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FICHA TÉCNICA
TÍTULO
Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo 2013-2017
DATA
Dezembro de 2012
PROPRIETÁRIO
Câmara Municipal de Leiria
EDIÇÃO
Leirisport, E.M.
AUTORIA
Leirisport, E.M.
COORDENAÇÃO
Miguel Andrade – Técnico de Desporto da Leirisport, EM
GRUPO DE TRABALHO
Miguel Andrade – Técnico de Desporto da Leirisport, EM
Ricardo Marques – Coordenador da Área de Negócios 2 da Leirisport, EM
GRAFISMO
Samuel Ramos – Técnico de Design e Multimédia da Leirisport, EM
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ÍNDICE
PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS....................................................................................................... 7
PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO LEIRIA 2013-2017.............................. 13
ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO.............................................................................................................. 13
OBJETIVOS DO ESTUDO..................................................................................................................... 15
METODOLOGIA.................................................................................................................................. 16
SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA................................................................................................. 19
A. Instalações Desportivas…………………………………………………………………………………………………19
B. Hábitos Desportivos………………………………………………………………………………………………………27
C. Oferta Desportiva………………………………………………………………………………………………………....31
PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO............................................................................................................... 35
ANÁLISE SWOT .................................................................................................................................. 36
VISÃO................................................................................................................................................. 42
MISSÃO.............................................................................................................................................. 42
VALORES............................................................................................................................................ 42
EIXOS DE INTERVENÇÃO.................................................................................................................... 43
ESTRATÉGIAS/AÇÕES......................................................................................................................... 46
PLANO OPERACIONAL……………………………………………………………………………………………………………………46
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................... 52
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Índice de Ilustrações
Ilustração 1: Os três níveis de planeamento........................................................................................................... 8
Ilustração 2: Modelo geral de organização do estudo.......................................................................................... 14
Ilustração 3: Modelo de análise de referência...................................................................................................... 16
Ilustração 4: Enquadramento Conceptual do Planeamento Estratégico de Desenvolvimento Desportivo.......... 17
Ilustração 5: Tipologias das Instalações Desportivas – RJ das Instalações Desportivas de Uso Público............... 21
Ilustração 6: Percentagem de Instalações Desportivas por Classe Tipológica...................................................... 22
Ilustração 7: Comparação da Área Desportiva Útil de Leiria com a desejada a nível nacional e europeu. .......... 22
Ilustração 8: Comparação da Área Desportiva Útil por Habitante c/ os Critérios de Planeamento da DGOTDU. 23
Ilustração 9: Distribuição do Tipos de Piso associado aos Campos de Futebol (Grandes Campos de Jogos). ...... 23
Ilustração 10: Distribuição do Tipo de Piso associado aos Polidesportivos Descobertos. .................................... 23
Ilustração 11: Ano de construção das instalações desportivas no concelho de Leiria, por sub-tipologia. ........... 24
Ilustração 12: Principais modalidades praticadas pelos habitantes do concelho de Leiria. ................................. 28
Ilustração 13: Principais razões e motivos da prática desportiva. ........................................................................ 29
Ilustração 14: Principais razões apontadas para o abandono da prática desportiva............................................ 30
Ilustração 15: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o sexo. ............. 31
Ilustração 16: Distribuição do número praticantes desportivos de caráter regular segundo o escalão etário. ... 32
Ilustração 17: Caracterização da oferta de Modalidades Desportivas no concelho de Leiria por clube. ............. 33
Ilustração 18: Evolução do número de clubes no concelho de Leiria. .................................................................. 34
Ilustração 19: Perspetivas de atuação estratégica................................................................................................ 35
Ilustração 20: Lógica da análise SWOT.................................................................................................................. 36
Índice de Tabelas
Tabela 1: Perspetivas de atuação da autarquia no desporto e respetivos objetivos............................................ 35
Tabela 2: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Servir a população e a comunidade”.............. 37
Tabela 3: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Processos internos e desenvolvimento
organizacional”. .................................................................................................................................................... 38
Tabela 4: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Inovação e aprendizagem”. ............................ 39
Tabela 5: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Gestão financeira e orçamental”.................... 40
Tabela 6: Síntese da aplicação dos objetivos estratégicos nos eixos de intervenção........................................... 45
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INTRODUÇÃO
PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO
DESPORTIVO
PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS | PEDD LEIRIA 2013-2017
ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO | OBJETIVOS DO ESTUDO | METODOLOGIA
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PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS
De forma a enquadrar a natureza deste estudo, é fundamental perceber-se a importância que o
planeamento estratégico assume com vista ao desenvolvimento desportivo, pelo que seguidamente
são apresentados alguns conceitos relacionados com a temática.
O PLANEAMENTO ESTRATÉGICO COM VISTA AO DESENVOLVIMENTO
DESPORTIVO
 O conceito de planeamento
Vivemos numa época de mudança explosiva, em que velhas maneiras de pensar, velhas fórmulas,
velhos dogmas e velhas ideologias, por muitos queridas ou úteis que tenham sido no passado, já não
se coadunam com os fatos da atualidade. Não podemos meter à força o mundo embrionário de
amanhã nos cubículos convencionais de ontem (Toffler, 1980).
Deste modo, surge a necessidade vital de inovar e adotar estratégias à atualidade dos
acontecimentos, das tendências, das vontades e anseios da população, sendo o planeamento a
melhor forma para o fazer.
Pires (2005) refere que o planeamento surgiu da necessidade de se conhecer o futuro, da urgência
em se compreenderem as grandes tendências que governam a vida das pessoas e das organizações,
de maneira a tornarem possível uma ação em consonância com elas. Apesar de o futuro se constituir
como incognoscível, é necessária uma ideia acerca do futuro que se deseja construir, sendo este o
grande paradoxo do processo de planeamento, na medida em que sendo este formado por um
conjunto concertado de ações conhecidas, tem por objetivo organizar um futuro que se desconhece.
O planeamento deve assim partir sempre da necessidade de haver uma ideia acerca do futuro que se
pretende construir.
Pires (2005) acrescenta ainda que não se pode considerar a gestão se a função planeamento não se
encontrar prevista, na medida em que este último é um pré-requisito das demais funções. Este autor
define planeamento como o processo através do qual se pretende organizar o futuro, estabelecendo
objetivos e implementando estratégias necessárias para os alcançar, tendo em conta quer o
ambiente interno, quer o ambiente externo da organização.
Soucie (2002) revela que planear significa estabelecer uma linha de ação para conseguir um objetivo.
O referido autor, citando Nadeau (1973), define planeamento como um processo contínuo mediante
o qual a cúpula administrativa determina com precisão as decisões a tomar para alcançar os
objetivos traçados.
 O conceito de estratégia
Segundo Porter, estratégia é a criação de uma posição única e valorizável, envolvendo um conjunto
vasto de atividades. Estratégia é fazer trocas e escolher o que não fazer. Se não houver necessidade
de escolha não é necessária nenhuma estratégia.
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Mintzberg define estratégia como:
a) um plano: tipicamente uma direção, um guia ou um curso de ação para o futuro, uma forma
de chegar daqui ali;
b) um padrão: consistência comportamental ao longo do tempo;
c) uma posição: de produtos/serviços determinada para determinados mercados;
d) uma perspetiva: uma forma de ver e fazer as coisas, um conceito de negócio;
e) um ploy: manobra intencional para com um concorrente ou opositor.
 Os níveis de planeamento
Sacho (2004), Chiavenato (1993) e Pires (2005) referem que o planeamento pode classificar-se por
diferentes modos, sendo o mais comum, estabelecido de acordo com os seus limites temporais: i)
planeamento estratégico; ii) planeamento tático; iii) planeamento operacional.
Ilustração 1: Os três níveis de planeamento, adaptado de Chiavenato (1993).
Pires (2005) acrescenta que o planeamento estratégico supõe um conjunto de operações integradas
que permitam identificar um conjunto de manobras estratégicas que confiram à organização as
melhores oportunidades de cumprir os objetivos e de realizar a sua missão de acordo com a sua
vocação. O planeamento tático, por sua vez, tem por objetivo a afetação de recursos e o
estabelecimento de sistemas de controlo necessários para levar a cabo as decisões realizadas a nível
estratégico, destinando-se por isso a determinar os tempos e os momentos e a afetar os recursos
através dos quais vão ser atingidos os objetivos inicialmente previstos que devem ser organizados
em programas. O planeamento operacional carateriza-se pelo desenvolvimento das atividades e
tarefas que possibilitam a realização do trabalho quotidiano das organizações, para que estas
possam cumprir a sua missão e objetivos, traduzindo-se em programas e projetos.
 O conceito de planeamento estratégico
Dos três níveis de planeamento apresentados, o planeamento estratégico é, segundo Chelladurai
(2001), o que se encontra revestido de maior importância, uma vez que envolve a organização no seu
todo, afetando todos os seus setores e, por conseguinte, o futuro desta.
Torna-se assim fundamental dominar o conceito de planeamento estratégico, no âmbito da aplicação
deste processo, de forma a não comprometer o futuro da organização, no momento da definição das
metas a atingir. Neste sentido, apresentamos seguidamente algumas definições do referido conceito.
Pires e Colaço (2005) consideram que o conceito de planeamento estratégico se encontra ligado ao
longo prazo, aos caminhos e orientações a seguir no futuro, aos objetivos de uma organização,
definindo o mesmo como: i) o processo pelo qual uma organização, após determinação da análise do
ambiente e definidos os objetivos de médio e longo prazo, seleciona as estratégias mais adequadas
para atingir os objetivos, definindo também os projetos a serem executados para o desenvolvimento
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dessas estratégias, ii) o conjunto de ações orientadas a prever as diversas alternativas e a selecionar
e implementar as que melhor correspondam à missão e objetivos definidos.
Segundo Teixeira (1998), o planeamento estratégico é o processo através do qual a gestão de topo,
idealmente com a colaboração dos gestores de outros níveis, define os propósitos globais da
organização (a missão), os objetivos genéricos e a forma de os alcançar.
Cardoso (1999) entende o planeamento estratégico como um processo de recolha e tratamento de
informação sobre o ambiente e a organização que leva à tomada de decisões, através das quais a
organização se adapta, modifica e atua sobre o contexto em que está inserida.
Das várias definições expostas, podemos confirmar que o planeamento estratégico é deste modo, o
nível mais amplo e abrangente da organização, possuindo as seguintes características (Chiavenato,
1993):
a) é um tipo de planeamento projetado a longo prazo, pelo que a concretização dos seus
objetivos verifica-se no fim da sua aplicação;
b) envolve uma organização como uma totalidade, tendo em atenção todos os recursos e áreas
constituintes da mesma, sendo os objetivos de nível organizacional a sua prioridade;
c) é definido pelos órgãos gestores, correspondendo deste modo ao órgão máximo, ao qual
todos os setores da organização estão subordinados;
d) centra-se na comunicação com o ambiente externo da organização (Challadurai, 2001).
 Objetivos do planeamento estratégico
O planeamento estratégico é um elemento muito próximo da política da organização, da tomada de
decisão, ao que Roche (2007) e Pires & Colaço (2005) referem que o mesmo tem por objetivos:
a) refletir sobre os objetivos a médio e longo prazo da organização e sobre as estratégias para
alcançá-los;
b) estabelecer e definir, para toda a organização, tais objetivos e estratégias, de tal forma que
sendo planeamento formal, ele se torne num guia;
c) envolver e motivar os recursos humanos da organização em relação às metas a alcançar;
d) estar preparado para o futuro, na medida em que uma reflexão e análise da situação atual e
futura, ajuda a fixar os objetivos da organização e as estratégias para atingir os mesmos, com
maior conhecimento e menor risco. A adoção de um sistema de controlo e uma adaptação
permanente dos elementos circunstanciais do planeamento permite, por um lado, aproveitar
ao máximo os recursos e as oportunidades, por outro perante as dificuldades, minimizar os
riscos, raciocinar a tempo e estabelecer prioridades com mais pressão.
 Caraterísticas do planeamento estratégico
Entre várias caraterisiticas do planeamento estratégico, Roche (2007) e Pires & Colaço (2005)
realçam as seguintes:
a) Formalidade – o planeamento não é uma mera reflexão em voz alta (planeamento informal)
de um grupo de dirigentes sobre o presente e o futuro de uma organização. O planeamento
tem uma base formal. Obedece a um método de realização, aprovação e acompanhamento,
sendo um resultado de um produto concreto – Plano Estratégico;
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b) Globalidade – o planeamento estratégico é sempre global, não se podendo falar de
planeamento estratégico numa organização como a soma dos planos parciais das unidades
dessa organização. A sua globalidade comporta os objetivos e estratégias comuns a todas as
partes, tidas como o conjunto da organização;
c) Realismo – o planeamento estratégico tem que ser real, ou pelo menos ter a realidade como
ponto de partida. Por vezes é fácil, ao planear, confundir objetivos desejáveis com os
possíveis. A prática regular do planeamento estratégico leva a que a sua distância com a
realidade seja cada vez menor. Determinar objetivos ideais, podem levar a uma motivação
inicial, mas em breve, a incapacidade de os alcançar;
d) Flexibilidade – como em qualquer planeamento, o planeamento estratégico deve
caraterizar-se pela sua flexibilidade, pela sua capacidade de se adaptar às diferentes
situações favoráveis ou desfavoráveis que podem acontecer, isto é, às mudanças do
ambiente. É esta caraterística que permite, no percurso a percorre, desenvolver as
diferentes potencialidades criativas de uma organização;
e) Continuidade – se é certo que sob o ponto de vista metodológico, o planeamento
estratégico obedece ao estabelecimento de prazos e períodos concretos para o seu
desenvolvimento, o mesmo atende igualmente a um processo contínuo no tempo,
obrigando a uma continuidade do processo, ao mesmo tempo que as acções previstas a
desenvolver vão sendo cumpridas;
f) Aceitação por toda a organização – o planeamento estratégico constitui-se como o
elemento central para a organização. Todos os seus elementos devem conhecer com maior
ou menor detalhe (conforme o nível profissional) as linhas do referido planeamento e
aceitá-las. A sintonia entre as diversas áreas da organização determina o melhor
planeamento estratégico.
 O desenvolvimento desportivo
Constantino (1998) afirma que desenvolver o desporto, não pode significar, ter mais desporto de um
qualquer desporto. Tem de significar mais e melhor desporto, assente em fatores de indiscutível
valor formativo e cultural. Tem de significar um desporto onde prevaleçam fatores de qualidade de
vida, bem-estar, saúde, solidariedade e respeito pelos outros.
Quando nos referirmos ao desenvolvimento do desporto, como em qualquer outra área, importa
termos consciência que o mesmo não se reporta a um mero e simples crescimento, que tem por
base uma dimensão exclusivamente quantitativa. Ainda que seja condição necessária não é
suficiente nem real do desenvolvimento, pelo que o conceito deste último deve ser pensado e
organizado não só numa perspetiva quantitativa como numa ordem qualitativa, como nos afirma
Pires (2005).
Para Correia (2008), o desenvolvimento do desporto implicará para além de um crescimento
territorial harmonioso do desporto, a equidade e coesão no acesso a desporto para quaisquer
cidadãos, bem como um conjunto de condições básicas de bem-estar e rendimento que permitam a
esses cidadãos a prática regular de desporto, implicando também, por outro lado, o uso pleno da
liberdade democrática e de cidadania, as quais permitem não apenas o acesso ao desporto como
também as capacidades individuais de escolha e decisão de o praticar. Por conseguinte, o
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LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012
desenvolvimento do desporto alia a promoção das condições indispensáveis à garantia da equidade
da participação à liberdade de prática pelos respetivos cidadãos.
De acordo com Cunha (2003), o desenvolvimento do desporto consiste num conceito que inclui
cumulativamente os dois significados: crescimento e desenvolvimento. O desenvolvimento do
desporto considerará o crescimento do sistema desportivo, patente no aumento dos registos
relativos aos vários elementos (praticantes, recursos humanos, atividades, instalações, recursos
financeiros, etc.). Quanto ao segundo, ele traduzir-se-á pelo registo do melhor nível de
funcionamento do sistema desportivo, em função das necessidades e aspirações da população em
matéria de desporto, promovendo a democratização e o acesso a todos os seus beneficiários, e
resultará no melhor nível de proficiência motora e cultura desportiva que os cidadãos de uma
comunidade têm.
Correia (2008) manifesta que a política desportiva tem de ter como seu desiderato essencial a
promoção do desenvolvimento desportivo, pelo que os principais agentes e decisores do mesmo,
atuando no interior do sistema desportivo, nele se incluindo a tutela governamental e a
administração pública desportiva que desta depende diretamente, devem atuar em concordância
com aquele objetivo matriz, pensando e atuando no domínio desportivo com a intenção essencial de
melhorar os níveis de acesso continuado dos cidadãos nacionais à prática do desporto.
 Fatores de desenvolvimento desportivo
Tal como já referimos, qualquer política desportiva implica que sejam assumidas opções de forma a
melhorar a prática desportiva, passando de um nível existente para outro considerado superior. Para
que tal aconteça, torna-se imprescindível a intervenção de um conjunto de fatores de
desenvolvimento, que segundo Pires (2003), devem ser combinados entre si, com uma estrutura
determinada, em função das políticas a prosseguir. Tais fatores são enumerados seguidamente:
a) Orgânica – conjunto de organismos nacionais e internacionais, governamentais e não-
governamentais que configuram, enquadram e animam o processo de desenvolvimento
desportivo;
b) Atividades – conjunto de ações motoras de raiz física, biológica, neurológica e fisiológica,
condicionadas e determinadas socialmente. As atividades assumem a forma de diversas
modalidades desportivas, podendo cada uma delas, ter uma dinâmica organizacional formal,
não formal e informal e decorrer sob a responsabilidade institucional de diversos setores com
objetivos próprios e dirigidos a grupos alvo específicos, tendo em atenção as diversas etapas
do processo;
c) Marketing – é um conceito global, multidimensional, utilizado por diversas áreas sociais, entre
as quais o desporto, com o objetivo de perspetivarem as suas relações com o sistema social
que visam atingir. Em desporto pode ser definido como conjunto de técnicas que têm como
objetivo torná-lo conhecido e de prática sistemática, adequando-o nos diversos fatores de
desenvolvimento, às características, necessidades e anseios da população, procurando obter
um máximo de benefícios, utilizando para o efeito, um mínimo de recursos;
d) Formação – processo de transmissão/aquisição ativa de conhecimentos tendo em vista a
valorização técnica e humana, de modo a melhorar o desempenho dos quadros humanos
intervenientes no processo desportivo;
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LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012
e) Documentação – congrega a literatura que aborda os diversos aspetos da problemática
desportiva. É o conjunto da produção literária de cariz desportivo. Este fator articula-se e, por
vezes, confunde-se com o fator informação;
f) Informação – processo pelo qual o conteúdo de significado e interesse desportivo é
transmitido e circula entre os intervenientes públicos e privados que configuram o processo
desportivo. Atualmente, o desporto entrou e conquistou os meios de comunicação social,
tendo obtido um espaço significativo nas suas edições, escritas ou televisionadas. Cada vez
mais, o problema se coloca, não sobre uma pura transmissão de informação, mas sobre os
mecanismos pelos quais a comunicação seleciona a informação, com vista a otimizar o
funcionamento do sistema desportivo;
g) Instalações – infraestruturas desportivas artificiais, constituídas por áreas especiais ou
recintos, cobertas ou ao ar livre, destinadas à prática desportiva, tais como, entre outras,
pistas de atletismo, pavilhões, campos de jogos, ginásios, piscinas. Para além da área de
prática desportiva, a instalação desportiva deverá também ter unidades de apoio à prática
desportiva, tais como, arrecadações de material, vestiários e balneários para ambos os sexos,
podendo, eventualmente, ter também um local reservado aos espetadores;
h) Apetrechamento – o apetrechamento desportivo é constituído pelos equipamentos leves e
pesados, individuais e coletivos necessários à prática desportiva;
i) Quadros humanos – indivíduos que intervêm, animam e dão sentido ao processo de
desenvolvimento desportivo. São os sujeitos do processo desportivo. São eles os praticantes,
os técnicos, os dirigentes e os espetadores;
j) Financiamento – o sistema financeiro é constituído pelo conjunto de mecanismos, através dos
quais, as organizações desportivas (clubes, associações, federações, empresas) satisfazem a
necessidade de financiamento, de tal forma que se adequam aos planos de investimento, que
se devem expressar a sua vocação e gerar fluxos de caixa com saldo positivo;
k) Legislação – conjunto de leis que enquadram, regulamentam e configuram o sistema
desportivo;
l) Gestão – conjunto dos instrumentos, pelos quais os meios tecnológicos, são relacionalmente
organizados e desenvolvidos de modo a provocarem-se os efeitos previamente definidos, que
cumprem objetivos e garantem a sobrevivência do sistema.
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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO LEIRIA
2013-2017
A determinação de elaborar um documento como ferramenta de referência, uma base material
objetiva de informação e conhecimento – Plano Estratégico de Desenvolvimento – estruturado
segundo fases e setores estudados e validados, é fundamental e imprescindível, quando se intenta
desenvolver e implementar um processo de intervenção num qualquer setor.
O Desporto, nos seus mais variados tipos de prática a diferentes níveis, vem sofrendo alterações
significativas quanto à sua interpretação analítica, reflexo das vertiginosas mudanças que
consecutivamente ocorrem na sociedade global, alterando inclusive as funções múltiplas inerentes
ao seu conceito e respetiva abrangência.
Porque o que está em causa é a relevância e o protagonismo duma área de primordial importância
no seio da atividade social – seja no domínio da atividade física no lazer e ocupação dos tempos
livres, seja no âmbito da prática desportiva de competição e alto rendimento – que contribui para a
determinação do nível de qualidade de vida de uma população, torna-se necessário dotar os
decisores de instrumentos que racionalizem e sustentem a sua intervenção futura.
Assim, a decisão de apresentar um trabalho com estas caraterísticas (PLANO ESTRATÉGICO DE
DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO), surge da necessidade por um lado de estabelecer um balanço
da situação atual, e por outro de apontar uma direção a seguir, definindo linhas orientadoras
futuras e propondo a concretização de projetos objetivos. Para além de constituir um documento de
referência e um instrumento de trabalho imprescindível, permitirá à Autarquia, que detém
competências e responsabilidades na determinação da política desportiva local, definir as linhas
orientadoras de um Desenvolvimento Desportivo sustentado, estabelecendo objetivos e formulando
estratégias que racionalizarão e tornarão sustentáveis posteriores opções e tomadas de decisão
nesta matéria.
O presente estudo surge na sequência de uma combinação e compilação de informação de três
estudos setoriais de âmbito desportivo realizados no concelho de Leiria: i) Carta das Instalações
Desportivas 2010, ii) Estudo dos Hábitos Desportivos da População 2011 e iii) Estudo da Oferta
Desportiva 2011.
ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
No Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo do Concelho de Leiria 2013-2017 que aqui se
apresenta, são apresentadas as metas num cenário de 4 anos bem como as estratégias delineadas
para corresponderem às necessidades e expetativas dos agentes desportivos e população do
Concelho de Leiria.
Este estudo iniciar-se-á com uma Análise Estratégica da situação desportiva do concelho de Leiria,
onde são apresentados de forma sumária os principais resultados e conclusões dos três (3) estudos
realizados no concelho de Leiria com vista à caracterização desportiva do mesmo. Posteriormente
serão identificadas quatro (4) perspetivas de atuação estratégica de forma a dotar este estudo de um
cariz qualitativo ao nível da intervenção autárquica, permitindo clarificar o processo de comunicação
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VISÃO
MISSÃO
VALORES
EIXOS DE
INTERVENÇÃO
OBJETIVOS
ESTRATÉGICOS
PROGRAMAS
METAS
INDICADORES DE DESEMPENHO
interna e externa, bem como focalizar todos os agentes de desenvolvimento desportivo nos
objetivos estratégicos definidos. Ainda numa fase de análise, desenvolver-se-á uma análise SWOT,
um instrumento de gestão estratégica utilizado no planeamento e que conjuga a análise do ambiente
interno da situação desportiva municipal, destacando os seus Pontos Fortes (ou Forças) e Pontos
Fracos (ou Fraquezas), e da sua envolvente externa identificando as principais tendências atuais,
classificadas como Oportunidades e Ameaças.
Após realizada a análise estratégica, será formulada toda a estratégia do desporto municipal, numa
secção designada por Formulação Estratégica. Numa primeira instância serão apresentadas a visão, a
missão e os valores que concorrem para a caracterização desportiva no concelho de Leiria.
Posteriormente serão identificados três eixos estratégicos de intervenção que identificam e
complementam as competências das autarquias em matéria de desporto, adaptando-as à realidade
local: Aumentar a prática e a cultura desportiva; Manter, remodelar e construir espaços desportivos;
e o Apoio ao movimento associativo. Em seguida, identificar-se-ão os objetivos estratégicos definidos
para cada eixo de intervenção e as estratégias para atingir os referidos objetivos.
O processo de organização deste estudo está resumido de forma sistematizada na Ilustração 2.
Ilustração 2: Modelo geral de organização do estudo.
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OBJETIVOS DO ESTUDO
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo, ao constituir o documento que determina e
expõe a política desportiva do município de Leiria, tem como objetivo primordial refletir a realidade
desportiva local num determinado momento e, por conseguinte, apontar pressupostos que
racionalizem a intervenção futura dos decisores políticos, com base num melhor conhecimento do
sistema desportivo.
Para além do objetivo primordial, existem ainda os seguintes objetivos específicos:
 Diagnosticar necessidades e carências existentes relativas ao parque desportivo do concelho
e detetar as assimetrias relacionadas com a sua respetiva localização;
 Caracterizar elementos estruturantes do movimento associativo desportivo quanto à sua
organização e funcionalidade;
 Conhecer e compreender as motivações dos indivíduos face à participação e procura de
prática desportiva, registando as suas necessidades e anseios, para que as instituições
concertadamente equacionem os pressupostos e as estratégias adequadas de intervenção;
 Avaliar o consumo e a procura de prática desportiva, estabelecendo a possibilidade de
confrontar os resultados obtidos com os já existentes e que refletem realidades locais e
nacionais;
 Apontar e propor um conjunto coerente de pressupostos e orientações estratégicas que
contribuam para uma atuação sustentada por parte das instituições com responsabilidade no
processo de desenvolvimento desportivo concelhio.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada na realização deste estudo consiste essencialmente na análise e investigação
de estudos técnicos previamente realizados com vista à caracterização desportiva do concelho de
Leiria para seguidamente se proceder ao planeamento estratégico. No modelo de análise
apresentado abaixo estão identificados com os números 1,2 e 3 as partes setoriais que foram alvo de
estudo prévio, designadamente a vertente das instalações desportivas (1), a vertente da procura ou
hábitos desportivos (2) e a vertente da oferta ou associativismo desportivo (3). Todos estes estudos
influenciam a definição do planeamento estratégico que irá ser abordada neste estudo e que está
assinalada com (!) no modelo abaixo.
Ilustração 3: Modelo de análise de referência.
Importa igualmente, salientar que este estudo advém de uma análise e diagnóstico da situação
desportiva municipal atual, que só foi possível realizar devido à elaboração prévia dos três (3)
estudos setoriais apresentados (Ilustração 4).
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Ilustração 4: Enquadramento Conceptual do Planeamento Estratégico de Desenvolvimento Desportivo.
Planeamento Estratégico
Oferta
Desportiva
Instalações
Desportivas
Hábitos
Desportivos
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ANÁLISE ESTRATÉGICA
SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA
INSTALAÇÕES DESPORTIVAS | HÁBITOS DESPORTIVOS | OFERTA DESPORTIVA
PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO
ANÁLISE SWOT
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SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA
Procurando a coerência em todo o processo de planeamento estratégico, e tendo em mente que o
desenvolvimento do desporto se baseia numa interação constante entre os diversos agentes do
sector desportivo e a realidade do concelho, é conveniente efetuar um sumário do desporto no
Concelho de Leiria, procurando conferir fundamentação aos eixos e objetivos estratégicos que serão
delineados. Para tal, o estudo sistemático da realidade desportiva do concelho iniciou-se em Agosto
de 2010 com um conjunto de estudos, nomeadamente, a “Carta das Instalações Desportivas do
Concelho de Leiria 2010”, o “Estudo dos Hábitos Desportivos da População do Concelho de Leiria
2011” e o “Estudo da Oferta Desportiva do Concelho de Leiria 2011”.
A. Instalações Desportivas
As infraestruturas desportivas assumem cada vez mais um papel de dupla importância na
concretização do desenvolvimento desportivo, uma vez que constituem por si só uma parcela da
oferta desportiva de uma região onde os munícipes podem desenvolver as suas atividades físicas
informais, com também são o elemento fundamental na concretização dos serviços desportivos que
pressupõem organização formal, como são os casos do desporto de formação, escolar e de
rendimento.
A quantidade e qualidade das instalações desportivas e a sua distribuição geográfica e espacial
influenciam determinantemente a acessibilidade dos cidadãos aos locais de prática e,
consequentemente, o seu grau de participação em atividades físicas e desportivas, visto que estas
são realizadas em grande parte em instalações desportivas específicas e adequadas.
Segundo a Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto (Lei nº 5/2007, de 16 de Janeiro), nº1 do
artigo 8º que estabelece a política de infraestruturas e equipamentos desportivos, pretende-se que
sejam desenvolvidas políticas, em colaboração entre o Estado e as Autarquias Locais, para fomentar
a criação de um parque desportivo diversificado e de qualidade, proporcionando a prática de
atividade física desportiva a todos os escalões e grupos de população.
De acordo com o Decreto-lei nº 141/2009, de 16 de Junho, que estabelece o regime jurídico das
instalações desportivas de uso público, as instalações desportivas podem ser classificadas e
agrupadas em quatro (4) tipologias:
 Instalações Desportivas de Base Recreativa;
 Instalações Desportivas de Base Formativa;
 Instalações Desportivas Especializadas ou Monodisciplinares;
 Instalações Desportivas Especiais para Espetáculos Desportivos.
As instalações desportivas de base recreativa destinam-se a atividades desportivas com carater
informal ou sem sujeição a regras imperativas e permanentes, no âmbito das práticas recreativas, de
manutenção e lazer ativo.
As instalações desportivas de base formativa são concebidas e destinadas para a educação
desportiva de base e atividades propedêuticas de acesso a disciplinas desportivas especializadas,
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para aperfeiçoamento e treino desportivo, cujas características funcionais, construtivas e de
polivalência são ajustadas aos requisitos decorrentes das regras desportivas a que se destinam.
As instalações desportivas especializadas ou monodisciplinares são instalações permanentes
concebidas e organizadas para a prática de atividades desportivas monodisciplinares, em resultado
da sua específica adaptação para a correspondente modalidade ou pela existência de condições
naturais do local, e vocacionadas para a formação e treino da respetiva modalidade.
As instalações desportivas especiais para o espetáculo desportivo caracterizam-se por ser
instalações permanentes concebidas e vocacionadas para acolher a realização de competições
desportivas com capacidade para receber público e para albergar meios de comunicação social, bem
como capacidade para incorporação de recursos materiais e tecnológicos destinados a apoiar a
realização e difusão pública de eventos desportivos.
Seguidamente são apresentados alguns exemplos ou sub-tipologias de instalações desportivas
pertencentes às quatro (4) tipologias referidas anteriormente (Ilustração 5).
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Ilustração 5: Tipologias das Instalações Desportivas – Regime Jurídico das Instalações Desportivas de Uso Público (Decreto-
lei nº 141/2009).
Em seguida apresentamos os resultados mais significativos do estudo “Carta das Instalações
Desportivas do Concelho de Leiria” realizado em 2010, que permitiu caracterizar o concelho de Leiria
em termos de infraestruturas desportivas a todos os níveis de análise:
 O concelho de Leiria possui um total de 306 instalações desportivas, distribuídas de acordo com
a Ilustração 6.
 No concelho de Leiria predominam as Instalações Desportivas de Base Formativa com 66,99%, o
correspondente a 205 instalações.
InstalaçõesDesportivas
Base Recreativa
Circuitos de
Manutenção
Espaços de Jogos
Tradicionais
Ciclovias
Minicampos de
Jogos
Salões Recreativos
Base Formativa
Grandes Campos
de Jogos
Pequenos Campos
de Jogos
Pistas de Atletismo
Pavilhões
Salas de Desporto
Piscinas
Especializadas ou
Monodisciplinares
Centro Hípicos
Pistas de
Modelismo
Salas e Campos de
Tiro
Kartódromos
Especiais para o
Espetáculo
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Ilustração 6: Percentagem de Instalações Desportivas por Classe Tipológica.
 Nas instalações desportivas de base recreativa predominam os salões recreativos (51 ID).
 Quanto às instalações desportivas de base formativa, verificou-se a existência de 78
polidesportivos descobertos (pertencentes aos pequenos campos de jogos), 60 campos de
futebol (grandes campos de jogos) e 32 pavilhões.
 A freguesia com mais instalações desportivas é a freguesia urbana de Pousos com 28 ID (9,15%).
Seguem-se as restantes freguesias urbanas, nomeadamente Maceira com 27 ID, Leiria com 26 ID
e Marrazes com 26 ID. Em contrapartida, as freguesias mais carenciadas de instalações
desportivas são a Chaínça e a Memória com 2 ID, cada uma.
 A área desportiva útil total do concelho corresponde a 455.971 m2
, um valor que se revela
positivo face à desejada a nível nacional e bastante próximo da desejada a nível europeu
(Ilustração 7).
Ilustração 7: Comparação da Área Desportiva Útil do concelho de Leiria com a desejada a nível nacional e europeu.
 O concelho de Leiria apresenta 3,79m2
/hab., isto é, para cada habitante do concelho existe 3,79
m2
de área desportiva útil para se poder praticar atividade física desportiva. Este valor encontra-
se ligeiramente abaixo do recomendado pelo Conselho da Europa (4m2
/hab.).
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 De acordo com os critérios de planeamento da Direção Geral do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Urbano (DGOTD), no concelho de Leiria existem carências ao nível das Pistas
de Atletismo, dos Pequenos Campos de Jogos, das Piscinas Cobertas e das Piscinas de Ar Livre.
No que diz respeito aos Grandes Campos de Jogos e aos Pavilhões/Salas de Desporto, o concelho
de Leiria possui a quantidade de instalações adequadas (Ilustração 8).
Ilustração 8: Comparação da Área Desportiva Útil por Habitante com os Critérios de Planeamento da DGOTDU.
 46 ID possuem terra batida como o tipo de piso/pavimento da instalação, em grande parte
associado aos grandes campos de jogos (campos de futebol) com 45, tal como se pode verificar
na Ilustração 9. Seguidamente, o tipo de piso mais frequente nas ID é o cimento ou betão simples
(44 ID), associado aos pequenos campos de jogos com 31 (Ilustração 10).
Ilustração 9: Distribuição do Tipos de Piso associado aos Campos de Futebol (Grandes Campos de Jogos).
Ilustração 10: Distribuição do Tipo de Piso associado aos Polidesportivos Descobertos.
 60% das instalações desportivas são desprovidas de cobertura, ou seja, são instalações
desportivas de ar livre.
 O estado de conservação global das ID no concelho de Leiria é considerado regular com 160 ID
(52,3%).
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 A propriedade das instalações desportivas é maioritariamente de clubes ou associações
desportivas com 61,1% das ID.
 86% (263 ID) das instalações desportivas do concelho não possuem responsável técnico, sendo
que das 43 ID que possuem esta figura, 18 instalações são geridas pela Leirisport, EM e 17 são
geridas por estabelecimentos de ensino.
 Na década entre 1996 e 2005 foi onde se registou o maior “Boom” na construção de instalações
desportivas no concelho de Leiria, com 86 ID construídas, sendo que cerca de 30 foram
polidesportivos descobertos. Esta sub-tipologia de ID tem sido a mais construída desde 1986.
Salienta-se ainda, o facto de a maioria dos campos de futebol terem sido construídos entre 1976
e 1985 (Ilustração 11).
Ilustração 11: Ano de construção das instalações desportivas no concelho de Leiria, por sub-tipologia.
 Na Ilustração 12 é bem visível a dispersão das ID no concelho de Leiria, sendo possível concluir
que nas freguesias urbanas se verifica uma maior concentração de instalações, algo que
acompanha a dinâmica populacional. No entanto, salienta-se o facto de todas as freguesias do
concelho possuírem ID, o que em termos gerais é bastante positivo.
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 Através da aplicação de uma metodologia específica e técnica de análise da funcionalidade das
Instalações Desportivas de Base Formativa (IDBF), designada por Avaliação Funcional das ID,
conclui-se que, das 205 IDBF, 59,51% dos casos possuem um nível funcional abaixo das 3
Estrelas, estando assim, a funcionalidade das ID reduzida a 40,49%. A avaliação funcional de 3, 4
e 5 estrelas foi obtida em 83 casos: 51 casos com 3 estrelas (24,88%); 22 casos com 4 estrelas
(10,73%) e 10 casos com a avaliação funcional máxima de 5 estrelas (4,88%).
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 Na Avaliação Funcional das ID foi também possível concluir que 63,9% das ID possuem uma área
desportiva útil com condições de utilização razoáveis ou inferiores.
 Quanto ao apetrechamento, 54,6% das ID não possuem o apetrechamento adequado nem nas
devidas condições de utilização.
 36,1% das ID apresentam carências ao nível das áreas de apoio (balneários, bar, secretaria, etc.).
 47,8% das ID não possuem enquadramento técnico e têm problemas de higiene e segurança.
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B. Hábitos Desportivos
O estudo da Procura Desportiva ou dos Hábitos Desportivos de qualquer área territorial, como é o
caso de um concelho, assume importância fundamental na análise da situação desportiva. Deste
modo, realizar um Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo eficiente e eficaz, não seria
totalmente conseguido sem se identificar os hábitos da prática desportiva da população do
concelho. Registar os motivos que levam a que outros não pratiquem ou abandonem a atividade e
conhecer os anseios da população relativamente a esta matéria, determinando as tendências de
participação e Procura Desportiva num futuro próximo, constitui o ponto fulcral deste estudo, uma
vez que a sustentação da oferta desportiva implica um conhecimento profundo da procura.
Assim, apresentamos seguidamente as conclusões gerais e mais relevantes do estudo denominado
como “Hábitos Desportivos da População do Concelho de Leiria” realizado em 2011:
 A prática de atividade desportiva ocupa 21,2% dos tempos livres da população do concelho,
existindo assim uma grande tendência para as pessoas inquiridas neste estudo praticarem
atividade física, contrastando de forma bastante positiva com os padrões preocupantes de
sedentarismo evidentes nas sociedades contemporâneas. Esta forma de ocupação dos tempos
livres é mais evidenciada nos homens e nos escalões etários mais jovens.
 A prática desportiva nos últimos 12 meses, ou seja, o índice de participação desportiva
referente ao último ano é 70,%, enquanto o índice de participação desportiva nas últimas 4
semanas (período temporal de referência neste tipo de estudos) é 56,3%. Regista-se assim, um
decréscimo de 13,7%, o que corresponde à taxa de abandono durante o último ano.
 As freguesias onde se regista maior índice de prática desportiva são, naturalmente, as freguesias
urbanas do concelho – Marrazes, Leiria, Maceira e Pousos, revelando assim uma variação
proporcional ao número de habitantes nas freguesias.
 Quanto ao perfil dos praticantes, em ambos os períodos se regista um ligeiro ascendente por
parte do sexo feminino, sendo que nas últimas 4 semanas 51,3% da prática desportiva foi
realizada por mulheres.
 Relativamente à idade, verificamos que existe uma tendência evolutiva decrescente à medida
que a idade da população aumenta, sendo que as idades compreendidas entre os 25 e os 34
anos e os 15 e os 24 anos são aquelas onde se regista maior prática, ambos com 21,9%.
Contrariamente, entre os 65 e os 74 anos a prática desportiva é muito baixa.
 Em relação ao nível de escolaridade, 31,3% dos praticantes pertencem ao Ensino Secundário
(11º e 12ª anos), enquanto os praticantes com o 3º Ciclo totalizam 23,9%. Os praticantes com
formação superior (Licenciatura, Mestrado ou Doutoramento) correspondem a 17,9%.
Aparentemente a prática desportiva pode não ser proporcional ao tempo de permanência na
escola, mas os resultados evidenciam que indivíduos com maiores níveis de escolaridade tendem
a praticar mais atividade desportiva.
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 A população ativa demonstra uma maior tendência para a prática desportiva com 50,3% dos
praticantes a revelarem estar empregados.
 As cinco modalidades mais praticadas, de uma forma geral, são, por ordem decrescente, as
Caminhadas (33,0%), a Natação (9,9%), o Futsal (8,4%) e o Futebol e o Cardiofitness (8,1%)
(Ilustração 12). Como tal, a grande discrepância revelada pelas Caminhadas em relação às
restantes permite-nos perceber que a prática desportiva no concelho é realizada,
maioritariamente, em contexto informal ou de lazer. No entanto, a análise das modalidades mais
escolhidas como primeira opção apresenta cenários muito distintos em função do género. As
mulheres preferem modalidades como a Natação, as Aulas de Grupo, as Caminhadas e a
Ginástica, enquanto os homens preferem modalidades como o Futebol, o Futsal, o Andebol, o
Atletismo, o Ténis, o Ciclismo e o BTT.
Ilustração 12: Principais modalidades praticadas pelos habitantes do concelho de Leiria.
 Os praticantes optam por praticar atividade desportiva entre 2 a 3 vezes por semana (47,8%) e
entre 1 a 3 horas por semana (34,7%), sendo que o período do dia preferido para desenvolverem
as suas atividades é ao final do dia (46,0%). Os praticantes não demonstraram diferenças para
com o período da semana em que praticam mais, revelando que tanto praticam durante a
semana com ao fim de semana (45,5%).
 O âmbito da participação desportiva é predominantemente de Lazer ou Informal (71,5%), sendo
16,0% no âmbito Organizado e 11,1% no âmbito Federado (assente em quadros competitivos).
 As instalações ou espaços de ar livre são os mais utilizados para a prática desportiva por parte
da população do concelho de Leiria, sendo que a escolha das instalações desportivas é,
maioritariamente, determinada pela proximidade de casa, seguindo-se a qualidade da
instalação.
 Os praticantes do concelho de Leiria desenvolvem a sua atividade desportiva com amigos
(46,0%), sendo a segunda forma mais usual de prática desportiva sozinho (28,6%).
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 O concelho de Leiria é eleito pela maioria dos praticantes como o local de prática desportiva
(94,6%), preferindo não se deslocar a outros concelhos contíguos para praticar atividade física
desportiva.
 Os praticantes do concelho de Leiria afirmam, maioritariamente, percorrer menos do que 5
quilómetros e demorar menos de 5 minutos até chegarem ao local onde habitualmente
praticam atividade desportiva, algo que demonstra que os mesmos não estão dispostos a
percorrer muitos quilómetros para efetivar a sua prática. O meio de transporte mais utilizado
nestas deslocações é o carro (44,8%), sendo de salientar também a deslocação a pé (44,1%)
quando vão praticar determinadas modalidades, como é o caso das Caminhadas.
 As três primeiras razões mencionadas pelos praticantes para a prática desportiva são, por ordem
decrescente: Promover a saúde (46,6%), Melhorar a condição física (19,2%) e o Divertimento
(11,3%), tal como se pode verificar na Ilustração 13.
Ilustração 13: Principais razões e motivos da prática desportiva.
 No universo dos não praticantes desportivos, que corresponde a 43,7% da população do
concelho, verificamos que 76,4% afirmam já terem praticado alguma atividade desportiva no
passado. No que respeita às modalidades desportivas com maior taxa de abandono, isto é,
aquelas que os não praticantes deixaram de praticar, o Futebol surge em primeiro lugar com
32,4%, seguindo-se a Natação com 13,0% e o Andebol com 7,7%.
 No conjunto das principais razões ou motivos referidos pelos indivíduos para terem deixado de
praticar atividade desportiva, surgem com valores mais elevados, por ordem decrescente, os
motivos associados à falta de tempo (50,6%), os motivos de saúde (17,6%) e a
incompatibilidade de horários (7,4%).
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Ilustração 14: Principais razões apontadas para o abandono da prática desportiva.
 No que respeita à intenção de iniciar a sua prática desportiva, independentemente do seu
passado desportivo, 74,6% dos não praticantes tencionam voltar a praticar. As modalidades
mais mencionadas por este grupo foram a Natação (25,6%) e o Futebol (13,7%).
 Quanto ao grau de envolvimento com o associativismo desportivo, apenas 9,9% são associados
de clubes ou associações desportivas e 5,4% são atletas. Em contrapartida, 19,5% não têm
qualquer tipo de envolvimento com os clubes, sendo apenas simpatizantes.
 Quanto aos programas de promoção de atividade física promovidos pelo Município de Leiria,
60,1% da população afirma desconhecer por completo qualquer programa desta natureza. No
entanto, 30,9% afirmam conhecer programas de atividade física municipais, sendo o Viver Ativo
(57,4%), o Get Fitt (23,4%) e o Férias Sem Limites (18,4%) os mais conhecidos.
 A maioria da população do concelho de Leiria revela estar razoavelmente satisfeita com a
qualidade das instalações desportivas municipais existentes no mesmo (53,5%).
 Relativamente à quantidade de instalações desportivas, 48,1% consideram existir instalações
suficientes para a prática desportiva no concelho.
 Daqueles que afirmaram não existir instalações desportivas suficientes, 29,4% dizem que as suas
freguesias têm carência de uma Piscina e 29,1% de um Pavilhão desportivo.
 Na totalidade do concelho, cerca de 27,5% da população inquirida afirma que há carência de
um Pavilhão desportivo.
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C. Oferta Desportiva
O associativismo desportivo enquadra legitimamente e até legalmente o conjunto de entidades que
contribuem para a definição geral do pacote da oferta desportiva de qualquer concelho. Contudo,
este conjunto de agentes apresenta uma grande heterogeneidade relativamente às suas
características próprias, facto que constitui um fator de dificuldade acrescida na análise geral às suas
limitações, problemas e enquadramento específico no fenómeno desportivo e, consequentemente,
na definição dos parâmetros de intervenção e acompanhamento de que necessitam.
As organizações desportivas, nomeadamente as associações e clubes, desempenham um papel
insubstituível, uma vez que atuando diretamente no terreno dispõem de um estatuto de
identificação popular inigualável, de vastíssimas experiências na promoção de programas e
atividades desportivas e de recursos importantíssimos, onde se inclui o corpo do voluntariado.
Considerando a capacidade de distribuição geográfica e de gerar recursos a nível local, as associações
e os clubes assumem uma posição crucial na promoção da oferta das práticas desportivas ditas
amadoras e na promoção da participação desportiva democrática dos cidadãos nas organizações
desportivas.
A caracterização estrutural dos clubes, enquanto células primordiais do movimento associativo
desportivo que contribuem para o desenvolvimento socioeconómico local, é decisiva, pois o seu
conhecimento profundo possibilita uma avaliação mais precisa da sua situação e uma definição de
estratégias de intervenção adequadas às suas necessidades, permitindo-lhes o cumprimento e
desempenho das suas funções sociais.
Seguidamente, apresentamos as principais considerações sobre a oferta desportiva no concelho de
Leiria e também sobre o associativismo:
 O concelho de Leiria é representado por um total de 168 clubes/associações desportivas, sendo
que 97 destas (57,7%) desenvolvem atividade desportiva regularmente. É, igualmente
importante perceber que, dos 168 clubes existentes, 89,9% correspondem a entidades sem fins
lucrativos, sendo os restantes 10,1% correspondentes à fatia da oferta privada (entidades com
fins lucrativos).
 O concelho é caracterizado por um total de 5.438 praticantes federados, sendo 4.285 do sexo
masculino (78,8%) e 1.153 do sexo feminino (21,2%), tal como se pode observar na Ilustração
15.
Ilustração 15: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o sexo.
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 Relativamente ao escalão etário dos praticantes (Ilustração 13), 3.845 (70,7%) praticantes
desenvolvem atividade desportiva em escalões de formação, 1.402 (25,8%) praticantes
representam o escalão sénior e 191 (3,5%) praticantes representam o escalão de veteranos.
Ilustração 16: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o escalão etário.
 O Desporto Federado no concelho de Leiria corresponde a 4,3% do total da população residente
no mesmo, um valor positivamente superior à taxa de participação federada em Portugal em
1999 – 4% (Marivoet, 2001).
 O concelho de Leiria conta com a oferta de 25 modalidades desportivas, nomeadamente:
Futebol 11, Futebol 7, Futsal, Andebol, Basquetebol, Hóquei Patins, Rugby, Voleibol e Fitness
(modalidades coletivas); Atletismo, Ténis, Ginástica, Outras Artes Marciais1
, Judo, Karaté,
Patinagem2
, Natação3
, Modelismo, Tiro, Ciclismo4
, Pentatlo Moderno, Badminton, Bridge, Pesca
Desportiva e Pool/Bilhar (modalidades individuais). Como se pode verificar, existem 9
modalidades coletivas e 16 modalidades individuais.
 A modalidade desportiva mais representativa no concelho de Leiria é o Futsal, existindo 29
clubes a oferecerem a referida modalidade (21%). Segue-se o Futebol 11 com um total de 18
clubes a disponibilizarem a mesma (13%) e as atividades de Fitness com 16 Health Clubs a
disponibilizarem a mesma (11,6%), conforme se pode verificar na Ilustração 17.
1Aikido, Jiu-Jitsu, Kickboxing e Taekwondo.
2 Patinagem Artística e Patinagem de Velocidade.
3 Natação Pura e Natação Sincronizada.
4 Ciclismo e BTT.
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Ilustração 17: Caracterização da oferta de Modalidades Desportivas no concelho de Leiria por clube.
 Relativamente ao número de praticantes por modalidade, o Futebol 11 apresenta 953
praticantes federados, o Futebol 7 apresenta 813 praticantes e o Futsal apresenta 801
praticantes, sendo estas a três modalidades coletivas com mais praticantes, por ordem
decrescente, respetivamente.
 Nas modalidades individuais destacam-se o Atletismo com 429 praticantes, o Ténis com 369
praticantes e a Ginástica com 262 praticantes federados.
 As freguesias com maior número de clubes/associações desportivas são as freguesias de Leiria
(29 clubes), Marrazes (20 clubes), Pousos (12 clubes) e Maceira (11 clubes). Em sentido
contrário, as freguesias da Bajouca, Boa Vista e Santa Eufémia possuem apenas 1 clube, cada
uma.
 Relativamente às modalidades oferecidas por freguesia, a freguesia de Leiria destaca-se com a
oferta de 18 modalidades, seguindo-se Marrazes com 14 modalidades, os Pousos com 9
modalidades e a Caranguejeira com 7 modalidades. Contrariamente, as freguesias da Azoia,
Barosa, Chaínça, Santa Eufémia e Souto da Carpalhosa não oferecem qualquer modalidade
desportiva.
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 Quanto ao número de praticantes por freguesia, Leiria destaca-se novamente com 1.400
praticantes federados. Em seguida, surge os Pousos com 1.051 praticantes e os Marrazes com
1.040 praticantes. À semelhança do que acontece com as modalidades oferecidas, também as
freguesias da Azoia, Barosa, Chaínça, Santa Eufémia e Souto da Carpalhosa não possuem
praticantes federados.
 A freguesia de Leiria é, simultaneamente, a que possui mais clubes, modalidades e praticantes
federados.
 Quanto à totalidade dos clubes, a Associação Cultural e Recreativa de Maceirinha (freguesia da
Maceira) é o que oferece mais modalidades desportivas no concelho de Leiria, com um total de
quatro (4) modalidades.
 No que respeita aos quadros dirigentes dos clubes/associações desportivas do concelho de
Leiria, 91,7% dos presidentes são pertencentes ao sexo masculino.
 Relativamente aos treinadores/professores, dos 97 clubes que desenvolvem atividade desportiva
regularmente, 40 possuem mais do que 5 treinadores, 34 possuem entre 3 a 5 treinadores e 23
possuem 1 ou 2 treinadores.
 Dos 168 clubes existentes no concelho, 36 tiveram a sua fundação entre os anos de 1975 e
1984, curiosamente no período pós 25 de Abril.
Ilustração 18: Evolução do número de clubes no concelho de Leiria.
 Quanto à caracterização das instalações sociais dos clubes, 69,5% dos mesmos possui uma sede
social própria. 86,8% dos clubes revelam não possuir salas de reuniões, 90,4% não possuem
salas de direção, 84,4% não possuem secretaria e 59,9% não possuem salões de festas. Por sua
vez, 54,5% dos clubes possuem bar/restaurante nas suas sedes sociais.
 Dos 168 clubes existentes no concelho, 64,7% possuem instalações desportivas próprias.
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PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO
Considerando que a transversalidade do desporto – que promove a participação de uma
multiplicidade de organizações e indivíduos nos processos de desenvolvimento desportivo –
determina uma abordagem multifacetada desta realidade, identificámos diferentes perspetivas que
influenciam a qualidade da atuação da autarquia no desporto, permitindo clarificar o processo de
comunicação interna e externa e focalizar todos os agentes de desenvolvimento desportivo nos
mesmos objetivos estratégicos. Deste modo, a concretização da visão, da missão e dos objetivos
estratégicos apontados depende da mobilização de recurso de quatro (4) perspetivas de atuação que
são apresentadas na Ilustração 19.
Ilustração 19: Perspetivas de atuação estratégica.
Apresentamos seguidamente (tabela 1), os objetivos pretendidos para cada perspetiva de atuação
estratégica.
Tabela 1: Perspetivas de atuação da autarquia no desporto e respetivos objetivos.
Perspetivas de Atuação Objetivos
Servir a população e a
comunidade
Melhorar os serviços prestados à população e comunidade do
concelho de Leiria, concebendo ambientes que favoreçam a criação
e o desenvolvimento de valor no Desporto.
Processos internos e
desenvolvimento
organizacional
Desenvolver e melhorar o funcionamento dos processos internos do
pelouro do desporto, permitindo aos colaboradores prestar um
serviço eficiente e eficaz.
Inovação e aprendizagem
Desenvolver uma equipa pluridisciplinar, altamente motivada para
atingir a excelência na prestação de serviços.
Desenvolver uma comunicação e cooperação eficaz, transparente e
partilhada entre os diversos agentes desportivos.
Gestão financeira e
orçamental
Implementar uma gestão financeira e orçamental transparente,
participativa e rigorosa.
Servir a população
e a comunidade
Gestão financeira
e orçamental
Inovação e
aprendizagem
Processos
internos e
desenvolvimento
organizacional
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ANÁLISE SWOT
A análise SWOT é um instrumento de gestão estratégica de planeamento que consiste em identificar,
por um lado, os pontos fortes e pontos fracos da situação interna, neste caso, da situação desportiva
interna no concelho de Leiria e, por outro lado, as oportunidades e ameaças existentes no meio
envolvente. Salienta-se o facto que os pontos fortes deverão ser mantidos ou aproveitados e, ao
invés, os pontos fracos deverão ser suprimidos ou minimizados. As oportunidades deverão ser
aproveitadas e as ameaças deverão ser evitadas ou ultrapassadas. Na Ilustração 20, está
representada a lógica da análise SWOT.
Ilustração 20: Lógica da análise SWOT.
Antecipando a definição dos eixos de intervenção e dos objetivos para o desporto no município, para
a definição de estratégias adequadas ao cumprimento dos mesmos, torna-se necessário elaborar
uma análise prévia da envolvente/ambiente. Assim, através do recurso aos estudos que
caracterizaram a realidade desportiva do concelho de Leiria, cujas principais conclusões foram
descritas anteriormente foi possível identificar alguns aspetos que sugerem a existência de pontos
fortes e pontos fracos no concelho em termos desportivos, bem como a identificação de
oportunidades e ameaças no ambiente desportivo do contexto envolvente local, nacional e
internacional. Seguidamente, apresentamos a análise SWOT para cada das perspetivas de atuação,
integrando, desde já, os objetivos estratégicos (explorados no capítulo seguinte) para o pelouro do
desporto municipal.
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Tabela 2: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Servir a população e a comunidade”.
A. SERVIR A POPULAÇÃO E A
COMUNIDADE
PONTOS FORTES
- Elevado Índice de Prática
Desportiva, 33% em relação ao
IPD Nacional
5
;
- Ocupação dos tempos livres a
praticar atividade física;
- Diversidade das
atividades/modalidades
desenvolvidas e oferecidas;
- Elevada quantidade de ID Base
Formativa (67%);
- Área Desportiva Útil por
habitante dentro dos
parâmetros de referência;
- Boa distribuição das
instalações desportivas pelas
freguesias do concelho.
PONTOS FRACOS
- Reduzida participação da população
sénior;
- Pouca predisposição para a prática
desportiva federada | índice de
desporto federado 0,5% inferior à
média nacional
6
;
- Grande taxa de abandono da prática
desportiva (76%);
- Condições de utilização reduzidas ao
nível dos Grandes Campos de Jogos
(idade, tipo de piso, funcionalidade,
higiene e segurança, apetrechamento);
- Baixo índice de prática desportiva nas
zonas rurais e semi-urbanas;
- Carência de algumas instalações
desportivas, nomeadamente piscinas
cobertas e de ar livre e um pavilhão na
região urbana do concelho.
OPORTUNIDADES
- Evolução da procura de atividade
física por parte da população
sénior e feminina;
- Modalidades em expansão no
concelho (jogging, trail, etc.);
- Elevada importância do desporto
informal/lazer;
- Preferência pela prática
desportiva dentro do concelho;
- Interesse elevado dos não
praticantes em praticar atividade
desportiva;
- Clubes desportivos com
dinamismo e motivação para
colaborar em projetos de
desenvolvimento desportivo.
A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática
desportiva;
A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no segmento
feminino;
A3:Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e
apetrechamento de espaços e equipamentos desportivos;
A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva;
A5: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física
informal com acompanhamento técnico especializado.
AMEAÇAS
- Abandono precoce devido a falta
de tempo;
- Estilos de vida progressivamente
mais exigentes em termos de
tempo dedicado ao trabalho;
- Falta de renovação e/ou
disponibilidade do corpo dirigente
nos clubes provoca pouco
envolvimento no associativismo.
5 Índice de Prática Desportiva Nacional = 23% (1999) – Estudo dos Hábitos Desportivos da População Portuguesa
(Marivoet, 2001)
6 Índice de Prática Desportiva Federada em Portugal = 4,8% (2009) – Estatísticas do Desporto em Portugal 1996-2009 (IDP,
I.P., 2009)
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Tabela 3: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Processos internos e desenvolvimento organizacional”.
B. PROCESSOS INTERNOS E
DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL
PONTOS FORTES
- Orientação dos objetivos para
as reais necessidades dos
cidadãos e comunidades.
PONTOS FRACOS
- Incapacidade de resposta às
solicitações de cidadãos e comunidade
em tempo útil;
- Quadro de RH limitado na CML face ao
nível de trabalho existente;
- Extinção da Leirisport, E.M. com
competência técnica e recursos
humanos qualificados;
- Fraca orientação à organização de
atividades de desporto informal e à
participação dos Clubes e Associações
nesse tipo de eventos;
-Fraca orientação para a organização de
eventos desportivos da CML;
- Fraca orientação à gestão ambiental e
ligação entre a atividade física e o
ambiente;
- A dispersão dos modelos de gestão
provoca dificuldade na homogeneidade
de critérios e indicadores de gestão
comuns.
OPORTUNIDADES
- Mais de metade dos clubes e
associações desportivas do
concelho desenvolvem
atividade desportiva
regularmente;
- Ambiente de boa cooperação
institucional entre os vários
agentes desportivos
concelhios;
- Muitas instalações
desportivas são propriedade
dos clubes e associações
desportivas.
B1: Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar
a eficiência dos processos;
B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade;
B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade;
B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização
correta dos recursos;
B5: Analisar e, se for o caso, reformular/sistematizar o atual sistema de
apoio ao associativismo desportivo no concelho (inserido no Regulamento
de Atribuição de Auxílios do Município de Leiria);
B6: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos
de ensino e os clubes/associações desportivas;
B7: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e
Eventos Desportivos informais.
AMEAÇAS
- Incapacidade de execução dos
projetos devido à morosidade
de determinados processos;
- Contenção orçamental na
maioria das autarquias
portuguesas.
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Tabela 4: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Inovação e aprendizagem”.
C. INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM
PONTOS FORTES
- Disponibilidade e motivação
para uma aprendizagem
contínua por parte de vários
agentes desportivos concelhios;
- Relação próxima entre vários
agentes desportivos locais e os
técnicos da autarquia;
- Disponibilidade de
cooperação, quando solicitados,
por muitos dos indivíduos e
comunidades ligados ao
desporto.
PONTOS FRACOS
- Falta de habilitações
académicas e de frequência de
formação contínua por parte
de vários agentes desportivos;
- Debilidades na divulgação de
informação útil para os
diferentes agentes desportivos;
- Fraca capacidade de adoção
rápida de inovação de
processos e de produtos nas
organizações desportivas
(clubes);
- Elevado número de
instalações desportivas sem
responsabilidade técnica.
OPORTUNIDADES
- Diversidade e quantidade de ofertas
formativas na área do desporto;
- Crescente consciência da população
para a importância do exercício físico,
nomeadamente ao nível dos benefícios
para saúde;
- Desenvolvimento de novas formas de
comunicação que permitem uma maior
interatividade entre emissor e recetor;
- Crescente evolução ao nível das
tecnologias da informação com o
surgimento de novas tendências.
C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em
áreas estratégicas do desporto;
C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade
física desportiva a vários segmentos da população;
C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e
eventos desportivos de âmbito municipal;
C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação
e comunicação de suporte à estratégia;
C5: Promover a importância da existência de uma figura com
responsabilidade técnica ao nível das instalações desportivas;
C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de
interessados.
AMEAÇAS
- Crescente dificuldade em comunicar
com a população devido à enorme
quantidade de informação que é
veiculada de várias fontes, todos os dias;
- Tendência natural das pessoas e
organizações para se fecharem sobre si
próprias e não procurarem parcerias e
formação potenciadoras dos seus ativos;
- Dificuldade na mobilização inicial dos
diferentes grupos de interessados no
Desporto.
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Tabela 5: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Gestão financeira e orçamental”.
D. GESTÃO FINANCEIRA E
ORÇAMENTAL
PONTOS FORTES
- Ligação próxima entre a autarquia e a
maioria dos clubes desportivos do
concelho;
- Empenho em atribuir de uma forma
mais célere e justa as verbas de apoio,
com base em critérios pré-definidos e
estandardizados;
- Oportunidade de redução de custos
na gestão das Instalações Desportivas
atribuídas às Juntas de Freguesia e às
de gestão municipal.
PONTOS FRACOS
- Ausência de fontes alternativas
de financiamento, quer
financeiro, humano e material;
- Dificuldades na análise dos
resultados obtidos através do
apoio financeiro às diferentes
entidades e projetos;
- Processo moroso na atribuição
de verbas para o movimento
associativo.
- Controlo dos custos e da
atividade das IDLM sob gestão de
JF, Clubes/Associações.
OPORTUNIDADES
- Existência de candidaturas
alternativas de financiamento a
nível nacional e europeu;
- Recetividade pública para o
investimento em serviços e
equipamentos desportivos. D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos
resultados esperados;
D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o
desporto no concelho de Leiria;
D3: Desenvolver novas fontes de receita.
AMEAÇAS
- Encerramento de clubes
devido à falta de apoio
financeiro da autarquia;
- Fragilidades do associativismo
na relação com o setor privado,
de forma a obter apoios
financeiros através deste tipo
de fontes.
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FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA
VISÃO | MISSÃO | VALORES
EIXOS DE INTERVENÇÃO | OBJETIVOS ESTRATÉGICOS | ESTRATÉGIAS
PLANO OPERACIONAL
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VISÃO
Leiria pretende ser reconhecida como uma cidade desportiva, promovendo e divulgando para os
seus munícipes a prática da atividade física e desportiva como elemento dinamizador da saúde e
qualidade de vida, educação, socialização, inclusão social e criação de valor para cidadãos e
movimento desportivo.
MISSÃO
Promover, melhorar e diversificar iniciativas de natureza desportiva dirigidas a todos os segmentos
da população, assente numa gestão racional e sustentada, bem como promover a criação de
condições humanas e materiais para uma prática desportiva assente na qualidade através do
estabelecimento de parcerias com estruturas associativas e outras entidades desportivas.
VALORES
Equidade – igual tratamento dos agentes envolvidos na atividade física e desportiva na resolução de
problemas;
Eficiência e Eficácia – concretização das ações com a máxima rentabilidade;
Qualidade e Excelência – organização rigorosa para alcançar o êxito e o sucesso;
Inovação – constante motivação para a mudança no sentido positivo;
Participação – preocupação constante na participação e incentivo da população para prática
desportiva.
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EIXOS DE INTERVENÇÃO
Após realizada a análise SWOT e definidos objetivos estratégicos através da combinação Pontos
Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças, apresentamos seguidamente os eixos de
intervenção que advêm da referida análise, articulando-os com os objetivos estratégicos definidos.
EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA
A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva;
A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no segmento feminino;
A5: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com
acompanhamento técnico especializado;
B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade;
B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos;
B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os
clubes/associações desportivas;
B6: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos
informais;
C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas do desporto;
C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos
da população;
C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito
municipal.
EIXO DE INTERVENÇÃO II – MANTER, REMODELAR E REQUALIFICAR ESPAÇOS
E EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS
A3: Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços
e equipamentos desportivos;
A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva;
B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos;
C5: Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das
instalações desportivas;
D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados;
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D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria.
EIXO DE INTERVENÇÃO III – APOIO AO ASSOCIATIVISMO DESPORTIVO
B1: Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar a eficiência dos
processos;
B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade;
B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os
clubes/associações desportivas;
C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à
estratégia;
C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados;
D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria;
D3: Desenvolver novas fontes de receita.
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Tabela 6: Síntese da aplicação dos objetivos estratégicos nos eixos de intervenção.
Nº NOME
EIXOS DE INTERVENÇÃO
EI I EI II EI III
PERSPETIVA A | SERVIR A POPULAÇÃO E A COMUNIDADE
A1. Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática
desportiva
o
A2. Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no sexo
feminino
o
A3. Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e
apetrechamento de espaços e equipamentos desportivos
o
A4. Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva o
A5. Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física
informal com acompanhamento técnico especializado
o
PERSPETIVA B | PROCESSOS INTERNOS E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
B1. Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar
a eficiência dos processos
o
B2. Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade o
B3. Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade o
B4. Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização
correta dos recursos
o o
B5. Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos
de ensino e os clubes/associações desportivas
o o
B6. Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e
Eventos Desportivos informais
o
PERSPETIVA C | INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM
C1. Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas
estratégicas do desporto
o
C2. Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física
desportiva a vários segmentos da população
o
C3. Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos
desportivos de âmbito municipal
o
C4. Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e
comunicação de suporte à estratégia
o
C5. Promover a importância da existência de uma figura com
responsabilidade técnica ao nível das instalações desportivas
o
C6. Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de
interessados
o
PERSPETIVA D | GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTAL
D1. Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos
resultados esperados
o
D2. Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o
desporto no concelho de Leiria
o o
D3. Desenvolver novas fontes de receita o
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ESTRATÉGIAS/AÇÕES
EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA
A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva
 Promover ações de sensibilização junto das comunidades das freguesias rurais;
 Incentivar os agentes desportivos a colaborar na divulgação dos benefícios da prática
desportiva nas freguesias rurais;
 Estabelecer um programa de parceria com instituições de ensino do concelho de Leiria de
forma a melhorar e uniformizar os padrões de comunicação nas freguesias rurais.
A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no sexo feminino
 Manter/desenvolver um programa de apoio ao associativismo desportivo no concelho de
Leiria com vista ao desenvolvimento de competições federadas;
 Promover um plano de apoio ao desporto feminino.
A6: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com
acompanhamento técnico especializado
 Disponibilizar um conjunto de recursos humanos tecnicamente especializados para apoiar e
acompanhar a atividade física informal realizada pelos munícipes do concelho;
 Criar um plano horário de acompanhamento técnico nos principais espaços de prática
desportiva informal do concelho;
 Promover parcerias com entidades/associações desportivas do concelho para intervenção
nos programas de atividade física informal.
B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade
 Elaborar e disponibilizar um guia desportivo do concelho;
 Diminuir as reclamações dos utentes dos programas de atividade física existentes;
 Analisar a necessidade de criação de novas iniciativas/programas de atividade física
desportiva.
B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos
 Organizar dias temáticos, seminários e workshops aproveitando os recursos naturais
existentes;
 Incrementar iniciativas de atividade física nos recursos naturais existentes.
B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os
clubes/associações desportivas
 Promover atividades desportivas conjuntas utilizando as instalações desportivas dos clubes.
B6: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos
informais
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 Consolidar os programas de prática de atividade física informal existentes, adaptando-os a
uma vertente informal de ar livre;
 Diversificar a oferta de programas desportivos municipais;
 Aumentar o número de vagas nos programas desportivos municipais atuais;
 Criar parcerias com clubes/associações desportivas com vista ao desenvolvimento de
programas de prática desportiva municipal (ex.: “Saber Nadar”).
C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas
 Desenvolver parcerias com entidades de formação profissional e/ou estabelecimentos de
ensino de forma a dotar os recursos humanos de qualificações que permitam fomentar a
prática desportiva;
 Elaborar um plano de formação anual para os agentes desportivos do concelho.
C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos
da população
 Elaborar e disponibilizar um guia desportivo do concelho;
 Incrementar informação na agenda cultural do concelho;
 Elaborar um folheto informativo sobre o desporto e a saúde.
C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito
municipal
 Desenvolver novas formas de comunicação dos programas de atividade física desportiva
municipais.
EIXO DE INTERVENÇÃO II – MANTER, REMODELAR E REQUALIFICAR ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS
DESPORTIVOS
A3: Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços
e equipamentos desportivos
 Desenvolver um plano de manutenção de Espaços e Instalações Desportivas;
 Avaliar a criação de uma equipa de manutenção de Instalações Desportivas a nível municipal
que preste serviços às entidades gestoras dos equipamentos de propriedade municipal;
 Identificar e concretizar as melhorias necessárias nas Instalações Desportivas existentes;
 Adquirir materiais e apetrechamento devidamente legalizado e inspecionado, tendo em
conta a prática desportiva a que as Instalações se destinam;
 Estudar a viabilidade de construção de um pavilhão multidesportivo na região urbana e sua
tipologia;
 Estudar a viabilidade de construção de uma piscina coberta na zona norte do concelho.
A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva
 Criar, adaptar e dotar os espaços naturais de condições para a prática desportiva (ex.:
adaptar espaços naturais para a modalidade de Trail).
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B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos
 Organizar dias temáticos, seminários e workshops aproveitando os recursos naturais
existentes;
 Promover atividades anuais de partilha de experiências e destaque de boas práticas.
C5: Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das
instalações desportivas
 Proporcionar a atribuição e o respetivo registo do Diretor Técnico das Instalações
Desportivas junto do IPDJ, IP;
 Desenvolver ações de formação para os responsáveis técnicos das Instalações em parceria
com outras entidades.
D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados
 Aquisição ou adaptação de um software de gestão adequado;
 Realizar análises periódicas recorrendo à metodologia Balanced Scorecard.
EIXO DE INTERVENÇÃO III – APOIO AO ASSOCIATIVISMO DESPORTIVO
B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade
 Analisar e, se for o caso, reformular o atual sistema de apoio ao desenvolvimento desportivo
do desporto no concelho;
 Desenvolver novas formas de comunicação com a comunidade.
B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os
clubes/associações desportivas
 Dinamizar ações de formação sobre gestão de instalações desportivas para os quadros
dirigentes de clubes/associações desportivas do concelho;
 Identificar indicadores operacionais de gestão standardizados e efetuar o controlo dos
mesmos (ex.: equidade no acesso às instalações desportivas, preços praticados, qualidade
dos serviços prestados).
C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à
estratégia
 Avaliar a viabilidade de comunicação via on-line entre os agentes desportivos, entidades e
autarquia.
C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados
 Criar uma base de dados com toda a informação;
 Comunicar e informar através das novas tecnologias de comunicação.
D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria
 Criar taxas nos serviços desportivos que promovam o equilíbrio entre custos e proveitos;
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 Promover um programa de patrocínio aos serviços desportivos municipais com as entidades
empresariais do concelho.
D3: Desenvolver novas fontes de receita
 Concessão de espaços comerciais nas instalações desportivas do município (ex.:
estádio/piscinas);
 Exploração de espaços publicitários nas instalações desportivas municipais;
 Organização de eventos com entradas pagas.
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PLANO OPERACIONAL
A definição de um plano operacional permite identificar a coerência entre os eixos de intervenção e
as ações em termos de serviços desportivos. Deste modo, a definição dos objetivos e estratégias
anteriormente propostas devem ser coerentes, planificadas e calendarizadas de acordo com o
seguinte plano.
EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA
OBJ. ESRT.
2013 2014 2015 2016 2017
ESTRATÉGIAS INDICADORES
BASE META META META META
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BIBLIOGRAFIA
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Leiria's strategic plan for sports development

  • 2. Página 2 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012
  • 3. Página 3 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 FICHA TÉCNICA TÍTULO Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo 2013-2017 DATA Dezembro de 2012 PROPRIETÁRIO Câmara Municipal de Leiria EDIÇÃO Leirisport, E.M. AUTORIA Leirisport, E.M. COORDENAÇÃO Miguel Andrade – Técnico de Desporto da Leirisport, EM GRUPO DE TRABALHO Miguel Andrade – Técnico de Desporto da Leirisport, EM Ricardo Marques – Coordenador da Área de Negócios 2 da Leirisport, EM GRAFISMO Samuel Ramos – Técnico de Design e Multimédia da Leirisport, EM
  • 4. Página 4 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 ÍNDICE PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS....................................................................................................... 7 PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO LEIRIA 2013-2017.............................. 13 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO.............................................................................................................. 13 OBJETIVOS DO ESTUDO..................................................................................................................... 15 METODOLOGIA.................................................................................................................................. 16 SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA................................................................................................. 19 A. Instalações Desportivas…………………………………………………………………………………………………19 B. Hábitos Desportivos………………………………………………………………………………………………………27 C. Oferta Desportiva………………………………………………………………………………………………………....31 PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO............................................................................................................... 35 ANÁLISE SWOT .................................................................................................................................. 36 VISÃO................................................................................................................................................. 42 MISSÃO.............................................................................................................................................. 42 VALORES............................................................................................................................................ 42 EIXOS DE INTERVENÇÃO.................................................................................................................... 43 ESTRATÉGIAS/AÇÕES......................................................................................................................... 46 PLANO OPERACIONAL……………………………………………………………………………………………………………………46 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................... 52
  • 5. Página 5 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Índice de Ilustrações Ilustração 1: Os três níveis de planeamento........................................................................................................... 8 Ilustração 2: Modelo geral de organização do estudo.......................................................................................... 14 Ilustração 3: Modelo de análise de referência...................................................................................................... 16 Ilustração 4: Enquadramento Conceptual do Planeamento Estratégico de Desenvolvimento Desportivo.......... 17 Ilustração 5: Tipologias das Instalações Desportivas – RJ das Instalações Desportivas de Uso Público............... 21 Ilustração 6: Percentagem de Instalações Desportivas por Classe Tipológica...................................................... 22 Ilustração 7: Comparação da Área Desportiva Útil de Leiria com a desejada a nível nacional e europeu. .......... 22 Ilustração 8: Comparação da Área Desportiva Útil por Habitante c/ os Critérios de Planeamento da DGOTDU. 23 Ilustração 9: Distribuição do Tipos de Piso associado aos Campos de Futebol (Grandes Campos de Jogos). ...... 23 Ilustração 10: Distribuição do Tipo de Piso associado aos Polidesportivos Descobertos. .................................... 23 Ilustração 11: Ano de construção das instalações desportivas no concelho de Leiria, por sub-tipologia. ........... 24 Ilustração 12: Principais modalidades praticadas pelos habitantes do concelho de Leiria. ................................. 28 Ilustração 13: Principais razões e motivos da prática desportiva. ........................................................................ 29 Ilustração 14: Principais razões apontadas para o abandono da prática desportiva............................................ 30 Ilustração 15: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o sexo. ............. 31 Ilustração 16: Distribuição do número praticantes desportivos de caráter regular segundo o escalão etário. ... 32 Ilustração 17: Caracterização da oferta de Modalidades Desportivas no concelho de Leiria por clube. ............. 33 Ilustração 18: Evolução do número de clubes no concelho de Leiria. .................................................................. 34 Ilustração 19: Perspetivas de atuação estratégica................................................................................................ 35 Ilustração 20: Lógica da análise SWOT.................................................................................................................. 36 Índice de Tabelas Tabela 1: Perspetivas de atuação da autarquia no desporto e respetivos objetivos............................................ 35 Tabela 2: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Servir a população e a comunidade”.............. 37 Tabela 3: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Processos internos e desenvolvimento organizacional”. .................................................................................................................................................... 38 Tabela 4: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Inovação e aprendizagem”. ............................ 39 Tabela 5: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Gestão financeira e orçamental”.................... 40 Tabela 6: Síntese da aplicação dos objetivos estratégicos nos eixos de intervenção........................................... 45
  • 6. Página 6 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 INTRODUÇÃO PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS | PEDD LEIRIA 2013-2017 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO | OBJETIVOS DO ESTUDO | METODOLOGIA
  • 7. Página 7 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS De forma a enquadrar a natureza deste estudo, é fundamental perceber-se a importância que o planeamento estratégico assume com vista ao desenvolvimento desportivo, pelo que seguidamente são apresentados alguns conceitos relacionados com a temática. O PLANEAMENTO ESTRATÉGICO COM VISTA AO DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO  O conceito de planeamento Vivemos numa época de mudança explosiva, em que velhas maneiras de pensar, velhas fórmulas, velhos dogmas e velhas ideologias, por muitos queridas ou úteis que tenham sido no passado, já não se coadunam com os fatos da atualidade. Não podemos meter à força o mundo embrionário de amanhã nos cubículos convencionais de ontem (Toffler, 1980). Deste modo, surge a necessidade vital de inovar e adotar estratégias à atualidade dos acontecimentos, das tendências, das vontades e anseios da população, sendo o planeamento a melhor forma para o fazer. Pires (2005) refere que o planeamento surgiu da necessidade de se conhecer o futuro, da urgência em se compreenderem as grandes tendências que governam a vida das pessoas e das organizações, de maneira a tornarem possível uma ação em consonância com elas. Apesar de o futuro se constituir como incognoscível, é necessária uma ideia acerca do futuro que se deseja construir, sendo este o grande paradoxo do processo de planeamento, na medida em que sendo este formado por um conjunto concertado de ações conhecidas, tem por objetivo organizar um futuro que se desconhece. O planeamento deve assim partir sempre da necessidade de haver uma ideia acerca do futuro que se pretende construir. Pires (2005) acrescenta ainda que não se pode considerar a gestão se a função planeamento não se encontrar prevista, na medida em que este último é um pré-requisito das demais funções. Este autor define planeamento como o processo através do qual se pretende organizar o futuro, estabelecendo objetivos e implementando estratégias necessárias para os alcançar, tendo em conta quer o ambiente interno, quer o ambiente externo da organização. Soucie (2002) revela que planear significa estabelecer uma linha de ação para conseguir um objetivo. O referido autor, citando Nadeau (1973), define planeamento como um processo contínuo mediante o qual a cúpula administrativa determina com precisão as decisões a tomar para alcançar os objetivos traçados.  O conceito de estratégia Segundo Porter, estratégia é a criação de uma posição única e valorizável, envolvendo um conjunto vasto de atividades. Estratégia é fazer trocas e escolher o que não fazer. Se não houver necessidade de escolha não é necessária nenhuma estratégia.
  • 8. Página 8 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Mintzberg define estratégia como: a) um plano: tipicamente uma direção, um guia ou um curso de ação para o futuro, uma forma de chegar daqui ali; b) um padrão: consistência comportamental ao longo do tempo; c) uma posição: de produtos/serviços determinada para determinados mercados; d) uma perspetiva: uma forma de ver e fazer as coisas, um conceito de negócio; e) um ploy: manobra intencional para com um concorrente ou opositor.  Os níveis de planeamento Sacho (2004), Chiavenato (1993) e Pires (2005) referem que o planeamento pode classificar-se por diferentes modos, sendo o mais comum, estabelecido de acordo com os seus limites temporais: i) planeamento estratégico; ii) planeamento tático; iii) planeamento operacional. Ilustração 1: Os três níveis de planeamento, adaptado de Chiavenato (1993). Pires (2005) acrescenta que o planeamento estratégico supõe um conjunto de operações integradas que permitam identificar um conjunto de manobras estratégicas que confiram à organização as melhores oportunidades de cumprir os objetivos e de realizar a sua missão de acordo com a sua vocação. O planeamento tático, por sua vez, tem por objetivo a afetação de recursos e o estabelecimento de sistemas de controlo necessários para levar a cabo as decisões realizadas a nível estratégico, destinando-se por isso a determinar os tempos e os momentos e a afetar os recursos através dos quais vão ser atingidos os objetivos inicialmente previstos que devem ser organizados em programas. O planeamento operacional carateriza-se pelo desenvolvimento das atividades e tarefas que possibilitam a realização do trabalho quotidiano das organizações, para que estas possam cumprir a sua missão e objetivos, traduzindo-se em programas e projetos.  O conceito de planeamento estratégico Dos três níveis de planeamento apresentados, o planeamento estratégico é, segundo Chelladurai (2001), o que se encontra revestido de maior importância, uma vez que envolve a organização no seu todo, afetando todos os seus setores e, por conseguinte, o futuro desta. Torna-se assim fundamental dominar o conceito de planeamento estratégico, no âmbito da aplicação deste processo, de forma a não comprometer o futuro da organização, no momento da definição das metas a atingir. Neste sentido, apresentamos seguidamente algumas definições do referido conceito. Pires e Colaço (2005) consideram que o conceito de planeamento estratégico se encontra ligado ao longo prazo, aos caminhos e orientações a seguir no futuro, aos objetivos de uma organização, definindo o mesmo como: i) o processo pelo qual uma organização, após determinação da análise do ambiente e definidos os objetivos de médio e longo prazo, seleciona as estratégias mais adequadas para atingir os objetivos, definindo também os projetos a serem executados para o desenvolvimento
  • 9. Página 9 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 dessas estratégias, ii) o conjunto de ações orientadas a prever as diversas alternativas e a selecionar e implementar as que melhor correspondam à missão e objetivos definidos. Segundo Teixeira (1998), o planeamento estratégico é o processo através do qual a gestão de topo, idealmente com a colaboração dos gestores de outros níveis, define os propósitos globais da organização (a missão), os objetivos genéricos e a forma de os alcançar. Cardoso (1999) entende o planeamento estratégico como um processo de recolha e tratamento de informação sobre o ambiente e a organização que leva à tomada de decisões, através das quais a organização se adapta, modifica e atua sobre o contexto em que está inserida. Das várias definições expostas, podemos confirmar que o planeamento estratégico é deste modo, o nível mais amplo e abrangente da organização, possuindo as seguintes características (Chiavenato, 1993): a) é um tipo de planeamento projetado a longo prazo, pelo que a concretização dos seus objetivos verifica-se no fim da sua aplicação; b) envolve uma organização como uma totalidade, tendo em atenção todos os recursos e áreas constituintes da mesma, sendo os objetivos de nível organizacional a sua prioridade; c) é definido pelos órgãos gestores, correspondendo deste modo ao órgão máximo, ao qual todos os setores da organização estão subordinados; d) centra-se na comunicação com o ambiente externo da organização (Challadurai, 2001).  Objetivos do planeamento estratégico O planeamento estratégico é um elemento muito próximo da política da organização, da tomada de decisão, ao que Roche (2007) e Pires & Colaço (2005) referem que o mesmo tem por objetivos: a) refletir sobre os objetivos a médio e longo prazo da organização e sobre as estratégias para alcançá-los; b) estabelecer e definir, para toda a organização, tais objetivos e estratégias, de tal forma que sendo planeamento formal, ele se torne num guia; c) envolver e motivar os recursos humanos da organização em relação às metas a alcançar; d) estar preparado para o futuro, na medida em que uma reflexão e análise da situação atual e futura, ajuda a fixar os objetivos da organização e as estratégias para atingir os mesmos, com maior conhecimento e menor risco. A adoção de um sistema de controlo e uma adaptação permanente dos elementos circunstanciais do planeamento permite, por um lado, aproveitar ao máximo os recursos e as oportunidades, por outro perante as dificuldades, minimizar os riscos, raciocinar a tempo e estabelecer prioridades com mais pressão.  Caraterísticas do planeamento estratégico Entre várias caraterisiticas do planeamento estratégico, Roche (2007) e Pires & Colaço (2005) realçam as seguintes: a) Formalidade – o planeamento não é uma mera reflexão em voz alta (planeamento informal) de um grupo de dirigentes sobre o presente e o futuro de uma organização. O planeamento tem uma base formal. Obedece a um método de realização, aprovação e acompanhamento, sendo um resultado de um produto concreto – Plano Estratégico;
  • 10. Página 10 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 b) Globalidade – o planeamento estratégico é sempre global, não se podendo falar de planeamento estratégico numa organização como a soma dos planos parciais das unidades dessa organização. A sua globalidade comporta os objetivos e estratégias comuns a todas as partes, tidas como o conjunto da organização; c) Realismo – o planeamento estratégico tem que ser real, ou pelo menos ter a realidade como ponto de partida. Por vezes é fácil, ao planear, confundir objetivos desejáveis com os possíveis. A prática regular do planeamento estratégico leva a que a sua distância com a realidade seja cada vez menor. Determinar objetivos ideais, podem levar a uma motivação inicial, mas em breve, a incapacidade de os alcançar; d) Flexibilidade – como em qualquer planeamento, o planeamento estratégico deve caraterizar-se pela sua flexibilidade, pela sua capacidade de se adaptar às diferentes situações favoráveis ou desfavoráveis que podem acontecer, isto é, às mudanças do ambiente. É esta caraterística que permite, no percurso a percorre, desenvolver as diferentes potencialidades criativas de uma organização; e) Continuidade – se é certo que sob o ponto de vista metodológico, o planeamento estratégico obedece ao estabelecimento de prazos e períodos concretos para o seu desenvolvimento, o mesmo atende igualmente a um processo contínuo no tempo, obrigando a uma continuidade do processo, ao mesmo tempo que as acções previstas a desenvolver vão sendo cumpridas; f) Aceitação por toda a organização – o planeamento estratégico constitui-se como o elemento central para a organização. Todos os seus elementos devem conhecer com maior ou menor detalhe (conforme o nível profissional) as linhas do referido planeamento e aceitá-las. A sintonia entre as diversas áreas da organização determina o melhor planeamento estratégico.  O desenvolvimento desportivo Constantino (1998) afirma que desenvolver o desporto, não pode significar, ter mais desporto de um qualquer desporto. Tem de significar mais e melhor desporto, assente em fatores de indiscutível valor formativo e cultural. Tem de significar um desporto onde prevaleçam fatores de qualidade de vida, bem-estar, saúde, solidariedade e respeito pelos outros. Quando nos referirmos ao desenvolvimento do desporto, como em qualquer outra área, importa termos consciência que o mesmo não se reporta a um mero e simples crescimento, que tem por base uma dimensão exclusivamente quantitativa. Ainda que seja condição necessária não é suficiente nem real do desenvolvimento, pelo que o conceito deste último deve ser pensado e organizado não só numa perspetiva quantitativa como numa ordem qualitativa, como nos afirma Pires (2005). Para Correia (2008), o desenvolvimento do desporto implicará para além de um crescimento territorial harmonioso do desporto, a equidade e coesão no acesso a desporto para quaisquer cidadãos, bem como um conjunto de condições básicas de bem-estar e rendimento que permitam a esses cidadãos a prática regular de desporto, implicando também, por outro lado, o uso pleno da liberdade democrática e de cidadania, as quais permitem não apenas o acesso ao desporto como também as capacidades individuais de escolha e decisão de o praticar. Por conseguinte, o
  • 11. Página 11 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 desenvolvimento do desporto alia a promoção das condições indispensáveis à garantia da equidade da participação à liberdade de prática pelos respetivos cidadãos. De acordo com Cunha (2003), o desenvolvimento do desporto consiste num conceito que inclui cumulativamente os dois significados: crescimento e desenvolvimento. O desenvolvimento do desporto considerará o crescimento do sistema desportivo, patente no aumento dos registos relativos aos vários elementos (praticantes, recursos humanos, atividades, instalações, recursos financeiros, etc.). Quanto ao segundo, ele traduzir-se-á pelo registo do melhor nível de funcionamento do sistema desportivo, em função das necessidades e aspirações da população em matéria de desporto, promovendo a democratização e o acesso a todos os seus beneficiários, e resultará no melhor nível de proficiência motora e cultura desportiva que os cidadãos de uma comunidade têm. Correia (2008) manifesta que a política desportiva tem de ter como seu desiderato essencial a promoção do desenvolvimento desportivo, pelo que os principais agentes e decisores do mesmo, atuando no interior do sistema desportivo, nele se incluindo a tutela governamental e a administração pública desportiva que desta depende diretamente, devem atuar em concordância com aquele objetivo matriz, pensando e atuando no domínio desportivo com a intenção essencial de melhorar os níveis de acesso continuado dos cidadãos nacionais à prática do desporto.  Fatores de desenvolvimento desportivo Tal como já referimos, qualquer política desportiva implica que sejam assumidas opções de forma a melhorar a prática desportiva, passando de um nível existente para outro considerado superior. Para que tal aconteça, torna-se imprescindível a intervenção de um conjunto de fatores de desenvolvimento, que segundo Pires (2003), devem ser combinados entre si, com uma estrutura determinada, em função das políticas a prosseguir. Tais fatores são enumerados seguidamente: a) Orgânica – conjunto de organismos nacionais e internacionais, governamentais e não- governamentais que configuram, enquadram e animam o processo de desenvolvimento desportivo; b) Atividades – conjunto de ações motoras de raiz física, biológica, neurológica e fisiológica, condicionadas e determinadas socialmente. As atividades assumem a forma de diversas modalidades desportivas, podendo cada uma delas, ter uma dinâmica organizacional formal, não formal e informal e decorrer sob a responsabilidade institucional de diversos setores com objetivos próprios e dirigidos a grupos alvo específicos, tendo em atenção as diversas etapas do processo; c) Marketing – é um conceito global, multidimensional, utilizado por diversas áreas sociais, entre as quais o desporto, com o objetivo de perspetivarem as suas relações com o sistema social que visam atingir. Em desporto pode ser definido como conjunto de técnicas que têm como objetivo torná-lo conhecido e de prática sistemática, adequando-o nos diversos fatores de desenvolvimento, às características, necessidades e anseios da população, procurando obter um máximo de benefícios, utilizando para o efeito, um mínimo de recursos; d) Formação – processo de transmissão/aquisição ativa de conhecimentos tendo em vista a valorização técnica e humana, de modo a melhorar o desempenho dos quadros humanos intervenientes no processo desportivo;
  • 12. Página 12 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 e) Documentação – congrega a literatura que aborda os diversos aspetos da problemática desportiva. É o conjunto da produção literária de cariz desportivo. Este fator articula-se e, por vezes, confunde-se com o fator informação; f) Informação – processo pelo qual o conteúdo de significado e interesse desportivo é transmitido e circula entre os intervenientes públicos e privados que configuram o processo desportivo. Atualmente, o desporto entrou e conquistou os meios de comunicação social, tendo obtido um espaço significativo nas suas edições, escritas ou televisionadas. Cada vez mais, o problema se coloca, não sobre uma pura transmissão de informação, mas sobre os mecanismos pelos quais a comunicação seleciona a informação, com vista a otimizar o funcionamento do sistema desportivo; g) Instalações – infraestruturas desportivas artificiais, constituídas por áreas especiais ou recintos, cobertas ou ao ar livre, destinadas à prática desportiva, tais como, entre outras, pistas de atletismo, pavilhões, campos de jogos, ginásios, piscinas. Para além da área de prática desportiva, a instalação desportiva deverá também ter unidades de apoio à prática desportiva, tais como, arrecadações de material, vestiários e balneários para ambos os sexos, podendo, eventualmente, ter também um local reservado aos espetadores; h) Apetrechamento – o apetrechamento desportivo é constituído pelos equipamentos leves e pesados, individuais e coletivos necessários à prática desportiva; i) Quadros humanos – indivíduos que intervêm, animam e dão sentido ao processo de desenvolvimento desportivo. São os sujeitos do processo desportivo. São eles os praticantes, os técnicos, os dirigentes e os espetadores; j) Financiamento – o sistema financeiro é constituído pelo conjunto de mecanismos, através dos quais, as organizações desportivas (clubes, associações, federações, empresas) satisfazem a necessidade de financiamento, de tal forma que se adequam aos planos de investimento, que se devem expressar a sua vocação e gerar fluxos de caixa com saldo positivo; k) Legislação – conjunto de leis que enquadram, regulamentam e configuram o sistema desportivo; l) Gestão – conjunto dos instrumentos, pelos quais os meios tecnológicos, são relacionalmente organizados e desenvolvidos de modo a provocarem-se os efeitos previamente definidos, que cumprem objetivos e garantem a sobrevivência do sistema.
  • 13. Página 13 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO LEIRIA 2013-2017 A determinação de elaborar um documento como ferramenta de referência, uma base material objetiva de informação e conhecimento – Plano Estratégico de Desenvolvimento – estruturado segundo fases e setores estudados e validados, é fundamental e imprescindível, quando se intenta desenvolver e implementar um processo de intervenção num qualquer setor. O Desporto, nos seus mais variados tipos de prática a diferentes níveis, vem sofrendo alterações significativas quanto à sua interpretação analítica, reflexo das vertiginosas mudanças que consecutivamente ocorrem na sociedade global, alterando inclusive as funções múltiplas inerentes ao seu conceito e respetiva abrangência. Porque o que está em causa é a relevância e o protagonismo duma área de primordial importância no seio da atividade social – seja no domínio da atividade física no lazer e ocupação dos tempos livres, seja no âmbito da prática desportiva de competição e alto rendimento – que contribui para a determinação do nível de qualidade de vida de uma população, torna-se necessário dotar os decisores de instrumentos que racionalizem e sustentem a sua intervenção futura. Assim, a decisão de apresentar um trabalho com estas caraterísticas (PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO), surge da necessidade por um lado de estabelecer um balanço da situação atual, e por outro de apontar uma direção a seguir, definindo linhas orientadoras futuras e propondo a concretização de projetos objetivos. Para além de constituir um documento de referência e um instrumento de trabalho imprescindível, permitirá à Autarquia, que detém competências e responsabilidades na determinação da política desportiva local, definir as linhas orientadoras de um Desenvolvimento Desportivo sustentado, estabelecendo objetivos e formulando estratégias que racionalizarão e tornarão sustentáveis posteriores opções e tomadas de decisão nesta matéria. O presente estudo surge na sequência de uma combinação e compilação de informação de três estudos setoriais de âmbito desportivo realizados no concelho de Leiria: i) Carta das Instalações Desportivas 2010, ii) Estudo dos Hábitos Desportivos da População 2011 e iii) Estudo da Oferta Desportiva 2011. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO No Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo do Concelho de Leiria 2013-2017 que aqui se apresenta, são apresentadas as metas num cenário de 4 anos bem como as estratégias delineadas para corresponderem às necessidades e expetativas dos agentes desportivos e população do Concelho de Leiria. Este estudo iniciar-se-á com uma Análise Estratégica da situação desportiva do concelho de Leiria, onde são apresentados de forma sumária os principais resultados e conclusões dos três (3) estudos realizados no concelho de Leiria com vista à caracterização desportiva do mesmo. Posteriormente serão identificadas quatro (4) perspetivas de atuação estratégica de forma a dotar este estudo de um cariz qualitativo ao nível da intervenção autárquica, permitindo clarificar o processo de comunicação
  • 14. Página 14 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 VISÃO MISSÃO VALORES EIXOS DE INTERVENÇÃO OBJETIVOS ESTRATÉGICOS PROGRAMAS METAS INDICADORES DE DESEMPENHO interna e externa, bem como focalizar todos os agentes de desenvolvimento desportivo nos objetivos estratégicos definidos. Ainda numa fase de análise, desenvolver-se-á uma análise SWOT, um instrumento de gestão estratégica utilizado no planeamento e que conjuga a análise do ambiente interno da situação desportiva municipal, destacando os seus Pontos Fortes (ou Forças) e Pontos Fracos (ou Fraquezas), e da sua envolvente externa identificando as principais tendências atuais, classificadas como Oportunidades e Ameaças. Após realizada a análise estratégica, será formulada toda a estratégia do desporto municipal, numa secção designada por Formulação Estratégica. Numa primeira instância serão apresentadas a visão, a missão e os valores que concorrem para a caracterização desportiva no concelho de Leiria. Posteriormente serão identificados três eixos estratégicos de intervenção que identificam e complementam as competências das autarquias em matéria de desporto, adaptando-as à realidade local: Aumentar a prática e a cultura desportiva; Manter, remodelar e construir espaços desportivos; e o Apoio ao movimento associativo. Em seguida, identificar-se-ão os objetivos estratégicos definidos para cada eixo de intervenção e as estratégias para atingir os referidos objetivos. O processo de organização deste estudo está resumido de forma sistematizada na Ilustração 2. Ilustração 2: Modelo geral de organização do estudo.
  • 15. Página 15 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 OBJETIVOS DO ESTUDO O Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo, ao constituir o documento que determina e expõe a política desportiva do município de Leiria, tem como objetivo primordial refletir a realidade desportiva local num determinado momento e, por conseguinte, apontar pressupostos que racionalizem a intervenção futura dos decisores políticos, com base num melhor conhecimento do sistema desportivo. Para além do objetivo primordial, existem ainda os seguintes objetivos específicos:  Diagnosticar necessidades e carências existentes relativas ao parque desportivo do concelho e detetar as assimetrias relacionadas com a sua respetiva localização;  Caracterizar elementos estruturantes do movimento associativo desportivo quanto à sua organização e funcionalidade;  Conhecer e compreender as motivações dos indivíduos face à participação e procura de prática desportiva, registando as suas necessidades e anseios, para que as instituições concertadamente equacionem os pressupostos e as estratégias adequadas de intervenção;  Avaliar o consumo e a procura de prática desportiva, estabelecendo a possibilidade de confrontar os resultados obtidos com os já existentes e que refletem realidades locais e nacionais;  Apontar e propor um conjunto coerente de pressupostos e orientações estratégicas que contribuam para uma atuação sustentada por parte das instituições com responsabilidade no processo de desenvolvimento desportivo concelhio.
  • 16. Página 16 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 METODOLOGIA A metodologia utilizada na realização deste estudo consiste essencialmente na análise e investigação de estudos técnicos previamente realizados com vista à caracterização desportiva do concelho de Leiria para seguidamente se proceder ao planeamento estratégico. No modelo de análise apresentado abaixo estão identificados com os números 1,2 e 3 as partes setoriais que foram alvo de estudo prévio, designadamente a vertente das instalações desportivas (1), a vertente da procura ou hábitos desportivos (2) e a vertente da oferta ou associativismo desportivo (3). Todos estes estudos influenciam a definição do planeamento estratégico que irá ser abordada neste estudo e que está assinalada com (!) no modelo abaixo. Ilustração 3: Modelo de análise de referência. Importa igualmente, salientar que este estudo advém de uma análise e diagnóstico da situação desportiva municipal atual, que só foi possível realizar devido à elaboração prévia dos três (3) estudos setoriais apresentados (Ilustração 4).
  • 17. Página 17 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Ilustração 4: Enquadramento Conceptual do Planeamento Estratégico de Desenvolvimento Desportivo. Planeamento Estratégico Oferta Desportiva Instalações Desportivas Hábitos Desportivos
  • 18. Página 18 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 ANÁLISE ESTRATÉGICA SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA INSTALAÇÕES DESPORTIVAS | HÁBITOS DESPORTIVOS | OFERTA DESPORTIVA PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO ANÁLISE SWOT
  • 19. Página 19 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA Procurando a coerência em todo o processo de planeamento estratégico, e tendo em mente que o desenvolvimento do desporto se baseia numa interação constante entre os diversos agentes do sector desportivo e a realidade do concelho, é conveniente efetuar um sumário do desporto no Concelho de Leiria, procurando conferir fundamentação aos eixos e objetivos estratégicos que serão delineados. Para tal, o estudo sistemático da realidade desportiva do concelho iniciou-se em Agosto de 2010 com um conjunto de estudos, nomeadamente, a “Carta das Instalações Desportivas do Concelho de Leiria 2010”, o “Estudo dos Hábitos Desportivos da População do Concelho de Leiria 2011” e o “Estudo da Oferta Desportiva do Concelho de Leiria 2011”. A. Instalações Desportivas As infraestruturas desportivas assumem cada vez mais um papel de dupla importância na concretização do desenvolvimento desportivo, uma vez que constituem por si só uma parcela da oferta desportiva de uma região onde os munícipes podem desenvolver as suas atividades físicas informais, com também são o elemento fundamental na concretização dos serviços desportivos que pressupõem organização formal, como são os casos do desporto de formação, escolar e de rendimento. A quantidade e qualidade das instalações desportivas e a sua distribuição geográfica e espacial influenciam determinantemente a acessibilidade dos cidadãos aos locais de prática e, consequentemente, o seu grau de participação em atividades físicas e desportivas, visto que estas são realizadas em grande parte em instalações desportivas específicas e adequadas. Segundo a Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto (Lei nº 5/2007, de 16 de Janeiro), nº1 do artigo 8º que estabelece a política de infraestruturas e equipamentos desportivos, pretende-se que sejam desenvolvidas políticas, em colaboração entre o Estado e as Autarquias Locais, para fomentar a criação de um parque desportivo diversificado e de qualidade, proporcionando a prática de atividade física desportiva a todos os escalões e grupos de população. De acordo com o Decreto-lei nº 141/2009, de 16 de Junho, que estabelece o regime jurídico das instalações desportivas de uso público, as instalações desportivas podem ser classificadas e agrupadas em quatro (4) tipologias:  Instalações Desportivas de Base Recreativa;  Instalações Desportivas de Base Formativa;  Instalações Desportivas Especializadas ou Monodisciplinares;  Instalações Desportivas Especiais para Espetáculos Desportivos. As instalações desportivas de base recreativa destinam-se a atividades desportivas com carater informal ou sem sujeição a regras imperativas e permanentes, no âmbito das práticas recreativas, de manutenção e lazer ativo. As instalações desportivas de base formativa são concebidas e destinadas para a educação desportiva de base e atividades propedêuticas de acesso a disciplinas desportivas especializadas,
  • 20. Página 20 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 para aperfeiçoamento e treino desportivo, cujas características funcionais, construtivas e de polivalência são ajustadas aos requisitos decorrentes das regras desportivas a que se destinam. As instalações desportivas especializadas ou monodisciplinares são instalações permanentes concebidas e organizadas para a prática de atividades desportivas monodisciplinares, em resultado da sua específica adaptação para a correspondente modalidade ou pela existência de condições naturais do local, e vocacionadas para a formação e treino da respetiva modalidade. As instalações desportivas especiais para o espetáculo desportivo caracterizam-se por ser instalações permanentes concebidas e vocacionadas para acolher a realização de competições desportivas com capacidade para receber público e para albergar meios de comunicação social, bem como capacidade para incorporação de recursos materiais e tecnológicos destinados a apoiar a realização e difusão pública de eventos desportivos. Seguidamente são apresentados alguns exemplos ou sub-tipologias de instalações desportivas pertencentes às quatro (4) tipologias referidas anteriormente (Ilustração 5).
  • 21. Página 21 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Ilustração 5: Tipologias das Instalações Desportivas – Regime Jurídico das Instalações Desportivas de Uso Público (Decreto- lei nº 141/2009). Em seguida apresentamos os resultados mais significativos do estudo “Carta das Instalações Desportivas do Concelho de Leiria” realizado em 2010, que permitiu caracterizar o concelho de Leiria em termos de infraestruturas desportivas a todos os níveis de análise:  O concelho de Leiria possui um total de 306 instalações desportivas, distribuídas de acordo com a Ilustração 6.  No concelho de Leiria predominam as Instalações Desportivas de Base Formativa com 66,99%, o correspondente a 205 instalações. InstalaçõesDesportivas Base Recreativa Circuitos de Manutenção Espaços de Jogos Tradicionais Ciclovias Minicampos de Jogos Salões Recreativos Base Formativa Grandes Campos de Jogos Pequenos Campos de Jogos Pistas de Atletismo Pavilhões Salas de Desporto Piscinas Especializadas ou Monodisciplinares Centro Hípicos Pistas de Modelismo Salas e Campos de Tiro Kartódromos Especiais para o Espetáculo
  • 22. Página 22 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Ilustração 6: Percentagem de Instalações Desportivas por Classe Tipológica.  Nas instalações desportivas de base recreativa predominam os salões recreativos (51 ID).  Quanto às instalações desportivas de base formativa, verificou-se a existência de 78 polidesportivos descobertos (pertencentes aos pequenos campos de jogos), 60 campos de futebol (grandes campos de jogos) e 32 pavilhões.  A freguesia com mais instalações desportivas é a freguesia urbana de Pousos com 28 ID (9,15%). Seguem-se as restantes freguesias urbanas, nomeadamente Maceira com 27 ID, Leiria com 26 ID e Marrazes com 26 ID. Em contrapartida, as freguesias mais carenciadas de instalações desportivas são a Chaínça e a Memória com 2 ID, cada uma.  A área desportiva útil total do concelho corresponde a 455.971 m2 , um valor que se revela positivo face à desejada a nível nacional e bastante próximo da desejada a nível europeu (Ilustração 7). Ilustração 7: Comparação da Área Desportiva Útil do concelho de Leiria com a desejada a nível nacional e europeu.  O concelho de Leiria apresenta 3,79m2 /hab., isto é, para cada habitante do concelho existe 3,79 m2 de área desportiva útil para se poder praticar atividade física desportiva. Este valor encontra- se ligeiramente abaixo do recomendado pelo Conselho da Europa (4m2 /hab.).
  • 23. Página 23 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  De acordo com os critérios de planeamento da Direção Geral do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Urbano (DGOTD), no concelho de Leiria existem carências ao nível das Pistas de Atletismo, dos Pequenos Campos de Jogos, das Piscinas Cobertas e das Piscinas de Ar Livre. No que diz respeito aos Grandes Campos de Jogos e aos Pavilhões/Salas de Desporto, o concelho de Leiria possui a quantidade de instalações adequadas (Ilustração 8). Ilustração 8: Comparação da Área Desportiva Útil por Habitante com os Critérios de Planeamento da DGOTDU.  46 ID possuem terra batida como o tipo de piso/pavimento da instalação, em grande parte associado aos grandes campos de jogos (campos de futebol) com 45, tal como se pode verificar na Ilustração 9. Seguidamente, o tipo de piso mais frequente nas ID é o cimento ou betão simples (44 ID), associado aos pequenos campos de jogos com 31 (Ilustração 10). Ilustração 9: Distribuição do Tipos de Piso associado aos Campos de Futebol (Grandes Campos de Jogos). Ilustração 10: Distribuição do Tipo de Piso associado aos Polidesportivos Descobertos.  60% das instalações desportivas são desprovidas de cobertura, ou seja, são instalações desportivas de ar livre.  O estado de conservação global das ID no concelho de Leiria é considerado regular com 160 ID (52,3%).
  • 24. Página 24 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  A propriedade das instalações desportivas é maioritariamente de clubes ou associações desportivas com 61,1% das ID.  86% (263 ID) das instalações desportivas do concelho não possuem responsável técnico, sendo que das 43 ID que possuem esta figura, 18 instalações são geridas pela Leirisport, EM e 17 são geridas por estabelecimentos de ensino.  Na década entre 1996 e 2005 foi onde se registou o maior “Boom” na construção de instalações desportivas no concelho de Leiria, com 86 ID construídas, sendo que cerca de 30 foram polidesportivos descobertos. Esta sub-tipologia de ID tem sido a mais construída desde 1986. Salienta-se ainda, o facto de a maioria dos campos de futebol terem sido construídos entre 1976 e 1985 (Ilustração 11). Ilustração 11: Ano de construção das instalações desportivas no concelho de Leiria, por sub-tipologia.  Na Ilustração 12 é bem visível a dispersão das ID no concelho de Leiria, sendo possível concluir que nas freguesias urbanas se verifica uma maior concentração de instalações, algo que acompanha a dinâmica populacional. No entanto, salienta-se o facto de todas as freguesias do concelho possuírem ID, o que em termos gerais é bastante positivo.
  • 25. Página 25 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  Através da aplicação de uma metodologia específica e técnica de análise da funcionalidade das Instalações Desportivas de Base Formativa (IDBF), designada por Avaliação Funcional das ID, conclui-se que, das 205 IDBF, 59,51% dos casos possuem um nível funcional abaixo das 3 Estrelas, estando assim, a funcionalidade das ID reduzida a 40,49%. A avaliação funcional de 3, 4 e 5 estrelas foi obtida em 83 casos: 51 casos com 3 estrelas (24,88%); 22 casos com 4 estrelas (10,73%) e 10 casos com a avaliação funcional máxima de 5 estrelas (4,88%).
  • 26. Página 26 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  Na Avaliação Funcional das ID foi também possível concluir que 63,9% das ID possuem uma área desportiva útil com condições de utilização razoáveis ou inferiores.  Quanto ao apetrechamento, 54,6% das ID não possuem o apetrechamento adequado nem nas devidas condições de utilização.  36,1% das ID apresentam carências ao nível das áreas de apoio (balneários, bar, secretaria, etc.).  47,8% das ID não possuem enquadramento técnico e têm problemas de higiene e segurança.
  • 27. Página 27 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 B. Hábitos Desportivos O estudo da Procura Desportiva ou dos Hábitos Desportivos de qualquer área territorial, como é o caso de um concelho, assume importância fundamental na análise da situação desportiva. Deste modo, realizar um Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo eficiente e eficaz, não seria totalmente conseguido sem se identificar os hábitos da prática desportiva da população do concelho. Registar os motivos que levam a que outros não pratiquem ou abandonem a atividade e conhecer os anseios da população relativamente a esta matéria, determinando as tendências de participação e Procura Desportiva num futuro próximo, constitui o ponto fulcral deste estudo, uma vez que a sustentação da oferta desportiva implica um conhecimento profundo da procura. Assim, apresentamos seguidamente as conclusões gerais e mais relevantes do estudo denominado como “Hábitos Desportivos da População do Concelho de Leiria” realizado em 2011:  A prática de atividade desportiva ocupa 21,2% dos tempos livres da população do concelho, existindo assim uma grande tendência para as pessoas inquiridas neste estudo praticarem atividade física, contrastando de forma bastante positiva com os padrões preocupantes de sedentarismo evidentes nas sociedades contemporâneas. Esta forma de ocupação dos tempos livres é mais evidenciada nos homens e nos escalões etários mais jovens.  A prática desportiva nos últimos 12 meses, ou seja, o índice de participação desportiva referente ao último ano é 70,%, enquanto o índice de participação desportiva nas últimas 4 semanas (período temporal de referência neste tipo de estudos) é 56,3%. Regista-se assim, um decréscimo de 13,7%, o que corresponde à taxa de abandono durante o último ano.  As freguesias onde se regista maior índice de prática desportiva são, naturalmente, as freguesias urbanas do concelho – Marrazes, Leiria, Maceira e Pousos, revelando assim uma variação proporcional ao número de habitantes nas freguesias.  Quanto ao perfil dos praticantes, em ambos os períodos se regista um ligeiro ascendente por parte do sexo feminino, sendo que nas últimas 4 semanas 51,3% da prática desportiva foi realizada por mulheres.  Relativamente à idade, verificamos que existe uma tendência evolutiva decrescente à medida que a idade da população aumenta, sendo que as idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos e os 15 e os 24 anos são aquelas onde se regista maior prática, ambos com 21,9%. Contrariamente, entre os 65 e os 74 anos a prática desportiva é muito baixa.  Em relação ao nível de escolaridade, 31,3% dos praticantes pertencem ao Ensino Secundário (11º e 12ª anos), enquanto os praticantes com o 3º Ciclo totalizam 23,9%. Os praticantes com formação superior (Licenciatura, Mestrado ou Doutoramento) correspondem a 17,9%. Aparentemente a prática desportiva pode não ser proporcional ao tempo de permanência na escola, mas os resultados evidenciam que indivíduos com maiores níveis de escolaridade tendem a praticar mais atividade desportiva.
  • 28. Página 28 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  A população ativa demonstra uma maior tendência para a prática desportiva com 50,3% dos praticantes a revelarem estar empregados.  As cinco modalidades mais praticadas, de uma forma geral, são, por ordem decrescente, as Caminhadas (33,0%), a Natação (9,9%), o Futsal (8,4%) e o Futebol e o Cardiofitness (8,1%) (Ilustração 12). Como tal, a grande discrepância revelada pelas Caminhadas em relação às restantes permite-nos perceber que a prática desportiva no concelho é realizada, maioritariamente, em contexto informal ou de lazer. No entanto, a análise das modalidades mais escolhidas como primeira opção apresenta cenários muito distintos em função do género. As mulheres preferem modalidades como a Natação, as Aulas de Grupo, as Caminhadas e a Ginástica, enquanto os homens preferem modalidades como o Futebol, o Futsal, o Andebol, o Atletismo, o Ténis, o Ciclismo e o BTT. Ilustração 12: Principais modalidades praticadas pelos habitantes do concelho de Leiria.  Os praticantes optam por praticar atividade desportiva entre 2 a 3 vezes por semana (47,8%) e entre 1 a 3 horas por semana (34,7%), sendo que o período do dia preferido para desenvolverem as suas atividades é ao final do dia (46,0%). Os praticantes não demonstraram diferenças para com o período da semana em que praticam mais, revelando que tanto praticam durante a semana com ao fim de semana (45,5%).  O âmbito da participação desportiva é predominantemente de Lazer ou Informal (71,5%), sendo 16,0% no âmbito Organizado e 11,1% no âmbito Federado (assente em quadros competitivos).  As instalações ou espaços de ar livre são os mais utilizados para a prática desportiva por parte da população do concelho de Leiria, sendo que a escolha das instalações desportivas é, maioritariamente, determinada pela proximidade de casa, seguindo-se a qualidade da instalação.  Os praticantes do concelho de Leiria desenvolvem a sua atividade desportiva com amigos (46,0%), sendo a segunda forma mais usual de prática desportiva sozinho (28,6%).
  • 29. Página 29 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  O concelho de Leiria é eleito pela maioria dos praticantes como o local de prática desportiva (94,6%), preferindo não se deslocar a outros concelhos contíguos para praticar atividade física desportiva.  Os praticantes do concelho de Leiria afirmam, maioritariamente, percorrer menos do que 5 quilómetros e demorar menos de 5 minutos até chegarem ao local onde habitualmente praticam atividade desportiva, algo que demonstra que os mesmos não estão dispostos a percorrer muitos quilómetros para efetivar a sua prática. O meio de transporte mais utilizado nestas deslocações é o carro (44,8%), sendo de salientar também a deslocação a pé (44,1%) quando vão praticar determinadas modalidades, como é o caso das Caminhadas.  As três primeiras razões mencionadas pelos praticantes para a prática desportiva são, por ordem decrescente: Promover a saúde (46,6%), Melhorar a condição física (19,2%) e o Divertimento (11,3%), tal como se pode verificar na Ilustração 13. Ilustração 13: Principais razões e motivos da prática desportiva.  No universo dos não praticantes desportivos, que corresponde a 43,7% da população do concelho, verificamos que 76,4% afirmam já terem praticado alguma atividade desportiva no passado. No que respeita às modalidades desportivas com maior taxa de abandono, isto é, aquelas que os não praticantes deixaram de praticar, o Futebol surge em primeiro lugar com 32,4%, seguindo-se a Natação com 13,0% e o Andebol com 7,7%.  No conjunto das principais razões ou motivos referidos pelos indivíduos para terem deixado de praticar atividade desportiva, surgem com valores mais elevados, por ordem decrescente, os motivos associados à falta de tempo (50,6%), os motivos de saúde (17,6%) e a incompatibilidade de horários (7,4%).
  • 30. Página 30 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Ilustração 14: Principais razões apontadas para o abandono da prática desportiva.  No que respeita à intenção de iniciar a sua prática desportiva, independentemente do seu passado desportivo, 74,6% dos não praticantes tencionam voltar a praticar. As modalidades mais mencionadas por este grupo foram a Natação (25,6%) e o Futebol (13,7%).  Quanto ao grau de envolvimento com o associativismo desportivo, apenas 9,9% são associados de clubes ou associações desportivas e 5,4% são atletas. Em contrapartida, 19,5% não têm qualquer tipo de envolvimento com os clubes, sendo apenas simpatizantes.  Quanto aos programas de promoção de atividade física promovidos pelo Município de Leiria, 60,1% da população afirma desconhecer por completo qualquer programa desta natureza. No entanto, 30,9% afirmam conhecer programas de atividade física municipais, sendo o Viver Ativo (57,4%), o Get Fitt (23,4%) e o Férias Sem Limites (18,4%) os mais conhecidos.  A maioria da população do concelho de Leiria revela estar razoavelmente satisfeita com a qualidade das instalações desportivas municipais existentes no mesmo (53,5%).  Relativamente à quantidade de instalações desportivas, 48,1% consideram existir instalações suficientes para a prática desportiva no concelho.  Daqueles que afirmaram não existir instalações desportivas suficientes, 29,4% dizem que as suas freguesias têm carência de uma Piscina e 29,1% de um Pavilhão desportivo.  Na totalidade do concelho, cerca de 27,5% da população inquirida afirma que há carência de um Pavilhão desportivo.
  • 31. Página 31 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 C. Oferta Desportiva O associativismo desportivo enquadra legitimamente e até legalmente o conjunto de entidades que contribuem para a definição geral do pacote da oferta desportiva de qualquer concelho. Contudo, este conjunto de agentes apresenta uma grande heterogeneidade relativamente às suas características próprias, facto que constitui um fator de dificuldade acrescida na análise geral às suas limitações, problemas e enquadramento específico no fenómeno desportivo e, consequentemente, na definição dos parâmetros de intervenção e acompanhamento de que necessitam. As organizações desportivas, nomeadamente as associações e clubes, desempenham um papel insubstituível, uma vez que atuando diretamente no terreno dispõem de um estatuto de identificação popular inigualável, de vastíssimas experiências na promoção de programas e atividades desportivas e de recursos importantíssimos, onde se inclui o corpo do voluntariado. Considerando a capacidade de distribuição geográfica e de gerar recursos a nível local, as associações e os clubes assumem uma posição crucial na promoção da oferta das práticas desportivas ditas amadoras e na promoção da participação desportiva democrática dos cidadãos nas organizações desportivas. A caracterização estrutural dos clubes, enquanto células primordiais do movimento associativo desportivo que contribuem para o desenvolvimento socioeconómico local, é decisiva, pois o seu conhecimento profundo possibilita uma avaliação mais precisa da sua situação e uma definição de estratégias de intervenção adequadas às suas necessidades, permitindo-lhes o cumprimento e desempenho das suas funções sociais. Seguidamente, apresentamos as principais considerações sobre a oferta desportiva no concelho de Leiria e também sobre o associativismo:  O concelho de Leiria é representado por um total de 168 clubes/associações desportivas, sendo que 97 destas (57,7%) desenvolvem atividade desportiva regularmente. É, igualmente importante perceber que, dos 168 clubes existentes, 89,9% correspondem a entidades sem fins lucrativos, sendo os restantes 10,1% correspondentes à fatia da oferta privada (entidades com fins lucrativos).  O concelho é caracterizado por um total de 5.438 praticantes federados, sendo 4.285 do sexo masculino (78,8%) e 1.153 do sexo feminino (21,2%), tal como se pode observar na Ilustração 15. Ilustração 15: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o sexo.
  • 32. Página 32 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  Relativamente ao escalão etário dos praticantes (Ilustração 13), 3.845 (70,7%) praticantes desenvolvem atividade desportiva em escalões de formação, 1.402 (25,8%) praticantes representam o escalão sénior e 191 (3,5%) praticantes representam o escalão de veteranos. Ilustração 16: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o escalão etário.  O Desporto Federado no concelho de Leiria corresponde a 4,3% do total da população residente no mesmo, um valor positivamente superior à taxa de participação federada em Portugal em 1999 – 4% (Marivoet, 2001).  O concelho de Leiria conta com a oferta de 25 modalidades desportivas, nomeadamente: Futebol 11, Futebol 7, Futsal, Andebol, Basquetebol, Hóquei Patins, Rugby, Voleibol e Fitness (modalidades coletivas); Atletismo, Ténis, Ginástica, Outras Artes Marciais1 , Judo, Karaté, Patinagem2 , Natação3 , Modelismo, Tiro, Ciclismo4 , Pentatlo Moderno, Badminton, Bridge, Pesca Desportiva e Pool/Bilhar (modalidades individuais). Como se pode verificar, existem 9 modalidades coletivas e 16 modalidades individuais.  A modalidade desportiva mais representativa no concelho de Leiria é o Futsal, existindo 29 clubes a oferecerem a referida modalidade (21%). Segue-se o Futebol 11 com um total de 18 clubes a disponibilizarem a mesma (13%) e as atividades de Fitness com 16 Health Clubs a disponibilizarem a mesma (11,6%), conforme se pode verificar na Ilustração 17. 1Aikido, Jiu-Jitsu, Kickboxing e Taekwondo. 2 Patinagem Artística e Patinagem de Velocidade. 3 Natação Pura e Natação Sincronizada. 4 Ciclismo e BTT.
  • 33. Página 33 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Ilustração 17: Caracterização da oferta de Modalidades Desportivas no concelho de Leiria por clube.  Relativamente ao número de praticantes por modalidade, o Futebol 11 apresenta 953 praticantes federados, o Futebol 7 apresenta 813 praticantes e o Futsal apresenta 801 praticantes, sendo estas a três modalidades coletivas com mais praticantes, por ordem decrescente, respetivamente.  Nas modalidades individuais destacam-se o Atletismo com 429 praticantes, o Ténis com 369 praticantes e a Ginástica com 262 praticantes federados.  As freguesias com maior número de clubes/associações desportivas são as freguesias de Leiria (29 clubes), Marrazes (20 clubes), Pousos (12 clubes) e Maceira (11 clubes). Em sentido contrário, as freguesias da Bajouca, Boa Vista e Santa Eufémia possuem apenas 1 clube, cada uma.  Relativamente às modalidades oferecidas por freguesia, a freguesia de Leiria destaca-se com a oferta de 18 modalidades, seguindo-se Marrazes com 14 modalidades, os Pousos com 9 modalidades e a Caranguejeira com 7 modalidades. Contrariamente, as freguesias da Azoia, Barosa, Chaínça, Santa Eufémia e Souto da Carpalhosa não oferecem qualquer modalidade desportiva.
  • 34. Página 34 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  Quanto ao número de praticantes por freguesia, Leiria destaca-se novamente com 1.400 praticantes federados. Em seguida, surge os Pousos com 1.051 praticantes e os Marrazes com 1.040 praticantes. À semelhança do que acontece com as modalidades oferecidas, também as freguesias da Azoia, Barosa, Chaínça, Santa Eufémia e Souto da Carpalhosa não possuem praticantes federados.  A freguesia de Leiria é, simultaneamente, a que possui mais clubes, modalidades e praticantes federados.  Quanto à totalidade dos clubes, a Associação Cultural e Recreativa de Maceirinha (freguesia da Maceira) é o que oferece mais modalidades desportivas no concelho de Leiria, com um total de quatro (4) modalidades.  No que respeita aos quadros dirigentes dos clubes/associações desportivas do concelho de Leiria, 91,7% dos presidentes são pertencentes ao sexo masculino.  Relativamente aos treinadores/professores, dos 97 clubes que desenvolvem atividade desportiva regularmente, 40 possuem mais do que 5 treinadores, 34 possuem entre 3 a 5 treinadores e 23 possuem 1 ou 2 treinadores.  Dos 168 clubes existentes no concelho, 36 tiveram a sua fundação entre os anos de 1975 e 1984, curiosamente no período pós 25 de Abril. Ilustração 18: Evolução do número de clubes no concelho de Leiria.  Quanto à caracterização das instalações sociais dos clubes, 69,5% dos mesmos possui uma sede social própria. 86,8% dos clubes revelam não possuir salas de reuniões, 90,4% não possuem salas de direção, 84,4% não possuem secretaria e 59,9% não possuem salões de festas. Por sua vez, 54,5% dos clubes possuem bar/restaurante nas suas sedes sociais.  Dos 168 clubes existentes no concelho, 64,7% possuem instalações desportivas próprias.
  • 35. Página 35 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO Considerando que a transversalidade do desporto – que promove a participação de uma multiplicidade de organizações e indivíduos nos processos de desenvolvimento desportivo – determina uma abordagem multifacetada desta realidade, identificámos diferentes perspetivas que influenciam a qualidade da atuação da autarquia no desporto, permitindo clarificar o processo de comunicação interna e externa e focalizar todos os agentes de desenvolvimento desportivo nos mesmos objetivos estratégicos. Deste modo, a concretização da visão, da missão e dos objetivos estratégicos apontados depende da mobilização de recurso de quatro (4) perspetivas de atuação que são apresentadas na Ilustração 19. Ilustração 19: Perspetivas de atuação estratégica. Apresentamos seguidamente (tabela 1), os objetivos pretendidos para cada perspetiva de atuação estratégica. Tabela 1: Perspetivas de atuação da autarquia no desporto e respetivos objetivos. Perspetivas de Atuação Objetivos Servir a população e a comunidade Melhorar os serviços prestados à população e comunidade do concelho de Leiria, concebendo ambientes que favoreçam a criação e o desenvolvimento de valor no Desporto. Processos internos e desenvolvimento organizacional Desenvolver e melhorar o funcionamento dos processos internos do pelouro do desporto, permitindo aos colaboradores prestar um serviço eficiente e eficaz. Inovação e aprendizagem Desenvolver uma equipa pluridisciplinar, altamente motivada para atingir a excelência na prestação de serviços. Desenvolver uma comunicação e cooperação eficaz, transparente e partilhada entre os diversos agentes desportivos. Gestão financeira e orçamental Implementar uma gestão financeira e orçamental transparente, participativa e rigorosa. Servir a população e a comunidade Gestão financeira e orçamental Inovação e aprendizagem Processos internos e desenvolvimento organizacional
  • 36. Página 36 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 ANÁLISE SWOT A análise SWOT é um instrumento de gestão estratégica de planeamento que consiste em identificar, por um lado, os pontos fortes e pontos fracos da situação interna, neste caso, da situação desportiva interna no concelho de Leiria e, por outro lado, as oportunidades e ameaças existentes no meio envolvente. Salienta-se o facto que os pontos fortes deverão ser mantidos ou aproveitados e, ao invés, os pontos fracos deverão ser suprimidos ou minimizados. As oportunidades deverão ser aproveitadas e as ameaças deverão ser evitadas ou ultrapassadas. Na Ilustração 20, está representada a lógica da análise SWOT. Ilustração 20: Lógica da análise SWOT. Antecipando a definição dos eixos de intervenção e dos objetivos para o desporto no município, para a definição de estratégias adequadas ao cumprimento dos mesmos, torna-se necessário elaborar uma análise prévia da envolvente/ambiente. Assim, através do recurso aos estudos que caracterizaram a realidade desportiva do concelho de Leiria, cujas principais conclusões foram descritas anteriormente foi possível identificar alguns aspetos que sugerem a existência de pontos fortes e pontos fracos no concelho em termos desportivos, bem como a identificação de oportunidades e ameaças no ambiente desportivo do contexto envolvente local, nacional e internacional. Seguidamente, apresentamos a análise SWOT para cada das perspetivas de atuação, integrando, desde já, os objetivos estratégicos (explorados no capítulo seguinte) para o pelouro do desporto municipal.
  • 37. Página 37 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Tabela 2: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Servir a população e a comunidade”. A. SERVIR A POPULAÇÃO E A COMUNIDADE PONTOS FORTES - Elevado Índice de Prática Desportiva, 33% em relação ao IPD Nacional 5 ; - Ocupação dos tempos livres a praticar atividade física; - Diversidade das atividades/modalidades desenvolvidas e oferecidas; - Elevada quantidade de ID Base Formativa (67%); - Área Desportiva Útil por habitante dentro dos parâmetros de referência; - Boa distribuição das instalações desportivas pelas freguesias do concelho. PONTOS FRACOS - Reduzida participação da população sénior; - Pouca predisposição para a prática desportiva federada | índice de desporto federado 0,5% inferior à média nacional 6 ; - Grande taxa de abandono da prática desportiva (76%); - Condições de utilização reduzidas ao nível dos Grandes Campos de Jogos (idade, tipo de piso, funcionalidade, higiene e segurança, apetrechamento); - Baixo índice de prática desportiva nas zonas rurais e semi-urbanas; - Carência de algumas instalações desportivas, nomeadamente piscinas cobertas e de ar livre e um pavilhão na região urbana do concelho. OPORTUNIDADES - Evolução da procura de atividade física por parte da população sénior e feminina; - Modalidades em expansão no concelho (jogging, trail, etc.); - Elevada importância do desporto informal/lazer; - Preferência pela prática desportiva dentro do concelho; - Interesse elevado dos não praticantes em praticar atividade desportiva; - Clubes desportivos com dinamismo e motivação para colaborar em projetos de desenvolvimento desportivo. A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva; A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no segmento feminino; A3:Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços e equipamentos desportivos; A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva; A5: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com acompanhamento técnico especializado. AMEAÇAS - Abandono precoce devido a falta de tempo; - Estilos de vida progressivamente mais exigentes em termos de tempo dedicado ao trabalho; - Falta de renovação e/ou disponibilidade do corpo dirigente nos clubes provoca pouco envolvimento no associativismo. 5 Índice de Prática Desportiva Nacional = 23% (1999) – Estudo dos Hábitos Desportivos da População Portuguesa (Marivoet, 2001) 6 Índice de Prática Desportiva Federada em Portugal = 4,8% (2009) – Estatísticas do Desporto em Portugal 1996-2009 (IDP, I.P., 2009)
  • 38. Página 38 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Tabela 3: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Processos internos e desenvolvimento organizacional”. B. PROCESSOS INTERNOS E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PONTOS FORTES - Orientação dos objetivos para as reais necessidades dos cidadãos e comunidades. PONTOS FRACOS - Incapacidade de resposta às solicitações de cidadãos e comunidade em tempo útil; - Quadro de RH limitado na CML face ao nível de trabalho existente; - Extinção da Leirisport, E.M. com competência técnica e recursos humanos qualificados; - Fraca orientação à organização de atividades de desporto informal e à participação dos Clubes e Associações nesse tipo de eventos; -Fraca orientação para a organização de eventos desportivos da CML; - Fraca orientação à gestão ambiental e ligação entre a atividade física e o ambiente; - A dispersão dos modelos de gestão provoca dificuldade na homogeneidade de critérios e indicadores de gestão comuns. OPORTUNIDADES - Mais de metade dos clubes e associações desportivas do concelho desenvolvem atividade desportiva regularmente; - Ambiente de boa cooperação institucional entre os vários agentes desportivos concelhios; - Muitas instalações desportivas são propriedade dos clubes e associações desportivas. B1: Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar a eficiência dos processos; B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade; B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade; B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos; B5: Analisar e, se for o caso, reformular/sistematizar o atual sistema de apoio ao associativismo desportivo no concelho (inserido no Regulamento de Atribuição de Auxílios do Município de Leiria); B6: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os clubes/associações desportivas; B7: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos informais. AMEAÇAS - Incapacidade de execução dos projetos devido à morosidade de determinados processos; - Contenção orçamental na maioria das autarquias portuguesas.
  • 39. Página 39 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Tabela 4: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Inovação e aprendizagem”. C. INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM PONTOS FORTES - Disponibilidade e motivação para uma aprendizagem contínua por parte de vários agentes desportivos concelhios; - Relação próxima entre vários agentes desportivos locais e os técnicos da autarquia; - Disponibilidade de cooperação, quando solicitados, por muitos dos indivíduos e comunidades ligados ao desporto. PONTOS FRACOS - Falta de habilitações académicas e de frequência de formação contínua por parte de vários agentes desportivos; - Debilidades na divulgação de informação útil para os diferentes agentes desportivos; - Fraca capacidade de adoção rápida de inovação de processos e de produtos nas organizações desportivas (clubes); - Elevado número de instalações desportivas sem responsabilidade técnica. OPORTUNIDADES - Diversidade e quantidade de ofertas formativas na área do desporto; - Crescente consciência da população para a importância do exercício físico, nomeadamente ao nível dos benefícios para saúde; - Desenvolvimento de novas formas de comunicação que permitem uma maior interatividade entre emissor e recetor; - Crescente evolução ao nível das tecnologias da informação com o surgimento de novas tendências. C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas do desporto; C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos da população; C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito municipal; C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à estratégia; C5: Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das instalações desportivas; C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados. AMEAÇAS - Crescente dificuldade em comunicar com a população devido à enorme quantidade de informação que é veiculada de várias fontes, todos os dias; - Tendência natural das pessoas e organizações para se fecharem sobre si próprias e não procurarem parcerias e formação potenciadoras dos seus ativos; - Dificuldade na mobilização inicial dos diferentes grupos de interessados no Desporto.
  • 40. Página 40 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Tabela 5: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Gestão financeira e orçamental”. D. GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTAL PONTOS FORTES - Ligação próxima entre a autarquia e a maioria dos clubes desportivos do concelho; - Empenho em atribuir de uma forma mais célere e justa as verbas de apoio, com base em critérios pré-definidos e estandardizados; - Oportunidade de redução de custos na gestão das Instalações Desportivas atribuídas às Juntas de Freguesia e às de gestão municipal. PONTOS FRACOS - Ausência de fontes alternativas de financiamento, quer financeiro, humano e material; - Dificuldades na análise dos resultados obtidos através do apoio financeiro às diferentes entidades e projetos; - Processo moroso na atribuição de verbas para o movimento associativo. - Controlo dos custos e da atividade das IDLM sob gestão de JF, Clubes/Associações. OPORTUNIDADES - Existência de candidaturas alternativas de financiamento a nível nacional e europeu; - Recetividade pública para o investimento em serviços e equipamentos desportivos. D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados; D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria; D3: Desenvolver novas fontes de receita. AMEAÇAS - Encerramento de clubes devido à falta de apoio financeiro da autarquia; - Fragilidades do associativismo na relação com o setor privado, de forma a obter apoios financeiros através deste tipo de fontes.
  • 41. Página 41 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA VISÃO | MISSÃO | VALORES EIXOS DE INTERVENÇÃO | OBJETIVOS ESTRATÉGICOS | ESTRATÉGIAS PLANO OPERACIONAL
  • 42. Página 42 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 VISÃO Leiria pretende ser reconhecida como uma cidade desportiva, promovendo e divulgando para os seus munícipes a prática da atividade física e desportiva como elemento dinamizador da saúde e qualidade de vida, educação, socialização, inclusão social e criação de valor para cidadãos e movimento desportivo. MISSÃO Promover, melhorar e diversificar iniciativas de natureza desportiva dirigidas a todos os segmentos da população, assente numa gestão racional e sustentada, bem como promover a criação de condições humanas e materiais para uma prática desportiva assente na qualidade através do estabelecimento de parcerias com estruturas associativas e outras entidades desportivas. VALORES Equidade – igual tratamento dos agentes envolvidos na atividade física e desportiva na resolução de problemas; Eficiência e Eficácia – concretização das ações com a máxima rentabilidade; Qualidade e Excelência – organização rigorosa para alcançar o êxito e o sucesso; Inovação – constante motivação para a mudança no sentido positivo; Participação – preocupação constante na participação e incentivo da população para prática desportiva.
  • 43. Página 43 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 EIXOS DE INTERVENÇÃO Após realizada a análise SWOT e definidos objetivos estratégicos através da combinação Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças, apresentamos seguidamente os eixos de intervenção que advêm da referida análise, articulando-os com os objetivos estratégicos definidos. EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva; A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no segmento feminino; A5: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com acompanhamento técnico especializado; B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade; B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos; B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os clubes/associações desportivas; B6: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos informais; C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas do desporto; C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos da população; C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito municipal. EIXO DE INTERVENÇÃO II – MANTER, REMODELAR E REQUALIFICAR ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS A3: Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços e equipamentos desportivos; A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva; B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos; C5: Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das instalações desportivas; D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados;
  • 44. Página 44 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria. EIXO DE INTERVENÇÃO III – APOIO AO ASSOCIATIVISMO DESPORTIVO B1: Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar a eficiência dos processos; B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade; B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os clubes/associações desportivas; C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à estratégia; C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados; D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria; D3: Desenvolver novas fontes de receita.
  • 45. Página 45 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Tabela 6: Síntese da aplicação dos objetivos estratégicos nos eixos de intervenção. Nº NOME EIXOS DE INTERVENÇÃO EI I EI II EI III PERSPETIVA A | SERVIR A POPULAÇÃO E A COMUNIDADE A1. Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva o A2. Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no sexo feminino o A3. Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços e equipamentos desportivos o A4. Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva o A5. Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com acompanhamento técnico especializado o PERSPETIVA B | PROCESSOS INTERNOS E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL B1. Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar a eficiência dos processos o B2. Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade o B3. Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade o B4. Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos o o B5. Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os clubes/associações desportivas o o B6. Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos informais o PERSPETIVA C | INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM C1. Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas do desporto o C2. Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos da população o C3. Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito municipal o C4. Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à estratégia o C5. Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das instalações desportivas o C6. Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados o PERSPETIVA D | GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTAL D1. Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados o D2. Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria o o D3. Desenvolver novas fontes de receita o
  • 46. Página 46 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 ESTRATÉGIAS/AÇÕES EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva  Promover ações de sensibilização junto das comunidades das freguesias rurais;  Incentivar os agentes desportivos a colaborar na divulgação dos benefícios da prática desportiva nas freguesias rurais;  Estabelecer um programa de parceria com instituições de ensino do concelho de Leiria de forma a melhorar e uniformizar os padrões de comunicação nas freguesias rurais. A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no sexo feminino  Manter/desenvolver um programa de apoio ao associativismo desportivo no concelho de Leiria com vista ao desenvolvimento de competições federadas;  Promover um plano de apoio ao desporto feminino. A6: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com acompanhamento técnico especializado  Disponibilizar um conjunto de recursos humanos tecnicamente especializados para apoiar e acompanhar a atividade física informal realizada pelos munícipes do concelho;  Criar um plano horário de acompanhamento técnico nos principais espaços de prática desportiva informal do concelho;  Promover parcerias com entidades/associações desportivas do concelho para intervenção nos programas de atividade física informal. B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade  Elaborar e disponibilizar um guia desportivo do concelho;  Diminuir as reclamações dos utentes dos programas de atividade física existentes;  Analisar a necessidade de criação de novas iniciativas/programas de atividade física desportiva. B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos  Organizar dias temáticos, seminários e workshops aproveitando os recursos naturais existentes;  Incrementar iniciativas de atividade física nos recursos naturais existentes. B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os clubes/associações desportivas  Promover atividades desportivas conjuntas utilizando as instalações desportivas dos clubes. B6: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos informais
  • 47. Página 47 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  Consolidar os programas de prática de atividade física informal existentes, adaptando-os a uma vertente informal de ar livre;  Diversificar a oferta de programas desportivos municipais;  Aumentar o número de vagas nos programas desportivos municipais atuais;  Criar parcerias com clubes/associações desportivas com vista ao desenvolvimento de programas de prática desportiva municipal (ex.: “Saber Nadar”). C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas  Desenvolver parcerias com entidades de formação profissional e/ou estabelecimentos de ensino de forma a dotar os recursos humanos de qualificações que permitam fomentar a prática desportiva;  Elaborar um plano de formação anual para os agentes desportivos do concelho. C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos da população  Elaborar e disponibilizar um guia desportivo do concelho;  Incrementar informação na agenda cultural do concelho;  Elaborar um folheto informativo sobre o desporto e a saúde. C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito municipal  Desenvolver novas formas de comunicação dos programas de atividade física desportiva municipais. EIXO DE INTERVENÇÃO II – MANTER, REMODELAR E REQUALIFICAR ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS A3: Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços e equipamentos desportivos  Desenvolver um plano de manutenção de Espaços e Instalações Desportivas;  Avaliar a criação de uma equipa de manutenção de Instalações Desportivas a nível municipal que preste serviços às entidades gestoras dos equipamentos de propriedade municipal;  Identificar e concretizar as melhorias necessárias nas Instalações Desportivas existentes;  Adquirir materiais e apetrechamento devidamente legalizado e inspecionado, tendo em conta a prática desportiva a que as Instalações se destinam;  Estudar a viabilidade de construção de um pavilhão multidesportivo na região urbana e sua tipologia;  Estudar a viabilidade de construção de uma piscina coberta na zona norte do concelho. A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva  Criar, adaptar e dotar os espaços naturais de condições para a prática desportiva (ex.: adaptar espaços naturais para a modalidade de Trail).
  • 48. Página 48 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos  Organizar dias temáticos, seminários e workshops aproveitando os recursos naturais existentes;  Promover atividades anuais de partilha de experiências e destaque de boas práticas. C5: Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das instalações desportivas  Proporcionar a atribuição e o respetivo registo do Diretor Técnico das Instalações Desportivas junto do IPDJ, IP;  Desenvolver ações de formação para os responsáveis técnicos das Instalações em parceria com outras entidades. D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados  Aquisição ou adaptação de um software de gestão adequado;  Realizar análises periódicas recorrendo à metodologia Balanced Scorecard. EIXO DE INTERVENÇÃO III – APOIO AO ASSOCIATIVISMO DESPORTIVO B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade  Analisar e, se for o caso, reformular o atual sistema de apoio ao desenvolvimento desportivo do desporto no concelho;  Desenvolver novas formas de comunicação com a comunidade. B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os clubes/associações desportivas  Dinamizar ações de formação sobre gestão de instalações desportivas para os quadros dirigentes de clubes/associações desportivas do concelho;  Identificar indicadores operacionais de gestão standardizados e efetuar o controlo dos mesmos (ex.: equidade no acesso às instalações desportivas, preços praticados, qualidade dos serviços prestados). C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à estratégia  Avaliar a viabilidade de comunicação via on-line entre os agentes desportivos, entidades e autarquia. C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados  Criar uma base de dados com toda a informação;  Comunicar e informar através das novas tecnologias de comunicação. D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria  Criar taxas nos serviços desportivos que promovam o equilíbrio entre custos e proveitos;
  • 49. Página 49 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012  Promover um programa de patrocínio aos serviços desportivos municipais com as entidades empresariais do concelho. D3: Desenvolver novas fontes de receita  Concessão de espaços comerciais nas instalações desportivas do município (ex.: estádio/piscinas);  Exploração de espaços publicitários nas instalações desportivas municipais;  Organização de eventos com entradas pagas.
  • 50. Página 50 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 PLANO OPERACIONAL A definição de um plano operacional permite identificar a coerência entre os eixos de intervenção e as ações em termos de serviços desportivos. Deste modo, a definição dos objetivos e estratégias anteriormente propostas devem ser coerentes, planificadas e calendarizadas de acordo com o seguinte plano. EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA OBJ. ESRT. 2013 2014 2015 2016 2017 ESTRATÉGIAS INDICADORES BASE META META META META
  • 51. Página 51 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 BIBLIOGRAFIA
  • 52. Página 52 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 BIBLIOGRAFIA Cardoso, L. (1999). Gestão Estratégica das Organizações – como vencer os desafios do Século XXI. Lisboa: Editorial Verbo. 4ª edição. Chelladurai, P. (2001). Managing Organazations for Sport and Physical Activity: a Systems Perspective. Arizona: Holcomb Hathaway, Publishers. Chiavenato, I. (1993). Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: McGraw Hill. 4ª edição. Constantino, J. M. (1990): Políticas de desenvolvimento desportivo nas autarquias. Oeiras, Câmara Municipal de Oeiras. Constantino, J. M. (1994). Desporto e Municípios. Lisboa: Livros Horizonte. Cunha, L. M. (2003). O Espaço, o Desporto e o Desenvolvimento. Lisboa: Edições FMH. 2ª edição. Cordeiro, A.M. Rochette. (2006) Ordenamento e Planeamento de Equipamentos Desportivos com base num Projecto de Cartografia Dinâmica. Congresso do Desporto, Exponor, Matosinhos. Farmer, P.; Mulrooney, A. & Ammon, R. (1996). Sport Facility Planning and Management. Ed. Fitness Information Technology, Morgantown. Instituto Superior da Maia (2006). Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo 2006-2010. Ed. Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Leal, J., Silva, L., Machado, A. & Santos, A. (2007). Carta Desportiva do Concelho de Cuba. Ed. Câmara Municipal de Cuba, Beja. Lopes, J. C. (2005). Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo. Ed. Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Marques, A.D., Henriques, C.A., Cálão, P.M. (2008). Carta das Instalações Desportivas do Concelho de Tondela. Ed. Câmara Municipal de Tondela – Pelouro do Desporto. Paloma, J. (1994). Análisis y Diagnóstico del Sistema Deportivo Local: Punto de Partida para el Diseño de Políticas Deportivas Municipales, in Apunts: Educación Física y Deportes; N.º 36, Abr.; Ed. INEFC; Barcelona; pp. 38 –45. Pires, G. & Colaço, C. (2005). Planeamento Estratégico nas Organizações Desportivas. Manual de Apontamentos do IX Mestrado em Gestão do Desporto (não publicados). Lisboa: UTL/FMH. Pires, G. (2003). Gestão do Desporto – Desenvolvimento Organizacional. Porto: APOGESD. Pires, G. (2005). Gestão do Desporto – Desenvolvimento Organizacional. Porto: APOGESD. 2ª edição. Roche, F. P. (2007). La Planificación Estratégica en las Organizaciones Deportivas. Badalona: Editorial Paidotribo. 4ª edição. Rodrigues, S. (2009). Pressupostos para a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento desportivo: Análise da procura e consumo desportivo no Concelho de Tavira. Lisboa: UTL/FMH. Sancho, J. A. M. (2004). Planificación Deportiva – Teoría y Práctica. Barcelona: INDE. 3ª edição.
  • 53. Página 53 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012 Santos, A., Maria, A., Silva, A., Carmo, D., Sancho, H. & Raposo, P. (2010). Carta das Instalações Desportivas Artificiais – Santarém. Ed. Escola Superior de Desporto de Rio Maior-IPS. Soucie, D. (2002). Administracuón, Organización y Gestión Deportiva. Barcelona: INDE.