3. A mensagem é a mensagem.... (CASTELLS, 1997)
• Redes digitais de comunicação, interligam o mundo e
as pessoas e possibilitam o acesso simultâneo a
diversas mensagens individualizadas, utilizando
diferentes meios – a interatividade potencializa a
audiência.
• As práticas atuais de gestão vão ao encontro da
multidisciplinaridade, da flexibilidade, da velocidade, da
precisão e da pontualidade da informação.
• Estamos em um “novo paradigma digital”
fundamentado em uma “cultura digital”, termos
emergentes que vêm sendo apropriados por diferentes
setores e que incorpora perspectivas diversas sobre o
impacto das TIC e da conexão em rede na sociedade.
4. Informação na sociedade da informação
• O fluxo de informação, presente na
sociedade da informação, advém, em grande
parte,da emergência e da centralidade das
tecnologias de informação e comunicação –
TIC - no processo de produção e
desenvolvimento.
• As práticas sociais e culturais sofreram
mudanças em decorrência desse processo,
fazendo surgir, portanto, novas exigências e
desafios para a sociedade.
• Tal realidade coloca em discussão as novas
relações sociais e as experiências virtuais
emergentes, fazendo com que a sociedade
busque realizar uma prática interdisciplinar,
capaz de ampliar o escopo de atuação.
• Conseguimos identificar exigências e
apontar problemas, porém, o trabalho de
construção das soluções ideais ainda está
por ser executado.
5. Economia do conhecimento
• Vivemos em uma economia onde a
única certeza é a incerteza, sendo
o conhecimento a única fonte
mais confiável para a
competitividade.
• O conhecimento não deve ser
interpretado como uma questão
apenas de processamento da
informação nas organizações.
• Depende de insights, intuições e
de ideais tácitos e da
subjetividade das pessoas, onde o
elemento crítico é o
comprometimento pessoal e o
senso de identidade com a
sociedade contemporânea.
6. Papel estratégico da informação...
• A informação tem um papel estratégico
que não ocorre pela informação em si
mesma e sim pelo seu conteúdo
estratégico.
• O conteúdo estratégico não se manifesta
espontaneamente porque é apenas o
objeto de um processo.
• A informação enquanto processo exige a
mediação e da interação humanas,
pressupondo recursos intelectuais
(memória, imaginação, percepção e
raciocínio) organizados em torno de
metodologias que objetivam a
identificação dos conteúdos estratégicos.
7. Uma perspectiva diferente...
• Migramos da função de “carregar
informações em quantidade” para a
“necessidade de técnicas de
comunicação para filtrar, navegar no
saber e pensar juntos, em lugar de
carregar consigo grandes massas de
informação” (LÉVY, 1999).
• O que importa é que as informações
transitem, cresçam e aperfeiçoem-se
na interconexão humana e sejam
colocadas à disposição no momento
certo, às pessoas certas, na medida
adequada para ajudá-las na
compreensão da realidade e na
solução de questões específicas.
8. Concepções da informação
Criadores
Processadores MERCADORIA
Valor
RECURSO Econômico
Usuários Cadeia de
Produção
Poder e
FORÇA SOCIAL Fluxo
Contexto
PERCEPÇÃO DE e
PADRÕES Uso
Recebe Produz Efeitos
Efeitos e
e Impactos Impactos
9. Informação e conhecimento
INFORMAÇÃO CONHECIMENTO
Conjunto de dados que Referências a atividades
se transformam em cognitivas posteriores do
conhecimento por meio sujeito histórico ativo
da individualidade do individualmente, sendo
sujeito histórico ativo e restrito a ele e diferente
pode ser compartilhado para cada indivíduo.
coletivamente
Produto é Produto é
processado Produtor situa-se em um Individual e
e disseminado contexto histórico-social e é único.
coletivamente afetado por diversos fatores
e os afeta também
10. A gestão da informação na era digital: um espectro...
“A informação precisa ser considerada como
sendo estruturas significantes com a
competência de gerar conhecimento no
indivíduo, em seu grupo, ou na sociedade [...]
Fica estabelecida uma relação entre a informação
e o conhecimento que só se realiza se a
informação é percebida e aceita como tal,
colocando o indivíduo em um estágio melhor”.
(BARRETO, 2006).
11. Algumas tendências...
Existência de uma arquitetura de informação que
tenha novas linguagens e categorizações para
identificar e obter perfís e competências.
Oferta de uma arquitetura tecnológica mais social,
aberta, flexível e que atenda às necessidades
individuais e coletivas.
Criação de uma arquitetura de aplicações orientada
para a solução de problemas
e a representação do conhecimento.
13. E a atuação dos bibliotecários...
• Desempenho de atividades em
unidades de informação, desde as
denominadas bibliotecas, centros de
documentação / informação, redes de
bibliotecas, sistemas de informação e
bases de dados, até as bibliotecas
digitais e virtuais, entre outras, bem
como no gerenciamento de meios
eletrônicos de comunicação: correio
eletrônico (“e-mail”), listas de
discussão, salas virtuais (”chats”), Bibliotecários passam a ser
“newsgroups”, blogs, facebook, mediadores e interagentes
twitter, teleconferências e outros
nesse cenário.
recursos.
14. Mediadores e interagentes?
• Assumir o papel de mediador e
interagente na sociedade da
informação significa :
• Investir na criação de competências
suficientemente amplas que lhes
permitam aplicar criativamente as
novas mídias, seja em usos simples e
rotineiros, sejam em aplicações mais
sofisticadas.
• Trata-se também de “aprender a
aprender”, de modo a serem capazes
de lidar positivamente com a
contínua e acelerada transformação
da base tecnológica, acessar a
informação de forma inteligente e
contribuir com a construção do
conhecimento.
15. Mediação nas bibliotecas: primórdios...
• Paul Otlet (1934) já indicava que a função do bibliotecário era
“organizar e administrar uma biblioteca”, sendo ele uma mistura
de educador, de trabalhador intelectual e manual, de gestor e de
organizador.
•Seu objetivo central deveria ser de “dar a conhecer as
possibilidades do livro” mediante motivação:
• Intelectual – considerando-se que o livro e a biblioteca pertencem
ao mundo da ciência, da estética, da moral e do espiritual.
• Técnica – conseguir que qualquer operação ocorra com os
melhores procedimentos, os melhores materiais, os melhores
instrumentos e as melhores pessoas.
• Social – demonstrar preocupação em ser útil ao maior número de
pessoas e trabalhar sempre para o progresso da sociedade.
• Ser um “servidor dos servidores da ciência”, atuando na
mediação do movimento universal em prol das bibliotecas para o
alcance do progresso geral da humanidade, por assumir sua
missão de “assistência ao leitor e ao pesquisador”.
16. Mediação: um processo...
• A mediação é considerada como um processo de interlocução
ou interação entre os membros de uma comunidade, pelo qual
se estabelecem laços de sociabilidade.
• A linguagem e a ação comum são os fatores privilegiados de
mediação em informação.
• Apresenta uma tipologia própria:
Distribuída ou
Partilhada Cumulativa
Institucional
Ocorre em serviços em Novas soluções e produtos
Corresponde às instituições
mídia digital que que se inovam e expandem com
culturais como as bibliotecas,
pertencem a entidades as TIC traz consigo a figura do
sendo exercida por
coletivas ou indivíduos usuário-produtor e isso requer
bibliotecários e partilhada com
em que os mediadores mediação de um interagente
outros profissionais.
localizam, selecionam idêntico ou similar.
e disponibilizam
conteúdos interativos.
17. Desagregação e colaboração: um novo espectro
• Redução de conteúdo e
instituições para unidades
pequenas de uso e interação.
• Usuários desejam o acesso a
micro-conteúdos.
• Ferramentas de comunicação
síncrona, blogs, software open
source são utilizados em larga
escala como manifestações de
colaboração.
• Mais do que conectar-se o
conectar-
importante é contextualizar-se
contextualizar-se.
18. Mediação: processo colaborativo...
• O bibliotecário mediador e interagente caracteriza-se pela escolha direta de
repertórios e conteúdos, uma marca própria deixada na elaboração de
metadados, com a preocupação com o excesso de informação e que o usuário
não consiga acessar e utilizar a informação de forma inteligente.
• É importante a colaboração do bibliotecário em cenário de information
overload que vivenciamos ser principalmente um educador no sentido de
propiciar o desenvolvimento da competência em informação, entendida como
o conjunto de competências críticas (cognitivas) dos usuários na busca, na
avaliação e no uso da informação disponível.
Esse processo requer profissionais dotados de múltiplos perfis, apostando
em praticar uma mediação da informação de acordo com uma lógica
relacional onde tempo, espaço e transações devem permitir ter a
informação ao alcance dos dedos, porém, abrangendo o coletivo de uma
sociedade.
19. Algumas tendências que afetam o futuro dos
bibliotecários...
• Reorientação dos serviços para just-for-you
• Novos setores e usuários da informação –
nativos digitais
• Expansão de trabalho e aprendizagem
colaborativa
• Expansão da procura pelo desenvolvimento
da competência em informação
• Necessidade de serviços para
usuários/produtores de informação
remotos e à distância
• Entre outras...
20. Bibliotecários como mediadores...
• Devem continuar a cumprir sua missão – encontrar a informação
para uso profissional e social, tratá-la para aumentar a sua
qualidade, geri-la, torná-la facilmente acessível e transmiti-la aos
usuários/cidadãos.
• Os meios para o cumprimento dessa missão é que evoluem muito
rapidamente, obrigando os bibliotecários a assumir novas
atividades e a desenvolver competências, cujas fronteiras não
estão muito bem definidas e suas terminologias nem sempre
estão bem determinadas.
21. Desenvolvimento de competências dos
bibliotecários...
• Por um longo período prevaleceu o saber-fazer sobre o
saber-ser.
• O processo de desenvolvimento de competências baseia-
se em habilidades e aptidões que envolvem todas as
dimensões das pessoas.
• A ênfase é oferecida à capacidade crítica e de autonomia,
no espírito de iniciativa com audácia, na responsabilidade
e na flexibilidade em face da mudança e do inusitado, além
de uma visão empreendedora.
• Isso implica em rupturas tanto na dinâmica interna dos
espaços institucionais como também na própria dinâmica
dos espaços sociais.
22. Domínios de competências dos bibliotecários...
(INCITE, 2005)
• Grupo I – Informação
• Considerado o “coração da profissão”, agrupa domínios de competências que qualquer
bibliotecário deve possuir, em maior ou menor nível e em condições de trabalho
diversas.
• Grupo T – Tecnologias
• Compreende domínios de competências que não têm em comum apenas assegurar
uma função essencial, mas utilizar os mesmos instrumentos materiais e intelectuais
mediados pelas tecnologias emergentes.
• Grupo C – Comunicação
• Considera que as noções de informação e comunicação são interdependentes e os
meios utilizados são complementares.
• Grupo M – Gestão (Management)
• Entendido como sendo a necessidade da informação ser gerida e que as exigências
dessa gestão têm repercussões sobre a qualidade da informação que se quer
transmitir e sobre os meios de transmissão.
• Grupo S – Outros Saberes
• São as competências complementares que permitem ao bibliotecário ser conhecedor e
versado sobre outros temas/áreas.
23. Níveis dos domínios de competências...
• Sensibilização
• Conhecimento de práticas
• Domínio de ferramentas
• Domínio da metodologia
24. Algumas competências pessoais...
• Procurar desafios e capitalizar novas oportunidades.
• Ter visão sistêmica.
• Comunicar efetivamente.
• Apresentar idéias de forma clara e negociar de forma
ética e convincente.
• Estabelecer parcerias e alianças.
• Construir ambiente de respeito mútuo e de
valorização da diversidade.
• Aplicar uma abordagem de equipe, reconhecendo o
equilíbrio da colaboração e liderança.
• Assumir desafios e riscos calculados.
• Planejar, estabelecendo prioridades e focando-se no
que for considerado como sendo crítico.
• Planejar a carreira profissional.
• Pensar de forma criativa e inovadora.
• Reconhecer o valor das redes profissionais.
• Equilibrar o trabalho, a família e as obrigações
comunitárias.
• Permanecer flexível e positivo em tempos de
mudanças permanentes e ágeis.
25. Como desenvolver esse perfil?
“ [...] Em meio ao mundo fascinante que se vislumbra no
horizonte, no qual os indivíduos terão acesso a todas as
informações que necessitem realmente [...] é também um
mundo de características algo assustadoras, na medida
em que dele ainda não se conhecem nitidamente os
contornos ou o quanto o novo ambiente representará em
termos de ampliação da liberdade de opções[...]”
(VERGUEIRO, 1997).
26. REFERÊNCIAS
BARRETO, A. de A. Os destinos da ciência da informação. Ciência da
Informação, Brasília, v.35, n.1, p.45-56, jan./abr. 2006.
DRABENSTOTT, K. M.; BURMAN, C. M.; MACEDO, N. D. de. Revisão
analítica da biblioteca do futuro. Ciência da Informação, Brasília, v.26 ,n.2 ,
1997 Disponível em: http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/401/360
Acesso em: 2 out. 2009.
EUROPEAN COUNCIL OF INFORMATION ASSOCIATION (ECIA). Euro-
referencial I-D: competências e aptidões dos profissionais europeus de
informação-documentação. Lisboa: INCITE, 2005. v.1.
ZAVAZONI, R. ; COHN, S. Cultura digital.br. Rio de Janeiro: Beco do
Azougue, 2009.
VERGUEIRO, W. de C. S. O futuro das bibliotecas e o desenvolvimento de
coleções : perspectivas de atuação para uma realidade em efervescência.
Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v.2, n.1, p.93-107,
jul./dez. 1997.
27. Mensagem final...
“Onde quer que você veja um negócio de
sucesso, pode acreditar que ali houve, um
dia, uma decisão corajosa”.
(Peter Drucker)
Muito Obrigada.