2. GRAMÁTICA
Origem
Do grego: γραμματική, Transliteração (transcrever a
escrita de um alfabeto em outro ) grammatiké, feminino
substantivado de grammatikós) é o conjunto de regras
individuais usadas para um determinado uso de uma língua,
não necessariamente o que se entende por seu uso
"correto".
É ramo da Lingüística que tem por objetivo estudar a forma,
a composição e a inter-relação das palavras dentro da
oração ou da frase, bem assim o seu apropriado ou correto
uso.
3. TEORIA GERAL
Gramática, portanto, numa abordagem generalista, não se
vincula a esta ou àquela língua em especial, senão a
todas. Contém o germe estrutural, por assim dizer, de
todas, realizando a conexão essencial subjacente à
relação de cada uma com as demais
História da Gramática
A primeira gramática de que se tem notícia,
registro histórico, é a de Pãnini para o sãnscrito.
4. Contudo, aceita-se que o estudo formal da gramática
tenha iniciado com os gregos, a partir de uma perspectiva
filosófica
Dionísio da Trácia gramático grego, escreveu a "Arte
da Gramática", obra que serviu de base para as
gramáticas grega, latina e de outras línguas européias até
o Renascimento.
A Gramática de Port-Royal – origem francesa
."Gramática geral e razoada contendo os fundamentos da
arte de falar, explicados de modo claro e natural“, foi um
trabalho pioneiro na área da filozofia da linguagem.
Publicado em 1660 por Antoine Arnauld e Claude Lancelot,
ela foi a contraparte linguística à Lógica de Port-
Royal(1662), e ambas receberam esse nome em
referência ao monastério jansenista de Port-Royal-des-
Champs onde os seus autores trabalhavam.
5. Filologia
Grego: philos (amigo)
logos ( palavra, discurso)
Escola Filológica: Alexandria
Friedrich August Wolf – 1777
6. A língua não é o único objeto de estudo
Fixar, interpretar, comentar os textos
História literária, dos costumes, das
instituições, etc
7. Comparação: - linguagem do passado
- linguagem do presente
Tem método próprio: a crítica
8. A Filologia
“pressupõe uma língua culta e uma língua
escrita” ,
Segundo Mattoso no verbete “Línguística”
de seu Dicionário de Línguística e
Gramática.
9. GRAMÁTICAS COMPARADAS
1786 - William Jones destaca as semelhanças entre o
SÂNSCRITO, o LATIM e o GREGO, propondo que tal fato
apontava para uma origem comum.
1808 – Friedrich Schlegel publica Über die Sprach und
die Weisheit der Inder (Sobre a língua e sabedoria dos
hindus), em que, por meio de elementos morfológicos e
fonológicos, reforça a tese de W. Jones.
10. GRAMÁTICAS COMPARADAS
1816 – Franz Bopp publica Über das Konjugationssystem
der Sanskritisprache in Verleichnung mit jenem
griechischen, lateinischer, persischen und germanischen
Sprach (Sobre o sistema de conjugação do sânscrito em
comparação com o da língua grega, latina e germânica).
Na obra, compara detalhadamente a morfologia verbal de
cada língua, revelando empiricamente seu parentesco.
11. GRAMÁTICAS COMPARADAS
1822 – Jacob Grimm publica Deutsche Grammatik, em que
interpreta a existência de correspondências fonéticas
sistemáticas entre as línguas (do grupo germânico das
indo-européias) como resultado de mutações regulares no
tempo (os dados examinados abarcam 14 séculos).
1836 - 1844 – Friedrich Diez publica uma gramática
histórico-comparativa das línguas românicas e , em 1854,
um dicionário etimológico dessas língua.
A existência de vasta documentação da forma ascendente
(latim) reforçou a confiabilidade do método.
12. GRAMÁTICAS COMPARADAS
A. Schleicher, botânico de formação e influenciado pelo
pensamento evolucionista (Darwin), concebe a língua
como “um organismo vivo”, cuja existência independeria
de seus falantes. As mudanças ocorreriam nas línguas
por força de uma dinâmica decorrente da necessidade.
Em seu projeto de reconstrução histórica e busca da
“língua original” propõe a “árvore genealógica” das
línguas indo-européias.
13. GRAMÁTICAS COMPARADAS
Questionando os pressupostos tradicionais da prática
histórico-comparativa, meramente descritivista, os
Neogramáticos (Escola de Leipzig – Osthoff e
Brugmann) introduzem uma perspectiva psicológica
subjetivista na interpretação dos fenômenos de
mudança. (A língua existe no individuo e as mudanças
se originam nele).
Ademais, a busca por uma língua original indo-européia
cede lugar à investigação dos mecanismos de mudança.
14. SURGIMENTO DA LINGUÍSTICA
* Reconstituir as línguas mães, deduzir as leis gerais
que definiam os fenômenos linguísticos,
* Estudos históricos e comparativos,
* As contribuições dos Neogramáticos,
* Aproximar a linguística do seu “objeto” e a
preparou para o corte saussuriano.
15. O CORTE SAUSSURIANO
* Transformar a linguística em uma ciência autônoma,
* Uma construção sincrônica da linguagem,
* A ideia da língua como uma instituição social e não
natural,
* A língua como um sistema de signos independentes
(imanência),
* A língua como objeto da linguística.
16. LINGUÍSTICA APLICADA
Surgimento
1946 Universidade de Michigan
1970 Programa de Linguistica Aplicada ao
Ensino de Línguas da PUC-SP
Década de 80 Surgimento da revista
D.E.L.T.A
1990 Criação da ALAB
17. Definição
Segundo os estudos Chomskianos:
“A linguística teria como interesse a língua como um
construto abstrato ou internalizado e a linguística aplicada
estudaria as manifestações da língua externa, da língua em
uso, contextualizada”. (Menezes, 2009, p.6).
“Tradicionalmente a pesquisa em linguística investiga a
língua como um fenômeno; recentemente, a pesquisa em
linguística aplicada vem investigando a língua como uma
prática”. (Brumfit, 2003, p.299)
18. APLICAÇÕES DA L.A.
Aspectos da competência lingüística e comunicativa
do indivíduo:
aquisição de primeira ou segunda língua
letramento
distúrbios de linguagem
problemas relacionados com linguagem e
comunicação nas sociedades e entre as sociedades:
variação linguística, discriminação linguística,
multilinguismo, conflito lingüístico, política
linguística, planejamento lingüístico.
19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ECKERSLEY, C. E. (M. A.) & MACAULAY, Margaret (M. A.). Brighter
Grammar. London: Longsman, Green & Co. Ltd., 1955.
MENEZES, V.; SILVA, M.M.; GOMES, I.F. Sessenta anos de Linguística
Aplicada: de onde viemos e para onde vamos. In: PEREIRA, R. C.; ROCA,
P. Linguística Aplicada: um caminho com diferentes acessos. São Paulo:
Contexto, 2009.
MUSSALIM, F. BENTES, A. C. Introdução à Lingüística: fundamentos
epistemológicos. Volume 3, 2 ed. São Paulo:Cortez, 2005.
SILVA, J. P. Filologia é o estudo da língua na literatura a visão de J.
Mattoso Câmara Jr. (16) 41-49. Disponível em:<www.filologia.org.
br/revista/artigo/6 . Acesso em: 16/02/11.