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Relações entre condição corporal, peso
vivo e produção de leite de vacas leiteiras
mantidas em pastagens
Vários estudos têm quantificado os efeitos da condição corporal e peso vivo na produção e
reprodução de vacas leiteiras, fatores sobre os quais a energia tem grande influência, uma
vez que praticamente todos os programas de cruzamento direcionam a genética para a
produção de leite, sem muita consideração sobre outros fatores que não são produtivos. Isso
resultou em vacas que mobilizam prontamente suas reservas para suportar a lactação, só
recuperando a condição corporal perdida quando a energia suprida para produção de leite,
mantença e gestação é consumida. Portanto, estoque de energia é o componente chave para
a produção de leite.
A associação entre condição corporal e produção de leite foi alvo da pesquisa nos últimos
30 anos, e ainda nos dias atuais necessitamos de maiores pesquisas para esgotar o assunto.
Pesquisas datada do inicio dos anos 70 relatavam que se aumentava a produção de gordura
do leite em 187 kg (310 dias de lactação) para um aumento de 2,0 para 3,5 na condição
corporal.
A maioria das pesquisas com vacas sob pastejo tem reportado uma associação positiva entre
peso ao parto e produção de leite. Entretanto, esses estudos foram realizados com pequeno
número de animais e somente foram examinados 2 ou 3 pontos na escala de escore de
condição corporal, não sendo portanto acurado o suficiente para determinação da condição
ótima para peso ao parto de vacas em pastejo, principalmente quando nos reportamos em
sistemas que exploram pastagens de clima tropical.
A pesquisa já foi capaz de identificar que existe uma associação significante entre peso
vivo, variação de peso vivo com a fertilidade, saúde e produção de leite. Portanto, um
entendimento do efeito do peso vivo na produção de leite em sistemas que exploram
pastagens poderia ser utilizado para tomada de decisão sobre o manejo a ser empregado.
Assim, um trabalho foi desenvolvido para quantificar a direção e a força das associações
entre condição corporal, peso vivo e produção de leite, para vacas mantidas em sistemas de
pastagens. Os dados que aqui serão apresentados foram tomados a partir de 2.635 lactações
de 897 vacas, das quais 374 eram Jersey, as demais eram Holandesas pretas e brancas.
O escore de condição corporal ficou na média em 2,84 no pré-parto, 2,85 no parto e 2,52 no
pós-parto (até 180 dias). O peso vivo variou de 468 no pré-parto, 447 no parto e 390 no pós-
parto.
Com relação à produção de leite, dados interessantes foram observados. A condição
corporal de 8 semanas antes do parto foi positivamente associada com o tamanho e perfil da
lactação subseqüente, por aumentar o pico de lactação ao aumentar o escore de condição
corporal no período seco, aumentando o volume de leite produzido na lactação. Foi
verificada uma associação negativa entre condição corporal no pré-parto e a taxa de queda
da lactação após o pico, refletindo uma maior perda de persistência de lactação em vacas
obesas 8 semanas antes do parto.
Embora o escore antes do parto afete o volume de leite produzido, este não afeta a forma da
curva de lactação. A única modificação observada é que a medida que se abaixa o escore
corporal, antecipa-se o pico de lactação, sendo na relação de 2,8 dias para cada unidade de
escore corporal.
Por outro lado, a condição corporal no parto e após o parto não esteve associada com a
produção de leite. O perfil das lactações com vacas parindo com diferentes condições
corporais estão ilustrados nas Figuras 1 e 2.
Figura 1. Perfil de lactação para vacas parindo com escore de condição corporal de
1,75 (◆), 2,0 ( ), 2,25 (▲), 2,5 (x), 2,75 (*), 3,0 ( ).
Figura 2. Perfil da produção de leite corrigida para 4% de gordura de vacas parindo
com escore de condição corporal de 1,75 (◆), 2,0 ( ), 2,25 (▲), 2,5 (x), 2,75 (*), 3,0 ( ).
A melhor curva de lactação, melhor persistência para produção de leite corrigida para
gordura foi obtido quando as vacas pariram com escore entre 3,0 e 3,25, com variação para
2 a 2,25 ao longo da lactação (Figura 3).
Figura 3. Efeito não linear do escore corporal ao parto nos primeiros 60 de lactação (
) e produção de leite corrigida para 4% de gordura ( ), produção de leite aos 270 dias
de lactação ( ) e produção corrigida para 4% de gordura ( ), produção de leite no
pico ( ) e produção de leite corrigida para 4% de gordura ( ).
A composição do leite, em especial a gordura, apresentou tendência a aumentar com o
aumento da condição corporal e peso vivo. Os efeitos foram maiores para vacas mais jovens
e para as vacas da raça Jersey, comparativamente as vacas Holandesas. Na média, um ponto
no escore aumentou 0,1 unidades percentuais no teor de gordura do leite.
Considerações finais
É consistente o efeito da condição corporal das vacas sobre a produção de leite. A condição
de escore ótima no momento do parto é aproximadamente 3,25 pontos, na escala de 1 a 5, e
6,5 na escala de 1 a 10.
Cuidado deve ser dado a criação de novilhas, a ponto de não deixarem ficar obesas, o que
resulta em menor desenvolvimento do tecido parenquimal mamário, e subseqüente menor
produção de leite.
Fonte:
J. Dairy Sci. 2007. 90:3802-3815
http://www.milkpoint.com.br/artigos-tecnicos/nutricao/relacoes-entre-condicao-corporal-
peso-vivo-e-producao-de-leite-de-vacas-leiteiras-mantidas-em-pastagens-38314n.aspx

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  • 1. Relações entre condição corporal, peso vivo e produção de leite de vacas leiteiras mantidas em pastagens Vários estudos têm quantificado os efeitos da condição corporal e peso vivo na produção e reprodução de vacas leiteiras, fatores sobre os quais a energia tem grande influência, uma vez que praticamente todos os programas de cruzamento direcionam a genética para a produção de leite, sem muita consideração sobre outros fatores que não são produtivos. Isso resultou em vacas que mobilizam prontamente suas reservas para suportar a lactação, só recuperando a condição corporal perdida quando a energia suprida para produção de leite, mantença e gestação é consumida. Portanto, estoque de energia é o componente chave para a produção de leite. A associação entre condição corporal e produção de leite foi alvo da pesquisa nos últimos 30 anos, e ainda nos dias atuais necessitamos de maiores pesquisas para esgotar o assunto. Pesquisas datada do inicio dos anos 70 relatavam que se aumentava a produção de gordura do leite em 187 kg (310 dias de lactação) para um aumento de 2,0 para 3,5 na condição corporal. A maioria das pesquisas com vacas sob pastejo tem reportado uma associação positiva entre peso ao parto e produção de leite. Entretanto, esses estudos foram realizados com pequeno número de animais e somente foram examinados 2 ou 3 pontos na escala de escore de condição corporal, não sendo portanto acurado o suficiente para determinação da condição ótima para peso ao parto de vacas em pastejo, principalmente quando nos reportamos em sistemas que exploram pastagens de clima tropical. A pesquisa já foi capaz de identificar que existe uma associação significante entre peso vivo, variação de peso vivo com a fertilidade, saúde e produção de leite. Portanto, um entendimento do efeito do peso vivo na produção de leite em sistemas que exploram pastagens poderia ser utilizado para tomada de decisão sobre o manejo a ser empregado. Assim, um trabalho foi desenvolvido para quantificar a direção e a força das associações entre condição corporal, peso vivo e produção de leite, para vacas mantidas em sistemas de pastagens. Os dados que aqui serão apresentados foram tomados a partir de 2.635 lactações de 897 vacas, das quais 374 eram Jersey, as demais eram Holandesas pretas e brancas. O escore de condição corporal ficou na média em 2,84 no pré-parto, 2,85 no parto e 2,52 no pós-parto (até 180 dias). O peso vivo variou de 468 no pré-parto, 447 no parto e 390 no pós- parto. Com relação à produção de leite, dados interessantes foram observados. A condição corporal de 8 semanas antes do parto foi positivamente associada com o tamanho e perfil da lactação subseqüente, por aumentar o pico de lactação ao aumentar o escore de condição corporal no período seco, aumentando o volume de leite produzido na lactação. Foi verificada uma associação negativa entre condição corporal no pré-parto e a taxa de queda da lactação após o pico, refletindo uma maior perda de persistência de lactação em vacas obesas 8 semanas antes do parto.
  • 2. Embora o escore antes do parto afete o volume de leite produzido, este não afeta a forma da curva de lactação. A única modificação observada é que a medida que se abaixa o escore corporal, antecipa-se o pico de lactação, sendo na relação de 2,8 dias para cada unidade de escore corporal. Por outro lado, a condição corporal no parto e após o parto não esteve associada com a produção de leite. O perfil das lactações com vacas parindo com diferentes condições corporais estão ilustrados nas Figuras 1 e 2. Figura 1. Perfil de lactação para vacas parindo com escore de condição corporal de 1,75 (◆), 2,0 ( ), 2,25 (▲), 2,5 (x), 2,75 (*), 3,0 ( ). Figura 2. Perfil da produção de leite corrigida para 4% de gordura de vacas parindo com escore de condição corporal de 1,75 (◆), 2,0 ( ), 2,25 (▲), 2,5 (x), 2,75 (*), 3,0 ( ). A melhor curva de lactação, melhor persistência para produção de leite corrigida para
  • 3. gordura foi obtido quando as vacas pariram com escore entre 3,0 e 3,25, com variação para 2 a 2,25 ao longo da lactação (Figura 3). Figura 3. Efeito não linear do escore corporal ao parto nos primeiros 60 de lactação ( ) e produção de leite corrigida para 4% de gordura ( ), produção de leite aos 270 dias de lactação ( ) e produção corrigida para 4% de gordura ( ), produção de leite no pico ( ) e produção de leite corrigida para 4% de gordura ( ). A composição do leite, em especial a gordura, apresentou tendência a aumentar com o aumento da condição corporal e peso vivo. Os efeitos foram maiores para vacas mais jovens e para as vacas da raça Jersey, comparativamente as vacas Holandesas. Na média, um ponto no escore aumentou 0,1 unidades percentuais no teor de gordura do leite. Considerações finais É consistente o efeito da condição corporal das vacas sobre a produção de leite. A condição de escore ótima no momento do parto é aproximadamente 3,25 pontos, na escala de 1 a 5, e 6,5 na escala de 1 a 10. Cuidado deve ser dado a criação de novilhas, a ponto de não deixarem ficar obesas, o que resulta em menor desenvolvimento do tecido parenquimal mamário, e subseqüente menor produção de leite. Fonte: J. Dairy Sci. 2007. 90:3802-3815 http://www.milkpoint.com.br/artigos-tecnicos/nutricao/relacoes-entre-condicao-corporal- peso-vivo-e-producao-de-leite-de-vacas-leiteiras-mantidas-em-pastagens-38314n.aspx