E se a invasão desse certo? E se depois de 100 anos com portugueses, o colonizador fosse holandês? Seria melhor ou pior? Sem dúvida, quando estudamos esse assunto na escola e, no meu caso, na faculdade, surge essa hipótese levantada no século XIX e que até hoje ronda os livros escolares, reportagens de revistas de curiosidades e até programas de TV.
Nesse video falo sobre a invasão holandesa e suas "peculiaridades" lembrando que não é uma aula completa e sim os pontos interessantes que geralmente não estão nos livros didáticos.
Links
Video: http://youtu.be/mlbMFchxXxk
Invasão Holandesa - Boris Fausto: https://goo.gl/DRWqTv
Imagens do Brasil Holandês - Evaldo Cabral de Mello: http://goo.gl/gKOr7a
Os holandeses e o nordeste brasileiro - Thiago Santos: http://goo.gl/Qoz86R
A luta pela independência dos Países Baixos e a conquista holandesa do Nordeste brasileiro (1630-1654
1.
2. Antecedentes
• Luta dos Países Baixos pela sua independência do reino Espanhol iniciada
em 1568 e oficializada em 1648.
• União Ibérica (1598 - 1640)
Espanha “recebe” o domínio de todas as possessões
portuguesas, no entanto, administrativamente as coroas
permanecem separadas.
O principal motivo da luta pela independência foi o descontentamento com o
Duque de Alba - responsável por administrar essa parte do império espanhol.
3.
4. 1630 1637 1638 1645 1654
Conquista para os holandeses,
resistência para os luso-
brasileiros
Governo
Nassoviano
Restauração na perspectiva luso-
brasileira, repressão do levante
restaurador na ótica neerlandesa
Fases
Em 24 anos de domínio holandês,
nada menos de 16 de luta contínua.
6. Conquista para os holandeses,
resistência para os luso-
brasileiros (1630-1637)
Os holandeses não queriam atacar PORTUGAL e sim a ESPANHA
lembrando que estavam lutando pela sua independência, logo,
os ataques enfraqueceriam o império.
Das duas coroas, Portugal era a mais fraca e também mais fácil de ser atacada visto que
as colônias espanholas estavam "protegidas" pela Cordilheira dos Andes
O que deveria ser um conquista fácil mostrou-se como uma
empreitada que custou muito dinheiro e vidas.
7. Conquista para os holandeses, resistência para os luso-brasileiros (1630-1637)
Estratégia Holandesa
Bloqueio naval das praças-fortes, cuja rendição
provocaria automaticamente o controle do
interior do país e dos centros de produção
açucareira, que eram os grandes alvos da
empreitada neerlandesa.Arruinados pelo
colapso das suas comunicações marítimas com
Portugal, os habitantes ver-se-iam na
contingência de chegar a um entendimento
com os novos senhores da colônia.
Estratégia hispano-portuguesa
Guerra de usura, baseada primordialmente na
defesa local, com emprego marginal do poderio
naval.A ‘guerra lenta’, como se dizia na época, não
tinha a veleidade de restaurar o Nordeste da noite
para o dia; ela apenas buscava manter o controle
do interior e das áreas de produção, isolando os
invasores nas suas praças-fortes por meio de uma
guerra de guerrilhas e induzindo-os a reconsiderar
a contabilidade da sua aventura brasileira.
8. Conquista para os holandeses,
resistência para os luso-
brasileiros (1630-1637)
Características da colonização portuguesa
Principais motivos que possibilitaram Portugal conservar o Brasil e outros territórios
• Língua portuguesa mais fácil de ser aprendida
• Vivência portuguesa no local quase independente da Coroa
• Holandeses eram mal vistos devido sua política de destruição
• Papel dos Jesuítas portugueses (Guerra Santa = Católicos x Calvinistas)
• Portugueses usavam a mão de obra local nos trabalhos
• Relação comercial entre portugueses e colonizados
9. Conquista para os holandeses,
resistência para os luso-
brasileiros (1630-1637)
Com a invasão holandesa em Pernambuco
(1630-1635) percebeu-se que sem escravos
não há produção de açúcar então mesmo
sendo contra a escravidão (calvinismo), os
holandeses atacaram as praças da África
Ocidental para manter o abastecimento de
escravos para a região.
Dependência
10. Governo
Nassoviano
(1638-1645)
Objetivo principal: Reorganização da produção açucareira
Companhia Holandesa de Comércio
Atribuía-se exclusivamente a esta o comércio de escravos, de pau-brasil e de munições, deixando-se o comércio de outros
produtos, inclusive o do principal produto, o açúcar, a todos os mercadores neerlandeses (desde que fossem também acionistas
da Companhia) e aos habitantes luso- brasileiros do Brasil holandês.
Animação tanto dos
comerciantes
holandeses quanto de
alguns senhores de
engenho brasileiros.
Leilão dos engenhos
abandonados;
abertura e extensão
de crédito
Fase de ouro da
produção e também do
custo de vida por causa
da monocultura
13. Governo
Nassoviano
(1638-1645)
A euforia do período 1638-1642 sofreu um rude golpe com a crise do preço do
açúcar no mercado de Amsterdã. Na realidade, a queda começara precisamente
em 1638, o que indica a natureza manifestamente artificial e especulativa do
boom pernambucano, que se iniciou também naquele ano.
Crise
Sem suspeitá-lo, a administração neerlandesa criara, desde 1638, com o confisco e
revenda dos engenhos, as condições econômicas e sociais que tornarão mais fácil, à
Coroa portuguesa e aos seus representantes na Bahia, a tarefa de fomentar uma rebelião
de proprietários endividados contra o Brasil holandês.
14. Restauração na perspectiva luso- brasileira,
repressão do levante restaurador na ótica
neerlandesa (1645-1654)
Ex-senhores e novos senhores – ambas as
camadas viriam a participar da luta contra os
invasores para evitar que o grupo contrário o
fizesse sozinho, predispondo em seu favor a
posição da Coroa no dia da reintegração do
Nordeste ao domínio português.
Dívidas
Reaver suas
propriedades
15. Os motivos centrais do levante, segundo documentos dos próprios revoltosos, foram a “tirania” dos
holandeses e sua falta de palavra em relação à liberdade da religião católica, o abuso econômico com
que os holandeses venderam suas mercadorias e derrubaram o preço do açúcar, as dificuldades que
colocaram aos engenhos para vender sua produção, deslealdade nos contratos, “insolências” e
“ignomínias” dos capitães holandeses contra as mulheres, furtos cometidos nas casas dos portugueses,
os tributos abusivos que cobraram sobre o povo, a interferência nos negócios entre judeus e
portugueses do Recife.
Restauração na perspectiva luso- brasileira,
repressão do levante restaurador na ótica
neerlandesa (1645-1654)
16. Depois da insurreição, a partir de setembro de 1645, os luso-
brasileiros passaram a controlar o interior do Nordeste, reduzindo a
presença holandesa ao Recife e às guarnições litorâneas de Itamaracá,
da Paraíba, de Fernando de Noronha e do Rio Grande do Norte.
Restauração na perspectiva luso- brasileira,
repressão do levante restaurador na ótica
neerlandesa (1645-1654)
Na primeira batalha, em 1648, em uma campina margeada pelos montes Guararapes e os mangues e alagados
que chegavam até a praia, em uma única manhã de combates o exército holandês bateu em retirada, deixando
cerca de quinhentos mortos, enquanto as perdas luso-brasileiras foram de não mais que oitenta mortos.
Na segunda batalha dos Guararapes, em 1649, a vitória dos luso-brasileiros foi ainda mais incontestável. Os
holandeses perderam mil homens de uma tropa de 1.500.A defesa da capital e das guarnições litorâneas ficou
reduzida a 3.500 homens e o exército da Companhia das Índias Ocidentais perdeu seu poder ofensivo.A armada
holandesa se viu imersa em disputas internas devido às condições precárias de manutenção, aprovisionamento e
ânimo das tropas.
19. Consequências
• Portugal perdeu concessões na Ásia
• Perda do monopólio açucareiro devido a competição holandesa e francesa nas
Antilhas
• Aumentou a competição no litoral africano
• Brasil tornou-se a principal colônia que sustentava o Império Português
• Criou-se o nativismo pernambucano que teve reflexos por exemplo na Guerra dos
Mascates (1710-1711); as insurreições de 1817, 1821, 1824 e Revolução Praieira
(1848)
20. Indicações
Doce Brasil Holandês
Obra de Evaldo Cabral de Mello
Imagens do Brasil holandês 1630-1654
Capítulo das Invasões Holandesas em História do Brasil de Boris Fausto
Os holandeses e o nordeste brasileiro: 1630-1654 de Thiago Santos
Playlist sobre Invasões Holandesas