Este documento apresenta uma análise detalhada da obra "O Grito", de Edvard Munch. A análise é dividida em 4 etapas: 1) Observação das características formais da obra; 2) Leitura formal da composição e elementos visuais; 3) Interpretação do significado e emoções retratadas; 4) Contextualização da obra e do artista. O documento fornece informações sobre a vida e influências de Munch, além de detalhar as diferentes versões que o artista pintou de "O Grito" ao longo dos anos.
18. NESSA ETAPA AS QUESTÕES PESSOAIS SÃO
EVIDENCIADAS. O OLHAR INDEPENDENTE DO
LEITOR É LIVRE PARA DESCOBRIR NOVAS
SENSAÇÕES.
19. PODEMOS EXEMPLIFICAR...
A TELA APRESENTA UMA FIGURA HUMANA COM LINHAS
SINUOSAS, QUE NOS DÁ A DIMENSÃO EXATA DO DESESPERO DE
UM SUJEITO QUE SE CONTORCE SOB O EFEITO DE SUA DOR,
DE SUAS EMOÇÕES.
A LINHA DIAGONAL DA PONTE DIRECIONA O OLHAR DO
ESPECTADOR PARA A BOCA DA FIGURA QUE SE ABRE NUM
GRITO PERTURBADOR.
A SENSAÇÃO É DE QUERER EXTRAVASAR A NOSSA DOR JUNTO
COM ESSE SUJEITO QUE SOFRE, QUE SENTE, QUE SE
DESESPERA.
GRITAMOS COM ELE.
20.
21. A DOR DO GRITO ESTÁ PRESENTE NÃO SÓ NO
PERSONAGEM, MAS TAMBÉM NO FUNDO. ESTE DESTACA
QUE A VIDA PARA QUEM SOFRE NÃO É COMO AS OUTRAS
PESSOAS A ENXERGAM, É DOLOROSA TAMBÉM.
A PAISAGEM FICA DOLOROSA! TALVEZ POR ESSA
CARACTERÍSTICA DO QUADRO É QUE NOS IDENTIFICAMOS
TANTO COM ELE E PODEMOS SENTIR A DOR E O GRITO
DADO PELO PERSONAGEM. NOS COLOCAMOS NO
QUADRO PASSANDO A VER O MUNDO TORTO, DISFORME
E ISSO NOS AFETA DIRETAMENTE.
PARTICIPAMOS QUASE INTERATIVAMENTE DA OBRA.
22.
23. VEMOS QUE A FIGURA HUMANA TAMBÉM ESTÁ EM CORES FRIAS, AZUL,
COMO A COR DA ANGÚSTIA E DA DOR, SEM CABELO PARA
DEMONSTRAR UM ESTADO DE SAÚDE PRECÁRIO
24. OS ELEMENTOS DESCRITOS ESTÃO TORTOS, COMO SE REPRODUZINDO O
GRITO DADO PELA FIGURA, COMO SE ENTORTANDO COM O BERRO, ALGO QUE
REPRODUZA AS ONDAS SONORAS.
25. QUASE TUDO ESTÁ TORTO, MENOS A PONTE E AS DUAS FIGURAS QUE
ESTÃO NO CANTO ESQUERDO. A PONTE POIS É CONCRETO E
PROVAVELMENTE O “SUSTENTA”, E NÃO É "NATURAL" COMO OS
OUTROS ELEMENTOS.
30. VIDA ...
Edvard Munch (1863-1944)
Pintor e gravador norueguês. Sua infância foi marcada pela tragédia com a morte
precoce da mãe e da irmã mais velha pela tuberculose. A irmã menor sofria de doença
mental e seu pai, médico militar, era um religioso fanático e tinha uma difícil relação
com o filho artista. Em virtude dos parcos soldos recebidos por seu pai Christian, a
família vivia em extrema dificuldade financeira.
Frequentou a "Escola de Artes e Ofícios" de Oslo. Sofreu influência de Courbet e Manet.
Seus temas prediletos e recorrentes foram a doença e a morte. Ganhou uma bolsa de
estudos e foi estudar em Paris, onde conheceu as obras de Van Gogh, Gauguin e
Toulouse-Lautrec que influenciaram seu estilo e pensamento.
Morou em Berlim, Florença e Roma. Na Itália seu interesse maior foi Rafael. Depois de
dezoito anos, voltou para a Noruega. Já adulto, tinha comportamento estranho, tendo
sido classificado como distúrbio bipolar.
31. AOS TRINTA ANOS, PINTOU SEU TRABALHO MAIS CONHECIDO: O GRITO
O Grito, de 1893, é uma das obras mais importante
do movimento expressionista.
Munch expressou o seu inferno interior e o mal-
estar que a loucura representava em seu cotidiano.
O quadro representa uma pessoa num momento
de profunda angústia e desespero existencial.
Angústia / Desespero
32. A FONTE DE INSPIRAÇÃO DE O GRITO PODE SER ENCONTRADA NA
VIDA PESSOAL DO PRÓPRIO MUNCH, UM HOMEM EDUCADO POR UM
PAI CONTROLADOR, QUE ASSISTIU QUANDO CRIANÇA À MORTE DA
MÃE E DE UMA IRMÃ. DECIDIDO A LUTAR PELO SONHO DE SE DEDICAR
À PINTURA, MUNCH CORTOU RELAÇÕES COM O PAI E INTEGROU A
CENA ARTÍSTICA DE OSLO. A ESCOLHA NÃO LHE TROUXE A PAZ
DESEJADA, BEM PELO CONTRÁRIO. MUNCH ACABOU POR SE
ENVOLVER COM UMA MULHER CASADA QUE SÓ LHE TROUXE MÁGOA E
DESESPERO E NO INÍCIO DA DÉCADA DE 1890, LAURA A SUA IRMÃ
FAVORITA, FOI DIAGNOSTICADA COM DOENÇA BIPOLAR E INTERNADA
NUM ASILO PSIQUIÁTRICO.
recorte de:
Edvard Munch (Auto Retrato
Com Cigarrilha)
33. O SEU ESTADO DE ESPÍRITO ESTÁ BEM PATENTE NAS LINHAS QUE
ESCREVEU NO SEU DIÁRIO:
“O GRITO”
‘ESTAVA ANDANDO PELA ESTRADA COM DOIS
AMIGOS
O SOL SE PONDO COM UM CÉU VERMELHO SANGUE
SENTI UMA BRISA DE MELANCOLIA E PAREI
PARALISADO, MORTO DE CANSAÇO…
… MEUS AMIGOS CONTINUARAM ANDANDO - EU
CONTINUEI PARADO
TREMENDO DE ANSIEDADE, SENTI O TREMENDO
GRITO DA NATUREZA’
EDVARD MUNCH
34. O CENÁRIO DE FUNDO É A DOCA DE
OSLOFJORD, EM OSLO, AO PÔR DO SOL.
Fonte de inspiração Localização
O fiorde de Oslo
(em norueguês:
Oslofjorden)
é uma profunda baía
com 150 km,
situada no
sudeste
da Noruega, nas
águas do
Escagerraque
(ligação entre o mar
do Norte e o mar
Báltico)
35. EDVARD MUNCH TINHA UMA CABANA E UM ESTÚDIO
EM ÅSGÅRDSTRAND, NO FIORDE.
A casa é agora um pequeno museu, aberto ao público, onde tudo foi mantido como era quando
o artista morava lá. O edifício estúdio original foi puxado para baixo, mas um outro edifício foi
erguido no mesmo local.
36. MUNCH PINTOU AO LONGO DE DÉCADAS QUATRO
VERSÕES DE O GRITO
Três delas estão em
museus na Noruega,
enquanto a quarta, de
1895, estava nas
mãos de Petter Olsen,
um empresário
norueguês cujo pai foi
amigo e patrono de
Munch, tendo adquirido
inúmeros quadros ao
artista.
1893 1893
1895 1910
37. NESTA VERSÃO DE 1895...
...as cores são mais fortes do que
nas outras três versões e é a
única em que a moldura foi
pintada pelo artista com o
poema que descreve uma
caminhada ao pôr-do-sol que
inspirou a pintura. Outra
particularidade única desta
versão é que uma das figuras
que está em segundo plano
olha para baixo, para a cidade.
38. CURIOSIDADE...
Em 2 de Maio de 2012 essa versão
foi vendida pelo preço recorde de
119,9 milhões de dólares (cerca
de 91 milhões de euros), na
Sotheby's, New York, tornando-se
a obra mais cara vendida em
leilão, superando o quadro de
Pablo Picasso, até então
recordista, Nu, Folhas e
Busto, que em maio de 2010 foi
leiloado por 106,5 milhões de
dólares (81 milhões de euros).
39. A CARREIRA DESTA OBRA ENQUANTO ÍCONE CULTURAL COMEÇOU NO
PERÍODO PÓS-SEGUNDA GRANDE GUERRA. COM A POPULARIZAÇÃO
DA OBRA, O GRITO TORNOU-SE UM DOS QUADROS MAIS
REPRODUZIDOS DE SEMPRE, NÃO SÓ EM PÔSTERES COMO TAMBÉM
EM CANECAS, CANETAS E PORTA-CHAVES.
40. ASSISTA O TRECHO DO FILME:
LOONEY TUNES DE VOLTA A ACÃO
Pernalonga e Patolino entram dentro do quadro e o
homem começa a gritar. Quando Pernalonga pisa
no pé de Hortelino, ele grita fazendo uma
expressão igual a o do quadro.
O filme também exemplifica a importância do
conhecimento. Várias referências de artistas e
obras aparecem na trama.