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Aventura em busca de imagens jamais vistas
Marlus Araujo
Vilém Flusser
(1920 — 1991) foi um filósofo tcheco, naturalizado brasileiro. Autodidata,
durante a Segunda Guerra, fugindo do nazismo, mudou-se para o Brasil,
estabelecendo-se em São Paulo, onde atuou por cerca de 20 anos como
professor de filosofia, jornalista, conferencista e escritor.
Autor de diversos livros e ensaios, entre eles:
Mundo Codificado
…
Filosofia da Caixa Preta
Universo das Imagens Técnicas

A escrita - Há futuro para a escrita?
Por uma filosofia do Design. O projeto geral dessa
trilogia era dar conta das transformações sociais,
econômicas, políticas e culturais entrelaçadas com
a nova sociedade de imagens tecnicas digitais, a
criação sintética de imagens.
Filosofia da Caixa Preta
a invenção da escrita inaugura a História, a
invenção das imagens técnicas inaugurou um novo
modo de ser (Pós-História)
o mundo programado e dominado por imagens

os aparelhos, as caixas pretas, cujo mecanismo
gerador de imagens escapam aos funcionários, que
lidam apenas com o canal produtivo, mas não com
o processo codificador interno

temos a ilusão de que somos livres e a máquina
pode ser dispensada a qualquer momento
Jogo contra o aparelho
uma filosofia da fotografia serviria como agente
libertador do homem de um mundo programado

o experimentalismo como força libertadora e
estratégia para operar criativamente sob essa
condição pós-moderna

a brincadeira é esgotar as virtualidades contidas
nos códigos de seu programa
(#)topias possíveis
uma indica o rumo à sociedade totalitária,
centralmente programada, dos receptores das
imagens e dos funcionários das imagens

a outra, em direção a sociedade telemática
dialogante, dos criadores das imagens e dos
colecionadores das imagens
Elogio da superficialidade
No livro, Flusser se aprofunda na sua reflexão sobre
as imagens técnicas abordadas em seu livro
anterior. Ele considera este livro não apenas uma
continuação, mas também um aprimoramento dos
argumentos do ensaio anterior, propondo uma
nova forma de "imaginação".
Abstrair, Concretizar, Tatear,
Imaginar, Apontar, Circular,
Dispersar, Programar, Dialogar,
Brincar, Criar, Preparar,
Decidir, Dominar, Encolher,
Música de Câmera
Os gestos da abstração
3d … a manipulação
2d …. a visão
1d …. a conceitualização
0d .… o cálculo
o propósito de toda abstração é tomar distância do
concreto para agarrá-lo melhor

Os gestos da abstração
1º gesto de abstração o homem transforma as coisas em situações.
Abstrair o tempo do mundo concreto é transformar-se em ser abstraidor
Abstrair o mundo da vida.
2º gesto o homem abstrai a profundidade das circunstâncias com as imagens.

O homem transforma-se em homo sapiens (sob-projeto)
O mundo bidimensional. O plano.
O ser humano faz um uso intensivo desta descoberta que é a imagem.
Há necessidade de simplificar esta imagem.
Isto se dá como uma pane adiante na escalada da abstração.
Surge o universo escrito que é muito mais econômico que o universo da imagem.
3º gesto o homem

Abstrai o conceito (mundo) das imagens com o texto (língua)
O homem transforma-se em Ser histórico.
O mundo unidimensional. a linha, a historia linear.
Com o surgimento da escrita, surge o pensamento linear, em linha.
Isto significa suprimir as divagações, dispersões.
O pensamento lógico possibilitou o surgimento da lógica, da ciência, que passou a
criar aparelhos, que por sua vez, passam a substituir a escrita.
4º gesto a zerodimensionalidade, a computação, a pós-história
Uma nova forma
de imaginação
as tecno-imagens, formada por pontos, exigem
uma certa distância para que sejam informativas,
exigem “superficialidade”

as tecno-imagens são imagens imaginadas
capazes de concretizar o abstrato

os imaginadores são emancipados da profundidade
dos aparelhos e libertados para a superficialidade

emergência de um novo nível de consciência
Concretizando o virtual
as capacidade de concretizar o abstrato

futurar, calcular com antecipação

imaginar o inimaginável

as virtualidades são concretizadas e visibilizadas

informar: dar forma à matéria
Grasshopper: modelagem generativa e design paramétrico
TouchDesigner
caixas-pretas / superficialidade
concretizar o abstrato / o inimaginável / computação e arte generativa
experimentalismo / live coding / críticos criativos
Telemática e
o diálogo criativo
a telemática surge com a convergência da
informática e a telecomunicação: a computação e a
irradiação de elementos pontuais

a vida humana pode dedicar-se completamente ao
diálogo criativo que procuraria dar sentido à sua
existência, e de repente, seríamos todos "artistas"

mas como produzir informação nova?



O problema central da sociedade telemática utópica é o da produção de informações
novas. Antigamente, rotulava-se esse problema como "criação e criatividade", porque
as informações novas, as situações imprevistas, improváveis, aventurosas, parecem
surgir como que do nada, "criatio ex nihilo". Daí a crença em um Criador divino, em
um demiurgo, daí também a divinização do criador humano, do "artista", O problema
da produção de informações novas deve se afastar desse contexto mitificador, se
quisermos captar as virtualidades revolucionárias que a telemática nos oferece. O
nosso desafio não é uma sociedade de deuses ou de artistas inspirados, mas sim
uma sociedade de jogadores. (FLUSSER, 2008, p.123)
Sociedade de jogadores
o fim da crença no criador divino
artista: de criador a jogador
o intercâmbio, o jogo com fragmentos disponíveis
de informação e o desafio de produzir informações
novas: imagens jamais vistas
não estariam mais interessados em teorias, mas
em estratégias
críticos criativos
E com isso, a arte perderá no futuro seu
aspecto astucioso e passará a ser arte pura:
produção de informação e de aventura
(FLUSSER, 2008, p.143).
O diálogo interno e solitário se tornou
inoperante. exigem-se grupos de memórias
individuais assistidos por memórias artificiais
(laboratórios, comitês, grupos de pesquisa e
de realização) e, estes sim, produzem
informação nova em quantidade e qualidade
jamais sonhada no passado. O autor, o
grande homem, não apenas se tornou
redundante como estritamente impossível.
O terreno dos sonhos
a negação do mundo objetivo

we are such stuff as dreams are made on

sociedade livre para informar e informar-se
"Flatland", Aydin Buyuktas
Automação criativa
a geração de imagens cada vez mais automatizadas

a crítica e a censura decidem o que é informação nova

a humanidade como conjunto de críticos criativos

a eliminação das decisões humanas do processo criativo

o direito de dizer não, de vetar, constitui a liberdade 

o eterno direito de revogar as decisões tomadas
automaticamente.



estética pura. elogio da superficialidade.
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Pesadelo Algoritmico
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(Du)plicação digital
do mundo
Conversando com as máquinas
Hoje, existe uma abordagem muito mais avançada do
diálogo e da interação entre humanos e máquinas.
Isso se caracteriza por uma atenção crescente à
fluidez e às nuances ...
Ao invés de um artista que trabalha em dissociação
com os sistemas informáticos, um padrão de “Eu faço
isso, e isso fará isso”, é agora um relacionamento mais
integrado “nós fazemos isso juntos”, semelhante a um
músico qualificado improvisando com seu
instrumento…
Os dois podem conversar inteligentemente, “ouvir” e
responder sensivelmente uns aos outros, expressando-
se de forma articulada e construindo um complexo
diálogo de ideias. (DIXON, 2007, p. 205)
Obrigado!
Marlus Araujo
m@marlus.com
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Aventura em busca de imagens jamais vistas

  • 1. Aventura em busca de imagens jamais vistas Marlus Araujo
  • 2. Vilém Flusser (1920 — 1991) foi um filósofo tcheco, naturalizado brasileiro. Autodidata, durante a Segunda Guerra, fugindo do nazismo, mudou-se para o Brasil, estabelecendo-se em São Paulo, onde atuou por cerca de 20 anos como professor de filosofia, jornalista, conferencista e escritor. Autor de diversos livros e ensaios, entre eles: Mundo Codificado … Filosofia da Caixa Preta Universo das Imagens Técnicas
 A escrita - Há futuro para a escrita? Por uma filosofia do Design. O projeto geral dessa trilogia era dar conta das transformações sociais, econômicas, políticas e culturais entrelaçadas com a nova sociedade de imagens tecnicas digitais, a criação sintética de imagens.
  • 3. Filosofia da Caixa Preta a invenção da escrita inaugura a História, a invenção das imagens técnicas inaugurou um novo modo de ser (Pós-História) o mundo programado e dominado por imagens
 os aparelhos, as caixas pretas, cujo mecanismo gerador de imagens escapam aos funcionários, que lidam apenas com o canal produtivo, mas não com o processo codificador interno
 temos a ilusão de que somos livres e a máquina pode ser dispensada a qualquer momento
  • 4. Jogo contra o aparelho uma filosofia da fotografia serviria como agente libertador do homem de um mundo programado
 o experimentalismo como força libertadora e estratégia para operar criativamente sob essa condição pós-moderna
 a brincadeira é esgotar as virtualidades contidas nos códigos de seu programa
  • 5. (#)topias possíveis uma indica o rumo à sociedade totalitária, centralmente programada, dos receptores das imagens e dos funcionários das imagens
 a outra, em direção a sociedade telemática dialogante, dos criadores das imagens e dos colecionadores das imagens
  • 6. Elogio da superficialidade No livro, Flusser se aprofunda na sua reflexão sobre as imagens técnicas abordadas em seu livro anterior. Ele considera este livro não apenas uma continuação, mas também um aprimoramento dos argumentos do ensaio anterior, propondo uma nova forma de "imaginação". Abstrair, Concretizar, Tatear, Imaginar, Apontar, Circular, Dispersar, Programar, Dialogar, Brincar, Criar, Preparar, Decidir, Dominar, Encolher, Música de Câmera
  • 7. Os gestos da abstração 3d … a manipulação 2d …. a visão 1d …. a conceitualização 0d .… o cálculo o propósito de toda abstração é tomar distância do concreto para agarrá-lo melhor

  • 8. Os gestos da abstração 1º gesto de abstração o homem transforma as coisas em situações. Abstrair o tempo do mundo concreto é transformar-se em ser abstraidor Abstrair o mundo da vida. 2º gesto o homem abstrai a profundidade das circunstâncias com as imagens.
 O homem transforma-se em homo sapiens (sob-projeto) O mundo bidimensional. O plano. O ser humano faz um uso intensivo desta descoberta que é a imagem. Há necessidade de simplificar esta imagem. Isto se dá como uma pane adiante na escalada da abstração. Surge o universo escrito que é muito mais econômico que o universo da imagem. 3º gesto o homem
 Abstrai o conceito (mundo) das imagens com o texto (língua) O homem transforma-se em Ser histórico. O mundo unidimensional. a linha, a historia linear. Com o surgimento da escrita, surge o pensamento linear, em linha. Isto significa suprimir as divagações, dispersões. O pensamento lógico possibilitou o surgimento da lógica, da ciência, que passou a criar aparelhos, que por sua vez, passam a substituir a escrita. 4º gesto a zerodimensionalidade, a computação, a pós-história
  • 9. Uma nova forma de imaginação as tecno-imagens, formada por pontos, exigem uma certa distância para que sejam informativas, exigem “superficialidade”
 as tecno-imagens são imagens imaginadas capazes de concretizar o abstrato
 os imaginadores são emancipados da profundidade dos aparelhos e libertados para a superficialidade
 emergência de um novo nível de consciência
  • 10. Concretizando o virtual as capacidade de concretizar o abstrato
 futurar, calcular com antecipação
 imaginar o inimaginável
 as virtualidades são concretizadas e visibilizadas
 informar: dar forma à matéria
  • 11. Grasshopper: modelagem generativa e design paramétrico
  • 12.
  • 13. TouchDesigner caixas-pretas / superficialidade concretizar o abstrato / o inimaginável / computação e arte generativa experimentalismo / live coding / críticos criativos
  • 14. Telemática e o diálogo criativo a telemática surge com a convergência da informática e a telecomunicação: a computação e a irradiação de elementos pontuais
 a vida humana pode dedicar-se completamente ao diálogo criativo que procuraria dar sentido à sua existência, e de repente, seríamos todos "artistas"
 mas como produzir informação nova?
 
 O problema central da sociedade telemática utópica é o da produção de informações novas. Antigamente, rotulava-se esse problema como "criação e criatividade", porque as informações novas, as situações imprevistas, improváveis, aventurosas, parecem surgir como que do nada, "criatio ex nihilo". Daí a crença em um Criador divino, em um demiurgo, daí também a divinização do criador humano, do "artista", O problema da produção de informações novas deve se afastar desse contexto mitificador, se quisermos captar as virtualidades revolucionárias que a telemática nos oferece. O nosso desafio não é uma sociedade de deuses ou de artistas inspirados, mas sim uma sociedade de jogadores. (FLUSSER, 2008, p.123)
  • 15. Sociedade de jogadores o fim da crença no criador divino artista: de criador a jogador o intercâmbio, o jogo com fragmentos disponíveis de informação e o desafio de produzir informações novas: imagens jamais vistas não estariam mais interessados em teorias, mas em estratégias críticos criativos
  • 16. E com isso, a arte perderá no futuro seu aspecto astucioso e passará a ser arte pura: produção de informação e de aventura (FLUSSER, 2008, p.143).
  • 17. O diálogo interno e solitário se tornou inoperante. exigem-se grupos de memórias individuais assistidos por memórias artificiais (laboratórios, comitês, grupos de pesquisa e de realização) e, estes sim, produzem informação nova em quantidade e qualidade jamais sonhada no passado. O autor, o grande homem, não apenas se tornou redundante como estritamente impossível.
  • 18. O terreno dos sonhos a negação do mundo objetivo
 we are such stuff as dreams are made on
 sociedade livre para informar e informar-se "Flatland", Aydin Buyuktas
  • 19. Automação criativa a geração de imagens cada vez mais automatizadas
 a crítica e a censura decidem o que é informação nova
 a humanidade como conjunto de críticos criativos
 a eliminação das decisões humanas do processo criativo
 o direito de dizer não, de vetar, constitui a liberdade 
 o eterno direito de revogar as decisões tomadas automaticamente.
 
 estética pura. elogio da superficialidade.
  • 21. Learning to see: Gloomy Sunday
 Memo Akten
  • 26. Interfaces Naturais / Inteligência Artificial / Realidades Artificias Internet (Web) of Things / Smart Cities / Utopias e Distopias
  • 28.
  • 29.
  • 30. Conversando com as máquinas Hoje, existe uma abordagem muito mais avançada do diálogo e da interação entre humanos e máquinas. Isso se caracteriza por uma atenção crescente à fluidez e às nuances ... Ao invés de um artista que trabalha em dissociação com os sistemas informáticos, um padrão de “Eu faço isso, e isso fará isso”, é agora um relacionamento mais integrado “nós fazemos isso juntos”, semelhante a um músico qualificado improvisando com seu instrumento… Os dois podem conversar inteligentemente, “ouvir” e responder sensivelmente uns aos outros, expressando- se de forma articulada e construindo um complexo diálogo de ideias. (DIXON, 2007, p. 205)