Este artigo descreve a colônia de gatos que vive nas ruínas de Torre Argentina em Roma, onde uma associação cuida de mais de 250 gatos. A relação entre romanos e gatos remonta aos tempos antigos, quando os gatos ajudavam a controlar a praga de ratos. Atualmente, os gatos são considerados patrimônio da cidade, embora arqueólogos se oponham à sua presença nas ruínas.
6. MUNDO DOS ANIMAIS
A
s ruínas de Torre Argentina,
no centro histórico de Roma,
onde Júlio César foi assassi-
nado no ano 44 antes de Cris-
to (a.C.), são um verdadeiro paraíso de
gatos para os amantes dos pequenos
felinos. Trata-se de um santuário mile-
nar onde muitos gatos encontram abri-
go e comida.
Os voluntários da associação Torre Ar-
gentina Roman Cat Sanctuary cuidam
diariamente da alimentação, higiene e
cuidados de saúde dos mais de 250
gatos que habitam nas ruínas. Também
esterilizam os animais e promovem a
sua adoção.
A relação histórica entre nós e os gatos
está marcada por altos e baixos e com
os gatos de Roma não tem sido dife-
rente.
A admiração dos romanos pelos gatos
terá começado com o contributo dos
felinos para a exterminação da peste,
ao consumirem os ratos portadores da
doença. Durante a Segunda Guerra
Mundial, a escassez de comida levou
os romanos a consumir gatos para so-
breviverem e quando a guerra termi-
nou, os romanos ter-se-ão dedicado a
Os Gatos de Roma
15. www.mundodosanimais.pt
“As pessoas interessam-se
mais por gatos do que por
monumentos (…) os dois em
conjunto formam uma com-
binação fantástica, porque
os monumentos parecem
ganhar vida se você vir um
gato deitado neles ou a sal-
tar de um lado para o outro.”
- Lia Dequel, co-fundadora
da Torre Argentina Cat Shel-
ter Association, via npr
alimentar os gatos como forma
de compensar o que lhes ti-
nham feito. Mais recentemente,
em 2001, os gatos foram consi-
derados “património biocultural”
da cidade, mas a associação
que cuida dos gatos de Torre
Argentina enfrenta a forte opo-
sição dos arqueólogos italia-
nos, referindo que a ocupação
do espaço é incompatível com
a preservação dos monumen-
tos.
A presença dos gatos, contudo,
nunca foi posta em causa e Um-
berto Broccoli, superintendente
cultural de Roma, afirmou em
2012 que “os gatos de Roma
são, por definição, tão antigos
quanto os monumentos de már-
more da cidade (…) portanto a
colónia não será movida”.
Apesar da colónia de Torre Ar-
gentina ser a mais famosa entre
os turistas e os amantes dos fe-
linos, estima-se que em Roma
existam no total cerca de 250
mil gatos nas ruas, distribuídos
por cerca de 2 mil colónias. A
associação conseguiu, na últi-
ma década, vacinar e esterilizar
27 mil gatos, bem como concre-
tizar a adoção de uma média de
125 gatos por ano.
Visite a página da Torre Ar-
gentina Roman Cat Sanctuary
(http://www.romancats.com/in-
dex_eng.php) para conhecer
melhor o trabalho dos seus vo-
luntários e, se achar por bem,
oferecer-lhes um donativo.
Descubra mais sobre gatos em:
www.mundodosanimais.pt/gatos