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Produção de Pleurotus djamor UNIVILLE 001 em casca
                      de banana

                     MORAIS, M.S.; FURLAN, S.A.; WISBECK, E.

           Palavras –chaves: Pleurotus djamor; casca de banana; cultivo sólido

   Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE – C.P. 246 - CEP 89201-972 – Joinville – SC –
                                      sfurlan@univille.edu.br



A palha das folhas da bananeira são resíduos agro-industriais encontrados na Região
Nordeste de Santa Catarina e são, tradicionalmente, dispostas no solo como cobertura
morta. A casca de banana é um resíduo gerado em empresas de processamento da banana e
provoca transtornos como proliferação de mosquitos. Um destino alternativo para estes
resíduos é a utilização na produção de fungos do gênero Pleurotus. Fungos do gênero
Pleurotus são comestíveis da classe dos Basidiomicetos possuindo elevado potencial
nutricional e terapêutico. Estudos mostram que o gênero possui aminoácidos essenciais,
ácidos graxos insaturados, proteína de qualidade, carboidratos, fibra bruta, vitaminas do
complexo B, ácido fólico, potássio, fósforo e ferro disponível. Com relação ao potencial
terapêutico, além da capacidade de modular o sistema imunológico, possui atividade
hipoglicêmica e antitrombótica, diminui a pressão arterial e colesterol sangüíneo, e possui
ação antitumoral, antinflamatória e antimicrobiana. O gênero Pleurotus cresce em uma
ampla variedade de resíduos agro-florestais sendo a palha da bananeira e a casca da banana
resíduos encontrados na Região Norte de Santa Catarina. Possuem um complexo
enzimático lignocelulolítico único, que os habilita a decompor substratos indisponíveis para
a grande maioria dos organismos como a lignina e a celulose. Com o intuito de valorizar os
resíduos da cultura da banana, este trabalho teve por objetivo o aproveitamento da casca da
banana para produção de corpos frutíferos (cogumelos) de Pleurotus djamor UNIVILLE
001, isolado no Campus I da UNIVILLE. A produção de corpos frutíferos foi feita
utilizando-se casca seca de banana e palha de bananeira, esterilizadas a 121ºC ou
pasteurizadas em vapor d’água por 1 hora. Os parâmetros avaliados foram o rendimento (R
%), a eficiência biológica (EB%). Não foram observadas diferenças significativas, para os
dois parâmetros estudados, entre os substratos esterilizados e pasteurizados. Assim, a
pasteurização, por ser um processo mais simples e econômico do que a esterilização ficou
definida como o tratamento térmico para o substrato casca seca de banana na produção de
P. djamor. Avaliando-se o rendimento dos substratos pasteurizados proveniente da mistura
casca seca de banana e palha de bananeira nas proporções 1:1 e 1:2, verificou-se em torno
de 52% de R, para os dois substratos, sem diferença significativa. No entanto a eficiência
biológica do substrato casca seca de banana e palha de bananeira (1:2) foi superior que a
eficiência biológica do substrato casca seca de banana e palha de bananeira (1:1) e (1:0),
sendo 5,0, 4,5 e 3,7%, respectivamente.
Autoclavado
         60                                                Pasteurizado


         50



         40
R (%)




         30



         20



         10



             0
                  R 1:0                 R 1:1               R 1:2
                          Casca seca: palha de bananeira




                                                      Autoclavado
         6                                            Pasteurizado


         5



         4
EB (%)




         3



         2



         1



         0
                 EB 1:0               EB 1:1               EB 1:2
                          Casca seca: palha de bananeira

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Produção de Pleurotus djamor UNIVILLE 001 em casca de bananaem

  • 1. Produção de Pleurotus djamor UNIVILLE 001 em casca de banana MORAIS, M.S.; FURLAN, S.A.; WISBECK, E. Palavras –chaves: Pleurotus djamor; casca de banana; cultivo sólido Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE – C.P. 246 - CEP 89201-972 – Joinville – SC – sfurlan@univille.edu.br A palha das folhas da bananeira são resíduos agro-industriais encontrados na Região Nordeste de Santa Catarina e são, tradicionalmente, dispostas no solo como cobertura morta. A casca de banana é um resíduo gerado em empresas de processamento da banana e provoca transtornos como proliferação de mosquitos. Um destino alternativo para estes resíduos é a utilização na produção de fungos do gênero Pleurotus. Fungos do gênero Pleurotus são comestíveis da classe dos Basidiomicetos possuindo elevado potencial nutricional e terapêutico. Estudos mostram que o gênero possui aminoácidos essenciais, ácidos graxos insaturados, proteína de qualidade, carboidratos, fibra bruta, vitaminas do complexo B, ácido fólico, potássio, fósforo e ferro disponível. Com relação ao potencial terapêutico, além da capacidade de modular o sistema imunológico, possui atividade hipoglicêmica e antitrombótica, diminui a pressão arterial e colesterol sangüíneo, e possui ação antitumoral, antinflamatória e antimicrobiana. O gênero Pleurotus cresce em uma ampla variedade de resíduos agro-florestais sendo a palha da bananeira e a casca da banana resíduos encontrados na Região Norte de Santa Catarina. Possuem um complexo enzimático lignocelulolítico único, que os habilita a decompor substratos indisponíveis para a grande maioria dos organismos como a lignina e a celulose. Com o intuito de valorizar os resíduos da cultura da banana, este trabalho teve por objetivo o aproveitamento da casca da banana para produção de corpos frutíferos (cogumelos) de Pleurotus djamor UNIVILLE 001, isolado no Campus I da UNIVILLE. A produção de corpos frutíferos foi feita utilizando-se casca seca de banana e palha de bananeira, esterilizadas a 121ºC ou pasteurizadas em vapor d’água por 1 hora. Os parâmetros avaliados foram o rendimento (R %), a eficiência biológica (EB%). Não foram observadas diferenças significativas, para os dois parâmetros estudados, entre os substratos esterilizados e pasteurizados. Assim, a pasteurização, por ser um processo mais simples e econômico do que a esterilização ficou definida como o tratamento térmico para o substrato casca seca de banana na produção de P. djamor. Avaliando-se o rendimento dos substratos pasteurizados proveniente da mistura casca seca de banana e palha de bananeira nas proporções 1:1 e 1:2, verificou-se em torno de 52% de R, para os dois substratos, sem diferença significativa. No entanto a eficiência biológica do substrato casca seca de banana e palha de bananeira (1:2) foi superior que a eficiência biológica do substrato casca seca de banana e palha de bananeira (1:1) e (1:0), sendo 5,0, 4,5 e 3,7%, respectivamente.
  • 2. Autoclavado 60 Pasteurizado 50 40 R (%) 30 20 10 0 R 1:0 R 1:1 R 1:2 Casca seca: palha de bananeira Autoclavado 6 Pasteurizado 5 4 EB (%) 3 2 1 0 EB 1:0 EB 1:1 EB 1:2 Casca seca: palha de bananeira