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A RELAÇÃO DO JORNALISMO ESPORTIVO INTERNACIONAL COM A TV
BRASILEIRA: O CASO ESPN BRASIL
Fernanda Pessanha de Araujo*

RESUMO
A ESPN é uma rede de canais muito conhecida pela sua transmissão esportiva
24h ao dia. No entanto, boa parte desta programação trata de jornalismo esportivo
internacional, mesmo após a criação da ESPN Brasil, uma das poucas afiliadas fora dos
Estados Unidos. Por isso, o presente artigo pretende discutir o papel deste jornalismo
internacional na vida dos brasileiros, qual a importância que ele tem para o jornalismo e
para a população brasileira, através da observação do site e de programas dos canais
ESPN, além um documentário produzido por Paulo Zapellon, baseado em falas de
comentaristas e narradores dos esportes americanos. A partir de uma revisão de
literatura sobre o assunto, que inclui autores como João Batista Natali, Heródoto
Barbeiro e Patrícia Rangel, Alessandra Peres, Murilo Ramos, Pedro Aguiar e Mariana
Oselame e Cristiane Costa, pretendemos refletir sobre os motivos da que se dá aos
esportes internacionais em canais brasileiros.
PALAVRAS-CHAVE:

Espn,

Espn

Brasil,

jornalismo

esportivo,

jornalismo

internacional, Tv por assinatura.

INTRODUÇÃO
Desde a invenção da televisão – principalmente da colorida -, é certo que o estilo
de vida das pessoas do mundo todo mudou. A TV começara como um serviço de
comunicação gratuito, com um ou dois canais, vindo para facilitar a visualização das
informações que, até então, só eram transmitidas por rádio e jornais impressos. E o que
começou somente como um meio básico de comunicação, de entretenimento e de
informação, foi tomando maiores proporções, aumentando o número de canais,
crescendo suas possibilidades e interagindo cada vez mais com o telespectador até
chegar ao ponto que estamos hoje, em que a Tv é como se fosse uma parte integrante

*Graduanda de jornalismo das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA). Email: fernanda_mec2@yahoo.com.
1
**Trabalho apresentado para a disciplina documentação gráfica e audiovisual, em 21 de novembro de 2013.
das nossas vidas. Ou alguém se imagina sem o jogo de quarta a noite? Ou o capítulo
final da novela? Ou mesmo o noticiário diário?
Assim, com a programação da TV aberta, tão presente nas nossas vidas e cada
vez mais diversificada, ela chega a um ponto em que não dá mais vazão ao tanto de
coisas que poderia transmitir. Talvez, por isso, com uma necessidade de ampliação das
opções ou de se ter uma maior especificidade, surge nos Estados Unidos – o que
posteriormente se espalha por todo o mundo - a rede de canais por assinatura, também
conhecida como Tv a cabo ou TV paga, que vem para revolucionar – ainda mais – o
modo de se assistir TV.
A partir de então, surgem os canais específicos, para tratar de um assunto
determinado: quem gosta de novela, assiste canal X, quem gosta de esporte, canal Y,
quem gosta de filmes, canais Z, e por aí vai. Porém, há um fato importante nisso tudo:
como a TV a cabo nasce nos Estados Unidos, como afirma Ramos (1995), a maioria dos
canais criados para a rede de Tv paga é de origem americana e transmitem os filmes
americanos, os seriados – tão famosos – americanos e, finalmente, os esportes
americanos. E qual a influência disso no mundo e no Brasil? A língua inglesa é a 2ª com
mais falantes no planeta; os seriados, nós sabemos que ficam mundialmente conhecidos;
os filmes americanos são os mais famosos e sucesso de bilheteria no mundo todo. E os
esportes? Qual a influência que eles têm? E a notícia internacional? Por que tantos
canais dedicados às notícias internacionais e notícias esportivas internacionais? Qual a
importância dela para a linguagem jornalística do canal por assinatura? Por que em
canais por assinatura a notícia ou programação internacional tem sempre mais destaque
que o que é nacional?
Para tentar responder a esta e outras questões o presente artigo estudará esse
mercado da TV por assinatura com foco nos canais esportivos e, mais especificamente,
da rede ESPN – ESPN Internacional e ESPN Brasil. Para isso, será feita uma revisão da
literatura encontrada sobre o assunto; observação da programação televisiva da ESPN
Brasil e os canais de esportes que tem origem brasileira, como o Bandsports e o Sportv;
uma análise da programação, do “website” e dos meios de comunicação ligados a ESPN
focando principalmente nos programas que tem nomes em inglês e que tratam dos
esportes americanos (beisebol, futebol americano, hóquei e basquete).
Fato é que observando-se a vasta programação esportiva dos canais de TV por
assinatura, é possível perceber que na maioria das vezes eles estão muito voltados para
o jornalismo esportivo internacional – englobando em ‘jornalismo’ todos os eventos de
2
transmissão relacionados ao esporte internacional, como o caso de jogos da Liga de
Futebol Americano (NFL), da Liga de Basquete Americana (NBA), do Hóquei no Gelo
(NHL). Assim, foi despertado o interesse em analisar qual seria exatamente a relação - e
a importância - entre o jornalismo internacional e a TV brasileira.
Dentre os canais de Tv aberta, é possível notar que notícias internacionais
ganham um espaço pequeno, sejam elas relacionadas a assuntos gerais do mundo, como
política, ou sejam relacionadas ao esporte, que é o nosso tema de enfoque. Porém,
quando falamos da Tv por assinatura, uma maior presença desse jornalismo
internacional pode ser notada, em todas as áreas e, inclusive, na área esportiva.
No rol de canais da TV paga, é possível encontrar todo o tipo de programação.
Há os canais internacionais como a RTP Portuguesa ou até aqueles que são
exclusivamente voltados para a notícia internacional, com é o caso da CBN; já existem
alguns que são totalmente brasileiros, criados pelas emissoras locais, como é o caso da
GNT e Bandsports; mas também têm aqueles, que serão o objeto de nosso estudo, que
são os canais originariamente americanos, mas que entraram no Brasil com tanta força
que chegaram a ganhar uma versão brasileira, como é o caso da ESPN com o ESPN
Brasil.
Os canais ESPN, de uma maneira geral, têm por objetivo, segundo informações
do próprio site, transmitir ao vivo os principais eventos esportivos do mundo e as
melhores informações sobre eles. Isso não se pode negar. Mas e o canal ESPN Brasil
em específico? Pelo que o próprio nome diz não deveria ele ser o responsável por uma
cobertura jornalística mais “abrasileirada” e diversificada, por assim dizer, deixando os
grandes eventos que talvez não interessem tanto aos brasileiros para ESPN+ ou
internacional? O que vemos, até então no ESPN Brasil, é uma programação mista, mas
ainda com muito enfoque no esporte – inclusive futebol - internacional. No entanto,
existem tantos esportes praticados no Brasil que não tem cobertura televisiva, que não
recebem a devida importância, como o handebol, o basquete, o vôlei, até o badminton,
enquanto esportes que talvez nem interessem ao publico espectador estão lá, passando
na telinha, como o caso dos Campeonatos de Pôquer ou dos esportes de inverno - mais
desconhecidos -, como o curling, por exemplo. Então, o que justifica a criação de um
canal brasileiro para divulgar informações internacionais, esportes internacionais? Qual
o ganho disso para o jornalismo brasileiro?
Se o objetivo dos canais pagos é justamente lutar para conquistar o
telespectador, não seria mais interessante para os brasileiros que o canal transmitisse
3
mais informações, mais eventos esportivos brasileiros? Ou será que o objetivo seja
justamente ampliar os nossos horizontes através de esportes diferentes? Ou os
brasileiros realmente se interessam mais pela cobertura jornalística internacional e pelos
esportes estrangeiros? São essas e outras questões que este trabalho buscará elucidar.

REVISÃO DE LITERATURA

Pesquisando acerca dos temas de jornalismo esportivo internacional no Brasil,
esportes americanos, Tv por assinatura e a rede de canais ESPN, é possível perceber que
há pouquíssimo conteúdo publicado. Em livros, como é de se esperar, pode-se encontrar
uma abordagem mais generalizada sobre o assunto, como é o caso do jornalismo
esportivo e do jornalismo internacional. No entanto, ainda que Barbeiro e Rangel
(2006), em seu Manual do Jornalismo Esportivo destrinchem bem a história do
jornalismo esportivo, as regras e tendências de alguns esportes, dicas e vícios dos
jornalistas esportivos, ainda há muita coisa a se falar sobre o assunto: falta uma
definição mais clara da expressão jornalismo esportivo, bem como falta relacionar esta
especialização ao que ela é no Brasil, como ela é tratada, e como se dá em seu aspecto
internacional. Nada é mencionado a respeito de jornalismo esportivo internacional nesta
obra, nem sobre futebol. Por isso, para complementar o trabalho, buscamos o livro
Jornalismo Internacional, de João Batista Natali (2004), o que também não foi muito
esclarecedor quanto ao jornalismo esportivo internacional, nem quanto a uma definição
da expressão jornalismo internacional - o que nos fez recorrer a Wikipedia. Porém foi
perfeito contando como tudo começou.
Para complementar o embasamento do trabalho, portanto, muitos artigos e,
inclusive, um documentário foram necessários. Estes sim, traziam temas mais
específicos, questões mais esclarecedoras e, no caso do documentário, depoimentos de
pessoas que viveram as situações e, por isso, elucidaram partes da história que nenhum
livro ou artigo conta. O documentário feito por Paulo Zarpellon (2011), em especial,
traz cada história magnífica quanto ao nascimento da ESPN e ESPN Brasil com sede
nos Estados Unidos e, posteriormente, em São Paulo; além de trazer informações de
como os esportes americanos começaram a ser transmitidos no Brasil por outras TVs e
depois pela ESPN, ao vivo. Quem diria que o primeiro jogo de futebol americano havia
sido transmitido pela tão famosa TV Tupi, nos anos 60? Só ouvindo da boca de quem
trabalha com isso e viveu essa época mesmo para saber. Uma pena que ele só fale de
4
futebol americano, pois a curiosidade pelos outros esportes americanos fica no ar. Mas é
a isso que o documentário se propõe; e cumpre!
Ainda, muito esclarecedores na história do jornalismo internacional e esportivo
internacional no Brasil, são os artigos de Pedro Aguiar (2008) - Por uma História do
Jornalismo Internacional no Brasil. – e de Mariana Oselame e Cristiane Costa (2012) Entre a Notícia e a Diversão: Um Retrato do Jornalismo Esportivo de Televisão. Com estes foi
possível desenhar o nascimento do jornalismo internacional no Brasil e do jornalismo esportivo,
principalmente na TV. Porém, este último ainda deixou um pouco a desejar no que se trata do
jornalismo esportivo na televisão brasileira. Poderia ter abordado melhor como e quando ele
começou, qual foi o primeiro jogo transmitido, qual a emissora que primeiramente deu foco ao
assunto, entre outras curiosidades, até se chegar ao advento da TV à cabo.

Por sua vez, a TV por Assinatura no Brasil: conceito, origens, análise e
perspectivas, é assunto muito bem tratado por Murilo Ramos, em seu artigo publicado
em 1995. Através dele é possível conhecer muito do nascimento e evolução da
Televisão à cabo, desde os Estados Unidos até sua chegada no Brasil, incluindo os
entraves do governo enfrentados por eles, para evitar o desenvolvimento do país neste
aspecto. A partir daí, a TV passa a não ter fronteiras.
Por fim, Alessandra Peres nos traz grande contribuição com seu artigo A ESPN
Brasil na Era New Business (2010), ajudando a compor a história da rede de canais
americanos e explicando sua filosofia atual, de atuar em uma rede multiplataformas.
Este trabalho foi de grande valia para a complementação de pesquisa do presente artigo.
No mais, trata-se de um assunto ainda novo, pouco estudado, principalmente, no
Brasil e ainda que se divida o assunto em vários temas, como TV por assinatura, canais
Espn, canais de esporte, etc. Por isso, é um tema importante para a comunidade
científica, que terá aqui mais uma área da comunicação a ser trabalhada.
O ADVENTO DO JORNALISMO ESPORTIVO

Jornalismo é jornalismo, afirmam Barbeiro e Rangel (2006), seja ele esportivo,
político, econômico, social. "A essência não muda, porque sua natureza é unica e está
intimamente ligada às regras da ética e ao interesse público.", ou pelo menos deveria.
Porém, é somente a partir da década de 1990, segundo o mesmo autor, que vai
haver a preocupação de se colocar o esporte como uma editoria isolada ou parte da
redação jornalística da televisão. E cada veículo passa a fazer da forma que prefere,
fazendo surgir, então, as especificidades do jornalismo esportivo: o tom mais intimista,
5
a utilização do jornalista-personagem, o esporte espetáculo, o humor, os bastidores, a
necessidade de velocidade da notícia. E por vezes, nessa “brincadeira”, se perde a ética,
o tom informativo, o verdadeiro jornalismo, principalmente porque, muitas vezes o
jornalismo esportivo acaba se confundindo com entretenimento.
Para nos ajudar a compreender então o que seria considerado o campo do
jornalismo esportivo, Barbeiro e Rangel (2006) buscam o conceito de esporte, que
definem como seus principais componentes: desenvolvimento físico, regras definidas e
competição.
Tanto o esporte de competição quanto a informação esportiva tiveram início na
Antiguidade, com os Jogos Olímpicos gregos. Com o surgimento da imprensa de massa,
já durante a Modernidade, o esporte vai ganhando mais importância na medida em que
o lazer e o tempo livre passam a fazer parte do cotidiano das pessoas. Mais tarde, por
volta dos anos 60, surge o campo do jornalismo esportivo propriamente dito, com foco
na atividade esportiva de competição como parte do show da indústria cultural, contam
Osalame e Costa (2012).
A partir do século XXI, o esporte ganha cada vez mais formato de espetáculo, e
com os jogos Olímpicos de 1984, nos Estados Unidos, vem à tona a possibilidade de se
financiar grandes eventos esportivos através de patrocínios e de direitos de transmissão
para TVs, rádios e, hoje, até para a internet. (OSELAME; COSTA, 2012) A mídia,
através do jornalismo esportivo, passa a ter poderes sobre o esporte - e sobre as pessoas
- e a influência dos meios de comunicação não abrange apenas a questão financeira;
alcança inclusive, as regras do jogo, como no caso do vôlei em que as regras foram
alteradas para adequar-se a programação da televisão.
Hoje, segundo Osalame e Costa (2012), “a concorrência das grandes redes de
televisão pela compra dos direitos exclusivos de transmissão dos eventos esportivos se
justifica pela enorme audiência que eles são capazes de atrair – e, consequentemente,
pelo seu potencial de captação de milionários patrocínios para as emissoras.”. Segundo
estudo realizado pelo Ibope em 2011:
72% dos brasileiros que tem como hábito acompanhar a cobertura esportiva
buscam informações na televisão. É uma vantagem considerável em relação
ao segundo meio de comunicação preferido: a internet, que conta com 21%
da preferência. O rádio, mesmo muito utilizado pelos torcedores nos estádios,
tem menos da metade da audiência da televisão e, como fonte de informação,
aparece atrás dos jornais. (OSALAME; COSTA, 2012, p. 3)

6
JORNALISMO INTERNACIONAL
Para Natali (2004), “o jornalismo já nasceu internacional” – nos primórdios do
jornalismo, este era o único tipo conhecido. Ele não veio com o capitalismo, no século
XIX, como muitos pensam, mas sim no mercantilismo, que já precisava dele – “folhas
de notícias impressas eram vendidas a quem quisesse comprar”. As newsletter, como
eram conhecidas, traziam informações que tivessem alguma utilidade para os negócios
como, por exemplo, a cotação de determinadas mercadorias nas feiras, conflitos
regionais, as cotações dos pedágios nas alfândegas, acordos e rupturas dentro da Igreja,
coalizões entre nobres menos importantes e seus efeitos no comércio, etc.
Segundo o site Wikipedia, “chama-se Jornalismo Internacional a especialização
da profissão jornalística nos eventos de fora do país onde está sediado o veículo de
imprensa.” Por isso, o que é assunto "doméstico" num determinado país será
"internacional" em todos os demais. “Este fato faz com que o Jornalismo Internacional
seja provavelmente a área do Jornalismo com maior abrangência de temas entre todas,
já que trata de política, economia, cultura, acidentes, natureza e todos os assuntos que
aconteçam fora de seu país de origem.”

NO BRASIL
“Seja qual for o veículo tomado como marco para o nascimento da imprensa
nacional, o fato é que jornalismo brasileiro nasceu em 1808 com os olhos voltados para
fora.” (AGUIAR, 2008, p.1). Tanto a Gazeta do Rio de Janeiro, jornal fundado para dar
voz à corte portuguesa recém-instalada na sede da administração colonial, quanto o
Correio Braziliense, primeiro órgão de imprensa publicado por um brasileiro e
inteiramente produzido no exterior, se dedicavam prioritariamente a informações sobre
fatos ocorridos fora do Brasil. (Idem)
Nas redações do Brasil, só a partir do final dos anos 1950, com a modernização
das técnicas e dos processos jornalísticos, é que se destacam equipes especializadas na
cobertura jornalística internacional - embora o noticiário exterior estivesse presente
desde o início. (Ibidem)

7
TELEJORNALISMO

Quanto à televisão, conta Natali (2004), as transmissões foram inauguradas no
Brasil em 18 de setembro de 1950, com a TV Tupi Difusora de São Paulo. “No dia
seguinte, 19 de setembro, foi transmitido o primeiro programa jornalístico da televisão
brasileira, chamado Imagens do Dia.” Nesta época, a maioria das noticias televisionadas
já era de cunho nacional.
Até o início dos anos 60, o jornalismo internacional sofreu os efeitos da falta de
tecnologia. Os filmes eram transportados de avião e estavam sujeitos a uma defasagem
de no mínimo 24 horas antes de serem levados ao ar. (NATALI, 2004)

JORNALISMO ESPORTIVO INTERNACIONAL

Pouco material é encontrado sobre esse assunto no Brasil. Mas quando a
televisão brasileira surgiu, o primeiro esporte por ela transmitido foi provavelmente o
futebol, esporte que já embalava multidões pelas rádios. O que pouquíssima gente sabe,
é que já na década de 60 a TV Tupi transmitira jogos de futebol americano (Videotape).
Em 1968, conta o documentário Touchdown (produzido por Zarpellon, 2011) eles
receberam gratuitamente videotapes da CBS¹. Walter Silva, responsável pela
programação da TV Tupi, então resolveu colocar no ar, mesmo sem saber muita coisa
sobre o esporte. Assim, pediu ajuda no ar: Se alguém souber alguma coisa sobre esse
jogo, entre em contato com a gente. Um funcionário do Citibank entrou em contato e
começou a trabalhar como comentarista por um ano. Após isso, a CBS parou de mandar
as fitas e nem fechou contrato com a Tupi. Talvez esse tenha sido o primeiro suspiro do
jornalismo esportivo internacional no Brasil.
Ainda de acordo com o documentário Touchdown (Zarpellon,2011) na década de
80, a Tv bandeirantes volta a transmitir o Futebol Americano (em V.T.), nas noites de
sexta-feira, em um programa chamado Faixa Nobre de Esportes. E é aí que começam a
surgir os primeiros verdadeiros fãs do esporte americano.

¹CBS deriva de Columbia Broadcasting System. É uma das maiores redes
de televisão e rádio dos Estados Unidos hoje; e uma das três redes de televisão (junto com
a ABC e NBC) que dominaram a transmissão de TV nos EUA antes da criação da TV a cabo.
8
TV POR ASINATURA
“Uma última data relevante no Brasil foi a de 1992. Entra em operações a TVA,
primeira rede de programação paga no Brasil.” (NATALI, 2004) E junto com ela,
chegam diversos canais e programas internacionais, inclusive jornalísticos.
A TV por assinatura surgiu nos Estados Unidos após a década de 40 e só foi chegar
no Brasil nos anos 90, segundo Ramos e Martins (1996). No entanto, teve alguns
entraves para se popularizar no início e só foi se tornar algo mais conhecido e comum
nas casas dos brasileiros no final desta década. Aparentemente, este modo de assistir TV
vinha para se destacar da TV aberta e oferecer uma programação diferenciada àqueles
que a “comprassem”. Como afirmam Ramos e Martins (1996), após o surgimento da Tv
a cabo e da TV por assinatura em vários países, sentiu-se a necessidade de que a
programação fosse cada vez mais segmentada, ressaltando como diferenciais a
diversidade, a originalidade e a identificação com o telespectador, tudo isso para
conquistar o consumidor.
Era uma nova tendência de mercado para consumo do telespectador brasileiro, e
dentro desta tendência encontram-se diversos canais de programação específica, como
Deutsche Welle, CNN, BBC e Fox News, que entram no mercado do noticiário
internacional - enquanto a Rede Globo e a Bandeirantes lançam canais pagos all news
de produção local; Warner, Sony e Fox no mercado de seriados; e também neste
contexto, a rede de canais ESPN, uma televisão voltada só para o esporte, 24h por dia.

A ESPN

A ESPN (Entertainment and Sports Programming Network) é um grande canal
proveniente dos EUA e atualmente ligado as organizações Disney - a ESPN é e 20% da
Hearst Corporation e 80% de propriedade da ABC Television Group (uma subsidiária
indireta da The Walt Disney Company). Ela foi fundada em 1979, nos Estados Unidos,
por Bill Rasmussen e seu filho Scott, como conta Peres (2010, p.3-4):
Tinham como objetivo a transmissão de programas esportivos, reportagens,
notícias e jogos ao vivo das mais variadas modalidades esportivas mundiais,
24 horas por dia. A emissora estreou em 7 de setembro transmitindo um jogo
de softball e poucas horas depois entrou com o SportsCenter. Em 1988
formou-se a ESPN International e foi em 1993 que a programação da rede foi
distribuída para o mundo.

9
Ainda segundo Peres (2010), em junho de 1995, é fundada a primeira vertente da
emissora para fora dos Estados Unidos: a ESPN Brasil, cuja filosofia era – e ainda é –
sintetizada no slogan: "Informação é o nosso esporte".

Porém, segundo o site de

pesquisa WIKIPEDIA, antes da fundação do canal Brasil, já havia chegado ao Rio de
Janeiro e São Paulo o canal ESPN USA, com áudio original em português. Mas, na
época, transmitindo programas de fitness, pescaria, críquete e ligas pouco populares até
nos Estados Unidos como a de beisebol universitário. Foi aí também que tivemos as
primeiras transmissões ao vivo de Futebol americano, Beisebol e Hóquei.
Hoje, a ESPN conta com 19 afiliadas chegando a mais de 190 países e sendo
transmitida em 21 línguas diferentes. Somente nos Estados Unidos têm mais de 100
milhões de assinantes, conta Peres (2010). Apesar disto, parece ainda não ter largado
suas raízes, pois basta algum tempo assistindo a sua programação, que logo se percebe
as características de um canal americano, com muitos esportes daquele país - apesar de
não se esquecer dos outros. De relação com a cultura brasileira, podemos dizer que há
uma ampla transmisão de futebol (soccer) internacional.
Mas talvez isso possa ser explicado. Em documentário feito por Paulo André
Zarpellon (2011), narradores e comentaristas da ESPN, como Paulo Antunes e Everaldo
Marques contam que o canal ESPN Brasil só foi ter sua sede em São Paulo no ano de
2006, quando eles foram contratados. Até então, todas as transmissões de esportes eram
feitas por comentaristas brasileiros sediados nos Estados Unidos, como o caso de André
José Adler – in memoriam – e Ivan Zimmerman. “A ESPN foi a primeira TV esportiva
24h por dia, a transmitir para o Brasil – em abril de 1992. Então tinha evento de futebol
americano, do homem mais forte do mundo, de tudo. E eu tinha de narrar”, conta Ivan
Zimmerman (Zarpellon, 2011).
Quando a ESPN decide estabelecer sua filial no Brasil, ela contrata um quadro
totalmente novo de funcionários. Como a programação do canal era primariamente
voltada para os esportes americanos, eles mesmos pouco sabiam sobre muitos daqueles
esportes, que dirá o público telespectador – afirmam comentaristas da ESPN
(ZARPELLON, 2011). Mas, se estavam criando uma sede no Brasil não era à toa.
Provavelmente era um indício de que a audiência brasileira vinha subindo no canal
internacional e de que o público aqui parecia simpatizar por aqueles esportes.

10
PROGRAMAÇÃO ATUAL DA ESPN

A ESPN é uma rede de canais que já há algum tempo se preocupa em ter um
conteúdo multimídia e promover sempre a interatividade entre o canal e seus fãs. Como
descrito no próprio site:
A ESPN é a principal provedora de conteúdo esportivo multiplataforma na
mídia brasileira: onde quer que o fã de esportes esteja ele tem acesso ao
melhor da ESPN. A ESPN trás inovação com o ESPN.com.br e sua versão
móbile. Possui diversas plataformas digitais, como o Watch ESPN, que
permite acesso online a conteúdo exclusivo e dos canais para o fã de esporte
assistir, de qualquer lugar, o melhor da ESPN. A Rádio ESPN, que conta com
a equipe que mais entende de jornalismo esportivo e os aplicativos ESPN,
que fornecem inovação e conteúdo. Além de tudo isso, tem presença
marcante nas principais redes sociais (facebook, twitter e instagram). (ESPN)

No Brasil, ela conta com os canais ESPN, ESPN Brasil e ESPN+. O conteúdo da TV
possui alguns programas fixos, voltados para assuntos determinados, mas em sua
maioria é preenchido pela transmissão de jogos e/ou eventos esportivos nacionais e,
principalmente, internacionais. A programação televisiva diária pode ser acompanhada
através do website <espn.com.br>, onde também é possível achar os links para todas as
mídias sociais e para os blogs de seus comentaristas, narradores e jornalistas, por onde é
promovida a interatividade, de acordo com o programa que esteja no ar.
Quanto aos jogos, são transmitidos ao vivo os principais eventos esportivos do
mundo, entre eles as Olimpíadas, a Copa do Mundo da FIFA, UEFA Champions
League, UEFA Europa League, os Campeonatos Espanhol, Inglês e Alemão, Copa do
Brasil, NBA, NFL, NHL, Grand Slams de Tênis (US Open e Australian Open) e os X
Games – descreve o site Espn.com.br. Só pelos nomes já percebemos a grande
quantidade de eventos internacionais e de esportes americanos que são cobertos pela
emissora. Fora estes, é possível encontrar também eventos como a Liga Paulista de
Futsal ou a Liga Petrobrás de Handebol; mas são tão raros que nem anunciados no
website estão.
Já dentre os programas fixos, temos diversos deles que tratam do futebol bretão,
alguns voltados para esportes em geral, outros relacionados especificamente a tênis e
MMA e, por fim, os que falam somente dos esportes americanos (futebol americano,
beisebol, hóquei e basquete), suas famosas Ligas (NFL, MLB, NHL e NBA) e,
inclusive, alguns lances a respeito da prática dos mesmos no Brasil. Dentre os mais
conhecidos estão²:

² A descrição de todos os programas fixos aqui citados foram retiradas do site Espn.com.br.

11


BATE-BOLA - em duas edições diárias, o futebol debatido de forma inteligente,
com muita informação, análises, entrevistas e bom humor;



LINHA DE PASSE - Os craques dos canais ESPN entram em campo toda
segunda-feira para debater tudo que aconteceu na rodada do final de semana;



THE BOOK IS ON THE TABLE - NBA, NFL, beisebol, e hóquei. Os principais
fatos que envolveram as ligas dos esportes americanos e a prática destas
modalidades no Brasil. Foi adicionado à grande em 2006, quando estabeleceram
sede em São Paulo.



SPORTSCENTER - o mais antigo de todos. Primeiro telejornal da ESPN, sua
edição brasileira estreou em 2000, como substituto do saudoso programa 30
minutos (ESPN Brasil, 2008): O resumo das principais notícias e imagens do
esporte pelo mundo. Um noticiário com análises dos assuntos mais relevantes,
estatísticas e gráficos ilustrativos.

Em 2012, chega ao Brasil a FOX Sports – canal já amplamente conhecido nos
Estados Unidos. Com isso, a ESPN perde o direito de transmissão de alguns
campeonatos de sua programação e também níveis de audiência. Para combater a
concorrente, então, se vê “obrigada” a reformular toda a sua programação, que teve
estreia em março de 2013. Segundo o site Wikipedia, novos programas surgiram, como
o Duetto nas segundas-feiras, o Segredos do Esporte às terças-feiras e o documentário
O Brasil da Copa do Mundo. O programa Futebol no Mundo teve sua edição de terçafeira eliminada. Os programas Fora de Jogo e The Book is on the Table – que antes
tinham apenas meia hora de duração – passam a ser exibidos com uma hora de duração
e ao vivo. Por fim, o Sportscenter ganha mais uma edição de segunda a sexta na ESPN.
Ou seja, a atenção dada ao jornalismo esportivo internacional, inclusive aos esportes
americanos, tende a aumentar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A verdade é que, analisando os programas clássicos do canal – e até os nomes
dos mesmos, como Sportscenter, The book is on the table, e outros -, percebemos que a
rede de canais, independente de ter ganhado sua versão brasileira ou não, sempre teve e
continua tendo vínculos com a língua inglesa e com o país da América do Norte. Talvez
até como uma questão de linha editorial, para ser diferente, o canal deu preferência para

12
a transmissão de esportes que, até então, não eram comuns no Brasil. E de certa forma
isso não é ruim, pois é só mesmo através do jornalismo esportivo que vamos conhecer
esportes que não são comuns ao nosso cotidiano, como descreve Fortes (2011):
Um aspecto crucial é a contribuição dos meios de comunicação para a
divulgação de modalidades esportivas e seu acompanhamento e prática pelas
pessoas”, acrescentando que “O fato de uma modalidade estar na mídia e
receber cobertura ampla e favorável ajuda bastante a potencializar o público e
seu interesse e curiosidade.

Assim, surgem os esportes americanos praticados pelos brasileiros. E estes sim,
tem alguma cobertura jornalística dos canais de TV por assinatura dentro do rol de seus
programas, os mesmos que tratam dos esportes internacionais, como o The book is on
the table, por exemplo. Neles os jornalistas comentam notícias da NFL (Liga Nacional
de Futebol Americano), mas também fazem reportagens com os times brasileiros que já
praticam o esporte. E o mesmo acontece com o hóquei, com o beisebol e até com o
rúgbi – esporte que será olímpico a partir de 2016, mas que ainda não conseguiu ganhar
a mídia, apesar de sua popularidade hoje – dentre os meios de comunicação e a
população – ser muito maior do que há poucos anos atrás. O que não há realmente são
transmissões de jogos de campeonatos brasileiros ou cobertura jornalística dos esportes
considerados mais “abrasileirados”.
Portanto, não fosse a transmissão de todo e qualquer esporte por emissoras de
televisão ou outros veículos de comunicação, como a ESPN, ficaríamos presos ao
mundo restrito dos esportes “brasileiros” como o futebol, vôlei, basquete, esportes de
praia e só e talvez nunca descobríssemos o que é uma partida de “Lacrosse” ou qual a
diferença entre rúgbi e futebol americano.
Outro ponto a se considerar é que o canal ainda é razoavelmente novo, os
esportes brasileiros são consideravelmente novos e um tanto sem estrutura
organizacional. Assim como o jornalismo, a notícia, o jornal impresso, tudo que foi
mencionado começou com as notícias internacionais, o nosso esporte também tenha que
começar com os parâmetros internacionais para posteriormente criar os nacionais.
Então, talvez estejamos ainda almejando algo difícil de acontecer no presente, porém
possível para um futuro próximo, desde que não nos acomodemos e estruturemos o
nosso esporte de acordo com os moldes apropriados para a TV, para o jornalismo
esportivo de qualidade.

13
BILIOGRAFIA
AGUIAR, Pedro. Por uma História do Jornalismo Internacional no Brasil. In:VI
Congresso Nacional de História da Mídia, Anais, 2008. Niterói:
Rede Alfredo de Carvalho, 2008.
BARBEIRO, Heródoto; RANGEL, Patrícia. Manual do Jornalismo Esportivo. São
Paulo: Contexto, 2006.
CORREIA, João Carlos. O admirável mundo das notícias. Portugal: Labcom, 2011.
DUARTE, Luiz Guilherme. Avanços e retrocessos no mercado de televisão em
língua portuguesa. São Vicente: IV Lusocom, 2000. Disponível em: <
http://seer.fclar.unesp.br/estudos/article/view/195/0>
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PERES, Alessandra Pezarine. A ESPN Brasil na era New Business. 2010. Disponível
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perspectivas. Sergipe: Encontro anual da Sociedade Brasileira de Estudos
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14
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ZARPELLON, Paulo André. Touchdown: a transmissão do futebol americano na
TV brasileira. Documentário. Maringá: 2011. Disponível em:
<http://www.snapfutebolamericano.com/exclusivo-touchdown-a-transmissao-dofutebol-americano-na-tv-brasileira/>

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  • 1. A RELAÇÃO DO JORNALISMO ESPORTIVO INTERNACIONAL COM A TV BRASILEIRA: O CASO ESPN BRASIL Fernanda Pessanha de Araujo* RESUMO A ESPN é uma rede de canais muito conhecida pela sua transmissão esportiva 24h ao dia. No entanto, boa parte desta programação trata de jornalismo esportivo internacional, mesmo após a criação da ESPN Brasil, uma das poucas afiliadas fora dos Estados Unidos. Por isso, o presente artigo pretende discutir o papel deste jornalismo internacional na vida dos brasileiros, qual a importância que ele tem para o jornalismo e para a população brasileira, através da observação do site e de programas dos canais ESPN, além um documentário produzido por Paulo Zapellon, baseado em falas de comentaristas e narradores dos esportes americanos. A partir de uma revisão de literatura sobre o assunto, que inclui autores como João Batista Natali, Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel, Alessandra Peres, Murilo Ramos, Pedro Aguiar e Mariana Oselame e Cristiane Costa, pretendemos refletir sobre os motivos da que se dá aos esportes internacionais em canais brasileiros. PALAVRAS-CHAVE: Espn, Espn Brasil, jornalismo esportivo, jornalismo internacional, Tv por assinatura. INTRODUÇÃO Desde a invenção da televisão – principalmente da colorida -, é certo que o estilo de vida das pessoas do mundo todo mudou. A TV começara como um serviço de comunicação gratuito, com um ou dois canais, vindo para facilitar a visualização das informações que, até então, só eram transmitidas por rádio e jornais impressos. E o que começou somente como um meio básico de comunicação, de entretenimento e de informação, foi tomando maiores proporções, aumentando o número de canais, crescendo suas possibilidades e interagindo cada vez mais com o telespectador até chegar ao ponto que estamos hoje, em que a Tv é como se fosse uma parte integrante *Graduanda de jornalismo das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA). Email: fernanda_mec2@yahoo.com. 1 **Trabalho apresentado para a disciplina documentação gráfica e audiovisual, em 21 de novembro de 2013.
  • 2. das nossas vidas. Ou alguém se imagina sem o jogo de quarta a noite? Ou o capítulo final da novela? Ou mesmo o noticiário diário? Assim, com a programação da TV aberta, tão presente nas nossas vidas e cada vez mais diversificada, ela chega a um ponto em que não dá mais vazão ao tanto de coisas que poderia transmitir. Talvez, por isso, com uma necessidade de ampliação das opções ou de se ter uma maior especificidade, surge nos Estados Unidos – o que posteriormente se espalha por todo o mundo - a rede de canais por assinatura, também conhecida como Tv a cabo ou TV paga, que vem para revolucionar – ainda mais – o modo de se assistir TV. A partir de então, surgem os canais específicos, para tratar de um assunto determinado: quem gosta de novela, assiste canal X, quem gosta de esporte, canal Y, quem gosta de filmes, canais Z, e por aí vai. Porém, há um fato importante nisso tudo: como a TV a cabo nasce nos Estados Unidos, como afirma Ramos (1995), a maioria dos canais criados para a rede de Tv paga é de origem americana e transmitem os filmes americanos, os seriados – tão famosos – americanos e, finalmente, os esportes americanos. E qual a influência disso no mundo e no Brasil? A língua inglesa é a 2ª com mais falantes no planeta; os seriados, nós sabemos que ficam mundialmente conhecidos; os filmes americanos são os mais famosos e sucesso de bilheteria no mundo todo. E os esportes? Qual a influência que eles têm? E a notícia internacional? Por que tantos canais dedicados às notícias internacionais e notícias esportivas internacionais? Qual a importância dela para a linguagem jornalística do canal por assinatura? Por que em canais por assinatura a notícia ou programação internacional tem sempre mais destaque que o que é nacional? Para tentar responder a esta e outras questões o presente artigo estudará esse mercado da TV por assinatura com foco nos canais esportivos e, mais especificamente, da rede ESPN – ESPN Internacional e ESPN Brasil. Para isso, será feita uma revisão da literatura encontrada sobre o assunto; observação da programação televisiva da ESPN Brasil e os canais de esportes que tem origem brasileira, como o Bandsports e o Sportv; uma análise da programação, do “website” e dos meios de comunicação ligados a ESPN focando principalmente nos programas que tem nomes em inglês e que tratam dos esportes americanos (beisebol, futebol americano, hóquei e basquete). Fato é que observando-se a vasta programação esportiva dos canais de TV por assinatura, é possível perceber que na maioria das vezes eles estão muito voltados para o jornalismo esportivo internacional – englobando em ‘jornalismo’ todos os eventos de 2
  • 3. transmissão relacionados ao esporte internacional, como o caso de jogos da Liga de Futebol Americano (NFL), da Liga de Basquete Americana (NBA), do Hóquei no Gelo (NHL). Assim, foi despertado o interesse em analisar qual seria exatamente a relação - e a importância - entre o jornalismo internacional e a TV brasileira. Dentre os canais de Tv aberta, é possível notar que notícias internacionais ganham um espaço pequeno, sejam elas relacionadas a assuntos gerais do mundo, como política, ou sejam relacionadas ao esporte, que é o nosso tema de enfoque. Porém, quando falamos da Tv por assinatura, uma maior presença desse jornalismo internacional pode ser notada, em todas as áreas e, inclusive, na área esportiva. No rol de canais da TV paga, é possível encontrar todo o tipo de programação. Há os canais internacionais como a RTP Portuguesa ou até aqueles que são exclusivamente voltados para a notícia internacional, com é o caso da CBN; já existem alguns que são totalmente brasileiros, criados pelas emissoras locais, como é o caso da GNT e Bandsports; mas também têm aqueles, que serão o objeto de nosso estudo, que são os canais originariamente americanos, mas que entraram no Brasil com tanta força que chegaram a ganhar uma versão brasileira, como é o caso da ESPN com o ESPN Brasil. Os canais ESPN, de uma maneira geral, têm por objetivo, segundo informações do próprio site, transmitir ao vivo os principais eventos esportivos do mundo e as melhores informações sobre eles. Isso não se pode negar. Mas e o canal ESPN Brasil em específico? Pelo que o próprio nome diz não deveria ele ser o responsável por uma cobertura jornalística mais “abrasileirada” e diversificada, por assim dizer, deixando os grandes eventos que talvez não interessem tanto aos brasileiros para ESPN+ ou internacional? O que vemos, até então no ESPN Brasil, é uma programação mista, mas ainda com muito enfoque no esporte – inclusive futebol - internacional. No entanto, existem tantos esportes praticados no Brasil que não tem cobertura televisiva, que não recebem a devida importância, como o handebol, o basquete, o vôlei, até o badminton, enquanto esportes que talvez nem interessem ao publico espectador estão lá, passando na telinha, como o caso dos Campeonatos de Pôquer ou dos esportes de inverno - mais desconhecidos -, como o curling, por exemplo. Então, o que justifica a criação de um canal brasileiro para divulgar informações internacionais, esportes internacionais? Qual o ganho disso para o jornalismo brasileiro? Se o objetivo dos canais pagos é justamente lutar para conquistar o telespectador, não seria mais interessante para os brasileiros que o canal transmitisse 3
  • 4. mais informações, mais eventos esportivos brasileiros? Ou será que o objetivo seja justamente ampliar os nossos horizontes através de esportes diferentes? Ou os brasileiros realmente se interessam mais pela cobertura jornalística internacional e pelos esportes estrangeiros? São essas e outras questões que este trabalho buscará elucidar. REVISÃO DE LITERATURA Pesquisando acerca dos temas de jornalismo esportivo internacional no Brasil, esportes americanos, Tv por assinatura e a rede de canais ESPN, é possível perceber que há pouquíssimo conteúdo publicado. Em livros, como é de se esperar, pode-se encontrar uma abordagem mais generalizada sobre o assunto, como é o caso do jornalismo esportivo e do jornalismo internacional. No entanto, ainda que Barbeiro e Rangel (2006), em seu Manual do Jornalismo Esportivo destrinchem bem a história do jornalismo esportivo, as regras e tendências de alguns esportes, dicas e vícios dos jornalistas esportivos, ainda há muita coisa a se falar sobre o assunto: falta uma definição mais clara da expressão jornalismo esportivo, bem como falta relacionar esta especialização ao que ela é no Brasil, como ela é tratada, e como se dá em seu aspecto internacional. Nada é mencionado a respeito de jornalismo esportivo internacional nesta obra, nem sobre futebol. Por isso, para complementar o trabalho, buscamos o livro Jornalismo Internacional, de João Batista Natali (2004), o que também não foi muito esclarecedor quanto ao jornalismo esportivo internacional, nem quanto a uma definição da expressão jornalismo internacional - o que nos fez recorrer a Wikipedia. Porém foi perfeito contando como tudo começou. Para complementar o embasamento do trabalho, portanto, muitos artigos e, inclusive, um documentário foram necessários. Estes sim, traziam temas mais específicos, questões mais esclarecedoras e, no caso do documentário, depoimentos de pessoas que viveram as situações e, por isso, elucidaram partes da história que nenhum livro ou artigo conta. O documentário feito por Paulo Zarpellon (2011), em especial, traz cada história magnífica quanto ao nascimento da ESPN e ESPN Brasil com sede nos Estados Unidos e, posteriormente, em São Paulo; além de trazer informações de como os esportes americanos começaram a ser transmitidos no Brasil por outras TVs e depois pela ESPN, ao vivo. Quem diria que o primeiro jogo de futebol americano havia sido transmitido pela tão famosa TV Tupi, nos anos 60? Só ouvindo da boca de quem trabalha com isso e viveu essa época mesmo para saber. Uma pena que ele só fale de 4
  • 5. futebol americano, pois a curiosidade pelos outros esportes americanos fica no ar. Mas é a isso que o documentário se propõe; e cumpre! Ainda, muito esclarecedores na história do jornalismo internacional e esportivo internacional no Brasil, são os artigos de Pedro Aguiar (2008) - Por uma História do Jornalismo Internacional no Brasil. – e de Mariana Oselame e Cristiane Costa (2012) Entre a Notícia e a Diversão: Um Retrato do Jornalismo Esportivo de Televisão. Com estes foi possível desenhar o nascimento do jornalismo internacional no Brasil e do jornalismo esportivo, principalmente na TV. Porém, este último ainda deixou um pouco a desejar no que se trata do jornalismo esportivo na televisão brasileira. Poderia ter abordado melhor como e quando ele começou, qual foi o primeiro jogo transmitido, qual a emissora que primeiramente deu foco ao assunto, entre outras curiosidades, até se chegar ao advento da TV à cabo. Por sua vez, a TV por Assinatura no Brasil: conceito, origens, análise e perspectivas, é assunto muito bem tratado por Murilo Ramos, em seu artigo publicado em 1995. Através dele é possível conhecer muito do nascimento e evolução da Televisão à cabo, desde os Estados Unidos até sua chegada no Brasil, incluindo os entraves do governo enfrentados por eles, para evitar o desenvolvimento do país neste aspecto. A partir daí, a TV passa a não ter fronteiras. Por fim, Alessandra Peres nos traz grande contribuição com seu artigo A ESPN Brasil na Era New Business (2010), ajudando a compor a história da rede de canais americanos e explicando sua filosofia atual, de atuar em uma rede multiplataformas. Este trabalho foi de grande valia para a complementação de pesquisa do presente artigo. No mais, trata-se de um assunto ainda novo, pouco estudado, principalmente, no Brasil e ainda que se divida o assunto em vários temas, como TV por assinatura, canais Espn, canais de esporte, etc. Por isso, é um tema importante para a comunidade científica, que terá aqui mais uma área da comunicação a ser trabalhada. O ADVENTO DO JORNALISMO ESPORTIVO Jornalismo é jornalismo, afirmam Barbeiro e Rangel (2006), seja ele esportivo, político, econômico, social. "A essência não muda, porque sua natureza é unica e está intimamente ligada às regras da ética e ao interesse público.", ou pelo menos deveria. Porém, é somente a partir da década de 1990, segundo o mesmo autor, que vai haver a preocupação de se colocar o esporte como uma editoria isolada ou parte da redação jornalística da televisão. E cada veículo passa a fazer da forma que prefere, fazendo surgir, então, as especificidades do jornalismo esportivo: o tom mais intimista, 5
  • 6. a utilização do jornalista-personagem, o esporte espetáculo, o humor, os bastidores, a necessidade de velocidade da notícia. E por vezes, nessa “brincadeira”, se perde a ética, o tom informativo, o verdadeiro jornalismo, principalmente porque, muitas vezes o jornalismo esportivo acaba se confundindo com entretenimento. Para nos ajudar a compreender então o que seria considerado o campo do jornalismo esportivo, Barbeiro e Rangel (2006) buscam o conceito de esporte, que definem como seus principais componentes: desenvolvimento físico, regras definidas e competição. Tanto o esporte de competição quanto a informação esportiva tiveram início na Antiguidade, com os Jogos Olímpicos gregos. Com o surgimento da imprensa de massa, já durante a Modernidade, o esporte vai ganhando mais importância na medida em que o lazer e o tempo livre passam a fazer parte do cotidiano das pessoas. Mais tarde, por volta dos anos 60, surge o campo do jornalismo esportivo propriamente dito, com foco na atividade esportiva de competição como parte do show da indústria cultural, contam Osalame e Costa (2012). A partir do século XXI, o esporte ganha cada vez mais formato de espetáculo, e com os jogos Olímpicos de 1984, nos Estados Unidos, vem à tona a possibilidade de se financiar grandes eventos esportivos através de patrocínios e de direitos de transmissão para TVs, rádios e, hoje, até para a internet. (OSELAME; COSTA, 2012) A mídia, através do jornalismo esportivo, passa a ter poderes sobre o esporte - e sobre as pessoas - e a influência dos meios de comunicação não abrange apenas a questão financeira; alcança inclusive, as regras do jogo, como no caso do vôlei em que as regras foram alteradas para adequar-se a programação da televisão. Hoje, segundo Osalame e Costa (2012), “a concorrência das grandes redes de televisão pela compra dos direitos exclusivos de transmissão dos eventos esportivos se justifica pela enorme audiência que eles são capazes de atrair – e, consequentemente, pelo seu potencial de captação de milionários patrocínios para as emissoras.”. Segundo estudo realizado pelo Ibope em 2011: 72% dos brasileiros que tem como hábito acompanhar a cobertura esportiva buscam informações na televisão. É uma vantagem considerável em relação ao segundo meio de comunicação preferido: a internet, que conta com 21% da preferência. O rádio, mesmo muito utilizado pelos torcedores nos estádios, tem menos da metade da audiência da televisão e, como fonte de informação, aparece atrás dos jornais. (OSALAME; COSTA, 2012, p. 3) 6
  • 7. JORNALISMO INTERNACIONAL Para Natali (2004), “o jornalismo já nasceu internacional” – nos primórdios do jornalismo, este era o único tipo conhecido. Ele não veio com o capitalismo, no século XIX, como muitos pensam, mas sim no mercantilismo, que já precisava dele – “folhas de notícias impressas eram vendidas a quem quisesse comprar”. As newsletter, como eram conhecidas, traziam informações que tivessem alguma utilidade para os negócios como, por exemplo, a cotação de determinadas mercadorias nas feiras, conflitos regionais, as cotações dos pedágios nas alfândegas, acordos e rupturas dentro da Igreja, coalizões entre nobres menos importantes e seus efeitos no comércio, etc. Segundo o site Wikipedia, “chama-se Jornalismo Internacional a especialização da profissão jornalística nos eventos de fora do país onde está sediado o veículo de imprensa.” Por isso, o que é assunto "doméstico" num determinado país será "internacional" em todos os demais. “Este fato faz com que o Jornalismo Internacional seja provavelmente a área do Jornalismo com maior abrangência de temas entre todas, já que trata de política, economia, cultura, acidentes, natureza e todos os assuntos que aconteçam fora de seu país de origem.” NO BRASIL “Seja qual for o veículo tomado como marco para o nascimento da imprensa nacional, o fato é que jornalismo brasileiro nasceu em 1808 com os olhos voltados para fora.” (AGUIAR, 2008, p.1). Tanto a Gazeta do Rio de Janeiro, jornal fundado para dar voz à corte portuguesa recém-instalada na sede da administração colonial, quanto o Correio Braziliense, primeiro órgão de imprensa publicado por um brasileiro e inteiramente produzido no exterior, se dedicavam prioritariamente a informações sobre fatos ocorridos fora do Brasil. (Idem) Nas redações do Brasil, só a partir do final dos anos 1950, com a modernização das técnicas e dos processos jornalísticos, é que se destacam equipes especializadas na cobertura jornalística internacional - embora o noticiário exterior estivesse presente desde o início. (Ibidem) 7
  • 8. TELEJORNALISMO Quanto à televisão, conta Natali (2004), as transmissões foram inauguradas no Brasil em 18 de setembro de 1950, com a TV Tupi Difusora de São Paulo. “No dia seguinte, 19 de setembro, foi transmitido o primeiro programa jornalístico da televisão brasileira, chamado Imagens do Dia.” Nesta época, a maioria das noticias televisionadas já era de cunho nacional. Até o início dos anos 60, o jornalismo internacional sofreu os efeitos da falta de tecnologia. Os filmes eram transportados de avião e estavam sujeitos a uma defasagem de no mínimo 24 horas antes de serem levados ao ar. (NATALI, 2004) JORNALISMO ESPORTIVO INTERNACIONAL Pouco material é encontrado sobre esse assunto no Brasil. Mas quando a televisão brasileira surgiu, o primeiro esporte por ela transmitido foi provavelmente o futebol, esporte que já embalava multidões pelas rádios. O que pouquíssima gente sabe, é que já na década de 60 a TV Tupi transmitira jogos de futebol americano (Videotape). Em 1968, conta o documentário Touchdown (produzido por Zarpellon, 2011) eles receberam gratuitamente videotapes da CBS¹. Walter Silva, responsável pela programação da TV Tupi, então resolveu colocar no ar, mesmo sem saber muita coisa sobre o esporte. Assim, pediu ajuda no ar: Se alguém souber alguma coisa sobre esse jogo, entre em contato com a gente. Um funcionário do Citibank entrou em contato e começou a trabalhar como comentarista por um ano. Após isso, a CBS parou de mandar as fitas e nem fechou contrato com a Tupi. Talvez esse tenha sido o primeiro suspiro do jornalismo esportivo internacional no Brasil. Ainda de acordo com o documentário Touchdown (Zarpellon,2011) na década de 80, a Tv bandeirantes volta a transmitir o Futebol Americano (em V.T.), nas noites de sexta-feira, em um programa chamado Faixa Nobre de Esportes. E é aí que começam a surgir os primeiros verdadeiros fãs do esporte americano. ¹CBS deriva de Columbia Broadcasting System. É uma das maiores redes de televisão e rádio dos Estados Unidos hoje; e uma das três redes de televisão (junto com a ABC e NBC) que dominaram a transmissão de TV nos EUA antes da criação da TV a cabo. 8
  • 9. TV POR ASINATURA “Uma última data relevante no Brasil foi a de 1992. Entra em operações a TVA, primeira rede de programação paga no Brasil.” (NATALI, 2004) E junto com ela, chegam diversos canais e programas internacionais, inclusive jornalísticos. A TV por assinatura surgiu nos Estados Unidos após a década de 40 e só foi chegar no Brasil nos anos 90, segundo Ramos e Martins (1996). No entanto, teve alguns entraves para se popularizar no início e só foi se tornar algo mais conhecido e comum nas casas dos brasileiros no final desta década. Aparentemente, este modo de assistir TV vinha para se destacar da TV aberta e oferecer uma programação diferenciada àqueles que a “comprassem”. Como afirmam Ramos e Martins (1996), após o surgimento da Tv a cabo e da TV por assinatura em vários países, sentiu-se a necessidade de que a programação fosse cada vez mais segmentada, ressaltando como diferenciais a diversidade, a originalidade e a identificação com o telespectador, tudo isso para conquistar o consumidor. Era uma nova tendência de mercado para consumo do telespectador brasileiro, e dentro desta tendência encontram-se diversos canais de programação específica, como Deutsche Welle, CNN, BBC e Fox News, que entram no mercado do noticiário internacional - enquanto a Rede Globo e a Bandeirantes lançam canais pagos all news de produção local; Warner, Sony e Fox no mercado de seriados; e também neste contexto, a rede de canais ESPN, uma televisão voltada só para o esporte, 24h por dia. A ESPN A ESPN (Entertainment and Sports Programming Network) é um grande canal proveniente dos EUA e atualmente ligado as organizações Disney - a ESPN é e 20% da Hearst Corporation e 80% de propriedade da ABC Television Group (uma subsidiária indireta da The Walt Disney Company). Ela foi fundada em 1979, nos Estados Unidos, por Bill Rasmussen e seu filho Scott, como conta Peres (2010, p.3-4): Tinham como objetivo a transmissão de programas esportivos, reportagens, notícias e jogos ao vivo das mais variadas modalidades esportivas mundiais, 24 horas por dia. A emissora estreou em 7 de setembro transmitindo um jogo de softball e poucas horas depois entrou com o SportsCenter. Em 1988 formou-se a ESPN International e foi em 1993 que a programação da rede foi distribuída para o mundo. 9
  • 10. Ainda segundo Peres (2010), em junho de 1995, é fundada a primeira vertente da emissora para fora dos Estados Unidos: a ESPN Brasil, cuja filosofia era – e ainda é – sintetizada no slogan: "Informação é o nosso esporte". Porém, segundo o site de pesquisa WIKIPEDIA, antes da fundação do canal Brasil, já havia chegado ao Rio de Janeiro e São Paulo o canal ESPN USA, com áudio original em português. Mas, na época, transmitindo programas de fitness, pescaria, críquete e ligas pouco populares até nos Estados Unidos como a de beisebol universitário. Foi aí também que tivemos as primeiras transmissões ao vivo de Futebol americano, Beisebol e Hóquei. Hoje, a ESPN conta com 19 afiliadas chegando a mais de 190 países e sendo transmitida em 21 línguas diferentes. Somente nos Estados Unidos têm mais de 100 milhões de assinantes, conta Peres (2010). Apesar disto, parece ainda não ter largado suas raízes, pois basta algum tempo assistindo a sua programação, que logo se percebe as características de um canal americano, com muitos esportes daquele país - apesar de não se esquecer dos outros. De relação com a cultura brasileira, podemos dizer que há uma ampla transmisão de futebol (soccer) internacional. Mas talvez isso possa ser explicado. Em documentário feito por Paulo André Zarpellon (2011), narradores e comentaristas da ESPN, como Paulo Antunes e Everaldo Marques contam que o canal ESPN Brasil só foi ter sua sede em São Paulo no ano de 2006, quando eles foram contratados. Até então, todas as transmissões de esportes eram feitas por comentaristas brasileiros sediados nos Estados Unidos, como o caso de André José Adler – in memoriam – e Ivan Zimmerman. “A ESPN foi a primeira TV esportiva 24h por dia, a transmitir para o Brasil – em abril de 1992. Então tinha evento de futebol americano, do homem mais forte do mundo, de tudo. E eu tinha de narrar”, conta Ivan Zimmerman (Zarpellon, 2011). Quando a ESPN decide estabelecer sua filial no Brasil, ela contrata um quadro totalmente novo de funcionários. Como a programação do canal era primariamente voltada para os esportes americanos, eles mesmos pouco sabiam sobre muitos daqueles esportes, que dirá o público telespectador – afirmam comentaristas da ESPN (ZARPELLON, 2011). Mas, se estavam criando uma sede no Brasil não era à toa. Provavelmente era um indício de que a audiência brasileira vinha subindo no canal internacional e de que o público aqui parecia simpatizar por aqueles esportes. 10
  • 11. PROGRAMAÇÃO ATUAL DA ESPN A ESPN é uma rede de canais que já há algum tempo se preocupa em ter um conteúdo multimídia e promover sempre a interatividade entre o canal e seus fãs. Como descrito no próprio site: A ESPN é a principal provedora de conteúdo esportivo multiplataforma na mídia brasileira: onde quer que o fã de esportes esteja ele tem acesso ao melhor da ESPN. A ESPN trás inovação com o ESPN.com.br e sua versão móbile. Possui diversas plataformas digitais, como o Watch ESPN, que permite acesso online a conteúdo exclusivo e dos canais para o fã de esporte assistir, de qualquer lugar, o melhor da ESPN. A Rádio ESPN, que conta com a equipe que mais entende de jornalismo esportivo e os aplicativos ESPN, que fornecem inovação e conteúdo. Além de tudo isso, tem presença marcante nas principais redes sociais (facebook, twitter e instagram). (ESPN) No Brasil, ela conta com os canais ESPN, ESPN Brasil e ESPN+. O conteúdo da TV possui alguns programas fixos, voltados para assuntos determinados, mas em sua maioria é preenchido pela transmissão de jogos e/ou eventos esportivos nacionais e, principalmente, internacionais. A programação televisiva diária pode ser acompanhada através do website <espn.com.br>, onde também é possível achar os links para todas as mídias sociais e para os blogs de seus comentaristas, narradores e jornalistas, por onde é promovida a interatividade, de acordo com o programa que esteja no ar. Quanto aos jogos, são transmitidos ao vivo os principais eventos esportivos do mundo, entre eles as Olimpíadas, a Copa do Mundo da FIFA, UEFA Champions League, UEFA Europa League, os Campeonatos Espanhol, Inglês e Alemão, Copa do Brasil, NBA, NFL, NHL, Grand Slams de Tênis (US Open e Australian Open) e os X Games – descreve o site Espn.com.br. Só pelos nomes já percebemos a grande quantidade de eventos internacionais e de esportes americanos que são cobertos pela emissora. Fora estes, é possível encontrar também eventos como a Liga Paulista de Futsal ou a Liga Petrobrás de Handebol; mas são tão raros que nem anunciados no website estão. Já dentre os programas fixos, temos diversos deles que tratam do futebol bretão, alguns voltados para esportes em geral, outros relacionados especificamente a tênis e MMA e, por fim, os que falam somente dos esportes americanos (futebol americano, beisebol, hóquei e basquete), suas famosas Ligas (NFL, MLB, NHL e NBA) e, inclusive, alguns lances a respeito da prática dos mesmos no Brasil. Dentre os mais conhecidos estão²: ² A descrição de todos os programas fixos aqui citados foram retiradas do site Espn.com.br. 11
  • 12.  BATE-BOLA - em duas edições diárias, o futebol debatido de forma inteligente, com muita informação, análises, entrevistas e bom humor;  LINHA DE PASSE - Os craques dos canais ESPN entram em campo toda segunda-feira para debater tudo que aconteceu na rodada do final de semana;  THE BOOK IS ON THE TABLE - NBA, NFL, beisebol, e hóquei. Os principais fatos que envolveram as ligas dos esportes americanos e a prática destas modalidades no Brasil. Foi adicionado à grande em 2006, quando estabeleceram sede em São Paulo.  SPORTSCENTER - o mais antigo de todos. Primeiro telejornal da ESPN, sua edição brasileira estreou em 2000, como substituto do saudoso programa 30 minutos (ESPN Brasil, 2008): O resumo das principais notícias e imagens do esporte pelo mundo. Um noticiário com análises dos assuntos mais relevantes, estatísticas e gráficos ilustrativos. Em 2012, chega ao Brasil a FOX Sports – canal já amplamente conhecido nos Estados Unidos. Com isso, a ESPN perde o direito de transmissão de alguns campeonatos de sua programação e também níveis de audiência. Para combater a concorrente, então, se vê “obrigada” a reformular toda a sua programação, que teve estreia em março de 2013. Segundo o site Wikipedia, novos programas surgiram, como o Duetto nas segundas-feiras, o Segredos do Esporte às terças-feiras e o documentário O Brasil da Copa do Mundo. O programa Futebol no Mundo teve sua edição de terçafeira eliminada. Os programas Fora de Jogo e The Book is on the Table – que antes tinham apenas meia hora de duração – passam a ser exibidos com uma hora de duração e ao vivo. Por fim, o Sportscenter ganha mais uma edição de segunda a sexta na ESPN. Ou seja, a atenção dada ao jornalismo esportivo internacional, inclusive aos esportes americanos, tende a aumentar. CONSIDERAÇÕES FINAIS A verdade é que, analisando os programas clássicos do canal – e até os nomes dos mesmos, como Sportscenter, The book is on the table, e outros -, percebemos que a rede de canais, independente de ter ganhado sua versão brasileira ou não, sempre teve e continua tendo vínculos com a língua inglesa e com o país da América do Norte. Talvez até como uma questão de linha editorial, para ser diferente, o canal deu preferência para 12
  • 13. a transmissão de esportes que, até então, não eram comuns no Brasil. E de certa forma isso não é ruim, pois é só mesmo através do jornalismo esportivo que vamos conhecer esportes que não são comuns ao nosso cotidiano, como descreve Fortes (2011): Um aspecto crucial é a contribuição dos meios de comunicação para a divulgação de modalidades esportivas e seu acompanhamento e prática pelas pessoas”, acrescentando que “O fato de uma modalidade estar na mídia e receber cobertura ampla e favorável ajuda bastante a potencializar o público e seu interesse e curiosidade. Assim, surgem os esportes americanos praticados pelos brasileiros. E estes sim, tem alguma cobertura jornalística dos canais de TV por assinatura dentro do rol de seus programas, os mesmos que tratam dos esportes internacionais, como o The book is on the table, por exemplo. Neles os jornalistas comentam notícias da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano), mas também fazem reportagens com os times brasileiros que já praticam o esporte. E o mesmo acontece com o hóquei, com o beisebol e até com o rúgbi – esporte que será olímpico a partir de 2016, mas que ainda não conseguiu ganhar a mídia, apesar de sua popularidade hoje – dentre os meios de comunicação e a população – ser muito maior do que há poucos anos atrás. O que não há realmente são transmissões de jogos de campeonatos brasileiros ou cobertura jornalística dos esportes considerados mais “abrasileirados”. Portanto, não fosse a transmissão de todo e qualquer esporte por emissoras de televisão ou outros veículos de comunicação, como a ESPN, ficaríamos presos ao mundo restrito dos esportes “brasileiros” como o futebol, vôlei, basquete, esportes de praia e só e talvez nunca descobríssemos o que é uma partida de “Lacrosse” ou qual a diferença entre rúgbi e futebol americano. Outro ponto a se considerar é que o canal ainda é razoavelmente novo, os esportes brasileiros são consideravelmente novos e um tanto sem estrutura organizacional. Assim como o jornalismo, a notícia, o jornal impresso, tudo que foi mencionado começou com as notícias internacionais, o nosso esporte também tenha que começar com os parâmetros internacionais para posteriormente criar os nacionais. Então, talvez estejamos ainda almejando algo difícil de acontecer no presente, porém possível para um futuro próximo, desde que não nos acomodemos e estruturemos o nosso esporte de acordo com os moldes apropriados para a TV, para o jornalismo esportivo de qualidade. 13
  • 14. BILIOGRAFIA AGUIAR, Pedro. Por uma História do Jornalismo Internacional no Brasil. In:VI Congresso Nacional de História da Mídia, Anais, 2008. Niterói: Rede Alfredo de Carvalho, 2008. BARBEIRO, Heródoto; RANGEL, Patrícia. Manual do Jornalismo Esportivo. São Paulo: Contexto, 2006. CORREIA, João Carlos. O admirável mundo das notícias. Portugal: Labcom, 2011. DUARTE, Luiz Guilherme. Avanços e retrocessos no mercado de televisão em língua portuguesa. São Vicente: IV Lusocom, 2000. Disponível em: < http://seer.fclar.unesp.br/estudos/article/view/195/0> ELHAJJI, Mohamed. Jornalismo Internacional: apostila. Rio de janeiro, 2005. Disponível em: < http://pet-eco.blogspot.com.br/2008/12/jornalismointernacional.html> ESPN. Disponível em < http://www.espn.com.br/> ESPN Brasil. A história do Sportscenter, no É 10. Disponível em: <http://www.espn.com.br/noticia/226_VIDEOAHISTORIADOSPORTSCENTERNOE 10> FONTES, Rafael. Estudos de esporte na área de comunicação: um panorama e algumas propostas. Porto Alegre: Revista Famecos, v. 18, n. 2, p. 598-614, mai/ago, 2011. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/9476/6570 NATALI, João Batista. Jornalismo Internacional. São Paulo: Contexto, 2004. OSELAME, Mariana; COSTA, Cristiane. Entre a Notícia e a Diversão: Um Retrato do Jornalismo Esportivo de Televisão. Fortaleza, CE: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, set 2012. PERES, Alessandra Pezarine. A ESPN Brasil na era New Business. 2010. Disponível em: <http://www.universidadedofutebol.com.br/Artigo/7097/buscar> RAMOS, Murilo. A TV por Assinatura no Brasil: conceito , origens, análise e perspectivas. Sergipe: Encontro anual da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), nov, 1995. Publicado in Tendências XXI, p. 105-123. SAMPAIO, Walter. Jornalismo audiovisual - teoria e prática do jornalismo no rádio, tv e cinema. Petrópolis – RJ: Vozes ltda, 2a Ed, 1971. WIKIPEDIA. ESPN. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ESPN> 14
  • 15. WIKIPEDIA. ESPN Brasil. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ESPN_Brasil> ZARPELLON, Paulo André. Touchdown: a transmissão do futebol americano na TV brasileira. Documentário. Maringá: 2011. Disponível em: <http://www.snapfutebolamericano.com/exclusivo-touchdown-a-transmissao-dofutebol-americano-na-tv-brasileira/> 15