Abel Salazar era um médico, professor e artista português nascido em 1889 em Guimarães. Formou-se em medicina em 1915 e tornou-se professor de histologia e embriologia, fundando o Instituto de Histologia e Embriologia da Faculdade de Medicina do Porto. Deixou a vida académica em 1935 para se dedicar às artes, produzindo pinturas, gravuras e esculturas. Faleceu em 1946 e foi homenageado pela Universidade do Porto, que deu seu nome ao Instituto de Ciências Biomédicas.
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Homenagem à memória de Abel Salazar, médico, professor e artista português
1. Homenagem à memória
de
Abel Salazar
Trabalho Realizado por:
Daniela nº9
Joana Magalhães nº16
Márcia Teixeira nº17
Sofia Santos nº24
2. Abel de Lima Salazar era filho de Adolfo Barroso Pereira Salazar e Adelaide
da Luz Silva Lima Salazar.
Nasceu em Guimarães, a 19 de Julho de 1889.
Adelaide Salazar Adolfo Salazar* Abel Salazar com um ano
*Foi secretário e bibliotecário da Sociedade
Martins Sarmento, professor de francês na
Escola Industrial Francisco da Holanda e
escrevia para a “Revista de Guimarães”.
3. Abel Salazar, completou a escola primária e parte do secundário no Seminário-Liceu,
em Guimarães, onde foi aluno distinto e premiado.
Abel Salazar matriculou-se em 1903 no Liceu Central do Porto, em S. Bento da
Vitória, onde se manteve até à conclusão da 7ª Classe de Ciências no ano letivo
de1906/1907.
Foi aqui que revelou o seu gosto e talento pelo desenho, através de caricaturas dos
mestres. Desta forma, ganhou a admiração dos seus companheiros.
4. Em 1909, Abel Salazar entrou na Escola Médico-Cirúrgica do Porto e em 1915
concluiu o seu curso de Medicina, onde apresentou a tese inaugural “Ensaio de
Psicologia Filosófica” classificada com 20 valores.
Em 1918, Abel Salazar foi nomeado Professor Catedrático de Histologia e Embriologia.
Nesse mesmo ano, foi também, fundador e dirigente do Instituto de Histologia
e Embriologia da Faculdade de Medicina do Porto, onde realizou uma série de notáveis
trabalhos de investigação.
Para aquela época, Abel Salazar
foi um pedagogo inovador, uma
vez que a sua atividade docente
era uma investigação coletiva, e
Ele mesmo era um companheiro
de trabalho, privilegiando o
confronto de ideias e dando
liberdade aos alunos de
aparecerem nas horas que mais
lhes conviessem.
5. Em 1926, ao fim de 10 anos de trabalho, Abel Salazar rende-se ao cansaço e à depressão,
sofrendo um esgotamento que o leva a interromper a sua atividade universitária durante
quatro anos.
Nesta altura, Abel Salazar demonstra a sua força de caráter e dedica-se às Artes. Escreve
“Uma Primavera em Itália”, “Recordações do Minho Arcaico”, “Filosofia da Arte”, “Notas sobre
Arte Portuguesa”, “A Morte da Fantasia” e mais de 200 desenhos entre esboços e estudos para
quadros.
De regresso à Faculdade em 1931, cheio de projetos, encontra o seu gabinete desmantelado.
Em 1935 deixa o cargo.
Abel Salazar foi Professor
Universitário, Investigador
Científico e Criador de
Ciência.
6. O afastamento da vida académica permitiu-lhe desenvolver em sua casa
uma produção artística variada na temática e na expressão plástica: gravura,
pintura (paisagens, retratos, ilustração da vida da mulher trabalhadora e da
mulher parisiense, pintura mural, aguarelas, desenhos, caricaturas,
escultura e cobres martelados: caso único entre os artistas contemporâneos).
7. Em 1941, o Instituto para a Alta Cultura cria um Centro de Estudos Microscópicos,
na Faculdade de Farmácia, cuja direção é confiada a Abel Salazar. O Centro funciona
sem condições materiais e financeiras, contudo Abel Salazar continua a fazer
investigação com a ajuda de Adelaide Estrada. Abel Salazar fez deste laboratório, por
vezes, um atelier de escultura.
Abel Salazar na Faculdade de Farmácia Adelaide Estrada e Abel Salazar
8. Abel Salazar morreu em Lisboa, na casa de sua irmã Dulce Salazar, a 29
de Dezembro de 1946, com 57 anos de idade, vítima de cancro pulmonar. O
seu funeral deu-se no cemitério do Prado do Repouso.
A sua morte transformou-se num momento de contestação ao regime e
numa invulgar manifestação de luto, com milhares de pessoas a acompanhar
o cortejo fúnebre.
Tal como no caso dos grandes homens, porém, uma figura como a de Abel
Salazar não se confina aos momentos que marcaram a sua existência física,
antes continua e se projeta no futuro pela obra que produziu, pela linha do
seu comportamento, pela coerência dos seus actos e pelo devotamento às
grandes causas da Humanidade.
Em 1975, a Universidade do Porto prestou-lhe homenagem dando o seu
nome ao recém-criado Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Para
além disso, a casa de Abel Salazar, passou a ser conhecida como “Casa
Museu Abel Salazar”, onde é palco de várias homenagens a Ele.