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2
Libras
Língua Brasileira de Sinais
Rafael Hernani Ferreira Damasceno
Instrutor
Maria Cristina da Silva Domingos
Professora
Prof. Hercílio Antônio Paes Leme
Coordenador do Curso
Prof. Rogério Ramos do Prado
Coordenador de Extensão – Campus Alfenas
Rosiani Corsini Bernardes
Elaine Cristina N. Araujo
Editoração
José Claiter de Paula e Silva
Revisão de Linguagem
Arte Gráfica Atenas
Impressão e Publicação
Alfenas - 2010
3
Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS
Reitora
Profa. Maria do Rosário Araújo Velano
Vice-reitora
Dra. Larissa Araújo Velano
Chefe de Gabinete da Reitoria
Dra. Viviane Araújo Velano Cassis
Supervisor de Campus e Coordenador de Colegiado de Supervisores
Prof. João Batista Magalhães
Supervisor de Pesquisa e Pós-Graduação
Prof. Márcio Sérgio de Oliveira Swerts
Supervisor Administrativo
Prof. Osvaldo Luiz Mariano
Supervisor de Textos e Publicações
Prof. Vinícius Vieira Vignoli
Supervisora de Avaliação
Profa. Sandra Regina Remondi
Supervisora de Imagem
Ana Maria Souza Zanin
Coordenadora de Graduação
Profa. Marlene Godoy Vieira de Souza
Assessora Pedagógica
Profa. Daisy Fabris de Almeida Singi
Coordenador de Extensão
Prof. Rogério Ramos do Prado
Gerente Financeiro
Paulo Tadeu Barroso de Salles
Gerente de Administração Escolar
Helaine Faria Pinto
4
Libras
Inclusão em nossas Mãos
Hoje o mundo vive um momento em que ações de inclusão são
propostas e discutidas. Pessoas consideradas diferentes, com necessi-
dades especiais ou por pertencerem a culturas diferentes, línguas dife-
rentes, enfim as minorias possuem um histórico de exclusão que justifica
o surgimento de legislações que contemplem as condições provenientes
destes grupos.
Compreender e admitir que a exclusão é uma prática em nossa
sociedade é tema desafiador. Incluir é tão desafiador quanto. “Permitir” ao
diferente que compartilhe de todos espaços significa: mudar, flexibilizar,
preparar para receber, tornar possível.
Entender a inclusão de Surdos equivale reconhecer uma diferen-
ça e não deficiência. Diferença de cultura resultante da língua diferente.
Uma diferença que se não for aceita e compreendida leva à segregação.
A comunicação é fator indispensável para o desenvolvimento do
ser humano. É através da linguagem que o pensamento se organiza, se
estrutura e a expressão humana acontece.
Usar a língua de sinais é falar com as mãos e ouvir com olhos
é interagir com uma cultura que percebe o mundo através dos sinais, que
experimenta deslumbramento quando entende e se faz entender, que
convida, que troca, que aceita, que oferece.
Professora Maria Cristina da Silva Domingos
5
Prefácio
Ações pautadas nos direitos humanos são propostas que res-
peitam as diferenças e promovem equidade a todas as pessoas inde-
pendentemente de condições e diferenças. Compreender o intuito de
documentos como a Lei de Acessibilidade - 10.098(2000), que garante
ao indivíduo estar nos espaços de maneira equânime ou a Carta para o
terceiro milênio (1999), que convida a humanidade a entrar em ação na
tentativa de eliminar barreiras, inclusive atitudinais, e a Declaração de
Salamanca (1994) que tem como meta a inclusão social, é reconhecer a
necessidade de novas posturas e compreensões.
A educação inclusiva vem sendo inserida nas culturas mundiais
a fim de resgatar a humanização e nessa perspectiva, a legislação
educacional vigente - Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9394/96, cuja má-
xima é educação para todos e especificamente no capitulo V que explica
e sugere a inclusão de alunos com necessidades especiais preferencial-
mente no ensino regular e considerando políticas internacionais que co-
mungam o desejo de minimizar ações excludentes, (substrato eficaz no
sustento de preconceitos justificando desigualdades), tem sido elementos
norteadores para as novas práticas na educação bem como em outros
segmentos sociais.
Sendo assim, a sociedade vivencia mudanças significativas no
que tange as interações com as pessoas diferentes.
Entender a inclusão da pessoa surda equivale pensar em co-
municação como fator imprescindível para expressão do pensamento,
percepção e interação com o universo que cerca a todos, e, portanto,
questão primordial para que tal inclusão aconteça.
De acordo com o decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005, a
pessoa surda tem direito a um intérprete em todos os segmentos sociais
bem como um atendimento que contemple sua condição considerando o
fator língua, no entanto, existem muitas dúvidas que envolvem a inclu-
são de surdos e a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.
Profissionais de várias áreas de atuação não se sentem prepa-
rados para desenvolver um trabalho que atenda a pessoas com surdez.
Por compartilhar do desejo de igualdade de oportunidades e atentando
para a necessidade da difusão da Língua Brasileira de Sinais e todo seu
entorno, o I Fórum Regional de Libras (2009) a partir das presenças de
coordenadores, profissionais da educação, educação especial, instrutor,
intérprete, alunos do curso de Extensão em Libras, alunos do curso de
Pedagogia e demais convidados envolvidos com a inclusão de surdos,
abordou o tema: “LIBRAS e a Inclusão de Surdos”, nos aspectos legais,
sociais e culturais.
6
Além de atingir o mencionado propósito, o evento proporcionou uma mostra
de que a inclusão de pessoas surdas é possível, uma vez que, o direito dos surdos
presentes em receber informações em sua língua materna foi legitimado.
Essa legitimidade só foi possível porque os ideais de igualdade, desejados por
todos e postulados nas leis, encontraram suporte no conhecimento advindo da pesqui-
sa, da observação e de estudo próprio do espaço acadêmico que transforma barreiras
em rampas, promovendo acessibilidade.
7
Língua é Lei
O Decreto 5626, de 22 de dezembro de 2005, regulamentou a Lei
10.436/02, também denominada Lei de Libras, tratando dos aspectos relativos
à inclusão de Libras nos cursos superiores, à formação de professores para o
ensino de Libras, à formação de tradutores e intérpretes de Libras, à atuação
do Serviço Único de Saúde –SUS, à capacitação de servidores públicos para o
uso da Libras ou sua interpretação e à dotação orçamentária para garantir as
ações previstas no Decreto 5626/05.
A Libras, como 1ª língua, e a Língua Portuguesa, como 2ª língua,
constituem complementação curricular específica a ser desenvolvida nas
mesmas escolas em que o aluno com surdez está matriculado. Os sistemas
de ensino devem, a partir de 2006, organizar classes ou escolas bilíngues,
abertas a surdos e ouvintes; viabilizar cursos de qualificação profissional dos
professores; organizar serviços de tradutor e intérprete de Libras para atuação
nas classes que têm surdos nos anos finais do ensino fundamental, no ensino
médio, educação profissional e educação superior.
De acordo com a lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000, no capítulo
VII, art. 18. O Poder Público implementará a formação de profissionais intérpre-
tes de escrita em braile, linguagem [sic] de sinais e de guias-intérpretes, para
facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência
sensorial e com dificuldade de comunicação.
Belo Horizonte – Minas Gerais
Lei estadual nº10.379, de 10 de janeiro de 1991 Reconhece oficial-
mente, no Estado de Minas Gerais, como meio de comunicação objetiva e de
uso corrente, a linguagem gestual codificada na Língua Brasileira de Sinais -
Libras.
Lei estadual nº13.623 de 11 de julho de 2000 Dispõe sobre a utilização
de recursos visuais destinados aos portadores de deficiência auditiva na veicu-
larão de propaganda oficial.
8
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providên-
cias
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a
Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela
associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras
a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de
natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um
sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comuni-
dades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e em-
presas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas
de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como
meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades
surdas do Brasil.
Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços
públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento
adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as nor-
mas legais em vigor.
Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estadu-
ais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos
de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério,
em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais
- Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais -
PCNs, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substi-
tuir a modalidade escrita da língua portuguesa.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114º da Repúbli-
ca.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
9
Comentários do Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
Este Decreto regulamenta a Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe
sobre a Língua Brasileira de sinais e o artigo 18 da Lei 10.098 de 10 de dezembro de
2000.
O referido Decreto, regulamenta sobre a inclusão de Libras como disciplina
curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magis-
tério em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições públicas
e privadas e como disciplina opcional nos demais cursos de educação superior e na
educação profissional.
Especifica também, o uso e a difusão da Libras e da Língua Portuguesa para o
acesso das pessoas surdas à educação, como deve ser a formação do professor e do
instrutor de Libras, para que os mesmos possam atuar em cursos e eventos; ressalta
que as instituições educacionais devem garantir às pessoas surdas acesso a comuni-
cação, à informação, nos processos seletivos e na educação desde a educação infantil
até a superior, dando-lhes condições de atuar na sociedade.
O mesmo fala também da garantia do direito à saúde das pessoas surdas ou
com deficiência auditiva, tais como ações de prevenção e desenvolvimento de progra-
mas de saúde auditiva, realização de diagnósticos, tratamentos clínicos, acompanha-
mento médico, reabilitação, entre outros. E ainda, dispõe sobre o papel do poder público
e das empresas concessionárias de serviço público que deverão capacitar uma parcela
de seus funcionários para usar e interpretar Libras, proporcionando um atendimento
diferenciado aos portadores de necessidades especiais, no caso, a surdez.
O Decreto acima mencionado é de suma importância, pois evidencia alguns
direitos das pessoas com necessidades especiais auditivas e podemos perceber que a
verdadeira inclusão acontece. Fica evidenciado a preocupação do poder público com
as pessoas que apresentam parcial ou totalmente deficiência auditiva e legislar alguns
direitos em prol dessas pessoas.
A conquista deste direito traz impactos significativos na vida social e política da
nação brasileira. O provimento das condições básicas e fundamentais de acesso à Li-
bras se faz indispensável. Requer o seu ensino, a formação de instrutores e intérpretes,
a presença de intérpretes nos locais públicos e a sua inserção nas políticas de saúde,
educação, trabalho, esporte e lazer, turismo e finalmente o uso da Libras pelos meios
de comunicação e nas relações cotidianas entre pessoas surdas e não-surdas.
10
ACESSIBILIDADE PARA SURDOS
SÍMBOLO INTERNACIONAL DA SURDEZ
LEI Nº 8.160 - DE 08 DE JANEIRO DE 1.991
É obrigatória a colocação, de forma visível, do ‘Símbolo Internacional da
Surdez” em todos os locais que possibilitam acesso, circulação e utiliza-
ção por pessoas portadoras[sic] de deficiência auditiva, e em todos os
serviços que forem postos à sua disposição ou que possibilitem o seu
uso.
11
O que é surdez?
● visão médica: preocupada com o aspecto quantitativo da perda auditiva, algo que o
indivíduo não possui e o deixa deficiente, de acordo com o grau de comprometimento.
● visão sociológica: nesta, o deficiente auditivo[sic] é caracterizado como um indivíduo
diferente dos ouvintes, que pertence a uma mesma diferente.
(BALLNYNE;MARTIN;MARTIN.1995)
Denomina-se Surdez a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sen-
do considerado Surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum.
Muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos ao longo de sua vida, por causa de
acidentes ou doenças.
(BALLNYNE;MARTIN;MARTIN.1995)
Níveis de Surdez
Surdez leve:
perda auditiva
entre 25db e
40db
Surdez
moderada:
perda
auditiva
entre 41db
e 55db
Surdez
acentuada:
perda auditiva
entre 56db e
70db
Surdez
severa:
perda auditiva
entre 71db e
90db
Surdez
profunda:
perda auditiva
acima de 91db
db=decibéis
Principais causas da surdez
• Desordens genéticas ou hereditárias
• Relativas à consanguinidade
• Relativas ao fator RH
• Relativas a doenças infecto-contagiosas, como a rubéola
• Sífilis, citomegalovírus, toxicoplasmose, herpes
• Remédios ototóxicos, drogas, alcoolismo materno
• Desnutrição, subnutrição, carências alimentares
• Pressão alta, diabetes
• Exposição à radiação, outras.
• Pré-maturidade,
• Infecção hospitalar, outras.
• Meningite,
• Remédios ototóxicos, em excesso ou sem orientação médica,
• Sífilis adquirida,
• Sarampo, caxumba,
12
• Exposição contínua a ruídos ou sons muito altos,
• Traumatismo craniano, outros.
Prevenção da Surdez
• Campanha da vacinação de jovens contra a rubéola
• Exames pré-nupciais
• Acompanhamento às gestantes
• Campanhas de vacinação infantil contra sarampo, meningite, caxumba, etc
• Palestras às mães.
Identidade Surda
São pessoas que têm identidade surda plena, geralmente são filhos de pais surdos, têm
consciência surda, são mais politizados, têm consciência da diferença, e têm a língua
de sinais como língua materna. Usam recursos e comunicações visuais.
Identidade Surda Híbrida
São surdos que nasceram ouvintes e posteriormente tornam-se surdos, conhecem a
estrutura do português falado.
TERMINOLOGIA
D.A?
SURDO – MUDO?
SURDO!
Usa-se o termo Deficiente Auditivo ou DA clinicamente para mensurar as perdas
auditivas.
O Surdo não gosta de ser chamado DA. É uma questão cultural. Devemos valorizar o
que se tem e não supervalorizar o que falta à pessoa.
Nunca se diz Surdo-Mudo.
O Surdo não é Mudo.
Não fala porque não ouve.
Ou melhor, fala com as mãos.
O termo correto usado pela comunidade Surda e sociedade em geral é: SURDO.
13
E sendo assim, a comunicação com as pessoas surdas se dá através da Libras.
Libras
O que é?
Língua Brasileira de Sinais – Libras
É uma Língua comparável em complexidade e expressividade a qualquer língua oral.
Expressa ideias sutis, complexas e abstratas.
A Língua de Sinais não é universal.
Cada uma tem sua própria estrutura gramatical. Como em cada país as pessoas ou-
vintes falam diferentes línguas, também as pessoas Surdas por toda parte do mundo,
que são inseridas em “Culturas Surdas”, possuem suas próprias línguas, existindo
assim Língua de Sinais Francesa, Língua de Sinais Alemã, etc.
A Libras é a língua usada pelos Surdos que vivem em cidades do Brasil onde
existem comunidades Surdas, mas há além dela, registros de uma outra língua de si-
nais que é utilizada pelos índios urubus-Kaapor na floresta amazônica
14
A Libras é composta de sinais e da datilologia
A datilologia, ou alfabeto manual, é um sistema de representação, quer sim-
bólica, quer icônica, das letras dos alfabetos das línguas orais escritas, por meio das
mãos. É útil para se entender melhor a comunidade surda, faz parte da sua cultura e
surge da necessidade de contacto com os cidadãos ouvintes.
Os sinais são itens lexicais das línguas de sinais, assim como as palavras são
itens lexicais das línguas orais-auditivas.
Os sinais são formados a partir dos cinco parâmetros:
● Configuração de mãos
● Ponto de articulação
● Movimento
● Orientação/ direcionalidade
● Expressão facial e ou corporal
SINAIS
ALEGRE BONITO
15
A estrutura gramatical da Libras difere da estrutura gramatical da Língua Por-
tuguesa .
Considerando que é uma língua visual, tem-se em mente o tópico conhecido
como topicalização, ou seja, centraliza-se a idéia principal.
Exemplo: BOLO DE CHOCOLATE EU GOSTAR-NÃO
ALFABETO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
16
NÚMEROS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
Libras: Língua de modalidade diferente
A Libras como as diversas línguas naturais e humanas existentes, é compos-
ta por níveis linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Da mesma
forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais também
existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais. A diferença é sua modalidade de
articulação, a saber, visual-espacial, ou cinésico-visual, para outros. Assim sendo, para
se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer sinais. É necessário conhecer a
sua gramática para combinar as frases, estabelecendo comunicação. Os sinais surgem
da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação —
locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos, os quais, juntos compõem as
unidades básicas dessa Língua.
Assim, a Libras se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de
idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como qualquer
língua, também existem diferenças regionais, portanto deve-se ter atenção às variações
praticadas em cada unidade da Federação.
O PAPEL DO INTÉRPRETE
UM TRABALHO PAUTADO NA ÉTICA
O papel do intérprete é o de realizar a interpretação de língua falada para a
língua sinalizada e vice – versa.
O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da inter-
pretação, evitando interferências e opiniões próprias a menos que seja requerido pelo
grupo a fazê-lo.
DICAS IMPORTANTES
Ao abordar ou ser abordado por uma pessoa surda:
17
● Se quiser falar com uma pessoa surda, sinalize com a mão ou tocando no braço dela.
Enquanto estiverem conversando, fique de frente para ela mantenha contato visual e
cuide para que ela possa ver a sua boca para ler os seus lábios. Se você olhar para o
outro lado, ela pode pensar que a conversa terminou.
● Não grite. Ela não ouvirá o grito e verá em você uma fisionomia agressiva.
● Se tiver dificuldade para entender o que uma pessoa surda está dizendo, peça que
ela repita ou escreva.
● Fale normalmente, a não ser que ela peça para você falar mais devagar.
● Seja expressivo. A pessoa surda não pode ouvir as mudanças de tom da sua voz, por
exemplo, indicando gozação ou seriedade. É preciso que você lhe mostre isso através
da sua expressão facial, gestos ou dos movimentos do corpo para ela entender o que
você quer comunicar.
● Em geral, pessoas surdas preferem ser chamadas “surdos” e não “deficientes audi-
tivos”.
● Se a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete da língua de sinais, fale
olhando para ela e não para o intérprete.
● É muito grosseiro passar por entre duas pessoas que estão se comunicando através
da língua de sinais, pois isto atrapalha ou impede a conversa.
● Se aprender a língua de sinais brasileira (Libras), você estará facilitando a convivência
com a pessoa surda.
● Ao planejar um evento, providencie avisos visuais, materiais impressos e intérpretes
da Língua de sinais.
Pessoa com baixa audição:
● Ao se tratar de pessoa com baixa audição, proceda quase das mesmas formas indi-
cadas para relacionar-se com pessoas surdas.
● Em geral, as pessoas com baixa audição não gostam de ser chamadas “surdos” e
sim“ deficientes auditivos”.
“ Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa
ou como o sino que tine.”
Bíblia Sagrada Corint., 13: 1-2
18
VOCÊ SABIA?
? ?
● Aproximadamente 0,1% das crianças nascem com deficiência auditiva severa e pro-
funda (Northern e Downs, 1991) Este tipo de deficiência é suficientemente severa para
impedir a aquisição normal da linguagem através do sentido da audição.
● O censo demográfico de 2000 contou 5,75 milhões de pessoas surdas no Brasil,das
quais 796.344 com até 24 anos.
● No censo escolar de 2003, só havia 344 pessoas surdas nas universidades brasilei-
ras.
● Estima-se que 42 milhões de pessoas acima de 3 anos de idade têm algum tipo de
deficiência auditiva de moderada a profunda.(OMS). Organização Mundial da Saúde.
● Pela Lei nº 8213/91, as empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a
disponibilizar uma cota progressiva de 2% a 5% de suas vagas a pessoas com
deficiência
● Que o closed captions é um recurso que funciona a partir de legenda possibilitando ao
surdo acompanhar os programas de televisão.
● O TDD(Telecomunication Device for Deaf) é o telefone para surdos. Trata-se de um
sistema de comunicação telefônica digital, em que os surdos podem se comunicar com
outras pessoas escrevendo suas mensagens em teclado e visualizando em um display
as mensagens que lhe são enviadas.
● O teste da orelhinha ou triagem auditiva neonatal consiste num programa de ava-
liação da audição de recém-nascidos para diagnóstico precoce de perda auditiva, uma
vez que sua incidência é de 1 a 2 por 1000 nascidos vivos. A técnica utilizada é a de
Emissões Otoacústicas Evocadas.
● A Comunidade Surda Brasileira comemora em 26 de setembro o Dia Nacional do
Surdo, data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de
vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania. No Brasil, o dia 26 de setembro
é celebrado devido ao fato desta data lembrar a inauguração da primeira escola para
Surdos no país em 1857, com o nome de Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de
Janeiro, atual INES-Instituto Nacional de Educação de Surdos.
19
PERIGOS PARA SEU OUVIDO
Não deixe seu ouvido exposto a mais de 85decibéis.
A importância da linguagem
A linguagem permite ao homem estruturar seu pensamento, traduzir o que
sente, registrar o que conhece e comunicar-se com outros homens. Ela marca o ingres-
so do homem na cultura, construindo-o como sujeito capaz de produzir transformações
nunca antes imaginadas.
O ser humano se vale da comunicação para atuar como integrante e partici-
pativo de um universo no qual a linguagem é a mediadora e para tal utiliza-se a fala.
No entanto, há casos em que é impossível desenvolver essa habilidade e consequente-
mente a falta de comunicação torna-se obstáculo nas relações humanas.
20
Embora a fala seja importante para a aquisição da linguagem humana, não
significa que o indivíduo, que devido a um determinado grau de surdez, não possa
desenvolver linguagem por outras vias.
O cartaz apresentado a seguir é um dos materiais produzidos pela AJA (Asso-
ciação do Jovem Aprendiz), uma ONG que atua em todo o Brasil e que promove ações
para a inclusão das pessoas surdas e para o ensino e divulgação de Libras. Este cartaz
é utilizado nos trabalhos relacionados à área da prevenção de AIDS e Doenças sexu-
almente transmissíveis (DSTs) dentro da comunidade surda.
O fato de este material ser apresentado em Libras facilita conscientização
para os cuidados de prevenção em relação à AIDS e às DSTs,bem como o combate à
discriminação das pessoas vivendo com Aids.
21
APRENDENDO COM AS DIFERENÇAS
“Quando eu aceito a língua de outra pessoa, eu aceito a pessoa. Quando eu
rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte de nós mesmos. Quando eu
aceito a língua de sinais, eu aceito o surdo, e é importante ter sempre em mente que o
surdo tem o direito de ser surdo. Nós não devemos mudá-los, devemos ajudá-los, mas
temos que lhes permitir ser surdo”.
Terje Basilier – psiquiatra surdo norueguês
A presença das comunidades surdas nas oficinas de Libras proporciona a
inclusão no sentido da troca, parceria, da partilha de mundos tão diferentes e da desco-
berta e consciência da possibilidade de romper com a barreira da comunicação. Fator
imprescindível para a construção da identidade humana.
À medida que o ouvinte inclui o surdo, consequentemente será incluído, prota-
gonista de uma historia em construção da qual todos fazemos parte. Afinal não somos
todos diferentes?
É certamente na diferença que percebemos e experimentamos a superação.
Não a superação que nos torna superiores, mas sim completos.
22
Aprender uma língua significa conhecer e aceitar o seu usuário.No caso da
Libras, o conhecimento e aceitação só são possíveis na convivência com a pessoa sur-
da. O aprendizado da Libras encontra sentido especial quando mediado pelo instrutor
surdo.
23
OFICINAS
Aulas práticas, interpretação e conversação a partir da
aquisição de vocabulário.
24
Libras TÁTIL
A Língua de Sinais usada pela Comunidade Surdocega.
25
A LINGUAGEM DAS MÃOS
DECRETANDO Libras NO BRASIL
“Na personalidade a comunicação
No comando a legitimidade
Na abstração o sentimento
No pensamento a dignidade.
O decidir de uma autoridade
É ordem, vontade ou decisão
Poder na hierarquia executiva
Em obediência a um coração.
Coração então representado
Pelos sinais que vêm da mão
Estrutura de linguagem humana
Facilitando a conscientização.
A Língua brasileira de Sinais
Está disposta por considerações
Apoiando a comunidade surda
Que se espalha pelas nações.
Multiplicando os educadores
Atendendo à pequena criança.
Oralizado ou sinalizado
O que importa é o desenvolvimento
Até ouvintes em seus discursos
Usam as mãos por um momento...”
Aparecida Miranda (Poetisa Surda)
26
REFERÊNCIAS
Acessibilidade Brasil. Disponível em:http://www.acessobrasil.org.br/ Acesso em 01 jul.
2007.
DICIONÁRIO Libras. Disponível em:http://www.dicionarioLibras.com.br. Acesso em 01
jul. 2007.
FENEIS- Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos: Disponível em :
<http://www.feneis.com.br/ Acesso em 01 jul. 2007.
INES –Instituto Nacional de Educação de Surdos: Disponível em http://usandoasmaos.
blogspot.com/ http://www.ines.org.br/. Acesso em 01 jul. http://www.surdo.org.br/2007
CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D.; Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da
Língua de Sinais Brasileira. 2 ed. São Paulo, Edusp. p. 1479 – 1487. Vol. 1. 2001
FELIPE, T.A.; Libras em contexto. 8 ed. Rio de Janeiro, Wal Print Gráfica e Editora.
2007. p.45 – 82.
Bíblia sagrada: Novo testamento, Coríntios1, capítulo 13, versículo 1.
QUADROS, R.M.; O tradutor e o intérprete de língua de sinais e língua portuguesa.
Brasília, MEC, SEE, 2004, p. 94.
III SEMINÁRIO INTERAMERICANO SOBRE A GESTÃO DAS LÍNGUAS: As políticas
linguísticas das Américas em um mundo multipolar - Anais Edição organizada pela
União Latina - ISBN: 85-7749-013-0 2006
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Cartilha libras

  • 1. 1
  • 2. 2 Libras Língua Brasileira de Sinais Rafael Hernani Ferreira Damasceno Instrutor Maria Cristina da Silva Domingos Professora Prof. Hercílio Antônio Paes Leme Coordenador do Curso Prof. Rogério Ramos do Prado Coordenador de Extensão – Campus Alfenas Rosiani Corsini Bernardes Elaine Cristina N. Araujo Editoração José Claiter de Paula e Silva Revisão de Linguagem Arte Gráfica Atenas Impressão e Publicação Alfenas - 2010
  • 3. 3 Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS Reitora Profa. Maria do Rosário Araújo Velano Vice-reitora Dra. Larissa Araújo Velano Chefe de Gabinete da Reitoria Dra. Viviane Araújo Velano Cassis Supervisor de Campus e Coordenador de Colegiado de Supervisores Prof. João Batista Magalhães Supervisor de Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Márcio Sérgio de Oliveira Swerts Supervisor Administrativo Prof. Osvaldo Luiz Mariano Supervisor de Textos e Publicações Prof. Vinícius Vieira Vignoli Supervisora de Avaliação Profa. Sandra Regina Remondi Supervisora de Imagem Ana Maria Souza Zanin Coordenadora de Graduação Profa. Marlene Godoy Vieira de Souza Assessora Pedagógica Profa. Daisy Fabris de Almeida Singi Coordenador de Extensão Prof. Rogério Ramos do Prado Gerente Financeiro Paulo Tadeu Barroso de Salles Gerente de Administração Escolar Helaine Faria Pinto
  • 4. 4 Libras Inclusão em nossas Mãos Hoje o mundo vive um momento em que ações de inclusão são propostas e discutidas. Pessoas consideradas diferentes, com necessi- dades especiais ou por pertencerem a culturas diferentes, línguas dife- rentes, enfim as minorias possuem um histórico de exclusão que justifica o surgimento de legislações que contemplem as condições provenientes destes grupos. Compreender e admitir que a exclusão é uma prática em nossa sociedade é tema desafiador. Incluir é tão desafiador quanto. “Permitir” ao diferente que compartilhe de todos espaços significa: mudar, flexibilizar, preparar para receber, tornar possível. Entender a inclusão de Surdos equivale reconhecer uma diferen- ça e não deficiência. Diferença de cultura resultante da língua diferente. Uma diferença que se não for aceita e compreendida leva à segregação. A comunicação é fator indispensável para o desenvolvimento do ser humano. É através da linguagem que o pensamento se organiza, se estrutura e a expressão humana acontece. Usar a língua de sinais é falar com as mãos e ouvir com olhos é interagir com uma cultura que percebe o mundo através dos sinais, que experimenta deslumbramento quando entende e se faz entender, que convida, que troca, que aceita, que oferece. Professora Maria Cristina da Silva Domingos
  • 5. 5 Prefácio Ações pautadas nos direitos humanos são propostas que res- peitam as diferenças e promovem equidade a todas as pessoas inde- pendentemente de condições e diferenças. Compreender o intuito de documentos como a Lei de Acessibilidade - 10.098(2000), que garante ao indivíduo estar nos espaços de maneira equânime ou a Carta para o terceiro milênio (1999), que convida a humanidade a entrar em ação na tentativa de eliminar barreiras, inclusive atitudinais, e a Declaração de Salamanca (1994) que tem como meta a inclusão social, é reconhecer a necessidade de novas posturas e compreensões. A educação inclusiva vem sendo inserida nas culturas mundiais a fim de resgatar a humanização e nessa perspectiva, a legislação educacional vigente - Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9394/96, cuja má- xima é educação para todos e especificamente no capitulo V que explica e sugere a inclusão de alunos com necessidades especiais preferencial- mente no ensino regular e considerando políticas internacionais que co- mungam o desejo de minimizar ações excludentes, (substrato eficaz no sustento de preconceitos justificando desigualdades), tem sido elementos norteadores para as novas práticas na educação bem como em outros segmentos sociais. Sendo assim, a sociedade vivencia mudanças significativas no que tange as interações com as pessoas diferentes. Entender a inclusão da pessoa surda equivale pensar em co- municação como fator imprescindível para expressão do pensamento, percepção e interação com o universo que cerca a todos, e, portanto, questão primordial para que tal inclusão aconteça. De acordo com o decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005, a pessoa surda tem direito a um intérprete em todos os segmentos sociais bem como um atendimento que contemple sua condição considerando o fator língua, no entanto, existem muitas dúvidas que envolvem a inclu- são de surdos e a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais. Profissionais de várias áreas de atuação não se sentem prepa- rados para desenvolver um trabalho que atenda a pessoas com surdez. Por compartilhar do desejo de igualdade de oportunidades e atentando para a necessidade da difusão da Língua Brasileira de Sinais e todo seu entorno, o I Fórum Regional de Libras (2009) a partir das presenças de coordenadores, profissionais da educação, educação especial, instrutor, intérprete, alunos do curso de Extensão em Libras, alunos do curso de Pedagogia e demais convidados envolvidos com a inclusão de surdos, abordou o tema: “LIBRAS e a Inclusão de Surdos”, nos aspectos legais, sociais e culturais.
  • 6. 6 Além de atingir o mencionado propósito, o evento proporcionou uma mostra de que a inclusão de pessoas surdas é possível, uma vez que, o direito dos surdos presentes em receber informações em sua língua materna foi legitimado. Essa legitimidade só foi possível porque os ideais de igualdade, desejados por todos e postulados nas leis, encontraram suporte no conhecimento advindo da pesqui- sa, da observação e de estudo próprio do espaço acadêmico que transforma barreiras em rampas, promovendo acessibilidade.
  • 7. 7 Língua é Lei O Decreto 5626, de 22 de dezembro de 2005, regulamentou a Lei 10.436/02, também denominada Lei de Libras, tratando dos aspectos relativos à inclusão de Libras nos cursos superiores, à formação de professores para o ensino de Libras, à formação de tradutores e intérpretes de Libras, à atuação do Serviço Único de Saúde –SUS, à capacitação de servidores públicos para o uso da Libras ou sua interpretação e à dotação orçamentária para garantir as ações previstas no Decreto 5626/05. A Libras, como 1ª língua, e a Língua Portuguesa, como 2ª língua, constituem complementação curricular específica a ser desenvolvida nas mesmas escolas em que o aluno com surdez está matriculado. Os sistemas de ensino devem, a partir de 2006, organizar classes ou escolas bilíngues, abertas a surdos e ouvintes; viabilizar cursos de qualificação profissional dos professores; organizar serviços de tradutor e intérprete de Libras para atuação nas classes que têm surdos nos anos finais do ensino fundamental, no ensino médio, educação profissional e educação superior. De acordo com a lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000, no capítulo VII, art. 18. O Poder Público implementará a formação de profissionais intérpre- tes de escrita em braile, linguagem [sic] de sinais e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação. Belo Horizonte – Minas Gerais Lei estadual nº10.379, de 10 de janeiro de 1991 Reconhece oficial- mente, no Estado de Minas Gerais, como meio de comunicação objetiva e de uso corrente, a linguagem gestual codificada na Língua Brasileira de Sinais - Libras. Lei estadual nº13.623 de 11 de julho de 2000 Dispõe sobre a utilização de recursos visuais destinados aos portadores de deficiência auditiva na veicu- larão de propaganda oficial.
  • 8. 8 LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providên- cias O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comuni- dades de pessoas surdas do Brasil. Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e em- presas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as nor- mas legais em vigor. Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estadu- ais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substi- tuir a modalidade escrita da língua portuguesa. Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114º da Repúbli- ca. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza
  • 9. 9 Comentários do Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Este Decreto regulamenta a Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de sinais e o artigo 18 da Lei 10.098 de 10 de dezembro de 2000. O referido Decreto, regulamenta sobre a inclusão de Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magis- tério em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições públicas e privadas e como disciplina opcional nos demais cursos de educação superior e na educação profissional. Especifica também, o uso e a difusão da Libras e da Língua Portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação, como deve ser a formação do professor e do instrutor de Libras, para que os mesmos possam atuar em cursos e eventos; ressalta que as instituições educacionais devem garantir às pessoas surdas acesso a comuni- cação, à informação, nos processos seletivos e na educação desde a educação infantil até a superior, dando-lhes condições de atuar na sociedade. O mesmo fala também da garantia do direito à saúde das pessoas surdas ou com deficiência auditiva, tais como ações de prevenção e desenvolvimento de progra- mas de saúde auditiva, realização de diagnósticos, tratamentos clínicos, acompanha- mento médico, reabilitação, entre outros. E ainda, dispõe sobre o papel do poder público e das empresas concessionárias de serviço público que deverão capacitar uma parcela de seus funcionários para usar e interpretar Libras, proporcionando um atendimento diferenciado aos portadores de necessidades especiais, no caso, a surdez. O Decreto acima mencionado é de suma importância, pois evidencia alguns direitos das pessoas com necessidades especiais auditivas e podemos perceber que a verdadeira inclusão acontece. Fica evidenciado a preocupação do poder público com as pessoas que apresentam parcial ou totalmente deficiência auditiva e legislar alguns direitos em prol dessas pessoas. A conquista deste direito traz impactos significativos na vida social e política da nação brasileira. O provimento das condições básicas e fundamentais de acesso à Li- bras se faz indispensável. Requer o seu ensino, a formação de instrutores e intérpretes, a presença de intérpretes nos locais públicos e a sua inserção nas políticas de saúde, educação, trabalho, esporte e lazer, turismo e finalmente o uso da Libras pelos meios de comunicação e nas relações cotidianas entre pessoas surdas e não-surdas.
  • 10. 10 ACESSIBILIDADE PARA SURDOS SÍMBOLO INTERNACIONAL DA SURDEZ LEI Nº 8.160 - DE 08 DE JANEIRO DE 1.991 É obrigatória a colocação, de forma visível, do ‘Símbolo Internacional da Surdez” em todos os locais que possibilitam acesso, circulação e utiliza- ção por pessoas portadoras[sic] de deficiência auditiva, e em todos os serviços que forem postos à sua disposição ou que possibilitem o seu uso.
  • 11. 11 O que é surdez? ● visão médica: preocupada com o aspecto quantitativo da perda auditiva, algo que o indivíduo não possui e o deixa deficiente, de acordo com o grau de comprometimento. ● visão sociológica: nesta, o deficiente auditivo[sic] é caracterizado como um indivíduo diferente dos ouvintes, que pertence a uma mesma diferente. (BALLNYNE;MARTIN;MARTIN.1995) Denomina-se Surdez a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sen- do considerado Surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum. Muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos ao longo de sua vida, por causa de acidentes ou doenças. (BALLNYNE;MARTIN;MARTIN.1995) Níveis de Surdez Surdez leve: perda auditiva entre 25db e 40db Surdez moderada: perda auditiva entre 41db e 55db Surdez acentuada: perda auditiva entre 56db e 70db Surdez severa: perda auditiva entre 71db e 90db Surdez profunda: perda auditiva acima de 91db db=decibéis Principais causas da surdez • Desordens genéticas ou hereditárias • Relativas à consanguinidade • Relativas ao fator RH • Relativas a doenças infecto-contagiosas, como a rubéola • Sífilis, citomegalovírus, toxicoplasmose, herpes • Remédios ototóxicos, drogas, alcoolismo materno • Desnutrição, subnutrição, carências alimentares • Pressão alta, diabetes • Exposição à radiação, outras. • Pré-maturidade, • Infecção hospitalar, outras. • Meningite, • Remédios ototóxicos, em excesso ou sem orientação médica, • Sífilis adquirida, • Sarampo, caxumba,
  • 12. 12 • Exposição contínua a ruídos ou sons muito altos, • Traumatismo craniano, outros. Prevenção da Surdez • Campanha da vacinação de jovens contra a rubéola • Exames pré-nupciais • Acompanhamento às gestantes • Campanhas de vacinação infantil contra sarampo, meningite, caxumba, etc • Palestras às mães. Identidade Surda São pessoas que têm identidade surda plena, geralmente são filhos de pais surdos, têm consciência surda, são mais politizados, têm consciência da diferença, e têm a língua de sinais como língua materna. Usam recursos e comunicações visuais. Identidade Surda Híbrida São surdos que nasceram ouvintes e posteriormente tornam-se surdos, conhecem a estrutura do português falado. TERMINOLOGIA D.A? SURDO – MUDO? SURDO! Usa-se o termo Deficiente Auditivo ou DA clinicamente para mensurar as perdas auditivas. O Surdo não gosta de ser chamado DA. É uma questão cultural. Devemos valorizar o que se tem e não supervalorizar o que falta à pessoa. Nunca se diz Surdo-Mudo. O Surdo não é Mudo. Não fala porque não ouve. Ou melhor, fala com as mãos. O termo correto usado pela comunidade Surda e sociedade em geral é: SURDO.
  • 13. 13 E sendo assim, a comunicação com as pessoas surdas se dá através da Libras. Libras O que é? Língua Brasileira de Sinais – Libras É uma Língua comparável em complexidade e expressividade a qualquer língua oral. Expressa ideias sutis, complexas e abstratas. A Língua de Sinais não é universal. Cada uma tem sua própria estrutura gramatical. Como em cada país as pessoas ou- vintes falam diferentes línguas, também as pessoas Surdas por toda parte do mundo, que são inseridas em “Culturas Surdas”, possuem suas próprias línguas, existindo assim Língua de Sinais Francesa, Língua de Sinais Alemã, etc. A Libras é a língua usada pelos Surdos que vivem em cidades do Brasil onde existem comunidades Surdas, mas há além dela, registros de uma outra língua de si- nais que é utilizada pelos índios urubus-Kaapor na floresta amazônica
  • 14. 14 A Libras é composta de sinais e da datilologia A datilologia, ou alfabeto manual, é um sistema de representação, quer sim- bólica, quer icônica, das letras dos alfabetos das línguas orais escritas, por meio das mãos. É útil para se entender melhor a comunidade surda, faz parte da sua cultura e surge da necessidade de contacto com os cidadãos ouvintes. Os sinais são itens lexicais das línguas de sinais, assim como as palavras são itens lexicais das línguas orais-auditivas. Os sinais são formados a partir dos cinco parâmetros: ● Configuração de mãos ● Ponto de articulação ● Movimento ● Orientação/ direcionalidade ● Expressão facial e ou corporal SINAIS ALEGRE BONITO
  • 15. 15 A estrutura gramatical da Libras difere da estrutura gramatical da Língua Por- tuguesa . Considerando que é uma língua visual, tem-se em mente o tópico conhecido como topicalização, ou seja, centraliza-se a idéia principal. Exemplo: BOLO DE CHOCOLATE EU GOSTAR-NÃO ALFABETO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
  • 16. 16 NÚMEROS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Libras: Língua de modalidade diferente A Libras como as diversas línguas naturais e humanas existentes, é compos- ta por níveis linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais também existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais. A diferença é sua modalidade de articulação, a saber, visual-espacial, ou cinésico-visual, para outros. Assim sendo, para se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer sinais. É necessário conhecer a sua gramática para combinar as frases, estabelecendo comunicação. Os sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos, os quais, juntos compõem as unidades básicas dessa Língua. Assim, a Libras se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como qualquer língua, também existem diferenças regionais, portanto deve-se ter atenção às variações praticadas em cada unidade da Federação. O PAPEL DO INTÉRPRETE UM TRABALHO PAUTADO NA ÉTICA O papel do intérprete é o de realizar a interpretação de língua falada para a língua sinalizada e vice – versa. O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da inter- pretação, evitando interferências e opiniões próprias a menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo. DICAS IMPORTANTES Ao abordar ou ser abordado por uma pessoa surda:
  • 17. 17 ● Se quiser falar com uma pessoa surda, sinalize com a mão ou tocando no braço dela. Enquanto estiverem conversando, fique de frente para ela mantenha contato visual e cuide para que ela possa ver a sua boca para ler os seus lábios. Se você olhar para o outro lado, ela pode pensar que a conversa terminou. ● Não grite. Ela não ouvirá o grito e verá em você uma fisionomia agressiva. ● Se tiver dificuldade para entender o que uma pessoa surda está dizendo, peça que ela repita ou escreva. ● Fale normalmente, a não ser que ela peça para você falar mais devagar. ● Seja expressivo. A pessoa surda não pode ouvir as mudanças de tom da sua voz, por exemplo, indicando gozação ou seriedade. É preciso que você lhe mostre isso através da sua expressão facial, gestos ou dos movimentos do corpo para ela entender o que você quer comunicar. ● Em geral, pessoas surdas preferem ser chamadas “surdos” e não “deficientes audi- tivos”. ● Se a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete da língua de sinais, fale olhando para ela e não para o intérprete. ● É muito grosseiro passar por entre duas pessoas que estão se comunicando através da língua de sinais, pois isto atrapalha ou impede a conversa. ● Se aprender a língua de sinais brasileira (Libras), você estará facilitando a convivência com a pessoa surda. ● Ao planejar um evento, providencie avisos visuais, materiais impressos e intérpretes da Língua de sinais. Pessoa com baixa audição: ● Ao se tratar de pessoa com baixa audição, proceda quase das mesmas formas indi- cadas para relacionar-se com pessoas surdas. ● Em geral, as pessoas com baixa audição não gostam de ser chamadas “surdos” e sim“ deficientes auditivos”. “ Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” Bíblia Sagrada Corint., 13: 1-2
  • 18. 18 VOCÊ SABIA? ? ? ● Aproximadamente 0,1% das crianças nascem com deficiência auditiva severa e pro- funda (Northern e Downs, 1991) Este tipo de deficiência é suficientemente severa para impedir a aquisição normal da linguagem através do sentido da audição. ● O censo demográfico de 2000 contou 5,75 milhões de pessoas surdas no Brasil,das quais 796.344 com até 24 anos. ● No censo escolar de 2003, só havia 344 pessoas surdas nas universidades brasilei- ras. ● Estima-se que 42 milhões de pessoas acima de 3 anos de idade têm algum tipo de deficiência auditiva de moderada a profunda.(OMS). Organização Mundial da Saúde. ● Pela Lei nº 8213/91, as empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a disponibilizar uma cota progressiva de 2% a 5% de suas vagas a pessoas com deficiência ● Que o closed captions é um recurso que funciona a partir de legenda possibilitando ao surdo acompanhar os programas de televisão. ● O TDD(Telecomunication Device for Deaf) é o telefone para surdos. Trata-se de um sistema de comunicação telefônica digital, em que os surdos podem se comunicar com outras pessoas escrevendo suas mensagens em teclado e visualizando em um display as mensagens que lhe são enviadas. ● O teste da orelhinha ou triagem auditiva neonatal consiste num programa de ava- liação da audição de recém-nascidos para diagnóstico precoce de perda auditiva, uma vez que sua incidência é de 1 a 2 por 1000 nascidos vivos. A técnica utilizada é a de Emissões Otoacústicas Evocadas. ● A Comunidade Surda Brasileira comemora em 26 de setembro o Dia Nacional do Surdo, data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania. No Brasil, o dia 26 de setembro é celebrado devido ao fato desta data lembrar a inauguração da primeira escola para Surdos no país em 1857, com o nome de Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro, atual INES-Instituto Nacional de Educação de Surdos.
  • 19. 19 PERIGOS PARA SEU OUVIDO Não deixe seu ouvido exposto a mais de 85decibéis. A importância da linguagem A linguagem permite ao homem estruturar seu pensamento, traduzir o que sente, registrar o que conhece e comunicar-se com outros homens. Ela marca o ingres- so do homem na cultura, construindo-o como sujeito capaz de produzir transformações nunca antes imaginadas. O ser humano se vale da comunicação para atuar como integrante e partici- pativo de um universo no qual a linguagem é a mediadora e para tal utiliza-se a fala. No entanto, há casos em que é impossível desenvolver essa habilidade e consequente- mente a falta de comunicação torna-se obstáculo nas relações humanas.
  • 20. 20 Embora a fala seja importante para a aquisição da linguagem humana, não significa que o indivíduo, que devido a um determinado grau de surdez, não possa desenvolver linguagem por outras vias. O cartaz apresentado a seguir é um dos materiais produzidos pela AJA (Asso- ciação do Jovem Aprendiz), uma ONG que atua em todo o Brasil e que promove ações para a inclusão das pessoas surdas e para o ensino e divulgação de Libras. Este cartaz é utilizado nos trabalhos relacionados à área da prevenção de AIDS e Doenças sexu- almente transmissíveis (DSTs) dentro da comunidade surda. O fato de este material ser apresentado em Libras facilita conscientização para os cuidados de prevenção em relação à AIDS e às DSTs,bem como o combate à discriminação das pessoas vivendo com Aids.
  • 21. 21 APRENDENDO COM AS DIFERENÇAS “Quando eu aceito a língua de outra pessoa, eu aceito a pessoa. Quando eu rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte de nós mesmos. Quando eu aceito a língua de sinais, eu aceito o surdo, e é importante ter sempre em mente que o surdo tem o direito de ser surdo. Nós não devemos mudá-los, devemos ajudá-los, mas temos que lhes permitir ser surdo”. Terje Basilier – psiquiatra surdo norueguês A presença das comunidades surdas nas oficinas de Libras proporciona a inclusão no sentido da troca, parceria, da partilha de mundos tão diferentes e da desco- berta e consciência da possibilidade de romper com a barreira da comunicação. Fator imprescindível para a construção da identidade humana. À medida que o ouvinte inclui o surdo, consequentemente será incluído, prota- gonista de uma historia em construção da qual todos fazemos parte. Afinal não somos todos diferentes? É certamente na diferença que percebemos e experimentamos a superação. Não a superação que nos torna superiores, mas sim completos.
  • 22. 22 Aprender uma língua significa conhecer e aceitar o seu usuário.No caso da Libras, o conhecimento e aceitação só são possíveis na convivência com a pessoa sur- da. O aprendizado da Libras encontra sentido especial quando mediado pelo instrutor surdo.
  • 23. 23 OFICINAS Aulas práticas, interpretação e conversação a partir da aquisição de vocabulário.
  • 24. 24 Libras TÁTIL A Língua de Sinais usada pela Comunidade Surdocega.
  • 25. 25 A LINGUAGEM DAS MÃOS DECRETANDO Libras NO BRASIL “Na personalidade a comunicação No comando a legitimidade Na abstração o sentimento No pensamento a dignidade. O decidir de uma autoridade É ordem, vontade ou decisão Poder na hierarquia executiva Em obediência a um coração. Coração então representado Pelos sinais que vêm da mão Estrutura de linguagem humana Facilitando a conscientização. A Língua brasileira de Sinais Está disposta por considerações Apoiando a comunidade surda Que se espalha pelas nações. Multiplicando os educadores Atendendo à pequena criança. Oralizado ou sinalizado O que importa é o desenvolvimento Até ouvintes em seus discursos Usam as mãos por um momento...” Aparecida Miranda (Poetisa Surda)
  • 26. 26 REFERÊNCIAS Acessibilidade Brasil. Disponível em:http://www.acessobrasil.org.br/ Acesso em 01 jul. 2007. DICIONÁRIO Libras. Disponível em:http://www.dicionarioLibras.com.br. Acesso em 01 jul. 2007. FENEIS- Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos: Disponível em : <http://www.feneis.com.br/ Acesso em 01 jul. 2007. INES –Instituto Nacional de Educação de Surdos: Disponível em http://usandoasmaos. blogspot.com/ http://www.ines.org.br/. Acesso em 01 jul. http://www.surdo.org.br/2007 CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D.; Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. 2 ed. São Paulo, Edusp. p. 1479 – 1487. Vol. 1. 2001 FELIPE, T.A.; Libras em contexto. 8 ed. Rio de Janeiro, Wal Print Gráfica e Editora. 2007. p.45 – 82. Bíblia sagrada: Novo testamento, Coríntios1, capítulo 13, versículo 1. QUADROS, R.M.; O tradutor e o intérprete de língua de sinais e língua portuguesa. Brasília, MEC, SEE, 2004, p. 94. III SEMINÁRIO INTERAMERICANO SOBRE A GESTÃO DAS LÍNGUAS: As políticas linguísticas das Américas em um mundo multipolar - Anais Edição organizada pela União Latina - ISBN: 85-7749-013-0 2006
  • 27. 27