Este documento descreve o plano de pesquisa para investigar a identidade profissional dos educadores de infância em Portugal. O estudo comparará as perspectivas de estudantes, educadores iniciantes e experientes para identificar fatores que influenciam a evolução da identidade ao longo da carreira. A metodologia incluirá entrevistas e questionários para analisar representações e identificar padrões.
1. A Identidade
Profissional do
Educador de Infância
Programa de Doutoramento em Educação
Área de especialidade em Formação de Professores
Orientação : Professora Doutora Ângela Rodrigues
Maria Leonor Albuquerque
Lisboa, 2012
2. Problemática e contexto
Educação pré-escolar e docentes pouco reconhecidos
quer pelos seus pares, quer pela sociedade em geral.
Grande diversidade nos modos de entender
quem são e o que fazem os Educador de Infância (EI).
Mudanças externas e internas com forte impacto
na profissionalidade do EI.
Alguns estudos nacionais já se debruçaram sobre a
Identidade Profissional (IP) dos EI
numa perspetiva biográfica.
3. Problemática e contexto
“Ser diferente”
• Não tendo “alunos”, mas “crianças”.
• Não tendo “turma”, mas “grupo”.
• EPE não é obrigatória, mas facultativa.
• Não tendo um currículo nacional obrigatório, mas orientações gerais para
todos os EI.
• A especificidade única do ensino e as caraterísticas de crianças tão
pequenas.
• A rede de interações alargadas que o educador estabelece.
• Diversas escolas de formação inicial até 2007, conferindo a estes
docentes especificidades no que diz respeito a conceções e práticas.
• Diversos contextos e finalidades de atividade profissional.
4. Enquadramento teórico
Identidade Profissional
A IP encerra uma vertente pessoal e uma vertente social/coletiva .
A identidade é o resultado “duma dupla operação linguística: diferenciação e
generalização, a “identidade para Si “ e a “identidade para o outro”.
(Dubar, 2006)
Os indivíduos de uma mesma profissão sentem-se ligados por uma “identidade
profissional unificadora”, ou seja, por um conjunto de características comuns .
(Sarmento, 2002)
“Tudo depende das regularidades que, na diversidade, pudermos encontrar.”
(Lopes,2002:73)
IP situada no plano coletivo, encontrar os fatores que caracterizam a identidade
coletiva dos EI, aquilo que cada um partilha com todos os outros e é comum ao grupo
profissional, ou seja, no que diz respeito aos ideais, às atitudes, ao modo de fazer, de
ser e de estar do EI.
5. Enquadramento teórico
A profissionalidade específica do EI
• A capacidade de relação.
• As caraterísticas da criança desta faixa etária.
• As caraterísticas dos contextos de trabalho e respetivas missões.
• As caraterísticas do processo e das tarefas desempenhadas pelos EI.
(Oliveira-Formosinho, 2000)
• As competências de âmbito pessoal e emocional.
• A segurança para saber estabelecer limites e manter relações estáveis.
• A originalidade das atividades desenvolvidas com intencionalidade
educativa.
(Sarmento, 2002)
• A teia de relações que este profissional estabelece.
• A diversidade que o EI tem de ter em conta.
Vasconcelos, 2009)
6. Enquadramento teórico
Estádios de desenvolvimento profissional dos EI (Katz)
Sobrevivência - início da carreira, 1º/2º anos de serviço
Consolidação - 2º/3º anos de serviço
Renovação - 3º/4º anos de serviço
Maturidade - entre o 3º/5º anos de serviço
EI principiantes - até cinco anos de serviço
EI experientes - para além de 20 anos de serviço
Estudantes finalistas - analisar qual a identidade profissional que os estudantes a
finalizarem o curso de formação inicial possuem
7. Algumas das referências …
Teresa Estrela
António Nóvoa
Teresa Sarmento
Teresa Vasconcelos
Oliveira- Formosinho
Mª João Cardona
Gabriela Portugal
Lilian Katz
Claude Dubar
8. Questões de investigação
Como evolui a identidade profissional ao longo da carreira?
Que diferenças e que semelhanças existem entre estudantes
finalistas, EI principiantes e EI experientes relativamente à sua
IP? Quais os aspetos comuns da sua IP? Que fatores
contribuem para as semelhanças e, isomorficamente, para as
diferenças?
Que fatores são identificados como tendo maior contributo
para o reforço da IP e quais as que dificultam a construção de
uma forte identidade profissional entre os EI?
9. Questões de investigação
Que importância tem nesta evolução a formação inicial?
Que importância têm os contextos de trabalho por que se
passa ao longo da carreira?
Que ponderação se deve atribuir ao enquadramento legal do
exercício profissional?
Que outros aspetos são percebidos pelos educadores como
tendo influência na construção do que é ser EI?
10. Metodologia
Finalidade
Compreender como se forma a identidade profissional
do EI na formação inicial e como é que ela evolui ao
longo da vida profissional, procurando identificar os
fatores que mais influenciam essa evolução e mudança.
Contribuir para um melhor conhecimento e dignificação
da profissão de EI, nomeadamente para melhorar a sua
formação inicial e a sua formação contínua.
11. Metodologia
Objetivos Gerais do estudo
Que aspetos da profissão suportam a IP e quais os que
são percebidos como comuns.
Caraterizar como é que cada um dos grupos pensa o que
é ser EI e como legitimam/fundamentam esse
pensamento.
Analisar os fatores que os EI consideram que tiveram
peso nessa configuração, sua evolução e fixação ao
longo da vida.
12. Metodologia
Objetivos Específicos
Analisar como a legislação compreende a IP do EI
descrevendo as funções, os valores, as competências, o aluno, a aprendizagem, os EI
…
Identificar as representações dos EI acerca da sua profissão
como se configura a IP em 3 momentos distintos da profissão.
Identificar as componentes da identidade profissional
partilhadas por diferentes EI e em diferentes momentos da sua vida e carreira.
Identificar padrões identitários
que aproximem/distanciem estes grupos de educadores.
Identificar e compreender os fatores que têm mais influência na
“evolução” da IP na perspetiva dos EI
idade, estádio de desenvolvimento, a experiência, a formação contínua/formação
inicial, o contexto em que trabalham, as mudanças legais … *
13. Metodologia
Caraterísticas do estudo
Objetivos específicos
Paradigma interpretativo
Natureza quantitativa
Entrevista semi-diretiva
técnica adequada para o estudo das representações pessoais dos sujeitos e das suas
significações.
Questionário
recolher dados numa amostra de maior dimensão para podermos apurar, confirmar
e extrapolar os dados fornecidos pela análise das entrevistas.
14. Metodologia
Amostra e tratamento dos dados
Amostra
A - Entrevistas a EI
Recolha de dados a EI que se situem em cada um dos três grupos do
estudo.
B - Questionário a nível nacional
A aplicar on line a EI.
Análise dos dados
Qualitativa
Análise de conteúdo
Legislação, entrevistas e questões abertas do questionário.
Quantitativa
SPSS 18
15. Cronograma
2013 2014 /2015
A revisão da literatura acompanhará transversalmente todo o processo
investigativo.
ENTREVISTAS Analisar as entrevistas.
Construir os guiões.
QUESTIONÁRIO
Localizar os participantes para Construir, validar e aplicar o
realizar as entrevistas. questionário.
Recolher, analisar e interpretar os
Transcrever as entrevistas. dados do questionário.
Identificar as conclusões relevantes.
Analisar as entrevistas.
Identificar possibilidades de projetos
futuros.
Redação do texto da tese.
16. E para finalizar …
“Uma investigação é,
por definição, algo que
se procura.
É um caminhar para um
melhor conhecimento e
deve ser aceite como tal,
com todas as
hesitações, desvios e
incertezas que isso
implica.”
Quivy & Campenhoudt, 1998
Obrigada pela vossa atenção.