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A área mais rural da cidade 
12/05/2014 Nenhum Comentário 
O distrito de Ratones, tema do sétimo capítulo da série Florianópolis do Futuro, que apresenta 
o novo Plano Diretor da Capital, é um dos mais carentes e também o mais rural de 
Florianópolis. A paisagem do campo, graças à agropecuária, ao cultivo de hortaliças e a 
pequenas agroindústrias, é preservada. Os 3,7 mil habitantes são, em maioria, nativos que 
vivem da pesca e da agricultura de subsistência. Mais de 80% do território apresenta algum 
tipo de restrição, seja pelos morros, pelas áreas alagáveis, pelo manguezal do Rio Ratones ou 
pelos 30% de mata densa. Ratones não está na mira da especulação imobiliária. Com a 
aprovação do novo plano, as duas principais preocupações dos moradores são a aprovação do 
plano ambiental – com prazo até janeiro para ser concluído – e a revisão no tamanho mínimo 
dos lotes, para evitar o parcelamento do solo.
(DC, 10/05/2014) 
Norte da Ilha cresce e problemas aparecem 
21/06/2006 Nenhum Comentário 
A segurança pública é de longe o principal clamor no Norte da Ilha. Assaltos, arrombamentos e 
assassinatos provocam dor-de-cabeça diária na população estimada de 140 mil habitantes que 
ocupa a região permanentemente, na temporada o número aumenta significativamente. A 
estada de moradores “anuais” nos balneários da Ilha, no entanto, é cada vez mais notada por 
lideranças comunitárias, empresariais, políticas e os próprios gerenciadores no poder público. 
Uma secretaria regional do Norte da Ilha é defendida, pois há quem desenhe um destino 
diferente às praias que não seja o relacionado ao turismo e as imagine como grandes bairros 
residenciais num futuro próximo. As necessidades, no entanto, já são evidentes. Mais água, 
energia elétrica, pavimentação, linhas de ônibus, áreas de lazer e serviços são anseios 
naturais. 
Se por um lado a população espera a melhoria de vida pelos administradores municipais, uma 
parcela dela também se articula para não ver os lucros da temporada irem embora. Situação 
dos donos de propriedades que faturam nos aluguéis diários ou mensais de casas e 
apartamentos durante a alta temporada e mantêm os imóveis vazios nos demais meses. 
Corretores acreditam que a tendência dos aluguéis anuais de moradores permanentes ganhe 
força devido a suposta queda durante os negócios no verão. Dono de uma imobiliária há dez 
anos em Canasvieiras, Paulo Amaral não acredita nessa possibilidade e sim no incremento do 
turismo. “Já tivemos experiências com aluguéis anuais e não deram certo. Noventa por cento 
são aventureiros, sem as documentações exigidas, e fica um negócio arriscado. Com os 
projetos em vista, como o alargamento da praia, esperamos que o turismo cresça”, aposta 
Amaral, que reconhece o crescimento da procura de pessoas que pretendem morar no 
balneário. 
Em Canasvieiras, o alargamento da faixa de areia da praia é uma das promessas da Prefeitura. 
Atualmente está em andamento o projeto de revitalização das calçadas. 
Entidade critica alteração de zoneamento e loteamentos 
A União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (Ufeco), entidade que apresenta 130 
associações filiadas, critica o crescimento desordenado do Norte da Ilha, os grandes 
empreendimentos e as mais de 300 alterações de zoneamento aprovadas em projetos de lei 
pela Câmara de Vereadores nos últimos anos. 
O presidente da Ufeco, Modesto Azevedo, vê como fundamental a aprovação do plano diretor 
da Capital. O receio dele, contudo, é que não haja participação popular em sua discussão até o 
envio pelo Executivo à Câmara – a previsão é que seja levado aos vereadores em outubro. 
“Não podemos colocar uma porteira na ponte. A Câmara é responsável em definir regras”, 
cobrou Azevedo, que vem discutindo a causa em audiências públicas. 
Demanda por energia elétrica é maior que oferta disponível 
A procura pelo Norte da Ilha aumentou o número de consumidores de energia, o que pode 
representar problemas para os moradores. As Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) 
tem consciência disso e planeja investimentos para a região a fim de atender a demanda. “A 
distribuição de energia na subestação situada na entrada dos Ingleses será ampliada dos 
atuais 26 MW para 40 MWA”, garantiu o chefe da divisão de linhas da Celesc, engenheiro José 
da Silva Neto. O acréscimo é cogitado para o próximo verão e existe a possibilidade de
prevalecer ao longo do ano que vem. A troca na rede está em estudo – seis quilômetros de 
extensão seriam substituídos. 
Em Ingleses, pedido é por melhoria no saneamento básico 
A presidente da Associação Comunitária Angra dos Reis, nos Ingleses, Flávia Solange Accord, 
mora há dez anos no balneário. Nos últimos 24 meses, preside a entidade na qual passou a 
lutar por melhorias na qualidade de vida dos moradores. Ela é enfática ao falar sobre os 
problemas de infra-estrutura na região. E também na hora de apontar o por que da situação ter 
chegado ao ponto de preocupar tanto. “Passou da hora (a ação de investimento). O Ipuf 
(Instituto de Planejamento Urbano) e a Prefeitura não acompanharam o crescimento. Houve 
pouca fiscalização”, avaliou Flávia, que recentemente participou de uma reunião sobre o 
assunto com os representantes do poder público. 
O saneamento básico, na avaliação da titular da associação, figura em primeiro na lista de 
prioridades. A poluição na praia e os supostos comerciantes que insistem em lançar o esgoto 
no mar foram abordados ontem numa reunião entre os moradores e o Ministério Público. “O 
mais importante é não perder a praia. Por isso esperamos que a fiscalização aconteça”, 
observou a líder comunitária. 
A população de Ingleses é de 50 mil habitantes fora do verão. Na temporada passa de 100 mil. 
As vindas de famílias para morar no balneário são freqüentes. Gaúchos, paulistas, 
paranaenses e migrantes do Oeste catarinense lideram a lista. 
Além do investimento em prol do meio ambiente, há necessidade de ações humanitárias. A 
comunidade dos Ingleses reivindica a construção de ginásios públicos, quadras de esporte e 
uma pista de skate para atender aos jovens. Outro anseio é por uma ciclovia. 
Norte da ilha 
CANASVIEIRAS 
· Apesar da origem remota, sua oficialização como freguesia ocorreu a partir da Lei Provincial 
nº 008 de 15/4/1835. Sua área é 29,30 km2, sendo que dele fazem parte a sede de 
Canasvieiras e as praias de Canasvieiras, Daniela, Jurerê Internacional, Forte e as localidades 
de Vargem Pequena, Ponta Grossa e Lamim; 
CACHOEIRA DO BOM JESUS 
· Criada pela Lei Municipal nº 394 de 19/2/1916. Sua área é 30,37 km2. Fazem parte desse 
distrito as seguintes localidades: Cachoeira do Bom Jesus, Vargem do Bom Jesus, Vargem 
Grande, Ponta das Canas e Lagoinha; 
INGLESES DO RIO VERMELHO 
· Originou-se a partir de um Decreto de 11/8/1831. Sua área é 20,47 Km2. Fazem parte dele as 
praias de Ingleses, Brava e Santinho, e as localidades de Capivari e Aranhas; 
SÃO JOÃO DO RIO VERMELHO 
· Criado a partir da Resolução Régia de 11/8/1831. Sua área é 31,68 km2. Fazem parte dele as 
localidades de Moçambique, Parque Florestal e a própria sede do Distrital de que é São João 
do Rio Vermelho; 
RATONES 
· Surgiu pela Lei nº 620 de 21/6/1934, desmembrando-se do Distrito de Santo Antônio de 
Lisboa. Sua área é 33,12 Km2, a sua sede é a própria localidade de Ratones; 
SANTO ANTÔNIO DE LISBOA 
· Originou-se a partir da Provisão Régia de 26/10/1751. Sua área é 22,45 Km2. Fazem parte as 
localidades de Cacupé, Sambaqui, Barra do Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa. 
(Diogo Vargas, A Notícia, 21/06/2006)
Duas faces em um distrito 
07/05/2014 Nenhum Comentário 
O distrito de Cachoeira do Bom Jesus, onde vivem cerca de 20 mil moradores, é um dos mais 
heterogêneos de Florianópolis. Ao sul, a proximidade com Ratones e Rio Vermelho alimenta o 
aspecto rural. Ao norte, tem duas das praias mais procuradas por turistas: Ponta das Canas e 
Praia Brava. As diferenças entre os bairros são o tema da quarto dia da série Florianópolis do 
Futuro. A Praia Brava contratou projeto próprio, que foi incorporado ao Plano Diretor. Devido 
aos problemas de saneamento e mobilidade urbana, multiplicados no verão, os bairros 
recebem estímulo moderado de crescimento, direcionado principalmente para o interior. Assim 
como no distrito de Canasvieiras, a área prevê a expansão do Sapiens Parque no centro, com 
a necessidade de novas vias de circulação interna e a criação de espaços destinados à 
moradia.
(DC, 07/05/2014) 
Urbanização acaba com os rios 
08/06/2006 2 Comentários 
Os cursos d’água da Ilha de Santa Catarina continuam sendo tratados como os primos -pobres 
dos ecossistemas, tendo suas margens ocupadas e sem a vegetação protetora, recebendo 
toneladas de sedimentos, esgoto e lixo todos os dias. A avaliação é da gerente de 
licenciamento e fiscalização da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Elisa Rehn, 
associando a degradação dos rios, córregos e ribeirões ao avanço da urbanização. 
“Sempre que há um rio preservado, com as águas limpas e a vegetação ciliar das margens 
intacta, não existe ocupação humana por perto”, salientou Elisa. Quando, ao contrário, o curso 
está poluído com esgoto e outros líquidos, as águas amareladas e com volume diminuído, 
sempre haverá por perto um núcleo de edificações, por menor que seja. “Fica até ruim para a 
gente explicar a necessidade de preservação das margens dos rios, pois há uma tradição 
cultural que não vê problemas em morar perto de um rio”, desabafou a gerente da Floram. 
O Código Florestal de 1965, confirmando o anterior da década de 1930, já previa uma margem 
de proteção de cinco metros ao longo dos cursos d’água. Mais tarde, a faixa subiu para 15 
metros e, a partir de 1989, para 30 metros, aumentando conforme a largura. “O rio pode ter 
pouca água ou mesmo ser temporário, surgindo durante as chuvas, mas continuará a ser um 
curso d’água e por isso protegido”, destacou a representante da Fundação. 
As mudanças nos tamanhos da faixa de proteção, onde a vegetação não pode ser tocada, nem 
ser erguidas construções, “têm nos causado problemas”, reforçou o superintendente da 
Floram, Francisco Rzatki. “O fato de antes existir uma faixa de proteção de 15 met ros e depois 
haver passado para 30 metros faz com que apareçam irregularidades nos alinhamentos das 
edificações próximas dos rios”, disse. 
“Quando a gente vai autuar algum morador que chegou recentemente e está a menos de 30 
metros, ele alega estar havendo discriminação, apontando a casa de um vizinho distante 15 
metros da margem. A gente tenta explicar, mas eles não entendem”, complementou. Segundo 
Elisa Rehn, “as condições dos rios têm relação direta com a balneabilidade das praias, pois os 
pontos mais críticos sempre estão próximos de saídas de cursos d’água”. 
Principais cursos d’água da Ilha de Santa Catarina 
Bacias 
· Ratones 
· Saco Grande 
· Lagoa da Conceição 
· Itacorubi 
· Rio Tavares 
· Lagoa do Peri 
Rios 
· Naufragados 
· das Pacas 
· do Peri 
· da Tapera 
· Cachoeira Grande 
· Tavares 
· Itacorubi, 
· do Sertão
· Büchele 
· Araújo 
· Pau do Barco 
· do Mel 
· Veríssimo 
· Ratones 
· Papaquara 
· Palha 
· do Braz 
· Sanga dos Bois 
· Capivari 
· Capivaras 
Ribeirões 
· Vargem Pequena 
· Vadik 
· do Porto 
· Sertão da Fazenda 
Córregos 
· do Passarinho 
· do Ramos 
· Arroio dos Macacos 
· Ana d’Avila 
Fonte: Instituto do Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) 
Problemas mais graves são encontrados nos rios pequenos 
Os dois rios de maior porte na área insular de Florianópolis estão sob a responsabilidade do 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que administra 
a Estação Ecológica de Carijós (bacia do rio Ratones) e a Reserva Extrativista Marinha de 
Pirajubaé (rio Tavares). Eles também sofrem com o lançamento de poluentes e sedimentos 
que aceleram o processo de assoreamento (Ratones), além de ocupações das margens (curso 
médio do Tavares). 
Como a vigilância é maior sobre eles, os de menor porte sofrem ainda mais. É o caso do rio 
das Ostras, em Jurerê, onde a cor e mau cheiro denunciam que nele é despejado esgotos, 
situação semelhante a do rio Doca ou Morto, em Cachoeira do Bom Jesus. O rio do Braz, em 
Canasvieiras, compromete a balneabilidade da praia quando se rompe durante períodos de 
chuva, indicando a péssima qualidade das suas águas. 
Outro exemplo é o rio Apa ou Riacho, com nascentes no morro da igreja da Lagoa da 
Conceição e foz na altura do condomínio Saulo Ramos, onde a Casan deu início à implantação 
de uma rede de coleta de esgoto. O rio Capivari nasce na dunas do Rio Vermelho e avança 
pelo Sítio do Capivarí, onde desaparece, ressurgindo mais à frente com o nome de Ingleses. 
“Ele some no ponto em que a Casan capta água de poços e isso é normal”, salientou a a 
gerente de licenciamento e fiscalização, Elisa Rehn. 
No Sul da Ilha de Santa Catarina os problemas se concentram no rio Sangradouro, com 
nascentes na Lagoa do Peri e foz entre as praias do Matadeiro e Armação do Pântano do Sul, 
separadas recentemente por um molhe de pedras. O rio Quincas Antônio nasce no Pântano do 
Sul e desemboca no Sangradouro (afluente) – ambos transformados em depósitos de lixo e 
esgoto. 
“Todos esses cursos têm uma característica comum. Suas margens estão quase todas sem 
cobertura vegetal, ocupadas por construções e recebendo diversos tipos de poluentes”, 
destacou Elisa Rehn. “Eles possuem seus afluentes, pequenos e sem nomes, mas que são 
contribuintes de cursos maiores, integrantes de uma rede hidrográfica que precisa ser 
preservada”, complementou a gerente.
Menos peixe a cada ano 
Os problemas ambientais dos cursos d’água apontados pela Floram são sentidos de perto por 
Alcebíades da Silveira, 54 anos, residente nas imediações da ponte sobre o rio Tavares, no Sul 
da Ilha. “Quando tem maré alta aparecem grandes manchas de óleo e todo tipo de lixo”, disse, 
enquanto aguardava a chegada dos técnicos da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) que 
monitoram a região do aterro da Via Expressa Sul. 
“Eu faço a coleta de amostras da água para eles analisarem em oito pontos do at erro”, 
explicou. Segundo Silveira, só existem dois pontos onde a água é de boa qualidade: nas 
imediações da Ilha das Vinhas, no bairro José Mendes, e no chamado Buraco da Draga, junto 
ao manguezal do rio Tavares. “Nos demais a qualidade é a pior possível”, revelou. 
Independente das medições e análises feitas, o fato é que os problemas se refletem na mesa. 
Até cerca de 15 anos atrás, o rio Tavares estava repleto de tainhas e tainhotas, entre outros 
peixes, “mas de um tempo para cá elas estão raras”, constatou Silveira. Além da poluição, o 
assoreamento da foz do rio impede a circulação dos pescados, das águas e das embarcações. 
Com a maré alta, o canal de navegação chega a ter 1,5 metro, diminuindo para “não mais de 
20 centímetros com a maré baixa”, explicou. 
Silveira ainda se lembra de quando a foz do rio possuía de quatro a cinco metros de 
profundidade. Até mesmo o siri está desaparecido, assim como os caranguejos do manguezal 
do rio Tavares. Menos mal que os berbigões estão voltando no Buraco da Draga, onde havia 
um banco de areia usado no aterro da Via Expressa Sul. 
(Celso Martins, A Notícia, 08/06/2006) 
Crescimento imobiliário ignora leis 
22/10/2007 1 Comentário 
O despejo do esgoto doméstico nas águas da Lagoa da Conceição, além de grave problema 
ambiental, é também resultado de outras sérias questões existentes na região. A principal é a 
ocupação desordenada – clandestina e irregular – que se intensificou nos últimos anos. 
Segundo o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa da 
Conceição, Alécio dos Passos Santos, a degradação da região começou nos anos 1970, após 
as inaugurações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Aeroporto Hercílio Luz 
e de melhores acessos rodoviários. 
- Conheci a Lagoa com vida total, no final dos anos 1960. Em 1950, havia 3,5 mil habitantes, 
no final da década de 1960, 10 mil, e hoje são 35 mil. A Lagoa virou moda, a taxa de 
crescimento é de 10% ao ano. Um metro quadrado custa de R$ 700 a R$ 1 mil – comenta ele. 
Um levantamento da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) indica que, entre janeiro 
e setembro deste ano, foram emitidos 63 autos de infração na Bacia da Lagoa da Conceição, a 
maioria por construções clandestinas em áreas de preservação permanente (APPs). 
- Na Ilha (de Santa Catarina) toda, há uma pressão muito grande sobre essas áreas. Tanto por 
parte dos que têm poder quanto dos que não têm. O número de fiscais ainda não é suficiente 
para atender a essa demanda toda – afirma o gerente de fiscalização do órgão, Gilson de 
Oliveira. 
Dos autos de infração, 29 foram na Costa da Lagoa, acessível apenas de barco, onde os 
fiscais têm mais dificuldade para apreender materiais de construção, devido à resistência da 
população e dos barqueiros.
- Os barcos são os mesmos alugados pelo pessoal que leva o material para construir. Há 
pessoas de bom poder aquisitivo construindo ilegalmente ali – acusa Oliveira. 
Além das construções em APPs, outro problema são as obras irregulares – o que inclui 
projetos aprovados pela prefeitura e depois alterados e casas ampliadas sem autorização. 
Acordo para despoluição é parcialmente cumprido 
Para tentar resolver essas questões, em 2002 o município de Florianópolis, a Fatma e a Casan 
assinaram acordo que previa medidas para a despoluição e preservação da Lagoa. 
O acordo foi resultado de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. 
Segundo a procuradora da República Analúcia Hartmann, ele está sendo cumprido aos 
poucos. Um dos maiores problemas é a falta de fiscalização. 
- A maior dificuldade que temos são com as ligações clandestinas. Há uma fragilidade da 
Vigilância Sanitária, dificuldade de conseguir os cadastros da prefeitura. Eles têm justificado o 
fato de não fazer vigilância nos restaurantes e bares dizendo que têm que cumprir liminares no 
Estreito, em Ponta das Canas, e que não têm pessoal – critica ela. 
Para a procuradora, falta muito para que a situação seja resolvida. 
- Estamos atacando, fazendo as reuniões no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis 
(sobre o novo plano diretor), tentando discutir as questões. Nessa região é muito difícil, estão 
tentando usar o plano para regularizar o que não é regular. 
Ampliação da rede de esgoto seria necessária 
O assessor da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria municipal da Saúde, Naro Pereira 
Ramos, por sua vez, argumenta que o órgão atua, principalmente, mediante denúncia e que 
tem como questões prioritárias as que envolvam a saúde pública. 
Ele defende a atuação conjunta dos órgãos ambientais e diz que a resolução do problema 
depende da ampliação da rede de coleta de esgoto. 
- Fazemos ações no Canto da Lagoa, saímos, e o problema retorna. Existe a necessidade de 
ampliação e adaptação da rede. E de conscientização das pessoas, para que se liguem à rede 
ou desenvolvam sistemas individuais de tratamento. 
Para o presidente da Associação dos Moradores da Lagoa (Amola), Aurélio Oliveira, a poluição 
envolve ainda outras questões. 
- A inauguração (da ampliação da estação de tratamento da Casan) vai amenizar (o problema 
de esgoto), mas poluição não é só saneamento. Tem também detergente, fezes de animais, 
tinta de embarcações. Além do investimento da Casan, a Vigilância Sanitária e a população 
têm que ter respeito e fazer a cobrança. 
A bacia hidrográfica 
A bacia hidrográfica da Lagoa da Conceição inclui toda a região do entorno que contribui com 
água para a Lagoa. Vai do Canto da Lagoa ao Rio Vermelho e tem 17 quilômetros de 
comprimento, largura máxima de dois quilômetros e 90 quilômetros quadrados. A população 
local gira em torno de 35 mil habitantes. 
Fonte: Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa da Conceição 
(DC, 21/10/2007)
“A expansão urbana foi violenta” 
22/10/2007 Nenhum Comentário 
Entrevista: Ariane Laurenti, doutora em química analítica ambiental 
A situação da Lagoa da Conceição tem atraído a atenção de diversos especialistas. Entre eles 
está Ariane Laurenti, professora doutora em Química Analítica Ambiental do Departamento de 
Patologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
Ariane, que mora na região, ministra atualmente a disciplina de Poluição Marinha no curso de 
Engenharia Sanitária e Ambiental. Em entrevista ao Diário Catarinense, ela apontou os 
principais problemas ambientais existentes na região: a rede de esgoto insuficiente, a 
ocupação desordenada e o trânsito de embarcações. 
Também defendeu a necessidade de medidas urgentes para a recuperação da Lagoa. 
- A gente sabe de ambientes semelhantes, em algumas partes do mundo, que foram 
absolutamente destruídos – afirmou. 
Confira os principais trechos da entrevista: 
Diário Catarinense – Quais são, neste momento, os principais problemas ambientais da Lagoa 
da Conceição? 
Ariane Laurenti – São três aspectos fundamentais. O primeiro diz respeito à questão dos 
efluentes domésticos e civis de modo geral, como os de restaurantes e postos de gasolina. 
Eles geram efluentes orgânicos, tanto cloacais (de resíduo humano) quanto aquele que é 
resultado da atividade econômica, como gordura e detergentes. Essa questão está 
parcialmente enfrentada pelo meu ponto de vista, na medida em que está se buscando 
construir uma rede de coleta e tratamento. Mas o sistema de esgoto ainda não abarca todo o 
conjunto da bacia hidrográfica da Lagoa. A solução está longe do fim. E não se pode só discutir 
em termos de Lagoa da Conceição, temos que pensar no conjunto e preservar também o 
entorno dos rios que deságuam na Lagoa. 
DC – Quais seriam os outros dois aspetos? 
Ariane – O segundo aspecto é a ocupação urbana da região. Isso envolve casas, condomínios, 
prédios, estradas, sistema de transporte marinho, pontes e obras de lazer. A questão da 
pavimentação é muito séria, pois o asfalto impermeabiliza o solo e a água da chuva vai 
diretamente para a Lagoa. Outro problema é a ocupação em torno da Lagoa e o 
desmatamento, que desprotege as suas margens e as dunas. Com isso, quando chove, a terra 
e a areia vão parar dentro da Lagoa. Então, essa vegetação deve ser mantida. E a ocupação 
desordenada tem a ver, também, com o sistema de esgoto, cujo dimensionamento não é 
compatível com a continuidade da construção de prédios. O terceiro aspecto é a questão das 
embarcações. Aí tem dois problemas: os combustíveis, que impermeabilizam a parte superficial 
da coluna dágua, o que prejudica a troca de oxigênio, e o material utilizado para a preservação 
das embarcações, como a pintura e os vernizes. Eles podem ser acumulados nos organismos 
vivos, como mexilhões, ostras e peixes. Muitas vezes, para esses organismos não faz mal, pelo 
menos não para os mais resistentes. Mas muitos organismos mais sensíveis já desapareceram 
da Lagoa. 
DC – Quais são as conseqüências desses problemas? 
Ariane – A Lagoa já está em processo de eutrofização (excesso de nutrientes que leva à 
proliferação excessiva de algas). Nós temos, de uns anos para cá, freqüentes explosões de
crescimento algal naquela região. Como a temperatura da água e a luminosidade, 
principalmente no início da primavera, aumentam, há um crescimento exagerado, que continua 
até um período grande do Verão. Com isso, há um consumo muito exagerado de oxigênio para 
a decomposição dessa matéria orgânica. E a falta de oxigênio pode levar à mortandade de 
organismos dependentes dele, sejam micro ou macroorganismos. No lugar deles, surgem 
organismos que não precisam de oxigênio. A decomposição, quando passa a ser na ausência 
de oxigênio, produz substâncias de caráter de putrefação. 
DC – Uma abertura maior embaixo da ponte de acesso à Avenida das Rendeiras para ajudar 
na circulação de água poderia resolver ou minimizar o problema da poluição no local? 
Ariane – Nós temos um problema sério, principalmente ao sul da Lagoa (da ponte em direção 
ao Canto da Lagoa) e ao norte (Costa). São dois pontos de baixa energia hidrodinâmica. Eles 
têm um tempo de retenção da água muito longo, há uma característica natural de 
estrangulamento. A circulação da água é praticamente toda feita pelos ventos. Eu questiono, 
embora não possa afirmar, a possibilidade de ampliação da dimensão da ponte para fazer a 
troca da água. Aquilo, na minha opinião, é uma desculpa para duplicar a avenida, não vai 
resolver o problema. Porque o problema ali é que a circulação da água é tão baixa que é feita 
tranqüilamente pelos ventos. 
DC – O que então poderia ser feito para que os problemas sejam resolvidos? 
Ariane – Primeiro, parar de jogar esgoto na Lagoa. Precisa ver se existe eficiência do 
tratamento de esgoto, se o que está sendo redespejado depois da decomposição da matéria 
orgânica é capaz de ser absorvido pelo corpo da Lagoa. O que falta nos nossos sistemas 
públicos são programas permanentes de monitoramento da qualidade dos nossos ambientes 
aquáticos. Além disso, uma fiscalização pelos órgãos competentes, com poder de polícia, para 
embargar obras que são construídas inadequadamente. E impedir os alvarás de licença. A 
sociedade civil também tem que mostrar o seu poder, cobrando do poder público a 
preservação do local e a sua utilização de forma adequada. Outro aspecto é o compromisso de 
um estudo mais cuidadoso sobre os ambientes naturais que temos. Os estudos da Lagoa são 
muito recentes e muito dispersos. Talvez um passo positivo para unificar os esforços seja a 
criação do curso de Oceanografia aqui da UFSC. E temos que entender que a Ilha de Santa 
Catarina não é isolada. Os poderes municipais de todos os municípios (São José, Biguaçu e 
Palhoça, que são os entornos das baías Norte e Sul da Ilha) têm que estar envolvidos, fazer 
um trabalho de preservação conjunto, porque a poluição não tem fronteiras. Além disso, a 
remoção imediata das algas, quando há um boom, também é importante, para não dar tempo 
de elas se decomporem e alimentarem o surgimento de novas algas. Isso já resolve muito. E o 
uso de biocombustíveis nas embarcações, ou fazer com que determinadas zonas sejam mais 
utilizadas pelos barcos que não têm motor, também ajudaria. 
DC – Como a Lagoa pode ficar se a situação continuar a se agravar? 
Ariane – Como não existem estudos, o que eu falar é uma futurologia. A gente sabe de 
ambientes semelhantes, em algumas partes do mundo, que foram absolutamente destruídos. A 
parte sul e a norte da Lagoa têm uma produção algal exagerada, que pode levar à completa 
morte do ambiente, só vai haver produtos de putrefação nesses locais. Esse seria o final mais 
trágico. 
DC – E se forem tomadas medidas adequadas, ainda há tempo para reverter a situação de 
poluição? 
Ariane – Elas ajudariam muito a resolver o problema, e seguramente teríamos um 
envelhecimento natural daquele ambiente, o que demoraria mais alguns séculos para 
acontecer. Se não (forem tomadas providências rapidamente), esse séculos vão acontecer em 
20 anos, porque já vêm acontecendo há muito tempo. Dos últimos tempos para cá, nem se 
fala, a expansão urbana foi muito violenta. 
Balneabilidade 
Como estão os principais pontos para banho na bacia da Lagoa da Conceição
Próprios 
- Ponto 37 – Em frente à Servidão Pedro Manuel Fernandes 
- Ponto 39 – Em frente à rua de acesso à Praia da Joaquina 
- Ponto 43 – Em frente ao acesso para o Rio Tavares 
- Ponto 61 – Na altura do nº 1.480 da Avenida das Rendeiras 
- Ponto 66 – Na altura do nº 2.267 da Avenida Osni Ortiga 
Impróprios 
- Ponto 38 – Nos trapiches dos serviços de transportes 
- Ponto 41 – Canto da Lagoa – ao lado do posto de saúde 
- Ponto 62 – Centrinho – Em frente à Rua Manuel Isidoro da Silveira 
* De acordo com última avaliação, realizada em 17 de setembro 
Fonte: Fatma 
Fique alerta 
- Em alguns casos, as placas que identificam os locais não indicados para banho são 
depredadas e o “im”, de “impróprio”, é retirado. Com isso, fica parecendo que o local é próprio 
para banho. 
- Para garantir se o local é realmente indicado, é preciso também olhar para a cor da palavra. 
Nas placas que identificam os locais permitidos, a palavra “próprio” é pintada em verde, e nos 
não indicados o “impróprio”, em vermelho. 
- Entre as doenças que uma pessoa pode adquirir ao se banhar em local impróprio estão a 
hepatite A e as doenças de pele, principalmente, além de leptospirose e verminoses. 
Fonte: Fatma e Vigilância Epidemiológica de Florianópolis 
(DC, 21/10/2007) 
http://floripamanha.org/tag/plano-diretor/

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  • 1. A área mais rural da cidade 12/05/2014 Nenhum Comentário O distrito de Ratones, tema do sétimo capítulo da série Florianópolis do Futuro, que apresenta o novo Plano Diretor da Capital, é um dos mais carentes e também o mais rural de Florianópolis. A paisagem do campo, graças à agropecuária, ao cultivo de hortaliças e a pequenas agroindústrias, é preservada. Os 3,7 mil habitantes são, em maioria, nativos que vivem da pesca e da agricultura de subsistência. Mais de 80% do território apresenta algum tipo de restrição, seja pelos morros, pelas áreas alagáveis, pelo manguezal do Rio Ratones ou pelos 30% de mata densa. Ratones não está na mira da especulação imobiliária. Com a aprovação do novo plano, as duas principais preocupações dos moradores são a aprovação do plano ambiental – com prazo até janeiro para ser concluído – e a revisão no tamanho mínimo dos lotes, para evitar o parcelamento do solo.
  • 2. (DC, 10/05/2014) Norte da Ilha cresce e problemas aparecem 21/06/2006 Nenhum Comentário A segurança pública é de longe o principal clamor no Norte da Ilha. Assaltos, arrombamentos e assassinatos provocam dor-de-cabeça diária na população estimada de 140 mil habitantes que ocupa a região permanentemente, na temporada o número aumenta significativamente. A estada de moradores “anuais” nos balneários da Ilha, no entanto, é cada vez mais notada por lideranças comunitárias, empresariais, políticas e os próprios gerenciadores no poder público. Uma secretaria regional do Norte da Ilha é defendida, pois há quem desenhe um destino diferente às praias que não seja o relacionado ao turismo e as imagine como grandes bairros residenciais num futuro próximo. As necessidades, no entanto, já são evidentes. Mais água, energia elétrica, pavimentação, linhas de ônibus, áreas de lazer e serviços são anseios naturais. Se por um lado a população espera a melhoria de vida pelos administradores municipais, uma parcela dela também se articula para não ver os lucros da temporada irem embora. Situação dos donos de propriedades que faturam nos aluguéis diários ou mensais de casas e apartamentos durante a alta temporada e mantêm os imóveis vazios nos demais meses. Corretores acreditam que a tendência dos aluguéis anuais de moradores permanentes ganhe força devido a suposta queda durante os negócios no verão. Dono de uma imobiliária há dez anos em Canasvieiras, Paulo Amaral não acredita nessa possibilidade e sim no incremento do turismo. “Já tivemos experiências com aluguéis anuais e não deram certo. Noventa por cento são aventureiros, sem as documentações exigidas, e fica um negócio arriscado. Com os projetos em vista, como o alargamento da praia, esperamos que o turismo cresça”, aposta Amaral, que reconhece o crescimento da procura de pessoas que pretendem morar no balneário. Em Canasvieiras, o alargamento da faixa de areia da praia é uma das promessas da Prefeitura. Atualmente está em andamento o projeto de revitalização das calçadas. Entidade critica alteração de zoneamento e loteamentos A União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (Ufeco), entidade que apresenta 130 associações filiadas, critica o crescimento desordenado do Norte da Ilha, os grandes empreendimentos e as mais de 300 alterações de zoneamento aprovadas em projetos de lei pela Câmara de Vereadores nos últimos anos. O presidente da Ufeco, Modesto Azevedo, vê como fundamental a aprovação do plano diretor da Capital. O receio dele, contudo, é que não haja participação popular em sua discussão até o envio pelo Executivo à Câmara – a previsão é que seja levado aos vereadores em outubro. “Não podemos colocar uma porteira na ponte. A Câmara é responsável em definir regras”, cobrou Azevedo, que vem discutindo a causa em audiências públicas. Demanda por energia elétrica é maior que oferta disponível A procura pelo Norte da Ilha aumentou o número de consumidores de energia, o que pode representar problemas para os moradores. As Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) tem consciência disso e planeja investimentos para a região a fim de atender a demanda. “A distribuição de energia na subestação situada na entrada dos Ingleses será ampliada dos atuais 26 MW para 40 MWA”, garantiu o chefe da divisão de linhas da Celesc, engenheiro José da Silva Neto. O acréscimo é cogitado para o próximo verão e existe a possibilidade de
  • 3. prevalecer ao longo do ano que vem. A troca na rede está em estudo – seis quilômetros de extensão seriam substituídos. Em Ingleses, pedido é por melhoria no saneamento básico A presidente da Associação Comunitária Angra dos Reis, nos Ingleses, Flávia Solange Accord, mora há dez anos no balneário. Nos últimos 24 meses, preside a entidade na qual passou a lutar por melhorias na qualidade de vida dos moradores. Ela é enfática ao falar sobre os problemas de infra-estrutura na região. E também na hora de apontar o por que da situação ter chegado ao ponto de preocupar tanto. “Passou da hora (a ação de investimento). O Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano) e a Prefeitura não acompanharam o crescimento. Houve pouca fiscalização”, avaliou Flávia, que recentemente participou de uma reunião sobre o assunto com os representantes do poder público. O saneamento básico, na avaliação da titular da associação, figura em primeiro na lista de prioridades. A poluição na praia e os supostos comerciantes que insistem em lançar o esgoto no mar foram abordados ontem numa reunião entre os moradores e o Ministério Público. “O mais importante é não perder a praia. Por isso esperamos que a fiscalização aconteça”, observou a líder comunitária. A população de Ingleses é de 50 mil habitantes fora do verão. Na temporada passa de 100 mil. As vindas de famílias para morar no balneário são freqüentes. Gaúchos, paulistas, paranaenses e migrantes do Oeste catarinense lideram a lista. Além do investimento em prol do meio ambiente, há necessidade de ações humanitárias. A comunidade dos Ingleses reivindica a construção de ginásios públicos, quadras de esporte e uma pista de skate para atender aos jovens. Outro anseio é por uma ciclovia. Norte da ilha CANASVIEIRAS · Apesar da origem remota, sua oficialização como freguesia ocorreu a partir da Lei Provincial nº 008 de 15/4/1835. Sua área é 29,30 km2, sendo que dele fazem parte a sede de Canasvieiras e as praias de Canasvieiras, Daniela, Jurerê Internacional, Forte e as localidades de Vargem Pequena, Ponta Grossa e Lamim; CACHOEIRA DO BOM JESUS · Criada pela Lei Municipal nº 394 de 19/2/1916. Sua área é 30,37 km2. Fazem parte desse distrito as seguintes localidades: Cachoeira do Bom Jesus, Vargem do Bom Jesus, Vargem Grande, Ponta das Canas e Lagoinha; INGLESES DO RIO VERMELHO · Originou-se a partir de um Decreto de 11/8/1831. Sua área é 20,47 Km2. Fazem parte dele as praias de Ingleses, Brava e Santinho, e as localidades de Capivari e Aranhas; SÃO JOÃO DO RIO VERMELHO · Criado a partir da Resolução Régia de 11/8/1831. Sua área é 31,68 km2. Fazem parte dele as localidades de Moçambique, Parque Florestal e a própria sede do Distrital de que é São João do Rio Vermelho; RATONES · Surgiu pela Lei nº 620 de 21/6/1934, desmembrando-se do Distrito de Santo Antônio de Lisboa. Sua área é 33,12 Km2, a sua sede é a própria localidade de Ratones; SANTO ANTÔNIO DE LISBOA · Originou-se a partir da Provisão Régia de 26/10/1751. Sua área é 22,45 Km2. Fazem parte as localidades de Cacupé, Sambaqui, Barra do Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa. (Diogo Vargas, A Notícia, 21/06/2006)
  • 4. Duas faces em um distrito 07/05/2014 Nenhum Comentário O distrito de Cachoeira do Bom Jesus, onde vivem cerca de 20 mil moradores, é um dos mais heterogêneos de Florianópolis. Ao sul, a proximidade com Ratones e Rio Vermelho alimenta o aspecto rural. Ao norte, tem duas das praias mais procuradas por turistas: Ponta das Canas e Praia Brava. As diferenças entre os bairros são o tema da quarto dia da série Florianópolis do Futuro. A Praia Brava contratou projeto próprio, que foi incorporado ao Plano Diretor. Devido aos problemas de saneamento e mobilidade urbana, multiplicados no verão, os bairros recebem estímulo moderado de crescimento, direcionado principalmente para o interior. Assim como no distrito de Canasvieiras, a área prevê a expansão do Sapiens Parque no centro, com a necessidade de novas vias de circulação interna e a criação de espaços destinados à moradia.
  • 5. (DC, 07/05/2014) Urbanização acaba com os rios 08/06/2006 2 Comentários Os cursos d’água da Ilha de Santa Catarina continuam sendo tratados como os primos -pobres dos ecossistemas, tendo suas margens ocupadas e sem a vegetação protetora, recebendo toneladas de sedimentos, esgoto e lixo todos os dias. A avaliação é da gerente de licenciamento e fiscalização da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Elisa Rehn, associando a degradação dos rios, córregos e ribeirões ao avanço da urbanização. “Sempre que há um rio preservado, com as águas limpas e a vegetação ciliar das margens intacta, não existe ocupação humana por perto”, salientou Elisa. Quando, ao contrário, o curso está poluído com esgoto e outros líquidos, as águas amareladas e com volume diminuído, sempre haverá por perto um núcleo de edificações, por menor que seja. “Fica até ruim para a gente explicar a necessidade de preservação das margens dos rios, pois há uma tradição cultural que não vê problemas em morar perto de um rio”, desabafou a gerente da Floram. O Código Florestal de 1965, confirmando o anterior da década de 1930, já previa uma margem de proteção de cinco metros ao longo dos cursos d’água. Mais tarde, a faixa subiu para 15 metros e, a partir de 1989, para 30 metros, aumentando conforme a largura. “O rio pode ter pouca água ou mesmo ser temporário, surgindo durante as chuvas, mas continuará a ser um curso d’água e por isso protegido”, destacou a representante da Fundação. As mudanças nos tamanhos da faixa de proteção, onde a vegetação não pode ser tocada, nem ser erguidas construções, “têm nos causado problemas”, reforçou o superintendente da Floram, Francisco Rzatki. “O fato de antes existir uma faixa de proteção de 15 met ros e depois haver passado para 30 metros faz com que apareçam irregularidades nos alinhamentos das edificações próximas dos rios”, disse. “Quando a gente vai autuar algum morador que chegou recentemente e está a menos de 30 metros, ele alega estar havendo discriminação, apontando a casa de um vizinho distante 15 metros da margem. A gente tenta explicar, mas eles não entendem”, complementou. Segundo Elisa Rehn, “as condições dos rios têm relação direta com a balneabilidade das praias, pois os pontos mais críticos sempre estão próximos de saídas de cursos d’água”. Principais cursos d’água da Ilha de Santa Catarina Bacias · Ratones · Saco Grande · Lagoa da Conceição · Itacorubi · Rio Tavares · Lagoa do Peri Rios · Naufragados · das Pacas · do Peri · da Tapera · Cachoeira Grande · Tavares · Itacorubi, · do Sertão
  • 6. · Büchele · Araújo · Pau do Barco · do Mel · Veríssimo · Ratones · Papaquara · Palha · do Braz · Sanga dos Bois · Capivari · Capivaras Ribeirões · Vargem Pequena · Vadik · do Porto · Sertão da Fazenda Córregos · do Passarinho · do Ramos · Arroio dos Macacos · Ana d’Avila Fonte: Instituto do Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) Problemas mais graves são encontrados nos rios pequenos Os dois rios de maior porte na área insular de Florianópolis estão sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que administra a Estação Ecológica de Carijós (bacia do rio Ratones) e a Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé (rio Tavares). Eles também sofrem com o lançamento de poluentes e sedimentos que aceleram o processo de assoreamento (Ratones), além de ocupações das margens (curso médio do Tavares). Como a vigilância é maior sobre eles, os de menor porte sofrem ainda mais. É o caso do rio das Ostras, em Jurerê, onde a cor e mau cheiro denunciam que nele é despejado esgotos, situação semelhante a do rio Doca ou Morto, em Cachoeira do Bom Jesus. O rio do Braz, em Canasvieiras, compromete a balneabilidade da praia quando se rompe durante períodos de chuva, indicando a péssima qualidade das suas águas. Outro exemplo é o rio Apa ou Riacho, com nascentes no morro da igreja da Lagoa da Conceição e foz na altura do condomínio Saulo Ramos, onde a Casan deu início à implantação de uma rede de coleta de esgoto. O rio Capivari nasce na dunas do Rio Vermelho e avança pelo Sítio do Capivarí, onde desaparece, ressurgindo mais à frente com o nome de Ingleses. “Ele some no ponto em que a Casan capta água de poços e isso é normal”, salientou a a gerente de licenciamento e fiscalização, Elisa Rehn. No Sul da Ilha de Santa Catarina os problemas se concentram no rio Sangradouro, com nascentes na Lagoa do Peri e foz entre as praias do Matadeiro e Armação do Pântano do Sul, separadas recentemente por um molhe de pedras. O rio Quincas Antônio nasce no Pântano do Sul e desemboca no Sangradouro (afluente) – ambos transformados em depósitos de lixo e esgoto. “Todos esses cursos têm uma característica comum. Suas margens estão quase todas sem cobertura vegetal, ocupadas por construções e recebendo diversos tipos de poluentes”, destacou Elisa Rehn. “Eles possuem seus afluentes, pequenos e sem nomes, mas que são contribuintes de cursos maiores, integrantes de uma rede hidrográfica que precisa ser preservada”, complementou a gerente.
  • 7. Menos peixe a cada ano Os problemas ambientais dos cursos d’água apontados pela Floram são sentidos de perto por Alcebíades da Silveira, 54 anos, residente nas imediações da ponte sobre o rio Tavares, no Sul da Ilha. “Quando tem maré alta aparecem grandes manchas de óleo e todo tipo de lixo”, disse, enquanto aguardava a chegada dos técnicos da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) que monitoram a região do aterro da Via Expressa Sul. “Eu faço a coleta de amostras da água para eles analisarem em oito pontos do at erro”, explicou. Segundo Silveira, só existem dois pontos onde a água é de boa qualidade: nas imediações da Ilha das Vinhas, no bairro José Mendes, e no chamado Buraco da Draga, junto ao manguezal do rio Tavares. “Nos demais a qualidade é a pior possível”, revelou. Independente das medições e análises feitas, o fato é que os problemas se refletem na mesa. Até cerca de 15 anos atrás, o rio Tavares estava repleto de tainhas e tainhotas, entre outros peixes, “mas de um tempo para cá elas estão raras”, constatou Silveira. Além da poluição, o assoreamento da foz do rio impede a circulação dos pescados, das águas e das embarcações. Com a maré alta, o canal de navegação chega a ter 1,5 metro, diminuindo para “não mais de 20 centímetros com a maré baixa”, explicou. Silveira ainda se lembra de quando a foz do rio possuía de quatro a cinco metros de profundidade. Até mesmo o siri está desaparecido, assim como os caranguejos do manguezal do rio Tavares. Menos mal que os berbigões estão voltando no Buraco da Draga, onde havia um banco de areia usado no aterro da Via Expressa Sul. (Celso Martins, A Notícia, 08/06/2006) Crescimento imobiliário ignora leis 22/10/2007 1 Comentário O despejo do esgoto doméstico nas águas da Lagoa da Conceição, além de grave problema ambiental, é também resultado de outras sérias questões existentes na região. A principal é a ocupação desordenada – clandestina e irregular – que se intensificou nos últimos anos. Segundo o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa da Conceição, Alécio dos Passos Santos, a degradação da região começou nos anos 1970, após as inaugurações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Aeroporto Hercílio Luz e de melhores acessos rodoviários. - Conheci a Lagoa com vida total, no final dos anos 1960. Em 1950, havia 3,5 mil habitantes, no final da década de 1960, 10 mil, e hoje são 35 mil. A Lagoa virou moda, a taxa de crescimento é de 10% ao ano. Um metro quadrado custa de R$ 700 a R$ 1 mil – comenta ele. Um levantamento da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) indica que, entre janeiro e setembro deste ano, foram emitidos 63 autos de infração na Bacia da Lagoa da Conceição, a maioria por construções clandestinas em áreas de preservação permanente (APPs). - Na Ilha (de Santa Catarina) toda, há uma pressão muito grande sobre essas áreas. Tanto por parte dos que têm poder quanto dos que não têm. O número de fiscais ainda não é suficiente para atender a essa demanda toda – afirma o gerente de fiscalização do órgão, Gilson de Oliveira. Dos autos de infração, 29 foram na Costa da Lagoa, acessível apenas de barco, onde os fiscais têm mais dificuldade para apreender materiais de construção, devido à resistência da população e dos barqueiros.
  • 8. - Os barcos são os mesmos alugados pelo pessoal que leva o material para construir. Há pessoas de bom poder aquisitivo construindo ilegalmente ali – acusa Oliveira. Além das construções em APPs, outro problema são as obras irregulares – o que inclui projetos aprovados pela prefeitura e depois alterados e casas ampliadas sem autorização. Acordo para despoluição é parcialmente cumprido Para tentar resolver essas questões, em 2002 o município de Florianópolis, a Fatma e a Casan assinaram acordo que previa medidas para a despoluição e preservação da Lagoa. O acordo foi resultado de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. Segundo a procuradora da República Analúcia Hartmann, ele está sendo cumprido aos poucos. Um dos maiores problemas é a falta de fiscalização. - A maior dificuldade que temos são com as ligações clandestinas. Há uma fragilidade da Vigilância Sanitária, dificuldade de conseguir os cadastros da prefeitura. Eles têm justificado o fato de não fazer vigilância nos restaurantes e bares dizendo que têm que cumprir liminares no Estreito, em Ponta das Canas, e que não têm pessoal – critica ela. Para a procuradora, falta muito para que a situação seja resolvida. - Estamos atacando, fazendo as reuniões no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (sobre o novo plano diretor), tentando discutir as questões. Nessa região é muito difícil, estão tentando usar o plano para regularizar o que não é regular. Ampliação da rede de esgoto seria necessária O assessor da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria municipal da Saúde, Naro Pereira Ramos, por sua vez, argumenta que o órgão atua, principalmente, mediante denúncia e que tem como questões prioritárias as que envolvam a saúde pública. Ele defende a atuação conjunta dos órgãos ambientais e diz que a resolução do problema depende da ampliação da rede de coleta de esgoto. - Fazemos ações no Canto da Lagoa, saímos, e o problema retorna. Existe a necessidade de ampliação e adaptação da rede. E de conscientização das pessoas, para que se liguem à rede ou desenvolvam sistemas individuais de tratamento. Para o presidente da Associação dos Moradores da Lagoa (Amola), Aurélio Oliveira, a poluição envolve ainda outras questões. - A inauguração (da ampliação da estação de tratamento da Casan) vai amenizar (o problema de esgoto), mas poluição não é só saneamento. Tem também detergente, fezes de animais, tinta de embarcações. Além do investimento da Casan, a Vigilância Sanitária e a população têm que ter respeito e fazer a cobrança. A bacia hidrográfica A bacia hidrográfica da Lagoa da Conceição inclui toda a região do entorno que contribui com água para a Lagoa. Vai do Canto da Lagoa ao Rio Vermelho e tem 17 quilômetros de comprimento, largura máxima de dois quilômetros e 90 quilômetros quadrados. A população local gira em torno de 35 mil habitantes. Fonte: Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa da Conceição (DC, 21/10/2007)
  • 9. “A expansão urbana foi violenta” 22/10/2007 Nenhum Comentário Entrevista: Ariane Laurenti, doutora em química analítica ambiental A situação da Lagoa da Conceição tem atraído a atenção de diversos especialistas. Entre eles está Ariane Laurenti, professora doutora em Química Analítica Ambiental do Departamento de Patologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ariane, que mora na região, ministra atualmente a disciplina de Poluição Marinha no curso de Engenharia Sanitária e Ambiental. Em entrevista ao Diário Catarinense, ela apontou os principais problemas ambientais existentes na região: a rede de esgoto insuficiente, a ocupação desordenada e o trânsito de embarcações. Também defendeu a necessidade de medidas urgentes para a recuperação da Lagoa. - A gente sabe de ambientes semelhantes, em algumas partes do mundo, que foram absolutamente destruídos – afirmou. Confira os principais trechos da entrevista: Diário Catarinense – Quais são, neste momento, os principais problemas ambientais da Lagoa da Conceição? Ariane Laurenti – São três aspectos fundamentais. O primeiro diz respeito à questão dos efluentes domésticos e civis de modo geral, como os de restaurantes e postos de gasolina. Eles geram efluentes orgânicos, tanto cloacais (de resíduo humano) quanto aquele que é resultado da atividade econômica, como gordura e detergentes. Essa questão está parcialmente enfrentada pelo meu ponto de vista, na medida em que está se buscando construir uma rede de coleta e tratamento. Mas o sistema de esgoto ainda não abarca todo o conjunto da bacia hidrográfica da Lagoa. A solução está longe do fim. E não se pode só discutir em termos de Lagoa da Conceição, temos que pensar no conjunto e preservar também o entorno dos rios que deságuam na Lagoa. DC – Quais seriam os outros dois aspetos? Ariane – O segundo aspecto é a ocupação urbana da região. Isso envolve casas, condomínios, prédios, estradas, sistema de transporte marinho, pontes e obras de lazer. A questão da pavimentação é muito séria, pois o asfalto impermeabiliza o solo e a água da chuva vai diretamente para a Lagoa. Outro problema é a ocupação em torno da Lagoa e o desmatamento, que desprotege as suas margens e as dunas. Com isso, quando chove, a terra e a areia vão parar dentro da Lagoa. Então, essa vegetação deve ser mantida. E a ocupação desordenada tem a ver, também, com o sistema de esgoto, cujo dimensionamento não é compatível com a continuidade da construção de prédios. O terceiro aspecto é a questão das embarcações. Aí tem dois problemas: os combustíveis, que impermeabilizam a parte superficial da coluna dágua, o que prejudica a troca de oxigênio, e o material utilizado para a preservação das embarcações, como a pintura e os vernizes. Eles podem ser acumulados nos organismos vivos, como mexilhões, ostras e peixes. Muitas vezes, para esses organismos não faz mal, pelo menos não para os mais resistentes. Mas muitos organismos mais sensíveis já desapareceram da Lagoa. DC – Quais são as conseqüências desses problemas? Ariane – A Lagoa já está em processo de eutrofização (excesso de nutrientes que leva à proliferação excessiva de algas). Nós temos, de uns anos para cá, freqüentes explosões de
  • 10. crescimento algal naquela região. Como a temperatura da água e a luminosidade, principalmente no início da primavera, aumentam, há um crescimento exagerado, que continua até um período grande do Verão. Com isso, há um consumo muito exagerado de oxigênio para a decomposição dessa matéria orgânica. E a falta de oxigênio pode levar à mortandade de organismos dependentes dele, sejam micro ou macroorganismos. No lugar deles, surgem organismos que não precisam de oxigênio. A decomposição, quando passa a ser na ausência de oxigênio, produz substâncias de caráter de putrefação. DC – Uma abertura maior embaixo da ponte de acesso à Avenida das Rendeiras para ajudar na circulação de água poderia resolver ou minimizar o problema da poluição no local? Ariane – Nós temos um problema sério, principalmente ao sul da Lagoa (da ponte em direção ao Canto da Lagoa) e ao norte (Costa). São dois pontos de baixa energia hidrodinâmica. Eles têm um tempo de retenção da água muito longo, há uma característica natural de estrangulamento. A circulação da água é praticamente toda feita pelos ventos. Eu questiono, embora não possa afirmar, a possibilidade de ampliação da dimensão da ponte para fazer a troca da água. Aquilo, na minha opinião, é uma desculpa para duplicar a avenida, não vai resolver o problema. Porque o problema ali é que a circulação da água é tão baixa que é feita tranqüilamente pelos ventos. DC – O que então poderia ser feito para que os problemas sejam resolvidos? Ariane – Primeiro, parar de jogar esgoto na Lagoa. Precisa ver se existe eficiência do tratamento de esgoto, se o que está sendo redespejado depois da decomposição da matéria orgânica é capaz de ser absorvido pelo corpo da Lagoa. O que falta nos nossos sistemas públicos são programas permanentes de monitoramento da qualidade dos nossos ambientes aquáticos. Além disso, uma fiscalização pelos órgãos competentes, com poder de polícia, para embargar obras que são construídas inadequadamente. E impedir os alvarás de licença. A sociedade civil também tem que mostrar o seu poder, cobrando do poder público a preservação do local e a sua utilização de forma adequada. Outro aspecto é o compromisso de um estudo mais cuidadoso sobre os ambientes naturais que temos. Os estudos da Lagoa são muito recentes e muito dispersos. Talvez um passo positivo para unificar os esforços seja a criação do curso de Oceanografia aqui da UFSC. E temos que entender que a Ilha de Santa Catarina não é isolada. Os poderes municipais de todos os municípios (São José, Biguaçu e Palhoça, que são os entornos das baías Norte e Sul da Ilha) têm que estar envolvidos, fazer um trabalho de preservação conjunto, porque a poluição não tem fronteiras. Além disso, a remoção imediata das algas, quando há um boom, também é importante, para não dar tempo de elas se decomporem e alimentarem o surgimento de novas algas. Isso já resolve muito. E o uso de biocombustíveis nas embarcações, ou fazer com que determinadas zonas sejam mais utilizadas pelos barcos que não têm motor, também ajudaria. DC – Como a Lagoa pode ficar se a situação continuar a se agravar? Ariane – Como não existem estudos, o que eu falar é uma futurologia. A gente sabe de ambientes semelhantes, em algumas partes do mundo, que foram absolutamente destruídos. A parte sul e a norte da Lagoa têm uma produção algal exagerada, que pode levar à completa morte do ambiente, só vai haver produtos de putrefação nesses locais. Esse seria o final mais trágico. DC – E se forem tomadas medidas adequadas, ainda há tempo para reverter a situação de poluição? Ariane – Elas ajudariam muito a resolver o problema, e seguramente teríamos um envelhecimento natural daquele ambiente, o que demoraria mais alguns séculos para acontecer. Se não (forem tomadas providências rapidamente), esse séculos vão acontecer em 20 anos, porque já vêm acontecendo há muito tempo. Dos últimos tempos para cá, nem se fala, a expansão urbana foi muito violenta. Balneabilidade Como estão os principais pontos para banho na bacia da Lagoa da Conceição
  • 11. Próprios - Ponto 37 – Em frente à Servidão Pedro Manuel Fernandes - Ponto 39 – Em frente à rua de acesso à Praia da Joaquina - Ponto 43 – Em frente ao acesso para o Rio Tavares - Ponto 61 – Na altura do nº 1.480 da Avenida das Rendeiras - Ponto 66 – Na altura do nº 2.267 da Avenida Osni Ortiga Impróprios - Ponto 38 – Nos trapiches dos serviços de transportes - Ponto 41 – Canto da Lagoa – ao lado do posto de saúde - Ponto 62 – Centrinho – Em frente à Rua Manuel Isidoro da Silveira * De acordo com última avaliação, realizada em 17 de setembro Fonte: Fatma Fique alerta - Em alguns casos, as placas que identificam os locais não indicados para banho são depredadas e o “im”, de “impróprio”, é retirado. Com isso, fica parecendo que o local é próprio para banho. - Para garantir se o local é realmente indicado, é preciso também olhar para a cor da palavra. Nas placas que identificam os locais permitidos, a palavra “próprio” é pintada em verde, e nos não indicados o “impróprio”, em vermelho. - Entre as doenças que uma pessoa pode adquirir ao se banhar em local impróprio estão a hepatite A e as doenças de pele, principalmente, além de leptospirose e verminoses. Fonte: Fatma e Vigilância Epidemiológica de Florianópolis (DC, 21/10/2007) http://floripamanha.org/tag/plano-diretor/