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Posso confiar no Linux para rodar minhas
       aplicações corporativas ?
         Prof. Mauro Tapajós Santos
  UCB - Universidade Católica de Brasília
               Projeto CESMIC
O Linux está ficando incrivelmente difícil de ser ignorado. Antes de completar este artigo fiz uma
retrospectiva de várias publicaçoes periódicas de TI técnicas e de negócios durante 2003 e o
sistema do pinguim estava sempre, no mínimo, citado na maior parte delas.
Toda a discussão em torno do movimento do software livre e suas vantagens já chegou há muito
tempo nas corporações. Mas o que pode ser entendido como vantagem na adoção do sistema do
pingüim nas empresas, mais especificamente nos servidores que rodam aplicações corporativas? A
discussão da alternativa GNU/Linux (chamado de aqui em diante somente de Linux) passa por
alguma análise das características da adoção do software livre e da reação que está causando no
mercado e na discussão dos ambientes de TI.

  O movimento do software livre – Aspectos a serem levados em conta no ambiente corporativo

O GNU/Linux é somente parte do debate sobre o movimento do software livre. É o software que
apareceu à frente no front em função de ser o kernel de um sistema operacional, tradicionalmente
a parte de software mais importante do ponto de vista funcional da máquina. O que diferencia as
várias distribuições Linux é o conjunto de software que acompanha o kernel e as alterações
aplicadas neste kernel. Várias distribuições já tem longo tempo de estrada e oferecem conjuntos
de aplicativos para instalação, configuração e suporte do mesmo nível de sistemas comerciais.

Muitos dos que se situam contrários à adoção corporativa ao Linux parecem ter suas próprias
ofertas de softwares corporativos. Na realidade, o que se deve avaliar é se a opção software livre
(mais especificamente o GNU/Linux) tem espaço e faz sentido em ambiente corporativo. Onde ele
pode ser usado e que ganhos se tem em termos de negócio.

Software fechado é criado para alcançar os planos de negócio de seu fabricante. Criado através de
um conjunto limitado (equipe, tempo, testes, etc) de desenvolvimento que quase sempre tem pré-
conhecimento limitado do que o cliente precisa. Evoluções e atualizações somente virão quando
isto fizer parte da estratégia de negócio da empresa e acompanhadas de encargos.

Software livre, por outro lado, é criado para atender as necessidades reais de seus usuários. É
criado inicialmente por um grupo que compartilha o desenvolvimento com uma comunidade
envolvida com a melhoria dele. Dentro desta comunidade estão representantes de organizações
onde o software é alternativa utilizada. Nesta trilha, o software pode ser enriquecido sempre que
houver a demanda por parte de seus usuários que inclusive podem alterá-lo e repassa-lo para a
comunidade criando uma sequência contínua de evoluções e num ritmo maior que o possível com
alternativas proprietárias.

Com software livre o código fonte do software não é mais um segredo guardado a sete chaves e o
suporte não é mais um acordo de dependência com uma única fonte. Transforma-se a atividade de
suporte num campo mais competitivo. Além disso, existe a preciosa possibilidade de alteração do
código para atender à demandas específicas ou customizações particulares, logo a opção pelo SL
normalmente implica em gastos maiores com desenvolvimento. O preço do software cai
vertiginosamente mas o custo com software não reduz na mesma escala. Alternativas em free
software alteram radicalmente o panorama de TI na área de servidores de aplicações corporativas.
O papel do usuário e da área de TI aumenta muito com o crescente controle que eles assumem
diante das suas soluções.

Muitas das corporações que oferecem soluções de software viram no Linux a opção de plataforma
segura, robusta e estável para ser oferecida sob a bandeira de redução do TCO. O mercado tem
sido implacável com ineficiências e disperdícios nas organizações. Um grande diferencial para o
Linux é a possibilidade de execução em plataformas diversas de hardware viabilizando
equipamentos outrora considerados obsoletos. Neste cenário, plataformas ia32 de baixo custo
podem vir a se tornar servidores importantes, terreno onde anteriormente o domínio absoluto era
de grandes servidores RISC ou Mainframes. Note que, o Linux pode, inclusive, rodar em muitas das
opções de arquitetura RISC e mesmo em alguns Mainframes. Assim, os custos de
operação/manutenção de sistema operacional podem baixar mantendo um único como padrão.

Dentro do ambiente corporativo, algumas tendências diretamente relacionadas com o Linux são
claras:
1 - Segurança – a preocupação com hacking e ataques de vírus geram custos a mais. No Linux a
incidência de problemas com vírus é quase nula em função do ambiente nativamente hostil a
vírus. Para qualquer execução no ambiente Linux devem existir privilégios. Estes privilégios são
oferecidos com base no conjunto de usuários da máquina e normalmente são limitados pela
administração do sistema. No Linux, o tempo de permanência de binários é muito menor que o no
Windows. A maioria dos softwares para Linux são livres criando um ambiente onde é difícil um
vírus se esconder e não ser notado. A cada recompilação (processo usual no Linux) reduzem-se as
chances de código indesejado ser embutido nos executáveis. A informação e as correções sobre
ataques externos feitos com base em falhas e brechas de sistemas são mais rapidamente
divulgados pela comunidade do software livre permitindo a rápida tomada de providências.

2 - Confiabilidade e Estabilidade dos Sistemas – O sistema Linux é robusto. Herdeiro direto do
UNIX no mundo ia32, ele oferece características de estabilidade que advém do próprio sistema
UNIX, conhecido pela confiabilidade em aplicações de missão crítica. Com o tempo, o próprio Linux
adquiriu identidade e criou características próprios que o diferem até mesmo das modernas
versões UNIX como o amplo suporte a módulos do kernel e possibilidade de execução fácil de
máquinas virtuais. Por outro lado, no mundo corporativo, aplicações tradicionalmente nao-críticas
como aplicações colaborativas e serviços de correio eletrônico agora tem status de aplicação de
missão crítica exigindo a mesma atenção.

3 - Escalabilidade e Consolidação de Fabricantes – No mundo corporativo escalabilidade
significa crescer sem maiores custos. Isto faz bastante sentido no Linux. A diversidade de
plataformas suportadas e a facilidade de integração de arquiteturas diferentes rodando Linux faz
dele alternativa para sistemas que irão crescer sem embutir custos significativos, seja por causa
da diversidade de fornecedores ou seja por causa dos serviços de migração e suporte necessários.

6 – Menores custos – São um requisito permanente que pode ser importante na adoção do Linux,
principalmente em função da ausência do alto custo incremental em gastos com licenciamento.
Isto é muito desejável em projetos que envolvam muitas instâncias computacionais como soluções
para clientes como redes de lojas, hotéis e pontos de venda e similares. Outros argumentos a favor
de redução de custos são demonstrados adiante.

                     Suporte por baixo - Plataformas de hardware suportadas

O Linux roda num conjunto respeitável de platafomas (386/486/Pentium com barramentos ISA,
EISA, PCI e VLB, Itanium 64 bits, AMD também, arquiteturas SPARC da SUN, Alpha, Motorola 680x0,
MIPS, ARM, cris, powerPC e até Mainframes s390x e superHitachi, e alguns tipos de
microcontroladores e até palmtops).

                       Competência em Mão-de-obra para Plataforma Linux

A competência Linux em recursos humanos é cada vez mais valorizada. Com o Linux pode-se
aproveitar conhecimentos de profissionais que já se tem em casa. Existe um número crescente de
profissionais de TI já nascidos sob a legenda do software livre e seu patamar de ambiente aberto e
confiável. Muitos dos novos profissionais já vem do ambiente acadêmico imersos no sistema Linux
que tem ampla aceitação e utilização em ambientes educacionais. Se existe uma área onde o
Linux domina é nas universidades e no meio científico. Muitas das disciplinas técnicas que exigem
“escovação de bits” usam como ambiente de estudo o Linux. A grande parte destes alunos já teve
a oportunidade de trabalhar mais a fundo com o sistema nas próprias tarefas dos cursos. Estes
futuros profissionais não sentirão tanto o choque em trabalhar neste ambiente que outros que
estão acostumados com outras opções proprietárias. Por outro lado, o conhecimento necessário
pode ser adquirido de várias formas, mesmo através do treinamento informal com grupos de
usuários ou até mesmo sozinho – basta somente hardware disponível!. As opções de treinamento
não estão mais limitadas aos programas de capacitação criados pelos detentores da tecnologia o
que cria mais um vínculo difícil de se livrar e oneroso para a organização.

Os cursos e exames para certificações Linux custam em média a metade do preço dos demais
sistemas. Muitas das relações do mercado exigem a formalização do conhecimento profissional
(nos editais, nos contratos de prestação de seviços, etc). Isto também pode ser feito com o Linux e
já é oferecido num conjunto de certificações que seguem um caminho de aceitação e credibilidade
a ser dado pelo mercado.
Se arcar com a equipe interna de TI não for uma alternativa viável, existe a possibilidade de
contratação do serviço em modalidades como outsourcing. Várias empresas oferecem expertise
em Linux e podem treinar pessoas, instalar o ambiente, dar suporte ou até administrá-lo.

                              O GNU/Linux no ambiente corporativo

Se diz que o Linux não está pronto para o ambiente corporativo por que lhe falta o suporte do
fabricante e por causa do seu processo de constantes atualizações de kernel. A idéia de estar só
num mundo sem suporte assusta muito os decisores em TI porém já foi visto que o suporte ao
Linux já é algo viável como serviço contratado ou como estratégia interna capacitanto o pessoal de
TI no ambiente.

Qualquer um dos sistemas operacionais em operação exige em maior ou menor escala o trabalho
de atualizações de software. O Linux não é exceção. Existem opções de atualização do Linux
automáticas via Internet ou programas de versões Linux “Enterprise” (com maior suporte e índices
de SLA para atendimento) que garantem todo o suporte não só no processo de atualizações como
na administração do mesmo.

Para atuar no mundo corporativo o Linux deve ser embasado pelos grandes “players” do negócio.
Empresas como Itautec, IBM, Dell, Oracle, HP, Fujitsu, Tivoli, SAP, Peoplesoft (que recentemente
adquiriu a JDEdwards) tem oferecido o sistema linux de uma forma ou de outra como parte de suas
soluções. Além disso o governo brasileiro tem sinalizado explícitamente em favor da adoção do SL
nos espaços onde ele faz sentido na máquina governamental. Para verificar isso basta checar
quantos eventos abordando o tema software livre e Linux foram realizados no segundo semestre
de 2003 no Brasil. Está clara a atenção que o mercado e o governo estão dispensando ao assunto.
Isto por que ele extrapola a discussão técnica e atinge a questão estratégica de posse de
tecnologias e controle das mesmas.

Se constuma dizer que a aceitação do Linux nas empresa passará por 3 fases:
Numa primeira o Linux teria a credibilidade corporativa em serviços de rede.
Numa segunda, o Linux ganharia raízes principalmente em serviços WEB e plataformas em
Clusters diante do custo das alternativas com Windows e UNIX.
E numa terceira etapa ele seria largamente adotado no ambiente de servidores como opção
madura e difundida.

Neste processo, complexidade e falta de competência no mercado poderiam atrasar a adoção em
larga escala. Mas isso não é o que se vê. Estamos em algum ponto entre a segunda e a terceira
fase.

Muitas empresas (BMW, Daimler-Chrysler, FIAT, Boeing, SAP compilações R3) migraram para linux
em soluções de cluster, uma tecnologia estabelecida e provada sem a necessidade de mudança de
aplicações para o cluster e usufruindo imediatamente de benefícios como load balancing e fácil
gerenciamento.

Ao se encontrar a dúvida sobre a adoção do sistema as empresas não tem muito o que variar.
Proceder o levantamento da base instalada e realizar comparativo com as soluções livres são itens
essenciais.

                                        Como está hoje?

É fácil perceber que aumentou a penetração de tecnologias baseadas em software livre no
Mercado corporativo. Uma das vantagens é a característica modular do sistema. Aplicações sobre
Linux normalmente tem requisitos menores de hardware por que o sistema utiliza melhor os
recursos das máquinas e pode desabilitar funções não desejadas de maneira fácil. Itens que
podem onerar o processamento como ambientes gráficos nem sempre fazem sentido em
servidores de aplicações corporativas e podem ser facilmente desabilitados nos servidores com
Linux.

A presença do Linux em servidores em 2003 cresceu 41% em relação a 2002 (Revista do Linux abr/
2003). Segundo a FIESP, 54% das grandes empresa de SP usam o Linux e de acordo com a
Business Week, 39% das grandes corporações utilizam o Linux de alguma forma. Dentro da
categoria de portais corporativos 20% são Linux (Meta group 2002 – Info exame agosto 2003).

Num estudo recente da Forrester Research, descobriu-se que 25% dos CIO´s estavam em processo
de substituição de Windows por Linux. Porém as mudanças não pretendem ser imediatas e totais.
Muitos custos estão envolvidos no trabalho de migração e treinamento na nova plataforma. O
software é livre mas não sai de graça.

Segundo a pesquisa feita na IT Conference (na Bahia em setembro de 2003), os custos de
capacitação (que são feitos uma única vez) são da ordem de 30% dos custos de licenciamento de
software proprietário durante 1 ano. O tempo de downtime, segundo a pesquisa, mostrou que o
tempo apresentado pelo Linux é menor que o apresentado pelo Windows. Nas medições feitas com
aplicações de infraestrutura WEB para groupware e bancos de dados, o Linux (distribuição United
Linux) se apresentou 74% mais estável que o Windows. A economia com alta disponibilidade foi
calculada em até 72% com a utilização viável de plataformas de hardware mais antigas.

Em abril de 2003, na Microsiga (empresa brasileira de soluções de sistemas de gestão) 10% dos
negócios fechados foram em plataformas Linux.

Empresas de porte já usam o Linux em seus servidores. Alguns exemplos podem ser listados:
empresas varejistas como Renner, Colombo e Marisa (em definição da solução), Casas Bahia,
Citibank, o Metrô de SP, o UOL, Splice do Brasil, Unibanco, Supermercados Angeloni – SC, 3WT,
Phoenix Seguradora – MG, Amazon, Google, só para citar algumas.

Além disso, é grande a aceitação do Linux em órgãos de governo onde se tem a mesma
experiência: o governo do RS em várias esferas (procempa, procergs, etc), a prefeitura SP, a
Marinha e o Exército brasileiros, e outras fora as várias instituições educacionais do estado.

Fatos como a adoção em alguns governos da Europa como na Espanha (Extremadura e outras
regiões) e na Alemanha ajudam a perceber o alcance da alternativa. Neste último, a prefeitura de
Munique resolveu mudar aproximadamente 14000 computadores do sistema Windows para
versões Linux. Foi notória a tentativa de Steve Balmer (CEO – M$) mudar a opinião da prefeitura de
Munique através de descontos para os produtos M$. O próprio Balmer reconheceu através de um
memo interno da M$ que o Linux e o movimento do software livre são um desafio competitivo a
vencer (Zdnet – Junho). Por outro lado, foi deixado claro que boas idéias inerentes do mundo do
software livre podem ser incorporadas no processo de software fechado como a prévia divulgação
de versões de software para feedback da comunidades de usuários.

Os fatos demonstram que a iniciativa freesoftware não passa tão desapercebida dos grandes do
software fechado. A própria Microsoft está definindo sua estratégia de abertura do código de
alguns dos seus produtos para clientes “exigentes” como governos que querem ver exatamente o
que o código dos programas está fazendo nas máquinas deles.

Há ainda as instituições que adotam o sistema Linux como alternativa patriótica evitando a evasão
de capitais do país na forma de licenças pagas. Investindo em plataforma livre, pode-se gerar mais
empregos e oportunidades com divisas que ficam no país. Uma das opções de negócio que
aparece forte é a prestação de serviços.

Se ainda formos falar da presença do Linux nos desktops temos uma situação ainda modesta mas
outras opções de software livre para servidores como o Apache já tem o reconhecimento e
dominam sua área. Mais de 64% dos servidores WEB na Internet usam Apache (Netcraft – info
exame setembro 2003).


               Suporte por cima – Aplicações Corporativas que rodam sobre Linux

Se analisarmos o que está mais presente nos servidores corporativos, encontraremos softwares
dentre as seguintes linhas: os colaboration suites (integração de correio, calendários-agendas,
espaço virtual, conferência via WEB) e groupware, aplicativos em bancos de dados, os application
servers, sistemas ERP e CRM, sistemas de datawarehouse, BI - business inteligence, sistemas
gerenciadores de workflow, sistemas de gerenciamento de TI e telecomunicações e Sistemas de
gerenciamento para governo – e-government.

Dentro das escolhas tradicionais do mercado para aplicações corporativas muitas já oferecem
versões para o sistema GNU/Linux: Oracle 9i (várias versões inclusive RAC), SAP R/3, DB2 (IBM),
PeopleSoft (suporta servidores WEB sobre linux RH73), Tivoli, e outras. Além disso, várias
companhias estão oferecendo suporte direto para Linux rodando nas suas máquinas, como a
Itautec, HP, SUN, IBM e SGI.

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Por que o Linux é uma boa opção para aplicações corporativas

  • 1. Posso confiar no Linux para rodar minhas aplicações corporativas ? Prof. Mauro Tapajós Santos UCB - Universidade Católica de Brasília Projeto CESMIC
  • 2. O Linux está ficando incrivelmente difícil de ser ignorado. Antes de completar este artigo fiz uma retrospectiva de várias publicaçoes periódicas de TI técnicas e de negócios durante 2003 e o sistema do pinguim estava sempre, no mínimo, citado na maior parte delas. Toda a discussão em torno do movimento do software livre e suas vantagens já chegou há muito tempo nas corporações. Mas o que pode ser entendido como vantagem na adoção do sistema do pingüim nas empresas, mais especificamente nos servidores que rodam aplicações corporativas? A discussão da alternativa GNU/Linux (chamado de aqui em diante somente de Linux) passa por alguma análise das características da adoção do software livre e da reação que está causando no mercado e na discussão dos ambientes de TI. O movimento do software livre – Aspectos a serem levados em conta no ambiente corporativo O GNU/Linux é somente parte do debate sobre o movimento do software livre. É o software que apareceu à frente no front em função de ser o kernel de um sistema operacional, tradicionalmente a parte de software mais importante do ponto de vista funcional da máquina. O que diferencia as várias distribuições Linux é o conjunto de software que acompanha o kernel e as alterações aplicadas neste kernel. Várias distribuições já tem longo tempo de estrada e oferecem conjuntos de aplicativos para instalação, configuração e suporte do mesmo nível de sistemas comerciais. Muitos dos que se situam contrários à adoção corporativa ao Linux parecem ter suas próprias ofertas de softwares corporativos. Na realidade, o que se deve avaliar é se a opção software livre (mais especificamente o GNU/Linux) tem espaço e faz sentido em ambiente corporativo. Onde ele pode ser usado e que ganhos se tem em termos de negócio. Software fechado é criado para alcançar os planos de negócio de seu fabricante. Criado através de um conjunto limitado (equipe, tempo, testes, etc) de desenvolvimento que quase sempre tem pré- conhecimento limitado do que o cliente precisa. Evoluções e atualizações somente virão quando isto fizer parte da estratégia de negócio da empresa e acompanhadas de encargos. Software livre, por outro lado, é criado para atender as necessidades reais de seus usuários. É criado inicialmente por um grupo que compartilha o desenvolvimento com uma comunidade envolvida com a melhoria dele. Dentro desta comunidade estão representantes de organizações onde o software é alternativa utilizada. Nesta trilha, o software pode ser enriquecido sempre que houver a demanda por parte de seus usuários que inclusive podem alterá-lo e repassa-lo para a comunidade criando uma sequência contínua de evoluções e num ritmo maior que o possível com alternativas proprietárias. Com software livre o código fonte do software não é mais um segredo guardado a sete chaves e o suporte não é mais um acordo de dependência com uma única fonte. Transforma-se a atividade de suporte num campo mais competitivo. Além disso, existe a preciosa possibilidade de alteração do código para atender à demandas específicas ou customizações particulares, logo a opção pelo SL normalmente implica em gastos maiores com desenvolvimento. O preço do software cai vertiginosamente mas o custo com software não reduz na mesma escala. Alternativas em free software alteram radicalmente o panorama de TI na área de servidores de aplicações corporativas. O papel do usuário e da área de TI aumenta muito com o crescente controle que eles assumem diante das suas soluções. Muitas das corporações que oferecem soluções de software viram no Linux a opção de plataforma segura, robusta e estável para ser oferecida sob a bandeira de redução do TCO. O mercado tem sido implacável com ineficiências e disperdícios nas organizações. Um grande diferencial para o Linux é a possibilidade de execução em plataformas diversas de hardware viabilizando equipamentos outrora considerados obsoletos. Neste cenário, plataformas ia32 de baixo custo podem vir a se tornar servidores importantes, terreno onde anteriormente o domínio absoluto era de grandes servidores RISC ou Mainframes. Note que, o Linux pode, inclusive, rodar em muitas das opções de arquitetura RISC e mesmo em alguns Mainframes. Assim, os custos de operação/manutenção de sistema operacional podem baixar mantendo um único como padrão. Dentro do ambiente corporativo, algumas tendências diretamente relacionadas com o Linux são claras:
  • 3. 1 - Segurança – a preocupação com hacking e ataques de vírus geram custos a mais. No Linux a incidência de problemas com vírus é quase nula em função do ambiente nativamente hostil a vírus. Para qualquer execução no ambiente Linux devem existir privilégios. Estes privilégios são oferecidos com base no conjunto de usuários da máquina e normalmente são limitados pela administração do sistema. No Linux, o tempo de permanência de binários é muito menor que o no Windows. A maioria dos softwares para Linux são livres criando um ambiente onde é difícil um vírus se esconder e não ser notado. A cada recompilação (processo usual no Linux) reduzem-se as chances de código indesejado ser embutido nos executáveis. A informação e as correções sobre ataques externos feitos com base em falhas e brechas de sistemas são mais rapidamente divulgados pela comunidade do software livre permitindo a rápida tomada de providências. 2 - Confiabilidade e Estabilidade dos Sistemas – O sistema Linux é robusto. Herdeiro direto do UNIX no mundo ia32, ele oferece características de estabilidade que advém do próprio sistema UNIX, conhecido pela confiabilidade em aplicações de missão crítica. Com o tempo, o próprio Linux adquiriu identidade e criou características próprios que o diferem até mesmo das modernas versões UNIX como o amplo suporte a módulos do kernel e possibilidade de execução fácil de máquinas virtuais. Por outro lado, no mundo corporativo, aplicações tradicionalmente nao-críticas como aplicações colaborativas e serviços de correio eletrônico agora tem status de aplicação de missão crítica exigindo a mesma atenção. 3 - Escalabilidade e Consolidação de Fabricantes – No mundo corporativo escalabilidade significa crescer sem maiores custos. Isto faz bastante sentido no Linux. A diversidade de plataformas suportadas e a facilidade de integração de arquiteturas diferentes rodando Linux faz dele alternativa para sistemas que irão crescer sem embutir custos significativos, seja por causa da diversidade de fornecedores ou seja por causa dos serviços de migração e suporte necessários. 6 – Menores custos – São um requisito permanente que pode ser importante na adoção do Linux, principalmente em função da ausência do alto custo incremental em gastos com licenciamento. Isto é muito desejável em projetos que envolvam muitas instâncias computacionais como soluções para clientes como redes de lojas, hotéis e pontos de venda e similares. Outros argumentos a favor de redução de custos são demonstrados adiante. Suporte por baixo - Plataformas de hardware suportadas O Linux roda num conjunto respeitável de platafomas (386/486/Pentium com barramentos ISA, EISA, PCI e VLB, Itanium 64 bits, AMD também, arquiteturas SPARC da SUN, Alpha, Motorola 680x0, MIPS, ARM, cris, powerPC e até Mainframes s390x e superHitachi, e alguns tipos de microcontroladores e até palmtops). Competência em Mão-de-obra para Plataforma Linux A competência Linux em recursos humanos é cada vez mais valorizada. Com o Linux pode-se aproveitar conhecimentos de profissionais que já se tem em casa. Existe um número crescente de profissionais de TI já nascidos sob a legenda do software livre e seu patamar de ambiente aberto e confiável. Muitos dos novos profissionais já vem do ambiente acadêmico imersos no sistema Linux que tem ampla aceitação e utilização em ambientes educacionais. Se existe uma área onde o Linux domina é nas universidades e no meio científico. Muitas das disciplinas técnicas que exigem “escovação de bits” usam como ambiente de estudo o Linux. A grande parte destes alunos já teve a oportunidade de trabalhar mais a fundo com o sistema nas próprias tarefas dos cursos. Estes futuros profissionais não sentirão tanto o choque em trabalhar neste ambiente que outros que estão acostumados com outras opções proprietárias. Por outro lado, o conhecimento necessário pode ser adquirido de várias formas, mesmo através do treinamento informal com grupos de usuários ou até mesmo sozinho – basta somente hardware disponível!. As opções de treinamento não estão mais limitadas aos programas de capacitação criados pelos detentores da tecnologia o que cria mais um vínculo difícil de se livrar e oneroso para a organização. Os cursos e exames para certificações Linux custam em média a metade do preço dos demais sistemas. Muitas das relações do mercado exigem a formalização do conhecimento profissional (nos editais, nos contratos de prestação de seviços, etc). Isto também pode ser feito com o Linux e já é oferecido num conjunto de certificações que seguem um caminho de aceitação e credibilidade a ser dado pelo mercado.
  • 4. Se arcar com a equipe interna de TI não for uma alternativa viável, existe a possibilidade de contratação do serviço em modalidades como outsourcing. Várias empresas oferecem expertise em Linux e podem treinar pessoas, instalar o ambiente, dar suporte ou até administrá-lo. O GNU/Linux no ambiente corporativo Se diz que o Linux não está pronto para o ambiente corporativo por que lhe falta o suporte do fabricante e por causa do seu processo de constantes atualizações de kernel. A idéia de estar só num mundo sem suporte assusta muito os decisores em TI porém já foi visto que o suporte ao Linux já é algo viável como serviço contratado ou como estratégia interna capacitanto o pessoal de TI no ambiente. Qualquer um dos sistemas operacionais em operação exige em maior ou menor escala o trabalho de atualizações de software. O Linux não é exceção. Existem opções de atualização do Linux automáticas via Internet ou programas de versões Linux “Enterprise” (com maior suporte e índices de SLA para atendimento) que garantem todo o suporte não só no processo de atualizações como na administração do mesmo. Para atuar no mundo corporativo o Linux deve ser embasado pelos grandes “players” do negócio. Empresas como Itautec, IBM, Dell, Oracle, HP, Fujitsu, Tivoli, SAP, Peoplesoft (que recentemente adquiriu a JDEdwards) tem oferecido o sistema linux de uma forma ou de outra como parte de suas soluções. Além disso o governo brasileiro tem sinalizado explícitamente em favor da adoção do SL nos espaços onde ele faz sentido na máquina governamental. Para verificar isso basta checar quantos eventos abordando o tema software livre e Linux foram realizados no segundo semestre de 2003 no Brasil. Está clara a atenção que o mercado e o governo estão dispensando ao assunto. Isto por que ele extrapola a discussão técnica e atinge a questão estratégica de posse de tecnologias e controle das mesmas. Se constuma dizer que a aceitação do Linux nas empresa passará por 3 fases: Numa primeira o Linux teria a credibilidade corporativa em serviços de rede. Numa segunda, o Linux ganharia raízes principalmente em serviços WEB e plataformas em Clusters diante do custo das alternativas com Windows e UNIX. E numa terceira etapa ele seria largamente adotado no ambiente de servidores como opção madura e difundida. Neste processo, complexidade e falta de competência no mercado poderiam atrasar a adoção em larga escala. Mas isso não é o que se vê. Estamos em algum ponto entre a segunda e a terceira fase. Muitas empresas (BMW, Daimler-Chrysler, FIAT, Boeing, SAP compilações R3) migraram para linux em soluções de cluster, uma tecnologia estabelecida e provada sem a necessidade de mudança de aplicações para o cluster e usufruindo imediatamente de benefícios como load balancing e fácil gerenciamento. Ao se encontrar a dúvida sobre a adoção do sistema as empresas não tem muito o que variar. Proceder o levantamento da base instalada e realizar comparativo com as soluções livres são itens essenciais. Como está hoje? É fácil perceber que aumentou a penetração de tecnologias baseadas em software livre no Mercado corporativo. Uma das vantagens é a característica modular do sistema. Aplicações sobre Linux normalmente tem requisitos menores de hardware por que o sistema utiliza melhor os recursos das máquinas e pode desabilitar funções não desejadas de maneira fácil. Itens que podem onerar o processamento como ambientes gráficos nem sempre fazem sentido em servidores de aplicações corporativas e podem ser facilmente desabilitados nos servidores com Linux. A presença do Linux em servidores em 2003 cresceu 41% em relação a 2002 (Revista do Linux abr/ 2003). Segundo a FIESP, 54% das grandes empresa de SP usam o Linux e de acordo com a
  • 5. Business Week, 39% das grandes corporações utilizam o Linux de alguma forma. Dentro da categoria de portais corporativos 20% são Linux (Meta group 2002 – Info exame agosto 2003). Num estudo recente da Forrester Research, descobriu-se que 25% dos CIO´s estavam em processo de substituição de Windows por Linux. Porém as mudanças não pretendem ser imediatas e totais. Muitos custos estão envolvidos no trabalho de migração e treinamento na nova plataforma. O software é livre mas não sai de graça. Segundo a pesquisa feita na IT Conference (na Bahia em setembro de 2003), os custos de capacitação (que são feitos uma única vez) são da ordem de 30% dos custos de licenciamento de software proprietário durante 1 ano. O tempo de downtime, segundo a pesquisa, mostrou que o tempo apresentado pelo Linux é menor que o apresentado pelo Windows. Nas medições feitas com aplicações de infraestrutura WEB para groupware e bancos de dados, o Linux (distribuição United Linux) se apresentou 74% mais estável que o Windows. A economia com alta disponibilidade foi calculada em até 72% com a utilização viável de plataformas de hardware mais antigas. Em abril de 2003, na Microsiga (empresa brasileira de soluções de sistemas de gestão) 10% dos negócios fechados foram em plataformas Linux. Empresas de porte já usam o Linux em seus servidores. Alguns exemplos podem ser listados: empresas varejistas como Renner, Colombo e Marisa (em definição da solução), Casas Bahia, Citibank, o Metrô de SP, o UOL, Splice do Brasil, Unibanco, Supermercados Angeloni – SC, 3WT, Phoenix Seguradora – MG, Amazon, Google, só para citar algumas. Além disso, é grande a aceitação do Linux em órgãos de governo onde se tem a mesma experiência: o governo do RS em várias esferas (procempa, procergs, etc), a prefeitura SP, a Marinha e o Exército brasileiros, e outras fora as várias instituições educacionais do estado. Fatos como a adoção em alguns governos da Europa como na Espanha (Extremadura e outras regiões) e na Alemanha ajudam a perceber o alcance da alternativa. Neste último, a prefeitura de Munique resolveu mudar aproximadamente 14000 computadores do sistema Windows para versões Linux. Foi notória a tentativa de Steve Balmer (CEO – M$) mudar a opinião da prefeitura de Munique através de descontos para os produtos M$. O próprio Balmer reconheceu através de um memo interno da M$ que o Linux e o movimento do software livre são um desafio competitivo a vencer (Zdnet – Junho). Por outro lado, foi deixado claro que boas idéias inerentes do mundo do software livre podem ser incorporadas no processo de software fechado como a prévia divulgação de versões de software para feedback da comunidades de usuários. Os fatos demonstram que a iniciativa freesoftware não passa tão desapercebida dos grandes do software fechado. A própria Microsoft está definindo sua estratégia de abertura do código de alguns dos seus produtos para clientes “exigentes” como governos que querem ver exatamente o que o código dos programas está fazendo nas máquinas deles. Há ainda as instituições que adotam o sistema Linux como alternativa patriótica evitando a evasão de capitais do país na forma de licenças pagas. Investindo em plataforma livre, pode-se gerar mais empregos e oportunidades com divisas que ficam no país. Uma das opções de negócio que aparece forte é a prestação de serviços. Se ainda formos falar da presença do Linux nos desktops temos uma situação ainda modesta mas outras opções de software livre para servidores como o Apache já tem o reconhecimento e dominam sua área. Mais de 64% dos servidores WEB na Internet usam Apache (Netcraft – info exame setembro 2003). Suporte por cima – Aplicações Corporativas que rodam sobre Linux Se analisarmos o que está mais presente nos servidores corporativos, encontraremos softwares dentre as seguintes linhas: os colaboration suites (integração de correio, calendários-agendas, espaço virtual, conferência via WEB) e groupware, aplicativos em bancos de dados, os application servers, sistemas ERP e CRM, sistemas de datawarehouse, BI - business inteligence, sistemas
  • 6. gerenciadores de workflow, sistemas de gerenciamento de TI e telecomunicações e Sistemas de gerenciamento para governo – e-government. Dentro das escolhas tradicionais do mercado para aplicações corporativas muitas já oferecem versões para o sistema GNU/Linux: Oracle 9i (várias versões inclusive RAC), SAP R/3, DB2 (IBM), PeopleSoft (suporta servidores WEB sobre linux RH73), Tivoli, e outras. Além disso, várias companhias estão oferecendo suporte direto para Linux rodando nas suas máquinas, como a Itautec, HP, SUN, IBM e SGI.