2. Karl Emil Maximilian
Weber
• Foi um intelectual alemão,
jurista, economista e considerado um dos
fundadores da Sociologia.
• É considerado um dos fundadores do estudo
moderno da Sociologia, mas sua influência
também pode ser sentida na economia, na
filosofia, no direito, na ciência política e na
administração.
• Começou sua carreira acadêmica na
Universidade Humboldt de Berlim e,
posteriormente, trabalhou na Universidade
de Freiburg, na Universidade de Heidelberg,
na Universidade de Viena e na Universidade
de Munique.
3. Karl Emil Maximilian
Weber
• Personagem influente na política alemã da
época, foi consultor dos negociadores
alemães no Tratado de Versalhes e da
comissão encarregada de redigir
a Constituição de Weimar.
• Grande parte de seu trabalho como pensador
e estudioso foi reservado para o chamado
processo de racionalização e
desencantamento que provém da sociedade
moderna e capitalista.
• Mas seus estudos também deram
contribuição importante para a economia.
• Max foi o primeiro de sete filhos de Max
Weber, advogado e político, membro
do Partido Nacional Liberal, e de Helene
Fallenstein, uma descendente de
migrantes huguenotes franceses.
• Em 1893 casou-se
com Marianne Schnitger, mais
tarde uma feminista e estudiosa,
bem como curadora póstuma das
obras de seu marido.
5. A sociologia Weberiana e o estudo da
sociedade moderna
• Weber faz um contraponto à visão marxista, segundo a qual o
capitalismo surge na Europa apenas por consequência de condições
eminentemente econômicas.
• Para ele, o que faz emergir o capitalismo é uma mudança de valores
(ética) que ocorre no final da Idade Média (secularização).
• Weber veicula o capitalismo à ética protestante, mostrando que
essa nova forma de pensar e agir trazida pela Reforma será
essencial para criar as condições necessárias ao advento do
capitalismo.
• Max Weber afirma que o moderno sistema de produção, racional e
capitalista se originou da “ética protestante”
• Weber notou que o capitalismo, a organização burocrática e a
ciência moderna constituem três formas de racionalidade que
surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas inicialmente
em países protestantes.
6. A teoria de Max Weber
A Sociologia é uma disciplina interpretativa e não apenas
descritiva. Para ele, não basta descrever as atitudes e
relações estabelecidas entre os indivíduos em sociedade,
mas é necessário também considerar e interpretar o
sentido que as pessoas atribuem às suas próprias
atitudes.
As relações humanas têm também uma dimensão
subjetiva - formada pela consciência e pelas intenções das
pessoas.
Essa dimensão subjetiva, dizia ele, pode e deve ser
compreendida e interpretada pela Sociologia.
7. O objeto da sociologia
• Weber quer saber as linhas que vão ser percorridas ao longo do
exercício da ação, que é a busca de objetivos que estão no agente,
não são dados de fora (Cohn).
• As múltiplas linhas de ações se entrelaçam por roteiros que são
percorridos por n agentes com suas metas e que se cruzam (tecido
social) (Cohn)
• Uma imagem: Weber se preocupa mais com o movimento da
aranha do que com a arquitetura da teia (Cohn)
• Sociedade: uma rede de relações com alguma estabilidade
8. Método interpretativo
• Weber define ciência como um campo “racional”, devendo-se separar a
análise científica da ação política ou do julgamento de valores (observação
rigorosa é, portanto, essencial).
• Entretanto, o entendimento dos fenômenos sociais não pode ocorrer da
mesma maneira que nas ciências naturais (é necessário um método
específico).
• Os fenômenos sociais têm uma regularidade causal, mas tal regularidade
não pode ser expressa em leis imutáveis como nas ciências naturais.
• Ele defende a utilização de tipos ideais, que servem como referências
analíticas em comparação com a realidade (valor heurístico).
• Heurística é um método ou processo criado com o objetivo de encontrar
soluções para um problema. É um procedimento simplificador (embora
não simplista) que, em face de questões difíceis envolve a substituição
destas por outras de resolução mais fácil a fim de encontrar respostas
viáveis, ainda que imperfeitas.
9. Método interpretativo
• O tipo ideal não descreve um curso concreto de ação, mas um
desenvolvimento normativamente ideal (curso de ação
possível).
• O uso do tipo ideal é diferente das generalizações científicas
(leis), pois não pretende explicar, mas servir de referência
para a análise e compreensão do real.
• O tipo ideal não é falso nem verdadeiro, mas válido ou não
válido, de acordo com a sua utilidade para a compreensão do
fenômeno.
10. O objeto da sociologia
• Ação: modalidade de conduta (ato, permissão, omissão) à
qual o próprio agente associa um sentido subjetivo e que
orienta essa ação.
• Ação social: O sentido atribuído pelo sujeito as suas ações faz
sempre referência ao comportamento dos outros, orientando-
se por esse comportamento.
• Sentido: manifesta-se em ações concretas e que envolve um
motivo sustentado pelo agente como fundamento da sua
ação... Sentido se trata do objetivo visado na ação.
• Relação social: probabilidade de que uma forma determinada
de conduta social tenha seu sentido partilhado pelos diversos
agentes numa sociedade (ex. amizade, concorrência
econômica).
11. As Relações Sociais para Max Weber
Relações Sociais diz respeito a ações de diversas
pessoas, ou agentes, dotadas de sentidos mutuamente
relacionados. Nesse caso, a conduta dos agentes se orienta
para sentidos compartilhados por todos.
12. O objeto da sociologia
• Weber distingue 4 tipos de ação social:
– Ação racional com relação aos fins: racionalidade
instrumental/formal (ética da responsabilidade)
– Ação racional com relação aos valores: racionalidade
substantiva/material (ética da convicção) – baseada na ética,
na honra
– Ação afetiva ou emocional: reação emocional
– Ação tradicional: ditada pelos costumes
13. ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Divisão da sociedade em grupos, camadas ou classes de forma
hierarquizada, segundo algumas categorias.
Na busca por critérios objetivos de análise do processo de
estratificação social, Weber propôs um entendimento
distinguindo três dimensões.
• Ordem Social – Referente ao “status” – parentesco,
hereditariedade , prestígio social, poder, tradição.
• Ordem Econômica - Referente às Classes Sociais - posse, bens,
. rendimentos.
• Ordem Política - Referente às influências Políticas - participação e
. influência junto ao poder político.
14. DOMINAÇÃO - Para Weber corresponde a um “estado de coisas”
pelo qual a vontade do dominador (es) influi de forma inconsciente
sobre os atos de outros (dominados).
• Dominação Legal - Em virtude de leis, de uma regulamentação ou de
normas. Ex: Autoridade dos governantes, alguns servidores públicos.
• Dominação Tradicional - Dependem das forças dos costumes, das
tradições e passado por gerações. Ex: Senhores feudais, reis, autoridade dos
pais sobre os filhos.
• Dominação Carismática - Em virtude da devoção afetiva à pessoa do
“senhor” e a suas qualidades (carisma), ou até um ato heroico. Ex: Profetas,
heróis guerreiros, líderes populares, demagogos, entre outros.
3 Princípios de autoridade no processo de DOMINAÇÃO
(Princípios) (Dominação)
Racionais ----------------------------- Legal
Tradicionais ------------------------- Tradicional
Afetivos ------------------------------ Carismática
15. Origens da Teoria da Burocracia
• Max Weber foi o criador da Sociologia da Burocracia.
• A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na
racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos fins pretendidos,
garantindo a máxima eficiência possível no alcance de seus objetivos.
• O conceito central dessa teoria é a autoridade legal, racional ou
burocrática.
• A obediência não é devida a alguma pessoa em si, mas a um
conjunto de regulamentos legais previamente estabelecidos.
• O aparato administrativo que corresponde à dominação legal é a
burocracia.
• A burocracia é a organização típica da sociedade moderna
democrática e das grandes empresas. Através do contrato as
relações de hierarquia nela passam a constituir esquemas de
autoridade legal.
• Weber notou a proliferação de organizações de grande porte que
adotaram o tipo burocrático de organização, concentrando os meios
de administração no topo da hierarquia e utilizando regras racionais e
impessoais, visando à máxima eficiência.
16. Disfunções da Burocracia
As disfunções são as seguintes:
• Exagerado apego aos regulamentos;
• Excesso de formalismo e de papelório;
• Resistência a mudanças;
• Despersonalização do relacionamento;
• Categorização como base do processo decisório;
• Superconformidade às rotinas e procedimentos;
• Exibição de sinais de autoridade;
• Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos
com o público.
17. • Fragilidade da estrutura burocrática: pressões constantes de forças
exteriores e enfraquecimento gradual do compromisso dos
subordinados com as regras burocráticas.
• A capacidade para aceitar ordens e regras como legítimas,
principalmente quando contrariam os desejos da pessoa, exige uma
autodisciplina difícil de se manter.
• Assim, as organizações burocráticas apresentam uma tendência a se
desfazerem, seja na direção carismática, seja na tradicional, onde as
relações disciplinares são mais “naturais” e “afetuosas” e menos
separadas das outras.
• Existem chefes não-burocráticos: indicam e nomeiam os subordinados,
estabelecem as regras, resolvem os objetivos que deverão ser
atingidos. Geralmente são eleitos ou herdam sua posição, como, por
exemplo, os presidentes, os diretores e os reis.
• Esses chefes (não-burocráticos) da organização desempenham o
importante papel de estimular a ligação emocional e mesmo irracional
dos participantes com a racionalidade. A identificação com uma pessoa,
um líder ou um chefe influi psicologicamente, reforçando o
compromisso com a organização.
• A ausência ou morte de um chefe não-burocrático provoca uma crise, a
chamada crise de sucessão, que geralmente é acompanhada de um
período de instabilidade.
18. Conclusão
• Com essas disfunções, a burocracia torna-se esclerosada, fecha-se ao
cliente, que é o seu próprio objetivo e impede totalmente a inovação e
a criatividade.
• As causas das disfunções da burocracia residem basicamente no fato
de que a burocracia não leva em conta a chamada organização
informal, que existe fatalmente em qualquer tipo de organização, nem
se preocupa com a variabilidade humana (diferenças individuais entre
as pessoas), o que necessariamente introduz variações no
desempenho das atividades organizacionais.
• A organização informal surge como uma consequência da
impossibilidade prática de se padronizar completamente o
comportamento humano nas organizações.
• Esta aparece como um fator de imprevisibilidade das burocracias, pois
o sistema social racional puro de Weber pressupõe que as reações e o
comportamento humano sejam perfeitamente previsíveis, uma vez que
tudo estará sob o controle de normas racionais e legais, escritas e
exaustivas.
• Em face da exigência de controle que norteia toda a atividade
organizacional é que surgem as consequências imprevistas da
burocracia.