O documento discute como as ações dos ancestrais podem afetar as gerações futuras através da herança familiar. Ele argumenta que tanto a bênção quanto a maldição são princípios estabelecidos por Deus que são ativados pelas escolhas humanas, levando a consequências para os descendentes, mesmo que eles próprios não sejam culpados. Exemplos bíblicos como Abraão e Jeroboão são usados para ilustrar como os pecados dos pais trouxeram maldição para as gerações seguintes.
4. Muitos de nós pensamos que enquanto o princípio da
bênção foi estabelecido por Deus, o princípio da maldição
foi estabelecido pelo diabo.
Os princípios, tanto da bênção como da maldição, foram
estabelecidos por Deus, e serão respectivamente
acionados em virtude das escolhas humanas.
“O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de
que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a
maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua
descendência.” Dt 30:19
5. Carregamos a bênção e a maldição dos nossos
antepassados.
Como ocidentais, adotamos uma visão individualista da
vida. A lei da herança não exerce um significado relevante.
Parece estranho o pecado de alguém produzir uma
consequência nas sucessivas gerações.
Essa ignorância em relação à nossa herança familiar é
sintomática.
As iniquidades não redimidas dos nossos pais autorizam
uma influência maligna de natureza correspondente sobre
nossas vidas e relacionamentos.
7. O principal conflito é que a lei da herança embute um
conceito estranho de justiça que não se baseia no
merecimento, mas na filiação.
ANALIZANDO DOIS CASOS DE HERANÇA.
1º Caso. Uma mulher que gerou um filho aidético, por que
na sua devassidão foi contaminada. Esse filho mereceu
nascer aidético? Teria ele alguma culpa? Isso é justo?
Se dissermos que não é justo , estaríamos também
dizendo que Deus é injusto; o que não é verdade.
Esse filho não tem culpa por nascer aidético, mas tem a
consequência.
Esse é o poder da lei da herança.
8. 2º Caso. Uma pessoa cujos os pais foram muito bem
sucedidos na vida acumulando muitos bens e
propriedades . Os pais morreram e toda a sua fortuna
passa para o filho. Isso é justo? Esse filho fez por merecer
tudo isso? Ele trabalhou conquistando com o suor do seu
rosto todo esse patrimônio deixado pelos pais?
Herança é uma questão de filiação e não de merecimento.
Essa é uma das maiores lições ensinadas na parábola do
filho pródigo.
Mesmo sem merecer, ele teve direito à sua herança. A
herança não está ligada ao merecimento, mas a filiação.
Da mesma forma, a base do direito à salvação não está
vinculada ao merecimento, mas à filiação.
9. Jesus abriu mão do direito de ser o “unigênito do pai”, e,
através da sua morte e ressurreição, se tornou o
“primogênito entre muitos irmãos”, incluindo-nos na
família de Deus , fazendo-nos herdeiros de Deus e co-herdeiros
com Cristo.
Na verdade, graça e misericórdia andam na contramão do
merecimento:
Graça é receber o bem que não merecemos;
Misericórdia é não receber o mal que merecemos.
Essa é a justiça da cruz.
11. Na parábola do credor incompassivo, o próprio Jesus
endossa esta verdade espiritual.
“...mas não tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor
que fossem vendidos, ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o
que tinha, e que pagasse a dívida” Mt 18:25
Quando Geazi se corrompeu cobiçando a oferta de Naamã,
Eliseu declarou a maldição que ele acabara de invocar com
a sua atitude.
“Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua
descendência para sempre. Então Geazi saiu da presença
dele leproso, branco como a neve”. II Rs 5:27
Por que não apenas ele ficou leproso? A bíblia deixa claro
que ele veria as consequências dos seus pecados na sua
descendência.
12. Acã, quando cobiçou e escondeu alguns despojos da
batalha, os quais haviam sido amaldiçoados por Deus
previamente.
Ele trouxe derrota sobre Israel e morte para si mesmo e
para toda a sua casa (Js 7:1-26).
As consequências do seu pecado atingiram muitas
pessoas inocentes.
13. O texto seguinte esclarece ainda mais a mentalidade
judaica acerca da maldição hereditária.
“Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário,
que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as
mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue
deste homem; seja lá convosco. Todo o povo respondeu:
O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”
Mt 27:24-25
Tanto Pilatos, como conhecedor dos preceitos judaicos,
quanto todo povo, tinham uma clara consciência de que a
maldição automaticamente se estende à descendência.
Após essa declaração, a maldição invocada tem pesado
sobre cada geração do povo judeus.
14. Desde o massacre de Jerusalém no ano 70d.c, onde
milhares foram crucificados e queimados vivos, até o
holocausto na Segunda Guerra, o povo judeu tem sido
perseguido, espalhado assassinado, desprezado, odiado e
etc.
15. Por mais que não gostemos dessa ideia de os nossos
pecados exercerem uma consequente maldição sobre
nossa descendência, esta é uma imutável realidade do
mundo espiritual.
“Assim perecereis entre as nações, e a terra dos vossos
inimigos vos devorará; e os que de vós ficarem definharão
pela sua iniquidade nas terras dos vossos inimigos, como
também pela iniquidade de seus pais” Lv 26:38-39
“E vossos filhos serão pastores no deserto quarenta anos,
e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os
vossos cadáveres se consumam neste deserto” Nm 14:33
“Preparai a matança para os filhos por causa da maldade
de seus pais, para que não se levantem, e possuam a terra,
e encham o mundo de cidades” Is 14:21
16. O que é a iniquidade?
A iniquidade embute dois conceitos básicos:
pecados não redimidos ou nunca confessados que se
repetem a cada geração;
E também o castigo que esses pecados acarretam para as
gerações futuras.
Vamos ver o exemplo do pai Abraão.
Você já se perguntou por que os filhos de Israel ficaram
mais de trezentos anos como escravos no Egito.
Como pode o povo de Deus, a semente abençoada de
Abraão, ter ficado tanto tempo reduzida à escravidão?
17. Quando Abraão foi chamado por Deus, ele deixou a cidade
de Ur dos Caldeus indo em direção a Canaã. Gn 12:7
Chegou em Betel onde levantou a Deus um altar. Gn 12:8
Depois veio uma grande fome na terra. Depois de sair para
o chamado, Abraão agora saiu do chamado.
O mais interessante desse desvio de rota de Abraão é que
o mesmo se projetaria na realidade dos seus
descendentes: “Então disse o Senhor a Abraão: sabe com
certeza que a tua descendência será peregrina em terra
alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por
quatrocentos anos” Gn 15:13
18. Outro exemplo de visitação de maldição na descendência
é a do rei Jeroboão.
Observe que todos os reis que sucederam Jeroboão
cometeram o pecado de idolatria.
Nadabe I Reis 15:25-30 Jeoás II Reis 13:10-11
Baasa I Reis 16:1-2 Jeroboão II II Reis 14:23-24
Onri I Reis 16:25-26 Zacarias II Reis 15:8-9
Acabe I Reis 16:30-31 Pecaia II Reis 15:23-24
Acazias I Reis 22:52-54
Joacaz II Reis 13:1-2
19. Depois vem o reinado de Oséias e Israel é levado para o
cativeiro pela Assíria II Reis 17:20-23. Um processo
ininterrupto de maldição que culminou no cativeiro e na
destruição da nação.
Até hoje estas dez tribos que formavam a nação de Israel
encontram-se dispersas!