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História Missioneira de
São Borja
Métodos para o ensino do patrimônio cultural
JOSÉ FERNANDO CORRÊA RODRIGUES
MURIEL PINTO
RONALDO BERNARDINO COLVERO
2013
A região das Missões Jesuítico-Guarani possui uma das mais
importantes histórias da humanidade, referida pela própria UNESCO como
“...uma experiência única na humanidade”. Voltaire chamou de “Triunfo
da Humanidade”; Montesquieu chamou de “Primeiro Estado Industrial
da América”. Nas artes mostravam-se sensíveis e acessíveis, possuíam,
naturalmente, ouvido apurado e singular gosto pela harmonia,
aprenderam a tocar todo tipo de instrumento, compunham músicas.
Quanto à pintura e à escultura, eram de excelente qualidade. Atualmente,
percebe-se grande quantidade de bens culturais e de discursos sociais
que representam a cultura e a história das Reduções. Essas manifestações
culturais estão representadas nos espaços regionais através do Patrimônio
Histórico e Cultural. Esta publicação tem por objetivo disponibilizar um
material didático que possa contribuir com o processo de ensino-
aprendizagem da história missioneira de São Borja, instigando melhor
conhecimento e valorização da trajetória histórica e das práticas sociais e
culturais do município.
Introdução
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
2 História Missioneira de São Borja
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 27
A revista “História Missioneira de São Borja: métodos para o ensino do
patrimônio cultural” é uma iniciativa da Câmara de Vereadores de São
Borja/RS. 2013.
EXPEDIENTE
Organização:
José Fernando Corrêa Rodrigues: Administrador e Pesquisador na área
de cultura.
Muriel Pinto: Professor da Unipampa - Campus São Borja.
Ronaldo Bernardino Colvero: Professor e Diretor da Unipampa - Campus
São Borja.
Projeto Gráfico, Diagramação e Revisão: Jornalista Ana Gabriela
Barboza Vaz.
Fotografia de capa: Estatuária de São Francisco de Borja (Fonte: Arquivo
do Museu Apparício Silvo Rillo).
Mapa da contracapa: Mapa dos bens culturais de São Borja (Fonte:
Muriel Pinto.
Impressão: Noschang Artes Gráficas Ltda.
Tiragem: 5.000 exemplares - Distribuição Gratuita.
Aplicabilidade: Este projeto poderá ser aplicado desde à 5ª série do Ensino
Fundamental até o Ensino Médio.
Disciplinas implicadas: A oficina, baseando-se no ideal de
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, em voga atualmente na
educação brasileira, implica o conhecimento de algumas competências
das seguintes disciplinas:
- História - Português - Literatura
- Geografia - Sociologia - Educação artística
Representação do espaço missioneiro a partir da fundação de São Francisco de Borja
No século XVII, uma parte da América Latina era de domínio dos
espanhóis, e outra dos portugueses. Em 1607, os religiosos da Companhia
de Jesus criaram a Província Jesuítica do Paraguai e aliaram-se aos índios
Guaranis para desenvolver o seu trabalho de conquista, criando o que
ficou conhecido como Povos Missioneiros.
Durante 160 anos foram fundados 30 povos missioneiros e diversas
capelas (local de descanso espiritual e físico, localizada em meio às
reduções). No Brasil foram fundados sete povos; no Paraguai, oito; e, na
Argentina, 15. O total de habitantes foi de aproximadamente 140 mil. Em
cada missão havia dois padres jesuítas e até seis mil índios. Nesse período
foram criados os chamados Sete Povos das Missões: São Francisco de
Borja, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, São Miguel Arcanjo, São Lourenço
Mártir, São João Batista e Santo Ângelo Custódio.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 3
Projeto 2: “História oral de São Borja/RS”.
Objetivo Geral: Instigar os alunos a realizar entrevistas dirigidas sobre o
contexto histórico e cultural do município de São Borja-RS.
Objetivos Específicos:
- Analisar como a população, os pais e os amigos dos alunos conhecem a
história e as manifestações culturais da cidade;
- Proporcionar aos alunos a formulação de questões sobre temas
relacionados à história (local e regional);
- Compreender a necessidade de conhecer, pesquisar e valorizar a história
e o patrimônio citadino;
- Organizar ideias a partir de dados diversos e quantitativos;
- Utilizar os discursos como instrumentos didáticos para o processo de
ensino-aprendizagem da historiografia, tradições, costumes, paisagens e
bens culturais da cidade.
Obs: As gravações das entrevistas podem ser feitas até com aparelhos
celulares.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
26 História Missioneira de São Borja
Missões Jesuíticas - A origem
Mapa: Projeto “Itinerários Culturais do Mercosul”
(2009), adaptado por Muriel Pinto
Disciplinas implicadas: O projeto, baseando-se no ideal de
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, em voga atualmente na
educação brasileira, implica o conhecimento de algumas competências
das seguintes disciplinas:
- História - Sociologia
- Geografia - Educação Artística
Povoados Missioneiros
As reduções Jesuítico-Guarani eram chamadas de “Povos”, de
“Missões” ou de “Reduções”, tanto pelos índios quanto pelos padres
jesuítas. Os povoados implementaram conhecimento nos campos do
urbanismo, da arquitetura, das artes e todos seguiam um estilo próprio
que procurava integrar os modos culturais vindos da Europa aos costumes
do indígena. A definição de um território específico para a instalação de
um povoado reducional passava por critérios geográficos e estratégicos
que pudessem contribuir com as políticas comerciais, defesa territorial e
sustentabilidade dos povoados guarani . Ex: proximidade de bacias fluviais,
busca de pontos altos e de fácil acesso e defesa. As reduções jesuíticas
foram fundadas nas proximidades das bacias fluviais do Rio Uruguai,
Paraná e Paraguai.
Tratado de Madri
Em 1750 tudo começou a mudar. O “Tratado de Madri” estabeleceu
novos limites entre as terras de Portugal e da Espanha na América. O
acordo determinava que a Colônia de Sacramento, povoação portuguesa
no Rio da Prata, seria passada para a Espanha. Em troca, passariam para
Portugal os Sete Povos missioneiros, localizados no Brasil.
Guerra Guaranítica
Após o Tratado de Madri houve um conflito militar, denominado de
“Guerra Guaranítica”, onde os índios das Reduções Missioneiras se uniram
para enfrentar os exércitos conjuntos de Portugal e de Espanha em busca
da soberania e da manutenção de suas reduções, pois eram contra o
acordado no Tratado de Madri. Foi uma série de batalhas, onde em uma
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
4 História Missioneira de São Borja
Objetivos Específicos:
- Inventariar fontes históricas relacionadas à cultura ribeirinha,
missioneira, gaúcha e história política da cidade (fotos antigas, utensílios
agrícolas e domésticos, de pesca, pedras missioneiras, etc);
- Realizar doação de acervo para instituições culturais locais, a fim de
contribuir com a valorização e o melhor conhecimento da história e da
cultura samborjense;
- Elaborar exposições sobre as fontes históricas inventariadas com a
explanação dos alunos;
- Contribuir com a inserção dos discentes no processo de cidadania através
da cultura, de forma com que os mesmos aprendam e socializem novos
conhecimentos;
- Instigar melhor conhecimento e valorização dos discentes sobre a história
e o patrimônio cultural da cidade de São Borja.
Aplicabilidade: Este projeto poderá ser aplicado desde a 5ª série do Ensino
Fundamental até o Ensino Médio.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 25
Proposta de projetos para aplicação nas escolas:
Projeto 1: Levantamento de acervo museológico para as escolas de São
Borja.
Objetivo Geral: Realizar um levantamento de acervo museológico sobre
o contexto histórico e cultural do município de São Borja-RS para a criação
de um mini-museu escolar e a valorização do patrimônio missioneiro
regional.
delas foi morto o famoso cacique Sepé Tiaraju, em 1756. Sepé é
considerado herói Guarani missioneiro rio-grandense pela Lei 12.032/99.
Os índios missioneiros perderam a guerra e os Jesuítas foram expulsos
das Missões. Cabe destacar que a Redução de São Francisco de Borja não
participou das batalhas da Guerra Guaranítica, e sim, aceitou
pacificamente a intervenção e fez sua transmigração política e
civilizadamente.
Ruínas Missioneiras
Com o passar dos séculos, os povoados missioneiros se
transformaram aos poucos em ruínas, sem qualquer cuidado. Os prédios
antigos foram invadidos por vegetações e ladrões de raridades e. em
alguns casos. como São Borja e Santo Ângelo, a cidade moderna se
desenvolveu em cima do sitio histórico. Os resquícios das antigas
reduções, como as pedras grês, foram reutilizados em novas construções.
Patrimônio Cultural da
Humanidade
Ultimamente, a Unesco reconheceu os remanescentes das reduções
missioneiras como Patrimônio Cultural da Humanidade. Entre as Ruínas
reconhecidas estão São Miguel das Missões, no Brasil; Loreto, Santa Ana,
Santa María de La Mayor e San Ignacio Miní, na Argentina; e Trinidad e
Jesus, no Paraguai.
A praça era o centro, o local onde eram realizadas procissões, desfiles
militares, jogos, celebrações artísticas, cerimônias religiosas. A igreja era
o prédio mais importante. Nas suas proximidades se localizavam os prédios
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 5
5. Em que local ocorre a procissão de São João Batista, em São Borja?
a) Praça da Lagoa;
b) Fonte missioneira de São João Batista;
c) Fonte missioneira de São Pedro;
d) Rio Uruguai;
e) Praça XV de Novembro.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
24 História Missioneira de São Borja
Como era a Redução Missioneira
6. Sobre a antiga redução de São Francisco de Borja, marque verdadeiro
(V) ou falso (F):
( ) era a única redução dos Sete Povos das Missões que fazia fronteira
com um povoado missioneiro da banda Oriental do Rio Uruguai;
( ) teve grande participação na Guerra Guaranítica, onde enviou tropas
para o conflito;
( ) a área onde era localizada a antiga redução de São Francisco de Borja
encontrava-se no entorno da atual Praça XV de Novembro;
( ) as fontes missioneiros de São João Batista e São Pedro eram utilizadas
como reservas de água no período missioneiro;
( ) O fundador da redução de São Borja foi o padre Francisco Garcia.
Alternativa correta:
a)V-V-V-V-V
b)F-F-V-V-V
c)V-F-V-V-V
d)V-V-F-V-F
e)V-F-F-V-V
comunais: a residência dos padres, o colégio e, de um lado da igreja, as
oficinas, do outro, o cemitério e o cotiguaçu (local onde viviam as viúvas
e os órfãos). Ao redor das praças distribuíam-se as casas dos índios e o
cabildo, ou conselho. Uma rua principal chegava até a praça, bem em
frente à igreja. Atrás da Igreja existia o sítio dos padres, com horta, jardim
e pomar. Nos povoados havia ainda açudes, fontes de água, capelas,
estâncias e ervais.
O cotidiano de trabalho e o
sistema religioso de uma redução
A rotina do povoado era composta de trabalhos e intervalos que
eram aproveitados com orações, ritos cerimoniais e jogos. As orações
regulavam a rotina da comunidade. Antes do início das tarefas eram
realizadas as rezas matinais. Ao entardecer realizavam a “Hora de Angelus”,
uma oração de encerramento das atividades.
Material utilizado nas construções
As construções eram feitas de pedra ou de tijolos de barro, e as
coberturas, de telhas. Eram utilizados, basicamente, dois tipos de pedras:
a Grês (arenito) e a itacuru, que também fornecia matéria-prima para a
fabricação de ferro em alguns povoados. A liga entre os tijolos e as pedras
dava-se por uma mistura de barro e esterco de vaca.
A arte Barroco Missioneira
O estilo Barroco influenciou a arquitetura e o urbanismo nas missões.
A escultura, a pintura, o teatro e a música foram bastante difundidos no
período reducional. Os padres trouxeram seus conhecimentos artísticos
europeus e ensinaram os índios nas oficinas. Criaram obras que ficaram
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
6 História Missioneira de São Borja
e) Os povoados missioneiros apresentaram grandes manifestações
culturais que foram influenciadas pela
arte______________________________________.
f) O monumento do _____________________________foi construído em
comemoração aos 300 anos de fundação da redução de São Franscisco
de Borja.
3. Conversando sobre o nosso bairro e sobre São Borja/RS:
a) Você conhece a história da sua família? Fale um pouco desta história.
b) E a história do seu bairro, você conhece?
c) Quais são os lugares mais legais para visitar no local onde você mora?
d) Quais são as coisas que você mais protege? Fale sobre as suas coisas.
e) Você sabe algo sobre a história de São Borja?
f) Você já comeu peixe?
g) Quais os eventos da cidade que você mais gosta?
h) Você já visitou algum museu ou algum lugar histórico de São Borja?
i) Você já visitou algum prédio antigo de São Borja?
j) Você conhece a zona ribeirinha da cidade? O que chama a sua atenção
no Cais do Porto de São Borja?
k) Você conhece Santo Tomé? O que mais gosta da cidade vizinha?
l) Quais são os lugares mais legais de São Borja, na sua opinião?
m) Qual o nome da sua rua?
n) Você sabe quem foi essa pessoa que dá nome à sua rua?
o) Você sabe o quê significa essa data que dá nome à sua rua?
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 23
4. Realize um desenho que represente a história missioneira de São
Borja/RS.
conhecidas como “arte missioneira”, obtendo um estilo próprio: o barroco
crioulo ou barroco missioneiro. As igrejas eram decoradas com esculturas
talhadas em madeira policromada e telas com pinturas a óleo. Nas paredes
externas, trabalhos em arenito geralmente representavam elementos da
flora e da fauna. As missas tinham acompanhamento de corais e, em frente
às igrejas, apresentava-se o teatro sacro. A música era tocada por uma
orquestra de índios e, aos domingos, o povoado despertava-se por
tambores e clarinetes.
O sistema de oficinas desenvolvido pelos jesuítas nas Reduções
transformaram os índios em hábeis artífices metalúrgicos, tipógrafos,
escultores, pintores, músicos, ceramistas, tecelões, fabricantes de
instrumentos musicais, entre outras manifestações.
A formação da redução de São
Francisco de Borja
O povoado de São Francisco de Borja foi formado a partir de uma
divisão da redução de Santo Tomé, do outro lado do Rio Uruguai. Teve
como principais tarefas inserir índios pampeanos (Guenoas, Yarós e
Minuanos) na redução e estabelecer um elo cultural e administrativo com
os povos localizados na Argentina (Yapeyu, La Cruz e Santo Tome).
A redução de São Francisco de Borja recebeu este nome em
homenagem a São Francisco de Borja e Aragão, jesuíta que atuou na
Direção da Ordem, em seu começo. Ele foi Comissário Geral do Vaticano
na Espanha, em Portugal e nas Índias. Nascido em 28 de outubro de 1510,
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 7
d) Pesquise o que é um sítio arqueológico.
e) Quais os utensílios missioneiros que estão localizados na Igreja Matriz
São Francisco de Borja?
f) Quais as atividades culturais que ocorrem na praça XV? Fale um pouco
delas.
g) Agora, a partir da análise da imagem acima, escreva um texto em seu
caderno explicando quais foram as transformações ocorridas na paisagem
da praça XV, desde a década de 1970 até hoje.
2. Complete corretamente as frases a seguir, utilizando as palavras
do quadro abaixo:
a) A redução de São Francisco de Borja foi fundada com a vinda de índios
oriundos da redução de________________________________.
b) O Tratado de _________________________________, criado em 1750,
foi responsável pela passagem das Missões Jesuítico-Guarani para domínio
da Coroa Portuguesa.
c) A redução de _____________________________________, salientava-
se nas Missões por seus potenciais artísticos e culturais, assim como por
ser um povoado identificado com as reduções das margem ocidental do
Rio Uruguai (atual Argentina).
d) A Guerra_____________________ foi um conflito que se destacou pela
resistência dos povoados missioneiros em relação ao domínio das reduções
por parte das Coroas Espanhola e Portuguesa.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
22 História Missioneira de São Borja
Sistema de oficinas
A origem do nome “São Borja”
na cidade de Valência, no Ducado de Gandía, na Espanha, veio a falecer
em 30 de setembro de 1572 e foi canonizado pela Igreja Católica em 1671.
O dia 10 de outubro foi instituído como seu dia santo.
O fundador de São Borja
Padre Francisco Garcia de Prada, filho de Castrodanta, nasceu na
Galícia em 04 de outubro de 1649. Foi cura da redução de Santo Tomé, na
Argentina, de 1679 a 1689. Atuou junto dos índios Guenoas (índios infiéis
e nômades) que costumavam cruzar o Rio Uruguai para saquear as
reduções de Yapeyu, La Cruz e Santo Tomé. O padre tentou por varias
vezes convertê-los à religião católica. Foi o primeiro padre cura de São
Borja. Faleceu em 18 de fevereiro de 1705 e teria sido enterrado no
cemitério da redução de São Francisco de Borja, localizado ao lado da
igreja missioneira.
A data de fundação de São Borja
Oficialmente adotou-se o ano de 1682 como sendo a data de
fundação de São Borja, conforme o livro “São Borja Perguntas e
Respostas”, de Apparício Silva Rillo, volume integrante da coleção
Tricentenário, de 1982. Este ano aparece em todos os símbolos oficiais
do município e, atualmente, é aceito pela comunidade. No entanto, a
data certa ainda não está comprovada cientificamente, pois na época as
datas eram registradas nas chamadas “Carta Anua” e, até o momento,
ainda não se encontrou àquela que registra exatamente o ano de fundação
de São Borja. Existem, hoje, algumas pesquisas que indicam três hipóteses
possíveis:
1ª Hipótese: fundação em 1682 (331 anos) - Alguns pesquisadores
afirmam que a cidade de São Borja foi fundada em 1682 e, portanto,
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
8 História Missioneira de São Borja
matriz, onde foram encontrados vestígios das fundações da primeira igreja
de São Borja. Estima-se que todo o entorno da Praça XV de Novembro,
antiga Praça Missioneira, tenham vestígios do período reducional. As
ruínas de São Borja ainda estão no nosso subsolo. Este tesouro
subterrâneo pode gerar muita riqueza ao município através do
desenvolvimento de um projeto arqueológico e, assim, alavancar o turismo
local.
Teste seus conhecimentos
A fotografia abaixo representa a Praça XV de Novembro, de São Borja,
em 1970.
1. Sobre a fotografia, responda as seguintes questões:
a) Comparando com a atualidade, o que houve de alteração na praça?
b) O que está abaixo da atual praça XV?
c) Pesquise como era organizada a área urbana da antiga redução de São
Francisco de Borja.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 21
Foto: Arquivo Muriel Pinto
completaria 331 anos em 2013. Segundo o pesquisador Afonso Aurélio Porto
(1879 – 1945), essa data consta na “Coleção de Angelis”. A Coleção de
Angelis, adquirida pela Biblioteca Nacional em 1853, é uma coletânea
composta de 1.717 obras, em 2.747 volumes e 1.295 manuscritos. É uma
importante reunião de obras para conhecer a história missioneira.
2ª Hipótese: fundação em 1687 (326 anos) - Outros
pesquisadores relatam que a data correta é 1687, pois neste ano São Borja
teria ganhado o seu primeiro livro de assentamento de batismo e registros
de nascimentos de são-borjenses. Antes, segundo esses pesquisadores,
a redução era apenas uma extensão de Santo Tomé.
3ª Hipótese: fundação em 1690 (323 anos) - A maioria dos
escritores e pesquisadores contemporâneos confirmam esta tese de São
Borja ter sido fundada em 1690, quando hierarquicamente passou a ser
um povo independente de Santo Tomé. Vem ganhando força no meio
acadêmico, pois algumas pesquisas de Mestrado e de Doutorado
confirmam esta linha de pesquisa. A explicação estaria nas funções que a
redução de São Borja passou a ter por conta da sua fundação, isto é, a
sua criação tinha a função de ser um ponto de concentração para índios
pampeanos que costumavam cruzar o Rio Uruguai para saquear as
reduções ocidentais de Yapeyu, La Cruz e Santo Tomé (atualmente em
território Argentino) e, também, estabelecer o que a Companhia de Jesus
entendia ser, em 1690, a “organização de contatos” entre as reduções.
Mas, embora nosso passado missioneiro esteja carente de informações
mais precisas, temos certeza que num futuro, não tão distante,
acontecerão grandes descobertas que demonstram que a história e a
cultura estão em constante transformação.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 9
São Borja possui duas fontes missioneiras – a Fonte de São Pedro e
a Fonte de São João Batista. No período reducional serviam para fornecer
água limpa e de qualidade para o povo de São Borja. Tal sua importância
na época que eram guardadas por um grupo de índios comandados por
um cacique de alto grau dentro da redução. Assim como tudo na redução
seguia um padrão, as fontes eram ornamentadas por querubins entalhados
na pedra e sua manutenção era feita diariamente.
Sítio Arqueológico da Redução
de São Francisco de Borja
Em São Borja, no ano de 2007, foi aberta uma trincheira para a
instalação de tubulação telefônica junto ao meio-fio, em frente a igreja
As Fontes Missioneiras
Pintura de Nossa Senhora do Socorro
Foto: Fernando Rodrigues
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
20 História Missioneira de São Borja
A Igreja Missioneira de São Borja
Na fundação da redução de São Francisco de Borja foi construída,
primeiramente, uma pequena capela, coberta de capim Santa Fé. Só a
partir de 1696, com a chegada de José Brazanelli, iniciou a construção da
primeira igreja, toda em pedra trabalhada, ornamentada com esculturas
e coberta de telhas de barro. Brazanelli inspirou-se nos traços
arquitetônicos dos templos de Lombardia (Itália). A igreja de São Borja
serviu de modelo para as igrejas de São João Batista e São Nicolau. Em
1845, por conta da má conservação, a Assembléia Legislativa do Estado
do Rio Grande do Sul determinou a edificação da segunda igreja Matriz.
As obras começaram em 1846. As ruínas da primeira igreja ainda se
mantiveram visíveis até 1858. A segunda igreja foi construída no mesmo
local da primeira, porém, em tamanho menor. Foram reutilizadas as
José Brazanelli
O jesuíta José Brazanelli era considerado irmão leigo da Companhia de
Jesus, pois tinha formação teológica, mas não era padre. Cabe destacar a
influência do jesuíta Brazanelli (Irmão Brazanelli). Os nove anos que passou
em São Borja resultaram em muitas obras de destaque nas Missões. Sem
dúvida, foi uma das figuras mais importantes nas Missões no período
reducional, sendo atribuída a ele, a construção da primeira Igreja de São
Borja, assim como sua ornamentação, altares, retábulos e imaginárias.
A figura de Brazanelli é impar para a Companhia de Jesus que teve sua
formação emMilão e passagem por Sevilha jána condição de artista formado.
Em São Borja, pôdecolocar em prática suas habilidades como escultor, pintor,
arquiteto, engenheiro e militar. Teve grande influência na catequização dos
Guaranis com seus ensinamentos das técnicas que proporcionaram a
Imaginária Missioneira de São Borja – uma singularidade na expressão
plástica.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
10 História Missioneira de São Borja
São Francisco de São Borja
Estátua de São Francisco de Borja, padroeiro da cidade, em cedro.
Obra atribuída a Brazanelli e, segundo Dr. Carlos Galvão Krebs,
“indiscutivelmente uma das mais belas obras primas de toda a arte
missioneira”.
A estátua de Santo Isidro Lavrador, na época reducional, era levada
diariamente para a lavoura, pelos índios, para abençoar o seu trabalho.
Diziam que através de milagres negociados com os santos, agiam na
proteção dos devotos e das reduções contra quaisquer perigos. O relato
dos jesuítas sobre a descrição de milagres atestam o grande impacto
causado na sociedade.
Pintura de Nossa Senhora
do Socorro
A pintura de Nossa Senhora do Socorro, exposta no Museu
Missioneiro, é uma das mais raras obras missioneiras que ainda existem.
Trata-se de uma pintura a óleo e têmpera sobre a madeira. Possui formato
irregular e simétrico e apresenta na parte superior uma meia abóboda
ladeada por torres. Na parte inferior, reto ao centro, aparece uma figura
feminina com coroa, uma cruz na mão esquerda e uma criança no colo,
tendo na mão direita uma esfera com cruz e usa túnica longa e manto
curto. A base é um dragão de uma cabeça e cauda. Dois cavalos com dois
cavaleiros jovens, com chapéus de penachos apontam para a figura central
– o da direita, com a mão esquerda e, o da esquerda, com a mão direita.
Ao fundo são árvores. Nas laterais da Santa, mais duas árvores (uma de
cada lado) e, presas a elas, duas onças pintadas, mostrando que o índio
acrescentava às suas obras elementos de seu cotidiano.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 19
Santo Isidro Lavrador
Arte Gráfica: Kelli Bisonhim e Daniel Timm
Fonte: Mapoteca do Itamarati
Maquete hipotética em 3D da primeira Igreja Missioneira
Detalhes da arquitetura da primeira Igreja Missioneira
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 11
Estatuária Missioneira de
São Borja
A riqueza do conjunto de estatuárias missioneiras de São Borja
evidencia o nível do desenvolvimento que chegou o povo de São Francisco
de Borja em relação aos demais povos. O mesmo índio tido para os padrões
culturais da época como indolente e incapaz, foi magistral ao esculpir
este magnífico conjunto de esculturas. Hoje, ainda existem em São Borja
83 peças confeccionadas no período reducional, sendo sete de posse da
igreja, 40 do Museu Municipal Apparício Silva Rillo, 35 de particulares e
uma está desaparecida ou foi queimada.
Estatuária Jesuítica Missioneira: São Miguel Arcanjo
Foto: Fernando Rodrigues
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
18 História Missioneira de São Borja
mesmas pedras. No início do século XX, houve uma grande reforma, onde
foram acrescentadas duas torres e se conservaram os altares do período
jesuítico. Essa reforma foi tão significativa que foi considerada uma nova
igreja. O templo durou até o início da década de 1960, quando foi
destruído e, em seu lugar, foi construído a quarta Igreja Matriz, com estilo
completamente diferente das anteriores jesuíticas. O projeto foi assinado
pelo arquiteto José Maria Oliveira Vilela e executado pelo engenheiro
Nei Silveira, de Santo Ângelo.
Terceiro templo: durou até 1960
Foto: Adolfo Lunks (participou da
demolição da antiga e da construção da
atual Igreja Matriz).
AtualIgreja Matriz
Foto: Fernando Rodrigues
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
12 História Missioneira de São Borja
O município de São Borja, através de diversos estudos, destaca-se na
região das Missões pela diversidade de seu patrimônio, pois apresenta
símbolos e discursos populares que exaltam diversos momentos históricos e
práticas cotidianas que ocorreram/ocorrem no local, tais como: período
missioneiro (século XVI), Guerra do Paraguai (século XVIII), cidade natal dos
ex-presidentes brasileiros Getúlio Vargas e João Goulart (Jango), cultura
gaúcha, relações de fronteira, cultura ribeirinha, entre outros. Cabe destacar
que a cultura missioneira influenciou diretamente na construção da área
urbana (atual praça XV – foi construída em cima da área da antiga Redução
de São Francisco de Borja) e nas práticas sociais de São Borja, pois nota-se
que muitos costumes do gaúcho vieram do período missioneiro. Ex: produção
e consumo da erva-mate, criação do gado, consumo de carne assada, lida
campeira, gosto pela musicalidade, entre outros.
O Museu Municipal Apparício Silva Rillo (Museu Missioneiro),
localizado junto à Biblioteca Municipal de São Borja, possuí 40 peças do
período reducional destacando um relógio solar datado de 1753, que
apresentava as horas de cinco cidades: São Borja, Madri, Roma, Paris e
Londres. Isso mostra que o trabalho intelectual do povo missioneiro de
São Francisco de Borja era avançado para a época.
O Retábulo Missioneiro (Altar)
Trata-se de um retábulo esculpido em madeira intitulado “Barroco
Crioulo”- uma raridade ainda em uso na Igreja Imaculada Conceição do
bairro do Passo. Existem apenas outros dois retábulos missioneiros como
este em toda a América Latina. Além da riqueza visual e da complexidade
apresentada em sua confecção material, os retábulos, geralmente,
comportam múltiplas mensagens e significados que nem sempre são
aparentes à primeira vista.
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 17
Relógio Solar
Segundo templo: começou a ser construído em 1846
Foto: Arquivo da Biblioteca Municipal de São Borja
A Cruz Missioneira
A cruz foi adotada por todos os povos missioneiros. Em mapa
encontrado recentemente no Arquivo Geral do Vaticano, datado de 1691,
que contém a disposição e a distância dos Povos Missioneiros, consta
acima de cada Redução uma Cruz Missioneira, o que reafirma, cada vez
mais, como o símbolo dos 30 povos. A Cruz Missioneira era usada pelos
índios como símbolo do bem contra o mal. Os dois braços simbolizam a fé
redobrada e o portador da cruz, ao fazer um pedido a Deus, devia mantê-
lo em secreto. A cruz é considerada um amuleto, uma proteção espiritual
contra todos os males.
O patrimônio histórico-cultural pode ser definido como os
elementos culturais que estão representados no espaço. Conceitualmente,
o patrimônio envolve os produtos e as expressões do sentir, do pensar e
do agir dos humanos, fatores esses que possibilitam recordar momentos
históricos através da memória. Portanto, pode ser definindo como aquilo
que fornece à população, a representação de um sentimento em relação
a algum momento histórico ou manifestação cultural.
Tipos de patrimônios: Entre os tipos de bens patrimoniais destacam-
se: monumentos (estatuárias, arquiteturas antigas, ruínas, esculturas,
pinturas, monumentos históricos); festas e celebrações populares (festivais
musicais, procissões religiosas); instituições culturais (museus, centros
culturais, arquivos históricos, bibliotecas); práticas sociais, costumes,
saberes e rituais locais, paisagens culturais (imagens que representam
lugares que possuem destaque histórico e cultural para a cidade);
patrimônio natural (Rio Uruguai, fontes missioneiras).
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
História Missioneira de São Borja 13
Patrimônio Missioneiro
SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA
16 História Missioneira de São Borja
Tipos de patrimônios:
Monumento do
Tricentenário
Estatuária de São
Francisco de Borja
Procissão de São João Batista
Museu Missioneiro
Arquitetura Colonial
Fonte de São João Batista Fonte de São Pedro
Fotos: Fernando Rodrigues, Muriel Pinto e Prefeitura de São Borja
Hospital
Cemitério
Igreja
Horta
Colégio
Praça
Oficinas
Quartel Guarani
Arte Gráfica: Kelli Bisonhim e Daniel Timm
Maquete Hipotética em 3D da missão de São
Francisco de Borja, a partir da cartografia
existente e conforme relatos de viajantes.

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Cartilha: História missioneira de São Borja: métodos para o ensino do patrimônio cultural

  • 1. História Missioneira de São Borja Métodos para o ensino do patrimônio cultural JOSÉ FERNANDO CORRÊA RODRIGUES MURIEL PINTO RONALDO BERNARDINO COLVERO 2013
  • 2. A região das Missões Jesuítico-Guarani possui uma das mais importantes histórias da humanidade, referida pela própria UNESCO como “...uma experiência única na humanidade”. Voltaire chamou de “Triunfo da Humanidade”; Montesquieu chamou de “Primeiro Estado Industrial da América”. Nas artes mostravam-se sensíveis e acessíveis, possuíam, naturalmente, ouvido apurado e singular gosto pela harmonia, aprenderam a tocar todo tipo de instrumento, compunham músicas. Quanto à pintura e à escultura, eram de excelente qualidade. Atualmente, percebe-se grande quantidade de bens culturais e de discursos sociais que representam a cultura e a história das Reduções. Essas manifestações culturais estão representadas nos espaços regionais através do Patrimônio Histórico e Cultural. Esta publicação tem por objetivo disponibilizar um material didático que possa contribuir com o processo de ensino- aprendizagem da história missioneira de São Borja, instigando melhor conhecimento e valorização da trajetória histórica e das práticas sociais e culturais do município. Introdução SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 2 História Missioneira de São Borja SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 27 A revista “História Missioneira de São Borja: métodos para o ensino do patrimônio cultural” é uma iniciativa da Câmara de Vereadores de São Borja/RS. 2013. EXPEDIENTE Organização: José Fernando Corrêa Rodrigues: Administrador e Pesquisador na área de cultura. Muriel Pinto: Professor da Unipampa - Campus São Borja. Ronaldo Bernardino Colvero: Professor e Diretor da Unipampa - Campus São Borja. Projeto Gráfico, Diagramação e Revisão: Jornalista Ana Gabriela Barboza Vaz. Fotografia de capa: Estatuária de São Francisco de Borja (Fonte: Arquivo do Museu Apparício Silvo Rillo). Mapa da contracapa: Mapa dos bens culturais de São Borja (Fonte: Muriel Pinto. Impressão: Noschang Artes Gráficas Ltda. Tiragem: 5.000 exemplares - Distribuição Gratuita. Aplicabilidade: Este projeto poderá ser aplicado desde à 5ª série do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. Disciplinas implicadas: A oficina, baseando-se no ideal de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, em voga atualmente na educação brasileira, implica o conhecimento de algumas competências das seguintes disciplinas: - História - Português - Literatura - Geografia - Sociologia - Educação artística Representação do espaço missioneiro a partir da fundação de São Francisco de Borja
  • 3. No século XVII, uma parte da América Latina era de domínio dos espanhóis, e outra dos portugueses. Em 1607, os religiosos da Companhia de Jesus criaram a Província Jesuítica do Paraguai e aliaram-se aos índios Guaranis para desenvolver o seu trabalho de conquista, criando o que ficou conhecido como Povos Missioneiros. Durante 160 anos foram fundados 30 povos missioneiros e diversas capelas (local de descanso espiritual e físico, localizada em meio às reduções). No Brasil foram fundados sete povos; no Paraguai, oito; e, na Argentina, 15. O total de habitantes foi de aproximadamente 140 mil. Em cada missão havia dois padres jesuítas e até seis mil índios. Nesse período foram criados os chamados Sete Povos das Missões: São Francisco de Borja, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista e Santo Ângelo Custódio. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 3 Projeto 2: “História oral de São Borja/RS”. Objetivo Geral: Instigar os alunos a realizar entrevistas dirigidas sobre o contexto histórico e cultural do município de São Borja-RS. Objetivos Específicos: - Analisar como a população, os pais e os amigos dos alunos conhecem a história e as manifestações culturais da cidade; - Proporcionar aos alunos a formulação de questões sobre temas relacionados à história (local e regional); - Compreender a necessidade de conhecer, pesquisar e valorizar a história e o patrimônio citadino; - Organizar ideias a partir de dados diversos e quantitativos; - Utilizar os discursos como instrumentos didáticos para o processo de ensino-aprendizagem da historiografia, tradições, costumes, paisagens e bens culturais da cidade. Obs: As gravações das entrevistas podem ser feitas até com aparelhos celulares. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 26 História Missioneira de São Borja Missões Jesuíticas - A origem Mapa: Projeto “Itinerários Culturais do Mercosul” (2009), adaptado por Muriel Pinto Disciplinas implicadas: O projeto, baseando-se no ideal de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, em voga atualmente na educação brasileira, implica o conhecimento de algumas competências das seguintes disciplinas: - História - Sociologia - Geografia - Educação Artística
  • 4. Povoados Missioneiros As reduções Jesuítico-Guarani eram chamadas de “Povos”, de “Missões” ou de “Reduções”, tanto pelos índios quanto pelos padres jesuítas. Os povoados implementaram conhecimento nos campos do urbanismo, da arquitetura, das artes e todos seguiam um estilo próprio que procurava integrar os modos culturais vindos da Europa aos costumes do indígena. A definição de um território específico para a instalação de um povoado reducional passava por critérios geográficos e estratégicos que pudessem contribuir com as políticas comerciais, defesa territorial e sustentabilidade dos povoados guarani . Ex: proximidade de bacias fluviais, busca de pontos altos e de fácil acesso e defesa. As reduções jesuíticas foram fundadas nas proximidades das bacias fluviais do Rio Uruguai, Paraná e Paraguai. Tratado de Madri Em 1750 tudo começou a mudar. O “Tratado de Madri” estabeleceu novos limites entre as terras de Portugal e da Espanha na América. O acordo determinava que a Colônia de Sacramento, povoação portuguesa no Rio da Prata, seria passada para a Espanha. Em troca, passariam para Portugal os Sete Povos missioneiros, localizados no Brasil. Guerra Guaranítica Após o Tratado de Madri houve um conflito militar, denominado de “Guerra Guaranítica”, onde os índios das Reduções Missioneiras se uniram para enfrentar os exércitos conjuntos de Portugal e de Espanha em busca da soberania e da manutenção de suas reduções, pois eram contra o acordado no Tratado de Madri. Foi uma série de batalhas, onde em uma SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 4 História Missioneira de São Borja Objetivos Específicos: - Inventariar fontes históricas relacionadas à cultura ribeirinha, missioneira, gaúcha e história política da cidade (fotos antigas, utensílios agrícolas e domésticos, de pesca, pedras missioneiras, etc); - Realizar doação de acervo para instituições culturais locais, a fim de contribuir com a valorização e o melhor conhecimento da história e da cultura samborjense; - Elaborar exposições sobre as fontes históricas inventariadas com a explanação dos alunos; - Contribuir com a inserção dos discentes no processo de cidadania através da cultura, de forma com que os mesmos aprendam e socializem novos conhecimentos; - Instigar melhor conhecimento e valorização dos discentes sobre a história e o patrimônio cultural da cidade de São Borja. Aplicabilidade: Este projeto poderá ser aplicado desde a 5ª série do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 25 Proposta de projetos para aplicação nas escolas: Projeto 1: Levantamento de acervo museológico para as escolas de São Borja. Objetivo Geral: Realizar um levantamento de acervo museológico sobre o contexto histórico e cultural do município de São Borja-RS para a criação de um mini-museu escolar e a valorização do patrimônio missioneiro regional.
  • 5. delas foi morto o famoso cacique Sepé Tiaraju, em 1756. Sepé é considerado herói Guarani missioneiro rio-grandense pela Lei 12.032/99. Os índios missioneiros perderam a guerra e os Jesuítas foram expulsos das Missões. Cabe destacar que a Redução de São Francisco de Borja não participou das batalhas da Guerra Guaranítica, e sim, aceitou pacificamente a intervenção e fez sua transmigração política e civilizadamente. Ruínas Missioneiras Com o passar dos séculos, os povoados missioneiros se transformaram aos poucos em ruínas, sem qualquer cuidado. Os prédios antigos foram invadidos por vegetações e ladrões de raridades e. em alguns casos. como São Borja e Santo Ângelo, a cidade moderna se desenvolveu em cima do sitio histórico. Os resquícios das antigas reduções, como as pedras grês, foram reutilizados em novas construções. Patrimônio Cultural da Humanidade Ultimamente, a Unesco reconheceu os remanescentes das reduções missioneiras como Patrimônio Cultural da Humanidade. Entre as Ruínas reconhecidas estão São Miguel das Missões, no Brasil; Loreto, Santa Ana, Santa María de La Mayor e San Ignacio Miní, na Argentina; e Trinidad e Jesus, no Paraguai. A praça era o centro, o local onde eram realizadas procissões, desfiles militares, jogos, celebrações artísticas, cerimônias religiosas. A igreja era o prédio mais importante. Nas suas proximidades se localizavam os prédios SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 5 5. Em que local ocorre a procissão de São João Batista, em São Borja? a) Praça da Lagoa; b) Fonte missioneira de São João Batista; c) Fonte missioneira de São Pedro; d) Rio Uruguai; e) Praça XV de Novembro. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 24 História Missioneira de São Borja Como era a Redução Missioneira 6. Sobre a antiga redução de São Francisco de Borja, marque verdadeiro (V) ou falso (F): ( ) era a única redução dos Sete Povos das Missões que fazia fronteira com um povoado missioneiro da banda Oriental do Rio Uruguai; ( ) teve grande participação na Guerra Guaranítica, onde enviou tropas para o conflito; ( ) a área onde era localizada a antiga redução de São Francisco de Borja encontrava-se no entorno da atual Praça XV de Novembro; ( ) as fontes missioneiros de São João Batista e São Pedro eram utilizadas como reservas de água no período missioneiro; ( ) O fundador da redução de São Borja foi o padre Francisco Garcia. Alternativa correta: a)V-V-V-V-V b)F-F-V-V-V c)V-F-V-V-V d)V-V-F-V-F e)V-F-F-V-V
  • 6. comunais: a residência dos padres, o colégio e, de um lado da igreja, as oficinas, do outro, o cemitério e o cotiguaçu (local onde viviam as viúvas e os órfãos). Ao redor das praças distribuíam-se as casas dos índios e o cabildo, ou conselho. Uma rua principal chegava até a praça, bem em frente à igreja. Atrás da Igreja existia o sítio dos padres, com horta, jardim e pomar. Nos povoados havia ainda açudes, fontes de água, capelas, estâncias e ervais. O cotidiano de trabalho e o sistema religioso de uma redução A rotina do povoado era composta de trabalhos e intervalos que eram aproveitados com orações, ritos cerimoniais e jogos. As orações regulavam a rotina da comunidade. Antes do início das tarefas eram realizadas as rezas matinais. Ao entardecer realizavam a “Hora de Angelus”, uma oração de encerramento das atividades. Material utilizado nas construções As construções eram feitas de pedra ou de tijolos de barro, e as coberturas, de telhas. Eram utilizados, basicamente, dois tipos de pedras: a Grês (arenito) e a itacuru, que também fornecia matéria-prima para a fabricação de ferro em alguns povoados. A liga entre os tijolos e as pedras dava-se por uma mistura de barro e esterco de vaca. A arte Barroco Missioneira O estilo Barroco influenciou a arquitetura e o urbanismo nas missões. A escultura, a pintura, o teatro e a música foram bastante difundidos no período reducional. Os padres trouxeram seus conhecimentos artísticos europeus e ensinaram os índios nas oficinas. Criaram obras que ficaram SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 6 História Missioneira de São Borja e) Os povoados missioneiros apresentaram grandes manifestações culturais que foram influenciadas pela arte______________________________________. f) O monumento do _____________________________foi construído em comemoração aos 300 anos de fundação da redução de São Franscisco de Borja. 3. Conversando sobre o nosso bairro e sobre São Borja/RS: a) Você conhece a história da sua família? Fale um pouco desta história. b) E a história do seu bairro, você conhece? c) Quais são os lugares mais legais para visitar no local onde você mora? d) Quais são as coisas que você mais protege? Fale sobre as suas coisas. e) Você sabe algo sobre a história de São Borja? f) Você já comeu peixe? g) Quais os eventos da cidade que você mais gosta? h) Você já visitou algum museu ou algum lugar histórico de São Borja? i) Você já visitou algum prédio antigo de São Borja? j) Você conhece a zona ribeirinha da cidade? O que chama a sua atenção no Cais do Porto de São Borja? k) Você conhece Santo Tomé? O que mais gosta da cidade vizinha? l) Quais são os lugares mais legais de São Borja, na sua opinião? m) Qual o nome da sua rua? n) Você sabe quem foi essa pessoa que dá nome à sua rua? o) Você sabe o quê significa essa data que dá nome à sua rua? SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 23 4. Realize um desenho que represente a história missioneira de São Borja/RS.
  • 7. conhecidas como “arte missioneira”, obtendo um estilo próprio: o barroco crioulo ou barroco missioneiro. As igrejas eram decoradas com esculturas talhadas em madeira policromada e telas com pinturas a óleo. Nas paredes externas, trabalhos em arenito geralmente representavam elementos da flora e da fauna. As missas tinham acompanhamento de corais e, em frente às igrejas, apresentava-se o teatro sacro. A música era tocada por uma orquestra de índios e, aos domingos, o povoado despertava-se por tambores e clarinetes. O sistema de oficinas desenvolvido pelos jesuítas nas Reduções transformaram os índios em hábeis artífices metalúrgicos, tipógrafos, escultores, pintores, músicos, ceramistas, tecelões, fabricantes de instrumentos musicais, entre outras manifestações. A formação da redução de São Francisco de Borja O povoado de São Francisco de Borja foi formado a partir de uma divisão da redução de Santo Tomé, do outro lado do Rio Uruguai. Teve como principais tarefas inserir índios pampeanos (Guenoas, Yarós e Minuanos) na redução e estabelecer um elo cultural e administrativo com os povos localizados na Argentina (Yapeyu, La Cruz e Santo Tome). A redução de São Francisco de Borja recebeu este nome em homenagem a São Francisco de Borja e Aragão, jesuíta que atuou na Direção da Ordem, em seu começo. Ele foi Comissário Geral do Vaticano na Espanha, em Portugal e nas Índias. Nascido em 28 de outubro de 1510, SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 7 d) Pesquise o que é um sítio arqueológico. e) Quais os utensílios missioneiros que estão localizados na Igreja Matriz São Francisco de Borja? f) Quais as atividades culturais que ocorrem na praça XV? Fale um pouco delas. g) Agora, a partir da análise da imagem acima, escreva um texto em seu caderno explicando quais foram as transformações ocorridas na paisagem da praça XV, desde a década de 1970 até hoje. 2. Complete corretamente as frases a seguir, utilizando as palavras do quadro abaixo: a) A redução de São Francisco de Borja foi fundada com a vinda de índios oriundos da redução de________________________________. b) O Tratado de _________________________________, criado em 1750, foi responsável pela passagem das Missões Jesuítico-Guarani para domínio da Coroa Portuguesa. c) A redução de _____________________________________, salientava- se nas Missões por seus potenciais artísticos e culturais, assim como por ser um povoado identificado com as reduções das margem ocidental do Rio Uruguai (atual Argentina). d) A Guerra_____________________ foi um conflito que se destacou pela resistência dos povoados missioneiros em relação ao domínio das reduções por parte das Coroas Espanhola e Portuguesa. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 22 História Missioneira de São Borja Sistema de oficinas A origem do nome “São Borja”
  • 8. na cidade de Valência, no Ducado de Gandía, na Espanha, veio a falecer em 30 de setembro de 1572 e foi canonizado pela Igreja Católica em 1671. O dia 10 de outubro foi instituído como seu dia santo. O fundador de São Borja Padre Francisco Garcia de Prada, filho de Castrodanta, nasceu na Galícia em 04 de outubro de 1649. Foi cura da redução de Santo Tomé, na Argentina, de 1679 a 1689. Atuou junto dos índios Guenoas (índios infiéis e nômades) que costumavam cruzar o Rio Uruguai para saquear as reduções de Yapeyu, La Cruz e Santo Tomé. O padre tentou por varias vezes convertê-los à religião católica. Foi o primeiro padre cura de São Borja. Faleceu em 18 de fevereiro de 1705 e teria sido enterrado no cemitério da redução de São Francisco de Borja, localizado ao lado da igreja missioneira. A data de fundação de São Borja Oficialmente adotou-se o ano de 1682 como sendo a data de fundação de São Borja, conforme o livro “São Borja Perguntas e Respostas”, de Apparício Silva Rillo, volume integrante da coleção Tricentenário, de 1982. Este ano aparece em todos os símbolos oficiais do município e, atualmente, é aceito pela comunidade. No entanto, a data certa ainda não está comprovada cientificamente, pois na época as datas eram registradas nas chamadas “Carta Anua” e, até o momento, ainda não se encontrou àquela que registra exatamente o ano de fundação de São Borja. Existem, hoje, algumas pesquisas que indicam três hipóteses possíveis: 1ª Hipótese: fundação em 1682 (331 anos) - Alguns pesquisadores afirmam que a cidade de São Borja foi fundada em 1682 e, portanto, SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 8 História Missioneira de São Borja matriz, onde foram encontrados vestígios das fundações da primeira igreja de São Borja. Estima-se que todo o entorno da Praça XV de Novembro, antiga Praça Missioneira, tenham vestígios do período reducional. As ruínas de São Borja ainda estão no nosso subsolo. Este tesouro subterrâneo pode gerar muita riqueza ao município através do desenvolvimento de um projeto arqueológico e, assim, alavancar o turismo local. Teste seus conhecimentos A fotografia abaixo representa a Praça XV de Novembro, de São Borja, em 1970. 1. Sobre a fotografia, responda as seguintes questões: a) Comparando com a atualidade, o que houve de alteração na praça? b) O que está abaixo da atual praça XV? c) Pesquise como era organizada a área urbana da antiga redução de São Francisco de Borja. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 21 Foto: Arquivo Muriel Pinto
  • 9. completaria 331 anos em 2013. Segundo o pesquisador Afonso Aurélio Porto (1879 – 1945), essa data consta na “Coleção de Angelis”. A Coleção de Angelis, adquirida pela Biblioteca Nacional em 1853, é uma coletânea composta de 1.717 obras, em 2.747 volumes e 1.295 manuscritos. É uma importante reunião de obras para conhecer a história missioneira. 2ª Hipótese: fundação em 1687 (326 anos) - Outros pesquisadores relatam que a data correta é 1687, pois neste ano São Borja teria ganhado o seu primeiro livro de assentamento de batismo e registros de nascimentos de são-borjenses. Antes, segundo esses pesquisadores, a redução era apenas uma extensão de Santo Tomé. 3ª Hipótese: fundação em 1690 (323 anos) - A maioria dos escritores e pesquisadores contemporâneos confirmam esta tese de São Borja ter sido fundada em 1690, quando hierarquicamente passou a ser um povo independente de Santo Tomé. Vem ganhando força no meio acadêmico, pois algumas pesquisas de Mestrado e de Doutorado confirmam esta linha de pesquisa. A explicação estaria nas funções que a redução de São Borja passou a ter por conta da sua fundação, isto é, a sua criação tinha a função de ser um ponto de concentração para índios pampeanos que costumavam cruzar o Rio Uruguai para saquear as reduções ocidentais de Yapeyu, La Cruz e Santo Tomé (atualmente em território Argentino) e, também, estabelecer o que a Companhia de Jesus entendia ser, em 1690, a “organização de contatos” entre as reduções. Mas, embora nosso passado missioneiro esteja carente de informações mais precisas, temos certeza que num futuro, não tão distante, acontecerão grandes descobertas que demonstram que a história e a cultura estão em constante transformação. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 9 São Borja possui duas fontes missioneiras – a Fonte de São Pedro e a Fonte de São João Batista. No período reducional serviam para fornecer água limpa e de qualidade para o povo de São Borja. Tal sua importância na época que eram guardadas por um grupo de índios comandados por um cacique de alto grau dentro da redução. Assim como tudo na redução seguia um padrão, as fontes eram ornamentadas por querubins entalhados na pedra e sua manutenção era feita diariamente. Sítio Arqueológico da Redução de São Francisco de Borja Em São Borja, no ano de 2007, foi aberta uma trincheira para a instalação de tubulação telefônica junto ao meio-fio, em frente a igreja As Fontes Missioneiras Pintura de Nossa Senhora do Socorro Foto: Fernando Rodrigues SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 20 História Missioneira de São Borja
  • 10. A Igreja Missioneira de São Borja Na fundação da redução de São Francisco de Borja foi construída, primeiramente, uma pequena capela, coberta de capim Santa Fé. Só a partir de 1696, com a chegada de José Brazanelli, iniciou a construção da primeira igreja, toda em pedra trabalhada, ornamentada com esculturas e coberta de telhas de barro. Brazanelli inspirou-se nos traços arquitetônicos dos templos de Lombardia (Itália). A igreja de São Borja serviu de modelo para as igrejas de São João Batista e São Nicolau. Em 1845, por conta da má conservação, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul determinou a edificação da segunda igreja Matriz. As obras começaram em 1846. As ruínas da primeira igreja ainda se mantiveram visíveis até 1858. A segunda igreja foi construída no mesmo local da primeira, porém, em tamanho menor. Foram reutilizadas as José Brazanelli O jesuíta José Brazanelli era considerado irmão leigo da Companhia de Jesus, pois tinha formação teológica, mas não era padre. Cabe destacar a influência do jesuíta Brazanelli (Irmão Brazanelli). Os nove anos que passou em São Borja resultaram em muitas obras de destaque nas Missões. Sem dúvida, foi uma das figuras mais importantes nas Missões no período reducional, sendo atribuída a ele, a construção da primeira Igreja de São Borja, assim como sua ornamentação, altares, retábulos e imaginárias. A figura de Brazanelli é impar para a Companhia de Jesus que teve sua formação emMilão e passagem por Sevilha jána condição de artista formado. Em São Borja, pôdecolocar em prática suas habilidades como escultor, pintor, arquiteto, engenheiro e militar. Teve grande influência na catequização dos Guaranis com seus ensinamentos das técnicas que proporcionaram a Imaginária Missioneira de São Borja – uma singularidade na expressão plástica. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 10 História Missioneira de São Borja São Francisco de São Borja Estátua de São Francisco de Borja, padroeiro da cidade, em cedro. Obra atribuída a Brazanelli e, segundo Dr. Carlos Galvão Krebs, “indiscutivelmente uma das mais belas obras primas de toda a arte missioneira”. A estátua de Santo Isidro Lavrador, na época reducional, era levada diariamente para a lavoura, pelos índios, para abençoar o seu trabalho. Diziam que através de milagres negociados com os santos, agiam na proteção dos devotos e das reduções contra quaisquer perigos. O relato dos jesuítas sobre a descrição de milagres atestam o grande impacto causado na sociedade. Pintura de Nossa Senhora do Socorro A pintura de Nossa Senhora do Socorro, exposta no Museu Missioneiro, é uma das mais raras obras missioneiras que ainda existem. Trata-se de uma pintura a óleo e têmpera sobre a madeira. Possui formato irregular e simétrico e apresenta na parte superior uma meia abóboda ladeada por torres. Na parte inferior, reto ao centro, aparece uma figura feminina com coroa, uma cruz na mão esquerda e uma criança no colo, tendo na mão direita uma esfera com cruz e usa túnica longa e manto curto. A base é um dragão de uma cabeça e cauda. Dois cavalos com dois cavaleiros jovens, com chapéus de penachos apontam para a figura central – o da direita, com a mão esquerda e, o da esquerda, com a mão direita. Ao fundo são árvores. Nas laterais da Santa, mais duas árvores (uma de cada lado) e, presas a elas, duas onças pintadas, mostrando que o índio acrescentava às suas obras elementos de seu cotidiano. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 19 Santo Isidro Lavrador
  • 11. Arte Gráfica: Kelli Bisonhim e Daniel Timm Fonte: Mapoteca do Itamarati Maquete hipotética em 3D da primeira Igreja Missioneira Detalhes da arquitetura da primeira Igreja Missioneira SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 11 Estatuária Missioneira de São Borja A riqueza do conjunto de estatuárias missioneiras de São Borja evidencia o nível do desenvolvimento que chegou o povo de São Francisco de Borja em relação aos demais povos. O mesmo índio tido para os padrões culturais da época como indolente e incapaz, foi magistral ao esculpir este magnífico conjunto de esculturas. Hoje, ainda existem em São Borja 83 peças confeccionadas no período reducional, sendo sete de posse da igreja, 40 do Museu Municipal Apparício Silva Rillo, 35 de particulares e uma está desaparecida ou foi queimada. Estatuária Jesuítica Missioneira: São Miguel Arcanjo Foto: Fernando Rodrigues SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 18 História Missioneira de São Borja
  • 12. mesmas pedras. No início do século XX, houve uma grande reforma, onde foram acrescentadas duas torres e se conservaram os altares do período jesuítico. Essa reforma foi tão significativa que foi considerada uma nova igreja. O templo durou até o início da década de 1960, quando foi destruído e, em seu lugar, foi construído a quarta Igreja Matriz, com estilo completamente diferente das anteriores jesuíticas. O projeto foi assinado pelo arquiteto José Maria Oliveira Vilela e executado pelo engenheiro Nei Silveira, de Santo Ângelo. Terceiro templo: durou até 1960 Foto: Adolfo Lunks (participou da demolição da antiga e da construção da atual Igreja Matriz). AtualIgreja Matriz Foto: Fernando Rodrigues SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 12 História Missioneira de São Borja O município de São Borja, através de diversos estudos, destaca-se na região das Missões pela diversidade de seu patrimônio, pois apresenta símbolos e discursos populares que exaltam diversos momentos históricos e práticas cotidianas que ocorreram/ocorrem no local, tais como: período missioneiro (século XVI), Guerra do Paraguai (século XVIII), cidade natal dos ex-presidentes brasileiros Getúlio Vargas e João Goulart (Jango), cultura gaúcha, relações de fronteira, cultura ribeirinha, entre outros. Cabe destacar que a cultura missioneira influenciou diretamente na construção da área urbana (atual praça XV – foi construída em cima da área da antiga Redução de São Francisco de Borja) e nas práticas sociais de São Borja, pois nota-se que muitos costumes do gaúcho vieram do período missioneiro. Ex: produção e consumo da erva-mate, criação do gado, consumo de carne assada, lida campeira, gosto pela musicalidade, entre outros. O Museu Municipal Apparício Silva Rillo (Museu Missioneiro), localizado junto à Biblioteca Municipal de São Borja, possuí 40 peças do período reducional destacando um relógio solar datado de 1753, que apresentava as horas de cinco cidades: São Borja, Madri, Roma, Paris e Londres. Isso mostra que o trabalho intelectual do povo missioneiro de São Francisco de Borja era avançado para a época. O Retábulo Missioneiro (Altar) Trata-se de um retábulo esculpido em madeira intitulado “Barroco Crioulo”- uma raridade ainda em uso na Igreja Imaculada Conceição do bairro do Passo. Existem apenas outros dois retábulos missioneiros como este em toda a América Latina. Além da riqueza visual e da complexidade apresentada em sua confecção material, os retábulos, geralmente, comportam múltiplas mensagens e significados que nem sempre são aparentes à primeira vista. SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 17 Relógio Solar Segundo templo: começou a ser construído em 1846 Foto: Arquivo da Biblioteca Municipal de São Borja
  • 13. A Cruz Missioneira A cruz foi adotada por todos os povos missioneiros. Em mapa encontrado recentemente no Arquivo Geral do Vaticano, datado de 1691, que contém a disposição e a distância dos Povos Missioneiros, consta acima de cada Redução uma Cruz Missioneira, o que reafirma, cada vez mais, como o símbolo dos 30 povos. A Cruz Missioneira era usada pelos índios como símbolo do bem contra o mal. Os dois braços simbolizam a fé redobrada e o portador da cruz, ao fazer um pedido a Deus, devia mantê- lo em secreto. A cruz é considerada um amuleto, uma proteção espiritual contra todos os males. O patrimônio histórico-cultural pode ser definido como os elementos culturais que estão representados no espaço. Conceitualmente, o patrimônio envolve os produtos e as expressões do sentir, do pensar e do agir dos humanos, fatores esses que possibilitam recordar momentos históricos através da memória. Portanto, pode ser definindo como aquilo que fornece à população, a representação de um sentimento em relação a algum momento histórico ou manifestação cultural. Tipos de patrimônios: Entre os tipos de bens patrimoniais destacam- se: monumentos (estatuárias, arquiteturas antigas, ruínas, esculturas, pinturas, monumentos históricos); festas e celebrações populares (festivais musicais, procissões religiosas); instituições culturais (museus, centros culturais, arquivos históricos, bibliotecas); práticas sociais, costumes, saberes e rituais locais, paisagens culturais (imagens que representam lugares que possuem destaque histórico e cultural para a cidade); patrimônio natural (Rio Uruguai, fontes missioneiras). SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA História Missioneira de São Borja 13 Patrimônio Missioneiro SÃO BORJA - CIDADE HISTÓRICA 16 História Missioneira de São Borja Tipos de patrimônios: Monumento do Tricentenário Estatuária de São Francisco de Borja Procissão de São João Batista Museu Missioneiro Arquitetura Colonial Fonte de São João Batista Fonte de São Pedro Fotos: Fernando Rodrigues, Muriel Pinto e Prefeitura de São Borja
  • 14. Hospital Cemitério Igreja Horta Colégio Praça Oficinas Quartel Guarani Arte Gráfica: Kelli Bisonhim e Daniel Timm Maquete Hipotética em 3D da missão de São Francisco de Borja, a partir da cartografia existente e conforme relatos de viajantes.