2. Aula 01 – O Período colonial
1 O sentido da colonização
2 A sociedade colonial
3 Escravidão e trabalho compulsório
4 Colonização do interior
5 Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid
6 O período minerador
7Os levantes coloniais
7. 1 O Sentido da Colonização - Mercantilismo e colonização
. No modelo feudal, os gastos com a burocracia e administração eram
responsabilidade dos senhores feudais (principalmente forças armadas)
. Na transição do modelo feudal para o Mercantilismo, os Estados encontraram no
colonialismo a forma para sustentar estes novos gastos com a administração
. O principal sentido da colonização é o Mercantilismo
. No caso do Brasil, inicialmente o principal sentido foi geopolítico – manutenção do
Atlântico (o “mar português”)
. O primeiro modelo de colonização no Brasil foi o de capitanias hereditárias –
replicando modelo feudal português
. O Mercantilismo é a expressão econômica e o Absolutismo é a expressão política dos
monopólios assumidos pelos Estados ao final do período feudal
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8. 2 A Sociedade colonial – Colonizador, Colono, Colonizado
. Na hierarquia medieval, o senhor de terras era nobre e o comerciante era um pária da sociedade
. Na colônia esta lógica se invertia e o comerciante era o representante do rei, tendo mais poderes do que os
senhores de terras
. Os senhores coloniais (colonos) dependiam dos comerciantes (colonizadores) para o abastecimento de
escravos e para o escoamento da produção
. No entanto os senhores coloniais mantinham a presunção de nobreza e o preconceito contra os
comerciantes
. Na colônia as terras eram abundantes, e o fator de produção mais importante era a posse de escravos
. Quanto mais longe dos centros urbanos, mais difuso o poder da metrópole
. Hierarquia colonial: Colonizadores >> Colonos >> Colonizados
. Trabalho visto como castigo: brancos sem posses, escravos alforriados, e escravos forçados a trabalhar não
tinham perspectivas de mudanças sociais
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10. 3 Escravidão e trabalho compulsório
. Terra abundante e mão de obra escassa: valorização escravos como principal fator de produção
. “Brecha camponesa”: escravos autorizados a cultivar sua própria roça aos domingos – senhor
se eximia da responsabilidade da subsistência e melhorava cardápio dos seus escravos
. “Espaços de liberdade” nas cidades – escravos libertos (principalmente pelo declínio da
mineração)
. Leis racistas para controlar acesso dos índios e do africanos a certas profissões e posições
sociais – medo da população branca/burguesia
. Tráfico negreiro intensificado pelo ciclo de mineração no séc. XVIII
. Índios monopolizados pelos jesuítas
. Sec. XVII caracterizado pela vidas nômade e Sec. XVIII caracterizado pela vida sedentária com
organização do trabalho
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11. 4 Colonização do interior
. 4 eixos:
a) Bandeirantes (captura de índios para lavoura)
b) Extrativismo na Amazônia (especiarias americanas)
c) Mineração
d) Pecuária
. Papel fundamental dos grandes rios (Amazonas, Prata)
. Colonização do Norte (Setentrional):
- Extrativismo na Amazônia
- Colônia de Belém - 1616 (após expulsão de holandeses)
- Processo “manso e pacífico”
- priorização da coroa portuguesa e pouco interesse dos demais europeus
. Colonização do Sul (Meridional):
- Colônia de Sacramento 1680 - interesse geopolítico Portugal manter acesso a margem do Prata (Uruguai)
- Disputas freqüentes com Espanha – invasões a Sacramento em 1680, 1704, 1762 e 1776
- Tratado de Madrid
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12. 5 Tratado de Madrid (Alexandre de Gusmão - 1750)
. Contexto Europa em 1750:
- disputas hegemônicas entre França e Inglaterra
- Espanha ligada à França (rei Espanha da família Boubon – sob influência de Paris)
- Portugal ligado à Inglaterra (proteção militar em troca de favores comerciais)
. Alexandre de Gusmão – brasileiro, conselheiro real – como negociador de Portugal
. Tratado de Madrid como substituição de Tordesillas (Portugal D. João V / Espanha D. Fernando VI)
. Princípio “uti possidetis” – quem ocupa deve possuir o território
. Princípio “fronteiras naturais”- os acidentes geográficos deveriam nortear a demarcação (inclusive as futuras)
. Os princípios – amplamente favoráveis à Portugal – foram aceitos pelos seguintes fatores:
- Maior poder de pressão da Inglaterra (aliança Portugal e Inglaterra mais pragmático pois envolvia interesses econômicos, Espanha
e França ligados p/ fatores familiares/ideológicos e a França não tinha muito interesse nas disputas americanas)
- A rainha da Espanha era portuguesa e tinha grande influência sobre o rei Espanhol
- Espanha alegava que a ocupação da área do pacífico estava fora da zona definida por Tordesillas – o que dava margem à
contrapartida de Portugal
- Manipulação do “Mapa das cortes” – amplamente favorável à Portugal
- Troca da colônia de Sacramento pelos Sete povos das missões – interesse da Espanha por Sacramento
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13. 5. Tratado de Madrid (Alexandre de Gusmão - 1750)
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15. 6.1 Período da mineração
. “Negociação”da descoberta do ouro pelos paulistas em MG
. Afluxo de imigrantes internos para a região do ouro – começo da integração entre as regiões coloniais (“arquipélagos”)
. Figuras destacadas de Fernão dias e Borba Gato
. Predomínio dos paulistas na primeira década (1700 a 1710)
. Acelerado aumento de fluxo de escravos africanos para trabalho nas minas
. Grande fluxo de brancos pobres para a colônia (formação de camada média na população)
. Guerra dos Emboabas
- Fator demográfico – Emboabas se tornam grupo maior do que os paulistas
- Fator econômico – mineração demandava mão de obra escrava (controle dos traficantes do Recife, Salvador e RJ)
- Emboabas expulsam paulistas
. Intervenção de Portugal na mineração
. Segunda revolta (Vila Rica 1720) – sufocada com violência por Portugal (Coroa não dependia mais dos colonos para
assumir a mineração)
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16. 6.2 Período da mineração
. Bandeirantes desbravam novos garimpos em Mato Grosso e Goiás
. Expedições das “monções” – responsáveis pela disseminação da pecuária e da consolidação do
MT e GO
. Marques de Pombal – ministro português do rei D. José (1750 a 1777)
- Grandes mudanças políticas, fiscais, modernidade econômica
- influência Inglesa (Tratado de Madrid, Rev. Industrial).
- “Meios Iluministas fins Mercantis”
- Proibição de universidades na colônia
- formação de intelectuais brasileiros em Portugal (que viriam a se tornar futuros
revolucionários)
. Declínio da mineração no final do século XVIII
. Processo gradativo de alforria dos escravos da mineração por motivos econômicos
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17. 7.1 Levantes coloniais
. Amador Bueno (São Paulo -1640)
disputas influências Espanholas e portuguesas na colônia
. Quilombo dos Palmares (Pernambuco - 1654)
reduto de escravos
. Revolta de Beckman (Maranhão – 1684)
dificuldades econômicas (estanco, tráfico de escravos, crédito)
. Guerra dos Emboabas (MG 1708/9)
disputa entre paulistas e demais (emboabas) pelos garimpos
. Guerra dos Mascates (Recife/Olinda – 1710)
disputas entre senhores de Olinda e mascates de Recife p/ poder em Pernambuco
. Revolta de Vila Rica (MG – 1720)
revoltas em relação às medidas ficais portuguesas
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18. 7.2 Levantes coloniais
. Inconfidência Mineira (MG – 1789)
agravamento das tensões econômicas decorrentes do arrocho fiscal, influência das idéias iluministas e da Rev. Americana, primeiras
idéias nacionalistas
. Conjuração do Rio de Janeiro (RJ – 1794)
inspiração nas idéias liberais (movimento mais intelectual do que agressivo)
. Conjuração Baiana (BA – 1798)
Revolta dos “Alfaiates” contra más condições de vida, a favor do livre comercio na Colônia, abolicionista e republicano
(inspiração na Revolução Francesa)
. Conspiração Suassunas (PE – 1801)
Inspiração no Iluminismo e na Rev. Francesa, movimento intelectual com projeto de independência de Pernambuco (que se tornaria
uma república sob a proteção de Napoleão), sintoma da crise do sistema colonial no Brasil
. Bispo Azeredo Coutinho e o seminário de Olinda – novo governador de Pernambuco e bispo de Olinda na época da Conspiração
Suassunas
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