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Modelagem da Venda de
Revistas



          Mônica Barros


            Julho de 1999


             info@mbarros.com   1
Modelagem Matemática e
Previsão de Negócios

 Em todas as empresas, grandes e pequenas,
 é necessário fazer projeções.

 Em muitos casos, as projeções são obtidas
 de maneira subjetiva, a partir do
 conhecimento do negócio, e baseadas em
 anos de experiência do analista.



                 info@mbarros.com            2
Modelagem Matemática e
Previsão de Negócios

 Estas previsões “subjetivas” são importantes,
 pois utilizam uma capacidade única do nosso
 cérebro:
   reconhecer padrões e fazer conjecturas sobre a
   realidade baseadas num número imenso de
   informações.


 Entretanto, muitas vezes estas projeções
 “subjetivas” não são suficientes !!!

                   info@mbarros.com                 3
Modelagem Matemática e
Previsão de Negócios

   Por exemplo, como justificar que a meta de vendas
   estabelecida pela empresa é irreal? O argumento
   do “eu acho que ...” cai por terra facilmente em
   situações como esta !

   Por isso é essencial utilizarmos ferramentas
   adicionais para nos ajudar a compreender a
   realidade em que estamos inseridos e prever, com
   certo grau de confiabilidade, as variáveis
   relevantes para o nosso negócio.

                   info@mbarros.com                   4
Modelagem Matemática e
Previsão de Negócios



  Dados
                                  Tomada de
                 Modelo
                                   Decisão
               Estatístico
              (nossa área
Informação                         (cliente)
              de expertise)
  subjetiva
 (expertise
      do
   cliente)

               info@mbarros.com                5
Modelagem - algumas premissas


 Afinal, o que queremos ao modelar uma série
 temporal ???
   Capturar “toda” a estrutura de dependência
   existente;
   Logo, nos resíduos não deve “sobrar” estrutura,
   pois ela já foi captada pelo modelo;
   Explicar o comportamento da série com o menor
   número de parâmetros (parcimônia).



                   info@mbarros.com                  6
Em resumo ...


  Tratamento Apropriado
       das Incertezas




  Compromisso com a                  Decisões
      informação                     Gerenciais
   contida nos dados                 Coerentes


                  info@mbarros.com                7
Um pouco de teoria ...
Regressão Dinâmica

 Qual a diferença entre Regressão Dinâmica e
 os modelos “usuais” de regressão ?
   Nos modelos de regressão linear “usuais” os erros
   possuem as seguintes características:
     média zero,
     variância constante σ2,
     distribuição Normal,
     independência, o que implica na inexistência de
     correlação serial.



                      info@mbarros.com                 8
Um pouco de teoria ...
Regressão Dinâmica

   Na prática, ao modelarmos séries econômicas, os
   resíduos tendem a apresentar correlações
   positivas, e erros positivos tendem a ser seguidos
   por outros também positivos (idem para resíduos
   negativos).

    Nesta situação, o gráfico dos resíduos versus o
   índice dos tempos revela que os resíduos tendem a
   se agrupar em "blocos" de resíduos com o mesmo
   sinal.

                    info@mbarros.com                    9
Um pouco de teoria ...
Regressão Dinâmica
   Ao tentarmos modelar uma série temporal através de um
   modelo de regressão, a hipótese de independência dos
   ruídos não é realista , e os resultados e testes usados nos
   modelos de regressão não são válidos.

   Algumas conseqüências são ...
      os estimadores de σ2 e dos erros padrões dos coeficientes da
      regressão são subestimados, o que levaria à conclusão de que
      os estimadores são mais precisos do que na realidade,
      os intervalos de confiança para os parâmetros da regressão e os
      testes de hipóteses relacionados a estes intervalos perdem a
      validade.




                         info@mbarros.com                          10
Um pouco de teoria ...
Regressão Dinâmica

   Estes motivos nos levam a procurar
   procedimentos para "tratar" o problema de
   autocorrelação dos erros, pois ignorá-lo leva, em
   geral, a inúmeras conclusões errôneas.

   Em particular, a hipótese de independência dos
   erros não é realista no contexto de séries
   temporais, e os modelos de regressão dinâmica
   estendem os modelos usuais de regressão ao
   levantarem esta restrição.

                    info@mbarros.com                   11
Um pouco de teoria ... Regressão
Dinâmica

  A existência de autocorrelações significantes nos
  resíduos pode indicar uma das seguintes situações:
   1) Devemos incluir mais "lags“ (defasagens) da variável
     dependente ou,
   2) Devemos incluir "lags" adicionais das variáveis exógenas
     já presentes no modelo ou incluir novas variáveis causais.


  Em qualquer destas situações, o fato dos resíduos
  apresentarem autocorrelações significantes indica
  que algum tipo de estrutura presente na série Yt não
  foi captada pelo modelo.

                        info@mbarros.com                          12
Estudo de Caso - Vendas de
Revistas

 Características do mercado brasileiro
   Grande variedade de produtos
   Alta proporção de vendas em bancas
   Previsão da demanda é crucial, para que o editor
   seja capaz de planejar e ajustar a produção
   Neste estudo de caso consideramos apenas a
   demanda por revistas em bancas de jornais -
   excluem-se as vendas por assinatura!



                    info@mbarros.com                  13
Características do Problema


   Revistas são distribuídas nas bancas e recolhidas
   após um certo período de tempo, quando a banca
   recebe o novo exemplar.

   Encalhe = revistas que sobraram na banca.

   A situação ideal é o encalhe de apenas uma
   revista em cada banca, pois isso garante que a
   demanda foi satisfeita!


                    info@mbarros.com                14
Características do Problema


   Mesmo nesta situação ideal, o encalhe seria de
   alguns milhares de exemplares, pois existem
   dezenas de milhares de pontos de venda no Brasil.

   O objetivo principal deste projeto foi a estimação
   da demanda por 6 revistas com periodicidades
   aproximadamente quinzenais e mensais.




                    info@mbarros.com                    15
Características do Problema


   Duas das revistas eram “quase” quinzenais e as
   outras 4 tinham periodicidade mensal.

   As séries disponíveis eram relativamente curtas,
   exceto no caso de uma revista, para a qual
   existiam 9 anos de dados.

   O cliente nos forneceu séries de “demanda”
   criadas a partir das séries de vendas.


                    info@mbarros.com                  16
Características do Problema


  Estas séries de “demanda” foram criadas pelo
  cliente de maneira empírica, por um método
  heurístico que não levava em conta fatores como o
  crescimento da população ou mudanças de hábitos
  de consumo.

  Os valores da série de “demanda” eram sempre
  maiores que os valores das vendas correspondentes.
  O fator de correção (especificado pelo cliente)
  variava entre 0 e 20%.

                    info@mbarros.com                  17
Características do Problema


  O cliente insistiu no uso desta série de demanda,
  apesar dos nossos argumentos contrários, já que ela
  não era uma série “real”, diretamente observável, era
  apenas uma construção da empresa.

  Iremos nos referir à série de demanda como “vendas
  corrigidas”




                     info@mbarros.com                 18
Características do Problema

A série de vendas corrigidas estava sujeita a revisões
substanciais, especialmente no caso das revistas
quinzenais.

Estas revisões eram o “pesadelo dos previsores”, pois o
impacto nas previsões futuras era gigantesco.

As séries quinzenais eram particularmente difíceis de
tratar, pois não podïamos realmente “acreditar” nos
últimos 6 ou 8 valores fornecidos.

                     info@mbarros.com                    19
Características do Problema


 As séries quinzenais também eram relativamente curtas,
 começando em maio de 1993. Antes desta data, as duas
 revistas quinzenais eram mensais e tiveram sua
 preiodicidade alterada por razões estratégicas.


 O cliente necessitava de previsões 4 ou 5 passos à frente
 para as revistas quinzenais, o que dificultava ainda mais a
 nossa tarefa, por causa da incerteza nos últimos valores
 observados.


                     info@mbarros.com                  20
Implementação e Análise

  Após o recebimento dos novos dados, tínhamos menos
  de 24 horas para produzir as previsões das “vendas
  corrigidas”,que seriam usadas no planejamento da
  produção.

  Por causa disso consideramos apenas modelos de
  simples implementação, que poderiam ser facilmente
  ajustados e testados.

  Classes de modelos utilizados: regressão dinâmica e
  modelos Bayesianos univariados.
                    info@mbarros.com                21
Revista 1


   Publicação quinzenal
   Assuntos: ciência, saúde, tecnologia e natureza
   Público alvo: jovens de classe média cursando o
   ensino médio ou a universidade.
   A capa da revista poderia ter um efeito sobre as
   vendas e a demanda. Por isso criamos 3 variáveis
   dummy:
     saúde,
     tecnologia,
     natureza.


                   info@mbarros.com                   22
Revista 1


   Dummies para “saúde” e “tecnologia” foram
   significantes em modelos de regressão dinâmica.

   Em geral:
     saúde tende a incrementar as vendas corrigidas,
     tecnologia tende a reduzir a demanda.


   Outro fator importante: promoções, como jogos e
   kits fornecidos em conjunto com a revista.


                      info@mbarros.com                 23
Revista 1

 O padrão sazonal da série não é óbvio.

 O nível da demanda parece exibir uma tendência de
 crescimento a partir da edição 38, mas o nível atual da
 demanda não atingiu os valores extremos observados
 nas edições 3 e 18.

 Acreditamos que esta tendência de crescimento nas
 últimas edições é decorrente do Plano Real (Julho de
 1994).

                     info@mbarros.com                 24
Revista 1

 Criamos uma variável dummy para expressar o efeito
 do Plano Real, e ela foi significante em todos os
 meses, exceto no último mês ajustado.

 A mesma tendência de crescimento foi observada nas
 outras 5 revistas e, em todos os casos, o efeito do
 Plano Real foi significante.

 Além disso, o cliente mudou sua política de
 promoções, e não implementou qualquer promoção a
 partir de dezembro de 1993.

                   info@mbarros.com               25
Erros de Previsão



                                MAGAZIN E GC

                                P re d ic te d                             P re d ic te d
                                D e ma nd             % E rro r            D e ma nd         % E rro r
                                D y na mic            D y na mic           B a y e s ia n    B a y e s ia n
E D IT ION   T rue D e ma nd    R e g re s s io n     R e g re s s io n    Mo d e l          Mo d e l
          41            31.30                    29.3               6.39                34.5          -10.22
          42            40.60                    32.8             19.21                 38.8            4.43
          43            43.40                    29.8             31.34                 35.6           17.97




                                                info@mbarros.com                                               26
Revista GC


   Os erros de previsão são altos em alguns casos.

   Isto se deve, em parte, à alta instabilidade na série
   (quedas e aumentos da demanda na ordem de 30%
   não são incomuns!)

   O Modelo Linear Dinâmico (com intervenção)
   parece ter uma performance ligeiramente superior
   à do modelo de Regressão Dinâmica.


                     info@mbarros.com                  27
Nível (Smoothed)




               info@mbarros.com   28
Taxa de Crescimento (Smoothed)




               info@mbarros.com   29
Fatores Sazonais




               info@mbarros.com   30
Em Resumo ...


 O nosso enfoque em modelagem é ...
   Pragmático: DEIXE A REALIDADE SUGERIR O
   MODELO !!
   Centrado nos resultados, e não em uma ou outra
   metodologia!


 “YOU MUST FALL IN LOVE WITH YOUR
 DATA, BUT NOT ALWAYS WITH YOUR
 MODEL” G. M. Jenkins, (1979)
                   info@mbarros.com                 31

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Modelagem Revistas

  • 1. Modelagem da Venda de Revistas Mônica Barros Julho de 1999 info@mbarros.com 1
  • 2. Modelagem Matemática e Previsão de Negócios Em todas as empresas, grandes e pequenas, é necessário fazer projeções. Em muitos casos, as projeções são obtidas de maneira subjetiva, a partir do conhecimento do negócio, e baseadas em anos de experiência do analista. info@mbarros.com 2
  • 3. Modelagem Matemática e Previsão de Negócios Estas previsões “subjetivas” são importantes, pois utilizam uma capacidade única do nosso cérebro: reconhecer padrões e fazer conjecturas sobre a realidade baseadas num número imenso de informações. Entretanto, muitas vezes estas projeções “subjetivas” não são suficientes !!! info@mbarros.com 3
  • 4. Modelagem Matemática e Previsão de Negócios Por exemplo, como justificar que a meta de vendas estabelecida pela empresa é irreal? O argumento do “eu acho que ...” cai por terra facilmente em situações como esta ! Por isso é essencial utilizarmos ferramentas adicionais para nos ajudar a compreender a realidade em que estamos inseridos e prever, com certo grau de confiabilidade, as variáveis relevantes para o nosso negócio. info@mbarros.com 4
  • 5. Modelagem Matemática e Previsão de Negócios Dados Tomada de Modelo Decisão Estatístico (nossa área Informação (cliente) de expertise) subjetiva (expertise do cliente) info@mbarros.com 5
  • 6. Modelagem - algumas premissas Afinal, o que queremos ao modelar uma série temporal ??? Capturar “toda” a estrutura de dependência existente; Logo, nos resíduos não deve “sobrar” estrutura, pois ela já foi captada pelo modelo; Explicar o comportamento da série com o menor número de parâmetros (parcimônia). info@mbarros.com 6
  • 7. Em resumo ... Tratamento Apropriado das Incertezas Compromisso com a Decisões informação Gerenciais contida nos dados Coerentes info@mbarros.com 7
  • 8. Um pouco de teoria ... Regressão Dinâmica Qual a diferença entre Regressão Dinâmica e os modelos “usuais” de regressão ? Nos modelos de regressão linear “usuais” os erros possuem as seguintes características: média zero, variância constante σ2, distribuição Normal, independência, o que implica na inexistência de correlação serial. info@mbarros.com 8
  • 9. Um pouco de teoria ... Regressão Dinâmica Na prática, ao modelarmos séries econômicas, os resíduos tendem a apresentar correlações positivas, e erros positivos tendem a ser seguidos por outros também positivos (idem para resíduos negativos). Nesta situação, o gráfico dos resíduos versus o índice dos tempos revela que os resíduos tendem a se agrupar em "blocos" de resíduos com o mesmo sinal. info@mbarros.com 9
  • 10. Um pouco de teoria ... Regressão Dinâmica Ao tentarmos modelar uma série temporal através de um modelo de regressão, a hipótese de independência dos ruídos não é realista , e os resultados e testes usados nos modelos de regressão não são válidos. Algumas conseqüências são ... os estimadores de σ2 e dos erros padrões dos coeficientes da regressão são subestimados, o que levaria à conclusão de que os estimadores são mais precisos do que na realidade, os intervalos de confiança para os parâmetros da regressão e os testes de hipóteses relacionados a estes intervalos perdem a validade. info@mbarros.com 10
  • 11. Um pouco de teoria ... Regressão Dinâmica Estes motivos nos levam a procurar procedimentos para "tratar" o problema de autocorrelação dos erros, pois ignorá-lo leva, em geral, a inúmeras conclusões errôneas. Em particular, a hipótese de independência dos erros não é realista no contexto de séries temporais, e os modelos de regressão dinâmica estendem os modelos usuais de regressão ao levantarem esta restrição. info@mbarros.com 11
  • 12. Um pouco de teoria ... Regressão Dinâmica A existência de autocorrelações significantes nos resíduos pode indicar uma das seguintes situações: 1) Devemos incluir mais "lags“ (defasagens) da variável dependente ou, 2) Devemos incluir "lags" adicionais das variáveis exógenas já presentes no modelo ou incluir novas variáveis causais. Em qualquer destas situações, o fato dos resíduos apresentarem autocorrelações significantes indica que algum tipo de estrutura presente na série Yt não foi captada pelo modelo. info@mbarros.com 12
  • 13. Estudo de Caso - Vendas de Revistas Características do mercado brasileiro Grande variedade de produtos Alta proporção de vendas em bancas Previsão da demanda é crucial, para que o editor seja capaz de planejar e ajustar a produção Neste estudo de caso consideramos apenas a demanda por revistas em bancas de jornais - excluem-se as vendas por assinatura! info@mbarros.com 13
  • 14. Características do Problema Revistas são distribuídas nas bancas e recolhidas após um certo período de tempo, quando a banca recebe o novo exemplar. Encalhe = revistas que sobraram na banca. A situação ideal é o encalhe de apenas uma revista em cada banca, pois isso garante que a demanda foi satisfeita! info@mbarros.com 14
  • 15. Características do Problema Mesmo nesta situação ideal, o encalhe seria de alguns milhares de exemplares, pois existem dezenas de milhares de pontos de venda no Brasil. O objetivo principal deste projeto foi a estimação da demanda por 6 revistas com periodicidades aproximadamente quinzenais e mensais. info@mbarros.com 15
  • 16. Características do Problema Duas das revistas eram “quase” quinzenais e as outras 4 tinham periodicidade mensal. As séries disponíveis eram relativamente curtas, exceto no caso de uma revista, para a qual existiam 9 anos de dados. O cliente nos forneceu séries de “demanda” criadas a partir das séries de vendas. info@mbarros.com 16
  • 17. Características do Problema Estas séries de “demanda” foram criadas pelo cliente de maneira empírica, por um método heurístico que não levava em conta fatores como o crescimento da população ou mudanças de hábitos de consumo. Os valores da série de “demanda” eram sempre maiores que os valores das vendas correspondentes. O fator de correção (especificado pelo cliente) variava entre 0 e 20%. info@mbarros.com 17
  • 18. Características do Problema O cliente insistiu no uso desta série de demanda, apesar dos nossos argumentos contrários, já que ela não era uma série “real”, diretamente observável, era apenas uma construção da empresa. Iremos nos referir à série de demanda como “vendas corrigidas” info@mbarros.com 18
  • 19. Características do Problema A série de vendas corrigidas estava sujeita a revisões substanciais, especialmente no caso das revistas quinzenais. Estas revisões eram o “pesadelo dos previsores”, pois o impacto nas previsões futuras era gigantesco. As séries quinzenais eram particularmente difíceis de tratar, pois não podïamos realmente “acreditar” nos últimos 6 ou 8 valores fornecidos. info@mbarros.com 19
  • 20. Características do Problema As séries quinzenais também eram relativamente curtas, começando em maio de 1993. Antes desta data, as duas revistas quinzenais eram mensais e tiveram sua preiodicidade alterada por razões estratégicas. O cliente necessitava de previsões 4 ou 5 passos à frente para as revistas quinzenais, o que dificultava ainda mais a nossa tarefa, por causa da incerteza nos últimos valores observados. info@mbarros.com 20
  • 21. Implementação e Análise Após o recebimento dos novos dados, tínhamos menos de 24 horas para produzir as previsões das “vendas corrigidas”,que seriam usadas no planejamento da produção. Por causa disso consideramos apenas modelos de simples implementação, que poderiam ser facilmente ajustados e testados. Classes de modelos utilizados: regressão dinâmica e modelos Bayesianos univariados. info@mbarros.com 21
  • 22. Revista 1 Publicação quinzenal Assuntos: ciência, saúde, tecnologia e natureza Público alvo: jovens de classe média cursando o ensino médio ou a universidade. A capa da revista poderia ter um efeito sobre as vendas e a demanda. Por isso criamos 3 variáveis dummy: saúde, tecnologia, natureza. info@mbarros.com 22
  • 23. Revista 1 Dummies para “saúde” e “tecnologia” foram significantes em modelos de regressão dinâmica. Em geral: saúde tende a incrementar as vendas corrigidas, tecnologia tende a reduzir a demanda. Outro fator importante: promoções, como jogos e kits fornecidos em conjunto com a revista. info@mbarros.com 23
  • 24. Revista 1 O padrão sazonal da série não é óbvio. O nível da demanda parece exibir uma tendência de crescimento a partir da edição 38, mas o nível atual da demanda não atingiu os valores extremos observados nas edições 3 e 18. Acreditamos que esta tendência de crescimento nas últimas edições é decorrente do Plano Real (Julho de 1994). info@mbarros.com 24
  • 25. Revista 1 Criamos uma variável dummy para expressar o efeito do Plano Real, e ela foi significante em todos os meses, exceto no último mês ajustado. A mesma tendência de crescimento foi observada nas outras 5 revistas e, em todos os casos, o efeito do Plano Real foi significante. Além disso, o cliente mudou sua política de promoções, e não implementou qualquer promoção a partir de dezembro de 1993. info@mbarros.com 25
  • 26. Erros de Previsão MAGAZIN E GC P re d ic te d P re d ic te d D e ma nd % E rro r D e ma nd % E rro r D y na mic D y na mic B a y e s ia n B a y e s ia n E D IT ION T rue D e ma nd R e g re s s io n R e g re s s io n Mo d e l Mo d e l 41 31.30 29.3 6.39 34.5 -10.22 42 40.60 32.8 19.21 38.8 4.43 43 43.40 29.8 31.34 35.6 17.97 info@mbarros.com 26
  • 27. Revista GC Os erros de previsão são altos em alguns casos. Isto se deve, em parte, à alta instabilidade na série (quedas e aumentos da demanda na ordem de 30% não são incomuns!) O Modelo Linear Dinâmico (com intervenção) parece ter uma performance ligeiramente superior à do modelo de Regressão Dinâmica. info@mbarros.com 27
  • 28. Nível (Smoothed) info@mbarros.com 28
  • 29. Taxa de Crescimento (Smoothed) info@mbarros.com 29
  • 30. Fatores Sazonais info@mbarros.com 30
  • 31. Em Resumo ... O nosso enfoque em modelagem é ... Pragmático: DEIXE A REALIDADE SUGERIR O MODELO !! Centrado nos resultados, e não em uma ou outra metodologia! “YOU MUST FALL IN LOVE WITH YOUR DATA, BUT NOT ALWAYS WITH YOUR MODEL” G. M. Jenkins, (1979) info@mbarros.com 31