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Pensando o Vitalismo
  Princípio Vital, Vitalismo e uma
         Fisiologia Vitalista

     Maria Thereza do Amaral
1 – Apresentação

2 – Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia
Vitalista

3 – Sugestões de Leitura




23/10/2011          Maria Thereza do Amaral       2
Maria Thereza
              do Amaral

23/10/2011       Maria Thereza do Amaral   3
Veterinária
Unesp - Jaboticabal




23/10/2011            Maria Thereza do Amaral   4
Homeopatia
Veterinária
clínica homeopata

Faculdade
Homeopatia médica – 1988-1989
Homeopatia veterinária – 1993 e 1996
23/10/2011          Maria Thereza do Amaral   5
Homeopatia

Veterinária
homeopata

Ensino de Homeopatia
Pesquisa em Homeopatia

23/10/2011       Maria Thereza do Amaral   6
História da Ciência
PUC/SP

Mestre – 2002
Doutora – 2010




23/10/2011       Maria Thereza do Amaral   7
WEB e cia
Desde 1994




23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   8
Pressupostos

23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   9
23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   10
Pensamento biológico




23/10/2011    Maria Thereza do Amaral   11
Pensamento biológico
e




23/10/2011       Maria Thereza do Amaral   12
Pensamento biológico
e
pensamento clínico




23/10/2011       Maria Thereza do Amaral   13
Pensamento biológico
Visão biológica

Ver tudo do ponto
de vista de
um ser vivo




 23/10/2011         Maria Thereza do Amaral   14
23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   15
Abordagem
transdisciplinar




23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   16
transdisciplinar
    Abordagem




23/10/2011           Maria Thereza do Amaral   17
Abordagem
transdisciplinar




23/10/2011         Maria Thereza do Amaral   18
23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   19
Redes




23/10/2011   Maria Thereza do Amaral       20
Redes



23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   21
Redes




Visão sistêmica



23/10/2011        Maria Thereza do Amaral   22
Redes

Funcionar/ver / pensar
Em Redes




23/10/2011        Maria Thereza do Amaral   23
Pesquisadora




23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   24
Pesquisadora


História da Ciência
Doutorado (2010)

23/10/2011     Maria Thereza do Amaral   25
Pesquisadora

História da Ciência
Doutorado




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Q
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Princípio
   vital, vitalismo e a
    proposta de uma
fisiopatologia vitalista.
Uma abordagem teórica de um problema que
afeta:

• A Homeopatia
• O Estudo do ser vivo
• Como se estuda o ser vivo




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E que busca estudar
fatores, situações, fatos, teorias, co
     nceitos pré Hahnemann.

 Mas vistos por uma historiadora
que tem formação em clínica e em
          Homeopatia.
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‘Princípio vital’, ‘vitalismo’ e ‘fisiopatologia
                     vitalista’

              Um panorama particular da

        França entre os anos de 1770 e 1820, em

estreita correlação com a faculdade de medicina
de Montpellier e os meios científicos de Paris, em
             oposição a faculdade de Paris.
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‘Princípio vital’ ‘vitalismo’
             Criação de fisiólogos do período



                     ‘fisiopatologia vitalista’
                        Criação da autora



23/10/2011               Maria Thereza do Amaral   37
São componentes de um mesmo conjunto
teórico construído ao longo do tempo por
diversos campos do saber



   Necessitam ser analisados para que se entenda
     melhor a sua dinâmica, o seu contexto, o seu
                      conteúdo e sua construção.


23/10/2011          Maria Thereza do Amaral     38
Esses termos, e seus respectivos conceitos,

    se encaixam em uma categoria que podemos
  chamar de ‘vitalismo médico de Montpellier’

             (uma designação dada a posteriori)




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Pressupomos que sem que um conceito seja
             estudado em seus próprios termos,
   em sua época e dentro de seu modelo de ciência
                  específico e explicitado,
  para que depois seja montado um encadeamento
                   com outros conceitos,
      não se constrói uma rede conceitual-histórica
                         fidedigna.

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grupo de pesquisa do CESIMA e seu método
       geral de pesquisa em História da Ciência.


      Estudar os conceitos, os autores e
     suas obras dentro da dimensão em
que foram concebidos e na qual foram
                    expressas.
23/10/2011           Maria Thereza do Amaral       42
Através de

                      documentos
    as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,
         suas contextualizações e textualizações, e
     as condições que contornam nossas escolhas,
                 delimitando nossa pesquisa
             e nossa atuação como pesquisadores.

23/10/2011               Maria Thereza do Amaral      43
Através de

                      documentos
    as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,
         suas contextualizações e textualizações, e
     as condições que contornam nossas escolhas,
                 delimitando nossa pesquisa
             e nossa atuação como pesquisadores.

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Através de

                      documentos
    as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,
         suas contextualizações e textualizações, e
     as condições que contornam nossas escolhas,
                 delimitando nossa pesquisa
             e nossa atuação como pesquisadores.

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Através de

                      documentos
    as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,
         suas contextualizações e textualizações, e
     as condições que contornam nossas escolhas,
                 delimitando nossa pesquisa
             e nossa atuação como pesquisadores.

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Através de

                      documentos
    as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,
         suas contextualizações e textualizações, e
     as condições que contornam nossas escolhas,
                 delimitando nossa pesquisa
             e nossa atuação como pesquisadores.

23/10/2011               Maria Thereza do Amaral      47
Analisamos o trabalho feito pelo pesquisador ao
             trabalhar seus objetos,

        analisamos o que foi estudado sobre ele e

  analisamos o que outros autores consideraram
           sobre o autor e sua época.



23/10/2011             Maria Thereza do Amaral      48
O documento
componentes                                           Rede conceitual histórica

                        tempo
                      Interfaces

                   Vários campos do
                         saber
                                                 Conjuntos
                                                  teóricos




  Sua construção    Sua dinâmica                Seu contexto          Seu conteúdo

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Método

                            A análise de um documento


fontes              Seu autor
fontes
fontes
                      Nosso
fontes
                  documento (1)
fontes
                          Lit. 2ª         Lit. 2ª                Lit. 2ª        Lit. 2ª
tempo                               Análise
                                    historiográfica
                                    (2)
“contexto”, o                                                 Arte: música,
                     História
que o cerca (3)                          Religião                pintura,      Educação
                    Sociedade
                                                              literatura,etc

  23/10/2011                        Maria Thereza do Amaral                               50
(1) A análise do documento

(2) A análise historiográfica

(3) A análise do que o cerca




23/10/2011           Maria Thereza do Amaral   51
(1) O documento


    Estudamos o texto através de uma análise de
argumentos, de sua coerência interna e vínculos
   com outros textos, onde fazemos uma análise
        do texto por ele mesmo, pelos dados que
                        fornece.

23/10/2011             Maria Thereza do Amaral    52
(2) A análise historiográfica


      Fazemos uma análise que implica na leitura
      bidirecional texto-contexto, na procura por
 indicações de continuidades e permanências de
      conceitos, teorias e métodos científicos no
                 decorrer do tempo.

23/10/2011            Maria Thereza do Amaral       53
(3) O que o cerca

        Todo autor está imerso num universo
    particular, marcado por direções e influências
   específicas que nos dão um sentido maior que
  somente a análise e a crítica do texto nos dariam.

 Devem ser levadas em conta as especificidades dos
  contextos e discursos que formam e marcam as
     concepções científicas de épocas diversas.

  23/10/2011         Maria Thereza do Amaral      54
23/10/2011   Maria Thereza do Amaral   55
Os termos e sua história


Barthez
Paul-Joseph Barthez (1734-1806) médico e
fisiologista francês, estudou e dirigiu a faculdade de
medicina de Montpellier.

Um fator determinante na literatura que se seguiu
a partir do final do século XIX, entre dois períodos
muito significativos da história da fisiologia médica.


 23/10/2011            Maria Thereza do Amaral     56
Os termos e sua história

                   Barthez




23/10/2011           Maria Thereza do Amaral   57
Revolução Francesa
   – Antes, durante e depois (reabilitado por Napoleão).


Mudanças na profissão médica, na saúde pública
(hospitais) e no ensino da medicina na França.

Iluministas e enciclopedistas.

Paris e Montpellier – rivalidade “eterna”.

 23/10/2011             Maria Thereza do Amaral            58
Barthez


     Sua principal obra, Nouveaux Éléments de la
 Science de l`Homme, foi publicada em 1778, e é
    onde ele propõe um método de estudo e de
   compreensão fisiopatológica para o ser vivo.




23/10/2011           Maria Thereza do Amaral       59
Barthez

 Suas obras podem ser agrupadas em três fases:

       de 1772 a 1774, a sua fase mais geral,
          obras foram escritas em latim e
  ele expõe, em sua obra Oration Academica de
Principio Hominis Vitali (1772-1773), sua teoria do
‘princípio vital’, que ele detalhou na obra seguinte,
   Nova Doctrina de Functionibus [Fonctionibus]
                    Naturae (1774);

23/10/2011           Maria Thereza do Amaral       60
Barthez

          a fase que vai de 1778 a 1801,
  ocorre a fundamentação de suas teorias obras
               escritas em francês,

propõe, na obra Noveau Éléments de La Science de
  l’Homme de 1778, um novo modelo fisiológico,
coerente com uma proposta de abordagem de um
       ‘Homem Inteiro’ (Homme Entiere).

23/10/2011         Maria Thereza do Amaral       61
Barthez

          a fase que vai de 1778 a 1801,
  ocorre a fundamentação de suas teorias obras
               escritas em francês,

Que por sua vez estava inserida em uma proposta
 geral de conhecimento, a ‘Ciência do Homem’
             (Science de l’Homme).



23/10/2011         Maria Thereza do Amaral       62
Barthez


             e fase a que vai de 1801 a 1806,

       ocorre a aplicação de suas teorias em suas
                    práticas médicas,

             obras estas escritas em francês.



23/10/2011              Maria Thereza do Amaral     63
Barthez




    Em todas estas fases o que se
   observa é a evolução do conceito
         de ‘princípio vital’.



23/10/2011     Maria Thereza do Amaral   64
Barthez

Quando se fala em Barthez é muito comum o uso da
 expressão ‘princípio vital’ para caracterizar o que
                seria seu ‘vitalismo’.

O conceito de ‘princípio’, apesar de muito utilizado
  em sua obra, era um conceito aplicado a várias
áreas e que fazia parte do contexto científico de sua
                       época.

 23/10/2011          Maria Thereza do Amaral      65
Barthez

      O desenvolvimento de uma ‘fisiologia do
     homem’, nas palavras do próprio Barthez:
  “... são as forças do Princípio Vital do homem,
  suas comunicações ou simpatias, sua reunião
 em sistema, suas modificações distintas dentro
 dos temperamentos e da idade e sua extinção à
                       morte” .
         P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l'homme, v.1, pp.35-6.


23/10/2011                          Maria Thereza do Amaral                        66
Barthez

    Para ele o uso do termo ‘princípio vital’ teria
                  duas finalidades:

     uma, seria a de usar uma expressão que
   possibilitasse “encurtar o cálculo analítico dos
                     fenômenos”



23/10/2011            Maria Thereza do Amaral         67
Barthez

   A outra teria a função de indicar que o fenômeno da
     existência da vida em um ser vivo se dá através de
algo, que tinha as características de poder vir de fora do
corpo do ser ou não, que tinha a característica de não ser
a alma e também de estar intimamente ligado à matéria
   a quem dava esta vida, mas não ser gerado por essa
                         matéria.


 23/10/2011             Maria Thereza do Amaral           68
Barthez



     A esse algo Barthez deu o nome
             ‘princípio vital’.
     P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l’homme, v.1, p. 18-9, p. 2.




23/10/2011                        Maria Thereza do Amaral                            69
Barthez

Em Noveau Éléments de La Science de l’Homme,
    Barthez afirma que “...eu chamo de Princípio
   vital do homem a causa que produz todos os
             fenômenos da vida no corpo humano.

  O nome dessa causa é assaz indiferente e pode
                    ser dado à vontade.”

23/10/2011               Maria Thereza do Amaral   70
Barthez


    O que caracterizaria a dinâmica fisiológica de
Barthez pode ser colocado nos seguintes termos:



  O que faz a vida ocorrer seria o ‘princípio vital’,
             mas ele não definiria que ela é.



23/10/2011              Maria Thereza do Amaral      71
Barthez


Esse ‘princípio vital’ agiria através de forças
   que produziriam todos os fenômenos da
vida no corpo humano, desde seu início até
                   seu fim.



23/10/2011         Maria Thereza do Amaral   72
Os termos e sua história



         Dumas



23/10/2011       Maria Thereza do Amaral   73
Dumas
O médico e fisiologista
Charles-Louis Dumas (1765 –
1813), no prefácio de sua
obra Principes de Physiologi,
de 1800, cita três grandes
direções nos estudos
anatomo-fisiológicos que
dariam origem a diferentes
hipóteses:

 23/10/2011          Maria Thereza do Amaral   74
Dumas
                 A materialista

                 A espiritualista

             A de outros fisiológos .




23/10/2011        Maria Thereza do Amaral   75
Dumas
A terceira, de outros fisiológos que consideram
que todos fenômenos da vida não são devidos
nem à matéria e tampouco à alma, mas a um
princípio intermediário que possui faculdades
tanto como de um, como de outro, e que regra,
dispõe e ordena todos os atos de vitalidade, sem
ser movido por estímulos físicos do corpo material,
nem dirigido pelas afecções morais ou previsões
intelectuais do próprio pensamento.

 23/10/2011          Maria Thereza do Amaral     76
Dumas
Destas três ‘seitas’ derivariam todas as outras, que
  para Dumas estariam dividindo os fisiólogos:

      a primeira dos mecânicos e dos químicos,
     a segunda dos animistas e dos stahlinianos,
               a terceira dos vitalistas.



23/10/2011           Maria Thereza do Amaral       77
Dumas

              A terceira orientação :

 Barthez, responde furiosamente a Dumas...

  (...mas a um princípio intermediário que
possui faculdades tanto como de um, como
de outro, e que regra, dispõe e ordena todos
           os atos de vitalidade...)
 23/10/2011          Maria Thereza do Amaral   78
Dumas


E foi aqui que o termo ‘vitalista’ foi cunhado
        e definido, ou seja, em 1800.

             (‘princípio vital’ em 1772)



23/10/2011            Maria Thereza do Amaral   79
Os termos e sua história

                  Vitalismo




23/10/2011           Maria Thereza do Amaral   80
O vitalismo

   Vitalismo é um termo usado para indicar
    qualquer doutrina filosófica, médica ou
biológica que considere os fenômenos vitais
    como irredutíveis aos fenômenos físico-
                  químicos.


23/10/2011         Maria Thereza do Amaral    81
Essa irredutibilidade pode ser comum a todas
 correntes, mas a forma como elas definem,
              qualificam e quantificam esta
 irredutibilidade, e o que elas procuram com
                isso, varia enormemente.



 23/10/2011             Maria Thereza do Amaral   82
Embora este seja um núcleo de definição comum a
        todas correntes, doutrinas, e visões ditas
 ‘vitalistas’, a expressão ‘vitalismo’ na realidade é
 ambígua, e apesar de evidências superficiais não
 indicarem isto, ela nós remete a vários tipos de
 estudos e concepções, com objetivos diversos, e
               feitos em épocas diversas.

 23/10/2011             Maria Thereza do Amaral      83
Uma de nossas dificuldades em conceituar e
        contextualizar apropriadamente o termo
    ‘vitalismo’ é o fato de que ele foi discutido e
   aplicado, com conceitos diferentes, em áreas
diversas, tais como filosofia, biologia, medicina,
                 química e fisiologia.



23/10/2011            Maria Thereza do Amaral         84
Química,
              (usada na obra de Barthez)


  Tem, em geral, uma visão muito restrita quando
entende por ‘vitalismo’ uma corrente que afirmava
não ser possível sintetizar um composto orgânico
                    fora do corpo.


 23/10/2011           Maria Thereza do Amaral   85
Química X Vitalismo
... 1828 quando Friedrich Wöhler publicou um
trabalho sobre a síntese de uréia, provando que
compostos orgânicos podiam ser criados
artificialmente e derrubando o vitalismo como
base teórica para a distinção entre a matéria
animada e inanimada.


(Wikipedia, História da Bioquímica)

23/10/2011                        Maria Thereza do Amaral   86
Química X Vitalismo

... porém tende-se a “esquecer” que Hans Krebs
(1900-1981) publicou em 1932 que o ‘ciclo da
uréia’ é somente observado em células vivas...



(E. Kinne-Saffran, R. K. H Kinne, “ Vitalism and Synthesis of Urea”. American Journal of
Nephrology, 19 (1999) : 290-294 )


23/10/2011                         Maria Thereza do Amaral                            87
[Mas, voltando...]


       Nunca se deverá esquecer que os
   termos ‘vitalista’ e ‘vitalismo’ foram
 invenções do século XIX, que foram se
        modificando ao longo do tempo.

23/10/2011         Maria Thereza do Amaral   88
Os termos e sua história

             Uma fisiopatologia
                 vitalista



23/10/2011           Maria Thereza do Amaral   89
Os termos e sua história

      Uma fisiopatologia
           vitalista
     Uma designação dada a
          posteriori
23/10/2011           Maria Thereza do Amaral   90
Uma fisiopatologia vitalista
A fisiologia, no sentido moderno do termo,
  é o resultado de um longo processo de
                 construção.

 Na pesquisa realizada durante o mestrado,
 abordamos a contribuição realizada nesse
           sentido por Barthez

23/10/2011             Maria Thereza do Amaral   91
Uma fisiopatologia vitalista


             Para Barthez a fisiologia

“..são as forças do Princípio Vital do homem, suas
comunicações ou simpatias , sua reunião em um
 sistema, suas modificações distintas dentro dos
   temperamentos e das idades e sua extinção à
                       morte”

23/10/2011           Maria Thereza do Amaral     92
Uma fisiopatologia vitalista



‘Princípio vital’ era o nome da causa experimental
da vida, apresentada a Barthez pela observação da
saúde e das moléstias no homem, ou seja, chegou a
         essas conclusões por fatos observáveis e
                       observados.


 23/10/2011              Maria Thereza do Amaral    93
Barthez aborda em sua obra aspectos
                   fisiopatológicos’ do homem :

• por que ele é um homem e gera um homem e
  não outra espécie.
• o que são moléstias,
• como se dão os movimentos, tanto dos músculos
  quanto dos órgãos internos,
• o que determina a estrutura e a coesão de todas
  suas partes,
• o que o faz envelhecer e morrer.

  23/10/2011                Maria Thereza do Amaral   94
Barthez propôs sua fisiopatologia baseado em
  uma síntese de várias correntes filosóficas
(“científicas”) e fisiológicas vindas de um vasto
   apanhado de tendências do século XVII e
              XVIII, e outras anteriores.



 23/10/2011            Maria Thereza do Amaral   95
O ponto central de qualquer estudo dito
 ‘vitalista’ é o ser vivo, e esse fato não deve
  jamais ser esquecido, pois os objetivos, os
pressupostos e as conclusões de um estudo
  desse tipo jamais serão as mesmas que de
             outras correntes fisiológicas.


23/10/2011             Maria Thereza do Amaral   96
Os termos e sua história

                  Conclusão




23/10/2011           Maria Thereza do Amaral   97
‘Princípio vital’, Barthez

                    ‘Vitalismo’, Dumas


       Estes termos, e seus respectivos conceitos, se
 encaixam em um ‘vitalismo médico de Montpellier’
   que será uma designação dada a posteriori, assim
como o termo ‘fisiopatologia vitalista’ para designar a
                 fisiopatologia de Barthez.

23/10/2011              Maria Thereza do Amaral         98
O dito ‘vitalismo’ de Barthez, assim como de outros
    fisiologistas franceses do período, é muito útil
    como subsídio para se formar um outro olhar
  sobre o estudo do ser vivo em geral, sendo um
tema atual perante as novas visões da química e da
física, e suas interações com a biologia em geral, e
              a fisiologia em particular.

 23/10/2011            Maria Thereza do Amaral         99
Barthez não se denominou um ‘vitalista’,

              não fez nenhum tipo de ‘vitalismo’,

foi um estudioso médico, profundamente envolvido
 em um programa de pesquisa fisiopatológica na
França, no século XVIII, na faculdade de medicina
 de Montpellier em conjunção com determinados
                círculos e sociedades de Paris.

 23/10/2011               Maria Thereza do Amaral    100
Sugestões
   de
 Leitura
Sugestões de Leitura

• WAISSE-PRIVEN, S. . Hahnemann: Um Médico de seu
  Tempo. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2005. v. 1. 131 p.

• WAISSE PRIVEN, S.I. . d & D: duplo Dilema. du Bois-
  Reymond e Driesch, ou a vitalidade do Vitalismo. 1a.
  ed. São Paulo: Educ; Fapesp, 2009. v. 1. 340 p.

• CIMINO, Guido, DUSCHENEAU, François. Vitalisms:
  from Haller to the Cell Theory. Proceedings of the
  Zaragoza Symposium XIXth International Congress of
  History of Science 22-29 August 1993, Firenze,
  Olschki, 1997.

 23/10/2011           Maria Thereza do Amaral      102
Maria Thereza do Amaral
         Email: mariathereza.amaral@gmail.com
                 Twitter: @mariatheBR
        Blog: mariatherezaamaral.wordpress.com

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Pensando o vitalismo 1

  • 1. Pensando o Vitalismo Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia Vitalista Maria Thereza do Amaral
  • 2. 1 – Apresentação 2 – Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia Vitalista 3 – Sugestões de Leitura 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 2
  • 3. Maria Thereza do Amaral 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 3
  • 5. Homeopatia Veterinária clínica homeopata Faculdade Homeopatia médica – 1988-1989 Homeopatia veterinária – 1993 e 1996 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 5
  • 6. Homeopatia Veterinária homeopata Ensino de Homeopatia Pesquisa em Homeopatia 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 6
  • 7. História da Ciência PUC/SP Mestre – 2002 Doutora – 2010 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 7
  • 8. WEB e cia Desde 1994 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 8
  • 9. Pressupostos 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 9
  • 10. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 10
  • 11. Pensamento biológico 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 11
  • 12. Pensamento biológico e 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 12
  • 14. Pensamento biológico Visão biológica Ver tudo do ponto de vista de um ser vivo 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 14
  • 15. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 15
  • 16. Abordagem transdisciplinar 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 16
  • 17. transdisciplinar Abordagem 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 17
  • 18. Abordagem transdisciplinar 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 18
  • 19. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 19
  • 20. Redes 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 20
  • 21. Redes 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 21
  • 22. Redes Visão sistêmica 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 22
  • 23. Redes Funcionar/ver / pensar Em Redes 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 23
  • 24. Pesquisadora 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 24
  • 25. Pesquisadora História da Ciência Doutorado (2010) 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 25
  • 27. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 27
  • 28. Q 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 28
  • 29. Q 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 29
  • 30. Q 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 30
  • 31. Q 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 31
  • 32. Princípio vital, vitalismo e a proposta de uma fisiopatologia vitalista.
  • 33. Uma abordagem teórica de um problema que afeta: • A Homeopatia • O Estudo do ser vivo • Como se estuda o ser vivo 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 33
  • 34. E que busca estudar fatores, situações, fatos, teorias, co nceitos pré Hahnemann. Mas vistos por uma historiadora que tem formação em clínica e em Homeopatia. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 34
  • 35. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 35
  • 36. ‘Princípio vital’, ‘vitalismo’ e ‘fisiopatologia vitalista’ Um panorama particular da França entre os anos de 1770 e 1820, em estreita correlação com a faculdade de medicina de Montpellier e os meios científicos de Paris, em oposição a faculdade de Paris. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 36
  • 37. ‘Princípio vital’ ‘vitalismo’ Criação de fisiólogos do período ‘fisiopatologia vitalista’ Criação da autora 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 37
  • 38. São componentes de um mesmo conjunto teórico construído ao longo do tempo por diversos campos do saber Necessitam ser analisados para que se entenda melhor a sua dinâmica, o seu contexto, o seu conteúdo e sua construção. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 38
  • 39. Esses termos, e seus respectivos conceitos, se encaixam em uma categoria que podemos chamar de ‘vitalismo médico de Montpellier’ (uma designação dada a posteriori) 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 39
  • 40. Pressupomos que sem que um conceito seja estudado em seus próprios termos, em sua época e dentro de seu modelo de ciência específico e explicitado, para que depois seja montado um encadeamento com outros conceitos, não se constrói uma rede conceitual-histórica fidedigna. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 40
  • 41. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 41
  • 42. grupo de pesquisa do CESIMA e seu método geral de pesquisa em História da Ciência. Estudar os conceitos, os autores e suas obras dentro da dimensão em que foram concebidos e na qual foram expressas. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 42
  • 43. Através de documentos as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes, suas contextualizações e textualizações, e as condições que contornam nossas escolhas, delimitando nossa pesquisa e nossa atuação como pesquisadores. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 43
  • 44. Através de documentos as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes, suas contextualizações e textualizações, e as condições que contornam nossas escolhas, delimitando nossa pesquisa e nossa atuação como pesquisadores. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 44
  • 45. Através de documentos as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes, suas contextualizações e textualizações, e as condições que contornam nossas escolhas, delimitando nossa pesquisa e nossa atuação como pesquisadores. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 45
  • 46. Através de documentos as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes, suas contextualizações e textualizações, e as condições que contornam nossas escolhas, delimitando nossa pesquisa e nossa atuação como pesquisadores. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 46
  • 47. Através de documentos as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes, suas contextualizações e textualizações, e as condições que contornam nossas escolhas, delimitando nossa pesquisa e nossa atuação como pesquisadores. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 47
  • 48. Analisamos o trabalho feito pelo pesquisador ao trabalhar seus objetos, analisamos o que foi estudado sobre ele e analisamos o que outros autores consideraram sobre o autor e sua época. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 48
  • 49. O documento componentes Rede conceitual histórica tempo Interfaces Vários campos do saber Conjuntos teóricos Sua construção Sua dinâmica Seu contexto Seu conteúdo 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 49
  • 50. Método A análise de um documento fontes Seu autor fontes fontes Nosso fontes documento (1) fontes Lit. 2ª Lit. 2ª Lit. 2ª Lit. 2ª tempo Análise historiográfica (2) “contexto”, o Arte: música, História que o cerca (3) Religião pintura, Educação Sociedade literatura,etc 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 50
  • 51. (1) A análise do documento (2) A análise historiográfica (3) A análise do que o cerca 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 51
  • 52. (1) O documento Estudamos o texto através de uma análise de argumentos, de sua coerência interna e vínculos com outros textos, onde fazemos uma análise do texto por ele mesmo, pelos dados que fornece. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 52
  • 53. (2) A análise historiográfica Fazemos uma análise que implica na leitura bidirecional texto-contexto, na procura por indicações de continuidades e permanências de conceitos, teorias e métodos científicos no decorrer do tempo. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 53
  • 54. (3) O que o cerca Todo autor está imerso num universo particular, marcado por direções e influências específicas que nos dão um sentido maior que somente a análise e a crítica do texto nos dariam. Devem ser levadas em conta as especificidades dos contextos e discursos que formam e marcam as concepções científicas de épocas diversas. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 54
  • 55. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 55
  • 56. Os termos e sua história Barthez Paul-Joseph Barthez (1734-1806) médico e fisiologista francês, estudou e dirigiu a faculdade de medicina de Montpellier. Um fator determinante na literatura que se seguiu a partir do final do século XIX, entre dois períodos muito significativos da história da fisiologia médica. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 56
  • 57. Os termos e sua história Barthez 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 57
  • 58. Revolução Francesa – Antes, durante e depois (reabilitado por Napoleão). Mudanças na profissão médica, na saúde pública (hospitais) e no ensino da medicina na França. Iluministas e enciclopedistas. Paris e Montpellier – rivalidade “eterna”. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 58
  • 59. Barthez Sua principal obra, Nouveaux Éléments de la Science de l`Homme, foi publicada em 1778, e é onde ele propõe um método de estudo e de compreensão fisiopatológica para o ser vivo. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 59
  • 60. Barthez Suas obras podem ser agrupadas em três fases: de 1772 a 1774, a sua fase mais geral, obras foram escritas em latim e ele expõe, em sua obra Oration Academica de Principio Hominis Vitali (1772-1773), sua teoria do ‘princípio vital’, que ele detalhou na obra seguinte, Nova Doctrina de Functionibus [Fonctionibus] Naturae (1774); 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 60
  • 61. Barthez a fase que vai de 1778 a 1801, ocorre a fundamentação de suas teorias obras escritas em francês, propõe, na obra Noveau Éléments de La Science de l’Homme de 1778, um novo modelo fisiológico, coerente com uma proposta de abordagem de um ‘Homem Inteiro’ (Homme Entiere). 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 61
  • 62. Barthez a fase que vai de 1778 a 1801, ocorre a fundamentação de suas teorias obras escritas em francês, Que por sua vez estava inserida em uma proposta geral de conhecimento, a ‘Ciência do Homem’ (Science de l’Homme). 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 62
  • 63. Barthez e fase a que vai de 1801 a 1806, ocorre a aplicação de suas teorias em suas práticas médicas, obras estas escritas em francês. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 63
  • 64. Barthez Em todas estas fases o que se observa é a evolução do conceito de ‘princípio vital’. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 64
  • 65. Barthez Quando se fala em Barthez é muito comum o uso da expressão ‘princípio vital’ para caracterizar o que seria seu ‘vitalismo’. O conceito de ‘princípio’, apesar de muito utilizado em sua obra, era um conceito aplicado a várias áreas e que fazia parte do contexto científico de sua época. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 65
  • 66. Barthez O desenvolvimento de uma ‘fisiologia do homem’, nas palavras do próprio Barthez: “... são as forças do Princípio Vital do homem, suas comunicações ou simpatias, sua reunião em sistema, suas modificações distintas dentro dos temperamentos e da idade e sua extinção à morte” . P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l'homme, v.1, pp.35-6. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 66
  • 67. Barthez Para ele o uso do termo ‘princípio vital’ teria duas finalidades: uma, seria a de usar uma expressão que possibilitasse “encurtar o cálculo analítico dos fenômenos” 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 67
  • 68. Barthez A outra teria a função de indicar que o fenômeno da existência da vida em um ser vivo se dá através de algo, que tinha as características de poder vir de fora do corpo do ser ou não, que tinha a característica de não ser a alma e também de estar intimamente ligado à matéria a quem dava esta vida, mas não ser gerado por essa matéria. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 68
  • 69. Barthez A esse algo Barthez deu o nome ‘princípio vital’. P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l’homme, v.1, p. 18-9, p. 2. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 69
  • 70. Barthez Em Noveau Éléments de La Science de l’Homme, Barthez afirma que “...eu chamo de Princípio vital do homem a causa que produz todos os fenômenos da vida no corpo humano. O nome dessa causa é assaz indiferente e pode ser dado à vontade.” 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 70
  • 71. Barthez O que caracterizaria a dinâmica fisiológica de Barthez pode ser colocado nos seguintes termos: O que faz a vida ocorrer seria o ‘princípio vital’, mas ele não definiria que ela é. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 71
  • 72. Barthez Esse ‘princípio vital’ agiria através de forças que produziriam todos os fenômenos da vida no corpo humano, desde seu início até seu fim. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 72
  • 73. Os termos e sua história Dumas 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 73
  • 74. Dumas O médico e fisiologista Charles-Louis Dumas (1765 – 1813), no prefácio de sua obra Principes de Physiologi, de 1800, cita três grandes direções nos estudos anatomo-fisiológicos que dariam origem a diferentes hipóteses: 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 74
  • 75. Dumas A materialista A espiritualista A de outros fisiológos . 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 75
  • 76. Dumas A terceira, de outros fisiológos que consideram que todos fenômenos da vida não são devidos nem à matéria e tampouco à alma, mas a um princípio intermediário que possui faculdades tanto como de um, como de outro, e que regra, dispõe e ordena todos os atos de vitalidade, sem ser movido por estímulos físicos do corpo material, nem dirigido pelas afecções morais ou previsões intelectuais do próprio pensamento. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 76
  • 77. Dumas Destas três ‘seitas’ derivariam todas as outras, que para Dumas estariam dividindo os fisiólogos: a primeira dos mecânicos e dos químicos, a segunda dos animistas e dos stahlinianos, a terceira dos vitalistas. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 77
  • 78. Dumas A terceira orientação : Barthez, responde furiosamente a Dumas... (...mas a um princípio intermediário que possui faculdades tanto como de um, como de outro, e que regra, dispõe e ordena todos os atos de vitalidade...) 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 78
  • 79. Dumas E foi aqui que o termo ‘vitalista’ foi cunhado e definido, ou seja, em 1800. (‘princípio vital’ em 1772) 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 79
  • 80. Os termos e sua história Vitalismo 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 80
  • 81. O vitalismo Vitalismo é um termo usado para indicar qualquer doutrina filosófica, médica ou biológica que considere os fenômenos vitais como irredutíveis aos fenômenos físico- químicos. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 81
  • 82. Essa irredutibilidade pode ser comum a todas correntes, mas a forma como elas definem, qualificam e quantificam esta irredutibilidade, e o que elas procuram com isso, varia enormemente. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 82
  • 83. Embora este seja um núcleo de definição comum a todas correntes, doutrinas, e visões ditas ‘vitalistas’, a expressão ‘vitalismo’ na realidade é ambígua, e apesar de evidências superficiais não indicarem isto, ela nós remete a vários tipos de estudos e concepções, com objetivos diversos, e feitos em épocas diversas. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 83
  • 84. Uma de nossas dificuldades em conceituar e contextualizar apropriadamente o termo ‘vitalismo’ é o fato de que ele foi discutido e aplicado, com conceitos diferentes, em áreas diversas, tais como filosofia, biologia, medicina, química e fisiologia. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 84
  • 85. Química, (usada na obra de Barthez) Tem, em geral, uma visão muito restrita quando entende por ‘vitalismo’ uma corrente que afirmava não ser possível sintetizar um composto orgânico fora do corpo. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 85
  • 86. Química X Vitalismo ... 1828 quando Friedrich Wöhler publicou um trabalho sobre a síntese de uréia, provando que compostos orgânicos podiam ser criados artificialmente e derrubando o vitalismo como base teórica para a distinção entre a matéria animada e inanimada. (Wikipedia, História da Bioquímica) 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 86
  • 87. Química X Vitalismo ... porém tende-se a “esquecer” que Hans Krebs (1900-1981) publicou em 1932 que o ‘ciclo da uréia’ é somente observado em células vivas... (E. Kinne-Saffran, R. K. H Kinne, “ Vitalism and Synthesis of Urea”. American Journal of Nephrology, 19 (1999) : 290-294 ) 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 87
  • 88. [Mas, voltando...] Nunca se deverá esquecer que os termos ‘vitalista’ e ‘vitalismo’ foram invenções do século XIX, que foram se modificando ao longo do tempo. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 88
  • 89. Os termos e sua história Uma fisiopatologia vitalista 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 89
  • 90. Os termos e sua história Uma fisiopatologia vitalista Uma designação dada a posteriori 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 90
  • 91. Uma fisiopatologia vitalista A fisiologia, no sentido moderno do termo, é o resultado de um longo processo de construção. Na pesquisa realizada durante o mestrado, abordamos a contribuição realizada nesse sentido por Barthez 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 91
  • 92. Uma fisiopatologia vitalista Para Barthez a fisiologia “..são as forças do Princípio Vital do homem, suas comunicações ou simpatias , sua reunião em um sistema, suas modificações distintas dentro dos temperamentos e das idades e sua extinção à morte” 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 92
  • 93. Uma fisiopatologia vitalista ‘Princípio vital’ era o nome da causa experimental da vida, apresentada a Barthez pela observação da saúde e das moléstias no homem, ou seja, chegou a essas conclusões por fatos observáveis e observados. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 93
  • 94. Barthez aborda em sua obra aspectos fisiopatológicos’ do homem : • por que ele é um homem e gera um homem e não outra espécie. • o que são moléstias, • como se dão os movimentos, tanto dos músculos quanto dos órgãos internos, • o que determina a estrutura e a coesão de todas suas partes, • o que o faz envelhecer e morrer. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 94
  • 95. Barthez propôs sua fisiopatologia baseado em uma síntese de várias correntes filosóficas (“científicas”) e fisiológicas vindas de um vasto apanhado de tendências do século XVII e XVIII, e outras anteriores. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 95
  • 96. O ponto central de qualquer estudo dito ‘vitalista’ é o ser vivo, e esse fato não deve jamais ser esquecido, pois os objetivos, os pressupostos e as conclusões de um estudo desse tipo jamais serão as mesmas que de outras correntes fisiológicas. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 96
  • 97. Os termos e sua história Conclusão 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 97
  • 98. ‘Princípio vital’, Barthez ‘Vitalismo’, Dumas Estes termos, e seus respectivos conceitos, se encaixam em um ‘vitalismo médico de Montpellier’ que será uma designação dada a posteriori, assim como o termo ‘fisiopatologia vitalista’ para designar a fisiopatologia de Barthez. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 98
  • 99. O dito ‘vitalismo’ de Barthez, assim como de outros fisiologistas franceses do período, é muito útil como subsídio para se formar um outro olhar sobre o estudo do ser vivo em geral, sendo um tema atual perante as novas visões da química e da física, e suas interações com a biologia em geral, e a fisiologia em particular. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 99
  • 100. Barthez não se denominou um ‘vitalista’, não fez nenhum tipo de ‘vitalismo’, foi um estudioso médico, profundamente envolvido em um programa de pesquisa fisiopatológica na França, no século XVIII, na faculdade de medicina de Montpellier em conjunção com determinados círculos e sociedades de Paris. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 100
  • 101. Sugestões de Leitura
  • 102. Sugestões de Leitura • WAISSE-PRIVEN, S. . Hahnemann: Um Médico de seu Tempo. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2005. v. 1. 131 p. • WAISSE PRIVEN, S.I. . d & D: duplo Dilema. du Bois- Reymond e Driesch, ou a vitalidade do Vitalismo. 1a. ed. São Paulo: Educ; Fapesp, 2009. v. 1. 340 p. • CIMINO, Guido, DUSCHENEAU, François. Vitalisms: from Haller to the Cell Theory. Proceedings of the Zaragoza Symposium XIXth International Congress of History of Science 22-29 August 1993, Firenze, Olschki, 1997. 23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 102
  • 103. Maria Thereza do Amaral Email: mariathereza.amaral@gmail.com Twitter: @mariatheBR Blog: mariatherezaamaral.wordpress.com Blog Consultoria: http://mthconsultoria.wordpress.com Slideshare: http://www.slideshare.net/mariatherezaamaral