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             PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI

                   SINTAXE DE CONCORDÂNCIA – PARTE 2
Hoje, daremos continuidade ao estudo da sintaxe de concordância, desta vez
analisando os casos de concordância verbal.
Segundo a regra geral, o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e
pessoa. Em uma linguagem mais simples, o núcleo do sujeito manda no verbo, mas
é a partir do verbo que conseguimos identificar o sujeito.
                            O técnico escalou o time.
                        Os técnicos escalaram os times.
Para isso, perguntamos ao verbo quem/o que é o seu sujeito: quem escalou o
time? O técnico / os técnicos.
As construções dos exemplos acima apresentam sujeito simples (um único núcleo)
e dispõem os elementos da oração na ordem direta, ou seja, SUJEITO + VERBO +
COMPLEMENTOS.
Em frases como essas, fica bem fácil identificar o sujeito e seu núcleo e perceber
qualquer erro de concordância. Veja como isso caiu em uma das mais recentes
provas da ESAF (essa acabou de sair do forno!):

   (ESAF/AFT/2006) Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção
   que apresenta erro.
   a) A Primeira Revolução Industrial pode ser entendida como uma guinada
   de todos os indicadores econômicos ingleses, sobretudo nas duas últimas
   décadas do século XVIII.
   b) Tal avanço dos indicadores econômicos tiveram várias razões: a
   intensificação do Comércio Internacional desde o século XVI, a Revolução
   Agrícola (e a expulsão de vastos contingentes de campesinos para as
   cidades), o surgimento de uma indústria têxtil inglesa etc.
   c) Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm
   chama de a “partida para o crescimento auto-sustentável”. Por “crescimento
   auto-sustentável” entende-se: o poder produtivo das sociedades humanas,
   até então sujeito a variáveis climáticas ou demográficas, tornou-se
   crescente e constante – livre de epidemias, fomes, pestes ou intempéries,
   que regularmente ceifavam grandes contingentes de mão-de-obra em
   quase toda a Europa.
   d) Contraposto à Idade Média, em que o problema crônico da produção era
   a falta de homens e mulheres nos campos (e não de terras), o período que
   se segue à Revolução Industrial é aquele em que o homem começa a
   tornar-se um pouco mais supérfluo.
   e) Como explicita Hobsbawm, trata-se de período em que, às grandes
   massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um
   sistema fabril mecanizado que produzia “em quantidades tão grandes e a
   um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da
   demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado”.
   (Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no
   Mundo.http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico)

Será que você acertou???
O gabarito deu como incorreta a construção da opção B. Note que o núcleo do
sujeito é avanço (“Tal avanço dos indicadores econômicos...”). Com este elemento,
o verbo TER deve concordar. Os demais elementos (“tal”, “dos indicadores
econômicos”) só vêm complementar o sentido do núcleo. Normalmente, devido à

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proximidade do verbo com vários elementos no plural, não notamos que ele deve
permanecer no singular. Para evitar erros como esses (muito comuns nas provas
da ESAF), uma boa dica é assinalar o núcleo de alguma forma (sublinhando,
envolvendo com um círculo etc).
A construção correta seria: “Tal avanço dos indicadores econômicos teve várias
razões...”. Esse é um caso de construção na ordem direta (sujeito + verbo +
complemento) com apenas um núcleo do sujeito (sujeito simples).
Se você achou essa questão complicada, prepare-se, pois pode piorar! Vida de
concursando não é essa maravilha aí, não... Normalmente, as construções vêm em
ordem invertida e/ou com o sujeito bem distante do verbo, o que dificulta a
constatação de um equívoco na concordância. Esse, aliás, é o estilo da ESAF. Entre
o núcleo do sujeito e o verbo são dispostos vários elementos em número diverso do
apresentado pelo sujeito. Resultado: sem que percebamos, acabamos
“contaminados” e aceitamos uma concordância incorreta.


Daquela mesma prova, tiramos este outro exemplo de erro de concordância, um
pouco mais complicadinho. Resolva a questão e leia o comentário.

   (ESAF/AFT/2006) Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a
   opção que apresenta erro de concordância.
   a) As riquezas geradas eram, de fato, imensas e as condições de vida nas
   cidades costumavam ser horríveis. Para se ter idéia, alguns recenseamentos
   ingleses, da década de 1840, relatam que o homem do campo vivia, em
   média, 50 anos e o da cidade, 30 anos.
   b) Talvez esses números sejam indicadores da dramaticidade das
   modificações ocasionadas, na vida de milhões de seres humanos, pela
   Revolução Industrial.
   c) Essa dramaticidade que, muitas vezes, nos escapa, mas que podemos
   entrever, como nos informa Hobsbawm, se levarmos em conta que era
   comum, nas primeiras décadas dos oitocentos, encontrar trabalhadores
   citadinos vivendo de forma que seria absolutamente irreconhecível para
   seus avós ou mesmo para seus pais.
   d) A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais, que originou as
   grandes massas nas cidades, fazem com que, nas palavras de Hobsbawm,
   “nada se tornasse mais inevitável” do que o aparecimento dos movimentos
   operários.
   e) Aqueles trabalhadores, que viviam em condições insuportáveis, não
   tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudimentos de proteção
   pública.
   (Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no
   Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/ Historico)


O gabarito é a letra d. Desta vez, o núcleo do sujeito (fragmentação – núcleo do
sujeito na construção “A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais”)
está bem distante do verbo (fazer) e, entre eles, elementos no plural – e não são
poucos: “das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas
nas cidades”. Nada disso interessa! O núcleo do sujeito continua sendo o mesmo –
fragmentação – no singular, e com ele deve o verbo concordar: “a fragmentação
(...) faz com que...”.
LEMBRE-SE DA DICA: em questões como essa, MARQUE o núcleo do
sujeito, para não perdê-lo de vista nem da memória.

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A seguir, apresentamos alguns casos especiais de concordância verbal que
devem ser observados.
Caso 1 - Sujeito composto – No sujeito composto, há mais de um núcleo do
sujeito.
Quando o sujeito composto estiver:
1.a) anteposto ao verbo (SUJEITO + VERBO), o verbo vai para o plural, ou
seja, obedece à concordância gramatical – o verbo concorda com os núcleos do
sujeito. Como o sujeito (com todos os seus núcleos) já foi apresentado, não resta
outra saída a não ser concordar com todos os elementos.
             O técnico e os jogadores chegaram ontem a São Paulo.


1.b) posposto ao verbo (VERBO + SUJEITO), o verbo pode concordar com o
sujeito mais próximo (concordância atrativa) ou ir para o plural, concordando com
todos eles (concordância gramatical). O raciocínio dessa concordância é este: como
o sujeito ainda não foi apresentado, o verbo pode “garantir” a concordância logo
com o primeiro (concordância atrativa) ou “aguardar” a apresentação de todos e
com todos eles concordar (concordância gramatical).
                 Chegou(aram) ontem o técnico e os jogadores.
Se houver idéia de reciprocidade, obrigatoriamente o verbo vai para o
plural; afinal, por ser recíproca, a ação necessita de mais de um agente.
                            Agrediam-se mãe e filha.


1.c) Havendo pronomes pessoais, formado com pessoas diferentes: verbo
fica no plural da pessoa predominante (1ª, 2ª ou 3ª), obedecendo à seguinte
ordem de preferência:
       PREVALECE A 1ª PESSOA – VERBO NA 1ª PESSOA DO PLURAL
                  Eu, você e os alunos iremos ao museu.(NÓS)
  NA AUSÊNCIA DA 1ª PESSOA, PREVALECE A 2ª PESSOA – VERBO NA 2ª
                       PESSOA DO PLURAL:
               Tu, ela e os peregrinos visitareis o santuário.(VÓS)
Nesse segundo caso, modernamente vários autores (Rocha Lima, Sacconi, dentre
outros) já aceitam a conjugação na 3ª pessoa do plural, haja vista o desuso das
segundas pessoas na linguagem coloquial brasileira.
              Tu, ela e os peregrinos visitarão o santuário (VOCÊS).
Se a oração estiver em ordem inversa (VERBO + SUJEITO COMPOSTO), pode haver
a concordância atrativa, ou seja, o verbo pode também concordar com o primeiro
elemento:
   Irá ao museu ela e eu (3ª p.sing.) / Irei ao museu eu e ela (1ª p.singular)
                                       OU
                Iremos ao museu ela e eu/eu e ela (1ª p.plural)




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1.d) Com núcleos em correlação (tanto...como; como; não só ... bem como)
POLÊMICA À VISTA! Vários autores registram o emprego do verbo concordando
com o primeiro.
           O cientista assim como o médico pesquisa a causa do mal.
Esse é o posicionamento do mestre LUIZ ANTÔNIO SACCONI (em Gramática
Básica) – Os exemplos dados pelo professor apresentam o segundo elemento
isolado por vírgulas, com a flexão somente com o primeiro elemento:
          Meus amigos, assim como eu, gostam de estudar Português.
            Eu, bem como meus amigos, gosto de estudar Português.
No entanto, também há registros de concordância com todos os elementos.
- CELSO CUNHA & LINDLEY CINTRA (em Nova Gramática do Português
Contemporâneo) - O posicionamento dos professores Celso Cunha e Lindley Cintra
é que, se não houver pausa entre os sujeitos (ou seja, não houver vírgula), o verbo
irá para o plural:
“Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas também o príncipe
estariam pobres.”
Os gramáticos ainda destacam o caso de sujeitos ligados por conjunção
comparativa. Segundo eles, quando dois sujeitos estão unidos por uma das
conjunções comparativas como, assim como, bem como e equivalentes, a
concordância depende do valor que atribuímos ao conjunto. O verbo concordará
com o primeiro elemento se quisermos destacá-lo:
            A íris, como a impressão digital, é única em cada pessoa.
Nesse caso, a conjunção conserva seu valor comparativo, e o segundo termo vem
enunciado entre pausas, indicadas na escrita pelas vírgulas.
Se os elementos se adicionam, se complementam, o verbo vai para o plural,
seguindo o modelo apresentado nas estruturas correlativas não só... mas
também, tanto...como, visto acima.
- ROCHA LIMA (em Gramática Normativa da Língua Portuguesa)- O mestre
registra a dupla possibilidade de flexão, destacando como preferível a flexão no
plural:
“Se o sujeito é construído com a presença de uma fórmula correlativa, deve
preferir-se o verbo no plural.
‘Assim Saul como Davi, debaixo do seu saial, eram homens de tão grandes
espíritos, como logo mostraram suas obras’ (ANTÔNIO VIEIRA)”
Segundo o autor, é raro aparecer o verbo no singular:
‘(...) tanto uma, como a outra, suplicava-lhe que esperasse até passar a maior
correnteza’.”
- EVANILDO BECHARA (em Moderna Gramática Portuguesa)- Também merecem
registro as palavras do emérito professor Evanildo Bechara, que apresenta a
possibilidade de construir no singular ou no plural, indistintamente:
“Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática
(não só... mas, tanto...quanto, não só...como, etc.), o verbo concorda com o mais
próximo ou vai ao plural (o que é mais comum quando o verbo vem antes do
sujeito).



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Vamos eliminar esse monstro que apareceu aí: série aditiva enfática. “Série”
porque estamos diante, não de uma, mas de várias palavras (não só...mas
também, tanto...como, por exemplo). “Aditiva” por apresentar idéia de adição,
equivalente à conjunção “e”. Finalmente, “enfática” por enfatizar cada um dos
elementos da construção, ou até mais um do que outro, ao contrário do que faria
uma mera conjunção “e”, que coloca os dois elementos no mesmo patamar.
Compare: “Eu e meu irmão vimos o acidente.” / “Não só eu como também meu
irmão vimos o acidente.”. Percebeu a diferença?
Parece que ouvi alguém gritar: “Claudia, o que eu faço na hora da prova???”.
Resposta: vai depender da banca examinadora. Primeiramente, há as que indicam
bibliografia. Se isso acontecer, siga o que diz o gramático indicado. Em outros
casos (a maioria, infelizmente), devemos tomar todo cuidado. Vejamos como se
comportou a ESAF:

   (ESAF/Assistente de Chancelaria/2002)
   As viagens ao exterior e os encontros com figurões estrangeiros constituem,
   desde o reinado de Dom Pedro II, um trunfo na estratégia das lideranças
   brasileiras. De fato, as críticas às viagens internacionais do Presidente da
   República ou de outros dirigentes parecem despropositadas. Tanto o governo
   como a oposição devem reposicionar os interesses brasileiros num mundo em
   plena mutação. O problema que se coloca é de outra natureza e se resume
   numa interrogação pouco formulada na campanha presidencial: quais devem
   ser os rumos de nossa diplomacia?
                  (Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações)
   d) o conectivo “Tanto...como”(l.4-5) for substituído por Não só ... mas
   também, o verbo seguinte pode ser empregado no plural, “devem”(l.5), ou
   no singular, deve.

A banca considerou CORRETO este item, ou seja, a partir dessa questão,
podemos afirmar que o entendimento da ESAF é que, em séries aditivas
enfáticas, o sujeito poderá facultativamente se flexionar no singular ou no plural,
com ou sem pausa (vírgula).
Precisaríamos analisar como se comportam as demais bancas, mas algumas
passam ao largo da discussão e não exploram questões como essa.


1.e) Ligado por COM : verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o
plural, entendendo que formam um sujeito composto.
                O professor, com os alunos, resolveu o problema.
             O maestro com a orquestra executaram a peça clássica.
A opção por uma ou outra flexão é livre, mas não indiferente. Vai depender da
ênfase que se queira dar. O plural destaca o conjunto dos elementos, com idéia de
“cooperação”, enquanto que o singular enfatiza somente um deles.
Se a intenção for realçar apenas um dos núcleos, o verbo concorda com ele. Neste
caso, como nos ensina Rocha Lima, o segundo sujeito (ligado pela preposição com)
“é posto em plano tão inferior que se degrada à simples condição de um
complemento adverbial de companhia”. A vírgula, neste caso, é facultativa.
                     A carta com o documento foi extraviada.




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1.f) Ligado por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU. Se
for alternativo, com idéia de exclusão dos demais, o verbo fica no singular.
                       Valdir ou Leão será o goleiro titular.
Também permanece no singular se a conjunção “ou” exprimir equivalência, de tal
forma que o verbo possa se dirigir a qualquer dos elementos.
   Um cardeal, ou um papa, enquanto homem, não é mais do que uma pessoa”.
                            (MANUEL BERNARDES)
Se o valor da conjunção for aditiva, de modo que a ação possa abranger todos os
sujeitos, indistintamente, o verbo vai para o plural.
       Alegrias ou tristezas fazem parte da vida.(tanto umas como outras)
O mesmo acontece quando um dos elementos já se apresenta no plural.
      O policial ou os populares poderiam ter prendido o perigoso assassino.


1.g) Ligado por NEM: segue o mesmo raciocínio que o caso 1.f (sujeito composto
ligado por OU) – verbo pode ficar no plural ou no singular.
     Nem Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Joana.(valor aditivo)
   Nem Ciro nem Enéas será eleito presidente.(valor alternativo ou excludente)
Nesses dois últimos casos (1.f e 1.g - sujeito composto ligado por OU / NEM),
havendo, entre os sujeitos, algum expresso por um pronome reto, devemos seguir
a regra 1.c (primazia das pessoas – 1ª. e 2ª):
       Nem meu primo, nem eu freqüentamos tal sociedade.(1ª p.plural)


1.h) Resumido com pronome indefinido: o verbo concorda com o pronome, que
exerce a função de aposto resumitivo. Esse é um caso de concordância especial, em
que o verbo concorda, não com o sujeito (todos os elementos), mas com o aposto
(pronome indefinido).
      Jovens, adultos, crianças, ninguém podia acreditar no que acontecia.


1.i) Modificado pelo pronome CADA: quando o pronome indefinido cada é
seguido por substantivo ou pronome substantivo, o verbo fica na 3ª pessoa do
singular.
         Cada homem, cada mulher, cada criança ajudava os flagelados.


Caso 2 - Sujeito constituído por:
2.a) Um e outro. O verbo no singular ou plural, indiferentemente.
                Um e outro médico descobriu(ram) a cura do mal.
          Nem um nem outro problema propostos foi(ram) resolvido(s).
Estude este ponto juntamente com o caso 1.6 da Aula 3 (concordância nominal
com um e outro)
2.b) Um ou outro. Em função da presença da conjunção ou, há nessa construção
um valor excludente, que leva o verbo para o singular.


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                      Um ou outro candidato será aprovado.
2.c) Nem um nem outro – POLÊMICA À VISTA.
A posição majoritária é no sentido de manter o verbo no SINGULAR, como ocorre
com “um ou outro”:
- EVANILDO BECHARA (em Lições de Português pela Análise Sintática): “Com nem
um nem outro continua de rigor o singular para o substantivo e o verbo se porá
no singular: Nem uma coisa nem outra é necessária”.
- CELSO CUNHA E LINDLEY CINTRA: “As expressões um ou outro e nem um nem
outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo, exigem
normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado previamente
este encontro.”
- ROCHA LIMA: “Também a expressão nem um, nem outro, seguida ou não de
substantivo, exige o verbo no singular (só excepcionalmente se encontrará o verbo
no plural): Nem um nem outro havia idealizado previamente esse encontro” (pode
parecer incrível, mas o mesmo exemplo de TASSO DE OLIVEIRA é apresentado nas
duas obras citadas com divergência no emprego do pronome demonstrativo – este
/ esse).
Precisamos, contudo, registrar o posicionamento divergente de DOMINGOS
PASCHOAL CEGALLA em Novíssima Gramática da Língua Portuguesa: “Um e outro
/ Nem um nem outro – o sujeito sendo representado por uma dessas expressões,
o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos: Depois nem um nem outro
acharam novo motivo para diálogo (Fernando Namora)/ Nem uma nem outra foto
prestavam (ou prestava).
Você pode estar se perguntando por que eu citei todas essas posições doutrinárias.
A resposta é simples: como nosso curso é amplo, voltado para as diversas bancas
examinadoras do país, caberá ao candidato seguir o gramático mencionado na
bibliografia. Em provas realizadas por bancas como a FCC, ESAF, que não oferecem
indicação bibliográfica, deve seguir a posição majoritária, tomando sempre o
cuidado de analisar todas as opções.


2.d) Expressões partitivas ou quantitativas (a maioria de, grande parte de,
grande número de), seguidas de nome plural: Em expressões que indicam
uma parte de um todo (por isso chamadas de termos ou expressões partitivas), o
verbo pode concordar com o núcleo do sujeito (maioria, parte, metade), ficando no
singular, ou com o especificador (substantivo que se segue). Assim, pode-se
destacar o conjunto (singular) ou os elementos desse conjunto (plural). Neste
último caso, realiza-se a concordância ideológica (com a idéia).
          A maioria dos candidatos conseguiu/conseguiram aprovação.


2.e) Coletivo geral: A idéia é que o substantivo coletivo já exerce a função
agregativa, ou seja, contém o valor de conjunto, deixando o verbo no singular.
              O povo escolherá seu governante em 15 de novembro.


2.f) Expressões que indicam quantidade aproximada (cerca de, perto de,
mais de) seguida de numeral: Nesses casos, o verbo concorda com o numeral
que acompanha o substantivo.
             Mais de um jogador foi criticado pela crônica esportiva.


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                  Cerca de dez jogadores participaram da briga.
Esse é um dos casos em que o português se afasta completamente da lógica.
Enquanto “mais de um jogador” (que indica, no mínimo, dois) mantém o verbo no
singular (“mais de um jogador foi criticado”), a expressão “menos de dois” levaria o
verbo para o plural (“menos de dois jogadores foram criticados”), mesmo que
indique ser UM JOGADOR!
Se houver idéia de reciprocidade ou a expressão for repetida, o verbo fica
obrigatoriamente no plural.
                       Mais de um torcedor agrediram-se.
  Mais de um candidato, mais de um fiscal se queixaram da extensão da prova
      (exemplo de BECHARA em Lições de Português pela Análise Sintática)


Veja uma questão de prova que “brincou” com esse conceito.

   (NCE UFRJ / BNDES/ 2005)
   A língua portuguesa e os conhecimentos matemáticos nem sempre estão de
   acordo. A frase abaixo em que a concordância verbal contraria a lógica
   matemática é:
   (A) 50% da torcida brasileira gostaram da seleção;
   (B) mais de três jornalistas participaram da entrevista;
   (C) menos de dois turistas deixaram de participar do passeio;
   (D) são 16 de outubro;
   (E) participaram do congresso um e outro professor.

O gabarito foi letra C. Mesmo que o sujeito apresente a idéia de UM TURISTA
(menos de dois só pode ser um!), por concordar com o numeral que acompanha a
expressão (“menos de dois turistas”), o verbo deve ser flexionado no plural –
“deixaram de participar”.
Note que, na opção B, foi respeitada a idéia de plural (mais de três), caso em que o
verbo foi para o plural para concordar com o numeral (“três”).
Em relação à opção E, vimos que, com a expressão “um e outro”, o verbo tanto
pode ir para o plural como ficar no singular (“participou/ participaram um e outro
professor”).
Os demais casos de concordância serão vistos mais adiante (número percentual e
verbo ser).


2.g) Pronomes (indefinidos ou interrogativos)
- no singular, seguidos de pronome: verbo no singular, concordando com o
pronome.
                            Qual de nós será escolhido?
- no plural, seguidos de pronome: o verbo concorda com o pronome pessoal ou
vai para a 3ª pessoa do plural.
               Poucos dentre eles serão chamados pelo Exército.
                     Alguns de nós seremos / serão eleitos.


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O que está em jogo é a intenção do autor em incluir, na ação, a figura representada
pelo pronome. Compare:
                    Alguns de nós sabem o resultado do jogo.
                  Alguns de nós sabemos o resultado do jogo.
Pergunta-se: em qual dos dois casos está clara a inclusão do autor da frase no
grupo de pessoas que sabe o resultado do jogo? Resposta: no segundo caso,
indicada essa circunstância pela desinência verbal (sabemos).


2.h) Pronome QUEM: A concordância vai depender da classificação da palavra
QUEM.
Se o verbo ficar na 3ª pessoa do singular, indica-se que a palavra é um pronome
indefinido.
Se for realizada a concordância com seu antecedente, entende-se que se trata de
um pronome relativo, assim como acontece com o pronome relativo QUE (caso
2.i).
                        Sou eu quem pago o seu salário.
                        Sou eu quem paga o seu salário.
Nas orações interrogativas iniciadas pelos pronomes QUEM, QUE, O QUE, o verbo
SER concorda com o nome ou pronome que vier depois (BECHARA, op.cit.).
                             Quem são os culpados?
                              Que são os sonhos?
                           O que seremos nós sem fé?


2.i) Pronome relativo QUE na função de sujeito: verbo concorda com o
antecedente.
                      Não fui a aluna que chegou primeiro.
            Dos sonhos que me atordoam, esse é o mais recorrente.
Pronome relativo é assim chamado por fazer referência a algum outro termo
(substantivo, pronome substantivo, oração substantiva) já mencionado
anteriormente (ANTECEDENTE).
Nas duas passagens, o que é um pronome relativo.
O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a esse antecedente uma
característica, estado ou condição. Por esse motivo, a oração iniciada pelo pronome
relativo é uma oração subordinada adjetiva. Assim, concluímos que SEMPRE UM
PRONOME RELATIVO DÁ INÍCIO A UMA ORAÇÃO ADJETIVA.
Quando esse pronome relativo exerce a função sintática de sujeito da oração
adjetiva, para respeitar as regras de concordância, deve-se observar a qual termo o
pronome relativo está se referindo, e com ele será feita a concordância verbal.
Em outras palavras, é como se o pronome relativo fosse o “CHEFE SUBSTITUTO”.
Na oração adjetiva, é o pronome que exerce a função de sujeito, mas a
concordância é feita com o elemento que ele substitui na oração (o “CHEFE” de
verdade é o antecedente).
Assim, funciona como se o pronome relativo dissesse ao verbo: “Olha aqui, você
me respeita, pois aqui eu sou o sujeito. No entanto, só estou aqui substituindo

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aquele lá. Então, se você quiser saber o que fazer, se vai para o plural ou para o
singular, vai perguntar para ele...”.


Veja como esse assunto foi tratado em uma questão de prova.


   (FCC/TRT 24ª Região/2006)
    (B) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central
   representa um paraíso que não foram feitas para o turismo de massas de
   visitantes.

Este item foi considerado INCORRETO.
Há, nessa passagem, dois erros de sintaxe de concordância.
Primeiro erro: em “As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central”
o núcleo do sujeito é maravilhas. O verbo deve, pois, concordar com ele e ir para
o plural – representam (caso clássico).
Em seguida, o segundo erro: o pronome exerce a função de sujeito. Como seu
antecedente é o substantivo “paraíso”, com ele devem o verbo e o adjetivo da
oração adjetiva (foram feitas) ficar em harmonia. Nota-se, aí, o deslize de
concordância: a forma correta seria no singular e, no caso do adjetivo, masculino:
“As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representam um
paraíso que não foi feito para o turismo de massa de visitantes”.
E, já que estamos falando em pronome relativo, vamos tratar de mais dois casos
que envolvem esse termo.


2.j) Um dos (...) que: O verbo pode concordar com “um”, permanecendo no
singular, ou com o complemento, flexionando-se no plural. Essa faculdade permite
que se dê ênfase ao elemento individual (singular) ou aos elementos que compõem
o grupo (plural).
    Ele foi um dos alunos desta classe que resolveu / resolveram o problema.
               Seu filho foi um dos que chegou / chegaram tarde.


2.l) Com a expressão “o que” – a concordância se faz com o pronome relativo
que.
                            O que falta são recursos.
O sujeito, nesse caso, não é “recursos”, mas o pronome relativo “que” (a coisa que
falta). Já o verbo “ser” respeita as regras mais adiante expostas (caso 5).
Vejamos como foi abordado o assunto em prova:

   (FCC/TCE SP/2005)
   O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da
   exclusão social são as manifestações violentas dos maiores prejudicados.

A concordância do verbo da lacuna deve ser feita com “que” (pronome relativo).
Assim, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do singular, independentemente do
número (singular ou plural) do elemento que vem após o verbo “ser” – “O que se
segue (...) são as manifestações violentas...”. O verbo que preenche a lacuna
fica no singular, pois.


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Além da concordância com a expressão “o que”, um dos casos de concordância
mais especiais, e que merece o nosso comentário, é com o verbo ser (“... são as
manifestações...”).
Mais adiante, trataremos da concordância com o verbo SER (caso 5).


2.m) Palavras sinônimas: O verbo concorda com o mais próximo (preferência)
ou fica no plural.
           A Ética ou a Moral preocupa-se com o comportamento humano.
               A música e a sonoridade sempre nos diz / dizem algo.
Observação: Expressando uma gradação, mantém-se o verbo no singular:
                 Um gesto, um olhar, um aperto de mão bastaria.
Deste modo, a ênfase recai no último elemento, que representa a série.


2.n) Verbos no infinitivo substantivado: verbo no singular.
              Estudar e trabalhar engradece o homem. (O fato de...)
-   Se vierem determinados ou forem antônimos - verbo no plural.
                    O falar e o escrever caracterizam um sábio.
                         Rir e chorar fazem parte da vida.


2.o) Número percentual - pode concordar com o numeral ou com o termo
posposto.
    80% da população acreditam (oitenta) / acredita (população) na moeda.
             Dez por cento das pessoas declaram Imposto de Renda.
                    (A única forma é plural – dez e pessoas)
Se vier determinado, vai para o plural.
          Os 10% mais ricos do Brasil possuem a maior parte da renda.
Voltando ao exemplo do caso 2.f: “50% da torcida brasileira gostaram da
seleção”, o verbo poderia ir para o plural (como foi apresentado na opção,
concordando com o numeral) ou ficar no singular, concordando com o complemento
(torcida).


Caso 3 - Verbo acompanhado da palavra SE
Agora, iremos ver um dos casos mais recorrentes em questões de provas,
especialmente da Fundação Carlos Chagas e ESAF – construção de voz passiva
pronominal.
3.a) SE = pronome apassivador: verbo concorda com o sujeito paciente.
Na aula sobre VERBOS (Aula 2), vimos que, na voz passiva pronominal (ou
sintética), o verbo TRANSITIVO DIRETO ou DIRETO E INDIRETO, quando
acompanhado do pronome SE, deve concordar com o sujeito paciente (que está
sublinhado nos exemplos abaixo).
                      Viam-se ao longe as primeiras casas.


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              Ofereceu-se um grande prêmio ao vencedor da corrida.
Assim, para confirmação dessa passividade, temos de fazer duas perguntas:
1 – O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)?
2 – Existe uma idéia passiva na construção?
Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construção de voz
passiva e, então, o verbo deverá se flexionar de acordo com o sujeito paciente
(mais precisamente com o seu núcleo).
Veja uma questão de prova que abordou o assunto.

   (FCC / TCE SP / Dezembro 2005)
   Analise a afirmação:
   (E) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos
   manifestantes, não há sinais de medidas que levem à solução da crise social
   que a tantos vitima.


Este item está CORRETO.
Logo no primeiro período, junto ao verbo ver (que é TRANSITIVO DIRETO), há o
pronome “se”.
Quando um verbo de transitividade direta ou direta e indireta estiver
acompanhado do pronome se, podemos estar diante de uma construção de voz
passiva.
Para confirmarmos essa passividade, teremos de fazer aquelas duas perguntinhas:
1 – Os verbos apresentam transitividade direta (TD) ou direta e indireta (TDI)?
SIM (alguém vê / ouve alguma coisa).
2 – Existe uma idéia passiva na construção? SIM, existe idéia passiva (as fogueiras
são vistas e os gritos são ouvidos).
Como ambas as respostas foram SIM, estamos diante de construções de voz
passiva e, então, os verbos deverão se flexionar de acordo com os sujeitos
pacientes (mais precisamente com seus núcleos).
No primeiro caso, o sujeito está representado por “as fogueiras”, cujo núcleo está
no plural (fogueiras).
Desse modo, o verbo deverá ficar no plural, como, aliás, se apresentou.
Em seguida, o núcleo é gritos, também no plural, tendo sido apresentada a correta
flexão verbal.
Portanto, essa assertiva apresenta correção gramatical.
Temos nessa questão alguns outros exemplos de concordância: com o verbo HAVER
(impessoal), a ser estudado a seguir, e, em duas passagens, com o pronome
relativo que, recentemente estudado.
O pronome relativo exerce a função de sujeito nas duas orações adjetivas (“que
levem à solução da crise social” e “que a tantos vitima”). Na primeira, tem por
antecedente o substantivo medidas (medidas que levem à solução), o que justifica
a flexão verbal no plural. Na segunda, o referente é a palavra crise, deixando o
verbo vitimar no singular (crise social que a tantos vitima). Perfeita está a
construção.




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Você precisa treinar bastante este tipo de questão (concordância com verbos em
voz passiva pronominal), pois, especialmente nas provas da FCC e da ESAF, esse
tópico é reiteradamente explorado.
Vamos, então, analisar um item de questão elaborada pela ESAF.

(TCE ES/2001 - adaptada)
Na rede esperam-se serviço nota 1000 - ou nada aquém disso.

Houve um erro de sintaxe de concordância.
O verbo esperar está acompanhado do pronome se. Devemos, então, analisar se
forma voz passiva e se a concordância do verbo em relação ao sujeito foi
respeitada.
Vamos “passo a passo”:
1 – o verbo esperar, na construção, é transitivo direto ou direto e indireto? SIM -
o verbo esperar é transitivo direto (Alguém espera alguma coisa)
2 – Há idéia passiva na construção? SIM – O serviço nota 1000 é esperado pelo
consumidor.
Podemos, então, concluir que se trata de uma construção de voz passiva
pronominal, devendo o verbo estar de acordo com o sujeito paciente (núcleo =
serviço).
A construção correta, portanto, seria “Na rede, espera-se serviço nota 1000”).


3.b) SE = índice de indeterminação do sujeito: verbo sempre na 3ª pessoa do
singular.
Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer
dizer – quem é o agente da ação verbal. Também é usado em orações de sentido
genérico, vago.
São duas as formas de construção do sujeito indeterminado:
Forma 1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto) permanece na 3ª
pessoa do singular acompanhado do pronome se (índice / partícula de
indeterminação):
  Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças. (verbo transitivo indireto)
       Estava-se muito feliz com o resultado das provas. (verbo de ligação)
           Morria-se de tédio nas noites de inverno.(verbo intransitivo)
Forma 2 – o verbo (qualquer que seja sua transitividade na construção), sem o
pronome, fica na 3ª pessoa do plural:
                     Desviaram dinheiro dos cofres públicos.
                                Bateram na porta.
                              Falaram mal de você.
No primeiro caso, a exemplo do que ocorre na voz passiva, o verbo está
acompanhado do pronome SE. Você deverá saber se este pronome tem função
apassivadora ou indeterminadora do sujeito. A chave desse mistério está na
transitividade do verbo.
Analise, agora, uma opção de prova, apresentada pela Fundação Carlos
Chagas:


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   (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)
   As "operações" a que se aludem nessa crônica referem-se à redução de uma
   cabeça humana a proporções mínimas.


Um verbo acompanhado do pronome SE pode formar voz passiva (verbos
transitivos diretos ou diretos e indiretos) ou construção de sujeito indeterminado.
Já em primeira análise, podemos constatar que o verbo “aludir” não poderia se
submeter a uma construção passiva, pois é transitivo indireto: Alguém alude a
alguma coisa.
Diante dessa impossibilidade, concluímos que se trata de uma construção com
sujeito indeterminado, devendo o verbo ficar na 3ª pessoa do singular (Forma 1):
“As "operações" a que se alude nessa crônica ...”.
Este item estava, pois, INCORRETO.
As bancas adoram um verbo transitivo indireto para esse tipo de questão: tratar-
se de. Veja como recentemente já caiu em uma prova da ESAF:

   (AFRF/ 2005) Assinale a opção que constituiria, de maneira coerente com a
   argumentação e gramaticalmente correta, uma possível resposta para a
   pergunta final do texto.
   d) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções
   utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores
   modernistas, enriquecendo saberes especializados.

Observe que o verbo tratar foi indevidamente flexionado. Ele é um verbo transitivo
indireto, regendo a preposição DE. Por fazer parte de uma construção com sujeito
indeterminado, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular. A forma correta,
portanto, seria “não se trata de projeções utópicas”.


Caso 4 - Verbos impessoais
São IMPESSOAIS, ou seja, não possuem SUJEITO, os verbos que indicam
fenômenos da natureza (Chove lá fora.); verbo HAVER indicando existência (Há
muitas pessoas na sala.) ou tempo (Há muito tempo não o vejo.); os verbos
FAZER, IR, indicando tempo (Faz muito tempo que não o vejo./ Vai pra dez anos
que não o vejo.).
Como não possuem sujeito (casos de oração sem sujeito), os verbos ficam
“neutros”, na 3ª pessoa do singular.
                        Durante o inverno, nevava muito.
               Ainda havia muitos candidatos para a Universidade.
                        Ontem fez dez anos que ela se foi.
                     Vai para dez meses que tudo terminou.


Como vimos na aula sobre verbos, deve ser respeitada a correlação entre o verbo
impessoal que denota tempo decorrido e o verbo principal da oração
correspondente.
    Há muito tempo ele está sem dormir. (Ele ainda permanece nesse estado)




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 Havia muito ele não via seu pai. (Tal situação não persiste pertence ao passado.
       Por isso, ambas construções verbais são conjugadas no pretérito).
São inúmeras as questões de prova, especialmente de bancas como FCC,
CESGRANRIO, UFRJ, que abordam a concordância com verbos impessoais.


Agora, veremos uma dessas questões.




   (NCE UFRJ / ADMINISTRADOR PIAUÍ / 2006)
   13 - “Haverá milhões de pessoas com Aids”; a alternativa abaixo em que a
   substituição da forma do verbo haver está gramaticalmente INCORRETA é:
   (A) deverá haver;
   (B) poderá haver;
   (C) poderá existir;
   (D) existirão;
   (E) deverão existir.


Dessa vez, a banca explorou a diferença entre os verbos HAVER e EXISTIR, em
locuções verbais.
Enquanto o verbo EXISTIR possui sujeito, o verbo HAVER é impessoal, e o que se
lhe segue exerce a função de complemento verbal. Assim, na oração “Haverá
milhões de pessoas com Aids”, a expressão “milhões de pessoas com Aids” é o
objeto direto, devendo o verbo, por ser IMPESSOAL, permanecer inalterado na
3ª.pessoa do singular (“Haverá”).
As formas das opções (A) e (B) apresentam locuções verbais, em que o verbo
HAVER funciona como verbo principal. Essa lição fez parte de nossa aula 2. Nesses
casos, o verbo auxiliar (respectivamente DEVER e PODER) devem “seguir” as
ordens do principal, mantendo-se inalterados na 3ª.pessoa do singular (deverá
haver / poderá haver).
As opções (C), (D) e (E) trocam o verbo HAVER pelo verbo EXISTIR.
Apesar de semanticamente idênticos, o tratamento a ser dispensados aos verbos é
totalmente diferente. O que exercia a função de complemento do verbo HAVER
passa a ser o sujeito do verbo EXISTIR. Como a expressão está no plural (“milhões
de pessoas”), o verbo EXISTIR irá também para o plural, conforme foi apresentado
na opção (D): existirão. O mesmo ocorre em locuções verbais, em que o verbo
auxiliar deverá se flexionar: (C) poderão existir e (E) deverão existir. Nota-se,
assim, a incorreção do item (C), apontado como gabarito da prova.


Caso 5 - Verbo SER
Esse é um verbo bastante especial. Para começar, admite a concordância, não só
com o sujeito (regra geral), mas também com seu complemento (predicativo do
sujeito).
Vejamos caso a caso.
5.a) Expressões que indicam tempo, distância, datas, horas: concorda com o
predicativo.

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  Hoje é dia três de outubro, pois ontem foram dois e o amanhã serão quatro.
                    Daqui até o centro são dez quilômetros.
                         É uma hora e quinze minutos.


5.b) Com expressões é muito , é pouco , é bastante , é mais de - quando
denotarem idéia de preço, quantidade, medida, o verbo fica no singular. Se vier
determinado, irá se flexionar.


                        Dez feijoadas era muito para ela.
                    Vinte milhões era muito por aquela casa.
 As dezenas de famílias que pediam socorro eram poucas diante do universo de
                                 miseráveis.


5.c) Em predicados nominais - Por estabelecer uma relação entre o sujeito e o
seu predicativo, a concordância pode se dar tanto com o primeiro quanto com o
segundo elemento. Há, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa
faculdade. Algumas dessas regras já foram apresentadas no caso 1.c (pronomes
pessoais).
Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou predicativo), prevalece a
concordância com o elemento que estiver representado por:
1ª – PRONOME PESSOAL RETO:
                Todo eu era olhos e coração. (Machado de Assis)
2ª – PESSOA, em detrimento de outro que seja “COISA” (substantivo, pronome
substantivo, oração substantiva):
   Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo, e todos excelentes. (A.F.Castilho).
Havendo elementos personativos em ambas as funções (PESSOA x PESSOA), a
concordância é facultativa com o sujeito ou com o predicado, a não ser que em um
deles haja um pronome pessoal, caso em que prevalece a concordância com este
elemento (recai na 1ª regra de prevalência).
          O homem sempre foi suas idéias. (pessoa x coisa = PESSOA)
    Santo Antônio era as esperanças da solteirona. (pessoa x coisa = PESSOA)
       Ele era os meus sonhos. (pronome reto x coisa = PRONOME RETO)
          O professor sou eu. (coisa x pronome reto = PRONOME RETO)
Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo) forem “COISAS”
(substantivos, orações substantivas ou pronomes substantivos, como TUDO, NADA,
ISSO, AQUILO), a concordância é facultativa, dando-se preferência à concordância
com o elemento no plural, por questão de eufonia:
                           A casa era / eram ruínas.
                           O mundo é / são ilusões.
                       O problema era / eram os móveis.
                      Hoje, tudo é / são alegrias eternas.
Em resumo, na concordância verbal com o verbo ser, em predicados nominais:

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   •    entre PRONOME RETO x COISA/PESSOA – prevalece PRONOME RETO;
   •    entre PESSOA x COISA – prevalece PESSOA;
   •    entre COISA x COISA – concordância facultativa, PREFERÊNCIA para o
        termo no plural.


Voltemos, agora, ao exemplo apresentado no item 2.l:




   (FCC/TCE SP/2005)
   O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da
   exclusão social são as manifestações violentas dos maiores
   prejudicados.
De um lado, temos uma oração (COISA): “O que se segue à concentração de
renda, do desemprego e da exclusão social”.
De outro, também COISA: “as manifestações violentas dos maiores prejudicados”.
Nesse caso, a concordância é facultativa, dando-se PREFERÊNCIA ao elemento no
plural. Essa é a justificativa para a flexão no plural do verbo “ser” na questão. Ele
concorda com o predicativo do sujeito por estar no plural – concordância
preferencial.


5.d) Com a expressão “é que” – A expressão de realce “é que”, em que os dois
elementos se apresentam juntos, é invariável, devendo o verbo concordar com o
substantivo ou pronome que a precede, pois são eles efetivamente o seu sujeito.
Vamos transcrever a lição e o exemplo apresentados por Celso Cunha e Lindley
Cintra, em Nova Gramática do Português Contemporâneo:
“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e o
verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço.’.”
Por ter mera função de realce, pode ser retirada sem que acarrete prejuízo ao
período: “José trabalhou, mas os irmãos se aproveitaram do seu esforço.”.
E continuam os professores:
“É uma construção fixa, que não deve ser confundida com outra semelhante, mas
móvel, em que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar
com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos.
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:
       ‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se aproveitaram do seu
       esforço.’
Ou este:
       ‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu
       esforço.’
Assim, quando o “é que” estiver juntinho, não se modifica – é uma expressão
denotativa e, portanto, invariável (você ainda se lembra daquele quadro das
classes de palavras? Pois estão lá do lado das INVARIÁVEIS as palavras
denotativas).


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Se a expressão se separar, ficando um dos elementos antes do sujeito, com ele
deve o verbo SER concordar (Foi José que trabalhou).


5.e) com pronomes interrogativos QUE/QUEM/O QUE - o verbo SER concorda
com o nome/pronome que vem após.
Sei que este ponto já foi mencionado no caso 2.i, mas por que não repeti-lo?
                             Quem são os culpados?
                                   Quem és tu?


Caso 6 - Verbo DAR
Verbo dar (bater e soar) + hora(s): segue a regra geral, concordando com o
sujeito.
                   Deram duas horas no relógio do campanário.
             (sujeito = duas horas; neste caso, o verbo é intransitivo)
                         Deu duas horas o relógio da igreja.
 (sujeito = o relógio da igreja; o verbo é transitivo direto, com “duas horas” como
                                 complemento verbal)


Caso 7 - Sujeito com nome próprio plural
7.a) Topônimos
Caso clássico de concordância verbal é com topônimos - nomes próprios que
indicam lugares.
- com artigo singular ou sem artigo
Caso o topônimo não exija o artigo, mesmo sendo representado por um nome no
plural, ou esteja acompanhado de artigo no singular, indicando a omissão de um
substantivo (rio, município), o verbo ficará na 3ª pessoa do singular.
                         Bruxelas é a capital da Bélgica.
Minas Gerais é o estado mais elevado do país, com 57% das terras acima dos 600
                      metros de altitude (você sabia???).
                      O Amazonas deságua no Atlântico.
                        Minas Gerais exporta minérios.
- com artigo plural
Os topônimos que estiverem acompanhados de artigos flexionam os verbos e
pronomes a ele correspondentes no plural.
“Estados Unidos (da América)” é um exemplo de topônimo que SEMPRE vem
precedido de artigo definido masculino plural (Eu vou para os Estados Unidos. / Eu
morei nos Estados Unidos.).
Por conseqüência, quando exerce a função de sujeito, obriga a flexão do verbo no
plural. Isso acontece mesmo que esteja representado por sua sigla (EUA), motivo
que levou à anulação de uma questão de prova da ESAF (a próxima a ser
comentada).




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O mesmo acontece com qualquer outro nome precedido de artigo definido (“Os
Emirados Árabes Unidos consistem de uma federação de sete emirados
localizados no Golfo Pérsico.”).
             Os Estados Unidos enviaram tropas à zona de conflito.


7.b) Obras
O mesmo acontece com qualquer outro nome próprio precedido de artigo definido
                Os Lusíadas narram as conquistas portuguesas.
Se o título da obra estiver entre aspas, o verbo fica no singular.
              “Grandes Sertões Veredas” é um clássico nacional.


   (ESAF/AFC STN/2000) Assinale a opção que apresenta erro de morfologia
   ou de concordância verbal.
   a) A diferença entre as taxas de crescimento dos Estados Unidos, do Japão
   e da Europa, no longo prazo, é um indício do descompasso da economia
   global. Apesar das alegações européias de que os mercados estão
   subestimando o euro, a moeda continua flutuando pouco acima de sua mais
   baixa cotação, 93 centavos de dólar.
   b) O iene está pouco abaixo de seu pico diante do dólar e permanece
   próximo de seu teto histórico ante o euro. Com resultados aquém dos
   desejados, Japão e Europa vêm a exuberância econômica dos Estados
   Unidos como uma ameaça - o que não é errado.
   c) Em 98 e 99, a economia dos Estados Unidos cresceu cerca de 4% ao
   ano, enquanto as três principais economias da zona do euro - Alemanha,
   França e Itália - atingiram 2%, 3% e 2% ao ano, respectivamente, no
   período. O Fundo Monetário Internacional prevê que os três países cresçam
   cerca de 3% este ano.
   d) Com esse resultado, a Europa não é mais vista como causa de
   debilidade. Agora o ritmo do crescimento europeu é tão rápido que uma
   intervenção do Banco Central Europeu - elevando as taxas de juros - é
   apenas uma questão de tempo.
   e) Isso deixa o principal fardo da remoção dos desequilíbrios econômicos
   aos cuidados do EUA, que precisam reduzir o ritmo de seu crescimento
   (hoje perto de 6% ao ano). A diferença entre os ciclos econômicos na
   Europa, Estados Unidos e Japão traz o fantasma da crise mundial.


Inicialmente, a banca apresentou como gabarito a opção B.
Em “Japão e Europa vêm a exuberância econômica dos Estados Unidos como uma
ameaça”, o que se registrou foi a 3ª pessoa do plural do verbo vir: vêm. Contudo o
contexto indica ser, na verdade, o verbo ver (a exuberância é vista pelo Japão e
Europa...), cuja flexão apresenta a forma vêem.
O que levou à anulação da questão foi o erro no emprego do artigo definido
masculino singular antes da sigla EUA (Estados Unidos da América), na passagem
da opção e: “Isso deixa o principal fardo da remoção dos desequilíbrios econômicos
aos cuidados do EUA,...”.



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Mesmo sob a forma de sigla, o artigo que deveria acompanhá-lo seria o masculino
plural (os EUA), já que, como vimos, esse topônimo não só exige a flexão dos seus
adjuntos adnominais, como também da forma verbal que o tenha como núcleo do
sujeito.
Havia, portanto, duas respostas válidas: B e E.
Na seqüência, observe que foi respeitada a concordância verbal. O pronome
relativo que em : “... remoção dos desequilíbrios econômicos aos cuidados do
EUA, que precisam reduzir o ritmo de seu crescimento ...” tem por antecedente
EUA (Estados Unidos da América), levando a locução verbal (“precisam reduzir”)
para o plural.


Caso 8 – Sujeito oracional
Todo cuidado é pouco em construções com sujeito oracional. Primeiramente, é
saber diferenciar SUJEITO ORACIONAL de LOCUÇÃO VERBAL.
Em locuções verbais, os dois verbos formam um conjunto, em que um deles é o
principal (chefe) e o outro é auxilliar (pode até haver mais de um auxiliar, como
vimos na aula 2). O verbo auxiliar irá se flexionar, para concordar com o sujeito, na
forma que o verbo principal o faria.
Quando for o caso de um sujeito oracional, o verbo correspondente deverá
permanecer “neutro”, na 3ª pessoa do singular. Os verbos, nesse caso, pertencem
a estruturas sintáticas distintas – um é o sujeito (oracional) enquanto que o outro
faz parte do predicado.
                             A você compete estudar.
Nesse exemplo, o sujeito do verbo COMPETIR (o que compete a você?) é ESTUDAR.
Esse sujeito oracional pode se apresentar na forma reduzida (infinitivo) ou
desenvolvida (acompanhado de uma conjunção integrante).
                        Parece que ele decidiu o que fazer.
E agora: qual é o sujeito do verbo PARECER (o que parece?)? Resposta: “que ele
decidiu o que fazer”. Neste caso, o sujeito oracional vem precedido de uma
conjunção, designando-se uma oração desenvolvida.
Vejamos alguns casos em que este ponto foi abordado. Essa questão é longa, mas
vale a pena comentá-la por apresentar diversas formas de sujeito oracional.

   (FCC /TRT 13ª Região / Dezembro 2005)
   O verbo entre parênteses deverá ser flexionado, obrigatoriamente, numa
   forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase:
   (A) Mesmo que não ...... (caber) a vocês tomar a decisão final, gostaria que
   discutissem bem esse assunto.
   (B) Eles sabiam que ...... (urgir) chegarem à pousada, mas não conseguiram
   evitar o atraso.
   (C) A nenhum de vocês ...... (competir) decidir quem será o novo líder do
   grupo.
   (D) Tais decisões não ....... (valer) a pena tomar assim, de afogadilho.
   (E) A apenas um dos candidatos ...... (restar) ainda alguns minutos para
   rever a prova.




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O gabarito é a letra E. Esse é um tipo muito comum de questão da Fundação Carlos
Chagas. A flexão exigida ora é no plural, ora é no singular.
Relembremos que o sujeito apresentado sob a forma oracional leva o verbo
correspondente para a 3ª pessoa do singular.
Então, vamos às opções:
(A)    Alguma coisa cabe a alguém. Vamos perguntar, então: o que cabe a vocês?
Resposta: “Tomar a decisão final” cabe a vocês. Como o sujeito do verbo caber
está sob a forma de oração reduzida de infinitivo (“tomar”), o verbo se conjuga na
3ª pessoa do singular: “Mesmo que não caiba a vocês tomar a decisão final,
...”.
(B)    Algo urge (é urgente). O que urge? “Chegarem à pousada”. O verbo
chegar foi flexionado por estar em correspondência com o pronome pessoal reto já
apresentado na oração principal “Eles sabiam”. Se esta oração reduzida do infinitivo
(“Chegarem...”) fosse desenvolvida, ou seja, apresentada com uma conjunção,
teríamos: “... urge que chegassem à pousada”, o que comprova a flexão do verbo
chegar no plural (eles).
Assim, também, fica mais evidente a relação do verbo urgir com a oração que
exerce a função de sujeito (“chegarem à pousada / que chegassem à pousada”).
Novamente, por apresentar sujeito oracional, o verbo da lacuna deve ficar no
singular: “Eles sabiam que urge chegarem à pousada...”, equivalente a “Eles
sabiam que isso – chegarem à pousada – urge (era urgente)”.
(C)    O que não compete a nenhum de vocês? “Decidir quem será o novo líder
do grupo”. O sujeito oracional exige o verbo competir na 3ª pessoa do
singular:“A nenhum de vocês compete decidir...”.
(D)     Note que, muitas vezes, devemos “ajeitar” a oração, colocando-a na ordem
direta, para realizar a análise. Para isso, devemos partir do verbo. Há dois: valer e
tomar. A princípio, isso poderia causar confusão e levar a pensar que se trata de
uma locução verbal. Mas, veja bem. Quem é o sujeito do primeiro verbo (valer): o
que não vale a pena? Tomar tais decisões. Opa! O segundo verbo faz parte do
sujeito do primeiro e, portanto, não forma com ele uma locução (cada macaco no
seu galho...).
Assim, essa oração reduzida de infinitivo (“tomar tais decisões”) é o sujeito do
verbo valer: “Tomar tais decisões não vale a pena.”. O verbo, portanto, fica no
singular (3ª. pessoa) por ter um sujeito oracional.
(E)     Esse é o gabarito da questão. O que resta? Alguns minutos. Mais uma vez,
o sujeito vem posposto ao verbo, o que poderia levar o candidato a pensar que, em
vez de sujeito, seria esse elemento um objeto direto. Não!!! Partindo do verbo
“restar”, colocamos a oração na ordem direta: “Alguns minutos ... restam a
apenas um dos candidatos.”. Todo cuidado é pouco em construções invertidas
como essa.


Caso 9 - Verbo PARECER + Verbo no infinitivo
Quando possui o significado de “dar a impressão”, seguido de infinitivo, permite
duas construções:
1ª – PARECER no plural e INFINITIVO no singular – Nesse caso, estamos
diante de um simples caso de LOCUÇÃO VERBAL, em que o verbo auxiliar se
flexiona e o principal se mantém em uma forma nominal (infinitivo).
    Os cientistas pareciam procurar grandes segredos. (locução verbal)




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2ª – PARECER no singular e INFINITIVO no plural – Agora, é o caso de sujeito
oracional. Como vimos no tópico anterior, o verbo que possui um sujeito oracional
(quer desenvolvido ou reduzido de infinitivo) se mantém na 3ª pessoa do singular.
  Os cientistas parecia procurarem grandes segredos. (sujeito oracional)
Fica estranho, não é? Mas nem sempre o que é esquisito está errado. Não confie no
seu “bom senso”.
O que se afirma nessa construção é que “ALGO (os cientistas procurarem grandes
segredos) PARECIA”. Desenvolvida, essa construção seria: Parecia que os cientistas
procuravam grandes segredos.
Para complicar a sua vida que já não é nem um pouco fácil, a banca pode deslocar
o sujeito da oração subordinada para antes do verbo PARECER:
                       Os meninos parecia que queriam sair.
Ai,... que coisa feia!!! Mas está CORRETO! Na verdade, o que está registrado aí é
“Parecia que os meninos queriam sair”. A construção está certinha. Agora,
sinceramente, atire a primeira pedra quem não teve vontade de colocar o verbo
PARECER no plural...
BIZU: Em qualquer dos casos, somente um dos verbos se flexiona – nunca
flexione os dois ao mesmo tempo.


Caso 10 - Flexão do infinitivo
O infinitivo é uma das três formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o
particípio. Isso vimos na aula 2 – Verbos.
O infinitivo pode ser IMPESSOAL (não se flexiona em número ou pessoa) ou
PESSOAL (possui sujeito e com ele pode concordar, havendo, nesse caso, flexão
de número e pessoa).
O infinitivo PESSOAL pode se flexionar ou não, a depender da construção.
Flexionar quer dizer conjugar em todas as pessoas, por exemplo: vender, venderes,
vender, vendermos, venderem.


10.a) casos em que o infinitivo se flexiona obrigatoriamente – SUJEITOS
DIFERENTES
1. Quando o sujeito da forma nominal está claramente expresso, ou seja, o
infinitivo estiver acompanhado de um pronome pessoal ou de um substantivo – é o
único caso de flexão obrigatória.
 A eleição de 2006 será o momento de os eleitores decidirem por uma renovação
                            do Congresso Nacional.
O sujeito do verbo SER é “A eleição de 2006”. Já o sujeito de DECIDIR é “os
eleitores”. Como são sujeitos diferentes, a flexão do infinitivo é obrigatória.


2. Quando se deseja indicar o sujeito não expresso a partir da desinência verbal:
                          Está na hora de irmos embora.
Observe que, se não houvesse a indicação pela desinência, não ficaria claro quem
deveria ir embora (Está na hora de ir embora... quem vai embora????). Nesse caso,
a flexão passa a ser obrigatória para definir o sujeito da forma nominal.


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10.b) casos de flexão facultativa do infinitivo – SUJEITO DO INFINITIVO É O
MESMO DA ORAÇÃO ANTERIOR, OU SEJA, JÁ APARECEU.
Quando o sujeito do infinitivo já estiver expresso em outra oração, geralmente na
oração principal, a flexão torna-se facultativa.
Recomenda-se, inclusive, omitir a flexão para o texto mais enxuto e objetivo, a não
ser que exista o risco de ambigüidade, caso em que a flexão será necessária para
dissipar qualquer dúvida (como vimos no item 2 acima).
De qualquer forma, a flexão do infinitivo, nesses casos, é opcional – pode-se
flexionar ou não, a critério do autor.


   As mulheres se reuniram para decidir/decidirem a melhor forma de conduta.
 As trabalhadoras discutiram uma forma de se proteger/protegerem dos abusos no
                              ambiente de trabalho.
       O ministro convidou os índios para participar/participarem do debate.


Tomando o primeiro exemplo, quem se reuniu e quem iria decidir eram as mesmas
pessoas: “as mulheres”. Assim, como o sujeito já se encontrava expresso na oração
anterior, a flexão do infinitivo tornou-se facultativa.


10.c) casos de flexão do infinitivo em voz passiva
Com relação à flexão do infinitivo passivo, no esquema        PREPOSIÇÃO + SER
(INFINITIVO) + PARTICÍPIO, há duas possibilidades:


1 - Quando os sujeitos das orações são distintos e o do infinitivo vem logo após a
preposição, a flexão do infinitivo é FACULTATIVA, ou seja, as duas formas –
flexionada ou não - estão certas, dando-se preferência à flexão verbal.
Essa preferência se dá em virtude da proximidade do particípio.
O objetivo é coletar informações mais precisas para ser / serem cruzadas com
                             outros bancos de dados.
               Indique as providências a ser / serem tomadas.
              Envio os documentos para ser / serem analisados.


2 - Prefere-se a não-flexão:
   a) quando o sujeito (plural) das duas orações for o mesmo:
      Doenças desse tipo levam até cinco anos para ser / serem tratadas.
                     Eles estão para ser / serem expulsos.
                      Saíram sem ser / serem percebidos.
          Os pedidos levaram dez dias para ser / serem analisados.
   b) quando se tem um adjetivo antes da preposição:
                   São obras dignas de ser / serem imitadas.
        Os alimentos estavam prontos para ser / serem comercializados.

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              As presas pareciam fáceis de ser / serem apanhadas.
             Apresentamos exercícios simples de ser / serem feitos.


Observe que se trata de PREFERÊNCIA, a depender da ênfase que o autor queira
dar. Não podemos tachar de certo ou errado. Ao não flexionar, valoriza-se a ação;
com a flexão, dá-se ênfase ao sujeito que a pratica. Muitas vezes, a escolha é feita
por questão de eufonia ou de clareza textual.
Encerramos com as palavras de Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante (Gramática
da Língua Portuguesa, Editora Scipione) de que "o infinitivo constitui um dos casos
mais discutidos da língua portuguesa", e "estabelecer regras para o uso de sua
forma flexionada, por exemplo, é tarefa difícil", e, "em muitos casos, a opção é
meramente estilística".


Vamos ver, agora, uma questão de prova da ESAF que tratou desse ponto do
estudo.


     (Auditor RN/2005) Marque a opção que não substitui corretamente o item
     sublinhado no texto, respeitando-se a ordem em que ocorrem.

     Na medida em que a dinâmica da acumulação privada e a mobilidade dos
     capitais já não são controladas pelo Estado através da tributação, os
     direitos humanos, numa visão jurídico-positiva, encontram-se em fase
     regressiva. Eles podem até continuar existindo no plano legal,
     sobrevivendo, em termos formais, aos processos de tributação. Mas não
     têm mais condições de ser efetivamente implementados no plano real (se é
     que o foram, integralmente, um dia).

     a) Considerando que
     b) por meio
     c) continuarem
     d) já não têm
     e) serem


O erro está na opção C, pois, em uma locução verbal (“podem continuar
existindo”), não se admite a flexão do verbo “continuar”, o segundo verbo
auxiliar. O único verbo que se flexiona é o primeiro auxiliar (poder).
Os demais (segundo auxiliar – CONTINUAR - e verbo principal - EXISTIR)
permanecem em uma das formas nominais – infinitivo, gerúndio ou particípio.
O que nos interessa nessa questão é sugestão de troca do item e, que está
correta.
“Mas [os direitos humanos] não têm mais condições de ser efetivamente
implementados no plano real.”
A troca pelo infinitivo flexionado (serem) é válida, pelos motivos expostos no caso
11.c / 2 / b acima. Como vimos, prefere-se a forma não flexionada, para não
tornar o texto repetitivo, mas isso não causaria erro de concordância. Estão
corretas, portanto, as duas formas: não têm mais condições de ser implementados
ou não têm mais condições de serem implementados.


10.d) Verbos Causativos/ Sensitivos + Pronomes Oblíquos + Infinitivo

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Para começar, vamos entender o que são os verbos causativos e sensitivos.
CAUSATIVOS indicam causa/conseqüência (fazer, permitir, deixar, mandar) e
SENSITIVOS expressam sensações (ouvir, sentir, ver).
Quando estes verbos (causativos e sensitivos) estiverem acompanhados de
PRONOME PESSOAL OBLÍQUO ÁTONO (que exercem a função de sujeito do
verbo no infinitivo que lhe segue), o infinitivo, mesmo pessoal (ou seja,
possuindo um sujeito) não deve ser flexionado.
Estou falando grego? Então, vamos a um exemplo para compreender.
                        Ouvi os meninos sair/saírem.
                       Mandei os meninos sair/saírem.
Quem vai sair? Resposta: os meninos.
Nesse tipo de construção, quando, no objeto direto do verbo causativo/sensitivo,
houver um substantivo (nome) não há consenso entre os gramáticos: há autores
que exigem a flexão obrigatória (saírem), outros que indicam uma faculdade
(sair/saírem – tanto faz) e, por fim, os que se recusam a flexionar o infinitivo
(sair).
Contudo, todos os gramáticos concordam em um aspecto: quando esse
substantivo (nome) é representado por um pronome pessoal oblíquo átono
(o/ os/ a/ as). Nesse caso, o infinitivo NÃO PODE se flexionar!
                                 Ouvi-os sair.
                                Mandei-os sair.


Caso 11 - PODER/DEVER + SE + INFINITIVO + SUBSTANTIVO NO
PLURAL


Na voz passiva, quando os verbos PODER/DEVER estiverem acompanhados do
pronome apassivador SE, de um verbo no infinitivo e, por fim, de um substantivo
no plural, há duas formas de análise e, conseqüentemente, de construção.
                 Pod...-se identificar duas formas de contágio.
1ª. POSSIBILIDADE: o verbo PODER forma com o verbo IDENTIFICAR uma
locução verbal, em que aquele atua como verbo auxiliar e este, principal. Como
acontece em qualquer locução verbal, quem se flexiona é o verbo auxiliar.
Observamos, também, que existe um pronome SE acompanhando o verbo
auxiliar. Como o verbo principal é TRANSITIVO DIRETO (Alguém identifica
alguma coisa), a locução faz parte de uma construção de voz passiva sintética.
Quem, então, é o sujeito dessa oração (o que se pode identificar?)? Resposta:
duas formas de contágio. O sujeito paciente (voz passiva) está no plural,
levando o verbo auxiliar à mesma flexão. A construção correta seria: Podem-se
identificar duas formas de contágio.
2ª. POSSIBILIDADE: Agora, o verbo PODER tem como sujeito uma oração
reduzida de infinitivo “identificar duas formas de contágio”. Equivale dizer: “É
possível identificar duas formas de contágio = ISSO é possível”. Assim, mesmo
em construção de voz passiva (o verbo PODER é transitivo direto e a construção
apresenta idéia passiva), o verbo PODER permanece na 3ª pessoa do singular por
apresentar um SUJEITO ORACIONAL (caso 8). A forma correta seria: Pode-se
identificar duas formas de contágio.



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Note que ambas as formas verbais (flexionada ou não) estão corretas, mas a
análise que se faz de uma é diferente da da outra.
Treine a análise com mais um exemplo:
1 - Devem-se manter os animais nas jaulas. – Os animais devem ser mantidos
nas jaulas. – construção de voz passiva = verbo auxiliar concorda com o núcleo
do sujeito: animais.
2 – Deve-se manter os animais nas jaulas. – Deve-se [manter os animais nas
jaulas] - sujeito oracional = verbo na 3ª pessoa do singular.


A ESAF adora questões como essa. Vejamos como o examinador abordou em
uma de suas provas.

   (TCE RN/2000) Marque o item em que um dos dois períodos está
   gramaticalmente incorreto:
   c) No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem
   visíveis: leis federais intransitivas e transitivas. / No gênero das leis
   federativas, podem-se discernir duas espécies bem visíveis: leis federais
   intransitivas e transitivas.


Os dois períodos apresentados na opção C estavam CORRETOS.
O verbo PODER, no segundo período, está acompanhado do pronome se (“podem-
se discernir duas espécies bem visíveis”). Vamos analisar a passividade dessa
construção. Então, devemos fazer aquelas perguntas (como é, ainda se lembra???):
1- É verbo TD ou TDI?
Sim. Se considerarmos que os verbos formam uma locução verbal (“poder
discernir”), a transitividade de discernir (verbo principal) é DIRETA, pois significa
diferenciar, distinguir, discriminar.
2 – Há idéia passiva?
Sim, duas espécies de leis federativas poderão ser discernidas, ou seja,
diferenciadas.
Então, trata-se de voz passiva pronominal (sintética) e o verbo auxiliar deverá
se flexionar de acordo com o núcleo do sujeito paciente – espécies – e ir para o
plural – podem-se discernir.
A outra possibilidade de análise e construção seria: “pode-se discernir duas
espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.”
Neste caso, o sujeito da forma verbal “pode-se” é a oração reduzida de infinitivo
“discernir duas espécies...”.
São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise sintática diferente.


CUIDADO COM CERTAS CONJUGAÇÕES
Você precisa tomar cuidado especial quando a questão de prova envolver
concordância com os verbos derivados dos verbos pôr, ter e vir. Suas formas
plurais não apresentam nenhuma distinção fonética em relação às formas
singulares.




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Vamos lá: para perceber essa coincidência, fale alto, não ligue se a sua vizinha
pensar que você enlouqueceu – depois que você passar no concurso, ela vem puxar
o seu saco...: DISPÕE/DISPÕEM, MANTÉM/MANTÊM, CONVÉM/CONVÊM...
Viu só? Isso pode enganar o seu ouvido direitinho.
Por isso, sempre que surgir um verbo com esse tipo de “casca de banana”,
sublinhe, circule, desenhe uma caveira, faça qualquer coisa para perceber se a
forma verbal está de acordo com o sujeito correspondente.
Para encerrarmos nossa aula de hoje, veja só como pode ser maldosa uma questão
assim:

   (ESAF/TRF/2000) Assinale a opção em que há erro gramatical.
   No Primeiro Reinado, as idéias de justiça fiscal e capacidade de contribuição,
   que pressupõe(A) que a cada cidadão deva ser cobrado o imposto de acordo
   com suas possibilidades, simplesmente não existiam, já que(B) não havia
   legislação coerente que garantisse a defesa desses princípios. Como o clero e
   os senhores rurais eram livres das obrigações fiscais, os privilégios subsis-
   tiam(C). Em face do(D) baixo grau de informação, da falta de instituições
   independentes e da ausência de liderança, era impossível qualquer
   manifestação que fosse contrária ao(E) sistema em vigor.

   a) A
   b) B
   c) C
   d) D
   e) E


Mais uma vez, temos de observar a qual palavra o pronome relativo que se refere
(caso 2.i). Na passagem “que pressupõe”, o relativo que tem como antecedente o
substantivo plural idéias (“as idéias de justiça fiscal e capacidade de contribuição,
que pressupõe...”). Por isso, o verbo PRESSUPOR deve com esse substantivo no
plural concordar – pressupõem.
Olhe aí um desses verbos perigosos. Foneticamente, não há diferença entre a
forma singular e a plural da conjugação verbal nas terceiras pessoas (pressupõe /
pressupõem – notou alguma diferença?).
Por isso, todo cuidado é pouco na prova. Dificuldade maior reside quando a questão
transcreve um texto e apresenta em somente uma das opções a incorreção
gramatical (sem sublinhar, como nessa). Em meio a tantas possibilidades de
incorreção, ainda mais com grande distância entre o verbo e o sujeito
correspondente, um erro como esse (de concordância) pode passar despercebido
aos ouvidos e à retina.
Felizmente, chegamos ao fim de nosso encontro de hoje (ufa!!!), mas
não sem antes treinarmos os conhecimentos aqui adquiridos.
Então, mãos à obra. Resolva as questões extraídas de diversos concursos
para, só depois, ver o gabarito e ler os comentários.
Grande abraço.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
1 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)
   Texto 4 - PERIGO REAL E IMEDIATO

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   Vilma Gryzinski – Veja, 12/10/2005
   Desde que a era das fotografias espaciais começou, há quarenta anos, uma
   nova e prodigiosa imagem se formou no arquivo mental da humanidade sobre o
   que é o planeta no qual vivemos. Do nosso ponto de vista no universo,
   provavelmente não existe nada que se compare à beleza desta vívida esfera
   azul, brilhando na imensidão do espaço, água e terra entrelaçadas num abraço
   eterno, envoltas num cambiante véu de nuvens.
       (...)
As regras de concordância nominal dizem que o adjetivo posposto a dois
substantivos concorda com o mais próximo ou com o plural dos dois; no caso de
“água e terra entrelaçadas”, a afirmativa correta, entre as que estão abaixo, é:
(A) o adjetivo também poderia aparecer na forma “entrelaçada”;
(B) a forma “entrelaçados” do adjetivo também estaria correta;
(C) se anteposto, a única forma possível do adjetivo seria “entrelaçada”;
(D) por coerência lógica, a única forma possível do adjetivo é “entrelaçadas”;
(E) o adjetivo refere-se exclusivamente ao substantivo “água”.



2 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006)
Assinale a alternativa em que a concordância nominal NÃO é adequada:
(A) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção obrigatória;
(B) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção obrigatórios;
(C) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção forçadas;
(D) A temperatura do Sol obrigava a obrigatório cuidado e proteção;
(E) A temperatura do Sol obrigava a obrigatória proteção e cuidado.


3 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006)
“A elevação da temperatura no terceiro planeta do sistema solar tornará inviável a
sobrevivência de qualquer criatura”; sobre os aspectos da concordância nominal e
verbal dessa frase, podemos dizer que:
(A) o adjetivo inviável concorda com criatura;
(B) a forma verbal tornará concorda com o sujeito posposto;
(C) o pronome qualquer é invariável;
(D) o numeral terceiro não concorda com o substantivo planeta;
(E) no plural, quaisquer criaturas não modificaria a forma do adjetivo inviável.


4 - (FUNDAÇÃO JOÃO GOULART/PGM RJ/2004)
Há má construção gramatical quanto à concordância em:
A) Os médicos consideravam inevitável nos pacientes pequenas alterações
psicológicas.
B) As internações por si sós já causam certos distúrbios psicológicos aos pacientes.
C) Uma e outra alteração psicológica podem afetar os pacientes hospitalizados.

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D) Distúrbios e alterações psicológicos são normais em pacientes hospitalares.


5 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)
A alternativa correta quanto à concordância nominal é
A. A empregada mesmo viu tudo.
B. Já fiz isso bastante vezes.
C. Passado a crise, voltaram.
D. As frutas chegaram meio estragadas.


6 – (ESAF / AFC STN / 2000) Marque o segmento do texto que contém erro de
estruturação sintática.
a) Se alguém tinha alguma dúvida quanto à retomada do crescimento econômico,
os últimos dados divulgados pelo IBGE e pela Confederação Nacional da Indústria
se encarregaram de sepultá-las.
b) Todos os indicadores disponíveis confirmam uma forte reação na produção
industrial brasileira, que começou ainda no ano passado, mas ganhou maior força
nos primeiros meses do ano 2000.
c) A produção em fevereiro cresceu 16% em comparação com o mesmo mês do
ano passado, enquanto as vendas cresceram 18%.
d) Em uma perspectiva mais longa, que analisa a produção nos últimos 12 meses,
houve um crescimento de 1,4%, invertendo uma seqüência de resultados negativos
que se arrastavam desde agosto de 1998.
e) Em fevereiro, foram criados 18.000 novos postos no mercado formal, segundo
dados do Ministério do Trabalho.
(André Lahóz, com adaptações)


7 - (NCE UFRJ / Guarda Municipal /2002)
Assinale o item que está de acordo com as normas gramaticais.
a) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido a cerca de 10 dias;
b) O fato nada teve a ver com o assalto ocorrido há cerca de 10 dias;
c) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido há cerca de 10 dias;
d) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido acerca de 10 dias;
e) O fato nada teve a ver com o assalto ocorrido acerca de 10 dias.


8 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)
Assinale a alternativa errada quanto ao emprego de "acerca de", "há cerca de" e "a
cerca de".
A. Ficou há cerca de dez passos da esquina.
B. Fez uma exposição acerca do impasse.
C. Viajou há cerca de uma semana.
D. Dirigiu-se a cerca de cem pessoas.



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9 - (FCC / ICMS SP / 2006) Considere a seguinte frase:
A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz consigo um
dilema (...).
O verbo trazer deverá flexionar-se numa forma do plural caso se substitua o
elemento sublinhado por
(A) O fato de quase todas as pessoas oscilarem entre o bem e o mal (...).
(B) A dificuldade de eles distinguirem entre as boas e as más ações (...).
(C) Muitas pessoas sabem que tal alternativa, nas diferentes situações, (...).
(D) Essa divisão entre o bem e o mal, à medida que se acentua nos indivíduos,
(...).
(E)) As oscilações que todo indivíduo experimenta entre o bem e o mal (...).


10 - (FGV / MPE AM / 2002)
Assinale a alternativa em que ocorre uma concordância verbal INACEITÁVEL em
relação à norma culta da língua.
(A) Pouco importavam ao cronista a crítica e o elogio.
(B) Chegou à editora o texto e uma carta do cronista.
(C) Agradava-lhe o ritmo e o estilo do cronista.
(D) Obrigavam-me a amizade e o dever de criticar aquele seu texto.
(E) Faltava-lhe, naquele dia, fatos para escrever sua crônica.
11 - (CESGRANRIO / BNDES – ADVOGADO / 2004)
Indique a opção em que a concordância NÃO está de acordo com as regras da
norma culta.
(A) Gosto de viajar para lugares o mais exóticos possível.
(B) Compramos um sofá, uma poltrona e uma mesa antigos.
(C) A maioria das pessoas espera conseguir bons empregos.
(D) Um dos cientistas que estudam a memória chegou ao Brasil.
(E) Mais de um funcionário vão pedir promoção no mês que vem.


12 - (FGV / Agente Tributário Estadual / 2006)
No trecho o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem (L.69-70), o verbo
foi flexionado corretamente no plural, observando o caso de sujeito composto com
núcleos ligados por OU.
Assinale a alternativa em que, no mesmo caso, a flexão do verbo não seria
possível.
(A) Esperávamos que ele ou o irmão viessem nos apanhar.
(B) Umidade intensa ou ressecamento excessivo não nos fazem bem.
(C) João Carlos ou Pedro se casariam com Marta.
(D) O jornal ou a revista podem apresentar detalhadamente a notícia.
(E) Podem ser entregues o original do documento ou sua cópia.


13 - (CESGRANRIO / SEAD AM / 2005)
Aponte a opção em que se encontra um uso INACEITÁVEL de concordância.

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(A) Uma e outra coisa merece nossa atenção.
(B) Nem um nem outro candidato conseguiram se destacar.
(C) O médico, com sua enfermeira, foi ao Congresso.
(D) No relatório da OMS, tinham vários erros de tabela.
(E) Os cientistas haviam tido muito cuidado nos experimentos.


14 - (FGV / Ministério da Cultura /2006)
Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural...
Assinale a alternativa em que, substituindo-se alunos no trecho acima por outra
expressão, foi mantida a correção gramatical.
(A) Lá, 1,85% ajudaram a criar um centro cultural...
(B) Lá, 0,98% ajudou a criar um centro cultural...
(C) Lá, a maior parte ajudaram a criar um centro cultural...
(D) Lá, tu e teus amigos ajudaram a criar um centro cultural...
(E) Lá, dois terços ajudou a criar um centro cultural...


15 - (NCE UFRJ / PCRJ / 2002)
Assinale o item que atende aos preceitos da norma culta da língua.
a) A maioria dos trabalhadores participaram da sessão de treinamento;
b) A maioria dos trabalhadores participou da seção de treinamento;
c) A maioria dos trabalhadores participou da cessão de treinamento;
d) A maioria dos trabalhadores participaram da secção de treinamento;
e) A maioria dos trabalhadores participaram da seção de treinamento.


16 - (FCC / MPE PE/ 2006)
Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:
(A) Nem mesmo o mais rigoroso dos dicionários são capazes de definir com
precisão o sentido que os homens desejam discernir entre os conceitos
fundamentais.
(B) Quando se divergem, a filosofia e o direito acabam por criar um espaço de
hesitação para os conceitos, que seriam tão desejáveis estabelecer para a ação
humana.
(C)) Tanta dificuldade enfrentada na definição dos nossos valores essenciais
demonstra que não dispomos de convicções absolutas, de princípios realmente
duradouros.
(D) Tanto a felicidade como a justiça devem de ser discutidos sobre os parâmetros
instáveis da nossa consciência, o que torna problemáticos tanto um quanto outro.
(E) Não se esperem que nossos valores essenciais possam ser definidos sem
controvérsias, pois as mesmas fazem parte da dinâmica que se rege o nosso
pensamento.


17 - (FCC / ANEEL TÉCNICO / 2006)

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Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção gramaticalmente
incorreta.
a) A desigualdade na repartição da renda, riqueza e poder é uma marca inalienável
do Brasil.
b) De acordo com o “Atlas de exclusão social — Os ricos no Brasil” (Cortez, 2004),
somente 5 mil famílias chegam a se apropriar de mais de 40% de toda a riqueza
nacional, embora o país registre mais de 51 milhões de famílias.
c) Se considerarmos somente a parcela da população que se concentram no décimo
mais rico, verificam-se que 75% de toda a riqueza contabilizada termina sendo por
ela absorvida.
d) Em outras palavras, restam 25% da riqueza nacional a ser apropriada por 90%
da população brasileira. Esse descalabro em relação à concentração sem limites da
riqueza no País não é algo recente.
e) Pelo contrário, isso parece ser algo consolidado desde sempre no País, embora
desde 1980, com o abandono do projeto de industrialização nacional, tenha
avançado no país o ciclo da financeirização da riqueza, com retorno ao modelo
primário-exportador de matérias-primas e produtos agropecuários.
(Marcio Pochmann)


18 - (ESAF / ATE MS / 2001)
Marque o item em que uma das sentenças está gramaticalmente mal formada:
É vedado à Administração Tributária:
a) exigir tributo não previsto neste Código / exigir tributo que não esteja previsto
neste Código.
b) aumentar tributo sem que a lei o estabeleça / aumentar tributos sem que a lei
os estabeleçam.
c) cobrar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes do início deste Código
ou de outra lei que os instituir ou aumentar / cobrar tributos relativos a fatos
geradores ocorridos antes do início deste Código ou de outra lei que os institua ou
aumente.
d) cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou / cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em
que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
e) Estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em
razão de sua procedência ou destino / estabelecer diferença tributária entre bens e
serviços de quaisquer naturezas, em razão de sua procedência ou destino.


19 – (ESAF/Fiscal de Fortaleza/1998) Indique entre os itens sublinhados o que
contém erro gramatical ou impropriedade vocabular.
 Tudo parece indicar, a essa altura, que(A) as repercussões da crise dos países
asiáticos sobre a América Latina serão bem menos acentuadas do que(B) se
imaginava faz(C) poucos meses. Pouco a pouco, foram-se percebendo(D) que os
problemas daquela região são devidos à(E) desorganização de seus sistemas
financeiros e a uma especulação imobiliária desenfreada.

                                       (Gazeta Mercantil, 21 e 22/2/1998, adaptado)
a) A


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b) B
c) C
d) D
e) E


20 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001) A concordância verbal está correta em
A. Precisam-se de muitos técnicos.
B. Os Estados Unidos é contrário a essas medidas.
C. Neste mês, deve haver muitos feriados.
D. Tratavam-se de profissionais competentes.


21 - (NCE UFRJ INCRA/2005)
       Texto 1 - Internet, telefone e mais de 39 mil terminais de autoatendimento.
       São muitas as opções para você movimentar a sua conta, efetuar
       pagamentos, obter crédito, receber benefícios, adquirir produtos e o que mais
       você precisar. É para isso que o Banco do Brasil investe tanto em tecnologia:
       para estar o tempo todo com você.
       (O Globo, 06/10/2005)
Se transformarmos as cinco primeiras orações reduzidas de infinitivo em orações
desenvolvidas na forma passiva pronominal (com o pronome SE), as formas verbais
adequadas serão, respectivamente:
(A) movimente – efetue – obtenha – receba – adquira;
(B) movimentem – efetuem – obtenham – recebam – adquiram;
(C) movimente – efetuem – obtenha – recebam – adquiram;
(D) movimentem – efetue – obtenham – receba – adquira;
(E) movimente – efetue – obtenha – receba – adquiram.



22 - (FCC/BANCO DO BRASIL/2006)
É preciso corrigir a seguinte frase, na qual há um equívoco quanto à
concordância verbal:
(A) As maravilhas que se dizem a respeito de uma vida bucólica ou primitiva não
parecem ter em nada animado o cronista.
(B) Não consta, entre as fobias declaradas pelo cronista, a de se sentir distante de
alguém a quem o prendam laços afetivos.
(C) Não se ouvem apenas os cantos do mar, mas também os sons de insetos e
animais que podem representar uma séria ameaça.
(D)) Uma das convicções do bem-humorado cronista é a de que usar bermudas
longas constituem a maior de suas concessões à vida natural.
(E) Fica sugerido que livros, jornais e revistas são, para o cronista, artigos de
primeira necessidade, como o são fósforos ou aspirina.




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23 - (FCC / BANCO DO BRASIL / 2006)
Está plenamente atendida a concordância verbal em:
(A) Para o amanuense, não teriam havido outras compensações, além das alegrias
que lhe proporcionavam a elaboração da linguagem do diário.
(B) Entre um computador e um fax ainda existem, nas palavras do autor, muito
estímulo para as nossas paixões se manifestarem.
(C) As preocupações íntimas, que se costuma traduzir na linguagem pessoal de um
diário, pode suscitar o interesse de um grande número de leitores.
(D) Ninguém duvide de que possa estar na forma modesta de um diário pessoal as
questões subjetivas que a cada um de nós é capaz de afetar.
(E)) É nas palavras de um diário que se formaliza a nossa subjetividade, é nelas
que se espelham as faces profundas dos nossos desejos.


24 - (FGV / ICMS PB / 2006)
De acordo com a norma culta, a concordância verbal está correta APENAS na frase:
(A) O autor disse que existe comissões parlamentares válidas e competentes.
(B) Haviam perguntas que não foram respondidas durante o interrogatório.
(C) Em toda a parte do mundo podem haver políticos corruptos.
(D) É necessário reconhecer que algumas atitudes que fere os princípios éticos
precisam serem punidas.
(E)) Já faz cinco sessões que os deputados não votam nenhuma proposta do
governo.


25 - (CESGRANRIO / INSPETOR DE POLÍCIA / 2001)
     “...não se pode culpar os publicitários por isso – eles, assim como todo
     mundo, não sabem o que fazem.”
Analise o comentário sobre os componentes desse segmento do texto é:
a) igualmente correta seria a forma podem culpar .


26 - (TRT 15ª Região – Analista Judiciário / Setembro 2004
         _________ as aparências enganosas de exatidão.
Preenche-se corretamente a lacuna por:
(A) Deve ser evitado
(B) Deve serem evitadas
(C) Deve ser evitadas
(D) Devem ser evitado
(E))Devem ser evitadas


27 - (FCC / ANEEL TÉCNICO / 2006)
     De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vida
     profissional assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade
     dos desempregados nos grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de

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     experiência, há o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O
     mercado de trabalho ajuda a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam
     de estudar para trabalhar. Mas a disputa é acirrada também entre os mais
     bem-preparados. A grande oferta de mão-de-obra resulta em um processo
     cruel de avaliação, com testes de conhecimentos e de raciocínio lógico,
     redação, dinâmicas de grupo, entrevistas. E não é só. O jovem deve
     demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se possui
     ou de descobrir como adquiri-las. Como o conhecimento hoje fica obsoleto
     muito rápido, a qualificação e o potencial comportamental é que definem um
     bom candidato, e não só o preparo técnico.
     (Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005)
Julgue a assertiva abaixo.
c) Como a expressão “a metade” (l.2) pode ser considerada um sinônimo textual
para 50%, a substituição daquela por esta preservaria a coerência textual e a
correção gramatical.


28 – (ESAF/ TFC/ 1997) Assinale o item que apresenta concordância incorreta.

a)     As pessoas se agrupam em função de objetivos comuns em associações,
federações, confederações, sindicatos, ONGs, colégios, empresas, sociedades,
clubes, conselhos, fundações, institutos, etc.
b)     Em qualquer uma dessas situações pressupõem-se que os grupos trabalham
unidos na defesa de um ideário consubstanciado em estatutos, normas e
procedimentos que determinam formas de atuação na sociedade.
c)     Entre os dez setores que mais geraram empregos no Brasil, em 1996, as
entidades sem fins lucrativos despontaram em primeiro lugar.(...)
d)     Além disso, possuem alto índice de trabalhadores voluntários que
disponibilizam seu tempo livre em benefício de toda a sociedade, algo nada
desprezível enquanto força mobilizadora.
e)     A questão é como usar esse poder. Talvez nunca como neste momento a
conscientização da necessidade do envolvimento do empresariado na vida da
comunidade tenha sido tão importante.
      (Maria Christina Andrade Vieira, Gazeta Mercantil -14 de agosto de 1997, com
                                                                       adaptações)


29 - (FCC / ANEEL ANALISTA/ 2006)
     A pichação é uma das expressões mais visíveis da invisibilidade humana. São
     mais do que rabiscos. São uma forma de estabelecer uma relação de
     pertencimento com a comunidade – mesmo que por meio da agressão – e, ao
     mesmo tempo, de dar ao autor um sentido de auto-identidade.
     (Gilberto Dimenstein, Folha de S. Paulo, 21/01/2006)
Sobre esse trecho, analise a assertiva abaixo.
II. Nos dois períodos iniciados pela forma verbal “São”, a concordância verbal se faz
com o predicativo do sujeito.


30 - (FCC / ANEEL TÉCNICO / 2006)
     Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados
     manifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo

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     JK, que soube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-
     estima do povo brasileiro, realizou-se em condições democráticas, com
     liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação, que em 1956
     foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A
     Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao
     ano. Apesar das pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já
     advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores
     conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca
     de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de
     transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em
     1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de
     solvência da economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio
     e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo
     duráveis foram contidas.
     (Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
c) Por se tratar de verbo expletivo, “foi” (l.13) pode ser retirado da oração sem
prejuízo do sentido e da sintaxe. CONCORDÂNCIA “É QUE”




GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO
1–D
A questão já começa com a apresentação de um conceito de concordância
nominal. Contudo, por se tratar de caso de reciprocidade (a água e a terra estão
laçadas entre si = entrelaçadas), o verbo, necessariamente, irá para o plural.
Essa informação é apresentada na opção D.
Em relação às demais opções:
a) por haver essa idéia de reciprocidade, o adjetivo não poderia ficar no singular;
b) os dois substantivos são femininos (água e terra), não havendo a possibilidade
de flexionar o adjetivo no masculino;
c) por ser recíproco, mesmo anteposto, o adjetivo deverá se flexionar no plural;
e) o adjetivo se refere aos dois substantivos.


2–C
Vimos que, quando na função de adjunto adnominal posposto aos nomes, existe
a faculdade de concordância do adjetivo com o nome mais próximo (concordância
atrativa – opção A) ou com o conjunto de substantivos a que se refere
(concordância gramatical – opção B) – caso 1.2 da Aula 3.
A única forma incorreta é a da letra C. Se for realizada a concordância atrativa, o
adjetivo fica no feminino singular para se harmonizar com o substantivo
proteção.
Se a opção for pela concordância gramatical, por haver um elemento masculino
(cuidado), o adjetivo fica no masculino plural (forçados). Não há, pois,
possibilidade de o adjetivo ser empregado no feminino plural (opção C).
Note que as opções D e E apresentam o adjetivo anteposto na função de adjunto
adnominal (caso 1.1 da Aula 3). Neste caso, a única concordância possível é a
atrativa (lembre-se da dica: tudo com a letra “a” – adjetivo anteposto na função
de adjunto adnominal – concordância atrativa).


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Concordância verbal em construções complexas

  • 1. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI SINTAXE DE CONCORDÂNCIA – PARTE 2 Hoje, daremos continuidade ao estudo da sintaxe de concordância, desta vez analisando os casos de concordância verbal. Segundo a regra geral, o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Em uma linguagem mais simples, o núcleo do sujeito manda no verbo, mas é a partir do verbo que conseguimos identificar o sujeito. O técnico escalou o time. Os técnicos escalaram os times. Para isso, perguntamos ao verbo quem/o que é o seu sujeito: quem escalou o time? O técnico / os técnicos. As construções dos exemplos acima apresentam sujeito simples (um único núcleo) e dispõem os elementos da oração na ordem direta, ou seja, SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS. Em frases como essas, fica bem fácil identificar o sujeito e seu núcleo e perceber qualquer erro de concordância. Veja como isso caiu em uma das mais recentes provas da ESAF (essa acabou de sair do forno!): (ESAF/AFT/2006) Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro. a) A Primeira Revolução Industrial pode ser entendida como uma guinada de todos os indicadores econômicos ingleses, sobretudo nas duas últimas décadas do século XVIII. b) Tal avanço dos indicadores econômicos tiveram várias razões: a intensificação do Comércio Internacional desde o século XVI, a Revolução Agrícola (e a expulsão de vastos contingentes de campesinos para as cidades), o surgimento de uma indústria têxtil inglesa etc. c) Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm chama de a “partida para o crescimento auto-sustentável”. Por “crescimento auto-sustentável” entende-se: o poder produtivo das sociedades humanas, até então sujeito a variáveis climáticas ou demográficas, tornou-se crescente e constante – livre de epidemias, fomes, pestes ou intempéries, que regularmente ceifavam grandes contingentes de mão-de-obra em quase toda a Europa. d) Contraposto à Idade Média, em que o problema crônico da produção era a falta de homens e mulheres nos campos (e não de terras), o período que se segue à Revolução Industrial é aquele em que o homem começa a tornar-se um pouco mais supérfluo. e) Como explicita Hobsbawm, trata-se de período em que, às grandes massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um sistema fabril mecanizado que produzia “em quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado”. (Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo.http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico) Será que você acertou??? O gabarito deu como incorreta a construção da opção B. Note que o núcleo do sujeito é avanço (“Tal avanço dos indicadores econômicos...”). Com este elemento, o verbo TER deve concordar. Os demais elementos (“tal”, “dos indicadores econômicos”) só vêm complementar o sentido do núcleo. Normalmente, devido à www.pontodosconcursos.com.br 1
  • 2. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI proximidade do verbo com vários elementos no plural, não notamos que ele deve permanecer no singular. Para evitar erros como esses (muito comuns nas provas da ESAF), uma boa dica é assinalar o núcleo de alguma forma (sublinhando, envolvendo com um círculo etc). A construção correta seria: “Tal avanço dos indicadores econômicos teve várias razões...”. Esse é um caso de construção na ordem direta (sujeito + verbo + complemento) com apenas um núcleo do sujeito (sujeito simples). Se você achou essa questão complicada, prepare-se, pois pode piorar! Vida de concursando não é essa maravilha aí, não... Normalmente, as construções vêm em ordem invertida e/ou com o sujeito bem distante do verbo, o que dificulta a constatação de um equívoco na concordância. Esse, aliás, é o estilo da ESAF. Entre o núcleo do sujeito e o verbo são dispostos vários elementos em número diverso do apresentado pelo sujeito. Resultado: sem que percebamos, acabamos “contaminados” e aceitamos uma concordância incorreta. Daquela mesma prova, tiramos este outro exemplo de erro de concordância, um pouco mais complicadinho. Resolva a questão e leia o comentário. (ESAF/AFT/2006) Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de concordância. a) As riquezas geradas eram, de fato, imensas e as condições de vida nas cidades costumavam ser horríveis. Para se ter idéia, alguns recenseamentos ingleses, da década de 1840, relatam que o homem do campo vivia, em média, 50 anos e o da cidade, 30 anos. b) Talvez esses números sejam indicadores da dramaticidade das modificações ocasionadas, na vida de milhões de seres humanos, pela Revolução Industrial. c) Essa dramaticidade que, muitas vezes, nos escapa, mas que podemos entrever, como nos informa Hobsbawm, se levarmos em conta que era comum, nas primeiras décadas dos oitocentos, encontrar trabalhadores citadinos vivendo de forma que seria absolutamente irreconhecível para seus avós ou mesmo para seus pais. d) A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades, fazem com que, nas palavras de Hobsbawm, “nada se tornasse mais inevitável” do que o aparecimento dos movimentos operários. e) Aqueles trabalhadores, que viviam em condições insuportáveis, não tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudimentos de proteção pública. (Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/ Historico) O gabarito é a letra d. Desta vez, o núcleo do sujeito (fragmentação – núcleo do sujeito na construção “A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais”) está bem distante do verbo (fazer) e, entre eles, elementos no plural – e não são poucos: “das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas nas cidades”. Nada disso interessa! O núcleo do sujeito continua sendo o mesmo – fragmentação – no singular, e com ele deve o verbo concordar: “a fragmentação (...) faz com que...”. LEMBRE-SE DA DICA: em questões como essa, MARQUE o núcleo do sujeito, para não perdê-lo de vista nem da memória. www.pontodosconcursos.com.br 2
  • 3. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI A seguir, apresentamos alguns casos especiais de concordância verbal que devem ser observados. Caso 1 - Sujeito composto – No sujeito composto, há mais de um núcleo do sujeito. Quando o sujeito composto estiver: 1.a) anteposto ao verbo (SUJEITO + VERBO), o verbo vai para o plural, ou seja, obedece à concordância gramatical – o verbo concorda com os núcleos do sujeito. Como o sujeito (com todos os seus núcleos) já foi apresentado, não resta outra saída a não ser concordar com todos os elementos. O técnico e os jogadores chegaram ontem a São Paulo. 1.b) posposto ao verbo (VERBO + SUJEITO), o verbo pode concordar com o sujeito mais próximo (concordância atrativa) ou ir para o plural, concordando com todos eles (concordância gramatical). O raciocínio dessa concordância é este: como o sujeito ainda não foi apresentado, o verbo pode “garantir” a concordância logo com o primeiro (concordância atrativa) ou “aguardar” a apresentação de todos e com todos eles concordar (concordância gramatical). Chegou(aram) ontem o técnico e os jogadores. Se houver idéia de reciprocidade, obrigatoriamente o verbo vai para o plural; afinal, por ser recíproca, a ação necessita de mais de um agente. Agrediam-se mãe e filha. 1.c) Havendo pronomes pessoais, formado com pessoas diferentes: verbo fica no plural da pessoa predominante (1ª, 2ª ou 3ª), obedecendo à seguinte ordem de preferência: PREVALECE A 1ª PESSOA – VERBO NA 1ª PESSOA DO PLURAL Eu, você e os alunos iremos ao museu.(NÓS) NA AUSÊNCIA DA 1ª PESSOA, PREVALECE A 2ª PESSOA – VERBO NA 2ª PESSOA DO PLURAL: Tu, ela e os peregrinos visitareis o santuário.(VÓS) Nesse segundo caso, modernamente vários autores (Rocha Lima, Sacconi, dentre outros) já aceitam a conjugação na 3ª pessoa do plural, haja vista o desuso das segundas pessoas na linguagem coloquial brasileira. Tu, ela e os peregrinos visitarão o santuário (VOCÊS). Se a oração estiver em ordem inversa (VERBO + SUJEITO COMPOSTO), pode haver a concordância atrativa, ou seja, o verbo pode também concordar com o primeiro elemento: Irá ao museu ela e eu (3ª p.sing.) / Irei ao museu eu e ela (1ª p.singular) OU Iremos ao museu ela e eu/eu e ela (1ª p.plural) www.pontodosconcursos.com.br 3
  • 4. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 1.d) Com núcleos em correlação (tanto...como; como; não só ... bem como) POLÊMICA À VISTA! Vários autores registram o emprego do verbo concordando com o primeiro. O cientista assim como o médico pesquisa a causa do mal. Esse é o posicionamento do mestre LUIZ ANTÔNIO SACCONI (em Gramática Básica) – Os exemplos dados pelo professor apresentam o segundo elemento isolado por vírgulas, com a flexão somente com o primeiro elemento: Meus amigos, assim como eu, gostam de estudar Português. Eu, bem como meus amigos, gosto de estudar Português. No entanto, também há registros de concordância com todos os elementos. - CELSO CUNHA & LINDLEY CINTRA (em Nova Gramática do Português Contemporâneo) - O posicionamento dos professores Celso Cunha e Lindley Cintra é que, se não houver pausa entre os sujeitos (ou seja, não houver vírgula), o verbo irá para o plural: “Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” Os gramáticos ainda destacam o caso de sujeitos ligados por conjunção comparativa. Segundo eles, quando dois sujeitos estão unidos por uma das conjunções comparativas como, assim como, bem como e equivalentes, a concordância depende do valor que atribuímos ao conjunto. O verbo concordará com o primeiro elemento se quisermos destacá-lo: A íris, como a impressão digital, é única em cada pessoa. Nesse caso, a conjunção conserva seu valor comparativo, e o segundo termo vem enunciado entre pausas, indicadas na escrita pelas vírgulas. Se os elementos se adicionam, se complementam, o verbo vai para o plural, seguindo o modelo apresentado nas estruturas correlativas não só... mas também, tanto...como, visto acima. - ROCHA LIMA (em Gramática Normativa da Língua Portuguesa)- O mestre registra a dupla possibilidade de flexão, destacando como preferível a flexão no plural: “Se o sujeito é construído com a presença de uma fórmula correlativa, deve preferir-se o verbo no plural. ‘Assim Saul como Davi, debaixo do seu saial, eram homens de tão grandes espíritos, como logo mostraram suas obras’ (ANTÔNIO VIEIRA)” Segundo o autor, é raro aparecer o verbo no singular: ‘(...) tanto uma, como a outra, suplicava-lhe que esperasse até passar a maior correnteza’.” - EVANILDO BECHARA (em Moderna Gramática Portuguesa)- Também merecem registro as palavras do emérito professor Evanildo Bechara, que apresenta a possibilidade de construir no singular ou no plural, indistintamente: “Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática (não só... mas, tanto...quanto, não só...como, etc.), o verbo concorda com o mais próximo ou vai ao plural (o que é mais comum quando o verbo vem antes do sujeito). www.pontodosconcursos.com.br 4
  • 5. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Vamos eliminar esse monstro que apareceu aí: série aditiva enfática. “Série” porque estamos diante, não de uma, mas de várias palavras (não só...mas também, tanto...como, por exemplo). “Aditiva” por apresentar idéia de adição, equivalente à conjunção “e”. Finalmente, “enfática” por enfatizar cada um dos elementos da construção, ou até mais um do que outro, ao contrário do que faria uma mera conjunção “e”, que coloca os dois elementos no mesmo patamar. Compare: “Eu e meu irmão vimos o acidente.” / “Não só eu como também meu irmão vimos o acidente.”. Percebeu a diferença? Parece que ouvi alguém gritar: “Claudia, o que eu faço na hora da prova???”. Resposta: vai depender da banca examinadora. Primeiramente, há as que indicam bibliografia. Se isso acontecer, siga o que diz o gramático indicado. Em outros casos (a maioria, infelizmente), devemos tomar todo cuidado. Vejamos como se comportou a ESAF: (ESAF/Assistente de Chancelaria/2002) As viagens ao exterior e os encontros com figurões estrangeiros constituem, desde o reinado de Dom Pedro II, um trunfo na estratégia das lideranças brasileiras. De fato, as críticas às viagens internacionais do Presidente da República ou de outros dirigentes parecem despropositadas. Tanto o governo como a oposição devem reposicionar os interesses brasileiros num mundo em plena mutação. O problema que se coloca é de outra natureza e se resume numa interrogação pouco formulada na campanha presidencial: quais devem ser os rumos de nossa diplomacia? (Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações) d) o conectivo “Tanto...como”(l.4-5) for substituído por Não só ... mas também, o verbo seguinte pode ser empregado no plural, “devem”(l.5), ou no singular, deve. A banca considerou CORRETO este item, ou seja, a partir dessa questão, podemos afirmar que o entendimento da ESAF é que, em séries aditivas enfáticas, o sujeito poderá facultativamente se flexionar no singular ou no plural, com ou sem pausa (vírgula). Precisaríamos analisar como se comportam as demais bancas, mas algumas passam ao largo da discussão e não exploram questões como essa. 1.e) Ligado por COM : verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o plural, entendendo que formam um sujeito composto. O professor, com os alunos, resolveu o problema. O maestro com a orquestra executaram a peça clássica. A opção por uma ou outra flexão é livre, mas não indiferente. Vai depender da ênfase que se queira dar. O plural destaca o conjunto dos elementos, com idéia de “cooperação”, enquanto que o singular enfatiza somente um deles. Se a intenção for realçar apenas um dos núcleos, o verbo concorda com ele. Neste caso, como nos ensina Rocha Lima, o segundo sujeito (ligado pela preposição com) “é posto em plano tão inferior que se degrada à simples condição de um complemento adverbial de companhia”. A vírgula, neste caso, é facultativa. A carta com o documento foi extraviada. www.pontodosconcursos.com.br 5
  • 6. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 1.f) Ligado por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU. Se for alternativo, com idéia de exclusão dos demais, o verbo fica no singular. Valdir ou Leão será o goleiro titular. Também permanece no singular se a conjunção “ou” exprimir equivalência, de tal forma que o verbo possa se dirigir a qualquer dos elementos. Um cardeal, ou um papa, enquanto homem, não é mais do que uma pessoa”. (MANUEL BERNARDES) Se o valor da conjunção for aditiva, de modo que a ação possa abranger todos os sujeitos, indistintamente, o verbo vai para o plural. Alegrias ou tristezas fazem parte da vida.(tanto umas como outras) O mesmo acontece quando um dos elementos já se apresenta no plural. O policial ou os populares poderiam ter prendido o perigoso assassino. 1.g) Ligado por NEM: segue o mesmo raciocínio que o caso 1.f (sujeito composto ligado por OU) – verbo pode ficar no plural ou no singular. Nem Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Joana.(valor aditivo) Nem Ciro nem Enéas será eleito presidente.(valor alternativo ou excludente) Nesses dois últimos casos (1.f e 1.g - sujeito composto ligado por OU / NEM), havendo, entre os sujeitos, algum expresso por um pronome reto, devemos seguir a regra 1.c (primazia das pessoas – 1ª. e 2ª): Nem meu primo, nem eu freqüentamos tal sociedade.(1ª p.plural) 1.h) Resumido com pronome indefinido: o verbo concorda com o pronome, que exerce a função de aposto resumitivo. Esse é um caso de concordância especial, em que o verbo concorda, não com o sujeito (todos os elementos), mas com o aposto (pronome indefinido). Jovens, adultos, crianças, ninguém podia acreditar no que acontecia. 1.i) Modificado pelo pronome CADA: quando o pronome indefinido cada é seguido por substantivo ou pronome substantivo, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Cada homem, cada mulher, cada criança ajudava os flagelados. Caso 2 - Sujeito constituído por: 2.a) Um e outro. O verbo no singular ou plural, indiferentemente. Um e outro médico descobriu(ram) a cura do mal. Nem um nem outro problema propostos foi(ram) resolvido(s). Estude este ponto juntamente com o caso 1.6 da Aula 3 (concordância nominal com um e outro) 2.b) Um ou outro. Em função da presença da conjunção ou, há nessa construção um valor excludente, que leva o verbo para o singular. www.pontodosconcursos.com.br 6
  • 7. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Um ou outro candidato será aprovado. 2.c) Nem um nem outro – POLÊMICA À VISTA. A posição majoritária é no sentido de manter o verbo no SINGULAR, como ocorre com “um ou outro”: - EVANILDO BECHARA (em Lições de Português pela Análise Sintática): “Com nem um nem outro continua de rigor o singular para o substantivo e o verbo se porá no singular: Nem uma coisa nem outra é necessária”. - CELSO CUNHA E LINDLEY CINTRA: “As expressões um ou outro e nem um nem outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo, exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado previamente este encontro.” - ROCHA LIMA: “Também a expressão nem um, nem outro, seguida ou não de substantivo, exige o verbo no singular (só excepcionalmente se encontrará o verbo no plural): Nem um nem outro havia idealizado previamente esse encontro” (pode parecer incrível, mas o mesmo exemplo de TASSO DE OLIVEIRA é apresentado nas duas obras citadas com divergência no emprego do pronome demonstrativo – este / esse). Precisamos, contudo, registrar o posicionamento divergente de DOMINGOS PASCHOAL CEGALLA em Novíssima Gramática da Língua Portuguesa: “Um e outro / Nem um nem outro – o sujeito sendo representado por uma dessas expressões, o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos: Depois nem um nem outro acharam novo motivo para diálogo (Fernando Namora)/ Nem uma nem outra foto prestavam (ou prestava). Você pode estar se perguntando por que eu citei todas essas posições doutrinárias. A resposta é simples: como nosso curso é amplo, voltado para as diversas bancas examinadoras do país, caberá ao candidato seguir o gramático mencionado na bibliografia. Em provas realizadas por bancas como a FCC, ESAF, que não oferecem indicação bibliográfica, deve seguir a posição majoritária, tomando sempre o cuidado de analisar todas as opções. 2.d) Expressões partitivas ou quantitativas (a maioria de, grande parte de, grande número de), seguidas de nome plural: Em expressões que indicam uma parte de um todo (por isso chamadas de termos ou expressões partitivas), o verbo pode concordar com o núcleo do sujeito (maioria, parte, metade), ficando no singular, ou com o especificador (substantivo que se segue). Assim, pode-se destacar o conjunto (singular) ou os elementos desse conjunto (plural). Neste último caso, realiza-se a concordância ideológica (com a idéia). A maioria dos candidatos conseguiu/conseguiram aprovação. 2.e) Coletivo geral: A idéia é que o substantivo coletivo já exerce a função agregativa, ou seja, contém o valor de conjunto, deixando o verbo no singular. O povo escolherá seu governante em 15 de novembro. 2.f) Expressões que indicam quantidade aproximada (cerca de, perto de, mais de) seguida de numeral: Nesses casos, o verbo concorda com o numeral que acompanha o substantivo. Mais de um jogador foi criticado pela crônica esportiva. www.pontodosconcursos.com.br 7
  • 8. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Cerca de dez jogadores participaram da briga. Esse é um dos casos em que o português se afasta completamente da lógica. Enquanto “mais de um jogador” (que indica, no mínimo, dois) mantém o verbo no singular (“mais de um jogador foi criticado”), a expressão “menos de dois” levaria o verbo para o plural (“menos de dois jogadores foram criticados”), mesmo que indique ser UM JOGADOR! Se houver idéia de reciprocidade ou a expressão for repetida, o verbo fica obrigatoriamente no plural. Mais de um torcedor agrediram-se. Mais de um candidato, mais de um fiscal se queixaram da extensão da prova (exemplo de BECHARA em Lições de Português pela Análise Sintática) Veja uma questão de prova que “brincou” com esse conceito. (NCE UFRJ / BNDES/ 2005) A língua portuguesa e os conhecimentos matemáticos nem sempre estão de acordo. A frase abaixo em que a concordância verbal contraria a lógica matemática é: (A) 50% da torcida brasileira gostaram da seleção; (B) mais de três jornalistas participaram da entrevista; (C) menos de dois turistas deixaram de participar do passeio; (D) são 16 de outubro; (E) participaram do congresso um e outro professor. O gabarito foi letra C. Mesmo que o sujeito apresente a idéia de UM TURISTA (menos de dois só pode ser um!), por concordar com o numeral que acompanha a expressão (“menos de dois turistas”), o verbo deve ser flexionado no plural – “deixaram de participar”. Note que, na opção B, foi respeitada a idéia de plural (mais de três), caso em que o verbo foi para o plural para concordar com o numeral (“três”). Em relação à opção E, vimos que, com a expressão “um e outro”, o verbo tanto pode ir para o plural como ficar no singular (“participou/ participaram um e outro professor”). Os demais casos de concordância serão vistos mais adiante (número percentual e verbo ser). 2.g) Pronomes (indefinidos ou interrogativos) - no singular, seguidos de pronome: verbo no singular, concordando com o pronome. Qual de nós será escolhido? - no plural, seguidos de pronome: o verbo concorda com o pronome pessoal ou vai para a 3ª pessoa do plural. Poucos dentre eles serão chamados pelo Exército. Alguns de nós seremos / serão eleitos. www.pontodosconcursos.com.br 8
  • 9. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI O que está em jogo é a intenção do autor em incluir, na ação, a figura representada pelo pronome. Compare: Alguns de nós sabem o resultado do jogo. Alguns de nós sabemos o resultado do jogo. Pergunta-se: em qual dos dois casos está clara a inclusão do autor da frase no grupo de pessoas que sabe o resultado do jogo? Resposta: no segundo caso, indicada essa circunstância pela desinência verbal (sabemos). 2.h) Pronome QUEM: A concordância vai depender da classificação da palavra QUEM. Se o verbo ficar na 3ª pessoa do singular, indica-se que a palavra é um pronome indefinido. Se for realizada a concordância com seu antecedente, entende-se que se trata de um pronome relativo, assim como acontece com o pronome relativo QUE (caso 2.i). Sou eu quem pago o seu salário. Sou eu quem paga o seu salário. Nas orações interrogativas iniciadas pelos pronomes QUEM, QUE, O QUE, o verbo SER concorda com o nome ou pronome que vier depois (BECHARA, op.cit.). Quem são os culpados? Que são os sonhos? O que seremos nós sem fé? 2.i) Pronome relativo QUE na função de sujeito: verbo concorda com o antecedente. Não fui a aluna que chegou primeiro. Dos sonhos que me atordoam, esse é o mais recorrente. Pronome relativo é assim chamado por fazer referência a algum outro termo (substantivo, pronome substantivo, oração substantiva) já mencionado anteriormente (ANTECEDENTE). Nas duas passagens, o que é um pronome relativo. O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a esse antecedente uma característica, estado ou condição. Por esse motivo, a oração iniciada pelo pronome relativo é uma oração subordinada adjetiva. Assim, concluímos que SEMPRE UM PRONOME RELATIVO DÁ INÍCIO A UMA ORAÇÃO ADJETIVA. Quando esse pronome relativo exerce a função sintática de sujeito da oração adjetiva, para respeitar as regras de concordância, deve-se observar a qual termo o pronome relativo está se referindo, e com ele será feita a concordância verbal. Em outras palavras, é como se o pronome relativo fosse o “CHEFE SUBSTITUTO”. Na oração adjetiva, é o pronome que exerce a função de sujeito, mas a concordância é feita com o elemento que ele substitui na oração (o “CHEFE” de verdade é o antecedente). Assim, funciona como se o pronome relativo dissesse ao verbo: “Olha aqui, você me respeita, pois aqui eu sou o sujeito. No entanto, só estou aqui substituindo www.pontodosconcursos.com.br 9
  • 10. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI aquele lá. Então, se você quiser saber o que fazer, se vai para o plural ou para o singular, vai perguntar para ele...”. Veja como esse assunto foi tratado em uma questão de prova. (FCC/TRT 24ª Região/2006) (B) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representa um paraíso que não foram feitas para o turismo de massas de visitantes. Este item foi considerado INCORRETO. Há, nessa passagem, dois erros de sintaxe de concordância. Primeiro erro: em “As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central” o núcleo do sujeito é maravilhas. O verbo deve, pois, concordar com ele e ir para o plural – representam (caso clássico). Em seguida, o segundo erro: o pronome exerce a função de sujeito. Como seu antecedente é o substantivo “paraíso”, com ele devem o verbo e o adjetivo da oração adjetiva (foram feitas) ficar em harmonia. Nota-se, aí, o deslize de concordância: a forma correta seria no singular e, no caso do adjetivo, masculino: “As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representam um paraíso que não foi feito para o turismo de massa de visitantes”. E, já que estamos falando em pronome relativo, vamos tratar de mais dois casos que envolvem esse termo. 2.j) Um dos (...) que: O verbo pode concordar com “um”, permanecendo no singular, ou com o complemento, flexionando-se no plural. Essa faculdade permite que se dê ênfase ao elemento individual (singular) ou aos elementos que compõem o grupo (plural). Ele foi um dos alunos desta classe que resolveu / resolveram o problema. Seu filho foi um dos que chegou / chegaram tarde. 2.l) Com a expressão “o que” – a concordância se faz com o pronome relativo que. O que falta são recursos. O sujeito, nesse caso, não é “recursos”, mas o pronome relativo “que” (a coisa que falta). Já o verbo “ser” respeita as regras mais adiante expostas (caso 5). Vejamos como foi abordado o assunto em prova: (FCC/TCE SP/2005) O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da exclusão social são as manifestações violentas dos maiores prejudicados. A concordância do verbo da lacuna deve ser feita com “que” (pronome relativo). Assim, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do singular, independentemente do número (singular ou plural) do elemento que vem após o verbo “ser” – “O que se segue (...) são as manifestações violentas...”. O verbo que preenche a lacuna fica no singular, pois. www.pontodosconcursos.com.br 10
  • 11. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Além da concordância com a expressão “o que”, um dos casos de concordância mais especiais, e que merece o nosso comentário, é com o verbo ser (“... são as manifestações...”). Mais adiante, trataremos da concordância com o verbo SER (caso 5). 2.m) Palavras sinônimas: O verbo concorda com o mais próximo (preferência) ou fica no plural. A Ética ou a Moral preocupa-se com o comportamento humano. A música e a sonoridade sempre nos diz / dizem algo. Observação: Expressando uma gradação, mantém-se o verbo no singular: Um gesto, um olhar, um aperto de mão bastaria. Deste modo, a ênfase recai no último elemento, que representa a série. 2.n) Verbos no infinitivo substantivado: verbo no singular. Estudar e trabalhar engradece o homem. (O fato de...) - Se vierem determinados ou forem antônimos - verbo no plural. O falar e o escrever caracterizam um sábio. Rir e chorar fazem parte da vida. 2.o) Número percentual - pode concordar com o numeral ou com o termo posposto. 80% da população acreditam (oitenta) / acredita (população) na moeda. Dez por cento das pessoas declaram Imposto de Renda. (A única forma é plural – dez e pessoas) Se vier determinado, vai para o plural. Os 10% mais ricos do Brasil possuem a maior parte da renda. Voltando ao exemplo do caso 2.f: “50% da torcida brasileira gostaram da seleção”, o verbo poderia ir para o plural (como foi apresentado na opção, concordando com o numeral) ou ficar no singular, concordando com o complemento (torcida). Caso 3 - Verbo acompanhado da palavra SE Agora, iremos ver um dos casos mais recorrentes em questões de provas, especialmente da Fundação Carlos Chagas e ESAF – construção de voz passiva pronominal. 3.a) SE = pronome apassivador: verbo concorda com o sujeito paciente. Na aula sobre VERBOS (Aula 2), vimos que, na voz passiva pronominal (ou sintética), o verbo TRANSITIVO DIRETO ou DIRETO E INDIRETO, quando acompanhado do pronome SE, deve concordar com o sujeito paciente (que está sublinhado nos exemplos abaixo). Viam-se ao longe as primeiras casas. www.pontodosconcursos.com.br 11
  • 12. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Ofereceu-se um grande prêmio ao vencedor da corrida. Assim, para confirmação dessa passividade, temos de fazer duas perguntas: 1 – O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)? 2 – Existe uma idéia passiva na construção? Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construção de voz passiva e, então, o verbo deverá se flexionar de acordo com o sujeito paciente (mais precisamente com o seu núcleo). Veja uma questão de prova que abordou o assunto. (FCC / TCE SP / Dezembro 2005) Analise a afirmação: (E) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes, não há sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos vitima. Este item está CORRETO. Logo no primeiro período, junto ao verbo ver (que é TRANSITIVO DIRETO), há o pronome “se”. Quando um verbo de transitividade direta ou direta e indireta estiver acompanhado do pronome se, podemos estar diante de uma construção de voz passiva. Para confirmarmos essa passividade, teremos de fazer aquelas duas perguntinhas: 1 – Os verbos apresentam transitividade direta (TD) ou direta e indireta (TDI)? SIM (alguém vê / ouve alguma coisa). 2 – Existe uma idéia passiva na construção? SIM, existe idéia passiva (as fogueiras são vistas e os gritos são ouvidos). Como ambas as respostas foram SIM, estamos diante de construções de voz passiva e, então, os verbos deverão se flexionar de acordo com os sujeitos pacientes (mais precisamente com seus núcleos). No primeiro caso, o sujeito está representado por “as fogueiras”, cujo núcleo está no plural (fogueiras). Desse modo, o verbo deverá ficar no plural, como, aliás, se apresentou. Em seguida, o núcleo é gritos, também no plural, tendo sido apresentada a correta flexão verbal. Portanto, essa assertiva apresenta correção gramatical. Temos nessa questão alguns outros exemplos de concordância: com o verbo HAVER (impessoal), a ser estudado a seguir, e, em duas passagens, com o pronome relativo que, recentemente estudado. O pronome relativo exerce a função de sujeito nas duas orações adjetivas (“que levem à solução da crise social” e “que a tantos vitima”). Na primeira, tem por antecedente o substantivo medidas (medidas que levem à solução), o que justifica a flexão verbal no plural. Na segunda, o referente é a palavra crise, deixando o verbo vitimar no singular (crise social que a tantos vitima). Perfeita está a construção. www.pontodosconcursos.com.br 12
  • 13. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Você precisa treinar bastante este tipo de questão (concordância com verbos em voz passiva pronominal), pois, especialmente nas provas da FCC e da ESAF, esse tópico é reiteradamente explorado. Vamos, então, analisar um item de questão elaborada pela ESAF. (TCE ES/2001 - adaptada) Na rede esperam-se serviço nota 1000 - ou nada aquém disso. Houve um erro de sintaxe de concordância. O verbo esperar está acompanhado do pronome se. Devemos, então, analisar se forma voz passiva e se a concordância do verbo em relação ao sujeito foi respeitada. Vamos “passo a passo”: 1 – o verbo esperar, na construção, é transitivo direto ou direto e indireto? SIM - o verbo esperar é transitivo direto (Alguém espera alguma coisa) 2 – Há idéia passiva na construção? SIM – O serviço nota 1000 é esperado pelo consumidor. Podemos, então, concluir que se trata de uma construção de voz passiva pronominal, devendo o verbo estar de acordo com o sujeito paciente (núcleo = serviço). A construção correta, portanto, seria “Na rede, espera-se serviço nota 1000”). 3.b) SE = índice de indeterminação do sujeito: verbo sempre na 3ª pessoa do singular. Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer dizer – quem é o agente da ação verbal. Também é usado em orações de sentido genérico, vago. São duas as formas de construção do sujeito indeterminado: Forma 1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto) permanece na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se (índice / partícula de indeterminação): Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças. (verbo transitivo indireto) Estava-se muito feliz com o resultado das provas. (verbo de ligação) Morria-se de tédio nas noites de inverno.(verbo intransitivo) Forma 2 – o verbo (qualquer que seja sua transitividade na construção), sem o pronome, fica na 3ª pessoa do plural: Desviaram dinheiro dos cofres públicos. Bateram na porta. Falaram mal de você. No primeiro caso, a exemplo do que ocorre na voz passiva, o verbo está acompanhado do pronome SE. Você deverá saber se este pronome tem função apassivadora ou indeterminadora do sujeito. A chave desse mistério está na transitividade do verbo. Analise, agora, uma opção de prova, apresentada pela Fundação Carlos Chagas: www.pontodosconcursos.com.br 13
  • 14. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006) As "operações" a que se aludem nessa crônica referem-se à redução de uma cabeça humana a proporções mínimas. Um verbo acompanhado do pronome SE pode formar voz passiva (verbos transitivos diretos ou diretos e indiretos) ou construção de sujeito indeterminado. Já em primeira análise, podemos constatar que o verbo “aludir” não poderia se submeter a uma construção passiva, pois é transitivo indireto: Alguém alude a alguma coisa. Diante dessa impossibilidade, concluímos que se trata de uma construção com sujeito indeterminado, devendo o verbo ficar na 3ª pessoa do singular (Forma 1): “As "operações" a que se alude nessa crônica ...”. Este item estava, pois, INCORRETO. As bancas adoram um verbo transitivo indireto para esse tipo de questão: tratar- se de. Veja como recentemente já caiu em uma prova da ESAF: (AFRF/ 2005) Assinale a opção que constituiria, de maneira coerente com a argumentação e gramaticalmente correta, uma possível resposta para a pergunta final do texto. d) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores modernistas, enriquecendo saberes especializados. Observe que o verbo tratar foi indevidamente flexionado. Ele é um verbo transitivo indireto, regendo a preposição DE. Por fazer parte de uma construção com sujeito indeterminado, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular. A forma correta, portanto, seria “não se trata de projeções utópicas”. Caso 4 - Verbos impessoais São IMPESSOAIS, ou seja, não possuem SUJEITO, os verbos que indicam fenômenos da natureza (Chove lá fora.); verbo HAVER indicando existência (Há muitas pessoas na sala.) ou tempo (Há muito tempo não o vejo.); os verbos FAZER, IR, indicando tempo (Faz muito tempo que não o vejo./ Vai pra dez anos que não o vejo.). Como não possuem sujeito (casos de oração sem sujeito), os verbos ficam “neutros”, na 3ª pessoa do singular. Durante o inverno, nevava muito. Ainda havia muitos candidatos para a Universidade. Ontem fez dez anos que ela se foi. Vai para dez meses que tudo terminou. Como vimos na aula sobre verbos, deve ser respeitada a correlação entre o verbo impessoal que denota tempo decorrido e o verbo principal da oração correspondente. Há muito tempo ele está sem dormir. (Ele ainda permanece nesse estado) www.pontodosconcursos.com.br 14
  • 15. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Havia muito ele não via seu pai. (Tal situação não persiste pertence ao passado. Por isso, ambas construções verbais são conjugadas no pretérito). São inúmeras as questões de prova, especialmente de bancas como FCC, CESGRANRIO, UFRJ, que abordam a concordância com verbos impessoais. Agora, veremos uma dessas questões. (NCE UFRJ / ADMINISTRADOR PIAUÍ / 2006) 13 - “Haverá milhões de pessoas com Aids”; a alternativa abaixo em que a substituição da forma do verbo haver está gramaticalmente INCORRETA é: (A) deverá haver; (B) poderá haver; (C) poderá existir; (D) existirão; (E) deverão existir. Dessa vez, a banca explorou a diferença entre os verbos HAVER e EXISTIR, em locuções verbais. Enquanto o verbo EXISTIR possui sujeito, o verbo HAVER é impessoal, e o que se lhe segue exerce a função de complemento verbal. Assim, na oração “Haverá milhões de pessoas com Aids”, a expressão “milhões de pessoas com Aids” é o objeto direto, devendo o verbo, por ser IMPESSOAL, permanecer inalterado na 3ª.pessoa do singular (“Haverá”). As formas das opções (A) e (B) apresentam locuções verbais, em que o verbo HAVER funciona como verbo principal. Essa lição fez parte de nossa aula 2. Nesses casos, o verbo auxiliar (respectivamente DEVER e PODER) devem “seguir” as ordens do principal, mantendo-se inalterados na 3ª.pessoa do singular (deverá haver / poderá haver). As opções (C), (D) e (E) trocam o verbo HAVER pelo verbo EXISTIR. Apesar de semanticamente idênticos, o tratamento a ser dispensados aos verbos é totalmente diferente. O que exercia a função de complemento do verbo HAVER passa a ser o sujeito do verbo EXISTIR. Como a expressão está no plural (“milhões de pessoas”), o verbo EXISTIR irá também para o plural, conforme foi apresentado na opção (D): existirão. O mesmo ocorre em locuções verbais, em que o verbo auxiliar deverá se flexionar: (C) poderão existir e (E) deverão existir. Nota-se, assim, a incorreção do item (C), apontado como gabarito da prova. Caso 5 - Verbo SER Esse é um verbo bastante especial. Para começar, admite a concordância, não só com o sujeito (regra geral), mas também com seu complemento (predicativo do sujeito). Vejamos caso a caso. 5.a) Expressões que indicam tempo, distância, datas, horas: concorda com o predicativo. www.pontodosconcursos.com.br 15
  • 16. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Hoje é dia três de outubro, pois ontem foram dois e o amanhã serão quatro. Daqui até o centro são dez quilômetros. É uma hora e quinze minutos. 5.b) Com expressões é muito , é pouco , é bastante , é mais de - quando denotarem idéia de preço, quantidade, medida, o verbo fica no singular. Se vier determinado, irá se flexionar. Dez feijoadas era muito para ela. Vinte milhões era muito por aquela casa. As dezenas de famílias que pediam socorro eram poucas diante do universo de miseráveis. 5.c) Em predicados nominais - Por estabelecer uma relação entre o sujeito e o seu predicativo, a concordância pode se dar tanto com o primeiro quanto com o segundo elemento. Há, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa faculdade. Algumas dessas regras já foram apresentadas no caso 1.c (pronomes pessoais). Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou predicativo), prevalece a concordância com o elemento que estiver representado por: 1ª – PRONOME PESSOAL RETO: Todo eu era olhos e coração. (Machado de Assis) 2ª – PESSOA, em detrimento de outro que seja “COISA” (substantivo, pronome substantivo, oração substantiva): Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo, e todos excelentes. (A.F.Castilho). Havendo elementos personativos em ambas as funções (PESSOA x PESSOA), a concordância é facultativa com o sujeito ou com o predicado, a não ser que em um deles haja um pronome pessoal, caso em que prevalece a concordância com este elemento (recai na 1ª regra de prevalência). O homem sempre foi suas idéias. (pessoa x coisa = PESSOA) Santo Antônio era as esperanças da solteirona. (pessoa x coisa = PESSOA) Ele era os meus sonhos. (pronome reto x coisa = PRONOME RETO) O professor sou eu. (coisa x pronome reto = PRONOME RETO) Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo) forem “COISAS” (substantivos, orações substantivas ou pronomes substantivos, como TUDO, NADA, ISSO, AQUILO), a concordância é facultativa, dando-se preferência à concordância com o elemento no plural, por questão de eufonia: A casa era / eram ruínas. O mundo é / são ilusões. O problema era / eram os móveis. Hoje, tudo é / são alegrias eternas. Em resumo, na concordância verbal com o verbo ser, em predicados nominais: www.pontodosconcursos.com.br 16
  • 17. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI • entre PRONOME RETO x COISA/PESSOA – prevalece PRONOME RETO; • entre PESSOA x COISA – prevalece PESSOA; • entre COISA x COISA – concordância facultativa, PREFERÊNCIA para o termo no plural. Voltemos, agora, ao exemplo apresentado no item 2.l: (FCC/TCE SP/2005) O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da exclusão social são as manifestações violentas dos maiores prejudicados. De um lado, temos uma oração (COISA): “O que se segue à concentração de renda, do desemprego e da exclusão social”. De outro, também COISA: “as manifestações violentas dos maiores prejudicados”. Nesse caso, a concordância é facultativa, dando-se PREFERÊNCIA ao elemento no plural. Essa é a justificativa para a flexão no plural do verbo “ser” na questão. Ele concorda com o predicativo do sujeito por estar no plural – concordância preferencial. 5.d) Com a expressão “é que” – A expressão de realce “é que”, em que os dois elementos se apresentam juntos, é invariável, devendo o verbo concordar com o substantivo ou pronome que a precede, pois são eles efetivamente o seu sujeito. Vamos transcrever a lição e o exemplo apresentados por Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática do Português Contemporâneo: “A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’.” Por ter mera função de realce, pode ser retirada sem que acarrete prejuízo ao período: “José trabalhou, mas os irmãos se aproveitaram do seu esforço.”. E continuam os professores: “É uma construção fixa, que não deve ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos. Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo: ‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se aproveitaram do seu esforço.’ Ou este: ‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’ Assim, quando o “é que” estiver juntinho, não se modifica – é uma expressão denotativa e, portanto, invariável (você ainda se lembra daquele quadro das classes de palavras? Pois estão lá do lado das INVARIÁVEIS as palavras denotativas). www.pontodosconcursos.com.br 17
  • 18. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Se a expressão se separar, ficando um dos elementos antes do sujeito, com ele deve o verbo SER concordar (Foi José que trabalhou). 5.e) com pronomes interrogativos QUE/QUEM/O QUE - o verbo SER concorda com o nome/pronome que vem após. Sei que este ponto já foi mencionado no caso 2.i, mas por que não repeti-lo? Quem são os culpados? Quem és tu? Caso 6 - Verbo DAR Verbo dar (bater e soar) + hora(s): segue a regra geral, concordando com o sujeito. Deram duas horas no relógio do campanário. (sujeito = duas horas; neste caso, o verbo é intransitivo) Deu duas horas o relógio da igreja. (sujeito = o relógio da igreja; o verbo é transitivo direto, com “duas horas” como complemento verbal) Caso 7 - Sujeito com nome próprio plural 7.a) Topônimos Caso clássico de concordância verbal é com topônimos - nomes próprios que indicam lugares. - com artigo singular ou sem artigo Caso o topônimo não exija o artigo, mesmo sendo representado por um nome no plural, ou esteja acompanhado de artigo no singular, indicando a omissão de um substantivo (rio, município), o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. Bruxelas é a capital da Bélgica. Minas Gerais é o estado mais elevado do país, com 57% das terras acima dos 600 metros de altitude (você sabia???). O Amazonas deságua no Atlântico. Minas Gerais exporta minérios. - com artigo plural Os topônimos que estiverem acompanhados de artigos flexionam os verbos e pronomes a ele correspondentes no plural. “Estados Unidos (da América)” é um exemplo de topônimo que SEMPRE vem precedido de artigo definido masculino plural (Eu vou para os Estados Unidos. / Eu morei nos Estados Unidos.). Por conseqüência, quando exerce a função de sujeito, obriga a flexão do verbo no plural. Isso acontece mesmo que esteja representado por sua sigla (EUA), motivo que levou à anulação de uma questão de prova da ESAF (a próxima a ser comentada). www.pontodosconcursos.com.br 18
  • 19. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI O mesmo acontece com qualquer outro nome precedido de artigo definido (“Os Emirados Árabes Unidos consistem de uma federação de sete emirados localizados no Golfo Pérsico.”). Os Estados Unidos enviaram tropas à zona de conflito. 7.b) Obras O mesmo acontece com qualquer outro nome próprio precedido de artigo definido Os Lusíadas narram as conquistas portuguesas. Se o título da obra estiver entre aspas, o verbo fica no singular. “Grandes Sertões Veredas” é um clássico nacional. (ESAF/AFC STN/2000) Assinale a opção que apresenta erro de morfologia ou de concordância verbal. a) A diferença entre as taxas de crescimento dos Estados Unidos, do Japão e da Europa, no longo prazo, é um indício do descompasso da economia global. Apesar das alegações européias de que os mercados estão subestimando o euro, a moeda continua flutuando pouco acima de sua mais baixa cotação, 93 centavos de dólar. b) O iene está pouco abaixo de seu pico diante do dólar e permanece próximo de seu teto histórico ante o euro. Com resultados aquém dos desejados, Japão e Europa vêm a exuberância econômica dos Estados Unidos como uma ameaça - o que não é errado. c) Em 98 e 99, a economia dos Estados Unidos cresceu cerca de 4% ao ano, enquanto as três principais economias da zona do euro - Alemanha, França e Itália - atingiram 2%, 3% e 2% ao ano, respectivamente, no período. O Fundo Monetário Internacional prevê que os três países cresçam cerca de 3% este ano. d) Com esse resultado, a Europa não é mais vista como causa de debilidade. Agora o ritmo do crescimento europeu é tão rápido que uma intervenção do Banco Central Europeu - elevando as taxas de juros - é apenas uma questão de tempo. e) Isso deixa o principal fardo da remoção dos desequilíbrios econômicos aos cuidados do EUA, que precisam reduzir o ritmo de seu crescimento (hoje perto de 6% ao ano). A diferença entre os ciclos econômicos na Europa, Estados Unidos e Japão traz o fantasma da crise mundial. Inicialmente, a banca apresentou como gabarito a opção B. Em “Japão e Europa vêm a exuberância econômica dos Estados Unidos como uma ameaça”, o que se registrou foi a 3ª pessoa do plural do verbo vir: vêm. Contudo o contexto indica ser, na verdade, o verbo ver (a exuberância é vista pelo Japão e Europa...), cuja flexão apresenta a forma vêem. O que levou à anulação da questão foi o erro no emprego do artigo definido masculino singular antes da sigla EUA (Estados Unidos da América), na passagem da opção e: “Isso deixa o principal fardo da remoção dos desequilíbrios econômicos aos cuidados do EUA,...”. www.pontodosconcursos.com.br 19
  • 20. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Mesmo sob a forma de sigla, o artigo que deveria acompanhá-lo seria o masculino plural (os EUA), já que, como vimos, esse topônimo não só exige a flexão dos seus adjuntos adnominais, como também da forma verbal que o tenha como núcleo do sujeito. Havia, portanto, duas respostas válidas: B e E. Na seqüência, observe que foi respeitada a concordância verbal. O pronome relativo que em : “... remoção dos desequilíbrios econômicos aos cuidados do EUA, que precisam reduzir o ritmo de seu crescimento ...” tem por antecedente EUA (Estados Unidos da América), levando a locução verbal (“precisam reduzir”) para o plural. Caso 8 – Sujeito oracional Todo cuidado é pouco em construções com sujeito oracional. Primeiramente, é saber diferenciar SUJEITO ORACIONAL de LOCUÇÃO VERBAL. Em locuções verbais, os dois verbos formam um conjunto, em que um deles é o principal (chefe) e o outro é auxilliar (pode até haver mais de um auxiliar, como vimos na aula 2). O verbo auxiliar irá se flexionar, para concordar com o sujeito, na forma que o verbo principal o faria. Quando for o caso de um sujeito oracional, o verbo correspondente deverá permanecer “neutro”, na 3ª pessoa do singular. Os verbos, nesse caso, pertencem a estruturas sintáticas distintas – um é o sujeito (oracional) enquanto que o outro faz parte do predicado. A você compete estudar. Nesse exemplo, o sujeito do verbo COMPETIR (o que compete a você?) é ESTUDAR. Esse sujeito oracional pode se apresentar na forma reduzida (infinitivo) ou desenvolvida (acompanhado de uma conjunção integrante). Parece que ele decidiu o que fazer. E agora: qual é o sujeito do verbo PARECER (o que parece?)? Resposta: “que ele decidiu o que fazer”. Neste caso, o sujeito oracional vem precedido de uma conjunção, designando-se uma oração desenvolvida. Vejamos alguns casos em que este ponto foi abordado. Essa questão é longa, mas vale a pena comentá-la por apresentar diversas formas de sujeito oracional. (FCC /TRT 13ª Região / Dezembro 2005) O verbo entre parênteses deverá ser flexionado, obrigatoriamente, numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Mesmo que não ...... (caber) a vocês tomar a decisão final, gostaria que discutissem bem esse assunto. (B) Eles sabiam que ...... (urgir) chegarem à pousada, mas não conseguiram evitar o atraso. (C) A nenhum de vocês ...... (competir) decidir quem será o novo líder do grupo. (D) Tais decisões não ....... (valer) a pena tomar assim, de afogadilho. (E) A apenas um dos candidatos ...... (restar) ainda alguns minutos para rever a prova. www.pontodosconcursos.com.br 20
  • 21. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI O gabarito é a letra E. Esse é um tipo muito comum de questão da Fundação Carlos Chagas. A flexão exigida ora é no plural, ora é no singular. Relembremos que o sujeito apresentado sob a forma oracional leva o verbo correspondente para a 3ª pessoa do singular. Então, vamos às opções: (A) Alguma coisa cabe a alguém. Vamos perguntar, então: o que cabe a vocês? Resposta: “Tomar a decisão final” cabe a vocês. Como o sujeito do verbo caber está sob a forma de oração reduzida de infinitivo (“tomar”), o verbo se conjuga na 3ª pessoa do singular: “Mesmo que não caiba a vocês tomar a decisão final, ...”. (B) Algo urge (é urgente). O que urge? “Chegarem à pousada”. O verbo chegar foi flexionado por estar em correspondência com o pronome pessoal reto já apresentado na oração principal “Eles sabiam”. Se esta oração reduzida do infinitivo (“Chegarem...”) fosse desenvolvida, ou seja, apresentada com uma conjunção, teríamos: “... urge que chegassem à pousada”, o que comprova a flexão do verbo chegar no plural (eles). Assim, também, fica mais evidente a relação do verbo urgir com a oração que exerce a função de sujeito (“chegarem à pousada / que chegassem à pousada”). Novamente, por apresentar sujeito oracional, o verbo da lacuna deve ficar no singular: “Eles sabiam que urge chegarem à pousada...”, equivalente a “Eles sabiam que isso – chegarem à pousada – urge (era urgente)”. (C) O que não compete a nenhum de vocês? “Decidir quem será o novo líder do grupo”. O sujeito oracional exige o verbo competir na 3ª pessoa do singular:“A nenhum de vocês compete decidir...”. (D) Note que, muitas vezes, devemos “ajeitar” a oração, colocando-a na ordem direta, para realizar a análise. Para isso, devemos partir do verbo. Há dois: valer e tomar. A princípio, isso poderia causar confusão e levar a pensar que se trata de uma locução verbal. Mas, veja bem. Quem é o sujeito do primeiro verbo (valer): o que não vale a pena? Tomar tais decisões. Opa! O segundo verbo faz parte do sujeito do primeiro e, portanto, não forma com ele uma locução (cada macaco no seu galho...). Assim, essa oração reduzida de infinitivo (“tomar tais decisões”) é o sujeito do verbo valer: “Tomar tais decisões não vale a pena.”. O verbo, portanto, fica no singular (3ª. pessoa) por ter um sujeito oracional. (E) Esse é o gabarito da questão. O que resta? Alguns minutos. Mais uma vez, o sujeito vem posposto ao verbo, o que poderia levar o candidato a pensar que, em vez de sujeito, seria esse elemento um objeto direto. Não!!! Partindo do verbo “restar”, colocamos a oração na ordem direta: “Alguns minutos ... restam a apenas um dos candidatos.”. Todo cuidado é pouco em construções invertidas como essa. Caso 9 - Verbo PARECER + Verbo no infinitivo Quando possui o significado de “dar a impressão”, seguido de infinitivo, permite duas construções: 1ª – PARECER no plural e INFINITIVO no singular – Nesse caso, estamos diante de um simples caso de LOCUÇÃO VERBAL, em que o verbo auxiliar se flexiona e o principal se mantém em uma forma nominal (infinitivo). Os cientistas pareciam procurar grandes segredos. (locução verbal) www.pontodosconcursos.com.br 21
  • 22. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 2ª – PARECER no singular e INFINITIVO no plural – Agora, é o caso de sujeito oracional. Como vimos no tópico anterior, o verbo que possui um sujeito oracional (quer desenvolvido ou reduzido de infinitivo) se mantém na 3ª pessoa do singular. Os cientistas parecia procurarem grandes segredos. (sujeito oracional) Fica estranho, não é? Mas nem sempre o que é esquisito está errado. Não confie no seu “bom senso”. O que se afirma nessa construção é que “ALGO (os cientistas procurarem grandes segredos) PARECIA”. Desenvolvida, essa construção seria: Parecia que os cientistas procuravam grandes segredos. Para complicar a sua vida que já não é nem um pouco fácil, a banca pode deslocar o sujeito da oração subordinada para antes do verbo PARECER: Os meninos parecia que queriam sair. Ai,... que coisa feia!!! Mas está CORRETO! Na verdade, o que está registrado aí é “Parecia que os meninos queriam sair”. A construção está certinha. Agora, sinceramente, atire a primeira pedra quem não teve vontade de colocar o verbo PARECER no plural... BIZU: Em qualquer dos casos, somente um dos verbos se flexiona – nunca flexione os dois ao mesmo tempo. Caso 10 - Flexão do infinitivo O infinitivo é uma das três formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o particípio. Isso vimos na aula 2 – Verbos. O infinitivo pode ser IMPESSOAL (não se flexiona em número ou pessoa) ou PESSOAL (possui sujeito e com ele pode concordar, havendo, nesse caso, flexão de número e pessoa). O infinitivo PESSOAL pode se flexionar ou não, a depender da construção. Flexionar quer dizer conjugar em todas as pessoas, por exemplo: vender, venderes, vender, vendermos, venderem. 10.a) casos em que o infinitivo se flexiona obrigatoriamente – SUJEITOS DIFERENTES 1. Quando o sujeito da forma nominal está claramente expresso, ou seja, o infinitivo estiver acompanhado de um pronome pessoal ou de um substantivo – é o único caso de flexão obrigatória. A eleição de 2006 será o momento de os eleitores decidirem por uma renovação do Congresso Nacional. O sujeito do verbo SER é “A eleição de 2006”. Já o sujeito de DECIDIR é “os eleitores”. Como são sujeitos diferentes, a flexão do infinitivo é obrigatória. 2. Quando se deseja indicar o sujeito não expresso a partir da desinência verbal: Está na hora de irmos embora. Observe que, se não houvesse a indicação pela desinência, não ficaria claro quem deveria ir embora (Está na hora de ir embora... quem vai embora????). Nesse caso, a flexão passa a ser obrigatória para definir o sujeito da forma nominal. www.pontodosconcursos.com.br 22
  • 23. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 10.b) casos de flexão facultativa do infinitivo – SUJEITO DO INFINITIVO É O MESMO DA ORAÇÃO ANTERIOR, OU SEJA, JÁ APARECEU. Quando o sujeito do infinitivo já estiver expresso em outra oração, geralmente na oração principal, a flexão torna-se facultativa. Recomenda-se, inclusive, omitir a flexão para o texto mais enxuto e objetivo, a não ser que exista o risco de ambigüidade, caso em que a flexão será necessária para dissipar qualquer dúvida (como vimos no item 2 acima). De qualquer forma, a flexão do infinitivo, nesses casos, é opcional – pode-se flexionar ou não, a critério do autor. As mulheres se reuniram para decidir/decidirem a melhor forma de conduta. As trabalhadoras discutiram uma forma de se proteger/protegerem dos abusos no ambiente de trabalho. O ministro convidou os índios para participar/participarem do debate. Tomando o primeiro exemplo, quem se reuniu e quem iria decidir eram as mesmas pessoas: “as mulheres”. Assim, como o sujeito já se encontrava expresso na oração anterior, a flexão do infinitivo tornou-se facultativa. 10.c) casos de flexão do infinitivo em voz passiva Com relação à flexão do infinitivo passivo, no esquema PREPOSIÇÃO + SER (INFINITIVO) + PARTICÍPIO, há duas possibilidades: 1 - Quando os sujeitos das orações são distintos e o do infinitivo vem logo após a preposição, a flexão do infinitivo é FACULTATIVA, ou seja, as duas formas – flexionada ou não - estão certas, dando-se preferência à flexão verbal. Essa preferência se dá em virtude da proximidade do particípio. O objetivo é coletar informações mais precisas para ser / serem cruzadas com outros bancos de dados. Indique as providências a ser / serem tomadas. Envio os documentos para ser / serem analisados. 2 - Prefere-se a não-flexão: a) quando o sujeito (plural) das duas orações for o mesmo: Doenças desse tipo levam até cinco anos para ser / serem tratadas. Eles estão para ser / serem expulsos. Saíram sem ser / serem percebidos. Os pedidos levaram dez dias para ser / serem analisados. b) quando se tem um adjetivo antes da preposição: São obras dignas de ser / serem imitadas. Os alimentos estavam prontos para ser / serem comercializados. www.pontodosconcursos.com.br 23
  • 24. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI As presas pareciam fáceis de ser / serem apanhadas. Apresentamos exercícios simples de ser / serem feitos. Observe que se trata de PREFERÊNCIA, a depender da ênfase que o autor queira dar. Não podemos tachar de certo ou errado. Ao não flexionar, valoriza-se a ação; com a flexão, dá-se ênfase ao sujeito que a pratica. Muitas vezes, a escolha é feita por questão de eufonia ou de clareza textual. Encerramos com as palavras de Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante (Gramática da Língua Portuguesa, Editora Scipione) de que "o infinitivo constitui um dos casos mais discutidos da língua portuguesa", e "estabelecer regras para o uso de sua forma flexionada, por exemplo, é tarefa difícil", e, "em muitos casos, a opção é meramente estilística". Vamos ver, agora, uma questão de prova da ESAF que tratou desse ponto do estudo. (Auditor RN/2005) Marque a opção que não substitui corretamente o item sublinhado no texto, respeitando-se a ordem em que ocorrem. Na medida em que a dinâmica da acumulação privada e a mobilidade dos capitais já não são controladas pelo Estado através da tributação, os direitos humanos, numa visão jurídico-positiva, encontram-se em fase regressiva. Eles podem até continuar existindo no plano legal, sobrevivendo, em termos formais, aos processos de tributação. Mas não têm mais condições de ser efetivamente implementados no plano real (se é que o foram, integralmente, um dia). a) Considerando que b) por meio c) continuarem d) já não têm e) serem O erro está na opção C, pois, em uma locução verbal (“podem continuar existindo”), não se admite a flexão do verbo “continuar”, o segundo verbo auxiliar. O único verbo que se flexiona é o primeiro auxiliar (poder). Os demais (segundo auxiliar – CONTINUAR - e verbo principal - EXISTIR) permanecem em uma das formas nominais – infinitivo, gerúndio ou particípio. O que nos interessa nessa questão é sugestão de troca do item e, que está correta. “Mas [os direitos humanos] não têm mais condições de ser efetivamente implementados no plano real.” A troca pelo infinitivo flexionado (serem) é válida, pelos motivos expostos no caso 11.c / 2 / b acima. Como vimos, prefere-se a forma não flexionada, para não tornar o texto repetitivo, mas isso não causaria erro de concordância. Estão corretas, portanto, as duas formas: não têm mais condições de ser implementados ou não têm mais condições de serem implementados. 10.d) Verbos Causativos/ Sensitivos + Pronomes Oblíquos + Infinitivo www.pontodosconcursos.com.br 24
  • 25. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Para começar, vamos entender o que são os verbos causativos e sensitivos. CAUSATIVOS indicam causa/conseqüência (fazer, permitir, deixar, mandar) e SENSITIVOS expressam sensações (ouvir, sentir, ver). Quando estes verbos (causativos e sensitivos) estiverem acompanhados de PRONOME PESSOAL OBLÍQUO ÁTONO (que exercem a função de sujeito do verbo no infinitivo que lhe segue), o infinitivo, mesmo pessoal (ou seja, possuindo um sujeito) não deve ser flexionado. Estou falando grego? Então, vamos a um exemplo para compreender. Ouvi os meninos sair/saírem. Mandei os meninos sair/saírem. Quem vai sair? Resposta: os meninos. Nesse tipo de construção, quando, no objeto direto do verbo causativo/sensitivo, houver um substantivo (nome) não há consenso entre os gramáticos: há autores que exigem a flexão obrigatória (saírem), outros que indicam uma faculdade (sair/saírem – tanto faz) e, por fim, os que se recusam a flexionar o infinitivo (sair). Contudo, todos os gramáticos concordam em um aspecto: quando esse substantivo (nome) é representado por um pronome pessoal oblíquo átono (o/ os/ a/ as). Nesse caso, o infinitivo NÃO PODE se flexionar! Ouvi-os sair. Mandei-os sair. Caso 11 - PODER/DEVER + SE + INFINITIVO + SUBSTANTIVO NO PLURAL Na voz passiva, quando os verbos PODER/DEVER estiverem acompanhados do pronome apassivador SE, de um verbo no infinitivo e, por fim, de um substantivo no plural, há duas formas de análise e, conseqüentemente, de construção. Pod...-se identificar duas formas de contágio. 1ª. POSSIBILIDADE: o verbo PODER forma com o verbo IDENTIFICAR uma locução verbal, em que aquele atua como verbo auxiliar e este, principal. Como acontece em qualquer locução verbal, quem se flexiona é o verbo auxiliar. Observamos, também, que existe um pronome SE acompanhando o verbo auxiliar. Como o verbo principal é TRANSITIVO DIRETO (Alguém identifica alguma coisa), a locução faz parte de uma construção de voz passiva sintética. Quem, então, é o sujeito dessa oração (o que se pode identificar?)? Resposta: duas formas de contágio. O sujeito paciente (voz passiva) está no plural, levando o verbo auxiliar à mesma flexão. A construção correta seria: Podem-se identificar duas formas de contágio. 2ª. POSSIBILIDADE: Agora, o verbo PODER tem como sujeito uma oração reduzida de infinitivo “identificar duas formas de contágio”. Equivale dizer: “É possível identificar duas formas de contágio = ISSO é possível”. Assim, mesmo em construção de voz passiva (o verbo PODER é transitivo direto e a construção apresenta idéia passiva), o verbo PODER permanece na 3ª pessoa do singular por apresentar um SUJEITO ORACIONAL (caso 8). A forma correta seria: Pode-se identificar duas formas de contágio. www.pontodosconcursos.com.br 25
  • 26. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Note que ambas as formas verbais (flexionada ou não) estão corretas, mas a análise que se faz de uma é diferente da da outra. Treine a análise com mais um exemplo: 1 - Devem-se manter os animais nas jaulas. – Os animais devem ser mantidos nas jaulas. – construção de voz passiva = verbo auxiliar concorda com o núcleo do sujeito: animais. 2 – Deve-se manter os animais nas jaulas. – Deve-se [manter os animais nas jaulas] - sujeito oracional = verbo na 3ª pessoa do singular. A ESAF adora questões como essa. Vejamos como o examinador abordou em uma de suas provas. (TCE RN/2000) Marque o item em que um dos dois períodos está gramaticalmente incorreto: c) No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas. Os dois períodos apresentados na opção C estavam CORRETOS. O verbo PODER, no segundo período, está acompanhado do pronome se (“podem- se discernir duas espécies bem visíveis”). Vamos analisar a passividade dessa construção. Então, devemos fazer aquelas perguntas (como é, ainda se lembra???): 1- É verbo TD ou TDI? Sim. Se considerarmos que os verbos formam uma locução verbal (“poder discernir”), a transitividade de discernir (verbo principal) é DIRETA, pois significa diferenciar, distinguir, discriminar. 2 – Há idéia passiva? Sim, duas espécies de leis federativas poderão ser discernidas, ou seja, diferenciadas. Então, trata-se de voz passiva pronominal (sintética) e o verbo auxiliar deverá se flexionar de acordo com o núcleo do sujeito paciente – espécies – e ir para o plural – podem-se discernir. A outra possibilidade de análise e construção seria: “pode-se discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.” Neste caso, o sujeito da forma verbal “pode-se” é a oração reduzida de infinitivo “discernir duas espécies...”. São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise sintática diferente. CUIDADO COM CERTAS CONJUGAÇÕES Você precisa tomar cuidado especial quando a questão de prova envolver concordância com os verbos derivados dos verbos pôr, ter e vir. Suas formas plurais não apresentam nenhuma distinção fonética em relação às formas singulares. www.pontodosconcursos.com.br 26
  • 27. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Vamos lá: para perceber essa coincidência, fale alto, não ligue se a sua vizinha pensar que você enlouqueceu – depois que você passar no concurso, ela vem puxar o seu saco...: DISPÕE/DISPÕEM, MANTÉM/MANTÊM, CONVÉM/CONVÊM... Viu só? Isso pode enganar o seu ouvido direitinho. Por isso, sempre que surgir um verbo com esse tipo de “casca de banana”, sublinhe, circule, desenhe uma caveira, faça qualquer coisa para perceber se a forma verbal está de acordo com o sujeito correspondente. Para encerrarmos nossa aula de hoje, veja só como pode ser maldosa uma questão assim: (ESAF/TRF/2000) Assinale a opção em que há erro gramatical. No Primeiro Reinado, as idéias de justiça fiscal e capacidade de contribuição, que pressupõe(A) que a cada cidadão deva ser cobrado o imposto de acordo com suas possibilidades, simplesmente não existiam, já que(B) não havia legislação coerente que garantisse a defesa desses princípios. Como o clero e os senhores rurais eram livres das obrigações fiscais, os privilégios subsis- tiam(C). Em face do(D) baixo grau de informação, da falta de instituições independentes e da ausência de liderança, era impossível qualquer manifestação que fosse contrária ao(E) sistema em vigor. a) A b) B c) C d) D e) E Mais uma vez, temos de observar a qual palavra o pronome relativo que se refere (caso 2.i). Na passagem “que pressupõe”, o relativo que tem como antecedente o substantivo plural idéias (“as idéias de justiça fiscal e capacidade de contribuição, que pressupõe...”). Por isso, o verbo PRESSUPOR deve com esse substantivo no plural concordar – pressupõem. Olhe aí um desses verbos perigosos. Foneticamente, não há diferença entre a forma singular e a plural da conjugação verbal nas terceiras pessoas (pressupõe / pressupõem – notou alguma diferença?). Por isso, todo cuidado é pouco na prova. Dificuldade maior reside quando a questão transcreve um texto e apresenta em somente uma das opções a incorreção gramatical (sem sublinhar, como nessa). Em meio a tantas possibilidades de incorreção, ainda mais com grande distância entre o verbo e o sujeito correspondente, um erro como esse (de concordância) pode passar despercebido aos ouvidos e à retina. Felizmente, chegamos ao fim de nosso encontro de hoje (ufa!!!), mas não sem antes treinarmos os conhecimentos aqui adquiridos. Então, mãos à obra. Resolva as questões extraídas de diversos concursos para, só depois, ver o gabarito e ler os comentários. Grande abraço. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005) Texto 4 - PERIGO REAL E IMEDIATO www.pontodosconcursos.com.br 27
  • 28. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Vilma Gryzinski – Veja, 12/10/2005 Desde que a era das fotografias espaciais começou, há quarenta anos, uma nova e prodigiosa imagem se formou no arquivo mental da humanidade sobre o que é o planeta no qual vivemos. Do nosso ponto de vista no universo, provavelmente não existe nada que se compare à beleza desta vívida esfera azul, brilhando na imensidão do espaço, água e terra entrelaçadas num abraço eterno, envoltas num cambiante véu de nuvens. (...) As regras de concordância nominal dizem que o adjetivo posposto a dois substantivos concorda com o mais próximo ou com o plural dos dois; no caso de “água e terra entrelaçadas”, a afirmativa correta, entre as que estão abaixo, é: (A) o adjetivo também poderia aparecer na forma “entrelaçada”; (B) a forma “entrelaçados” do adjetivo também estaria correta; (C) se anteposto, a única forma possível do adjetivo seria “entrelaçada”; (D) por coerência lógica, a única forma possível do adjetivo é “entrelaçadas”; (E) o adjetivo refere-se exclusivamente ao substantivo “água”. 2 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006) Assinale a alternativa em que a concordância nominal NÃO é adequada: (A) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção obrigatória; (B) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção obrigatórios; (C) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção forçadas; (D) A temperatura do Sol obrigava a obrigatório cuidado e proteção; (E) A temperatura do Sol obrigava a obrigatória proteção e cuidado. 3 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006) “A elevação da temperatura no terceiro planeta do sistema solar tornará inviável a sobrevivência de qualquer criatura”; sobre os aspectos da concordância nominal e verbal dessa frase, podemos dizer que: (A) o adjetivo inviável concorda com criatura; (B) a forma verbal tornará concorda com o sujeito posposto; (C) o pronome qualquer é invariável; (D) o numeral terceiro não concorda com o substantivo planeta; (E) no plural, quaisquer criaturas não modificaria a forma do adjetivo inviável. 4 - (FUNDAÇÃO JOÃO GOULART/PGM RJ/2004) Há má construção gramatical quanto à concordância em: A) Os médicos consideravam inevitável nos pacientes pequenas alterações psicológicas. B) As internações por si sós já causam certos distúrbios psicológicos aos pacientes. C) Uma e outra alteração psicológica podem afetar os pacientes hospitalizados. www.pontodosconcursos.com.br 28
  • 29. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI D) Distúrbios e alterações psicológicos são normais em pacientes hospitalares. 5 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001) A alternativa correta quanto à concordância nominal é A. A empregada mesmo viu tudo. B. Já fiz isso bastante vezes. C. Passado a crise, voltaram. D. As frutas chegaram meio estragadas. 6 – (ESAF / AFC STN / 2000) Marque o segmento do texto que contém erro de estruturação sintática. a) Se alguém tinha alguma dúvida quanto à retomada do crescimento econômico, os últimos dados divulgados pelo IBGE e pela Confederação Nacional da Indústria se encarregaram de sepultá-las. b) Todos os indicadores disponíveis confirmam uma forte reação na produção industrial brasileira, que começou ainda no ano passado, mas ganhou maior força nos primeiros meses do ano 2000. c) A produção em fevereiro cresceu 16% em comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto as vendas cresceram 18%. d) Em uma perspectiva mais longa, que analisa a produção nos últimos 12 meses, houve um crescimento de 1,4%, invertendo uma seqüência de resultados negativos que se arrastavam desde agosto de 1998. e) Em fevereiro, foram criados 18.000 novos postos no mercado formal, segundo dados do Ministério do Trabalho. (André Lahóz, com adaptações) 7 - (NCE UFRJ / Guarda Municipal /2002) Assinale o item que está de acordo com as normas gramaticais. a) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido a cerca de 10 dias; b) O fato nada teve a ver com o assalto ocorrido há cerca de 10 dias; c) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido há cerca de 10 dias; d) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido acerca de 10 dias; e) O fato nada teve a ver com o assalto ocorrido acerca de 10 dias. 8 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001) Assinale a alternativa errada quanto ao emprego de "acerca de", "há cerca de" e "a cerca de". A. Ficou há cerca de dez passos da esquina. B. Fez uma exposição acerca do impasse. C. Viajou há cerca de uma semana. D. Dirigiu-se a cerca de cem pessoas. www.pontodosconcursos.com.br 29
  • 30. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 9 - (FCC / ICMS SP / 2006) Considere a seguinte frase: A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz consigo um dilema (...). O verbo trazer deverá flexionar-se numa forma do plural caso se substitua o elemento sublinhado por (A) O fato de quase todas as pessoas oscilarem entre o bem e o mal (...). (B) A dificuldade de eles distinguirem entre as boas e as más ações (...). (C) Muitas pessoas sabem que tal alternativa, nas diferentes situações, (...). (D) Essa divisão entre o bem e o mal, à medida que se acentua nos indivíduos, (...). (E)) As oscilações que todo indivíduo experimenta entre o bem e o mal (...). 10 - (FGV / MPE AM / 2002) Assinale a alternativa em que ocorre uma concordância verbal INACEITÁVEL em relação à norma culta da língua. (A) Pouco importavam ao cronista a crítica e o elogio. (B) Chegou à editora o texto e uma carta do cronista. (C) Agradava-lhe o ritmo e o estilo do cronista. (D) Obrigavam-me a amizade e o dever de criticar aquele seu texto. (E) Faltava-lhe, naquele dia, fatos para escrever sua crônica. 11 - (CESGRANRIO / BNDES – ADVOGADO / 2004) Indique a opção em que a concordância NÃO está de acordo com as regras da norma culta. (A) Gosto de viajar para lugares o mais exóticos possível. (B) Compramos um sofá, uma poltrona e uma mesa antigos. (C) A maioria das pessoas espera conseguir bons empregos. (D) Um dos cientistas que estudam a memória chegou ao Brasil. (E) Mais de um funcionário vão pedir promoção no mês que vem. 12 - (FGV / Agente Tributário Estadual / 2006) No trecho o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem (L.69-70), o verbo foi flexionado corretamente no plural, observando o caso de sujeito composto com núcleos ligados por OU. Assinale a alternativa em que, no mesmo caso, a flexão do verbo não seria possível. (A) Esperávamos que ele ou o irmão viessem nos apanhar. (B) Umidade intensa ou ressecamento excessivo não nos fazem bem. (C) João Carlos ou Pedro se casariam com Marta. (D) O jornal ou a revista podem apresentar detalhadamente a notícia. (E) Podem ser entregues o original do documento ou sua cópia. 13 - (CESGRANRIO / SEAD AM / 2005) Aponte a opção em que se encontra um uso INACEITÁVEL de concordância. www.pontodosconcursos.com.br 30
  • 31. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI (A) Uma e outra coisa merece nossa atenção. (B) Nem um nem outro candidato conseguiram se destacar. (C) O médico, com sua enfermeira, foi ao Congresso. (D) No relatório da OMS, tinham vários erros de tabela. (E) Os cientistas haviam tido muito cuidado nos experimentos. 14 - (FGV / Ministério da Cultura /2006) Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural... Assinale a alternativa em que, substituindo-se alunos no trecho acima por outra expressão, foi mantida a correção gramatical. (A) Lá, 1,85% ajudaram a criar um centro cultural... (B) Lá, 0,98% ajudou a criar um centro cultural... (C) Lá, a maior parte ajudaram a criar um centro cultural... (D) Lá, tu e teus amigos ajudaram a criar um centro cultural... (E) Lá, dois terços ajudou a criar um centro cultural... 15 - (NCE UFRJ / PCRJ / 2002) Assinale o item que atende aos preceitos da norma culta da língua. a) A maioria dos trabalhadores participaram da sessão de treinamento; b) A maioria dos trabalhadores participou da seção de treinamento; c) A maioria dos trabalhadores participou da cessão de treinamento; d) A maioria dos trabalhadores participaram da secção de treinamento; e) A maioria dos trabalhadores participaram da seção de treinamento. 16 - (FCC / MPE PE/ 2006) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Nem mesmo o mais rigoroso dos dicionários são capazes de definir com precisão o sentido que os homens desejam discernir entre os conceitos fundamentais. (B) Quando se divergem, a filosofia e o direito acabam por criar um espaço de hesitação para os conceitos, que seriam tão desejáveis estabelecer para a ação humana. (C)) Tanta dificuldade enfrentada na definição dos nossos valores essenciais demonstra que não dispomos de convicções absolutas, de princípios realmente duradouros. (D) Tanto a felicidade como a justiça devem de ser discutidos sobre os parâmetros instáveis da nossa consciência, o que torna problemáticos tanto um quanto outro. (E) Não se esperem que nossos valores essenciais possam ser definidos sem controvérsias, pois as mesmas fazem parte da dinâmica que se rege o nosso pensamento. 17 - (FCC / ANEEL TÉCNICO / 2006) www.pontodosconcursos.com.br 31
  • 32. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção gramaticalmente incorreta. a) A desigualdade na repartição da renda, riqueza e poder é uma marca inalienável do Brasil. b) De acordo com o “Atlas de exclusão social — Os ricos no Brasil” (Cortez, 2004), somente 5 mil famílias chegam a se apropriar de mais de 40% de toda a riqueza nacional, embora o país registre mais de 51 milhões de famílias. c) Se considerarmos somente a parcela da população que se concentram no décimo mais rico, verificam-se que 75% de toda a riqueza contabilizada termina sendo por ela absorvida. d) Em outras palavras, restam 25% da riqueza nacional a ser apropriada por 90% da população brasileira. Esse descalabro em relação à concentração sem limites da riqueza no País não é algo recente. e) Pelo contrário, isso parece ser algo consolidado desde sempre no País, embora desde 1980, com o abandono do projeto de industrialização nacional, tenha avançado no país o ciclo da financeirização da riqueza, com retorno ao modelo primário-exportador de matérias-primas e produtos agropecuários. (Marcio Pochmann) 18 - (ESAF / ATE MS / 2001) Marque o item em que uma das sentenças está gramaticalmente mal formada: É vedado à Administração Tributária: a) exigir tributo não previsto neste Código / exigir tributo que não esteja previsto neste Código. b) aumentar tributo sem que a lei o estabeleça / aumentar tributos sem que a lei os estabeleçam. c) cobrar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes do início deste Código ou de outra lei que os instituir ou aumentar / cobrar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes do início deste Código ou de outra lei que os institua ou aumente. d) cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou / cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. e) Estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino / estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de quaisquer naturezas, em razão de sua procedência ou destino. 19 – (ESAF/Fiscal de Fortaleza/1998) Indique entre os itens sublinhados o que contém erro gramatical ou impropriedade vocabular. Tudo parece indicar, a essa altura, que(A) as repercussões da crise dos países asiáticos sobre a América Latina serão bem menos acentuadas do que(B) se imaginava faz(C) poucos meses. Pouco a pouco, foram-se percebendo(D) que os problemas daquela região são devidos à(E) desorganização de seus sistemas financeiros e a uma especulação imobiliária desenfreada. (Gazeta Mercantil, 21 e 22/2/1998, adaptado) a) A www.pontodosconcursos.com.br 32
  • 33. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI b) B c) C d) D e) E 20 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001) A concordância verbal está correta em A. Precisam-se de muitos técnicos. B. Os Estados Unidos é contrário a essas medidas. C. Neste mês, deve haver muitos feriados. D. Tratavam-se de profissionais competentes. 21 - (NCE UFRJ INCRA/2005) Texto 1 - Internet, telefone e mais de 39 mil terminais de autoatendimento. São muitas as opções para você movimentar a sua conta, efetuar pagamentos, obter crédito, receber benefícios, adquirir produtos e o que mais você precisar. É para isso que o Banco do Brasil investe tanto em tecnologia: para estar o tempo todo com você. (O Globo, 06/10/2005) Se transformarmos as cinco primeiras orações reduzidas de infinitivo em orações desenvolvidas na forma passiva pronominal (com o pronome SE), as formas verbais adequadas serão, respectivamente: (A) movimente – efetue – obtenha – receba – adquira; (B) movimentem – efetuem – obtenham – recebam – adquiram; (C) movimente – efetuem – obtenha – recebam – adquiram; (D) movimentem – efetue – obtenham – receba – adquira; (E) movimente – efetue – obtenha – receba – adquiram. 22 - (FCC/BANCO DO BRASIL/2006) É preciso corrigir a seguinte frase, na qual há um equívoco quanto à concordância verbal: (A) As maravilhas que se dizem a respeito de uma vida bucólica ou primitiva não parecem ter em nada animado o cronista. (B) Não consta, entre as fobias declaradas pelo cronista, a de se sentir distante de alguém a quem o prendam laços afetivos. (C) Não se ouvem apenas os cantos do mar, mas também os sons de insetos e animais que podem representar uma séria ameaça. (D)) Uma das convicções do bem-humorado cronista é a de que usar bermudas longas constituem a maior de suas concessões à vida natural. (E) Fica sugerido que livros, jornais e revistas são, para o cronista, artigos de primeira necessidade, como o são fósforos ou aspirina. www.pontodosconcursos.com.br 33
  • 34. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 23 - (FCC / BANCO DO BRASIL / 2006) Está plenamente atendida a concordância verbal em: (A) Para o amanuense, não teriam havido outras compensações, além das alegrias que lhe proporcionavam a elaboração da linguagem do diário. (B) Entre um computador e um fax ainda existem, nas palavras do autor, muito estímulo para as nossas paixões se manifestarem. (C) As preocupações íntimas, que se costuma traduzir na linguagem pessoal de um diário, pode suscitar o interesse de um grande número de leitores. (D) Ninguém duvide de que possa estar na forma modesta de um diário pessoal as questões subjetivas que a cada um de nós é capaz de afetar. (E)) É nas palavras de um diário que se formaliza a nossa subjetividade, é nelas que se espelham as faces profundas dos nossos desejos. 24 - (FGV / ICMS PB / 2006) De acordo com a norma culta, a concordância verbal está correta APENAS na frase: (A) O autor disse que existe comissões parlamentares válidas e competentes. (B) Haviam perguntas que não foram respondidas durante o interrogatório. (C) Em toda a parte do mundo podem haver políticos corruptos. (D) É necessário reconhecer que algumas atitudes que fere os princípios éticos precisam serem punidas. (E)) Já faz cinco sessões que os deputados não votam nenhuma proposta do governo. 25 - (CESGRANRIO / INSPETOR DE POLÍCIA / 2001) “...não se pode culpar os publicitários por isso – eles, assim como todo mundo, não sabem o que fazem.” Analise o comentário sobre os componentes desse segmento do texto é: a) igualmente correta seria a forma podem culpar . 26 - (TRT 15ª Região – Analista Judiciário / Setembro 2004 _________ as aparências enganosas de exatidão. Preenche-se corretamente a lacuna por: (A) Deve ser evitado (B) Deve serem evitadas (C) Deve ser evitadas (D) Devem ser evitado (E))Devem ser evitadas 27 - (FCC / ANEEL TÉCNICO / 2006) De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vida profissional assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade dos desempregados nos grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de www.pontodosconcursos.com.br 34
  • 35. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI experiência, há o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O mercado de trabalho ajuda a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam de estudar para trabalhar. Mas a disputa é acirrada também entre os mais bem-preparados. A grande oferta de mão-de-obra resulta em um processo cruel de avaliação, com testes de conhecimentos e de raciocínio lógico, redação, dinâmicas de grupo, entrevistas. E não é só. O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se possui ou de descobrir como adquiri-las. Como o conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o potencial comportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico. (Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005) Julgue a assertiva abaixo. c) Como a expressão “a metade” (l.2) pode ser considerada um sinônimo textual para 50%, a substituição daquela por esta preservaria a coerência textual e a correção gramatical. 28 – (ESAF/ TFC/ 1997) Assinale o item que apresenta concordância incorreta. a) As pessoas se agrupam em função de objetivos comuns em associações, federações, confederações, sindicatos, ONGs, colégios, empresas, sociedades, clubes, conselhos, fundações, institutos, etc. b) Em qualquer uma dessas situações pressupõem-se que os grupos trabalham unidos na defesa de um ideário consubstanciado em estatutos, normas e procedimentos que determinam formas de atuação na sociedade. c) Entre os dez setores que mais geraram empregos no Brasil, em 1996, as entidades sem fins lucrativos despontaram em primeiro lugar.(...) d) Além disso, possuem alto índice de trabalhadores voluntários que disponibilizam seu tempo livre em benefício de toda a sociedade, algo nada desprezível enquanto força mobilizadora. e) A questão é como usar esse poder. Talvez nunca como neste momento a conscientização da necessidade do envolvimento do empresariado na vida da comunidade tenha sido tão importante. (Maria Christina Andrade Vieira, Gazeta Mercantil -14 de agosto de 1997, com adaptações) 29 - (FCC / ANEEL ANALISTA/ 2006) A pichação é uma das expressões mais visíveis da invisibilidade humana. São mais do que rabiscos. São uma forma de estabelecer uma relação de pertencimento com a comunidade – mesmo que por meio da agressão – e, ao mesmo tempo, de dar ao autor um sentido de auto-identidade. (Gilberto Dimenstein, Folha de S. Paulo, 21/01/2006) Sobre esse trecho, analise a assertiva abaixo. II. Nos dois períodos iniciados pela forma verbal “São”, a concordância verbal se faz com o predicativo do sujeito. 30 - (FCC / ANEEL TÉCNICO / 2006) Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo www.pontodosconcursos.com.br 35
  • 36. CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS – CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI JK, que soube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto- estima do povo brasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas. (Rodrigo L. Medeiros, com adaptações) c) Por se tratar de verbo expletivo, “foi” (l.13) pode ser retirado da oração sem prejuízo do sentido e da sintaxe. CONCORDÂNCIA “É QUE” GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1–D A questão já começa com a apresentação de um conceito de concordância nominal. Contudo, por se tratar de caso de reciprocidade (a água e a terra estão laçadas entre si = entrelaçadas), o verbo, necessariamente, irá para o plural. Essa informação é apresentada na opção D. Em relação às demais opções: a) por haver essa idéia de reciprocidade, o adjetivo não poderia ficar no singular; b) os dois substantivos são femininos (água e terra), não havendo a possibilidade de flexionar o adjetivo no masculino; c) por ser recíproco, mesmo anteposto, o adjetivo deverá se flexionar no plural; e) o adjetivo se refere aos dois substantivos. 2–C Vimos que, quando na função de adjunto adnominal posposto aos nomes, existe a faculdade de concordância do adjetivo com o nome mais próximo (concordância atrativa – opção A) ou com o conjunto de substantivos a que se refere (concordância gramatical – opção B) – caso 1.2 da Aula 3. A única forma incorreta é a da letra C. Se for realizada a concordância atrativa, o adjetivo fica no feminino singular para se harmonizar com o substantivo proteção. Se a opção for pela concordância gramatical, por haver um elemento masculino (cuidado), o adjetivo fica no masculino plural (forçados). Não há, pois, possibilidade de o adjetivo ser empregado no feminino plural (opção C). Note que as opções D e E apresentam o adjetivo anteposto na função de adjunto adnominal (caso 1.1 da Aula 3). Neste caso, a única concordância possível é a atrativa (lembre-se da dica: tudo com a letra “a” – adjetivo anteposto na função de adjunto adnominal – concordância atrativa). www.pontodosconcursos.com.br 36