Revitalização da Casa das Artes e do Alto de Santa Ana em Tavira
1. Universidade
do
Algarve
Faculdade
de
Ciências
Humanas
e
Sociais
Departamento
de
Línguas,
Comunicação
e
Artes
Pós
-‐
graduação
em
Gestão
Cultural
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A Outra Margem
- Projecto de revitalização da Casa das Artes e do
espaço urbano da margem esquerda do rio Gilão e
dinamização do Alto de Santa Ana -
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Disciplina: Cidades e Criatividade
Docentes: José Adrião e Rosário Salema
Discente: Pedro Nascimento n.º 22113|Sónia Silva n.º 23119
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2. Introdução
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Este trabalho surge no âmbito da disciplina de Cidades e Criatividade, na qual nos
foi proposto a realização de um projecto que implicava a escolha de uma
determinada localidade e em particular de um determinado edifício, onde
deveríamos imprimir uma nova dinâmica.
Depois da escolha do local, definimos os nossos objectivos e estruturamos o nosso
trabalho.
Neste sentido, as partes constituintes deste projecto são: a introdução, a
localização, a contextualização, o projecto base, as referências bibliográficas e os
anexos. Na introdução é anunciada a estrutura do trabalho; na localização é
indicado o sítio escolhido para desenvolver este trabalho; na contextualização é
apresentada a cidade, os problemas e potencialidades, bem como os factores que
desencadearam a idealização deste projecto; no projecto base, para além de se
apresentar o programa e os objectivos, dá-se destaque à valorização e
musealização de estruturas arquitectónicas e artísticas; nas referências
bibliográficas são indicados os locais onde efectuamos a pesquisa e por último os
anexos contêm os mapas da cidade.
Localização
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Este projecto tem o propósito de intervir na cidade de Tavira, na zona ribeirinha e
mais concretamente num equipamento cultural da cidade: a Casa das Artes de
Tavira e no espaço imediatamente circundante.
Contextualização
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A cidade de Tavira
Tavira é sede de um município com 611 km² de área e 25 394 habitantes,
subdividido em 9 freguesias. O posicionamento geográfico de Tavira concede-lhe
uma importância regional com dinâmicas particulares no plano económico, social e
cultural, permitindo entender que o concelho é constituído por territórios com
especificidades distintas.
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3. Tavira é mais uma cidade que vive profundas transformações urbanas:
A. Zonas de habitação essencialmente nas periferias da zona urbana (Plano Geral
de Urbanização cada vez mais extenso nos limites da cidade no lado oposto ao
centro da cidade), o que provoca falta de unicidade das cidades com as periferias,
visto que são separados por uma fractura que é imposta pela EN 125;
B. Centro Histórico totalmente abandonado com todas as problemáticas que isso
acarreta;
C. Novas centralidades: os limites da cidade na parte ocidental estão a
desenvolver-se devido a novos empreendimentos imobiliários (habitação, escolas,
equipamentos desportivos e centro comercial), assim como novas empresas e
serviços;
D. Uma população flutuante e sazonal: a população no concelho de Tavira aumenta
exponencialmente nos períodos do verão e festivos, tornando a cidade o grande
centro de vivências do concelho em momento muito particulares, levantando
problemáticas complexas nesses períodos de circulação, etc., mas é também um
factor de grandes possibilidades para experiências e vivências culturais;
E. A população residente na área urbana e freguesias circundantes de Tavira tem
apresentado um crescimento constante, segundo os últimos CENSOS. Também a
população de estrangeiros residentes tem crescido nas últimas décadas, mas mais
interessante é o facto de estas comunidades serem cada vez mais activas na
sociedade que os acolhe, tornando-se públicos-alvo a considerar.
Estando longe de estar suficientemente explorada, a actividade turística tem um
vasto e diversificado potencial de desenvolvimento atendendo às valências naturais,
patrimoniais e culturais presentes ao longo de todo o espaço em se estende o
concelho. Aliado a este potencial de desenvolvimento cultural e patrimonial,
temos o facto de ser um município em profundo crescimento nas áreas de
restauração, lojas e serviços e de ser uma cidade portuária com uma profunda
história na sua relação com o rio Gilão, o que significa que esta área reúne um
conjunto de “ingredientes” que justificam a aplicação deste projecto.
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4. A Casa das Artes de Tavira
A Casa das Artes de Tavira é um equipamento cultural localizado na cidade de
Tavira, junto ao rio e foi criado com o objectivo de trazer a este município uma
nova dinâmica cultural. Este espaço, alavanca do desenvolvimento local, motor da
dinâmica da comunidade, tem um papel fundamental na promoção da oferta
cultural do concelho. Este organismo multiplica as respostas de tempos livres,
lazer e formação.
A proposta de revitalização e aumento da Casa das Artes de Tavira surge porque:
A. É um espaço cultural que tem um papel fundamental na difusão das artes no
Sotavento Algarvio;
B. É uma entidade que celebra 25 anos de programação riquíssima no panorama
artístico português;
C. Apresenta um programa artístico de grande qualidade com uma continuidade e
regularidade ao longo dos 25 anos;
D. Este fenómeno tem apenas paralelo no Algarve no Centro Cultural de São
Lourenço em Almancil, que trabalha em prole das Artes nas últimas três décadas.
Projecto base (uma proposta de programa)
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Importa num projecto estabelecer o programa base que orienta a nossa linha de
acção. Desta forma, depois de analisarmos o local (caracterização e análise das
potencialidades), apresentamos a nossa proposta de intervenção, que se divide
em três fases:
1. Revitalização da margem do rio imediatamente em frente à Casa das Artes,
articulando artes com natureza e paisagem urbana (ligação da Casa das Artes com
a margem do rio e a cidade);
2. Ampliação da Casa das Artes para o espaço anexo que é o Lagar do Azeite,
passando de um espaço expositivo a um equipamento cultural com várias
valências;
3. Programação cultural e criação de uma rede de espaços e actividades artísticas,
nos vários equipamentos como o antigo quartel da GNR, a Academia de Música de
Tavira, a Galeria de Arte e a Igreja de Santa Ana;
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5. 4. Revitalização da horta da Igreja de São Paulo, sendo um espaço amplo com
potencialidades de ser um “pulmão” natural no centro da cidade, mas também um
sitio interessante para desenvolver um projecto paisagístico, actividades
educativas, lúdicas e desportivas, e uma programação diversificada para o ar livre.
Os nossos objectivos com este projecto são:
- Criar um conjunto de condições funcionais e de fruição do espaço em articulação
com o programa museológico: criação de um novo espaço cultural, apto a receber
várias linguagens artísticas, anexo à Casa das Artes de Tavira;
- Dinamizar/ dignificar uma área urbana por meio de uma ampliação de um
equipamento cultural já existente, permitindo confrontar diferentes escalas, novas
dinâmicas culturais nos conceitos de cidade contemporânea, dando uma valência
morfológica e linguística nova ao edifício e respectivo trabalho de difusão das
artes;
- Desenvolver uma proposta para complementar e reestruturar a parcela proposta
para área de intervenção em que analisa o fenómeno urbano como um todo,
elaborando estratégias de intervenção que integram obrigatoriamente o programa
do equipamento;
- Revitalizar/ melhorar o aspecto da actual margem nesta zona, tornando-a mais
apetecível para o convívio social e cultural, através da construção de um jardim e
de estruturas de vivência. Com esta reabilitação pretendemos não só desenvolver
uma relação directa com o rio, mas também com o centro histórico e com o centro
social e administrativo da cidade, na outra margem do rio;
- Constituir uma rede de equipamentos com uma programação articulada, tirando
partido da estreita ligação desta zona urbana com o rio, com a cidade e centro
histórico, assim como possibilitar novas vistas panorâmicas sobre a cidade;
- Articular os seguintes espaços numa programação diversificada e coerente: Casa
das Artes e Lagar do Azeite; antigo Quartel da GNR;
- Promover redes de colaboração com a Galeria de Arte (na cercania junto ao rio),
a Academia de Música e Igreja de Santa Ana (que oferece uma programação
artística delineada pela autarquia).
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6. Este projecto implica a articulação com outras áreas de trabalho, nomeadamente a
arquitectura, a arquitectura paisagista, a escultura e a gestão cultural. No primeiro
momento deste trabalho é fundamental um arquitecto paisagista para pensar a
envolvente da Casa das Artes e a margem do rio, para desenvolver actividades
culturais ao ar livre, assim como a sua utilização social e lúdica pela população.
Um artista convidado teria a importante missão de criar esculturas públicas para os
jardins que se relacionassem com a Casa das Artes. Ao arquitecto cabia a função
de ampliar a casa para o lagar do azeite, para permitir a dinamização de mais
actividades artísticas e culturais. Ao gestor cultural teria a tarefa de desenvolver
uma programação para todos os espaços referidos, fazendo uma interligação entre
todos eles, gerindo os recursos afectos aos mesmos.
Valorização e musealização de estruturas arquitectónicas e artísticas:
A. Definição dos espaços
- Despertar a análise do objecto arquitectónico tendo em conta a história, o
contexto, o tipológico e o construtivo da Casa das Artes de Tavira;
- Estudar e analisar de forma cuidada as relações entre os vários elementos
arquitectónicos e urbanos intervenientes;
- Reflectir tendo em conta alguns textos teóricos paradigmáticos sobre os temas –
reconstrução, recuperação, requalificação, reabilitação, revivificação,
remodelação, ampliação e alteração;
- Elaborar plataformas de observação, tendo em conta as características
topográficas da zona abrangida e a diversidade das estruturas a “musealizar”. Seria
interessante criar um sistema de locais de observação nos equipamentos sobre a
cidade:
- Plataforma 1 – na margem do rio em frente à Casa das Artes;
- Plataforma 2 - visualização pormenorizada nas traseiras do antigo quartel
da GNR;
- Plataforma 3 - visualização geral da cidade no Largo de Santa Ana.
B. Públicos-alvo
A ampliação e diversificação do edifício da Casa das Artes irá ter reflexos nos
públicos-alvo, visto que o espaço reservado à exposição de arte contemporânea
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7. será mantido, tendo novas valências para outras possibilidades artísticas como
teatro, música, poesia, performances, ... O público-alvo da actual Casa das Artes
continuará a seguir a programação de qualidade que sempre se pautou no espaço
cultural, tendo agora o equipamento possibilidades de trabalhar novas áreas
artísticas, com uma programação cultural diversificada e conquistar novos
públicos.
C. Circulação
O plano de circulação deverá iniciar-se no espaço da margem do rio junto à Casa
das Artes. O tratamento paisagístico desse espaço fronteiro não deverá afectar o
nível arqueológico do mesmo, nem as leituras dos edifícios na rua João Vaz Corte
Real. A recepção e instalações sanitárias deverão localizar-se na zona de entrada.
A entrada e saída dos visitantes deverá realizar-se preferencialmente pela rua
João Vaz Corte Real. O plano de circulação/protecçã dos visitantes considerará
ainda a adequação às características de mobilidade de grupos especiais, como as
crianças, idosos, deficientes.
D. Iluminação
O sistema geral de iluminação deverá ser trabalhado na zona, prevendo-se ainda
iluminação presencial para os períodos nocturnos em todas as zonas. Deverá ser
dada especial atenção às questões de climatização/ventilação de modo a evitar
ambientes de “estufa” e eventual proliferação de espécies intrusivas.
E. Segurança
A segurança da intervenção deve ser tida em conta em todo o perímetro, quer na
escolha dos materiais quer nas cercanias do equipamento.
F. Programa funcional
Para o desenvolvimento da solução deverá ter como ponto de partida uma
estrutura que acondicione serviços mínimos e que responda de forma articulada à
programação cultural definida para o equipamento.
Define-se como áreas funcionais uma zona de acolhimento/recepção, onde se
incluirá a bilheteira, bengaleiro e venda de artigos (caso a direcção da Casa das
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8. Artes assim o entenda), com zonas de apoio com instalações sanitários públicos,
privadas, e arrecadação, uma zona de apoio técnico como sala de reserva e
gabinete de trabalho (caso a direcção da Casa das Artes o pretenda).
Referênci s bibliográficas
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▪ http://cultura.cm-tavira.pt/index.php?pagina=39
▪ http://orlandompnc.planetaclix.pt/espaco_e_arquitectura.html
▪http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_património_edificado_no_distrito_de_Faro#
Concelho_de_Tavira
▪ http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura
▪ http://pt.wikilingue.com/es/Projecto_arquitectónico
http://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/1862/2/Modelo%20de%20análise%20da%20adequação%20ent
re%20sistemas%20arquitectónicos%20e%20programas%20funcionais.pdf
▪ http://pt.wikipedia.org/wiki/Tavira
▪ http://sig.cm-tavira.pt/#
▪ http://www.acasadasartes.com/Site/ACAT_Home.html
▪ http://www.ambienteonline.pt/fotos/banner/Reg_ficha_inscricao_PNAP08.pdf
▪ http://www.apap.pt/Default.aspx?Module=Artigo&Cod=ACAD
▪ http://www.cm-tavira.pt/cmt/index.
▪ http://www.espacosescolares.europanportugal.pt/pdf/Manual_AP.pdf
▪ http://www.imensis.eu/arquitectura.aspx
Anexos
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Tendo como intuito ilustrar da melhor forma possível o trabalho que se pretende
realizar, apresentamos dois mapas da cidade onde estão destacados o local e a
zona circundante.
No primeiro mapa é exposto um plano da cidade, no qual pretendemos demonstrar
a proximidade da área com o rio, com o centro histórico e com a zona de
restauração e serviços que se tem vindo a desenvolver.
No segundo mapa podemos entender de uma forma mais clara, qual a área de
intervenção, uma vez que estão apontados os vários equipamentos culturais.
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