Subsídios para lições bíblicas da CPAD elaborados pelo Pastor Natalino das Neves (IEADC-Sede).
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6. 1 Não julgueis, para que não sejais julgados,
2 porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e
com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a
vós.
3 E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu
irmão e não vês a trave que está no teu olho?
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do
teu olho, estando uma trave no teu?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então,
cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
6 Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos
as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos
despedacem.
8. INTRODUÇÃO
• O relacionamento interpessoal é um dos grandes
desafios da vida em sociedade.
• Os conflitos nos relacionamentos devem ser
devidamente tratados para que não se tornem raízes de
amargura (Hb 12.15) ou formação grupos que se
transformam em juízes de condenação uns dos outros (1
Co 3.1-8; Rm 14.1-12).
• Se cada um de nós exercesse um autoexame perfeito,
não haveria o perigo de sermos julgados (1 Co 11.31-32),
bem como de julgar aos outros.
9. I - JULGANDO O
PRÓXIMO OU
OCUPANDO O LUGAR
DE DEUS
10. 1. Não podemos julgar
• Jeus é enfático: "Não julgueis" (v.1).
• A sociedade era estratificada e tinha como corriqueira a
disputa pela "verdade" (Mt 22.15,23; Mc 3.18; Lc 7.18;
20.1; Jo 12.20-22; At 5.36,37).
• “O dono da verdade” se acha capaz de julgar as demais
pessoas, tendo a si mesmo como base e referência.
• Até os discípulos de Jesus disputavam entre si (Mc
9.33,34; Lc 9.46).
• Infelizmente, quem se acostuma com essa prática, faz do
costume de julgar os outros seu estilo de vida.
AP – Você se acha em condição de julgar as outra
pessoas? Qual sua referência?
11. 2. A consequência para
quem se comporta como juiz
• O Mestre adverte que o discípulo não deve julgar para
que não venha a ser julgado (v.1).
• Ele ensina que da mesma forma que a pessoa julga, a
pessoa será julgada, e que a medida utilizada para medir
será também a mesma com que ela também será medida
(v.2).
• A pergunta inevitável é: Se tal for feito, qual será o
destino de todos?
• Ninguém é perfeito em tudo. Todas as pessoas tem seus
pontos fracos e carece da graça divina.
AP – Você se considera uma pessoa perfeita?
12. 3. Por que não podemos julgar?
• O contexto deixa claro que este julgar tem o objetivo de
"sentenciar", condenar e proferir um castigo à altura.
• Todavia, nesse sentido, o julgamento só cabe a Deus,
que conhece perfeitamente a tudo.
• Nem mesmo Jesus colocou-se na condição de juiz sobre
o próximo (Lc 12.14; Jo 12.47,48).
• Os seguidores de jesus também não devem sentenciar a
ninguém, pois não têm prerrogativa para tal.
• No entanto, biblicamente, Jesus e os salvos, no dia
determinado pelo Pai, irão exercer esta prerrogativa (Jo
5.22,23; 1 Co 6.2,3).
AP – Você tem se considerado no direito de julgar alguém?
13. PENSE
Qual seria o seu destino se as
pessoas exercessem um juízo
sobre sua vida da mesma
maneira que você exerce sobre
a vida dos outros?
14. PONTO IMPORTANTE
Não tendo possibilidade de
conhecer os motivos - que vão
além das atitudes -, não cabe a
nós sentenciarmos ninguém.
16. 1. A disposição natural para corrigir aos outros
• O ser humano, mesmos discípulo, é tentado a observar a
conduta alheia e apontar o erro do próximo sob a
desculpa de estar sendo cuidadoso (v.3).
• Quem enxerga um pequeno "cisco" no olho de alguém
deveria ser capaz de enxergar uma tábua na frente dos
seus próprios olhos!
• Muitos se achavam justos aos seus próprios olhos, mas
não "conseguiam" ver os sinais que Ele fazia como sendo
provenientes de Deus (Lc 12.54-57; Jo 7.19-24).
• Somos ávidos para corrigir e avaliar os outros, mas lentos
corrigir os próprios erros.
AP – Controle sua disposição natural para corrigir aos outros!
17. 2. Autoavaliação
• Quem é competente para perceber um pequeno defeito
nos demais, deve ser suficientemente capaz para
perceber os seus grandes erros e mudar de atitude (v.4).
• Na verdade, querer consertar os outros antes de fazer o
mesmo consigo é hipocrisia (Rm 2.1-16).
• Mesmo porque, a correção alheia não redime os meus
defeitos e pecados.
• Algumas pessoas tentam esconder suas fraquezas na
condenação/controle de outras. Fique atento!
AP – Prefira a autoavalição do que julgar um terceiro?
18. 3. Autocorreção e auxílio ao próximo
• Jesus recomenda a quem quer corrigir aos outros no
intuito de "ajudá-los": Tirar a trave, ou seja, remover os
seus graves desvios e se autocorrigir.
• Só assim estará apto a auxiliar o próximo na remoção do
"cisco do olho" (v.5).
• As diferenças entre as pessoas devem ser corrigidas por
quem se sentir ofendido, mas sempre buscando a
melhoria mútua. Jesus descreve o procedimento (Mt
18.15-17).
AP – Você tem auxiliado o próximo por meio de seu
exemplo (auxilio precedido da autocorreção)?
22. 1. Discernir é preciso (v.6)
• O versículo seis demonstra que o "julgar" deve ser
precedido pelo discernimento e a autoavaliação.
• Todavia, é preciso que isso se dê de forma consciente,
inclusive, dos nossos próprios erros e do valor das coisas
sagradas.
• As pessoas que tiveram a oportunidade de conhecer o
Evangelho e o apelo de Cristo, mas que suas atitudes
demonstram que são inalteravelmente viciosa devem ser
tratadas com precaução.
• Elas tratam coisas preciosas (Verdade do Evangelho) com
descaso.
23. 2. Cães e porcos (v. 6)
• Os destinatários da justiça do Reino são os discípulos.
• Judeus que pertenciam ao contexto que considerava os
dois animais (cães e porcos) imundos (Lv 11.7; 2 Pe 2.22).
• Cães (animais carnívoros) - a carne do sacrifício lhes era
certamente atrativa, mas nem isso os impediam de
satisfazerem-se. Depois de empanzinados voltavam-se
contra quem lhes ofereceu.
• Porcos - a comida dos porcos consistia de restos e
sobras, muitas vezes estragados.
24. 3. Coisas santas e pérolas
• A audiência imediata de Jesus era composta por
judeus.
• “Coisas sagradas" - lembram claramente o sacrifício
destinado á expiação da culpa que era propriedade de
Deus e do sacerdote, portanto, sagrado (Lv 7.5-38).
• Pérolas - lembra-nos o que o Senhor falou em Mateus
13.45,46.
• Pérola para um animal como esse só tinha um destino:
ser despedaçada.
• Assim, a mensagem do Reino levada a pessoas que a
desprezavam, davam de ombros e desdenhavam, seria
como dar coisas sagradas aos cães e pérolas ao porcos.
26. PONTO IMPORTANTE
Conquanto nos seja vedado o
exercício do julgamento e, por
conseguinte, sentenciar os
outros, é nos recomendado
pelo Senhor que venhamos a
discernir e nos
autoavaliarmos.
28. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta lição nos aprendemos que:
1. Não foi dado ao ser humano a prerrogativa de julgar as
outras pessoas, no sentido de condená-las.
2. Devemos nos observar primeiro, corrigir nossas falhas, e
depois auxiliar as pessoas que necessitam de ajuda.
3. Nem todas as pessoas irão aceitar as “coisas santas”, ter
uma vida diferenciada e separada. Portanto, devemos
ter discernimento e estratégia para a evangelização.
29. REFERÊNCIAS
BORNKAMM, G. Bíblia, Novo Testamento. Introdução aos seus escritos no quadro
da história do cristianismo primitivo. 3ª ed. São Paulo: Teológica, 2003.
CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte: A Justiça sob a Ótica de Jesus. Rio
de Janeiro: CPAD, 2017
COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
DEVER, M. A Mensagem do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
CULLMANN, O. Cristo e o Tempo. Tempo e história no cristianismo primitivo. São
Paulo: Custom, 2003.
DICIONÁRIO BÍBLICO WYCLIFF. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
GARLOW, James L. Deus e o seu Povo: A História da Igreja como Reino de Deus.Rio
de Janeiro: CPAD, 2007.
GOPPELT, L. Teologia do Novo Testamento. 3ª ed. São Paulo: Teológica, 2003.
LIÇÕES BÍBLICAS JOVENS. O Sermão do Monte: A Justiça sob a Ótica de Jesus. 2º
Trim, Edição Professor, Rio de Janeiro, 2017.
30. REFERÊNCIAS
KÜMMEL, W. G. Síntese Teológica do Novo Testamento. 4ª ed. São Paulo: Teológica,
2003.
KÜMMEL, W. G. Introdução ao Novo Testamento. 4ª ed. São Paulo: Paulus, 2009.
NEVES, Natalino das. Educação Cristã Libertadora. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.
NEVES, Natalino das. Justiça e Graça: um estudo da doutrina da salvação na Epístola
aos Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
PAGOLA, J. A. Jesus: aproximação histórica. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
PALMER, Michael D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD,
2001.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012
RICHARDS, Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007.
TENNEY, Merrill C. Tempos do Novo Testamento. RJ: CPAD, 2010.
31. Pr. Natalino das Neves
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