i. A moeda evoluiu de grãos estocados em celeiros para metais preciosos cunhados, e posteriormente para papel-moeda e moedas fiduciárias.
ii. A China pré-moderna foi pioneira no uso de papel-moeda como um meio de pagamento mais leve do que moedas de cobre.
iii. Atualmente nenhum país usa o padrão-ouro e a maioria das moedas são moedas fiduciárias não lastreadas em metais, como o dólar americano.
1. Moeda
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Para outros significados, veja Moeda (desambiguação).
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v • e
Moeda é o meio pelo qual são efetuadas as transações monetárias. É todo ativo que
constitua forma imediata de solver débitos, com aceitabilidade geral e disponibilidade
imediata, e que confere ao seu titular um direito de saque sobre o produto social.
É importante perceber que existem diferentes definições de “moeda”:
i. o dinheiro, que constitui as notas (geralmente em papel);
ii. a moeda (a peça metálica);
iii. a moeda bancária ou escritural, admitidas em circulação; e,
iv. a moeda no sentido mais amplo, que significa o dinheiro em circulação, a moeda
nacional.
Em geral, a moeda é emitida e controlada pelo governo do país, que é o único que pode
fixar e controlar seu valor. O dinheiro está associado a transações de baixo valor; a moeda
(no sentido aqui tratado), por sua vez, tem uma definição mais abrangente, já que engloba,
mesmo no seu agregado mais líquido (M1), não só o dinheiro, mas também
o valor depositado em contas correntes.
Índice
[esconder]
1 Etimologia
2. 2 História
o 2.1 Moeda antiga
o 2.2 Cunhagem
o 2.3 Papel-moeda
o 2.4 Era das cédulas
3 Moedas modernas
4 Controle e produção
5 Agregados monetários
6 Funções da moeda
7 A moeda como um bem
8 Oferta de moeda
9 Demanda por moeda
10 Teoria quantitativa da moeda
11 Divisão da moeda
12 Ver também
13 Referências
14 Fontes
15 Ligações externas
Etimologia[editar | editar código-fonte]
Juno Moneta, um epíteto da deusa romana Juno, era a protetora dos recursos financeiros.
Por conta disto, todas as moedas da Roma Antiga foram cunhadas em seu templo,
oTemplo de Juno Moneta, que ficava no cume do Monte Capitolino, em Roma, por quatro
séculos, até finalmente o local ser alterado para um outro, próximo do Coliseu, durante o
reinado de Domiciano1 .
Assim, moneta passou a significar "casa da moeda" em latim, um termo utilizado em obras
de escritores antigos como Ovídio, Marcial, Juvenal e Cícero. O termo também está na raiz
de vários termos financeiros em língua portuguesa, como "monetário" e "moeda".
Cícero sugere que o nome deriva do verbo "monere" ("avisar", "alertar"), pois, durante
um terremoto, uma voz vinda deste templo teria exigido o sacrifício expiatório de
umaporca grávida, uma referência à antiga lenda romana de que os gansos sagrados de
Juno teriam alertado o comandante Marco Mânlio Capitolino sobre o avanço
dos gaulesesem 390 a.C.2 . Moneta é também o nome utilizado para Mnemósine, mãe
das musas, por Lívio Andrônico em sua tradução da Odisseia, e também por Higino, que
cita Júpiter e Moneta como pais das musas. O nome "Mnemósine" ("memória") estava
ligado a Juno Moneta, que mantinha em seu templo um minucioso registro dos eventos
históricos2 . Devido à vizinhança do templo com a casa onde se cunhavam os denários, as
moedas tomaram esse nome ("dinheiro")3 .
História[editar | editar código-fonte]
A antiga moeda de Yap era composta por pedras gigantes
3. Moeda antiga[editar | editar código-fonte]
Conchas sendo usadas como dinheiro por um comerciante árabe.
A moeda evoluiu a partir de duas inovações básicas, que ocorreram por volta de 2.000
a.C. Originalmente, o dinheiro era uma forma de recebimento, representando grãos
estocados em celeiros de templos na Suméria4 , na Mesopotâmia, então Antigo Egito.
Esse primeiro estágio da moeda, no qual os metais eram usados para representar reserva
de valor e símbolos para representar mercadorias, formou a base do comércio
no Crescente Fértil por mais de 1500 anos. No entanto, o colapso do sistema comercial do
Oriente Próximo apontou uma falha: em uma era na qual não havia nenhum lugar que era
seguro para estocar valor, o valor de um meio circulante poderia ser apenas tão bom
quanto as forças que defendiam aquela reserva. O comércio poderia alcançar no máximo
a credibilidade do uso da força militar. No final da Idade do Bronze, no entanto, uma série
de tratados internacionais estabeleceram uma passagem segura para os mercantes ao
redor do Mediterrâneo oriental, se espalhando a partir da Creta minoica e Micenas no
noroeste de Elam e sudeste de Bahrein. Apesar de não se saber o que funcionava como
uma moeda para facilitar essas trocas, sabe-se que couro de boi em forma de lingotes de
cobre, produzidos no Chipre, podem ter funcionado como uma moeda. É sabido que o
aumento da pirataria e invasões associadas ao colapso da Idade do Bronze,
possivelmente produzidas pelos Povos do Mar, trouxeram esse sistema comercial ao fim.
Foi apenas com a recuperação do comércio fenício no séculos IX e X a.C. que houve um
retorno à prosperidade, e o surgimento da cunhagem real, possivelmente primeiro
na Anatólia, por Creso,rei da Lídia, e subsequentemente pelos gregos e persas. Na África,
muitas formas de reserva de valor foram usadas, incluindo grânulos, lingotes, marfim,
várias formas de armas, gado, a moeda manilla, ocre e outros óxidos da terra, entre
outras. Os anéis de manilla da África Ocidental foram uma das moedas usadas a partir do
século XI em diante ara comprar e vender escravos. A moeda africana ainda é notável por
sua variedade, sendo que em muitos lugares diferentes formas de escambo ainda existem.
Cunhagem[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Moeda (peça metálica)
Esses fatores levaram à mudança da reserva do valor para o próprio metal: primeiro a
prata, depois tanto a prata quanto o ouro. Os metais eram extraídos, pesados e
estampados em moedas. Isto era para assegurar que o indivíduo que recebesse a moeda
estava obtendo um peso conhecido do metal precioso. As moedas podiam ser falsificadas,
mas elas também criaram uma nova unidade de conta, que ajudava a lidar com os bancos.
O princípio de Arquimedes forneceu a ligação seguinte: as moedas agora poderiam ser
facilmente testadas pela sua finura e peso do metal, e assim o valor de uma moeda
poderia ser determinado, mesmo se ela tivesse sido raspada, degradada ou adulterada
(ver Numismática).
Na maior parte das grandes economias que usavam moedas, o cobre, a prata e o ouro
formavam três níveis de moedas. As moedas de ouro eram usadas para grandes
transações, pagamento aos militares e apoio às atividades do estado. As moedas de prata
eram usadas para transações de médio porte e como uma unidade conta para impostos,
direitos e contratos, enquanto as moedas de cobre representavam a cunhagem para
transações comuns. Este sistema foi utilizado na Índia antiga desde a época
4. deMahajanapadas. Na Europa, este sistema funcionou no período medieval pois não
existia quase nenhum ouro, prata e cobre novos introduzidos pela mineração ou conquista.
Assim, as razões gerais das três moedas permaneciam aproximadamente equivalentes.
Papel-moeda[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Papel-moeda
Na China pré-moderna, a necessidade de crédito e de um meio circulante que fosse um
fardo menos pesado que a troca de milhares de moedas de cobre levou à introdução
dopapel-moeda. Este fenômeno econômico foi um processo lento e gradual que ocorreu a
partir do final da Dinastia Tang (618-907) até a Dinastia Song (960-1279). Ele começou
como um meio de os mercadores trocarem moedas pesadas por notas fiscais de depósitos
emitidos como notas promissórias de lojas de atacados, notas que eram válidas para uso
temporário em um pequeno território regional. No século X, o governo da Dinastia
Song começou a circular essas notas entre os comerciantes em sua
indústriamonopolizada do sal. O governo Song garantia a algumas lojas o direito único de
emitir papel-moeda, e no começo do século XII o governo finalmente assumiu essas lojas
para produzir moeda do Estado. No entanto, as notas emitidas eram ainda somente
válidas regional e temporariamente. Somente a partir de meados do século XIII que uma
emissão de papel-moeda padronizada e uniforme do governo foi considerada uma moeda
aceitável nacionalmente. Os métodos já popularizados de impressão xilográfica e
a impressãocom prensa móvel de Bi Sheng no século XI foram o ímpeto para a produção
em massa do papel-moeda na China pré-moderna.
Por volta da mesma época no mundo islâmico medieval, uma vigorosa economia de
mercado foi criada durante os séculos VII a XII à base de maiores níveis de circulação de
uma moeda estável de alto valor (o Dinar). Inovações introduzidas por economistas,
comerciantes e mercadores muçulmanos incluem os primeiros usos
do crédito,5 cheques,notas promissórias,6 contas poupança, contas
correntes, empréstimos, taxas de câmbio, a transferência de crédito
e débito,7 e instituições bancárias para empréstimos edepósitos.7
Na Europa, o papel-moeda foi introduzido pela primeira vez na Suécia em 1661.8 A Suécia
era rica em cobre, assim, devido ao valor baixo do cobre, moedas extraordinariamente
grandes (muitas vezes pesando alguns quilogramas) tiveram de ser feitas.
As vantagens do papel-moeda eram inúmeras: ele reduzia o transporte de ouro e prata, e
assim diminuía os riscos; tornava o empréstimo de ouro e prata mais fácil, visto que a
espécie (ouro ou prata) nunca deixava as mãos do tomador até que alguém resgatasse a
nota; e permitia uma divisão da moeda em crédito e formas de apoio. Ele também
possibilitava a venda de ações de empresas de capital aberto e o resgate dessas ações
em papel.
No entanto, essas vantagens trouxeram também desvantagens. Em primeiro lugar, visto
que uma nota não possui um valor intrínseco, não havia nada que impedisse as
autoridades imprimissem mais notas do que eles tinham em espécie. Em segundo lugar,
como ele aumentava a oferta monetária, ele também aumentava as pressões
inflacionárias, um fato observado por David Hume no século XVIII. O resultado é que o
papel-moeda muitas vezes levava a uma bolha inflacionária, que poderia colapsar se as
pessoas começassem a demandar mais dinheiro, fazendo a demanda por notas de papel
cair a zero. A impressão de papel-moeda também foi associada com as guerras e seu
financiamento, e portanto considerada como uma parte da manutenção de um exército.
Por essas razões, o papel-moeda foi encarado com suspeita e hostilidade na Europa e
América. Ele também era viciante, visto que os lucros especulativos do comércio e a
criação de capital eram muito grandes. Os grandes países criaram Casas da Moeda para
imprimir dinheiro e cunhar moedas, além de sucursais de seu Tesouro para coletar
impostos e manter estoques de ouro e prata.
Nessa época, tanto a prata quanto o ouro eram considerados curso legal e aceitos por
governos para pagamento de impostos. No entanto, a instabilidade na razão entre os dois
cresceu ao longo do século XIX, com o aumento do comércio e da oferta de ambos os
5. metais, particularmente a prata. Esse sistema foi chamado de bimetalismo e a tentativa de
criar um padrão bimetálico no qual tanto o ouro quanto a prata permanecesse em
circulação ocupou os esforços dos inflacionistas. Os governos, nesse momento, poderiam
usar a moeda como um instrumento de política, imprimindo papel-moeda tal como
o Greenback dos Estados Unidos, para pagar por gastos militares. Eles também poderiam
definir os termos pelos quais eles resgatariam notas por dinheiro em espécie, limitando o
valor da compra, ou da quantidade mínima que poderia ser resgatada.
Em 1990, a maior parte dos países industrializados usavam alguma forma do padrão-ouro,
com notas de papel e moedas de prata constituindo o meio circulante. Os bancosprivados
e governos ao redor do mundo seguiam a Lei de Gresham. Isso não aconteceu em todo o
mundo, ao mesmo tempo, mas ocorreu esporadicamente, geralmente em tempos de
guerra ou crise financeira, começando no início do século XX e continuindo em vários
países até o final do século XX, quando o regime de moedas flutuantes entrou em vigor.
Um dos últimos países a deixar o padrão-ouro foi os Estados Unidos em 1971.
Atualmente, nenhum país no mundo possui um sistema monetário baseado no padrão-
ouro ou padrão-prata.
Era das cédulas[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Moeda fiduciária e Papel-moeda
Uma cédula é um tipo de moeda, e normalmente usada como dinheiro de uso legal em
muitas jurisdições. Juntamente com as moedas, as cédulas formavam a forma de caixade
todo o dinheiro. A Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation,
da Austrália, desenvolveu a primeira moeda de polímero na década de 19809 que entrou
em circulação no bicentenário do país em 1988. Atualmente usada em cerca de 22
países9 (mais de 40 se contar as versões comemorativas), as cédulas de polímero
aumentam dramaticamente o tempo de vida útil delas e dificulta a falsificação.
Moedas modernas[editar | editar código-fonte]
Nomes cognatos das moedas do mundo
Atualmente, a Organização Internacional para Padronização introduziu um sistema de
códigos de três letras (ISO 4217) para definir a moeda10 (em oposição a nomes simples
ou símbolos monetários) a fim de remover a confusão que existe entre dezenas de
moedas chamadas de dólar e muitas chamadas de franco. Até a libra é usada em quase
uma dezena de diferentes países, todos, obviamente, com valores completamente
diferentes. Em geral, o código de três letras usa o código de país ISO 3166-1 para as
primeiras duas letras e a primeira letra do nome da moeda (D para dólar, por exemplo)
como a terceira letra. A moeda dos Estados Unidos, por exemplo, é mundialmente
conhecida como USD.11
O Fundo Monetário Internacional usa um sistema variante quando se refere a moedas
nacionais.
Controle e produção[editar | editar código-fonte]
6. Na maioria dos casos, cada banco central privado possui um monopólio sobre a oferta e
produção de sua própria moeda. Para facilitar o comércio ente essas zonas monetárias, há
diferentes taxas de câmbio, que são os preços aos quais as moedas (e os bens e serviços
das zonas monetárias individuais) podem ser trocadas em relação a outras. As moedas
podem ser classificadas tanto como moeda flutuante ou moeda fixa baseado em
seu regime de câmbio.
Em casos nos quais um país tem controle de sua própria moeda, esse controle é exercido
por um banco central ou por um Ministério das Finanças. Em ambos os casos, a instituição
que tem o controle da política monetária é chamada de autoridade monetária. As
autoridades monetárias possuem graus variáveis de autonomia em relação dos governos
que as criaram. Nos Estados Unidos, o Sistema de Reserva Federal dos Estados
Unidos opera sem a supervisão direta dos poderes legislativo ou executivo. Uma
autoridade monetária é criada e apoiada por seu governo patrocinador, portanto a
independência pode ser reduzida pela autoridade legislativa ou executiva que a criou.
Agregados monetários[editar | editar código-fonte]
É difícil definir moeda. Por razões práticas, os economistas chegaram a uma classificação
dos diversos tipos de moeda e “quase moeda”, de acordo com a satisfação dos requisitos
de suas principais funções (meio de troca, unidade de conta e reserva de valor) e com sua
liquidez12 . Alguns agregados mais comuns são:
M1 (“narrowdefinition of money”): moedas em circulação + cheques de viagem
+ depósitos à vista + outros depósitos. É o agregado mais líquido.13
M2 (“broader definition of money”): M1 + aplicações de overnight + fundos mútuos do
mercado monetário (exceto pessoas jurídicas) + contas de depósito no mercado
monetário + depósitos de poupança + depósitos a prazo de menor valor.
M3: M2 + fundos mútuos do mercado monetário (pessoas jurídicas) + depósitos a
prazo de grande valor + acordos de recompra + eurodólares.
M4 : Abrange o M1, o M2 e o M3, mais os títulos públicos para captação de recursos
emitidos pelo Tesouro Nacional e Banco Central.14 O montante relacionado aos títulos
públicos compõem a chamada DPMF - Dívida Pública Mobiliária Federal.
Funções da moeda[editar | editar código-fonte]
A moeda tem diversas funções reconhecidas, que justificam o desejo de as pessoas a
reterem (demanda):
Meio de troca: A moeda é o instrumento intermediário de aceitação geral, para ser
recebido em contrapartida da cessão de um bem e entregue na aquisição de outro
bem (troca indireta em vez de troca direta). Isto significa que a moeda serve para
solver débitos e é um meio de pagamento geral.
Unidade de conta: Permite contabilizar ou exprimir numericamente os ativos e os
passivos, os haveres e as dívidas.
Esta função da moeda suscita a distinção entre preço absoluto e preço relativo. O
preço absoluto é a quantidade de moeda necessária para se obter uma unidade de
um bem, ou seja, é o valor expresso em moeda. O preço relativo exige que se
considere dois preços absolutos, uma vez que é definido como um quociente.
Assim, P1 e P2 designam os preços absolutos dos bens 1 e 2, respectivamente.
P1/P2 é o preço relativo do bem 1 expresso em unidades do bem 2. Ou seja, é a
quantidade de unidades do bem 2 a pagar por cada unidade do bem 1.
Reserva de valor: A moeda pode ser utilizada para acumulação de poder
aquisitivo, a usar no futuro. Assim, tem subjacente o pressuposto de que um
encaixe monetário pode ser utilizado no futuro. Isto porque pode não haver
sincronia entre os fluxos da despesa e das receitas, por motivos de precaução ou
7. de natureza psicológica. A moeda não é o único ativo a desempenhar esta função;
o ouro, as ações, as obras de arte e mesmo os imóveis também são reservas de
valor. A grande diferença entre a moeda e as outras reservas de valor está na
possibilidade de mobilização imediata do poder de compra (maior liquidez),
enquanto os outros ativos têm de ser transformados em moeda antes de serem
trocados por outro bem.15
Sachs e Larrain (2000) observam ainda que, em períodos de alta inflação, a
moeda deixa de ser utilizada como reserva de valor, mas, em outros casos
(embora haja ativos tão seguros quanto a moeda mas que rendem juros), ela é
preferida como reserva de valor por alguns grupos (especialmente aqueles que
realizam atividades ilegais), pois mantém o anonimato de seu dono - ao contrário,
por exemplo, dos depósitos a prazo, que podem ser facilmente rastreados.
A moeda como um bem[editar | editar código-fonte]
O mercado de moeda funciona de maneira muito similar aos demais mercados:
um aumento na quantidade de moeda no mercado diminui seu preço, ou seja, faz
que com ela diminua seu poder de compra.
Oferta de moeda[editar | editar código-fonte]
A oferta de moeda (em inglês, “money supply”) pode ser definida como o estoque
total de moeda na economia, geralmente o estoque de M1. Se a relação
(M1)/(PIB) for muito grande, os juros tendem a cair e os preços a subir, e se for
muito pequena a tendência é oposta. Os bancos centrais controlam a oferta de
moeda principalmente através da alteração da taxa de reservas bancárias (uma
taxa maior de reservas bancárias reduza oferta de moeda) e da compra e venda
de títulos, mas também através do controle da quantidade de papel moeda
emitido.
Demanda por moeda[editar | editar código-fonte]
Logotipo do câmbio de moedas
A definição de demanda por moeda é similar à definição de demanda por qualquer
outro bem. Ela pode ser definida como a quantidade de riqueza que os agentes
decidem manter na forma de moeda. A maioria dos livros-texto refere-se à
demanda por moeda como uma demanda por encaixes reais. Isso quer dizer que
os indivíduos retêm moeda por aquilo que irão comprar em bens e serviços, isto é,
os agentes econômicos estão interessados no poder aquisitivo dos encaixes
monetários que possuem.
Também é praticamente consenso entre os economistas que a demanda por
moeda é determinada basicamente pela taxa de juros(quanto maior a taxa, menor
o incentivo para reter moeda), pelo nível de preços (que afetaria somente a
8. demanda nominal por moeda ), pelo custo real das transações (se fosse possível
transformar, imediatamente e sem custos, os fundos em dinheiro, não seria
preciso manter dinheiro, já que seria possível realizar transações com a
transformação do ativo rentável em moeda ocorrendo somente no exato momento
em que ela se mostrasse necessária, o que permitiria que o ativo ficasse mais
tempo rendendo), e pela renda. É importante observar que demanda por moeda
não é igual à demanda por dinheiro. A demanda por moeda M1 pode aumentar e a
demanda por dinheiro diminuir, se as transações forem efetuadas diretamente
entre contas bancárias, sem necessidade de o usuário sacar papel moeda.
Teoria quantitativa da moeda[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Teoria quantitativa da moeda
A moeda é a unidade representativa de valor, aceita como instrumento de troca. É
hoje parte integrante da sociedade, controla, interage e participa dela,
independentemente da cultura. O desenvolvimento e a ampliação das bases
comerciais fizeram do dinheiro uma necessidade. Sejam quais forem os meios de
troca, sempre se tenta basear em um valor qualquer para avaliar outro. Em
épocas de escassez de meio circulante, a sociedade procura formas de contornar
o problema (dinheiro de emergência), o importante é não perder o poder de troca
e compra. Podem substituir o dinheiro governamental: cupons, passes, recibos,
cheques, vales, notas comerciais entre outros.
Divisão da moeda[editar | editar código-fonte]
Muitas moedas do mundo se utilizam do sistema decimal para se dividirem. Os
Estados Unidos foram um dos primeiros a adotar essa divisão, aprovando a
proposta deAlexander Hamilton em 1792, que dividiu o dólar de ouro em cem
partes, chamadas cents. Dentre os inúmeros países que fizeram o mesmo
destacam-se a Espanha (1860), Alemanha (1873, que dividiu o marco em cem
plennigs), a Rússia (quando estabeleceu o rublo como unidade monetária em
1887) e o Brasil que, com o Decreto-lei nº 4791 de 5 de outubro de 1942 instituiu
o cruzeiro, dividido em cem partes chamada centavos 16 . A Inglaterra aderiu ao
sistema em 15 de Fevereiro de 1971, dividindo a libra esterlina em
100 pence (singular: penny). Antes dessa data a divisão era uma libra
esterlina equivalente a 20 shillings e o shilling se dividia em 12 pence. Assim, uma
libra esterlina equivalia a 240 pence.