteúdo relativo à educação inclusiva: refere-se à discussão de
princípios gerais que embasam a proposição da educação inclusiva e a elementos
de reflexão para favorecer a instauração de uma atitude, por parte dos
professores, que viabilize a ação educativa efetivamente inclusiva, frente aos
alunos que necessitam de cuidados e atenção diferenciados.
d) Conteúdo específico para Artes: inclui a especificação de objetivos,
conteúdos e princípios metodológicos para o ensino de Artes da Educação Infantil
e nas diferentes etapas do Ensino Fundamental.
e) Conteúdo específico para Educação Física: a caracterização acima, para
a área da Educação Física.
11
Uma vez construídas as propostas para as classes de conteúdo acima
discriminadas, os cursos a serem oferecidos às redes poderão ser compostos da
seguinte forma:
Produto 2.1.1.2 - Artes: conteúdos “a” e “c” fixos e conteúdo “d” variável
conforme a demanda.
Produto 2.1.1.1 - Educação Física: conteúdos “b” e “c” fixos e conteúdo “e”
variável conforme a demanda.
Além deste conteúdo construído pelo pessoal do Centro, cada curso terá um
conteúdo mais específico, a ser definido de acordo com as peculiaridades
regionais e locais em que se localiza a rede pública de ensino demandante dos
serviços do Centro.
As propostas para o conteúdo construído pelo pessoal do Centro serão
acompanhadas do material necessário para exposição: programas em
PowerPoint, transparências, figuras, roteiros para videoconferência e outros.
AÇÃO 1.2 – PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA PROFESSORES
O material didático a ser produzido para utilização em cursos de formação
continuada de professores inclui 3 linhas de produtos:
a)-Livros básicos de fundamentação: São livros que contém os pressupostos
relativos aos conteúdos que estarão presentes obrigatoriamente em todos os
cursos oferecidos pela rede articulada pelo Centro. Esses livros são:
Produto 1.1.2.1 – Livro de Educação Física. Esse livro tratará de 4 grandes
temas: a Educação Física como área de conhecimento; a motricidade; relações
entre motricidade, desenvolvimento e aprendizagem; princípios metodológicos
gerais para a Educação Física na Educação Infantil e no Ensino Fundamental
Produto 1.1.2.2 – Livro de Artes. Esse livro tratará de 4 temas fundamentais:
Arte, territórios e fronteiras; Processos criadores; O papel da arte e Ensinar-
12
aprender arte, que tratará dos princípios metodológicos mais gerais para o ensino
de Artes na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.
b) Cadernos técnicos: São publicações periódicas que abordam conteúdos
específicos para as áreas de Artes e Educação Física, aplicáveis à Educação
Infantil e ao Ensino Fundamental. Os cadernos serão organizados por temas,
atendendo aos interesses e necessidades mais imediatos dos professores. Para a
área de Educação Física, estão previstos cadernos sobre jogos e brincadeiras,
atividades rítmicas e expressivas, esportes, lutas, conhecimentos sobre o corpo.
Para a área de Artes, projetam-se cadernos que abordem literatura, artes cênicas,
artes plásticas, cinema e fotografia, música. A ordem em que esses temas serão
abordados dependerá de diagnóstico a ser elaborado pela equipe de professores
do Centro. Os produtos relativos a esta linha são os de nº 1.1.2.6 a 1.1.2.13.
c) Vídeos: Os vídeos destinam-se a subsidiar as atividades de ensino à
distância e semi-presencial. Podem ser utilizados como recursos em sala de aula,
por parte dos tutores, ou como parte de videoconferências. Serão produzidos com
orientação técnico-pedagógica dos professores do Centro, que elaborarão roteiros
em conjunto com o pessoal especializado em produção de vídeos, que vier a
prestar serviços para o Centro. Está prevista a produção de 3 vídeos:
Produto 1.1.2.3 – Vídeo de Educação Física. O roteiro abordará a Educação
Física como área de conhecimento e como componente da Educação Infantil e do
Ensino Fundamental, desenvolvendo os temas básicos também tratados no livro.
Produto 1.1.2.4 – Vídeo de Artes. O roteiro abordará o território das artes em
sua multiplicidade e singularidade enquanto área de conhecimento e como
componente da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, desenvolvendo os
temas básicos também tratados no livro.
Produto 1.1.2.5 – Vídeo sobre inclusão. Este vídeo será produzido para
utilização em cursos nas áreas de Artes e Educação Física e abordará a educação
inclusiva em geral, destacando a problemática das relações sociais que se
estabelecem sobre uma concepção estereotipada e acrítica da deficiência e do
deficiente. Na base desta reflexão, o roteiro procurará salientar a importância de
13
uma atitude adequada dos professores frente à questão da deficiência e da
inclusão, como pressuposto para o avanço de práticas escolares que possibilitem
um acesso efetivo de todos os alunos ao conhecimento que a escola pode
oferecer. Adicionalmente, serão apresentados exemplos concretos de atividades e
estratégias que podem propiciar a participação efetiva de alunos com diferentes
dificuldades.
AÇÃO 2.1 – DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DE
TUTORES
Paralelamente à elaboração dos cursos para professores, serão elaborados
programas de formação de tutores, que devem dar suporte às atividades
realizadas em cursos à distância e semipresenciais. Os cursos para tutores
incluirão uma visão geral das condições de realização dos cursos para
professores, aspectos didáticos para a condução e orientação dos trabalhos do
grupo de professores, familiarização com o equipamento eletrônico e as
respectivas ferramentas a serem utilizados e uma idéia geral da organização do
conteúdo de cada área. Esses cursos terão uma parte comum a ambas as áreas e
uma parte específica. Os respectivos produtos são os de nº 2.2.1.1 e 2.2.1.2.
Como parte do processo de formação de tutores, está prevista a realização
de um encontro de tutores que já tenham sido preparados pelo Centro e que
estejam atuando em cursos para professores. Desse encontro (produto 2.2.1.3)
deve resultar um documento que sintetize a avaliação da experiência de tutoria em
cursos e que apresente subsídios para o aprimoramento do processo de formação
de tutores.
AÇÃO 2.2 – PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA TUTORES
Para apoiar o programa de formação de tutores, serão produzidos:
Produto 1.2.2.1 – Caderno de orientação para tutores. Esta publicação
reunirá os elementos do curso de preparação de tutores descritos na ação
anterior.
14
Produto 1.2.2.2 – Vídeo para tutores. Este vídeo visa esclarecer os
processos e princípios de operação de equipamentos e ferramentas a serem
utilizados nos cursos de formação de professores. Além disto, possibilitará uma
visualização da forma de atuação do tutor nas situações de ensino, discutindo
aspectos didáticos dessa atividade.
AÇÃO 3.1 – DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Esta ação consiste na realização de estudos visando detectar necessidades
de material didático nas áreas de Educação Física e Artes que não são atendidas
satisfatoriamente pelos produtos disponíveis no mercado, principalmente devido
ao seu alto custo.
Para possibilitar a busca de soluções para este problema, serão produzidos:
Produto 1.3.1.1 – Relatório técnico de Educação Física. Trata-se de um
estudo sobre necessidades de material didático (equipamento e material de
consumo) para o desenvolvimento de programas de ensino em Educação Física e
de um levantamento da disponibilidade, das características técnicas e do custo
desse material no mercado corrente. Finalizando o relatório, será elaborado um rol
de equipamentos e implementos que devem ser planejados e desenvolvidos de
modo a possibilitar sua produção a custo reduzido, com vistas a viabilizar sua
aquisição por parte das redes públicas de ensino.
Produto 1.3.1.2 – Relatório técnico de Artes. Tem a mesma configuração do
anterior, referindo-se à área de Artes.
AÇÃO 3.2 – CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIOS COM EMPRESAS,
UNIVERSIDADES OU OUTRAS INSTITUIÇÕES
Uma vez realizados os estudos relativos à ação 3.1, buscar-se-á a
celebração de acordos de parceria com empresas, universidades, institutos, ONGs
ou qualquer outra instituição que possa desenvolver materiais e equipamentos de
baixo custo para utilização no ensino de Educação Física e Artes, nas redes
15
públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. A parceria consistirá no
compromisso da instituição com o desenvolvimento de produtos que possam ser
efetivamente utilizados, com segurança, conforto e eficácia, sendo a contrapartida
do Centro a orientação técnico-pedagógica e o assessoramento na avaliação do
produto. Esta ação estará consubstanciada nos seguintes produtos:
Produto 4.3.2.1 – Acordo de parceria para desenvolvimento de material
didático para Educação Física.
Produto 4.3.2.2 – Acordo de parceria para desenvolvimento de material
didático para Artes.
AÇÃO 3.3 – DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Esta ação está voltada para a elaboração de todo o instrumental tecnológico
que possibilite a realização de cursos à distância para tutores e para professores
das redes públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Os produtos
fundamentais que resultarão desta ação são:
Produto 3.3.3.1 – Programas, ferramentas e homepage do Centro. Trata-se
de todo o conjunto de software necessário para o funcionamento dos programas
específicos para oferecimento e realização dos cursos para monitores e
professores, além da ambientação na Internet.
Produto 3.3.3.2 – Instrumentos de avaliação de programas e cursos. São
programas e protocolos de avaliação a serem criados para acompanhar os
programas e cursos efetivamente contratados por redes públicas.
OBJETIVO 2 - Articular uma rede de instituições de ensino superior para a
realização de cursos de formação continuada que atendam efetivamente
professores das redes públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental,
nas áreas de Artes e Educação Física.
16
AÇÃO 4.1 – ASSOCIAÇÃO COM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR
Esta ação consiste na realização de acordos ou convênios com Instituições
de Ensino Superior para desenvolver e implementar cursos e programas de
formação continuada à distância e semipresencial de professores das redes
públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas áreas de Artes e
Educação Física.
No desenvolvimento e implementação dos cursos e programas, que
atenderão efetivamente os professores das redes, as IES associadas ao Centro
terão uma atuação fundamental. Não serão simples reprodutoras de cursos e
programas previamente preparados, mas agentes no levantamento de diagnóstico
de necessidades, na preparação de conteúdo específico e na produção de
material didático (além daquele material fundamental já produzido pelo pessoal do
Centro). Essa atuação das IES associadas, que se pretende que se tornem
centros regionais de formação continuada, exige uma articulação cuidadosa com
os princípios gerais propostos pelo Centro, cujo pessoal deve acompanhar todas
as etapas de implementação dos cursos específicos.
CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS E METODOLÓGICAS QUE FUNDAMENTAM O PROJETO
A proposta de trabalho do Centro articula-se a partir de alguns pressupostos
sobre o conhecimento, a aprendizagem, a instituição escolar e os campos
específicos de conhecimento de sua especialidade – Artes e Educação Física.
Esses pressupostos são apresentados a seguir, agrupados em tópicos.
Concepções sobre a aprendizagem e o processo de construção de
conhecimento na instituição escolar
17
A compreensão dos processos de aprendizagem e construção de
conhecimento que embasa as proposições do Centro tem como pressuposto um
determinado enfoque do homem. Esse enfoque, embasado em elementos da
Antropologia, da Psicologia sócio-histórica, das chamadas neurociências, das
Ciências Sociais e da Filosofia, em grandes linhas, consiste em considerar o
homem como ser histórico, social, produtor e produto de cultura. Em outras
palavras, a especificidade do humano não decorre apenas de suas características
biológicas (de seu genoma), depende de sua organização social (daí o caráter
social do homem), que se deu e se dá em tempos, espaços e processos concretos
(daí sua historicidade) e implica em produções materiais e simbólicas que são
transmitidas entre gerações, sem se incorporarem ao genoma (daí o caráter
cultural do homem).
Tendo como base esse enfoque do homem, assume-se que a capacidade
humana de conhecer, caracterizada pela operação de representações psíquicas
que se dão mesmo na ausência dos seus respectivos objetos, não é inata Assim,
a capacidade de conhecer e o conhecimento constroem-se nas relações sociais,
tanto no âmbito da espécie como na esfera individual. Portanto, o processo pelo
qual um grupo social ou um dado indivíduo vêm a se tornar capazes de conhecer,
assim como os conteúdos e as formas assumidas pelos seus conhecimentos,
inscrevem-se em um processo histórico, demarcado em um universo cultural.
As relações sociais, assim como as construções do conhecimento, implicam
processos de aprendizagem. Como organismo biológico, um indivíduo da espécie
homo sapiens não nasce com um repertório de ações que lhe permita sobreviver
de forma autônoma. As formas de interação com o meio que possibilitam a sua
sobrevivência devem ser aprendidas, ou seja, construídas durante a vida extra-
uterina, incluindo-se, nessas formas de interação, os modos de relacionamento
com outros indivíduos que fazem parte do grupo social em que nasceu e ao qual
pertence.
Na construção do humano, a comunicação entre indivíduos assume a forma
de linguagem, entendida como capacidade de operar com sistemas simbólicos. Os
18
processos de aprendizagem que diferenciam o ser humano de outros animais são
mediados por sistemas simbólicos. Assim sendo, a construção da linguagem é um
aspecto essencial na constituição do homem e do conhecimento.
No processo histórico de construção da linguagem e do conhecimento, o ser
humano, em diferentes formações sócio-culturais, produziu formas simbólicas com
características diversas – a arte, a ciência, a filosofia, o mito, a religião ... Essas
formas têm em comum o seu caráter sígnico – configuram-se como sistemas de
signos que possibilitam a representação do mundo e a comunicação. Não
obstante, cada uma dessas formas simbólicas constitui uma linguagem com
características próprias, que possibilita uma forma específica de apreensão do e
de relação com o mundo.
A construção do conhecimento ocorre em diferentes situações de vida, em
diferentes instâncias sociais, instâncias estas que foram e são formadas
historicamente. Dentre as instâncias sociais que oportunizam construção de
conhecimento, a escola destaca-se, na atualidade, pela sua difusão e por seu
papel institucional. Uma das especificidades da instituição escolar é a
sistematização do processo de construção do conhecimento. Essa sistematização
implica tanto a organização dos conteúdos a serem apropriados pelos alunos
como o ordenamento das mediações que o professor deve realizar para facilitar
essa apropriação.
Os conhecimentos construídos na escola abrangem diferentes linguagens e
tais linguagens, com especificidades que implicam para a apreensão da e para a
ação sobre a realidade, têm, em princípio, o mesmo valor para uma formação
abrangente do educando – abrangente no sentido de propiciar o desenvolvimento
de todas as possibilidades construídas pelo gênero humano, em seu processo
histórico. Assim, as linguagens da arte, da ciência, do mito, da religião, da filosofia,
da matemática, etc devem ser igualmente valorizadas, sem que uma possa ser
subsumida a outra. Cada forma de apreensão da realidade, de expressão e de
interação tem seu próprio valor, irredutível que é a outras formas – a linguagem da
19
arte, por exemplo, não pode ser reduzida à linguagem matemática, pois ambas
expressam diferentes modos de conceber o mundo.
Finalmente, cabe considerar que o homem é uma totalidade complexa, cujas
expressões têm sido estudadas e compreendidas de forma fragmentada devido ao
processo de construção e sistematização do conhecimento científico. Essa forma
de conhecer, fragmentando o objeto (no caso, o ser humano) para dele construir
representações mais detalhadas e precisas, resultou em concepções que podem
permanecer fragmentárias, caso se perca a noção de que o estudo de uma parte
isolada não cria uma realidade objetiva autônoma. Assim, embora o homem tenha
sido estudado como portador de diferentes capacidades, funções e possibilidades
– cognição, afetividade, motricidade, características anátomo-fisiológicas,
manifestações patológicas, formas de organização social, política, econômica, etc
–, os seus processos de construção, inclusive de construção de conhecimento,
sempre se manifestam como expressão de sua complexa totalidade. Sendo assim,
os aspectos físicos, fisiológicos, psicológicos, motrícios 1, sociais, políticos,
econômicos, culturais, e tudo o mais que se queira, estão presentes e envolvidos
na aprendizagem e na construção de conhecimentos na escola.
Concepções sobre o ensino de Artes
“O ensino da arte não pode ser eficaz se não se tem uma idéia correta de para
que serve a arte e sobre o que versa”
(Arnheim, 1980:312)
Ao nos referirmos à arte como objeto de ensino e estudo, o primeiro aspecto
a ser explorado e visto como distintivo é o modo como a percebemos dentro do
universo de concepções que conformam nossas experiências e conhecimentos.
1 O adjetivo motrício é relativo à motricidade, no sentido apontado porKOLYNIAK FILHO (2002)
20
A arte em suas diferentes formas de manifestação (literatura, artes plásticas,
música, teatro, dança, performance, hipermídia) não reproduz, mas reinventa
contextos e objetos potenciais, cuja existência se perfaz na interação com o
experimentador-fruidor.
Dessa forma, a arte estará presente onde o homem estiver, como fator de
conhecimento e de interação homem-realidade, distanciando-se de concepções
que a viabilizem apenas em territórios privilegiados, cujo acesso só é permitido a
uns poucos escolhidos graças aos seus dons de inspiração e de genialidade.
A construção artística se faz ininterruptamente, e desde sempre, por meio do
movimento contínuo entre singularidade e multiplicidade. Se de um lado as artes
possuem especificidades, métodos e histórias próprias, de outro, estão em
permanente processo multiplicador por meio da miscigenação e do cruzamento –
seja entre suas diferentes formas expressivas, seja na sua relação com outras
áreas do saber –, produzindo interfaces que as levam a questionar
freqüentemente as suas fronteiras territoriais, enriquecendo-as pela contaminação
de outras matrizes de linguagem e de conhecimento de mundo.
Não são raros os estudos que propõem a arte como algo essencial à vida e
parte integrante de nosso cotidiano. Contudo, a experiência tem nos mostrado que
compreendê-la ou percebê-la dessa forma não constitui tarefa simples. De um
lado temos concepções que apregoam que a arte está em tudo e que tudo é arte.
De outro, a arte só se configura como tal se o fazer artístico derivar do completo
domínio de uma técnica e abarcar a idéia de perfeição.
A concepção geral do ensino de arte, aqui defendida, fundamenta-se no
entendimento da arte enquanto fenômeno que instiga e promove o pensamento
criador, autônomo e produtivo, desestabilizando hábitos arraigados e certezas, e
propiciando o estranhamento e a desautomatização de padrões de percepção e
de elaboração conceitual.
21
Daí porque, a arte deve ser vista como elemento basilar no processo de
formação cognitiva da criança, para que ela se encontre como sujeito diante de
um objeto que exige a análise e a crítica. Assim, o desenvolvimento de uma ação
perceptiva e relacional do sujeito frente à manifestação artística impõe-se como
atividade essencial para a descoberta, pois que a aprendizagem passa pela
percepção, pela reflexão, pelo imaginário e pela criação.
A arte de cada época dialoga com os padrões estéticos de seu tempo, seja
para confirmá-los seja para questioná-los. Contudo, não é a periodização histórica
o único determinante do aprendizado visto que cada tipo de manifestação e cada
objeto artístico constituem, por si mesmos, um acontecimento singular que resiste
às categorizações, seja de gênero seja de estilo de época.
Se objeto artístico existe e persiste nessa existência como atualidade é
porque nele está um valor que se impõe mais do que simplesmente como belo e
perfeito. Na verdade, é o fato estético que se impõe como valor histórico na
mesma medida de seu valor artístico.(ARGAN, G.C.:1992;16) 2
Assim, se a construção do objeto artístico consiste na descoberta de um
arranjo original que envolve muito mais do que os sentimentos do artista na
relação com o objeto de sua criação, a ação do receptor só pode ser entendida se
assumir o caráter de um processo contínuo de aprendizagem e interação com
esse objeto. Dessa forma, a recepção da obra artística requer também uma
atitude criativa, que só se organiza diante do próprio objeto observado,
transformando a experiência em conhecimento.
Ensinar – A prender Artes
No Brasil, o ensino da arte passa por diferentes concepções, que abarcam
desde o conceito de Educação Artística que compreende ensinamentos
2 Sobre valor do objeto artístico e história ver CARAMELLA, E.G.P. in História. Memória.Crítica:arte
como trama de valores:2003: Tese de Livre-docência, UNESP, Bauru, SP
22
eminentemente técnicos nas áreas de desenho, música, exercícios plásticos e
corporais sem bases conceituais, até a concepção da Arte como simples
manifestação e proposição de atividades expressivas e espontâneas, sem
qualquer necessidade de um aprofundamento maior quanto às especificidades de
cada área e de cada forma de manifestação artística.
Embora as atividades relativas à educação artística sempre tenham estado
presentes nas escolas brasileiras foi, somente em meados dos anos 1990 que o
ensino de Arte passou a assumir um caráter oficial com a publicação da Lei n.
9394/96 que o propunha como um componente curricular obrigatório nos diversos
níveis da educação básica e que deve ser identificada a área por Arte, com
conteúdos próprios ligados à cultura artística e não apenas como atividade (PCN
1998).
Contudo, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, as
deficiências desse ensino apontam para:
(...) um sistema extremamente precário de formação (de professores) reforça o
espaço pouco definido da área com relação às outras disciplinas do currículo
escolar. Sem uma consciência clara de sua função e sem uma fundamentação
consistente de arte como área do conhecimento com conteúdos específicos, os
professores não conseguem formular um quadro de referências conceituais e
metodológicas para alicerçar sua ação pedagógica; não há material adequado
para as aulas práticas, nem material didático de qualidade para dar suporte às
aulas teóricas. (PCN,1988:26)
É justamente nesse aspecto da formação de professores que se situa o
problema que deve ser atacado para a implementação de um ensino de Artes, que
não se esgote no tecnicismo, na livre expressão e no espontaneísmo. Mais ainda,
implica abrir o território das artes na sua multiplicidade de formas expressivas em
termos de artes da imagem (em diferentes suportes: pedra, tela, gravura,
fotografia, cinema, vídeo, hipermídia etc.), da palavra (literatura) do som (música,
23
voz, poema, dança etc.), e do corpo (teatro, dança, performance), cujas
singularidades deverão ser exploradas do ponto de vista de sua natureza e função
educativa, de modo a criar formas de resistência ao senso comum e ao
embotamento dos sentidos.
A proposta de estudo desse objeto funda-se na observação e a partir de uma
perspectiva fenomenológica3 que implica, antes de qualquer coisa, uma postura
que não está fora do sujeito, mas nele, na medida em que se concebe esse
mesmo sujeito como portador de capacidades que lhes são intrínsecas, quais
sejam:
 experimentar o que quer que se lhe apresente aos sentidos;
 observar e apreender todos os componentes que se
apresentam de forma a percebê-los no momento mesmo de sua
observação como fenômeno singular e com características próprias;
 relacionar com experiências semelhantes e estabelecer
padrões dentro de uma mesma classe de ocorrências.
Ao promover interferências em nível perceptivo, sensorial e cognitivo a um só
tempo, a ação educativa da arte concebe a experiência como objeto artístico como
fator de descoberta e de reinvenção de novos contextos e objetos, de modo que
entre artista, obra e experimentador-receptor se estruture um circuito alimentado
por proposições do que poderá vir a ser, desafiando modelos e limites de posições
consolidadas em prol de fronteiras movediças entre universos possíveis.
A partir desses pressupostos, as orientações pedagógicas para o ensino das
artes devem privilegiar:
A singularidade desse conhecimento sem fazer dele apenas um
instrumento para acessar outras áreas do saber;
Estratégias que promovam a experimentação e a descoberta de
novas relações cognitivas homem-mundo.
Para isto, os processos de ensino e aprendizagem em artes devem caminhar
de forma simultânea na relação professor-aluno, implicando percepção das
3 PEIRCE, C.S.:1974: 93-116
24
competências envolvidas a cada passo do processo e reconhecimento da
constante reorganização dos territórios sensoriais e cognitivos.
Nesse sentido, cabe ao professor, no ensino das artes, estabelecer alicerces
sólidos em termos de fundamentos teóricos, bem como elaboração de métodos e
estratégias de ensino-aprendizagem que promovam a reconstrução das fronteiras
das linguagens artísticas ao trazê-las para a sala de aula. Essa operação, por si
só, transforma a configuração do território original de ação, exigindo que a
focalização se dê mais sobre os procedimentos artísticos utilizados pelos alunos,
do que sobre os resultados alcançados por eles. Dessa forma, a qualidade
artística não está no produto do trabalho realizado em sala de aula, mas na
invenção e singularidade dos caminhos escolhidos para realizá-lo.
Concepções sobre o ensino de Educação Física
O ensino de Educação Física, no sistema escolar brasileiro, tem suas origens
em meados do século XIX e teve sua evolução histórica vinculada, em grande
medida, a tendências educacionais européias e, na segunda metade do século
XX, também à influência estadunidense – especialmente após a instauração da
ditadura militar, em 1964.
Em linhas gerais, a inserção da Educação Física nos currículos escolares foi
justificada, ao longo do tempo, por uma série de idéias – eugenia, higienismo,
civismo, valorização do esporte, auxílio a outros componentes curriculares. Essas
idéias tiveram uma forte influência dos ideários militar e médico. As práticas
pedagógicas instauradas a partir dessas idéias têm limitado o alcance educacional
da Educação Física, na medida em que seu ensino tem ocorrido, de modo geral,
sem a definição de um objeto de estudos claro e tem se limitado, quase
exclusivamente, à aquisição de habilidades motoras, sendo o seu conteúdo
definido por tais habilidades (ginástica, basquetebol, futebol, etc). Especialmente
após a segunda guerra mundial, a centralidade que a Educação Física tem
25
conferido ao esporte, na educação escolar, tem contribuído para uma verdadeira
elitização no processo de aquisição de habilidades e para o afastamento de
muitos alunos da vivência regular de atividades como a prática esportiva de lazer,
a ginástica voltada para o bem-estar e a saúde, a natação, as caminhadas e
corridas. Assim sendo, o modelo desportivista que tem predominado na Educação
Física parece não vir propiciando, à maioria dos estudantes da Educação Básica,
nem mesmo os limitados benefícios que os enfoques médico e militarista têm
postulado como derivados da prática regular de exercícios e esportes.
Nesse cenário, na década de 1980 ocorreu, no Brasil, um movimento
reflexivo, liderado por alguns professores de Educação Física, que ficou conhecido
como “a crise da Educação Física brasileira”. Em linhas gerais, essa reflexão
denunciava o caráter autoritário e elitista das práticas predominantes na educação
física escolar brasileira.
Já no início da década de 1990, começaram a surgir propostas para a
renovação das práticas pedagógicas para a Educação Física, juntamente com
uma maior discussão do seu objeto de estudos. A idéia de um objeto conceitual
geral que caracterize o enfoque da Educação Física escolar aparece nos
Parâmetros Curriculares Nacionais da área, elaborados em 1998. Nessa proposta,
a cultura corporal de movimento define o objeto da Educação Física.
O Departamento de Educação Física e Esportes da PUC-SP vem
construindo uma proposta pedagógica para a Educação Física escolar, desde o
início dos anos 1990. Na trajetória da construção dessa proposta, foram
elaborados alguns constructos teóricos, dentre os quais destacam-se o movimento
humano consciente (KOLYNIAK FILHO, 1995, 1996), a motricidade sígnica
(MELANI, 1997) e a motricidade humana (KOLYNIAK FILHO, 2002).
Assim entendida, a Educação Física deve tematizar o corpo e a motricidade
do homem, tomando esta temática como o eixo organizador de seu conteúdo.
Nesta perspectiva, e tendo como referência um projeto político-pedagógico
fundado na busca de uma sociedade mais igualitária, que implica na apropriação,
26
por parte dos educandos, de uma compreensão crítica da realidade e de meios
para atuar sobre a mesma, a disciplina tem, como objetivos mais gerais, os
seguintes:
- Possibilitar ao educando o domínio da própria motricidade, situando seu
corpo no espaço-tempo, no sentido de que este seja capaz de articular
seus movimentos para atingir seus objetivos, fazendo-o com eficiência e
economia de esforço. Isto significa propiciar ao aluno a realização dos
mais diversos movimentos (andar, correr, saltar, jogar capoeira, futebol,
basquetebol, voleibol, handebol, dançar e muitos outros), resultando
também em melhoria de sua força, resistência, flexibilidade, velocidade,
coordenação motora, orientação espaço-temporal e outras capacidades
motoras.
- Possibilitar ao educando a apropriação de um conjunto de categorias
conceituais que lhe permitam uma compreensão abrangente e crítica da
motricidade humana em geral e da sua motricidade individual. Vale dizer
que o aluno deve compreender a motricidade humana a partir de
determinados conceitos (assim como compreende fenômenos físicos a
partir de conceitos como força, velocidade, aceleração, massa, etc), os
quais devem incluir tanto aspectos biológicos (conhecimentos de
fisiologia, anatomia, etc) como psicossociais (aspectos culturais do
movimento, a influência dos meios de comunicação nos padrões de
beleza, etc).
- Promover a discussão ética e estética das relações humanas, tendo
como referência a interação concreta entre os homens e destes com a
natureza, interação esta que envolve o corpo e sua motricidade no
espaço-tempo. Nesta perspectiva, por exemplo, todas as atitudes dos
alunos em jogos (colaboração, solidariedade, violência, desrespeito...)
devem ser discutidas pelo seu sentido ético, assim como se deve
chamar a atenção para a beleza dos movimentos individuais e grupais, e
não só para os resultados (quem ganha, quem perde um jogo, por
exemplo).
27
- Favorecer a construção de valores como respeito mútuo, solidariedade,
aceitação das diferenças e busca do desenvolvimento coletivo.
O aluno que aprende o que a Educação Física pode ensinar sobre a
motricidade humana, ou seja, o aluno com o qual se realizam os objetivos
formulados acima, diferencia-se de outros que não têm acesso a esse
conhecimento, essencialmente, pelo fato de ser capaz de compreender:
- que os movimentos humanos são produtos de um processo de
aprendizagem, informal e formal e, portanto, podem ser utilizados e
transformados, desde que haja desejo e condições para tal;
- que a cultura e a sociedade exercem uma forte influência sobre as
características corporais e motoras dos indivíduos, assim como sobre
seus valores e suas preferências por determinados esportes,
determinados ritmos, determinados padrões estéticos, etc, e que esta
influência inclui interesses econômicos e políticos;
- princípios básicos e métodos que permitem desenvolver diferentes
aspectos da motricidade (força, resistência, coordenação motora, etc) e
adquirir diferentes habilidades motoras, visando o desenvolvimento e o
bem-estar individual e coletivo;
- que todas as manifestações de movimento (desde os cumprimentos até
os gestos desportivos) são portadoras de significados individuais e
coletivos e, portanto, envolvem uma dimensão ética.
Portanto, o aluno que realiza os objetivos acima, não se limita a ser capaz de
realizar uma série de movimentos e habilidades motoras. Mais do que isto, torna-
se capaz de compreender a motricidade humana e pensar criticamente sobre ela.
A partir deste entendimento, a prática pedagógica em Educação Física, nos
ensinos fundamental e médio, caracteriza-se por uma articulação entre a
realização de uma grande diversidade de movimentos e uma reflexão sobre os
mesmos. Tal reflexão implica a progressiva apropriação, por parte do aluno, de um
conjunto de conceitos que possibilite compreender a motricidade humana de
forma científica – ou seja, de forma sistemática.
28
Os movimentos que os alunos realizam, nas aulas, incluem tanto aqueles
aprendidos no seu cotidiano – como andar, correr, saltar, subir em obstáculos,
jogos e brincadeiras, danças populares – como movimentos mais especializados
propostos pelo professor (ginástica geral, ginástica olímpica, ginástica rítmica,
coreografias de dança, atletismo, esportes coletivos e outros). Ao procurar facilitar
para o aluno a aquisição de habilidades mais especializadas, o professor está
atuando como intermediário entre aquele e parte do patrimônio cultural relativo ao
desempenho motor. Assim entendido, o ato de efetuar um “saque por cima”,
característico do voleibol, representa o fruto do desenvolvimento motor de muitos
praticantes de voleibol, que o professor procura transmitir ao aluno mais
rapidamente do que o tempo que este levaria para descobrir e realizar por si
mesmo. Nesse processo de transmissão do “conhecimento motor” está em jogo
mais do que habilidades isoladas. Trata-se de desenvolver uma espécie de “lógica
do movimento”, que possibilita utilizar mais proveitosamente as propriedades
biomecânicas do corpo para dirigir os movimentos de forma satisfatória (eficaz e
econômica, do ponto de vista do sujeito).
Ao mesmo tempo em que busca facilitar o desenvolvimento do desempenho
motor dos alunos, através de uma prática constante e consciente, o professor vai
apresentando, de forma sistematizada, referências conceituais que facilitam a
compreensão desse processo. Tais referências conceituais, englobando tanto
aspectos biológicos da motricidade (tais como o mecanismo da contração
muscular, os sistemas funcionais implicados no movimento, efeitos fisiológicos
durante e depois do exercício intenso, etc) como a influência da cultura, dos
grupos e das instituições sociais sobre o seu significado e seu desenvolvimento,
devem ser relacionadas com as vivências motoras dos alunos, tanto aquelas
ocorridas durante as aulas como outras – pois nem sempre é possível vivenciar
todas as modalidades de movimento na escola (por exemplo, a natação, em
escolas que não dispõem de instalações para isto).
Durante todo o processo de vivência motora e de elaboração conceitual
relativa ao corpo e à motricidade, que vai ocorrendo nas aulas, as interações entre
29
os alunos tendem a ser intensas, especialmente quando se utiliza de jogos, dança,
exercícios em duplas e pequenos grupos, massagem, lutas e outras atividades
que envolvem colaboração e/ou competição. Tais situações dão lugar a
excelentes oportunidades para discutir questões éticas e estéticas, em que vão
sendo elaborados valores e atitudes como respeito, solidariedade, aceitação das
diferenças e promoção do desenvolvimento coletivo.
A orientação do ensino da Educação Física, com as características gerais
descritas, volta-se para formar um cidadão que tem domínio de seu corpo-
movimento no espaço-tempo, entendendo que esse espaço-tempo não é um dado
apenas natural, mas um ambiente humanizado, existente como realidade
significativa a partir das relações sociais que o produzem. Além disso, este
cidadão há de perceber-se como ator no processo de criação do espaço-tempo
humanizado, sendo sua ação direcionada por valores e embasada em
conhecimentos sistematizados. Assim sendo, sua ação concreta, dada na e pela
motricidade, possui uma dimensão ética que o torna responsável, perante seu
grupo social, por tudo o que faz. Correlativamente, este cidadão também pode
reconhecer e cobrar a responsabilidade social de outras pessoas, exercendo,
assim, seu papel político – ou seja, sua cidadania.
Na busca desta configuração para o educando encontra-se a contribuição da
Educação Física para a concretização do projeto político-pedagógico do qual
participa.
Concepções sobre a educação inclusiva
No Brasil, a legislação em vigor garante a inclusão de portadores de
deficiência na educação regular e o seu acesso aos meios necessários para isto.
Na prática, isto não vem ocorrendo por vários motivos. Um dos problemas centrais
para a efetivação da educação inclusiva é o fato de o professor, em geral, sentir-
se despreparado e incapaz de lidar com os assim chamados “deficientes”.
30
O suposto despreparo do professor não decorre, simplesmente, de
deficiências na sua formação profissional. As dificuldades em lidar com as
chamadas deficiências radicam em atitudes que têm uma longa gênese histórico-
sócio-cultural, e que se referem a temas muito amplos, como os padrões de
normalidade, as formas de considerar as diferenças interindividuais e
interculturais, os limites do convívio com as diferenças, o etnocentrismo, entre
outros.
A educação inclusiva pressupõe discussão e mudanças de atitudes diante
de tais questões. As mudanças passam por uma reflexão sobre o significado das
limitações, no sentido da compreensão de que todas as pessoas possuem
limitações e dificuldades, as quais tendem a ser relativizadas quando se trata de
pessoas que se consideram e são consideradas incluídas no padrão de
normalidade vigente na formação social em que vivem. Em contrapartida, as
limitações dos chamados deficientes são evidenciadas e maximizadas, justamente
porque os mesmos são considerados “anormais”.
A reflexão sobre e a ressignificação do sentido da deficiência e da condição
do deficiente deve convergir para uma mudança radical de olhar e de atitude do
professor diante do chamado aluno “portador de necessidades educativas
especiais” (PNE): o deslocamento do foco principal de atenção do educador, que
deve passar das limitações do sujeito PNE para as suas possibilidades de
desenvolvimento.
Se é fundamental o movimento de reflexão e mudança de atitudes dos
professores em relação aos conceitos de deficiência e deficiente, a efetivação da
educação inclusiva depende também de mudanças na infra-estrutura e na
organização da escola. Essas mudanças devem adequar-se ao pressuposto de
que a escola deve possibilitar o acesso do conhecimento a todos. Não deve haver
currículos diferentes para pessoas com características diferentes. Trata-se, sim,
de respeitar as limitações e as características próprias de cada um, na construção
do conhecimento. Isto, aliás, serve para todos (mesmo os chamados “normais”).
31
A educação inclusiva passa pela disponibilização de recursos (materiais,
humanos, institucionais) que possibilitem aos chamados deficientes o acesso ao
conhecimento historicamente construído. Por isso, todo o material didático da
escola deve ser acessível em linguagens e códigos diferentes (auditivos, visuais,
táteis).
A partir do exposto, entende-se que as dificuldades para o acesso do
deficiente ao conhecimento devem ser consideradas um problema da escola,
como instituição, e não do deficiente ou do professor, tomados individualmente.
Referências gerais para o projeto pedagógico do Centro
Tendo em vista os pressupostos explicitados, a elaboração das propostas de
cursos para professores e tutores, e seus respectivos materiais de apoio, nas
áreas de Arte e Educação Física, será pautada nas seguintes referências:
a) É importante afirmar a legitimidade de diferentes linguagens no contexto
da educação. Entretanto, o que distingue a escola, no seu papel de possibilitar a
apropriação do conhecimento, é a sua sistematização, que deve estender-se às
diferentes linguagens.
b) É necessário propor categorias conceituais que possam ser utilizadas
como referências para uma sistematização do conhecimento nessas áreas,
entendendo-se que esse conhecimento inclui diferentes habilidades perceptivo-
motrícias, além de formulações verbais especializadas (os chamados conceitos
científicos).
c) As propostas estarão pautadas na concepção de conhecimento como
construção histórico-sócio-cultural, tanto no plano da filogênese como no da
ontogênese. Disto decorre a importância de explicitar a crítica às concepções
naturalistas e inatistas que, freqüentemente, servem de base a ações pedagógicas
em Arte e Educação Física. Em outras palavras, cabe contrapor-se à valorização
dos “talentos” e dos “dons” naturais (um dos grandes argumentos justificadores do
32
elitismo, das desigualdades sociais e das relações de dominação), enfatizando a
construção social da expressão artística e da motricidade.
d) A metodologia de ensino fundamenta-se na compreensão da importância
da ação concreta no processo pedagógico – portanto, nos processos de
aprendizagem. Assim sendo, cabe propor explicitamente a articulação de
vivências perceptivo-motrícias com reflexão e sistematização conceitual,
rejeitando a dicotomia entre disciplinas “teóricas” e disciplinas “práticas” – eis que
Arte e Educação Física são propostas como áreas que buscam a superação da
visão dualista, que separa corpo e mente.
e) A compreensão da educação inclusiva, como princípio fundamental das
propostas em Arte e Educação Física, deve permear todo o projeto pedagógico –
da fundamentação relativa à compreensão do desenvolvimento humano às
sugestões de conteúdo e metodologia de ensino.
f) As propostas de cursos estimularão a participação de todos os atores do
sistema educacional na construção do conhecimento em Arte e Educação Física.
Isto significa que os cursos terão uma estrutura que prevê a contínua produção e
incorporação de saberes locais ao conjunto de conteúdos e estratégias de ensino
que são praticados nas redes públicas de educação. Com este sentido, os cursos
e materiais pedagógicos de apoio hão de servir como pontos de partida e de
articulação, não como propostas acabadas e fechadas. Hão de estimular a
participação de professores na ampliação da Rede Nacional de Centros de
Pesquisa e Desenvolvimento da Educação, assim como na produção de projetos
político-pedagógicos cada vez mais embasados e consistentes. Hão de apontar
para o envolvimento ativo dos alunos das redes públicas de ensino em seu próprio
processo educacional, tendo como parâmetros norteadores a criatividade, a
autonomia, a construção de projetos coletivos e compartilhados, a valorização do
bem comum e a consciência política.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARGAN, G.C. e FAGIOLO, M. Guia de história da arte. Lisboa: Estampa, 1992.
ARNHEIM, R. Hacia una psicologia del arte. Madrid: Alianza Editorial, 1980.
___________ Intuição e intelecto na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Parâmetros curriculares
nacionais: educação física. Brasília: MEC, 1998.
___________________________________________________. Parâmetros
curriculares nacionais: arte. Brasília: MEC, 1998.
CARAMELLA, E. História da arte. Fundamentos Semióticos.Bauru: Edusc, 1998.
_____________. História. Memória. Crítica: arte como trama de valores. Tese de
Livre-docência. Bauru: Unesp, 2003.
JOHNSON, S. Cultura da Interface: como o computador transforma nossa maneira
de criar e comunicar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
KOLYNIAK FILHO, Carol. Movimento humano consciente: objeto de estudo para a
educação física. Discorpo, 5. São Paulo: Departamento de Educação Física e
Esportes da PUC-SP, 1995, p. 15-32.
_______________________. O objeto de estudo da educação física em
discussão: um diálogo com Manuel Sérgio. Discorpo, 6. São Paulo: Departamento
de Educação Física e Esportes da PUC-SP, 1996, p. 79-92.
_______________________. Contribuições para o ensino em motricidade
humana. . Discorpo, 13. São Paulo: Departamento de Educação Física e Esportes
da PUC-SP, 2002, p. 27-39.
MELANI, Ricardo A. Haltenhoff. Motricidade sígnica. Discorpo, 7. São Paulo:
Departamento de Educação Física e Esportes da PUC-SP, 1997, p. 15-29.
PEIRCE, C.S. Escritos coligidos. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1974.
PLAZA.J.E.Tavares M. Processos criativos com os meios eletrônicos: poéticas
digitais. São Paulo: Hucitec,1998.
SANTAELLA.l. Matrizes da Linguagem e pensamento. São Paulo: Iluminuras,
2001.

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Centro de Artes e Educação Física da PUC - SP. Documento Básico

  • 1. 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 2004 CENTRO DE ARTES E EDUCAÇÃO FÍSICA DA PUC-SP DOCUMENTO BÁSICO Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=17&cad=rj a&uact=8&ved=0CEEQFjAGOAo&url=http%3A%2F%2Fwww.pucsp.br%2Fcaefpu csp%2FDownloads%2Fdoc_basico_centro.doc&ei=OeRDVPjVLsvzgwS2nYHgBw &usg=AFQjCNGWVJalBy4rhrSvJUrsF-twrKGUcQ&sig2=yi_U0u0ADz4- wvUfEzAF5g&bvm=bv.77648437,d.eXY EQUIPE RESPONSÁVEL Prof. Dr. Carol Kolyniak Filho Prof. Ms. Ivo Ribeiro de Sá Profa. Ms. Naira Neide Ciotti Prof. Ms. Ricardo Augusto Haltenhoff Melani Prof. Ricardo Robertes Prof. Ms. Ronaldo Ferreira Negrão Profa. Dra. Sandra de Camargo Rosa Mraz Profa. Vera Cecília Achatkin
  • 2. 2 DOCUMENTO BÁSICO DO CENTRO DE ARTES E EDUCAÇÃO FÍSICA DA PUC-SP ORIGEM INSTITUCIONAL DO CENTRO Em novembro de 2003, o Ministério da Educação, através da então Secretaria de Educação Infantil e Fundamental (SEIF), que, em 2004, viria a mudar a sua denominação para Secretaria de Educação Básica (SEB), publicou o Edital nº 01/2003-SEIF/MEC. Nesse edital, o referido órgão tornou público ...que estará recebendo propostas de universidades brasileiras que possuam ou tenham interesse em construir centros de formação continuada, desenvolvimento de tecnologia e prestação de serviços para as redes públicas de ensino, visando a integração da Rede Nacional de Centros de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação (Rede), constituída no âmbito do Sistema Nacional de Certificação e Formação Continuada de Professores da Educação Básica ... (os negritos são do texto do edital). Nos termos do item 1.3 do Edital 01/2003, são considerados “centros de pesquisa e desenvolvimento da educação”, doravante simplesmente centros, qualquer órgão ou unidade existente ou que venha a ser constituído no âmbito de uma universidade brasileira, independentemente de sua denominação e formato institucional (centro, núcleo, instituto, laboratório, grupo etc), desde que se dediquem ao desenvolvimento de programas de formação continuada de professores ou gestores e ao desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços para as redes públicas de ensino, em uma ou mais áreas referidas no item 1.7 deste Edital. O item 1.7 do Edital relaciona 5 áreas de especialidade: a) Alfabetização e Linguagem, b) Educação Matemática e Científica, c) Ensino de Ciências Humanas e Sociais, d) Artes e Educação Física, e) Gestão e Avaliação da Educação.
  • 3. 3 O mesmo edital definiu, em seu item 1.9, as ações que seriam apoiadas pelo MEC e que, portanto, deveriam nortear os projetos a serem apresentados por universidades interessadas em compor a Rede. Essas ações estão descritas da seguinte forma: 1. Desenvolvimento de programas e cursos de formação continuada de professores e gestores para as redes de educação infantil e fundamental, à distância e semipresenciais, incluindo a elaboração de material didático para a formação docente (livros, vídeos, softwares). 2. Desenvolvimento de projetos de formação de tutores para os programas e cursos de formação continuada. 3. Desenvolvimento de tecnologia educacional para o ensino fundamental e a gestão de redes e unidades de educação pública. 4. Associação a instituições de ensino superior e outras organizações para a oferta de programas de formação continuada e a implantação de novas tecnologias de ensino e gestão em unidades e redes de ensino. Além de definir as ações que seriam apoiadas em convênios firmados com o MEC, o mesmo edital fixou, em seu item 2.6.2, três metas a serem alcançadas através de tais ações: I – Associação com outras instituições, de modo que a cobertura potencial dos programas desenvolvidos no âmbito da Rede se amplie. II – Atendimento efetivo a profissionais, unidades e redes de ensino por meio desses programas. III – Elevação do percentual de certificação dos profissionais de educação. Em conformidade com as disposições do referido edital, a PUC-SP apresentou, dentre outras, proposta para a criação de um centro na especialidade Artes e Educação Física. A proposta continha projetos de ações elaboradas por professores do Departamento de Educação Física e Esportes (Faculdade de Educação), do Departamento de Arte e do curso de Comunicação e Artes do Corpo (Faculdade de Comunicação e Filosofia). Esta proposta foi aprovada em 15/01/2004 e, após um período de reformulações (por solicitação e com
  • 4. 4 orientação da SEB) e de tramitação junto ao MEC, foi firmado o convênio nº 019/2004-SEB/MEC, que tem por objeto a execução do plano de trabalho apresentado pela PUC-SP. O convênio nº 019/2004-SEB/MEC tem vigência de agosto de 2004 a agosto de 2008, período em que o Centro de Artes e Educação Física contará com o apoio institucional do MEC, na forma de verbas específicas, acreditação de seus produtos e ações e divulgação do trabalho junto a redes públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental no território brasileiro. A perspectiva assumida no projeto institucional do centro é de que o mesmo mantenha suas atividades após o encerramento do convênio, mesmo que o mesmo não seja prorrogado. Para tanto, espera-se que o centro ganhe autonomia financeira, através da efetiva realização das ações propostas no projeto. JUSTIFICATIVA DO PROJETO E OBJETIVOS DO CENTRO O projeto que foi aprovado pelo MEC contém uma justificativa, que consta do Anexo 5 do plano de trabalho, e vai transcrito a seguir. “Dentre as mudanças que vêm ocorrendo na educação formal, no Brasil, a partir da lei 9394/96, encontram-se duas que têm justificado considerável demanda por formação continuada de professores: a) a necessidade de basear a atividade das unidades escolares em projetos político-pedagógicos e b) a obrigatoriedade da inclusão de alunos portadores de necessidades educativas especiais na rede de ensino regular. O processo de discussão e elaboração de um projeto político pedagógico para cada unidade escolar, ainda que venha ocorrendo de formas muito diversas (tanto no que se refere ao envolvimento efetivo das equipes escolares e da comunidade, como no que respeita à abrangência e à profundidade das discussões e elaborações), tem evidenciado a necessidade de discutir e
  • 5. 5 esclarecer o significado de cada um dos componentes do currículo escolar, assim como das relações entre os mesmos. O processo de inclusão de alunos com necessidades educativas especiais na rede regular de ensino, por sua vez, vem trazendo à tona a insuficiência da formação inicial de professores para lidar com esses alunos. Esta insuficiência articula-se com as representações e as práticas sociais que ainda predominam, com relação aos assim chamados “deficientes”, as quais tendem a excluí-los do acesso aos bens culturais oferecidos aos alunos considerados “normais”. As áreas de Artes e Educação Física, ainda que já façam parte do currículo do Ensino Fundamental há décadas, estão entre aquelas que, de modo geral, têm sido menos valorizadas no conjunto do currículo escolar. Essa valoração pode ser explicada por um conjunto de determinações históricas, sociais e culturais, as quais, no plano superestrutural, expressam-se em diferentes caracterizações ideológicas. A dicotomia entre trabalho mental e trabalho corporal, a concepção de que a arte é produto de dons inatos, a associação da arte exclusivamente com lazer e diletantismo e a idéia de que a Educação Física consiste apenas no adestramento do corpo são alguns exemplos de caracterizações ideológicas que, freqüentemente, estão na base do significado atribuído às áreas do currículo escolar de que estamos tratando. Além de uma valoração baseada em concepções superficiais e equivocadas a respeito do seu significado e do seu potencial educativo, as áreas de Artes e Educação Física são, frequentemente, ministradas por professores que não tiveram a oportunidade de refletir com maior profundidade sobre os aspectos filosóficos, epistemológicos, históricos, sociais, culturais e pedagógicos que fundamentam uma compreensão e uma prática social mais qualificada. Isto é mais frequente entre os professores de Educação Infantil e os professores não especialistas que ministram aulas nas 4 séries iniciais do Ensino Fundamental. Tal situação acaba, muitas vezes, por limitar a apropriação dos conhecimentos que essas disciplinas podem oferecer, reduzindo-as a meros complementos de outras
  • 6. 6 disciplinas, mantendo um círculo vicioso que tende a reforçar a sua desvalorização no currículo escolar. Diante desse quadro e do potencial formativo que as áreas de Artes e Educação Física detêm, no que diz respeito à construção do sujeito histórico e de sua cidadania, uma das questões centrais para a qualificação dos projetos político-pedagógicos, em todo o Brasil, é a discussão do sentido que o ensino dessas disciplinas tem no conjunto do currículo escolar. Isto implica discutir, primeiramente, a especificidade do objeto de estudo dessas disciplinas, visto que o conteúdo e a metodologia de ensino ganham sentido na medida em que se articulam em torno de uma referência conceitual claramente definida. À luz de uma concepção clara do significado de Educação Física e de Artes como conteúdos da educação escolar, significado este produzido historicamente e em contínua elaboração, é possível construir uma grande variedade de conteúdos e estratégias que possibilitem ao alunado a apropriação de saberes construídos em nossa cultura e a abertura à criatividade e à inovação, em tudo o que diz respeito à expressão artística e à construção da motricidade. O Centro de Artes e Educação Física da PUC-SP propõe a discussão sobre concepções e práticas pedagógicas nas áreas de Artes e Educação Física, através de cursos à distância e semi-presenciais, planejados de forma específica para as diferentes categorias de professores das redes públicas de ensino - professores de Educação Infantil, professores das 4 séries iniciais do Ensino Fundamental, professores especialistas de Educação Física e professores especialistas de Artes. Tais cursos serão adequados, também, à realidade cultural, social e econômica em que existe cada rede pública demandante dos serviços de formação continuada. Em todos os cursos serão abordadas as questões conceituais e metodológicas relativas à inclusão de alunos portadores de necessidades educativas especiais. Para atingir esse escopo, o Centro de Artes e Educação Física da PUC-SP desenvolverá projetos básicos de cursos diversificados - e seus respectivos materiais didáticos -, que serão complementados e adequados (no que se refere a
  • 7. 7 carga horária, conteúdo e metodologia) a cada rede pública demandante. Isto implica no envolvimento de outras instituições de ensino superior no processo de elaboração dessas adequações, através de parcerias que incorporarão a experiência de professores das diferentes regiões em que as ações do Centro forem desenvolvidas. O material básico produzido pelo Centro (módulos, cursos, vídeos, livros, cadernos técnicos) será o referencial articulador dos diferentes projetos específicos, fundamentando a certificação oferecida pela PUC-SP.” Com base na justificativa acima, o Centro de Artes e Educação Física da PUC-SP tem como objetivos gerais: 1. Desenvolver pesquisa, cursos, material didático e tecnologia educacional para formação continuada de professores das redes públicas brasileiras de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas áreas de Artes e Educação Física. 2. Articular uma rede de instituições de ensino superior para a realização de cursos de formação continuada que atendam efetivamente professores das redes públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas áreas de Artes e Educação Física. AÇÕES PREVISTAS NO PROJETO Para atingir seus objetivos, o Centro desenvolverá uma série de ações, planejadas em conformidade com o disposto no Edital 01/2003-SEIF-MEC, elencadas no quadro abaixo: TIPO Nº AÇÃO NOME DESCRIÇÃO INÍCIO CONCL U-SÃO 1 1.1 Desenvolvimen to de Elaboração de programas básicos para formação 10/2004 04/2005
  • 8. 8 programas de formação para professores continuada à distância e semipresencial, em Artes e Educação Física, com diferentes durações, para professores de Educação Infantil, séries iniciais do Ensino Fundamental e séries finais do Ensino Fundamental (professores especialistas) 1 1.2 Produção de material didático para professores Elaboração de material didático para formação continuada de professores em Artes e Educação Física, incluindo livros, vídeos e CD-ROM 10/2004 04/2005 2 2.1 Desenvolvimen to de programas de formação de tutores Elaboração de projetos básicos para a formação de tutores para os programas de formação continuada de professores 10/2004 04/2005 2 2.2 Produção de material didático para tutores Elaboração de material didático para formação de tutores, incluindo cadernos, vídeos e CD-ROM 10/2004 04/2005 3 3.1 Desenvolvimen to de tecnologia educacional Realização de estudos para o levantamento de necessidades de desenvolvimento de material e tecnologia adequados e de custo reduzido para o ensino em Artes e Educação Física, na educação infantil e no ensino fundamental 10/2004 04/2005
  • 9. 9 3 3.2 Celebração de convênios com empresas, universidades ou outras instituições Celebração de acordos de parceria com empresas, universidades, institutos, ONGs e outras instituições que possam desenvolver materiais e equipamentos de baixo custo para o ensino em Artes e Educação Física 11/2004 04/2005 3 3.3 Desenvolvimen to de tecnologia educacional Criação de programas, ferramentas e páginas na Internet para viabilização de cursos à distância e semi- presen-ciais para professores de Artes e Educação Física e para a formação de tutores 12/2004 04/2006 4 4.1 Associação com outras IES Celebração de acordos e convênios com Instituições de Ensino Superior para a oferta e implementação de programas de formação continuada de professores em Artes e Educação Física da rede pública de ensino em educação infantil e ensino fundamental 10/2004 04/2008 As ações constantes no quadro acima serão consubstanciadas em produtos específicos. Para explicitar as características das ações e produtos, em suas relações com os objetivos do Centro, passamos a fazer algumas considerações sobre os produtos que são esperados como resultado de cada ação:
  • 10. 10 OBJETIVO 1 - Desenvolver pesquisa, cursos, material didático e tecnologia educacional para formação continuada de professores das redes públicas brasileiras de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas áreas de Artes e Educação Física. AÇÃO 1.1 – DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE FORMAÇÃO PARA PROFESSORES Os programas de formação para professores serão desenvolvidos de modo que seja possível compor cursos com durações diversas, segundo as demandas e necessidades apresentadas pelas redes públicas que vierem a procurar os serviços do Centro. Para tanto, o conteúdo para composição dos cursos será caracterizado e definido segundo os seguintes critérios: a) Conteúdo fundamental para Artes: trata-se de conteúdo que deve estar presente em qualquer curso ou programa que venha a ser oferecido para professores de Educação Infantil ou de Ensino Fundamental, na área de Artes. Inclui os aspectos conceituais mais genéricos que caracterizam a inserção da Arte como conteúdo de currículos educacionais para o nível de escolarização em questão. b) Conteúdo fundamental para Educação Física: a caracterização acima, para a área da Educação Física. c) Conteúdo relativo à educação inclusiva: refere-se à discussão de princípios gerais que embasam a proposição da educação inclusiva e a elementos de reflexão para favorecer a instauração de uma atitude, por parte dos professores, que viabilize a ação educativa efetivamente inclusiva, frente aos alunos que necessitam de cuidados e atenção diferenciados. d) Conteúdo específico para Artes: inclui a especificação de objetivos, conteúdos e princípios metodológicos para o ensino de Artes da Educação Infantil e nas diferentes etapas do Ensino Fundamental. e) Conteúdo específico para Educação Física: a caracterização acima, para a área da Educação Física.
  • 11. 11 Uma vez construídas as propostas para as classes de conteúdo acima discriminadas, os cursos a serem oferecidos às redes poderão ser compostos da seguinte forma: Produto 2.1.1.2 - Artes: conteúdos “a” e “c” fixos e conteúdo “d” variável conforme a demanda. Produto 2.1.1.1 - Educação Física: conteúdos “b” e “c” fixos e conteúdo “e” variável conforme a demanda. Além deste conteúdo construído pelo pessoal do Centro, cada curso terá um conteúdo mais específico, a ser definido de acordo com as peculiaridades regionais e locais em que se localiza a rede pública de ensino demandante dos serviços do Centro. As propostas para o conteúdo construído pelo pessoal do Centro serão acompanhadas do material necessário para exposição: programas em PowerPoint, transparências, figuras, roteiros para videoconferência e outros. AÇÃO 1.2 – PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA PROFESSORES O material didático a ser produzido para utilização em cursos de formação continuada de professores inclui 3 linhas de produtos: a)-Livros básicos de fundamentação: São livros que contém os pressupostos relativos aos conteúdos que estarão presentes obrigatoriamente em todos os cursos oferecidos pela rede articulada pelo Centro. Esses livros são: Produto 1.1.2.1 – Livro de Educação Física. Esse livro tratará de 4 grandes temas: a Educação Física como área de conhecimento; a motricidade; relações entre motricidade, desenvolvimento e aprendizagem; princípios metodológicos gerais para a Educação Física na Educação Infantil e no Ensino Fundamental Produto 1.1.2.2 – Livro de Artes. Esse livro tratará de 4 temas fundamentais: Arte, territórios e fronteiras; Processos criadores; O papel da arte e Ensinar-
  • 12. 12 aprender arte, que tratará dos princípios metodológicos mais gerais para o ensino de Artes na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. b) Cadernos técnicos: São publicações periódicas que abordam conteúdos específicos para as áreas de Artes e Educação Física, aplicáveis à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental. Os cadernos serão organizados por temas, atendendo aos interesses e necessidades mais imediatos dos professores. Para a área de Educação Física, estão previstos cadernos sobre jogos e brincadeiras, atividades rítmicas e expressivas, esportes, lutas, conhecimentos sobre o corpo. Para a área de Artes, projetam-se cadernos que abordem literatura, artes cênicas, artes plásticas, cinema e fotografia, música. A ordem em que esses temas serão abordados dependerá de diagnóstico a ser elaborado pela equipe de professores do Centro. Os produtos relativos a esta linha são os de nº 1.1.2.6 a 1.1.2.13. c) Vídeos: Os vídeos destinam-se a subsidiar as atividades de ensino à distância e semi-presencial. Podem ser utilizados como recursos em sala de aula, por parte dos tutores, ou como parte de videoconferências. Serão produzidos com orientação técnico-pedagógica dos professores do Centro, que elaborarão roteiros em conjunto com o pessoal especializado em produção de vídeos, que vier a prestar serviços para o Centro. Está prevista a produção de 3 vídeos: Produto 1.1.2.3 – Vídeo de Educação Física. O roteiro abordará a Educação Física como área de conhecimento e como componente da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, desenvolvendo os temas básicos também tratados no livro. Produto 1.1.2.4 – Vídeo de Artes. O roteiro abordará o território das artes em sua multiplicidade e singularidade enquanto área de conhecimento e como componente da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, desenvolvendo os temas básicos também tratados no livro. Produto 1.1.2.5 – Vídeo sobre inclusão. Este vídeo será produzido para utilização em cursos nas áreas de Artes e Educação Física e abordará a educação inclusiva em geral, destacando a problemática das relações sociais que se estabelecem sobre uma concepção estereotipada e acrítica da deficiência e do deficiente. Na base desta reflexão, o roteiro procurará salientar a importância de
  • 13. 13 uma atitude adequada dos professores frente à questão da deficiência e da inclusão, como pressuposto para o avanço de práticas escolares que possibilitem um acesso efetivo de todos os alunos ao conhecimento que a escola pode oferecer. Adicionalmente, serão apresentados exemplos concretos de atividades e estratégias que podem propiciar a participação efetiva de alunos com diferentes dificuldades. AÇÃO 2.1 – DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DE TUTORES Paralelamente à elaboração dos cursos para professores, serão elaborados programas de formação de tutores, que devem dar suporte às atividades realizadas em cursos à distância e semipresenciais. Os cursos para tutores incluirão uma visão geral das condições de realização dos cursos para professores, aspectos didáticos para a condução e orientação dos trabalhos do grupo de professores, familiarização com o equipamento eletrônico e as respectivas ferramentas a serem utilizados e uma idéia geral da organização do conteúdo de cada área. Esses cursos terão uma parte comum a ambas as áreas e uma parte específica. Os respectivos produtos são os de nº 2.2.1.1 e 2.2.1.2. Como parte do processo de formação de tutores, está prevista a realização de um encontro de tutores que já tenham sido preparados pelo Centro e que estejam atuando em cursos para professores. Desse encontro (produto 2.2.1.3) deve resultar um documento que sintetize a avaliação da experiência de tutoria em cursos e que apresente subsídios para o aprimoramento do processo de formação de tutores. AÇÃO 2.2 – PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA TUTORES Para apoiar o programa de formação de tutores, serão produzidos: Produto 1.2.2.1 – Caderno de orientação para tutores. Esta publicação reunirá os elementos do curso de preparação de tutores descritos na ação anterior.
  • 14. 14 Produto 1.2.2.2 – Vídeo para tutores. Este vídeo visa esclarecer os processos e princípios de operação de equipamentos e ferramentas a serem utilizados nos cursos de formação de professores. Além disto, possibilitará uma visualização da forma de atuação do tutor nas situações de ensino, discutindo aspectos didáticos dessa atividade. AÇÃO 3.1 – DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL Esta ação consiste na realização de estudos visando detectar necessidades de material didático nas áreas de Educação Física e Artes que não são atendidas satisfatoriamente pelos produtos disponíveis no mercado, principalmente devido ao seu alto custo. Para possibilitar a busca de soluções para este problema, serão produzidos: Produto 1.3.1.1 – Relatório técnico de Educação Física. Trata-se de um estudo sobre necessidades de material didático (equipamento e material de consumo) para o desenvolvimento de programas de ensino em Educação Física e de um levantamento da disponibilidade, das características técnicas e do custo desse material no mercado corrente. Finalizando o relatório, será elaborado um rol de equipamentos e implementos que devem ser planejados e desenvolvidos de modo a possibilitar sua produção a custo reduzido, com vistas a viabilizar sua aquisição por parte das redes públicas de ensino. Produto 1.3.1.2 – Relatório técnico de Artes. Tem a mesma configuração do anterior, referindo-se à área de Artes. AÇÃO 3.2 – CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIOS COM EMPRESAS, UNIVERSIDADES OU OUTRAS INSTITUIÇÕES Uma vez realizados os estudos relativos à ação 3.1, buscar-se-á a celebração de acordos de parceria com empresas, universidades, institutos, ONGs ou qualquer outra instituição que possa desenvolver materiais e equipamentos de baixo custo para utilização no ensino de Educação Física e Artes, nas redes
  • 15. 15 públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. A parceria consistirá no compromisso da instituição com o desenvolvimento de produtos que possam ser efetivamente utilizados, com segurança, conforto e eficácia, sendo a contrapartida do Centro a orientação técnico-pedagógica e o assessoramento na avaliação do produto. Esta ação estará consubstanciada nos seguintes produtos: Produto 4.3.2.1 – Acordo de parceria para desenvolvimento de material didático para Educação Física. Produto 4.3.2.2 – Acordo de parceria para desenvolvimento de material didático para Artes. AÇÃO 3.3 – DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL Esta ação está voltada para a elaboração de todo o instrumental tecnológico que possibilite a realização de cursos à distância para tutores e para professores das redes públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Os produtos fundamentais que resultarão desta ação são: Produto 3.3.3.1 – Programas, ferramentas e homepage do Centro. Trata-se de todo o conjunto de software necessário para o funcionamento dos programas específicos para oferecimento e realização dos cursos para monitores e professores, além da ambientação na Internet. Produto 3.3.3.2 – Instrumentos de avaliação de programas e cursos. São programas e protocolos de avaliação a serem criados para acompanhar os programas e cursos efetivamente contratados por redes públicas. OBJETIVO 2 - Articular uma rede de instituições de ensino superior para a realização de cursos de formação continuada que atendam efetivamente professores das redes públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas áreas de Artes e Educação Física.
  • 16. 16 AÇÃO 4.1 – ASSOCIAÇÃO COM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR Esta ação consiste na realização de acordos ou convênios com Instituições de Ensino Superior para desenvolver e implementar cursos e programas de formação continuada à distância e semipresencial de professores das redes públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nas áreas de Artes e Educação Física. No desenvolvimento e implementação dos cursos e programas, que atenderão efetivamente os professores das redes, as IES associadas ao Centro terão uma atuação fundamental. Não serão simples reprodutoras de cursos e programas previamente preparados, mas agentes no levantamento de diagnóstico de necessidades, na preparação de conteúdo específico e na produção de material didático (além daquele material fundamental já produzido pelo pessoal do Centro). Essa atuação das IES associadas, que se pretende que se tornem centros regionais de formação continuada, exige uma articulação cuidadosa com os princípios gerais propostos pelo Centro, cujo pessoal deve acompanhar todas as etapas de implementação dos cursos específicos. CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS E METODOLÓGICAS QUE FUNDAMENTAM O PROJETO A proposta de trabalho do Centro articula-se a partir de alguns pressupostos sobre o conhecimento, a aprendizagem, a instituição escolar e os campos específicos de conhecimento de sua especialidade – Artes e Educação Física. Esses pressupostos são apresentados a seguir, agrupados em tópicos. Concepções sobre a aprendizagem e o processo de construção de conhecimento na instituição escolar
  • 17. 17 A compreensão dos processos de aprendizagem e construção de conhecimento que embasa as proposições do Centro tem como pressuposto um determinado enfoque do homem. Esse enfoque, embasado em elementos da Antropologia, da Psicologia sócio-histórica, das chamadas neurociências, das Ciências Sociais e da Filosofia, em grandes linhas, consiste em considerar o homem como ser histórico, social, produtor e produto de cultura. Em outras palavras, a especificidade do humano não decorre apenas de suas características biológicas (de seu genoma), depende de sua organização social (daí o caráter social do homem), que se deu e se dá em tempos, espaços e processos concretos (daí sua historicidade) e implica em produções materiais e simbólicas que são transmitidas entre gerações, sem se incorporarem ao genoma (daí o caráter cultural do homem). Tendo como base esse enfoque do homem, assume-se que a capacidade humana de conhecer, caracterizada pela operação de representações psíquicas que se dão mesmo na ausência dos seus respectivos objetos, não é inata Assim, a capacidade de conhecer e o conhecimento constroem-se nas relações sociais, tanto no âmbito da espécie como na esfera individual. Portanto, o processo pelo qual um grupo social ou um dado indivíduo vêm a se tornar capazes de conhecer, assim como os conteúdos e as formas assumidas pelos seus conhecimentos, inscrevem-se em um processo histórico, demarcado em um universo cultural. As relações sociais, assim como as construções do conhecimento, implicam processos de aprendizagem. Como organismo biológico, um indivíduo da espécie homo sapiens não nasce com um repertório de ações que lhe permita sobreviver de forma autônoma. As formas de interação com o meio que possibilitam a sua sobrevivência devem ser aprendidas, ou seja, construídas durante a vida extra- uterina, incluindo-se, nessas formas de interação, os modos de relacionamento com outros indivíduos que fazem parte do grupo social em que nasceu e ao qual pertence. Na construção do humano, a comunicação entre indivíduos assume a forma de linguagem, entendida como capacidade de operar com sistemas simbólicos. Os
  • 18. 18 processos de aprendizagem que diferenciam o ser humano de outros animais são mediados por sistemas simbólicos. Assim sendo, a construção da linguagem é um aspecto essencial na constituição do homem e do conhecimento. No processo histórico de construção da linguagem e do conhecimento, o ser humano, em diferentes formações sócio-culturais, produziu formas simbólicas com características diversas – a arte, a ciência, a filosofia, o mito, a religião ... Essas formas têm em comum o seu caráter sígnico – configuram-se como sistemas de signos que possibilitam a representação do mundo e a comunicação. Não obstante, cada uma dessas formas simbólicas constitui uma linguagem com características próprias, que possibilita uma forma específica de apreensão do e de relação com o mundo. A construção do conhecimento ocorre em diferentes situações de vida, em diferentes instâncias sociais, instâncias estas que foram e são formadas historicamente. Dentre as instâncias sociais que oportunizam construção de conhecimento, a escola destaca-se, na atualidade, pela sua difusão e por seu papel institucional. Uma das especificidades da instituição escolar é a sistematização do processo de construção do conhecimento. Essa sistematização implica tanto a organização dos conteúdos a serem apropriados pelos alunos como o ordenamento das mediações que o professor deve realizar para facilitar essa apropriação. Os conhecimentos construídos na escola abrangem diferentes linguagens e tais linguagens, com especificidades que implicam para a apreensão da e para a ação sobre a realidade, têm, em princípio, o mesmo valor para uma formação abrangente do educando – abrangente no sentido de propiciar o desenvolvimento de todas as possibilidades construídas pelo gênero humano, em seu processo histórico. Assim, as linguagens da arte, da ciência, do mito, da religião, da filosofia, da matemática, etc devem ser igualmente valorizadas, sem que uma possa ser subsumida a outra. Cada forma de apreensão da realidade, de expressão e de interação tem seu próprio valor, irredutível que é a outras formas – a linguagem da
  • 19. 19 arte, por exemplo, não pode ser reduzida à linguagem matemática, pois ambas expressam diferentes modos de conceber o mundo. Finalmente, cabe considerar que o homem é uma totalidade complexa, cujas expressões têm sido estudadas e compreendidas de forma fragmentada devido ao processo de construção e sistematização do conhecimento científico. Essa forma de conhecer, fragmentando o objeto (no caso, o ser humano) para dele construir representações mais detalhadas e precisas, resultou em concepções que podem permanecer fragmentárias, caso se perca a noção de que o estudo de uma parte isolada não cria uma realidade objetiva autônoma. Assim, embora o homem tenha sido estudado como portador de diferentes capacidades, funções e possibilidades – cognição, afetividade, motricidade, características anátomo-fisiológicas, manifestações patológicas, formas de organização social, política, econômica, etc –, os seus processos de construção, inclusive de construção de conhecimento, sempre se manifestam como expressão de sua complexa totalidade. Sendo assim, os aspectos físicos, fisiológicos, psicológicos, motrícios 1, sociais, políticos, econômicos, culturais, e tudo o mais que se queira, estão presentes e envolvidos na aprendizagem e na construção de conhecimentos na escola. Concepções sobre o ensino de Artes “O ensino da arte não pode ser eficaz se não se tem uma idéia correta de para que serve a arte e sobre o que versa” (Arnheim, 1980:312) Ao nos referirmos à arte como objeto de ensino e estudo, o primeiro aspecto a ser explorado e visto como distintivo é o modo como a percebemos dentro do universo de concepções que conformam nossas experiências e conhecimentos. 1 O adjetivo motrício é relativo à motricidade, no sentido apontado porKOLYNIAK FILHO (2002)
  • 20. 20 A arte em suas diferentes formas de manifestação (literatura, artes plásticas, música, teatro, dança, performance, hipermídia) não reproduz, mas reinventa contextos e objetos potenciais, cuja existência se perfaz na interação com o experimentador-fruidor. Dessa forma, a arte estará presente onde o homem estiver, como fator de conhecimento e de interação homem-realidade, distanciando-se de concepções que a viabilizem apenas em territórios privilegiados, cujo acesso só é permitido a uns poucos escolhidos graças aos seus dons de inspiração e de genialidade. A construção artística se faz ininterruptamente, e desde sempre, por meio do movimento contínuo entre singularidade e multiplicidade. Se de um lado as artes possuem especificidades, métodos e histórias próprias, de outro, estão em permanente processo multiplicador por meio da miscigenação e do cruzamento – seja entre suas diferentes formas expressivas, seja na sua relação com outras áreas do saber –, produzindo interfaces que as levam a questionar freqüentemente as suas fronteiras territoriais, enriquecendo-as pela contaminação de outras matrizes de linguagem e de conhecimento de mundo. Não são raros os estudos que propõem a arte como algo essencial à vida e parte integrante de nosso cotidiano. Contudo, a experiência tem nos mostrado que compreendê-la ou percebê-la dessa forma não constitui tarefa simples. De um lado temos concepções que apregoam que a arte está em tudo e que tudo é arte. De outro, a arte só se configura como tal se o fazer artístico derivar do completo domínio de uma técnica e abarcar a idéia de perfeição. A concepção geral do ensino de arte, aqui defendida, fundamenta-se no entendimento da arte enquanto fenômeno que instiga e promove o pensamento criador, autônomo e produtivo, desestabilizando hábitos arraigados e certezas, e propiciando o estranhamento e a desautomatização de padrões de percepção e de elaboração conceitual.
  • 21. 21 Daí porque, a arte deve ser vista como elemento basilar no processo de formação cognitiva da criança, para que ela se encontre como sujeito diante de um objeto que exige a análise e a crítica. Assim, o desenvolvimento de uma ação perceptiva e relacional do sujeito frente à manifestação artística impõe-se como atividade essencial para a descoberta, pois que a aprendizagem passa pela percepção, pela reflexão, pelo imaginário e pela criação. A arte de cada época dialoga com os padrões estéticos de seu tempo, seja para confirmá-los seja para questioná-los. Contudo, não é a periodização histórica o único determinante do aprendizado visto que cada tipo de manifestação e cada objeto artístico constituem, por si mesmos, um acontecimento singular que resiste às categorizações, seja de gênero seja de estilo de época. Se objeto artístico existe e persiste nessa existência como atualidade é porque nele está um valor que se impõe mais do que simplesmente como belo e perfeito. Na verdade, é o fato estético que se impõe como valor histórico na mesma medida de seu valor artístico.(ARGAN, G.C.:1992;16) 2 Assim, se a construção do objeto artístico consiste na descoberta de um arranjo original que envolve muito mais do que os sentimentos do artista na relação com o objeto de sua criação, a ação do receptor só pode ser entendida se assumir o caráter de um processo contínuo de aprendizagem e interação com esse objeto. Dessa forma, a recepção da obra artística requer também uma atitude criativa, que só se organiza diante do próprio objeto observado, transformando a experiência em conhecimento. Ensinar – A prender Artes No Brasil, o ensino da arte passa por diferentes concepções, que abarcam desde o conceito de Educação Artística que compreende ensinamentos 2 Sobre valor do objeto artístico e história ver CARAMELLA, E.G.P. in História. Memória.Crítica:arte como trama de valores:2003: Tese de Livre-docência, UNESP, Bauru, SP
  • 22. 22 eminentemente técnicos nas áreas de desenho, música, exercícios plásticos e corporais sem bases conceituais, até a concepção da Arte como simples manifestação e proposição de atividades expressivas e espontâneas, sem qualquer necessidade de um aprofundamento maior quanto às especificidades de cada área e de cada forma de manifestação artística. Embora as atividades relativas à educação artística sempre tenham estado presentes nas escolas brasileiras foi, somente em meados dos anos 1990 que o ensino de Arte passou a assumir um caráter oficial com a publicação da Lei n. 9394/96 que o propunha como um componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica e que deve ser identificada a área por Arte, com conteúdos próprios ligados à cultura artística e não apenas como atividade (PCN 1998). Contudo, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, as deficiências desse ensino apontam para: (...) um sistema extremamente precário de formação (de professores) reforça o espaço pouco definido da área com relação às outras disciplinas do currículo escolar. Sem uma consciência clara de sua função e sem uma fundamentação consistente de arte como área do conhecimento com conteúdos específicos, os professores não conseguem formular um quadro de referências conceituais e metodológicas para alicerçar sua ação pedagógica; não há material adequado para as aulas práticas, nem material didático de qualidade para dar suporte às aulas teóricas. (PCN,1988:26) É justamente nesse aspecto da formação de professores que se situa o problema que deve ser atacado para a implementação de um ensino de Artes, que não se esgote no tecnicismo, na livre expressão e no espontaneísmo. Mais ainda, implica abrir o território das artes na sua multiplicidade de formas expressivas em termos de artes da imagem (em diferentes suportes: pedra, tela, gravura, fotografia, cinema, vídeo, hipermídia etc.), da palavra (literatura) do som (música,
  • 23. 23 voz, poema, dança etc.), e do corpo (teatro, dança, performance), cujas singularidades deverão ser exploradas do ponto de vista de sua natureza e função educativa, de modo a criar formas de resistência ao senso comum e ao embotamento dos sentidos. A proposta de estudo desse objeto funda-se na observação e a partir de uma perspectiva fenomenológica3 que implica, antes de qualquer coisa, uma postura que não está fora do sujeito, mas nele, na medida em que se concebe esse mesmo sujeito como portador de capacidades que lhes são intrínsecas, quais sejam:  experimentar o que quer que se lhe apresente aos sentidos;  observar e apreender todos os componentes que se apresentam de forma a percebê-los no momento mesmo de sua observação como fenômeno singular e com características próprias;  relacionar com experiências semelhantes e estabelecer padrões dentro de uma mesma classe de ocorrências. Ao promover interferências em nível perceptivo, sensorial e cognitivo a um só tempo, a ação educativa da arte concebe a experiência como objeto artístico como fator de descoberta e de reinvenção de novos contextos e objetos, de modo que entre artista, obra e experimentador-receptor se estruture um circuito alimentado por proposições do que poderá vir a ser, desafiando modelos e limites de posições consolidadas em prol de fronteiras movediças entre universos possíveis. A partir desses pressupostos, as orientações pedagógicas para o ensino das artes devem privilegiar: A singularidade desse conhecimento sem fazer dele apenas um instrumento para acessar outras áreas do saber; Estratégias que promovam a experimentação e a descoberta de novas relações cognitivas homem-mundo. Para isto, os processos de ensino e aprendizagem em artes devem caminhar de forma simultânea na relação professor-aluno, implicando percepção das 3 PEIRCE, C.S.:1974: 93-116
  • 24. 24 competências envolvidas a cada passo do processo e reconhecimento da constante reorganização dos territórios sensoriais e cognitivos. Nesse sentido, cabe ao professor, no ensino das artes, estabelecer alicerces sólidos em termos de fundamentos teóricos, bem como elaboração de métodos e estratégias de ensino-aprendizagem que promovam a reconstrução das fronteiras das linguagens artísticas ao trazê-las para a sala de aula. Essa operação, por si só, transforma a configuração do território original de ação, exigindo que a focalização se dê mais sobre os procedimentos artísticos utilizados pelos alunos, do que sobre os resultados alcançados por eles. Dessa forma, a qualidade artística não está no produto do trabalho realizado em sala de aula, mas na invenção e singularidade dos caminhos escolhidos para realizá-lo. Concepções sobre o ensino de Educação Física O ensino de Educação Física, no sistema escolar brasileiro, tem suas origens em meados do século XIX e teve sua evolução histórica vinculada, em grande medida, a tendências educacionais européias e, na segunda metade do século XX, também à influência estadunidense – especialmente após a instauração da ditadura militar, em 1964. Em linhas gerais, a inserção da Educação Física nos currículos escolares foi justificada, ao longo do tempo, por uma série de idéias – eugenia, higienismo, civismo, valorização do esporte, auxílio a outros componentes curriculares. Essas idéias tiveram uma forte influência dos ideários militar e médico. As práticas pedagógicas instauradas a partir dessas idéias têm limitado o alcance educacional da Educação Física, na medida em que seu ensino tem ocorrido, de modo geral, sem a definição de um objeto de estudos claro e tem se limitado, quase exclusivamente, à aquisição de habilidades motoras, sendo o seu conteúdo definido por tais habilidades (ginástica, basquetebol, futebol, etc). Especialmente após a segunda guerra mundial, a centralidade que a Educação Física tem
  • 25. 25 conferido ao esporte, na educação escolar, tem contribuído para uma verdadeira elitização no processo de aquisição de habilidades e para o afastamento de muitos alunos da vivência regular de atividades como a prática esportiva de lazer, a ginástica voltada para o bem-estar e a saúde, a natação, as caminhadas e corridas. Assim sendo, o modelo desportivista que tem predominado na Educação Física parece não vir propiciando, à maioria dos estudantes da Educação Básica, nem mesmo os limitados benefícios que os enfoques médico e militarista têm postulado como derivados da prática regular de exercícios e esportes. Nesse cenário, na década de 1980 ocorreu, no Brasil, um movimento reflexivo, liderado por alguns professores de Educação Física, que ficou conhecido como “a crise da Educação Física brasileira”. Em linhas gerais, essa reflexão denunciava o caráter autoritário e elitista das práticas predominantes na educação física escolar brasileira. Já no início da década de 1990, começaram a surgir propostas para a renovação das práticas pedagógicas para a Educação Física, juntamente com uma maior discussão do seu objeto de estudos. A idéia de um objeto conceitual geral que caracterize o enfoque da Educação Física escolar aparece nos Parâmetros Curriculares Nacionais da área, elaborados em 1998. Nessa proposta, a cultura corporal de movimento define o objeto da Educação Física. O Departamento de Educação Física e Esportes da PUC-SP vem construindo uma proposta pedagógica para a Educação Física escolar, desde o início dos anos 1990. Na trajetória da construção dessa proposta, foram elaborados alguns constructos teóricos, dentre os quais destacam-se o movimento humano consciente (KOLYNIAK FILHO, 1995, 1996), a motricidade sígnica (MELANI, 1997) e a motricidade humana (KOLYNIAK FILHO, 2002). Assim entendida, a Educação Física deve tematizar o corpo e a motricidade do homem, tomando esta temática como o eixo organizador de seu conteúdo. Nesta perspectiva, e tendo como referência um projeto político-pedagógico fundado na busca de uma sociedade mais igualitária, que implica na apropriação,
  • 26. 26 por parte dos educandos, de uma compreensão crítica da realidade e de meios para atuar sobre a mesma, a disciplina tem, como objetivos mais gerais, os seguintes: - Possibilitar ao educando o domínio da própria motricidade, situando seu corpo no espaço-tempo, no sentido de que este seja capaz de articular seus movimentos para atingir seus objetivos, fazendo-o com eficiência e economia de esforço. Isto significa propiciar ao aluno a realização dos mais diversos movimentos (andar, correr, saltar, jogar capoeira, futebol, basquetebol, voleibol, handebol, dançar e muitos outros), resultando também em melhoria de sua força, resistência, flexibilidade, velocidade, coordenação motora, orientação espaço-temporal e outras capacidades motoras. - Possibilitar ao educando a apropriação de um conjunto de categorias conceituais que lhe permitam uma compreensão abrangente e crítica da motricidade humana em geral e da sua motricidade individual. Vale dizer que o aluno deve compreender a motricidade humana a partir de determinados conceitos (assim como compreende fenômenos físicos a partir de conceitos como força, velocidade, aceleração, massa, etc), os quais devem incluir tanto aspectos biológicos (conhecimentos de fisiologia, anatomia, etc) como psicossociais (aspectos culturais do movimento, a influência dos meios de comunicação nos padrões de beleza, etc). - Promover a discussão ética e estética das relações humanas, tendo como referência a interação concreta entre os homens e destes com a natureza, interação esta que envolve o corpo e sua motricidade no espaço-tempo. Nesta perspectiva, por exemplo, todas as atitudes dos alunos em jogos (colaboração, solidariedade, violência, desrespeito...) devem ser discutidas pelo seu sentido ético, assim como se deve chamar a atenção para a beleza dos movimentos individuais e grupais, e não só para os resultados (quem ganha, quem perde um jogo, por exemplo).
  • 27. 27 - Favorecer a construção de valores como respeito mútuo, solidariedade, aceitação das diferenças e busca do desenvolvimento coletivo. O aluno que aprende o que a Educação Física pode ensinar sobre a motricidade humana, ou seja, o aluno com o qual se realizam os objetivos formulados acima, diferencia-se de outros que não têm acesso a esse conhecimento, essencialmente, pelo fato de ser capaz de compreender: - que os movimentos humanos são produtos de um processo de aprendizagem, informal e formal e, portanto, podem ser utilizados e transformados, desde que haja desejo e condições para tal; - que a cultura e a sociedade exercem uma forte influência sobre as características corporais e motoras dos indivíduos, assim como sobre seus valores e suas preferências por determinados esportes, determinados ritmos, determinados padrões estéticos, etc, e que esta influência inclui interesses econômicos e políticos; - princípios básicos e métodos que permitem desenvolver diferentes aspectos da motricidade (força, resistência, coordenação motora, etc) e adquirir diferentes habilidades motoras, visando o desenvolvimento e o bem-estar individual e coletivo; - que todas as manifestações de movimento (desde os cumprimentos até os gestos desportivos) são portadoras de significados individuais e coletivos e, portanto, envolvem uma dimensão ética. Portanto, o aluno que realiza os objetivos acima, não se limita a ser capaz de realizar uma série de movimentos e habilidades motoras. Mais do que isto, torna- se capaz de compreender a motricidade humana e pensar criticamente sobre ela. A partir deste entendimento, a prática pedagógica em Educação Física, nos ensinos fundamental e médio, caracteriza-se por uma articulação entre a realização de uma grande diversidade de movimentos e uma reflexão sobre os mesmos. Tal reflexão implica a progressiva apropriação, por parte do aluno, de um conjunto de conceitos que possibilite compreender a motricidade humana de forma científica – ou seja, de forma sistemática.
  • 28. 28 Os movimentos que os alunos realizam, nas aulas, incluem tanto aqueles aprendidos no seu cotidiano – como andar, correr, saltar, subir em obstáculos, jogos e brincadeiras, danças populares – como movimentos mais especializados propostos pelo professor (ginástica geral, ginástica olímpica, ginástica rítmica, coreografias de dança, atletismo, esportes coletivos e outros). Ao procurar facilitar para o aluno a aquisição de habilidades mais especializadas, o professor está atuando como intermediário entre aquele e parte do patrimônio cultural relativo ao desempenho motor. Assim entendido, o ato de efetuar um “saque por cima”, característico do voleibol, representa o fruto do desenvolvimento motor de muitos praticantes de voleibol, que o professor procura transmitir ao aluno mais rapidamente do que o tempo que este levaria para descobrir e realizar por si mesmo. Nesse processo de transmissão do “conhecimento motor” está em jogo mais do que habilidades isoladas. Trata-se de desenvolver uma espécie de “lógica do movimento”, que possibilita utilizar mais proveitosamente as propriedades biomecânicas do corpo para dirigir os movimentos de forma satisfatória (eficaz e econômica, do ponto de vista do sujeito). Ao mesmo tempo em que busca facilitar o desenvolvimento do desempenho motor dos alunos, através de uma prática constante e consciente, o professor vai apresentando, de forma sistematizada, referências conceituais que facilitam a compreensão desse processo. Tais referências conceituais, englobando tanto aspectos biológicos da motricidade (tais como o mecanismo da contração muscular, os sistemas funcionais implicados no movimento, efeitos fisiológicos durante e depois do exercício intenso, etc) como a influência da cultura, dos grupos e das instituições sociais sobre o seu significado e seu desenvolvimento, devem ser relacionadas com as vivências motoras dos alunos, tanto aquelas ocorridas durante as aulas como outras – pois nem sempre é possível vivenciar todas as modalidades de movimento na escola (por exemplo, a natação, em escolas que não dispõem de instalações para isto). Durante todo o processo de vivência motora e de elaboração conceitual relativa ao corpo e à motricidade, que vai ocorrendo nas aulas, as interações entre
  • 29. 29 os alunos tendem a ser intensas, especialmente quando se utiliza de jogos, dança, exercícios em duplas e pequenos grupos, massagem, lutas e outras atividades que envolvem colaboração e/ou competição. Tais situações dão lugar a excelentes oportunidades para discutir questões éticas e estéticas, em que vão sendo elaborados valores e atitudes como respeito, solidariedade, aceitação das diferenças e promoção do desenvolvimento coletivo. A orientação do ensino da Educação Física, com as características gerais descritas, volta-se para formar um cidadão que tem domínio de seu corpo- movimento no espaço-tempo, entendendo que esse espaço-tempo não é um dado apenas natural, mas um ambiente humanizado, existente como realidade significativa a partir das relações sociais que o produzem. Além disso, este cidadão há de perceber-se como ator no processo de criação do espaço-tempo humanizado, sendo sua ação direcionada por valores e embasada em conhecimentos sistematizados. Assim sendo, sua ação concreta, dada na e pela motricidade, possui uma dimensão ética que o torna responsável, perante seu grupo social, por tudo o que faz. Correlativamente, este cidadão também pode reconhecer e cobrar a responsabilidade social de outras pessoas, exercendo, assim, seu papel político – ou seja, sua cidadania. Na busca desta configuração para o educando encontra-se a contribuição da Educação Física para a concretização do projeto político-pedagógico do qual participa. Concepções sobre a educação inclusiva No Brasil, a legislação em vigor garante a inclusão de portadores de deficiência na educação regular e o seu acesso aos meios necessários para isto. Na prática, isto não vem ocorrendo por vários motivos. Um dos problemas centrais para a efetivação da educação inclusiva é o fato de o professor, em geral, sentir- se despreparado e incapaz de lidar com os assim chamados “deficientes”.
  • 30. 30 O suposto despreparo do professor não decorre, simplesmente, de deficiências na sua formação profissional. As dificuldades em lidar com as chamadas deficiências radicam em atitudes que têm uma longa gênese histórico- sócio-cultural, e que se referem a temas muito amplos, como os padrões de normalidade, as formas de considerar as diferenças interindividuais e interculturais, os limites do convívio com as diferenças, o etnocentrismo, entre outros. A educação inclusiva pressupõe discussão e mudanças de atitudes diante de tais questões. As mudanças passam por uma reflexão sobre o significado das limitações, no sentido da compreensão de que todas as pessoas possuem limitações e dificuldades, as quais tendem a ser relativizadas quando se trata de pessoas que se consideram e são consideradas incluídas no padrão de normalidade vigente na formação social em que vivem. Em contrapartida, as limitações dos chamados deficientes são evidenciadas e maximizadas, justamente porque os mesmos são considerados “anormais”. A reflexão sobre e a ressignificação do sentido da deficiência e da condição do deficiente deve convergir para uma mudança radical de olhar e de atitude do professor diante do chamado aluno “portador de necessidades educativas especiais” (PNE): o deslocamento do foco principal de atenção do educador, que deve passar das limitações do sujeito PNE para as suas possibilidades de desenvolvimento. Se é fundamental o movimento de reflexão e mudança de atitudes dos professores em relação aos conceitos de deficiência e deficiente, a efetivação da educação inclusiva depende também de mudanças na infra-estrutura e na organização da escola. Essas mudanças devem adequar-se ao pressuposto de que a escola deve possibilitar o acesso do conhecimento a todos. Não deve haver currículos diferentes para pessoas com características diferentes. Trata-se, sim, de respeitar as limitações e as características próprias de cada um, na construção do conhecimento. Isto, aliás, serve para todos (mesmo os chamados “normais”).
  • 31. 31 A educação inclusiva passa pela disponibilização de recursos (materiais, humanos, institucionais) que possibilitem aos chamados deficientes o acesso ao conhecimento historicamente construído. Por isso, todo o material didático da escola deve ser acessível em linguagens e códigos diferentes (auditivos, visuais, táteis). A partir do exposto, entende-se que as dificuldades para o acesso do deficiente ao conhecimento devem ser consideradas um problema da escola, como instituição, e não do deficiente ou do professor, tomados individualmente. Referências gerais para o projeto pedagógico do Centro Tendo em vista os pressupostos explicitados, a elaboração das propostas de cursos para professores e tutores, e seus respectivos materiais de apoio, nas áreas de Arte e Educação Física, será pautada nas seguintes referências: a) É importante afirmar a legitimidade de diferentes linguagens no contexto da educação. Entretanto, o que distingue a escola, no seu papel de possibilitar a apropriação do conhecimento, é a sua sistematização, que deve estender-se às diferentes linguagens. b) É necessário propor categorias conceituais que possam ser utilizadas como referências para uma sistematização do conhecimento nessas áreas, entendendo-se que esse conhecimento inclui diferentes habilidades perceptivo- motrícias, além de formulações verbais especializadas (os chamados conceitos científicos). c) As propostas estarão pautadas na concepção de conhecimento como construção histórico-sócio-cultural, tanto no plano da filogênese como no da ontogênese. Disto decorre a importância de explicitar a crítica às concepções naturalistas e inatistas que, freqüentemente, servem de base a ações pedagógicas em Arte e Educação Física. Em outras palavras, cabe contrapor-se à valorização dos “talentos” e dos “dons” naturais (um dos grandes argumentos justificadores do
  • 32. 32 elitismo, das desigualdades sociais e das relações de dominação), enfatizando a construção social da expressão artística e da motricidade. d) A metodologia de ensino fundamenta-se na compreensão da importância da ação concreta no processo pedagógico – portanto, nos processos de aprendizagem. Assim sendo, cabe propor explicitamente a articulação de vivências perceptivo-motrícias com reflexão e sistematização conceitual, rejeitando a dicotomia entre disciplinas “teóricas” e disciplinas “práticas” – eis que Arte e Educação Física são propostas como áreas que buscam a superação da visão dualista, que separa corpo e mente. e) A compreensão da educação inclusiva, como princípio fundamental das propostas em Arte e Educação Física, deve permear todo o projeto pedagógico – da fundamentação relativa à compreensão do desenvolvimento humano às sugestões de conteúdo e metodologia de ensino. f) As propostas de cursos estimularão a participação de todos os atores do sistema educacional na construção do conhecimento em Arte e Educação Física. Isto significa que os cursos terão uma estrutura que prevê a contínua produção e incorporação de saberes locais ao conjunto de conteúdos e estratégias de ensino que são praticados nas redes públicas de educação. Com este sentido, os cursos e materiais pedagógicos de apoio hão de servir como pontos de partida e de articulação, não como propostas acabadas e fechadas. Hão de estimular a participação de professores na ampliação da Rede Nacional de Centros de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação, assim como na produção de projetos político-pedagógicos cada vez mais embasados e consistentes. Hão de apontar para o envolvimento ativo dos alunos das redes públicas de ensino em seu próprio processo educacional, tendo como parâmetros norteadores a criatividade, a autonomia, a construção de projetos coletivos e compartilhados, a valorização do bem comum e a consciência política.
  • 33. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARGAN, G.C. e FAGIOLO, M. Guia de história da arte. Lisboa: Estampa, 1992. ARNHEIM, R. Hacia una psicologia del arte. Madrid: Alianza Editorial, 1980. ___________ Intuição e intelecto na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1989. BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Parâmetros curriculares nacionais: educação física. Brasília: MEC, 1998. ___________________________________________________. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Brasília: MEC, 1998. CARAMELLA, E. História da arte. Fundamentos Semióticos.Bauru: Edusc, 1998. _____________. História. Memória. Crítica: arte como trama de valores. Tese de Livre-docência. Bauru: Unesp, 2003. JOHNSON, S. Cultura da Interface: como o computador transforma nossa maneira de criar e comunicar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. KOLYNIAK FILHO, Carol. Movimento humano consciente: objeto de estudo para a educação física. Discorpo, 5. São Paulo: Departamento de Educação Física e Esportes da PUC-SP, 1995, p. 15-32. _______________________. O objeto de estudo da educação física em discussão: um diálogo com Manuel Sérgio. Discorpo, 6. São Paulo: Departamento de Educação Física e Esportes da PUC-SP, 1996, p. 79-92. _______________________. Contribuições para o ensino em motricidade humana. . Discorpo, 13. São Paulo: Departamento de Educação Física e Esportes da PUC-SP, 2002, p. 27-39. MELANI, Ricardo A. Haltenhoff. Motricidade sígnica. Discorpo, 7. São Paulo: Departamento de Educação Física e Esportes da PUC-SP, 1997, p. 15-29. PEIRCE, C.S. Escritos coligidos. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1974. PLAZA.J.E.Tavares M. Processos criativos com os meios eletrônicos: poéticas digitais. São Paulo: Hucitec,1998. SANTAELLA.l. Matrizes da Linguagem e pensamento. São Paulo: Iluminuras, 2001.