1. “ANDRÉ”,
um exemplo de fé.
“Quero trazer à memória o que pode me dar esperança;
E a esperança é que:
Todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo.”
2. Em memória de:
André Bianchi Machado
09/01/1998 01/10/2006
Por João Braz Machado, pastor da Igreja Metodista
Wesleyana.
3. Disse Jesus:
“Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, ainda que morra,viverá;
E todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente.”
João 11:25, 26.
SUMÁRIO
Agradecimentos......................................................................05
Prefácio...................................................................................07
Introdução...............................................................................11
Por que escrevi este livro.......................................................15
Depoimentos..........................................................................20
Capítulo 1 - Como tudo começou .........................................24
Depoimentos..........................................................................32
Capítulo 2 - No
Hospital...................................................................................34
Depoimentos..........................................................................42
Capítulo 3 - Consultas
Ambulatoriais..........................................................................45
4. Depoimentos.........................................................................49
Capítulo 4 - O Transplante ...................................................52
Depoimentos.........................................................................63
Capítulo 5 - A
Recidiva..................................................................................67
Depoimentos...........................................................................71
Capítulo 6 - A Viagem.............................................................74
Capítulo 7 - Os dias em Urupá - RO.......................................76
Depoimentos..........................................................................90
Capítulo 8 - A Partida para a
Eternidade..............................................................................93
Depoimentos.........................................................................103
Capítulo 9 - Entendendo o propósito de
Deus.....................................................................................105
Capítulo 10 -
Conclusão.............................................................................112
Depoimentos........................................................................118
Poema para o Andrezinho....................................................120
5. “A PALAVRA MOVE,
MAS O EXEMPLO ARRASTA.”
05
Agradecimentos:
Ao meu Deus, Eterno e Soberano Senhor de toda criação.
Foi Ele quem nos sustentou nos momentos mais tenebrosos
de nossas vidas, e que me possibilitou escrever este testemunho
e mesmo em meio a muitas lágrimas motivou-me a prosseguir,
colocando em meu coração a certeza de que o mesmo produziria
muitos frutos para o teu Reino.
A ELE TODA GLÓRIA ETERNAMENTE.
A minha esposa Débora, pela dedicação especial para com a
minha vida, entendendo minhas muitas fragilidades, mas
companheira sempre fiel e carinhosa.
Aos meus filhos, Fillipe, Suellen e Mateus (Este último filho
genro) pela garra, pela bravura, pelo companheirismo, pela
demonstração de carinho e amizade vividos em família em
momentos tão desafiadores.
Também a minha filha Naiara (Filha nora, esposa do Fillipe) que
embora tenha entrado para a família após todos estes
6. acontecimentos, tem compreendido bem de perto a nossa dor.
Vocês são muito especiais para mim, compreendo que tiveram que
amadurecer e se tornarem adultos forçadamente, talvez até mesmo
antes do tempo, em meio a circunstâncias da vida.
Aos parentes e amigos que também deram todo incentivo,
entendendo que pra mim era demasiadamente difícil relembrar
fatos tão doídos, mas que em muito edificaria vidas.
Foram muitas as vezes que ouvia alguém dizer:
“A história do seu filho tem que ter um livro”.
Nestas palavras encontrei motivação para dar início à escrita
deste testemunho, com o desejo de que ele seja edificante.
06
Aos irmãos das mais diversas Igrejas e amigos da cidade de
Urupá (RO), onde meu filho viveu seus últimos dias.
Obrigado a todos pelo carinho a nós dedicado, pelas ajudas
concedidas, vocês tem um espaço todo especial em meu coração.
Ao meu irmão Joel e minha cunhada Eneidir, obrigado pelo
acolhimento dentro da casa de vocês, pelas lágrimas derramadas
juntos com a gente, foi dentro da casa de vocês que meu filho
produziu muitos frutos para o Reino de Deus.
Um “muito obrigado” especial aos amigos da saúde do
Hospital das Clínicas em Belo Horizonte, pela dedicação e esforço
observados em prol de todos os pacientes.
Vocês foram muito mais do que profissionais durante todo o período
que aí passamos.
Vocês serão eternamente lembrados por mim e toda família
Vocês não deram ao meu filho apenas medicamentos ou ofereceram
um tratamento formal da medicina, vocês ofereceram também
carinho, atenção, amor e amizade.
7. Demonstraram que não são apenas profissionais com um curso
universitário, mas são, acima de tudo, gente como a gente que
muitos vezes, embora com um conhecimento maior, sentem-se
limitados diante de desafios tão grandes, solidarizando-se conosco e
compartilhando, além dos conhecimentos acadêmicos, a dor da
perda.
Vocês não são apenas agentes da saúde, mas acima de tudo
também grandes agentes de amor, que o Eterno e Poderoso Deus
continue a abençoá-los, instruindo-os a todo o momento.
Muito obrigado, eternamente obrigado.
João Braz
07
Prefácio:
Um dos valores mais importantes agregados à vida de alguém é a
família que porventura ele tenha conseguido constituir, e de um
modo muito especial, os filhos que gerou – os filhos que Deus lhe
deu.
Como é belo e venturoso a um pai poder acompanhar o
desenvolvimento de seu filho, um ser tão frágil e dependente
durante suas primeiras semanas de vida.
Fragilidade que, pela ordem natural das coisas, se estende e
atenua na medida em que ele vai se desenvolvendo.
Muitas preocupações e sustos assaltam o coração dos pais
durante esse período em especial; mas a verdade é que tais
medos e sensações concernentes aos filhos, geralmente
acompanham os pais ao longo de toda a sua vida.
Estou tendo a honra, o privilégio de prefaciar uma obra que,
longe de ser um trabalho formal de cunho biográfico ou
pedagógico, consegue transpirar em cada uma de suas páginas
8. saudade, amor e sentimento de profunda gratidão a Deus; e tudo
isso como um memorial, devido a uma frágil vida que, durante o
curto tempo de sua existência, conseguiu um feito que poucos
têm conseguido ao longo de uma vida inteira:
“Transmitir um testemunho brilhante em meio à dor, uma fé
concreta e realista em meio às incertezas que circundavam o seu
mundo limitado, devido à evolução de uma cruel enfermidade que
resistia a todas as tentativas feitas por especialistas habilidosos,
no sentido de debelá-la do seu corpinho enfraquecido pelo
agravamento intermitente do seu quadro de saúde.”
08
Não tive convivência pessoal com André, nem mesmo
participei com ele de seus derradeiros dias.
Todavia, mediante tudo o que li sobre sua jornada de dor nesta
obra e o que ouvi dos lábios de seu pai sobre sua vida e morte,
me convenceram que André Bianchi Machado foi uma criança
cheia de vida, enriquecida por uma fé bíblica extraordinária, com
uma incrível capacidade de fazer feliz qualquer que se
interpusesse em seu caminho.
Era o orgulho de seus pais – João Braz e Débora, seus
irmãos – Fillipe, Suellen e Mateus, seu cunhado, e seus
familiares; além de todos os que o conheciam de perto.
Sua vida revelava traços de inteligência acima da média e uma
habilidade especial para se comunicar e impressionar aqueles que
conversavam com ele.
Poderia ser alguém com uma longa e próspera carreira pela
frente. No entanto, seus dias estavam contados.
9. Na ampulheta da vida, os grãos de areia que determinavam o seu
tempo de existência entre nós já não eram muitos.
Teria sido André um pequeno profeta, de curta existência,
mas capaz de deixar marcas indeléveis produzidas por seu
brilhante testemunho? Ou um dedicado evangelista sendo
impedido de cumprir plenamente sua missão devido à morte
precoce? Não sei ao certo. Todavia, de uma coisa tenho plena
certeza: era um menino que amava a Deus e que por Deus era
amado. Isso ficou claramente demonstrado nas frases soltas que
produzia, ao terminar a quimioterapia: “Já, mãe? Que beleza! Ir
pra casa é bom demais! Mas, melhor ainda é ir pro Céu!”.
09
Nas orações que proferia e no modo como encarava a sua própria
dor, parecia entender o “por que” de tamanho sofrimento.
A iniciativa do seu dedicado pai, João Braz, pastor da Igreja
Metodista Wesleyana em Divinópolis-MG, em publicar esta obra,
não é apenas um tributo a memória do seu querido filho, mas
também um legado aos que necessitam aspirar o perfume
exalado pelo testemunho de “André um exemplo de fé” – uma
contribuição valiosíssima a todos os que passam por drama
semelhante.
Belo Horizonte, 31 de janeiro de 2009.
Bispo Calegari
Superintendente da 2ª e 4ª Região Eclesiástica
Igreja Metodista Wesleyana
11. 11
Introdução:
Deus é soberano, quanto a isso não existe controvérsia!
Mas o que levaria Deus, a permitir situações muitas vezes
traumáticas na vida de seus Servos?
Como uma criança tão pequena e de tanta fé, com toda certeza
de que Deus o havia curado de sua enfermidade vem a falecer
totalmente cega e pedindo a Deus que restaurasse a sua visão?
Como tantas pessoas que não tem Jesus podem ser edificadas e
obterem desejo de segui-lo uma vez que contemplam tanto
sofrimento em meio aqueles que depositam Nele total confiança?
Essas e muitas outras perguntas às vezes pairam na minha
mente, são indagações que em momento algum refletem
inconformidade com o que Deus faz, mas sem dúvida deixam-nos
a refletir.
Pobre homem que sou! Quanta limitação para indagar coisas às
vezes inexplicáveis que somente a eternidade nos revelará, se
assim for a vontade do soberano Deus.
Pensando nestas coisas tomei a iniciativa de escrever este
testemunho ocorrido com meu filho André que não precisou de
muitos anos para marcar a sua história, apenas oito aninhos
foram o suficiente para deixar registros eternos.
Dizem que lembrar o passado é sofrer duas vezes, em
algumas situações posso até concordar com essa expressão, mas
no que diz respeito ao Andrezinho, lembrar do passado é adquirir
lições de vida que nos deixam mais próximos de Deus.
Lembrar de uma criança totalmente cega com tumores
espalhados pelo seu lindo rostinho e, contudo isso permanecer
louvando a Deus pelo que Deus É, e não somente pelo que Ele faz
12. 12
é com certeza sem dúvida alguma uma atitude de característica
nata de um verdadeiro “obreiro aprovado”.
Estas coisas fazem com que enxerguemos que às vezes somos
ingratos com Deus, quando pensamos em desistir diante de
problemas tão insignificantes em relação aos que ele enfrentou.
Temos a certeza de que essa graduação de “Obreiro aprovado”
ele não perdeu, levou consigo para a sepultura esta medalha.
A saudade é muita, a dor é intensa e sem remédio, mas também
não poderia ser diferente, pois SAUDADE É O AMOR QUE FICA.
Lembrar de tudo que passamos dói muito, contudo não
posso de maneira alguma me calar diante de um grande
testemunho de fé, que será sem dúvida edificante para sua vida.
Reconheço perfeitamente que o maior testemunho para conduzir
as pessoas a Cristo, é a sua própria morte no calvário, se isso
não for o suficiente nada mais o será, no entanto insisto em
compartilhar com você o que Deus fez e tem feito em nossa vida,
espero poder ajudá-lo para a glória de DEUS PAI.
Agradeço a Deus pela oportunidade que Ele me concede de
escrever um pouco da história de meu filho querido e amado, que
mesmo tendo uma morte prematura nos ensinou o que é ser um
verdadeiro servo do Senhor. Sua morte deixou clara uma coisa:
“O amor verdadeiro, nem a morte pode destruir, a prova disso é
que ele não esta mais no nosso meio, mas será eterno em nossos
corações” (Frase de Fillipe Bianchi irmão do Andrezinho).
Relutei muito para não escrever este livro, tentei por
algumas vezes esquecer todo passado, na verdade não estava
disposto a relatar coisas que mexem com nossas emoções,
causam saudades e nos fazem chorar, mas o desejo de ser útil a
13. 13
alguém em algum lugar, talvez passando por situação semelhante
e acima de tudo engrandecer e exaltar o nome de Deus venceu-
me, e fez com que eu anulasse minha própria vontade.
Portanto se este livro puder ajudá-lo em sua caminhada, serei
profundamente grato a Deus e compreenderei então que
conseguimos êxito em extrair alguma benção do sofrimento e das
lágrimas de meu tão amado filho André.
Estou certo de que a enfermidade, e a vida do Andrezinho
tornaram este livro possível, e a sua morte o tornou necessário,
imagino que relatando essa história de fé e heroísmo de uma
criança, estarei de alguma forma contribuindo para conduzir as
pessoas a uma Viva Esperança, a um caminho de fé, coragem,
confiança e determinação.
Este foi o caminho que o Andrezinho percorreu confiantemente
em toda sua jornada, uma criança de apenas 8 anos que com
determinação,coragem, confiança e fé ensinava a todos que
estavam ao seu lado a ver sempre o lado bom em tudo e extrair
coisas positivas em momentos aparentemente tão negativos,
conforme dizia a sua ex-médica:
“Ele arrancava gargalhadas em momentos que só pediam
lágrimas.” (Dra.Raquel Baumgratz HC-MG)
Este livro não pretende explicar Deus, suas ações e seus
propósitos, e mesmo que fosse esta a pretensão, certamente
jamais conseguiria.
Ele também não pretende fornecer princípios de auto-ajuda para
transpor problemas, acerca desta matéria já existem prateleiras e
mais prateleiras lotadas em bibliotecas e livrarias de nossas
cidades e, no entanto a humanidade continua prosseguindo sem
14. 14
vida, sem esperanças e sem soluções.
O objetivo deste livro, então, talvez venha fugir de tudo aquilo
que quem sabe você gostaria de ler.
Conforme já disse não é um livro de “auto-ajuda”, mas um livro
que aponta para a “AJUDA DO ALTO”.
Relato uma história real que nos trouxe muitas lágrimas, dores e
sofrimento; apesar disto não é de meu interesse narrar uma
desgraça de uma família e de uma criança, pois entendo
perfeitamente de que escrever um livro que contaria as pessoas o
quanto sofremos não faria bem a ninguém, este livro teria que
ser uma afirmação da VIDA E ESPERANÇA.
Ele teria de dizer que ninguém nunca nos prometeu uma vida
livre de dor e desapontamentos, no entanto temos uma promessa
fiel de nosso Senhor Jesus de que não estaríamos sós em nossa
dor e que poderíamos obter ajuda sobrenatural do Senhor Todo
Poderoso dando-nos a força e a coragem que necessitássemos
para sobreviver às tragédias e às iniqüidades da vida, e ainda
fazendo-nos crescer em meio a estes momentos tão indesejáveis
por todos nós.
Portanto relato nesse livro um testemunho real da ação poderosa
de Deus em momentos tão difíceis.
Hoje sou uma pessoa mais sensível, um Pastor mais eficiente, um
Conselheiro mais compreensível por causa da vida, enfermidade e
morte do André.
Entretanto confesso que eu renunciaria a todos esses ganhos em
um segundo se pudesse ter o meu filho de volta, e continuar
sendo pai de um garoto brilhante e feliz.
Porém não posso escolher. Contudo isso, DEUS SEJA LOUVADO.
15. 15
Por que escrevi este livro:
Este livro é a história de uma criança que mantinha uma VIVA
ESPERANÇA EM JESUS, acima de qualquer situação.
Em certo sentido o - escrevi ao longo de três anos e três meses.
Desde o dia em que ouvi a palavra “Leucemia” e que aprendi o seu
significado, eu sabia que acabaria tendo de enfrentar o declínio e a
morte do André caso Deus não tivesse propósito em curá-lo.
E sabia que, depois que ele morresse, eu sentiria a necessidade de
escrever um livro para partilhar com outras pessoas de como
conseguimos continuar acreditando em Deus e depositando fé
incondicional após tão profundos ferimentos.
Embora também mantivesse a esperança de podê-lo escrever
narrando uma cura Divina com meu filho ao meu lado, que aos
nossos olhos seria incomparavelmente melhor.
Este livro tem uma finalidade específica e certeira: conduzir
você a um caminho de uma Viva Esperança conscientizá-lo de que
em meio a dores, lágrimas e frustrações Deus trabalha em função de
sua própria vida.
O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos diz que, a tribulação
produz perseverança, e a perseverança experiência e a
experiência esperança. Rm. 5:3,4.
Também em Tiago 1: 2, 3 e 4 temos a seguinte recomendação:
“Irmãos, tende por grande alegria ao passardes por várias
provações, sabendo que a prova da vossa fé desenvolve
perseverança, ora a perseverança deve terminar a sua obra para
que sejais maduros e completos não tendo falta de coisa alguma.''
Nada acontece somente por uma fatalidade, em todas as coisas Deus
tem o controle, Ele é o Todo Poderoso e sempre quer nos ensinar.
16. 16
Há um ano e meio aproximadamente, eu pensava estar
terminando este livro, já fazia as divisões de capítulos quando de
repente de forma involuntária, é claro, talvez devido ao excessivo
cansaço de várias madrugadas em claro, apaguei tudo sem
condições de recuperação.
Tive meu trabalho totalmente perdido depois de seis intensos
meses de dedicação, horas e horas perdidas de sono pela
madrugada adentro, lágrimas e lágrimas de dor e saudades
rolando pela face. Pensava eu estar terminando todo trabalho
escrito em meio às muitas lágrimas de sofrimento, saudade e
emoções.
Como em tudo Deus tem um propósito, na noite anterior eu havia
pregado na igreja um sermão exortativo, enfatizando que
deveríamos sempre estar dispostos a recomeçar nosso projeto de
vida, sem desistir facilmente de nossos propósitos, recomeçando
sempre, quantas vezes fossem necessárias.
Entendi então que Deus estava agindo naquele momento, e que o
trabalho perdido era uma oportunidade que Ele estava me dando
de aperfeiçoá-lo.
Entendi que talvez Deus não estivesse preocupado com a escrita
de um livro grande, com muitas páginas, mas tão somente de um
grande livro que pudesse transmitir de forma clara, simples e
objetiva, uma mensagem que edificaria vidas para sempre, em
pouco tempo de leitura, para assim cumprir o verdadeiro
propósito de sua escrita.
Foi aí então que decidi recomeçar e agora, depois de uma
longa trajetória de recordações tristes e dolorosas, você tem nas
mãos um grande testemunho de fé.
17. 17
Relato toda a história de uma criança que com apenas oito
anos, lutou corajosamente contra a leucemia, sempre de cabeça
erguida, nos dando de forma sobrenatural um grande exemplo,
através de gestos, palavras e com a sua própria vida.
Mesmo sentindo na pele infortúnios de uma terrível enfermidade
demonstrou que é perfeitamente possível louvar e
engrandecer o nome de Deus em qualquer situação.
A história do pequeno-gigante André (pequeno em estatura e
gigante na fé) que com a convicção de que Deus é sempre fiel,
lutou contra a leucemia durante 3 anos e 3 meses, sem nunca
negar a sua fé.
Passou por um doloroso e terrível transplante de medula óssea, e
sempre dizia:
“Pai, mãe, vamos ter paciência que um dia tudo isso vai
passar, porque nada é eterno, Eterno é só Jesus, tudo
passa só Jesus é que não passa, Ele é eterno.”
Em todo esse tempo, foi um exemplo de vida em obediência e
temor a Deus. Por onde passou deixou marcas e lições
extremamente profundas em seus relacionamentos. Ele não
precisou de oitenta anos para nos ensinar grandes coisas, 8
aninhos foram suficientes para marcar as nossas vidas, registrar
a sua história, cumprir fielmente a sua missão e deixar saudades
eternas.
Foi transportado para a Nova Jerusalém no dia 1 de outubro de
2006 e como era o seu maior desejo escrever um livro dando o
seu próprio testemunho, Deus nos possibilitou fazê-lo mesmo na
sua ausência, o que não esta sendo fácil, mas cremos que
veremos os frutos deste penoso trabalho florescer, e então para a
18. 18
glória de Deus poderemos dizer em alto e bom som:
“Missão Cumprida, valeu o sofrimento do meu filho, suas
lágrimas, suas dores e suas angústias produziram frutos para o
Reino de Deus, aleluia, grande é o Senhor”.
A minha oração é que este testemunho seja edificante para
a sua vida, se isso não acontecer me sentirei frustrado no
cumprimento de minha missão, e toda esta narrativa não terá
sentido, portanto desarme-se agora de todo preconceito e, em
nome de Jesus, deixe que o Espírito Santo de Deus fale ao seu
coração.
Se você passa por um momento difícil como eu e minha
família passamos e temos passado com a ausência do
Andrezinho, o meu sincero desejo é que você também possa
experimentar o que nós temos experimentado: “O consolo que
excede todo entendimento”. Consolo esse que só vem da parte
do Senhor, que nos dá força para prosseguir para que também
possamos consolar, veja o que diz a Bíblia em II Co. 1:3 e 4.
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o
Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!
É ele que nos conforta em toda nossa tribulação, para podermos
consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a
consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus”.
No encerramento de cada capítulo você encontrará alguns
depoimentos de pessoas que conviveram com o André, a maioria
deles escritos antes de seu falecimento, portanto estão na
íntegra, não fiz absolutamente nenhuma alteração para que você
possa fazer a sua própria avaliação do testemunho que ele dava
para as pessoas ao seu redor durante sua enfermidade.
19. 19
Devo ainda lhe dizer que é totalmente permitido reproduzir,
xerocar, copiar enfim usar qualquer meio que facilite a divulgação
deste livro gratuitamente, pois o meu grande lucro é ver vidas
sendo edificadas e almas rendendo aos pés de Jesus, para a
glória de Deus Pai.
Com muita honra e orgulho de ter tido um filho tão valente
com relação os desafios deste mundo e ao mesmo instante
extremamente temente ao DEUS ALTÍSSIMO, carinhosamente te
desejo uma boa leitura e que Deus te abençoe.
O Autor
João Braz Machado
20. 20
Depoimentos:
Paz do Senhor, João Braz.
Tudo bem?
É com prazer que lhe escrevo este breve depoimento:
Por ser um livro com um testemunho inédito e de uma relevância
imensa, quero ser sucinto e objetivo em minhas palavras.
Quando conheci você e sua família não poderia imaginar o que
iria passar juntamente com a Débora e seus filhos. Mas todas as
coisas cooperam para o bem daqueles que amam Deus e que são
chamados para Seu propósito definido.
O André, acima de qualquer dúvida, foi um exemplo, foi
uma certeza de que Deus existe e é galardoador daqueles que o
buscam.
O tempo que ele (André) viveu entre nós nos mostrou que não
é a dor ou as aflições deste mundo que tiram o sorriso e a felicidade
do nosso rosto, pois nos momentos mais terríveis de sua enfermidade
o sorriso e a confiança em Deus nunca deixaram de estar estampados
no seu rosto lindo.
Sei que o que leitor encontrará nas páginas deste livro lhe
dará condições de entender o porquê da vinda e da partida rápida
do André a este mundo, e compreenderá que os caminhos e os
pensamentos de Deus não são os nossos caminhos e
pensamentos.
Isaías: 55, 8-13
Com muito amor
Pr. Nonato e família
21. 21
Meu Lindo
Pra eu falar sobre o André “O Meu
Lindo” como eu o chamava, dói
muito, mas vou tentar.
Ele foi um presente especial
de Deus pra nossa família, foi o
primeiro, de três netos que nasceram na mesma época.
Eu percebi que Deus tinha algo que não sabíamos o que, e
disse que um dia iríamos entender.
Hoje eu penso e sinto o amor e a misericórdia do nosso Deus.
Como é grande o seu cuidado por nós! Ele levou o Andrezinho,
mas temos o Israel e o Cáio que são da mesma idade e tem sido
um consolo pra nossa família.
Não substitui o André, mas tem nos dado mais razão para
estarmos de pé.
Sua enfermidade trouxe pra mim momentos de muita dor,
angústia, tristezas, lágrimas, muito sofrimento mesmo, mas
também possibilitou momentos em que experimentei a poderosa
graça do nosso Deus como nunca havia experimentado.
Aprendi muito com ele tamanha a sua fé, confiança e
dependência de Deus.
Nunca disse nada que desagradasse ao nosso Deus, pelo
contrário, nos dava conforto e esperança.
Uma criança alegre, determinada de personalidade marcante,
contagiava a todos que o conheciam. Lindo aos nossos olhos e
tenho plena certeza que mais lindo aos olhos do Pai Celestial, pois
foi usado por Ele para nos ensinar muitas coisas, minha vida e a
vida de minha família nunca mais será a mesma depois do André.
22. 22
Ao nosso Amado e Eterno Deus, todo louvor, toda honra e
toda glória.
Ele já enxugou dos olhinhos do André toda a lágrima, não
sofrerá mais as tribulações, angústias, tristezas e dores deste
mundo.
Um dia eu o encontrarei na Pátria Celestial que me é
garantida por Jesus Cristo o meu Salvador e Senhor que deu a
sua vida na cruz do calvário por mim.
Eu sei que muitas pessoas irão ler estas palavras, sei que
muitas conheceram o André e o Jesus do André, e irá encontrar-
se com ele.
Mas infelizmente têm aqueles que não o conheceram o e
nem conhecem a Jesus.
Se você esta enquadrado no grupo dos que não conhecem a
Jesus, pense nisto.
Creia e aceite o sacrifício de Cristo como único meio de
garantia de uma eternidade onde o Andrezinho esta.
Vale à pena, Deus enxugará de seus olhos toda lágrima.
Que sua vida seja abençoada e mudada com este
testemunho em nome de Jesus para a glória do nosso Deus.
Vó Edna
23. 23
“CAMPEÃO NÃO É AQUELE QUE SEMPRE VENCE, E SIM
AQUELE QUE NUNCA DESISTE DE LUTAR”.
24. 24
Capítulo 1 - Como tudo começou
Era mês de julho de 2003 quando fomos surpreendidos com
uma terrível enfermidade na vida de meu filho André, na época
com apenas cinco aninhos.
Era um lindo menino, muito inteligente como todos os meus
demais filhos, porém tinha características diferentes, teve o
privilégio de ter lindos olhos azuis, e cabelos louros.
Éramos uma família de cinco, eu, Débora minha esposa,
Suellen, Fillipe e André, meus filhos queridos, o bem mais
precioso que Deus tem me dado.
Tudo ia muito bem dentro das normalidades de qualquer
família, quando de repente o que a princípio parecia ser algo
muito simples, tornou-se um grande pesadelo e mudou
completamente a nossa vida.
Para nós era apenas um inchaço facial devido à alguma
intoxicação alimentar e que o uso de um medicamento
antialérgico resolveria o problema.
Mas não era tão simples assim e naquele dia 1º de julho de
2003, pude entender literalmente a força da expressão: “O
mundo desabou sobre a minha cabeça e o chão se abriu.” Frase
freqüentemente usada em momentos de desespero e grandes
desafios.
Após alguns exames no hospital concluiu-se que o inchaço
facial era devido a um tumor alojado entre o coração, pulmão e
veia aorta, com isso a circulação sanguínea do meu filho estava
toda comprometida, as veias estavam comprimidas pelo tumor
impossibilitando assim a normalidade de toda circulação, e como
25. 25
se tudo isso não bastasse, outro exame também indicava que
95% das células da medula que foram pesquisadas estavam
doentes, ou seja, apenas 5% estavam sadias.
O que nos parecia ser apenas uma intoxicação alimentar era
verdadeiramente um câncer no sangue, ou seja, a temível e
terrível Leucemia.
No momento em que recebi a notícia parecia que o mundo
havia desabado sobre mim.
Como poderia o meu filho estar com um diagnóstico tão
comprometedor?
Eu que tinha horror a hospital e nunca consegui ficar muito tempo
dentro de um, ás vezes, fazia visitas rápidas a alguém que
precisasse, mas só o cheiro de hospital, as cenas ali vistas e os
gemidos dos pacientes sofrendo representavam para mim um
quadro totalmente insuportável.
Tudo isso teve que mudar, conceitos caíram por terra e de
repente estava diante de uma realidade nunca vivida por mim,
totalmente imprevisível.
Um mundo de sofrimento, mas também de grandes experiências
com Deus havia atingido em cheio o nosso lar.
A primeira maneira de querer me esquivar do quadro
assustador que estava diante de mim, foi não acreditar na
veracidade dos exames, acreditei piamente que os exames
haviam sido trocados pelos de outro paciente, ou até mesmo a
máquina responsável pela liberação dos resultados estava com
defeito, descartei definitivamente todas as possibilidades do meu
filho estar doente, mas mesmo diante destas possíveis hipóteses,
sai da sala do médico com uma certeza: “Deus é fiel”, e como
26. 26
uma flechada, meu coração foi invadido pelas palavras do
salmista narradas no salmo 108:
“Firme esta o meu coração, ó Deus! Cantarei e entoarei
louvores de toda a minha alma.”
E é bem verdade que as palavras deste salmo tem sido fonte de
consolo para mim e toda família, que, embora vivendo com a dor
da saudade, continuamos com nossos corações firmes, cantando
e entoando louvores ao Deus que tudo pode e que tudo faz
segundo a sua boa, perfeita, agradável e soberana vontade.
Reconhecidos e fortalecidos na mais plena convicção de que Ele
fez o melhor na vida do Andrezinho, não nos competindo discutir
a maneira que Ele usou para fazê-lo, prosseguimos para o alvo
amando a Deus sobre todas as coisas e entregando nossas vidas
inteiramente aos cuidados do Mestre e Senhor, tomando como
exemplo para vivermos hoje o que o Andrezinho sempre viveu,
pois nos momentos difíceis de seu tratamento ele sempre nos
dizia cheio de fé:
“Não se preocupem com resultados dos meus exames, eu
estou nas mãos de Deus, e Deus não depende de exames
para cuidar de mim, quem depende de exames são os
médicos, mas eu não estou nas mãos deles.”
Meu filho foi verdadeiramente um exemplo de fé, mostrou com
sua própria vida e não com uma cartilha de ensino, que é possível
honrar a Deus durante as tempestades da vida, viveu na própria
pele infortúnios de uma enfermidade traiçoeira e de um
tratamento angustiante, sempre de cabeça erguida, arrancando
gargalhadas em momentos que só pediam lágrimas, fazendo-nos
lembrar continuamente das palavras do apóstolo Paulo:
27. 27
“... porque aprendi a viver contente em toda e qualquer
situação.” (Fl.4:11b). E com ele, então, aprendemos que viver
contente é uma questão de aprendizado.
O Andrezinho provou que podemos ter uma vida melhor
independentemente das circunstancias.
Quando tudo isso começou a acontecer, nos apegamos com mais
firmeza ao Senhor. Lembro-me bem que quando cheguei em casa
e compartilhei o diagnóstico do Andrezinho com os familiares
muitas lágrimas rolaram em cada face, porém foi em meio a
tantas lágrimas que DEUS deu uma linda canção ao meu cunhado
Dalton que dizia:
“Não há nada que me faça afastar de ti,
Nem as lutas ou temores podem apagar
O desejo que eu tenho é de me esconder
Em teus braços, tão seguro, posso confiar.
Aos meus olhos os problemas não têm solução
Cada passo que eu dou parece ser em vão.
Quando penso em teu poder firmado esta minha fé
Em um DEUS que até os mortos pode levantar
Eu posso abrir meu coração e te adorar
Mesmo depois de a noite escura contemplar
O sol se abrir ao amanhecer
Na minha vida se renovaram as
misericórdias do Senhor.”
Esta canção que serviu de tanto conforto, esta gravada no
2º cd de meu cunhado Josimar Bianchi intitulado “Quero te ver”.
28. 28
Já éramos uma família evangélica, não imaginávamos ainda o
caminho que percorreríamos, não fazíamos nem idéia de como
Deus manifestaria as suas grandezas em todo aquele processo
que estava só começando.
Não pensávamos que dentro do nosso lar, Deus enviaria alguém
com uma missão tão especial para exaltar e glorificar o seu
Nome. “A Deus e somente a Ele toda glória.”
Mas antes de prosseguir entrando em mais detalhes, quero
compartilhar um sonho que minha esposa teve antes de todos
estes acontecimentos, e mais ou menos uns 30 a 40 dias depois
deste sonho, nosso lar foi bombardeado com a enfermidade do
Andrezinho:
“Sonhou a minha esposa que eu, ela e o André havíamos
sido enviados a um local para realizar uma missão que na
verdade ela não teve definições claras durante o sonho, o grande
detalhe é que temos mais dois filhos, Suellen e Fillipe, mas no
sonho minha esposa só via o André junto conosco.
Quando chegamos ao local a que fomos enviados, minha esposa
disse que encontramos pessoas entristecidas, revoltadas e
sofrendo muito, e no próprio sonho ela chegou a me dizer que era
pra gente voltar pra casa, pois pensava ela que as pessoas não
gostavam de nós, tamanha era a tristeza estampada no rosto de
cada um.
Era um local com muitas árvores, uma grande avenida
movimentada e um parque de diversões bem próximo. Houve um
dia que o André sumiu, procurávamos por toda parte e não o
encontrávamos, após muita busca sem sucesso retornamos para
casa e ao chegarmos ao portão contemplamos uma tragédia.
29. 29
A casa que morávamos havia desmoronado, havia móveis
despedaçados, cacos de vidros por todo lado, toda a laje havia
caído, mas as paredes permaneciam em pé.
Em meio a muito entulho começamos a procurar o André
imaginando que possivelmente estivesse ele soterrado pelo
desmoronamento. Depois de alguns instantes de procura ela o
encontrou dormindo debaixo do entulho, porém totalmente ileso
sem nenhum arranhão. “Ainda no sonho ela o abraçou e disse:
Glória a Deus que protegeu o meu filho”.
Ao dizer isto acordou, e pela manhã ela compartilhou comigo esse
sonho, e eu disse que iríamos orar, porque não tinha a mínima
idéia do que pudesse ser. Hoje não tenho dúvidas que era tão
somente uma comunicação divina, do que estaria por vir.
De certa forma isso nos fortalece porque entendemos que já
havia uma permissão e um propósito de Deus em todas as coisas
que estariam por vir na vida de meu filho.
Quando internamos o André, esse sonho me veio à tona
numa madrugada lá no hospital. Comecei então a entender de
forma mais precisa o seu significado, o local do sonho era com
muitas árvores, avenida movimentada e um parque de diversões
próximo. Para quem conhece o hospital das Clínicas em Belo
Horizonte sabe perfeitamente que toda descrição do sonho é
característico da região, o local ali é totalmente arborizado, a
Avenida Alfredo Balena tem um considerável movimento e é bem
próxima ao parque municipal.
E as pessoas entristecidas e revoltadas que apareciam no sonho?
Você já parou para pensar que em um hospital tristeza e revolta
são características notáveis na vida dos que ali estão?
30. 30
Também outro detalhe do sonho não passou despercebido, o fato
de que as paredes estavam em pé, demonstrando de que as
estruturas não foram abaladas, deu-nos a entender de que eu e a
Débora estávamos firmes em meio à catástrofe ocorrida.
É desta forma, com certeza, que Deus, pela sua infinita
misericórdia, nos manteve firmes durante todo o tratamento do
nosso filho.
Não há dúvidas de que Deus ainda nos fala por meio de
sonhos. Porém temos que ter cuidado, pois nem todo sonho é de
Deus, nem todo sonho vem de Dele, tem muito sonho de barriga
cheia e de fruto de sua imaginação.
Contudo Deus é real, e nem por isso ele deixa de falar.
Ao tomar consciência da tarefa que estava sobre nossos ombros
não hesitamos. A obra de Deus a ser realizada era ali, e urgente,
sei que frutos foram produzidos pela misericórdia de Deus,
através da minha vida e da vida de minha esposa Débora e do
meu filho André. Mesmo em meio às lutas contra aquela
enfermidade, não medíamos esforços para glorificar a Deus e
falar do seu poder e amor em qualquer situação.
Foram várias as vezes que o deixei no quarto sozinho e ia orar
por outras crianças que estavam na mesma situação que ele.
Algumas vezes, quando voltava o encontrava dormindo. Ele
nunca reclamou disso, muito pelo contrário, sempre facilitava.
Muitas vezes eu é que ficava receoso de ir para não deixá-lo
sozinho, mas ele dizia:
“Vai pai, pode ir que as pessoas estão precisando de
oração”.
Não consigo me lembrar destas coisas sem ser tomado de emoções.
31. 31
Meu filho sempre foi um guerreiro incansável, entendia a obra que
Deus havia nos confiado, e sabia convictamente que ele era
imprescindível integrante desta comissão, e porque não dizer, talvez
o principal integrante, considerando de que na verdade ele é quem
sofria na pele as conseqüências da terrível, traiçoeira e drástica
enfermidade.
Todos nós sabemos que consolar não é fácil, pois consolar é
levar vida, esperança e paz em meio às situações mais difíceis, é
apresentar uma saída quando parece estar tudo perdido.
O Andrezinho sabia fazer isso muito bem, com palavras, ações,
gestos e com a sua própria vida. Ele é quem consolava quando
precisava de consolo, ninguém pode entender isso se Deus assim
não o revelar.
Meu filho sempre foi extremamente usado por Deus, portanto a
Deus toda glória eternamente.
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Depoimentos:
DEUS SABE O QUE FAZ
Apesar de Deus ter preferido o
levar, ele sempre será o nosso
“SUPER HERÓI”.
Francis Mara (Urupá-Ro)
AMIGO PARA SEMPRE
Você é a motivação que torna mais forte a nossa fé em crer
no Deus fiel!
Para André, nosso Herói! Amamos-te,
Ada e Sandra!
GRANDE VENCEDOR
Grande guerreiro, vencedor em todas as etapas.
Ensinou-nos a amar e acreditar, ter esperança porque vale
á pena viver.
Somente um grande vencedor, como você, é considerado
um autêntico, e valoroso guerreiro.
Saudades sim, tristeza, jamais.
Pois o seu sorriso e garra nos dão ousadia para viver, e
acreditar na grande fidelidade de Deus, pois ele é fiel.
Hoje você está nos braços do pai, e sempre presente em
nossos corações.
Ada e família.
33. 33
AZULÃO
Meu Azulão, meu herói, campeão do pai, guerreiro,
vencedor.
Com apenas, oito anos deixou um legado para um grande
número de pessoas;
Um legado de fé e coragem,
Um legado de luta e persistência.
Venceu a leucemia, venceu a morte e herdou a vida eterna.
Herdou a vida plena com Jesus, que foi seu amigo, seu
herói e seu socorro em todos os momentos.
Recebeu a vida plena, o paraíso, a vida eterna com Jesus.
Te amo, e te amarei sempre.
Titia Sueli.
INESQUECÍVEL
O André se foi e está com o Senhor Jesus, porém é
impossível esquecer sua passagem entre nós.
Suas brincadeiras e piadas (Catico, vem aqui Catico;
o jeito com que os avôs tratavam os cavalos; etc) vão ficar
marcados em nossa memória.
E a saudade, essa sim não teremos como fugir dela.
Fica a certeza de que Deus cuidou do nosso amigo de
maneira perfeita e supriu todas as suas necessidades.
Louvemos ao Senhor por isso.
ROGER (Primo)
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Capítulo 2 - No Hospital
Com muita educação, profissionalismo, carinho e respeito,
uma equipe médica nos instruiu acerca de quais recursos teriam
disponíveis para o tratamento, lembro-me com clareza quando
indaguei de uma médica acerca de quanto tempo de vida,
segundo a medicina, meu filho teria com aquele diagnóstico.
Ela me olhou com firmeza e disse que gostaria de ter resposta
melhor para me dar, mas infelizmente não tinha, e que somente
Deus poderia me responder, disse-me ainda que o caso do
Andrezinho era muito grave e seria bom que estivéssemos
preparados, pois nem mesmo eles sabiam como ele ainda
respirava sem ajuda do oxigênio, devido ao tumor alojado entre o
coração, pulmão e veia aorta.
Entendi então que nas entrelinhas talvez ela estivesse me
dizendo: “Na verdade pai, nem sabemos como o seu filho ainda
esta vivo.”
Pensei comigo mesmo, se eles não entendem como o Andrezinho
ainda esta respirando sem ajuda do oxigênio, então é porque o
milagre já foi feito glória a Deus.
Em seguida eles nos informaram da agressividade da
quimioterapia que se iniciaria e a possibilidade do Andrezinho não
resistir nem mesmo as primeiras sessões.
Contudo Deus o fez forte e além de não haver grandes efeitos
colaterais conforme previsto, o tumor desapareceu quase todo
em apenas uma sessão de quimioterapia.
Constataram isso porque após a primeira seção o Andrezinho
teve febre e foi necessário fazer um raio-X do pulmão para
prevenirem contra um possível agravamento do quadro clínico.
35. 35
Com esse procedimento puderam então detectar uma
considerável regressão do tumor e com 40 dias ele desapareceu
totalmente, em tudo víamos a boa mão do Senhor operando
maravilhosamente, Deus seja louvado! Ele é fiel!
No entanto, mesmo sendo Deus fiel, não nos poupou de
alguns momentos terríveis naquele hospital, com toda a certeza
Ele estava tão somente desejoso de nos proporcionar
crescimento, conforme nos diz as sagradas escrituras:
“Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o
livra.” Salmo: 34, 19.
Nunca vou me esquecer dos primeiros contatos com os
médicos, as primeiras informações, primeiros exames, primeiros
resultados, são coisas muito marcantes em minha vida.
Conforme disse anteriormente, pensávamos ser uma intoxicação
alimentar e, ainda em casa, antes mesmo de levá-lo ao hospital,
minha esposa tirou todos os alimentos de alta caloria da
alimentação do Andrezinho, o Toddy também entrou na lista é
claro, ele amava Toddy e quando já no hospital após resultados
dos exames falamos pra ele que não era intoxicação, ele abriu
um lindo sorriso e disse:
”Eba, então eu posso continuar tomando Toddy, ainda bem
que é outra coisa, tá vendo, vocês me deixaram com
vontade a tôa.”
Quanta pureza, quanta simplicidade, quanto ensino.
Lembro-me sem muito esforço dos primeiros dias de meu
filho ali naquele hospital, foram dias que marcaram a minha vida,
a dele, e com certeza a de tantos outros que também ali
estavam, com apenas cinco aninhos já entrou ali evangelizando
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através da música, o dia inteiro tocava um violãozinho de
madeira que eu havia lhe dado e cantava uma canção de um
grupo musical evangélico chamado Metal Nobre que dizia:
“Quando os problemas invadem o teu ser,
e a solução já não consegue ver.
Amigos já não há que possam te ajudar
cansou de procurar sem encontrar
Já em teus olhos lágrimas não há
e os teus sonhos fogem da tuas mãos
sozinho a seguir sem uma direção
cansou de procurar sem encontrar
Louvai por sua vida,
louvai mesmo sem saída.
Louvai em qualquer situação,
Não, não vai entregar sua vida,
Deus tem sempre uma saída.
Seja qual for a situação”
Médicos e enfermeiras costumavam pedir para ele repetir
algumas frases da música porque não havia entendido bem, ele
então repetia, com toda certeza Deus aplicou sua mensagem.
Logo que ele foi internado, observou que as crianças eram
carecas (efeito das quimioterapias) e passou a não querer mais
tomar banho.
Ele sempre foi uma criança extremamente higiênica e logo não
querendo tomar banho, sua mãe indagou dele qual seria a razão
e ele disse:
“Eu já observei mamãe que todas as crianças aqui são
carecas, deve ser a água do chuveiro desse hospital, e eu
não quero ficar careca.”
Quanta inocência, quantos ensinamentos obtivemos ali através da
37. 37
vida de meu filho, quanta fé, força e vontade de viver, quanto
testemunho do que é ser servo de verdade.
Mesmo em meio a uma série de exames dolorosos ele sempre
dizia:
“Papai, não quero ver o senhor chorando, Jesus vai me
curar, dói muito mais ver o senhor chorando, dói mais que
a própria dor do exame que foi feito em mim.”
Quantas saudades do meu filho!
Ele me ensinou grandes coisas com pequenos gestos e até
mesmo sem gesto algum, apenas com seu olhar sincero e singelo
expressando sua total confiança em Deus.
Durante todo tempo do tratamento o Andrezinho
pronunciava coisas que muitas vezes nos deixavam apreensivos e
ao mesmo tempo consolados, compartilhava sonhos e às vezes
ele próprio avaliava seu quadro clínico e em muitos resultados
preocupantes de exames ele sempre dizia:
“Não se preocupem com esses resultados, isso é apenas
um exame, o importante é o que eu estou sentido, e Deus
está cuidando de mim.”
Muitas foram às vezes em que Deus o usou para colocar paz
no meu coração, houve um dia no hospital que eu estava muito
aflito, a situação dele não era muito boa e ele começou a insistir
comigo para providenciar uma luva descartável para ele, eu
relutei um pouco alegando que as luvas eram para o trabalho dos
enfermeiros, mas pelo cansaço ele acabou me convencendo, isso
era bem comum entre nós e eu acabei providenciando a luva,
então ele pediu para que eu a enchesse de água e amarrasse, e
eu enchi de água e amarrei conforme o seu pedido e ficou aquela
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mão muito grande, eu não esperava tão grande lição que
aprenderia naquele momento, foi ai então que ele deitou, pegou
a luva da minha mão, colocou em seu peito, olhou para mim e
disse:
“Sabe o que é isso papai?
É a mão de Deus que esta sobre a minha vida.”
Por estas e outras razões eu não posso deixar de acreditar
na fidelidade de Deus nas nossas vidas.
Algumas vezes ele me pegava de surpresa com algumas
indagações, e não adiantava dar qualquer resposta, tinha que ser
resposta lógica.
Houve um dia no hospital em que ele me perguntou onde se
encontrava ouro, eu lhe respondi, e por si próprio ele concluiu
que ouro era difícil de conseguir, eu concordei com ele dizendo
que era difícil sim, então ele olhou para mim com uma certa
admiração e disse :
“Ouro é difícil pai, mas todo mundo quer porque tem valor,
e por ter valor às pessoas não medem esforços para
conseguí-lo, assim são as coisas que fazemos para Deus,
pode ser difícil, mas temos que ir até o fim porque as
coisas para Deus são mais valiosas do que o ouro, então
não podemos desistir.”
Não posso nunca, em momento algum deixar de dar á Deus
toda glória devida ao teu nome por essas palavras ungidas e
exortativas que saíram da boca de meu filho, incentivando a
minha caminhada e mostrando que ele era um menino valente.
De certa forma alertando-me de que a recompensa de Deus viria,
era só uma questão de tempo, mas era necessário permanecer
39. 39
sem desistir.
Lembro-me com muita facilidade também de um sonho que ele
compartilhou comigo em uma de suas internações.
Disse ele que estava brincando com seus dois primos, Caio e
Israel quando de repente ele caiu em um buraco muito fundo e
escuro, vieram então dois anjos, cada um de um lado e
seguraram em seus braços e o conduziu para um lugar muito
bonito.
Ele me contou o sonho e me perguntou o que significava, eu
disse que iríamos orar e depois falaria com ele, mas na verdade
nunca tive coragem de dizer-lhe o que eu havia entendido do
sonho, pois perguntei a ele imediatamente se os anjos haviam
retornado com ele depois para continuar brincando com os
primos e a resposta foi negativa. A partir daquele dia Deus
começou a trabalhar comigo a possibilidade de ter de encarar a
partida do Andrezinho para as Mansões Celestiais.
Muitas vezes, ao sair do hospital, ele todo feliz com a alta
recebida ainda no elevador dizia:
“Ta vendo pai, pra tudo tem que ter paciência, o dia que
eu cheguei aqui eu chorei pra não ficar, agora já passou, tô
indo embora, tem que saber esperar não é mesmo, tem
que ter paciência.”
Só mesmo uma criança com uma missão tão especial poderia
compreender estas coisas, por mais que eu escreva ainda vou me
esquecer de muitas coisas edificantes que ele dizia.
Não esperava escrever este testemunho em um momento tão
difícil com tantas saudades e só o faço porque sei que a morte do
meu filho foi e é para a glória de Deus, estou plenamente certo
40. 40
de que meu filho cumpriu sua missão, não só a sua morte foi
para a glória de Deus, também todo o tratamento dele foi para a
glória de Deus, e agora que aprouve ao Senhor recolhê-lo à
Jerusalém Celestial, tudo que ele passou tem que continuar com
o objetivo fundamental de glorificar e exaltar a Deus.
Para ele não posso fazer mais nada, já não me pertence
mais, nunca mais ele poderá vir até a mim, mas eu irei até ele.
Estou certo disso em nome de Jesus.
É claro que o desejo que devemos ter de ir para o céu, não pode
ser apenas o de encontrar um ente querido lá, até porque essa
questão de reconhecimento no céu é um assunto do qual não se
pode fechar questão, vamos nos ater apenas ao que Deus nos
revela, mas encontrar um ente querido pode ser uma
complementação, no entanto a motivação primordial de desejar o
céu tem que ser o desejo de estar com Jesus,
Apesar de não poder fazer mais nada pelo Andrezinho, eu
posso fazer para Deus e sei que através deste testemunho posso
contribuir para edificação de vidas aos pés de Jesus, pois não
existe absolutamente nada neste mundo que seja tão gratificante
do que trabalhar em prol do Reino de Deus.
Por esta razão insisto em escrevê-lo mesmo em meio à dor da
saudade, Deus há de me recompensar, estou certo disso, serão
recompensas em nível muito mais elevado do que se possa
imaginar, não recompensas terrenas apenas, pois nos ensina o
apóstolo Paulo de que não devemos esperar somente nesta vida,
nenhuma recompensa aqui é tão valiosa quanto a que Deus tem:
“Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida,
somos os mais infelizes de todos os homens.” 2º Coríntios 15:19.
41. 41
Desta vida quero apenas o consolo de Deus pela perda de
meu filho e trabalhar incansavelmente para Jesus, autor e
consumador da nossa fé, pois é preciso entender que a morte de
Jesus na cruz, não foi somente para nos salvar, claro foi esse o
objetivo principal, contudo Ele morreu também para que você não
viva de uma forma egoística só para você, veja o que diz o
apóstolo Paulo: “E Ele morreu por todos, para que os que vivem
não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles
morreu e ressuscitou.” (ll Co. 5:15).
Tudo que Deus reservou de melhor para nós esta muito,
além disto, aqui, “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem
jamais penetrou em coração humano, o que DEUS tem preparado
para aqueles que o amam.” (l Coríntios 2;9).
Esta palavra fiel e verdadeira tem sido fonte de conforto para
mim e toda minha família. Sabemos que a salvação do
Andrezinho está garantida e ele já está seguro, onde almejamos
chegar com a graça e as misericórdias de Deus.
Temos muitas saudades, mas quem ama quer o melhor e o
melhor para o Andrezinho seria estar com Deus, e não em nossa
campainha, por isso à Deus toda Glória para sempre e
eternamente amém.
A grande recompensa é o que Deus tem preparado.
Portanto, fiquemos firmes, sem vacilar, pois Deus é fiel para
cumprir todas as suas promessas, como nos diz as Santas
Escrituras: “Deus não é homem, para que minta;
Nem filho do homem para que se arrependa.
Porventura, tendo ele prometido, não o fará?
Ou, tendo falado, não o cumprirá?”. (Números 23:19.)
42. 42
Depoimentos:
Graça e Paz!
Vale à pena recordar...
Eu posso com certeza
dizer que tenho orgulho, sem
exagero, pretensão, e claro,
sem desmerecer a amizade dos
outros, que eu fui o tio preferido do Andrezinho!
Pena que o tempo passa tão rápido!... Rápido para nós que
estamos bem e não sabemos valorizar o mesmo...
O Andrezinho, com certeza, foi um exemplo de vida, força,
confiança e gratidão a Deus.
Aprendi muito com ele.
Aprendi novamente a orar, mesmo em meio aos problemas...
...“Deus, obrigado, porque o Senhor não ta me deixando
sofrer...”
...“Posso perder os olhos, os ouvidos, não me deixe perder
a voz, pois a melhor hora é quando estou falando com o
Senhor...” (Frases usadas em suas orações!)
Fez-me enxergar além do que os olhos podem ver.
O importante é o que Deus está vendo em mim, não o que
tento ver em Deus. Deus É!
Posso ouvir a voz, sentir o peso, a força e o carinho do
abraço, que deixa no peito uma marca que jamais vai se apagar!
“Bença ti! Ô ti, vão jogá uma partida de futebol? Mas tem que
ser de 15 minutos cada tempo! Nó ti cê é ruim dimais! Núúú que
golasso!!! Ô ti narra aí!... (jogando play station)
43. 43
Não posso deixar de registrar um momento marcante e
incomum entre nós...
No sábado, dia 30 de setembro de 2006, entrei para o
quarto, comecei a cantar e de repente comecei a compor uma
música que diz:
“Dá vontade de cantar,
Dá vontade de expressar,
Minha gratidão a ti Senhor,
Mesmo em meio à aflição
Angústia e tentação,
Posso crer no teu agir em mim
Quero ser um instrumento em tuas mãos!
Faça em mim o teu querer!
Usa-me em qualquer situação!
Esta é a minha oração.
Minha mãe havia saído, foi telefonar para Rondônia, para
saber, notícias do Andrezinho.
Quando ela voltou eu a chamei e mostrei essa música.
Enquanto eu cantava, ela chorava.
Perguntei a ela o motivo do seu choro, e ela disse:
“– O Andrezinho disse as mesmas palavras!
“Ele pediu um culto só cantado ao seu pai...”.
Podemos testificar a presença de Deus em nós!
Obrigado Senhor, pela vida do Andrezinho!
Josimar Bianchi, “Ô ti”
OBS: O Andrezinho faleceu um dia após a composição desta
música pelo seu tio.
44. 44
Meu sobrinho lindo
Não me esqueço quando o Andrezinho ganhou o seu primeiro
celular,
‘‘Aposto que a tia Zi’’ (como ele me chamava)
Vai colocar na agenda dela ‘‘Meu sobrinho lindo”.
Só que alguém me avisou antes e eu realmente coloquei.
Quando cheguei á sua casa não me esqueço da cena.
Ele, sentadinho no sofá com as pernas dobradas e mexendo
no celular.
Mostrei pra ele o que tinha colocado no meu celular e ele
super sério e convencido disse: ''Eu já sabia!''.
Realmente ele era meu sobrinho lindo, sinto falta das
vontades que eu fazia pra agradá-lo, era como se eu tivesse dois
filhos, pois tudo que eu comprava para o Israel, também
comprava pra ele e ele já esperava isso! E o mais interessante é
que o Israel não tinha ciúmes, por quê? Porque a graça e a
misericórdia do nosso Deus já fazem tudo certinho, deu ao Israel
uma personalidade passiva para compreender todos os
acontecimentos.
Enfim é muito fácil e ao mesmo tempo difícil falar sobre ele,
pois ele foi único e o será eternamente.
Nunca presenciei uma criança com tanta fé, temor e amor
ao nosso Senhor Jesus. Foi uma experiência dolorosa, mas muito
edificante em minha vida e de minha família. Sinto saudade,
muita dor! Mas o Senhor nos tem sustentado. Com a certeza que
vou encontrá-lo novamente sigo minha vida na presença do
Senhor e na espera desse grande dia.
Tia Josilane
45. 45
Capítulo 3 - Consultas Ambulatoriais
Quando o Andrezinho não estava internado tínhamos
constantes consultas no ambulatório, quem faz esse tratamento
ou acompanha alguém que faz conhece bem de perto essa rotina.
Lembro-me de certa vez que a consulta estava demorando muito
e eu, impaciente, não agüentava mais e comecei a questionar
sobre a demora, porém entendendo perfeitamente que a
demanda é bem maior do que os recursos disponíveis aos
profissionais da saúde para a execução do trabalho, aliás, eles
fazem mais do que podem, são mais do que profissionais da
saúde, são agentes de carinho e compreensão.
Contudo devido a alguns comentários que fiz, sua mãe me disse
que era para dar glória a Deus, porque a consulta estava
demorando, mas o Andrezinho estava bem, imediatamente ao
ouvir o que sua mãe disse olhou pra ela e retrucou dizendo:
“É assim mãe, dar glória a Deus porque eu estou bem?
Fica sabendo que se eu não estivesse bem tinha que dar
glória a Deus também.”
Esse era o Andrezinho.
A sua expressão não foi absolutamente nada além da palavra de
Deus que diz: “Em tudo dai graças!” (I Ts. 5:18).
E hoje, mesmo na sua ausência, temos aprendido a dar graças a
Deus porque ele nos ensinou isso, verdadeiramente um servo em
qualquer situação, procurava ver sempre o lado bom das coisas e se
apegava no positivo.
Às vezes chorava quando tinha que internar, é claro que isso é
natural, afinal ele era apenas uma criança e tinha suas limitações,
46. 46
mas quando passava o momento de tristeza ele dizia:
“Pai, ficar internado é ruim e é bom ao mesmo tempo. É ruim
porque a gente só fica preso dentro de um quarto e não pode
brincar a vontade, mas também é bom porque aqui eu estou
sendo tratado para viver mais.”
Ele sabia da gravidade de sua enfermidade, nunca
escondemos isso dele, mas sabia também de que a sua
enfermidade era nada aos olhos do Senhor, que poderia curá-lo.
Certo dia, após um exame chamado punção lombar, quando é
feita a retirada de um liquido na coluna e ao mesmo instante é
aplicado o medicamento para evitar comprometimento da
enfermidade no cérebro, o que na verdade é também uma
quimioterapia.
Após então esta aplicação o Andrezinho foi conduzido à outra sala
para uma quimioterapia endovenosa, chegando lá ainda soluçando
com dores do exame anterior, ele estendeu os dois braços e disse a
enfermeira:
“Pode pegar qualquer veia, em qualquer braço, porque meu
sangue é bom, meu sangue é de primeira.”
Imediatamente eu olhei para a enfermeira que estava mais próximo
de mim e falei bem baixo para ele não ouvir: “Somente uma criança
pode agir assim, passando por um momento tão difícil sorrindo e bem
humorado.”
Mesmo usando um tom de voz mais baixo ele ouviu o que eu
dissera e mais que depressa me respondeu assim:
“Sabe por que, que eu estou sempre sorrindo e bem
humorado pai? É que eu sou feliz, eu sou muito feliz.”
O Silêncio permaneceu alguns segundos dentro daquela sala, onde
47. 47
muitos estavam fazendo quimioterapia, os pacientes e enfermeiros
olharam entre si e alguém quebrou o silêncio dizendo:
“Que menino é esse? Isso não existe!”.
Naquele mesmo dia ele saiu com outra antes de ir embora.
Quando sua mãe lhe disse que já havia terminado a quimioterapia
ele se levantou e disse bem alto:
“Já mãe? Que beleza! ir pra casa é bom demais, mas melhor
ainda é ir para o Céu.”
Sem dúvida isto alegra o meu coração porque com toda a certeza a
felicidade do Andrezinho não estava vinculada as circunstâncias que
o cercavam, mas acima de tudo na união que ele tinha com Cristo
Jesus.
Ele não dependia de momentos favoráveis para ser alegre, ele tinha
alegria constante por ter o fruto do Espírito, ele sabia da presença
contínua de Jesus com ele, e por esta razão vivia na dimensão da fé
e apropriava-se continuamente das conquistas de Cristo na cruz do
calvário em nosso favor.
Entendia literalmente e guardava as palavras do apóstolo João:
“Pois todo que é nascido de Deus vence o mundo. Esta é a vitória
que vence o mundo a nossa fé.” (1ª João 5:3).
Lembro-me de certa vez que regressávamos do hospital,
após uma bateria de exames, passamos o dia inteiro no hospital e
já era noite quando retornávamos.
Ele estava no banco traseiro do carro de uma forma pensativa.
Percebi o seu silêncio e logo imaginei que alguma coisa muito
especial e com certeza criativa se passava naquela fértil mente,
pois o conhecia muito bem e aqueles lindos olhinhos brilhantes
não me deixavam dúvidas de naquela cabecinha alguma coisa
48. 48
estava sendo maquinada não hesitei e perguntei a ele o que
estava pensando, sem muitas palavras ele olhou para mim e
disse:
“Tô pensando aqui pai, que ainda bem que o Fillipe e a
Suellen (seus irmãos) não tem essa doença, porque esse
tratamento é osso.”
Fiquei deslumbrado com a bondade de meu filho em relação aos
seus irmãos.
Ele sabia que ninguém merecia sofrer tanto, mesmo tendo
apenas 8 anos, sempre deixava claro que jamais desejaria que
alguém passasse o que ele estava passando.
Foi sempre um guerreiro vencedor, encarando de cabeça erguida
a realidade da vida. Um eterno campeão.
49. 49
Depoimentos:
Ele realmente foi um presente de Deus pra nós.
Com apenas oito aninhos foi exemplo de fé e coragem.
A vida do André nos provou que Deus é fiel sempre.
Saudades, amo muito você.
Prima Sara.
GRATIDÃO DE UM PAI
Emociono-me profundamente em poder agradecer a todos
vocês que integram a comunidade de meu filho.
Talvez algum pai que já passou pela dor da perda possa me
compreender melhor nesse momento.
O meu peito arrebenta de dor, uma dor que não tem nome,
mas que massacra de forma que não se explica.
O Andrezinho partiu para os braços de Jesus no dia 1º de
outubro de 2006, mas estará eternamente em nossos corações.
A certeza de que um dia nos encontraremos renova as
nossas forças e nos incentiva a caminhar em direção a Jesus.
Na convicção de que Deus é fiel e o céu é real aguardamos o
nosso reencontro e de acordo com as palavras do próprio
Andrezinho que sempre dizia:
“o céu tem uma porta e a morte é a chave para abrí-la”.
Ele então já obteve esta chave e já adentrou à Jerusalém
Celestial.
Por esta razão á Deus toda Glória.
Que Deus abençoe a todos.
Tirado do Orkut
50. 50
ELE MARCOU A MINHA VIDA
O André foi e é uma pessoa especial para mim, porque ele
me ensinou a dar valor à vida...
Mesmo com tantas dificuldades, ele sempre estava sorrindo
e em cada gesto do seu rosto resplandecia o Espírito Santo de
Deus...
Obrigado priminho, por ser tão especial para mim...
Prima Ozeane (Cacoal-RO)
QUE EXEMPLO
Uma criança que não precisou de
oitenta anos pra fazer sua história,
mas apenas de oito!
Eu aprendi que é possível sonhar
mesmo diante dos problemas...
Que é possível cantar, brincar e se
alegrar em meio à dor! É possível
viver!...Que exemplo!
Tio Dalton
HERÓI...
Bom, com apenas pouco tempo de convívio aprendi muitas
coisas com o André, que realmente é um campeão um vencedor.
Com sua grande fé mostrava seu valor... Desde a primeira vez
que o vi o amei. Uma linda criança que me fez sorrir, admirar, e
aprender que viver é agora e que o nosso amanhã realmente
pertence a Deus... Saudades de você Andrezinho!!! Herói.
Anônimo
51. 51
MEU NETINHO VALENTE
Eu não sei o que falar do meu netinho, ele tinha tantas
qualidades que é impossível falar de uma a uma e além de tudo
a dor é muito grande e não dá tempo pra gente pensar, mas
posso resumir o que ele sempre foi dizendo que ele nos consolava
quando precisávamos ser consolados.
Sempre bem humorado, mesmo com o corpinho marcado
com tantas agulhadas.
Saudades eternas deste menino guerreiro.
Sabemos que ele esta com Jesus, e isto alivia um pouco
mais a nossa dor.
Vó Jacira
ANDRÉ
Uma vida extraordinária que conquistou o coração de todos que
o conheceram.
Uma criança que com pouco tempo aqui na terra nos mostrou
que louvar a Deus mesmo em meio às tribulações é possível.
Tudo que Deus coloca em nossa vida tem um propósito.
Aprendi muito com seu grande exemplo de vida, que também marcou
e mudou a vida de muitas pessoas.
André te amo!
Você se foi, mas sua presença é viva e sempre vai estar
marcada em nossos corações.
Lucas Bianchi (Primo)
52. 52
Capítulo 4 - O Transplante
Foi um ano e meio de tratamento intensivo, quimioterapias,
consultas, exames, internações programadas outras imprevisíveis,
em meio a tanta turbulência crescemos muito na graça e no
conhecimento de Deus, grandes experiências o Senhor nos
concedeu durante todo esse tempo.
Hoje podemos dizer talvez como disse Jó:
“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser
frustrado. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te
vêem.” (Jó 42: 2 e 5.)
Aliás, acerca desta história de Jó vale à pena tecer um breve
comentário para que você não se torture talvez por estar passando
por um momento difícil.
A Bíblia diz no capítulo 1, logo no início do livro, no versículo 1, que
Jó era homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do
mal, mas mesmo com grandes virtudes não foi poupado de uma
situação conflitante, foi provado, não por ser injusto, mas por ser
justo, não por ser infiel, mas por ser fiel, foi um homem digno de
ser provado por Deus e tentado por satanás por uma única razão:
“Fidelidade para com o Senhor.”
Portanto eu gostaria que você pensasse em tudo que tem passado,
pare de arrancar pecados do fundo do baú, achando que são eles os
causadores desta situação, pare também de revoltar-se com Deus,
isso só vai piorar as coisas, entenda que Deus não é seu adversário
neste momento e sim seu grande aliado.
Após todo esse período de um ano e meio, com tudo
correndo bem, havia grandes possibilidades de, em breve,
encerrar o tratamento, a sua médica sempre dizia que ele estava
53. 53
surpreendendo por sua resposta ao tratamento, mas como em
todas as coisas a vontade de Deus se revela, foi durante então
um simples exame de rotina que constatou, mais uma vez, que a
enfermidade estava se manifestando de forma muito agressiva,
com exceção do tumor que já havia desaparecido com apenas 40
dias de tratamento, agora um novo exame apontava que das
células da medula que foram pesquisadas 84% estavam
novamente comprometidas.
O mundo outra vez pareceu desabar sobre nós.
Foi ai então que a equipe médica chegou à conclusão que
somente o transplante de medula óssea poderia dar mais chance
de vida para meu filho.
Sinceramente ficamos transtornados, teríamos que começar
tudo de novo depois de um ano e meio, contudo mais uma vez o
Senhor renovou as nossas forças e, certos da fidelidade de Deus,
prosseguimos em busca da solução.
Começou-se então o procedimento para encontrar um
possível doador e, com a graça de Deus, encontramos o mesmo
dentro da nossa própria casa.
Meu filho Fillipe, com 14 anos na época, ele era 100%
compatível. Glória a Deus!
Aliás, quero aproveitar este momento para dizer o quanto sou
grato a Deus pela vida do Fillipe, que também não mediu esforços
na tentativa de proporcionar dias melhores para o seu maninho,
não se importando com possíveis conseqüências posteriores, de
cabeça erguida teve honra e orgulho de poder doar a medula
para seu irmãozinho demonstrando desta forma muita coragem,
bravura e acima de tudo um grande amor e desejo real da do
54. 54
restabelecimento da saúde do Andrezinho.
Graças a Deus o Fillipe esta conosco, mas o Andrezinho levou
consigo um pedacinho dele e de todos nós.
Fui então chamado para uma reunião com a equipe de
transplante, onde eles me orientaram acerca dos benefícios e
também das possíveis complicações que poderiam ocorrer.
Confiante no Senhor, eu disse aos médicos que, com toda
certeza, eles contemplariam o agir de Deus na vida do André,
através daquele transplante.
Quando cheguei ao quarto onde minha esposa e o
Andrezinho estavam, segundo a minha esposa eu estava até
pálido, pois a conversa que tive com a equipe médica foi muita
franca e aberta, quem já passou por isso sabe exatamente do
que estou falando.
Eu disse á minha esposa que devíamos estar preparados para o
agir de Deus na vida do nosso filho, falei que eu havia dito aos
médicos que eles veriam a ação de Deus na vida dele através do
transplante, e alertei a ela que talvez os médicos só entenderiam
esta ação se a situação fugisse do controle deles, caso contrário a
minha fala não teria sentido.
Por esta razão Deus poderia permitir algo muito grave para a sua
Glória e deveríamos estar preparados, eu entendia muito bem
que somente com uma situação incontrolável que fugisse aos
recursos da medicina seria possível promover a glória de Deus,
porque numa situação normal a medicina tem seus recursos, sua
competência, seus louváveis métodos. Glória a Deus por isso.
Os profissionais da saúde têm sido instrumentos nas mãos de
Deus. Aleluias.
55. 55
Porém mesmo consciente de que uma situação agravante poderia
ocorrer para Deus manifestar e teu poder e assim promover a sua
glória, eu não imaginava que seria tanta prova. Meu Deus!
Eu sabia que poderia ser algo muito difícil, mas não com tanta
intensidade, foram dias de muita amargura, apreensão, medo
expectativas, e ás vezes até mesmo incertezas de vida para o
meu filho devido ao seu quadro de saúde cada vez mais
agravante, mas Deus esteve conosco a cada segundo,
confortando-nos e fazendo nos entender de que todo passo de fé
é acompanhado por uma prova de fogo, portanto conosco não
seria diferente, porém de uma coisa tenho certeza, a Glória de
Deus predominou naqueles dias. Deus seja louvado.
E no dia 13 de Abril de 2005 as 18 h o Andrezinho estava sendo
transplantado.
Lembro-me bem quando cheguei ao quarto dele, após ter ficado
com o Fillipe seu irmão doador, durante todo o processo da
retirada da medula em outro local e ele sabia que o Fillipe estava
fazendo esse procedimento, assim que entrei em seu quarto ele
olhou para mim e disse euforicamente:
“E ai pai, trouxe a medula do Filipe pra pôr em mim? Eu tô
esperando!.”
Ao perguntar-me se eu havia trago a medula, fiquei imaginando a
simplicidade de uma criança ao aguardar um transplante de
medula óssea como se estivesse esperando um chocolate.
O processo para retirada da medula do Fillipe demorou 6
horas e 10 minutos, e em meio a muita tensão o Senhor Eterno
nos honrou de muitas maneiras naqueles dias vitoriosos e
exaustivos que ali passamos.
56. 56
Pelo fato de termos presenciado a ação de Deus naqueles
dias, é que estou insistindo para escrever este testemunho com
muita luta, objetivando tão somente glorificar o nome de Deus.
Foram dias de muito sofrimento que não gostaria de
lembrar, mas você precisa saber que Deus é real. Ele agiu na vida
de meu filho com muito poder e graça, embora o tenha
transportado para Nova Jerusalém um ano e meio após o
transplante. Mesmo assim Ele nunca deixou de agir, dando alívio
imediato de tantas dores e sofrimentos terríveis, para o meu
filho.
Caro leitor, quero que você entenda que se Ele agiu na vida do
Andrezinho, pode perfeitamente agir na sua ou de algum ente
querido que esteja necessitando.
Basta tão somente render-se inteiramente, sem reservas, aos pés
do Senhor. Deus sempre tem socorro para quem precisa ser
socorrido, pode acreditar.
Embora meu filho tivesse tido um doador 100% compatível,
ele não o salvou da rejeição pós-transplante, foi uma rejeição
intestinal nível três que era extremamente grave. Entramos em
campanha de oração intensa nas igrejas, todo o povo de Deus na
região em que morávamos conhecia a história do Andrezinho.
Depois de muita oração quando pensávamos que as coisas
estavam melhorando, o quadro teve uma alteração, a rejeição
que era nível três, agora passara para o nível quatro,
complicando muito mais a sua recuperação.
É assim que nosso Soberano Deus faz.
Ele às vezes nos coloca a prova para que possamos crescer mais.
Foram dias angustiantes e traumáticos para todos nós, somente
57. 57
lágrimas derramavam de nossos olhos, como estas que escorrem
por meu rosto neste exato momento, só de lembrar nos faz
reviver intensamente o nosso sofrimento, a dor, a angústia, e a
tristeza de contemplar o sofrimento do Andrezinho sem poder
fazer nada por ele, fez nos enxergar com muito mais clareza, o
quanto somos limitados, ver alguém que amamos profundamente
sofrendo e sem poder ajudar faz com que batemos de frente com
a nossa limitação e tudo isso então fez com que ficássemos cada
dia mais perto de Deus.
Em crise, muitas vezes com dor intensa, ele vomitava
evacuava, suava, gritava e pedia pra morrer. Quanto sofrimento.
Mesmo após tantas crises, assim que melhorava, ele continuava
com o mesmo humor de sempre, como se nada tivesse
acontecido.
Suas crises eram inexplicáveis. A equipe de estudo da dor
passou dias avaliando o caso dele por entender que realmente a
dor era fora do normal. Nada, absolutamente nada, a fazia parar.
Já estava sob o efeito de medicamentos pesados como morfina e
tudo mais, mas estes eram como água em suas veias.
Lembro-me que certa vez Deus nos deu uma experiência
em uma de suas crises, ele estava sentindo uma dor muito forte,
estava evacuando em suas roupas, suando muito e perdendo a
respiração gritava:
“Eu sei que estou morrendo papai, não tem mais jeito pra
mim, essa dor esta mais forte do que eu prefiro morrer.”
O médico havia me chamado na porta do quarto dizendo
que não tinha mais o que fazer, eu voltei correndo para dentro do
quarto ajoelhei-me e clamei pela misericórdia de Deus sobre a
58. 58
vida do meu filho, eu disse a Deus com muita sinceridade que eu
não queria negá-lo em toda a minha vida, mas se visse o meu
filho morrer daquela maneira eu não sei o que seria da minha fé.
Neste momento, tive uma experiência nova com Deus, e até
mesmo duvidosa para muitos cristãos, mas eu estou falando de
um testemunho vivo em minha vida.
Eu não ouvi essa história, eu á vivi.
Deus orientou-me a repreender aquela dor e expulsá-la do corpo
do meu filho e assim eu o fiz, sem me importar com quem estava
no quarto, afinal era meu filho que estava sofrendo.
Poderiam me questionar da maneira que quisessem, eu não me
importaria, alguns enfermeiros que ali estavam fazendo os
procedimentos contemplaram algo inexplicável, pois assim que
orei a dor desapareceu imediatamente, então fazendo uso de
uma autoridade espiritual que o Senhor me conferiu naquele
momento, eu disse a eles que se quisessem e se os médicos
autorizassem poderiam tirar a morfina do Andrezinho que nunca
mais ele sentiria aquela dor que o incomodava há mais de trinta
dias, e para a glória de Deus a partir daquele dia nunca mais a
dor voltou, ela simplesmente desapareceu.
Deus seja louvado. A Ele toda glória eternamente. Amém.
Depois de angustiantes dias ali, Deus entrou com a provisão
dar alta hospitalar para o André, só de lembrar o que meu filho
passou ali me faz chorar.
Quantas vezes ele olhava da janela do hospital e dizia:
“Ô papai, será que eu nasci pra sofrer? Olha quanta gente
lá fora e eu aqui só tomando agulhadas e ainda sentindo
dores.”
59. 59
Mas, graças a Deus, enfim chegou o dia 15 de junho de
2005. Esse foi o dia de sua alta. Ele foi internado no dia 30 de
março de 2005 com a previsão de ficar no máximo 30 dias.
Após então os terríveis 75 dias de sua internação, fomos para
casa cheios de expectativas, pois na verdade a alta foi um pouco
forçada, até mesmo pelos médicos. Eu acredito que eles
pensavam que o André não teria grandes chances mesmo, então
assim que ele deu uma melhorada eles liberaram, talvez
pensando que estariam dando á ele ao menos a chance de ter um
pouco mais de alegria na sua própria casa. Esse é um raciocínio
meu. Eles nunca me disseram nada a respeito.
Dois meses depois o Andrezinho teve que ser novamente
hospitalizado para combater dois tipos de bactéria que havia
contraído. Nesta nova internação fui questionado por um
enfermeiro que estava no quarto naquele dia em que orei a Deus
pedindo socorro para o alívio da dor do meu filho. Ele me disse
que nunca tinha visto nada parecido, e que já havia tentado
encontrar a resposta para aquele acontecimento em meio aos
seus familiares, na equipe de transplante, na faculdade e até
mesmo em sua religião, mas ninguém conseguiu respondê-lo a
contento.
Segundo ele, naquele mesmo dia, ao término do seu plantão,
relatou o acontecido e deixou anotado na ficha do Andrezinho que
era para os próximos plantonistas observarem se a dor
retornaria, uma vez que ela já o incomodava há mais de trinta
dias. Porém, para o espanto de todos a dor não voltou nem
naquele dia e nem nos seguintes.
Houve até uma enfermeira que comentou que a dor do André da
60. 60
mesma forma que apareceu, desapareceu, misteriosamente.
Tive então a oportunidade de falar para aquele enfermeiro do
amor e da fidelidade de Deus, tenho ainda em mente o seu nome
e ainda oro por ele, mas vou preservar sua identidade por uma
questão de ética.
Embora nunca mais o tenha visto, a semente do evangelho ficou
plantada naquele coração e com certeza quando ele estiver lendo
este livro poderá tirar suas próprias conclusões, para a glória de
Deus Pai.
O caso estava tão grave que chegamos a obter autorização
especial para que os primos do Andrezinho, que tinham a mesma
idade dele, pudessem visitá-lo.
Médicos e responsáveis pela ala de transplante facilitaram o
máximo para proporcionar a ele dias melhores. Louvado seja
Deus também pela vida daqueles profissionais da saúde, que a
bem da verdade foram muito além de profissionais.
Eu não tenho palavras para agradecê-los pelo quanto fizeram
pelo meu filho, que, aliás, fazem para todos que lá se encontram.
Sei que alguns leitores conhecem bem de perto esta história, mas
quero mais uma vez dizer “Muito obrigado! Vocês foram muito
especiais na vida de nosso filho e na nossa também.” Agradeço
profundamente a Deus pela vida de vocês.
O Hospital das Clínicas (BH-MG) está de parabéns por sua
equipe de funcionários. Em todos os momentos fomos sempre
bem atendidos, com atenção e carinho sem distinção, por parte
dos médicos, enfermeiros, assistentes, seguranças, pessoal da
limpeza, laboratório, ambulatório, todos enfim foram bênçãos na
nossa vida durante os três anos que por ali passamos.
61. 61
Algumas vezes ouvi dos médicos que não tinha mais o que
fazer que infelizmente a enfermidade do Andrezinho havia fugido
do controle e que agora era só uma questão de tempo.
Contudo continuávamos crendo piamente na cura, conscientes de
que o nosso Deus é o Deus do impossível.
Em momento algum duvidamos das palavras dos médicos,
mas aguardávamos ansiosamente por um milagre. Sabíamos que
o quadro descrito por eles era real, mas pensávamos que Deus o
mudaria.
Todavia os planos de Deus não são nossos planos e os Seus
pensamentos não são os nossos pensamentos:
“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor,
porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim
são os meus caminhos mais altos que os vossos caminhos, e os
meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.”
Isaías capítulo 55, versículos 8, 9. Á Deus toda glória!
Entendo perfeitamente que Deus sabia que nosso louvor a
Ele e a nossa gratidão não se resumia na cura do Andrezinho.
Manteríamo-nos fiéis a Ele independente do resultado, pois um
dia aprendemos que temos que adorar ao Senhor pelo que ELE É
e não somente pelo que Ele faz.
Fazendo ou não fazendo o milagre, ele continua sendo Deus.
Ele é o Todo Poderoso.
Ele não tem nada mais a fazer.
Ele já fez: enviou seu filho ao mundo e abriu as portas do céu,
para nos proporcionar vida abundante.
Ele nos garante uma morada eterna no céu, onde não haverá
62. 62
lágrimas, dores, tristezas e angústias.
Lá não haverá morte, somente a vida eterna.
Isso pra mim é muito mais do que curar um insignificante câncer.
Oh! Glória a Deus! Maranata, ora vem Senhor Jesus.
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Depoimentos:
AGRADECIMENTO
Oi! Sou irmã do Andrezinho e gostaria de agradecer de
coração a todos vocês que oraram e torceram por ele.
O meu desejo é que todos tivessem o privilegio de conhecê-
lo, afinal o Andrezinho foi e sempre será uma criança mais que
especial! Mas aprouve ao Senhor levá-lo, portanto, glorificado
seja o nome Dele.
Bom pessoal é isso aí... Valeu mesmo!
Deus abençoe todos vocês
Suellen
AMOR VERDADEIRO
“O amor verdadeiro nem mesmo a morte pode destruir.”
Será isso apenas uma frase??? Não!!! Pra mim é a mais pura
verdade!!! E está aí uma prova disso... Ele não se encontra mais
em nosso meio, mas será ETERNO em
nossos corações!
Fillipe Bianchi
(Irmão, doador da medula)
O CÉU EM FESTA:
O Céu esta em festa, os Anjos cantam glórias ao Senhor Deus
pela chegada de mais um autêntico e valoroso guerreiro, ANDRÉ
BIANCHI, servo fiel até seus últimos momentos de vida.
Que o Eterno Deus conforte vocês, grande abraço.
Mateus (Filho genro)
(Mensagem recebida pelo seu pai no celular 30 minutos após sua
morte)
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FALTAM PALAVRAS PARA FALAR DO MEU FILHO
Sinceramente me fogem as palavras para falar do Andrezinho.
Ele foi um ser muito especial em nossas vidas.
Como ele nos ensinou! Era uma criança de personalidade tão forte,
que às vezes até o confundíamos com um adulto.
E ao mesmo tempo era doce, amável... sempre pronto a dar ou
receber um carinho.
O que mais me impressionava nele era como ele absorvia o lado bom
de toda e qualquer situação.
Era muito temente ao Senhor, sensível ao Espírito Santo, e jamais
saíram de sua boca palavras de desonra ao nosso Deus.
Era um menino que irradiava a luz de Cristo.
Seu último mês de vida foi algo terrível e tremendo ao mesmo
tempo. Aquele rostinho lindo já havia sido totalmente desfigurado
pela enfermidade. Suas forças físicas já haviam se esvaído.
Mas mesmo assim ele sorria e cantava louvores ao nosso Deus.
“Como o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza!” Eu como mãe,
também pude contemplar isto em minha vida.
Foram dias em que vivi completamente no sobrenatural de
Deus. É uma paz, que somente quem tem Jesus, pode entender e
experimentar.
“Sinto-me honrada por ter gerado e cuidado de alguém tão
amado pelo Senhor.”
Tudo que Deus faz, tenho plena convicção de que é bom e
perfeito. Por isso louvo ao Senhor por tudo.
Se passamos por momentos tenebrosos é porque certa-mente
são necessários para nossas vidas. Deus seja louvado!
Débora Bianchi
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ANDRÉ
O médico torna-se frio, endurecido frente ao sofrimento
alheio; de tanto presenciá-lo, não o sente mais?
O médico se acostuma com a morte?
São perguntas freqüentes.
Vez ou outra as ouvimos e sempre nos fazem parar para
pensar... A resposta é sempre a mesma: não.
Falamos por nós...
não nos acostumamos, nem nos conformamos.
O motivo não sabemos explicar exatamente, mas tem a ver
com o fato de que cada paciente é único, é especial.
Alguns nos dão à exata dimensão disso, porque entram pela
porta do consultório e, sem que nos demos conta, entram direto
no nosso coração (de lá nunca mais saem) e deixam a sua marca
na nossa história, para sempre.
André chegou com olhos verdes desafiadores, instigantes...
Disposto a tudo e contrário a qualquer sentimento de pena ou
desânimo, muitas vezes fez com que desconfiássemos da sua
idade: quem disse que a sabedoria chega com a idade?
Sim, pode haver maturidade na infância...
André subverteu as regras que pensamos dominar.
Com a sua alegria de criança, o humor ácido do mais crítico
adulto e a serenidade de um ancião, debochou da dor e do
tempo, driblou as tristezas e ousou determinar o curso da própria
história.
Não aceitou derrotas, nem prêmios de consolação. Sempre com
uma ironia, uma “tirada” inesperada, arrancou sorrisos e até
gargalhadas em momentos que só pediam lágrimas.
66. 66
Revolucionou os nossos sentimentos, confundiu os nossos papéis
(quem estava tomando conta de quem?).
Modificou a nossa percepção da vida, deu o tom e tomou as
rédeas do seu tratamento e do seu destino.
Enquanto corajosamente buscava a cura, presenteou a
todos nós, à sua volta, com o seu amor, a sua alegria, a sua
inteligência e a sua luz.
A mesma luz que continua nos inspirando hoje e que não
nos deixa desanimar.
As médicas Raquel e Benigna
ANDREZINHO;
Será que algum dia haverá palavras para descrevê-lo?
Fico muito emocionada todas as vezes que vejo as
suas fotos ou quando estamos conversando sobre ele, um
verdadeiro guerreiro que mediante a tanta dor e sofrimento não
se deixou abater, permaneceu fielmente na presença do Senhor e
transformava momentos de angústia em alegria.
Transformou a nossa maneira de ver e enfrentar as
tribulações diárias.
André, você deixou muita saudade e marcou a vida
daqueles que nem se quer chegaram a te conhecer.
Naiara Torres Bianchi
(Filha nora, esposa do Fillipe, doador da medula)
67. 67
Capítulo 5 - A Recidiva
Depois de quase três meses no hospital recuperando do
transplante, a equipe médica deu alta conforme relatei
anteriormente.
Apenas seis meses depois de sua alta, quando pensávamos
estarmos começando a ter dias melhores, apareceu um tumor
bem na sua testa, centímetros acima de seu nariz.
Aquele lindo rostinho de olhos azuis começava a se deformar
devido à impiedade da doença.
Iniciamos então um novo tratamento com menos chance de ser
bem sucedido, considerando que sua medula tinha apenas seis
meses de vida.
Deus todo poderoso mais uma vez renovou as suas forças e
mais uma vez ele superou surpreendendo a todos, num espaço
de 20 dias o tumor desapareceu sem deixar nenhum vestígio.
Este era o André guerreiro e forte. Às vezes ele dizia:
“Pai essa doença é terrível, mas ela não é mais forte do
que eu, eu sim sou mais forte do que ela.”
Por esta e outras razões eu o chamava de “Meu grande campeão,
o menino valente.” Eu dizia sempre a ele que tinha maior orgulho
de ser o seu pai, ele era uma honra pra mim.
Nada absolutamente nada o fazia desistir.
Infelizmente a nossa alegria durou muito pouco e nove meses
depois, novamente, outro tumor apareceu na mesma região.
Tudo começou com uma simples consulta de rotina, inicialmente
eram apenas os exames que estavam comprometendo, mas isso era
tão comum, exames alterados eram costumeiros, sem maiores
complicações, no entanto desta vez foi diferente. Fomos então
68. 68
orientados pela sua médica que novamente nos informou que
estávamos diante de uma situação não desejável.
Eram grandes as possibilidades de um retorno imediato da
enfermidade, e desta vez sem nenhuma chance para o André.
Segundo ela deveríamos estar preparados para o pior.
Devido ao fato dos exames estarem extremamente
comprometidos havia já uma internação programada para a
próxima semana, isso é se não aparecesse nada de novo, porque
qualquer anormalidade não permitiria esperar a próxima semana.
Seria necessário levá-lo imediatamente ao hospital.
A médica, por sinal muito competente e atenciosa, nos explicou
que a medula funciona como uma terra que esta sendo adubada
para produzir, mas que naquele momento ela não conseguia
produzir e nem se defender mais.
A medula do Andrezinho havia se cansado.
Ao sair do consultório naquele dia, o Andrezinho como de
costume pediu um chocolate, enquanto sua mãe segurava a sua
mãozinha e atravessava a rua para comprar, fiquei observando o
meu filho tão feliz chutando as tampinhas ao atravessar a rua.
Fiquei imaginando que talvez pudesse ser o seu último chocolate.
Entrei no carro e comecei a chorar, tentei encontrar uma
explicação para tudo àquilo que estava acontecendo com meu
filho, estava decidido a não voltar nunca mais naquele hospital.
Não ia expor o meu filho a tudo de novo. Quando a Débora e ele
entraram no carro, sem ela saber o que eu havia pensado ela me
disse que estava com vontade de não voltar mais ali, no
momento não comentei nada mais com ela, fomos para casa
arrasados, com a sensação de nadar, nadar e morrer na praia.
69. 69
Mesmo com toda confiança em Deus, sabíamos que poderia
mesmo estar muito perto de perder o nosso filho. Oramos e
pedimos ao Senhor a direção do que fazer. Ficamos transtornados
e isso fez com que optássemos para dar vida com qualidade ao
Andrezinho. Para nós não interessava mais quanto tempo ele iria
viver, mas como ele iria viver. Era sua qualidade de vida que
estava em jogo, e não a quantidade.
Foi ai então que em família tomamos uma decisão muito
difícil e até hoje às vezes incompreendida por muitos, decidimos
ouvir o Andrezinho e fazer com ele a viagem de seus sonhos.
Era um pedido antigo sempre na expectativa de fazê-la quando
terminasse o tratamento. Infelizmente vimos à impossibilidade de
isto acontecer, e por nossa conta, sem nenhuma orientação
médica e sem a intenção de faltar com respeito aos profissionais
da saúde, optamos por fazer a última vontade dele.
Lembro-me bem que naquele mesmo dia sentei-me com ele
e toda a família para decidirmos o que fazer.
Queria tomar essa decisão em família para que ninguém fosse
responsabilizado, caso acontecesse algo indesejável como
aconteceu.
Perguntei a ele se queria fazer a viagem de seus sonhos.
Ele deu um pulo no sofá e disse: “Oba, vamos hoje?”
Indaguei dele acerca do tratamento como iríamos fazer.
Ele olhou e disse com toda segurança:
“Pai, deixa esse tratamento pra lá, o Deus que cuida de
mim aqui é o mesmo que vai cuidar onde eu estiver, e além
do mais se é Deus que cuida de mim, eu não preciso ficar
em hospital tomando agulhadas.”
70. 70
Claro que não foi fácil tomar esta iniciativa, pois um dia
após a conversa com a médica, quando o Andrezinho acordou,
notamos uma elevação na sua testa, no mesmo local do tumor
anterior.
Infelizmente era o início de um outro tumor no mesmo local.
Repensamos a decisão da viagem, mas era tudo que ele queria
como poderíamos voltar atrás?
Também não poderíamos levá-lo ao hospital porque com certeza
seria internado e não sairia mais de lá.
Sei que não suportaria ver meu filho morrer dentro de um
hospital, cheio de sonhos, acreditei piamente que talvez Deus o
curasse pela sua própria fé, ainda que a nossa fé estivesse
totalmente abalada, ele estava cheio dela e Deus o honraria.
Estávamos conscientes de que nosso passo de fé poderia
resultar em uma prova de fogo, mesmo assim não hesitamos em
fazer o que ele queria, começamos então a providenciar as coisas
necessárias para uma viagem longa, e a cada passo dado para
fazer a tão esperada viagem era um aperto em nossos corações.
Será mesmo que deveríamos ir?
Quem sabe desta vez vai dar mais certo?
Estas e outras perguntas eram feitas continuamente por nós
mesmos, mas o Andrezinho não abria mão de seu sonho, ele
queria viajar a qualquer custo.
Quem teve que abrir mão foram seus irmãos, a Suellen
abriu mão do emprego e de seu noivo, tiveram que manter
apenas contatos telefônicos. E o Fillipe abriu mão dos estudos,
todos enfim em função do André , ele merecia muito mais que
isso, nosso grande e eterno guerreiro campeão.
71. 71
Depoimentos:
SHOW DE BOLA ESSE GAROTO!
Conheço esse garoto!
É impressionante a energia, coragem e
determinação que ele tem passado
para todas as pessoas que participam
de sua longa jornada.
André é um camarada gente
boa... Muito meu amigo! Bem
humorado; um exemplo de vida!
Gostaria muito de estar ao lado dele
nesse momento de sua vida.
Mas, estou distante fisicamente...
Mesmo assim, meu coração e meu pensamento estão nele.
Agradeço a Deus ter me permitido ser sua amiga e continuo
orando para que o melhor aconteça a ele! Só não queria que ele
sofresse mais... Seu corpinho já passou por tanta coisa... E ele foi tão
valente até agora.
Creio que a decisão do João foi acertada ao atender ao pedido
dele de VIVER fora do hospital... E, meu amiguinho sabe das coisas;
se Deus vai curá-lo ele não precisa ficar no hospital.
Show de bola esse garoto!!!!!!!
Débora e João não se esqueçam: estou aqui... se precisarem,
sabem como me encontrar...amo vcs....fala pro André que estou
mandando um beijo e que quando ele voltar nós dois vamos molhar o
chato do Dalton!
Talvez também possamos colocar o Josimar no barco pirata e deixá-lo
no rio Arrudas, que tal? Ele é feio mesmo!!!!!!!!