O documento discute três tipos de problemas - problemas lineares, problemas mais difíceis e problemas complexos ("wicked problems") - e como a governança integrada pode ajudar a lidar com problemas complexos através da colaboração entre departamentos governamentais, instituições privadas e sociedade civil.
6. Tipos de problemas (Roberts (2000:1)
1. Os problemas tipo I (simples/lineares) caracterizam-se pelo
consenso quanto à definição do problema e à sua solução.
2. Os problemas tipo II (mais difíceis que os de tipo I) têm uma
definição comum e partilhada pelas partes interessadas mas estas
divergem na solução, não sendo simples encontrar consenso
sobre que solução adotar.
3. os problemas tipo III (complexos/ wicked) são os que têm maior
potencial de conflito entre as partes interessadas, pois não há
consenso nem na definição do problema, nem na solução a
aplicar.
7. •Os “pais” do conceito de
“wicked problems: Horst Rittel e
Melvin Webber, com o artigo
“Dillemas in a general theory of
planning”
•1973
• Ciência do design; Planeamento
de cidades
• Berkeley, California.
8. Característica Problema linear Problema complexo
O problema A definição clara do
problema também
desvenda a solução
Não há acordo sobre qual é o problema
O resultado é verdadeiro
ou falso;
A solução não é “verdadeiro” ou “falso”, o
máximo a que se consegue chegar é “melhor” ,
“pior”, “suficiente”.
O problema não está
sempre a mudar.
O problema está sempre a mudar
Partes interessadas e o
seu papel
Especialistas resolvem-no
usando a ciência e a
tecnologia
Muitas das partes interessadas tem diferentes
ideias sobre o “real” problema e as suas causas
Final (stopping rule) A tarefa termina quando o
problema é resolvido
O fim é determinado pelas partes interessadas,
forças políticas, disponibilidade de recursos ou
uma combinação destas
Natureza do problema Especialistas seguem um
protocolo que guia as
escolhas das soluções
Soluções dos problemas estão baseadas em
“julgamentos” de múltiplas partes interessadas,
não há “boas práticas”, cada problema é único e
as soluções têm de ser customizadas.
( adaptado de Kreuter et al, 2004)
20. O que é a governação integrada?
“…uma estratégia política que procura coordenar o
desenvolvimento e a implementação de políticas,
transversalmente a departamentos e agências,
especialmente para abordar problemas sociais
complexos como exclusão e pobreza, de uma forma
integrada(…).
É uma estratégia que procura juntar não só os
departamentos governamentais, mas também um
conjunto de instituições privadas e de voluntariado,
trabalhando transversalmente, tendo em vista um
objetivo comum” (Bogdanor, 2005)
20
21.
22.
23.
24. O que é a governação integrada?
“Construir, manter e desenvolver relações
interinstitucionais de colaboração, para gerir
problemas sociais complexos, com eficácia e
eficiência” (Marques, 2014)
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27. Forum para a Governação Integrada
• Projeto para promoção de uma alteração da cultura organizacional das
instituições, evoluindo das soluções burocráticas para modelos de
governação integrada (GovInt), que permitam maior eficácia e
eficiência na resolução de problemas sociais complexos.
• Dinamizado por um conjunto de parceiros, (Min. Adjunto e do
Desenvolvimento Regional, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação
Montepio, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Braga,
Santa Casa Misericórdia de Lisboa e Instituto P. AntónioVieira) que se
associam para uma ação integrada.
• Em fase de alargamento a outras instituições (Universidades, CIM,
Ministérios,…)
28. Objetivos
1. Mobilizar o Estado e a Sociedade civil para o desenvolvimento de modelos de governação
integrada, baseados na cooperação / parceria, participação dos stakeholders, comunicação
eficaz e liderança colaborativa, nomeadamente influenciando as políticas públicas para
alcançar os objetivos Portugal 2020 (Crescimento inteligente, sustentável e inclusivo).
2. Suportar esta visão estratégica numa dinâmica de inovação social que privilegie a análise,
reflexão e ação sobre a solução de problemas sociais complexos (pobreza, desemprego,..)
criando o "Forum da Governação Integrada“, que desenvolva um programa de eventos, de
levantamento de boas práticas/benchmarking e de materiais e ações de formação.
3. Articular e/ou apoiar/dar visibilidade a projetos piloto de governação integrada de base
territorial, de foco temático ou de seleção de destinatários específicos, bem como inspirar
transversalmente as políticas sectoriais com este princípio.
30. Programa de ação
Forum para a Governação Integrada
(2014/2015)
• Eventos:
– Conferência Internacional "Wicked
Problems“ (W.P.)
– Congresso internacional “Joined-up
government” , sobre experiências de
governação integrada, com presença
Austrália, UK, Canadá, Singapura,....
• Investigação / Boas-práticas
– Revisão de literatura sobre a matéria.
– Levantamento de boas-práticas e
práticas promissoras de gov. integrada
em Portugal.
– Benchmarking internacional.
• Formação / Publicações (Kits)
Coleção de manuais práticos para
estratégias de resposta de GovInt para
problemas complexos.
Workshops temáticos para dirigentes e
técnicos de inst. públicas e privadas.
Envolvimento de instituições académicas e
de formação avançada.
• Projetos-Piloto
• Incentivo ao desenvolvimento e
consolidação de experiências públicas
de gov. integrada. Estruturação de
“estudos-de-caso”.