4. Características dos Brasilíndios:
• A expansão do domínio português e a
formação do Brasil.
• Pais brancos, luteranos e mães índias.
• Também eram chamados de MAMELUCOS.
5. • Portugueses de são Paulo foram os principais gestadores dos brasilíndios ou
mamelucos. O motor que movia aqueles velhos paulistas era,
essencialmente, a pobreza da feitoria paulistana, mera vilazinha alçada no
planalto, a quatro dias de viagem do mar, que se alcançava dificultosamente
através da selva e de águas tormentosas, subindo e descendo escarpadas
morrarias. No dizer de Sérgio Buarque de Holanda, os impelia a “ exigência
de um triste viver cotidiano e caseiro: teimosamente pelejaram contra a
pobreza, e para repará-la não hesitaram em deslocar-se sobre espaços cada
vez maiores, desafiando as insídias de um mundo ignorado e talvez inimigo.“
• Buscavam no fundo dos matos a distancias abismais a única mercadoria que
estava a seu alcance.
• Índios para suprir suas necessidades e que se renovassem à medida em que
fossem sendo desgastados. Índios que lhes abrissem roças, caçassem,
pescassem, cozinhassem, etc.
• Quando desgastados (índios) os brasilíndios os buscavam nos esconsos onde
estivessem escondidos.
• Vanguardas avançadas sondavam o caminho.
• Esse ofício de caçar gente, se tornava o novo gênero de vida dos paulistas.
Modo de vida raro.
6. • Foram na verdade heróis civilizadores.
• Seu valor maior como agentes da civilização advinha
de sua própria rusticidade de meio-indios, incansáveis
nas marchas longuíssimas e sobretudo no trabalho de
remar, de sol a sol, por meses e meses.
• Forte rejeição:
pelos pais (impuros)
pelas mães (mulheres sem valor)
• O mameluco caia numa terra de ninguém (construção
da identidade de brasileiro a partir de uma rejeição)
• Nasce um gênero humano novo. Esse gênero de gente
alcançou uma eficiência inexcedível, a seu pesar,
como agentes da civilização.
7. • Contrários aos espanhóis (cavaleiro) os mamelucos abriram seu
vasto mundo de forma mais simples. (a pé, descalços, por trilhas)
• É curioso o contraste entre os mateiros do norte em comparação
com a energia pungente dos mamelucos.
• Os mamelucos vieram a fazer o Brasil.
• Os mateiros do norte representaram papel capital. Foram eles que
devassaram o Canadá e o ocuparam ate a venda do território aos
ingleses.
• Os mamelucos também foram os responsáveis por abrir os
territórios que hoje são a Argentina, o Uruguai e o Paraguai.
• Buenos Aires/ Cabecitas Negras/ mal vistos e ignorados.
• No Brasil, tiveram o êxito maior (constituíram o cerne da nação).
• Foi tarefa difícil se fazer agente principal da historia brasileira.
Odiosidade jesuítica e a má vontade dos renóis + as dificuldades
imensas da vida de sertanista.
8. • Hostilidade dos índios arredios – tais como os Aimoré da
Bahia, os Botocuto de Mato Grosso e sobretudo os Bororo e
Kayapó que se moviam por extensas áreas através dos
cerrados, além dos rios Araguaia e Tocantins – cientes do
destino trágico que teriam se capturados.
• Enfrentamentos entre os mamelucos (agentes da civilização)
e os índios hostis. Era indispensável entretanto, passar por
esses territórios dos índios hostis para alcançar as tribos de
plantadores de mandioca e milho, mais dóceis como
escravos e mais úteis, desde a primeira hora, nas tarefas
corriqueiras. Isso porque a cultura adaptativa, básica
daqueles índios era e permaneceu sendo, por séculos afora, a
dos povos Tupi, cuja língua foi a fala dos brasilíndios e cujos
hábitos e práticas eram quase os mesmos.
• A vida do índio cativo, não poderia ser mais dura como
cargueiro o remador, que eram seus trabalhos principais.
Pertencente a quem o apresasse, ele era um bem semovente,
desgastado com a maior indiferença, como se isso fosse o
seu destino, mesmo porque havia um estoque aparentemente
inesgotável de índios para repor os que se gastavam.
9. • Observa-se que alguns grupos tribais, conservaram
sua autonomia na qualidade de aliados dos brancos
para suas guerras contra outros índios.
Índios e brasileiros se opõem como alternos étnicos
em um conflito irredutível, que jamais da lugar a uma
fusão.
Onde quer que o grupo tribal tenha oportunidade de
manter a continuidade de sua tradição pelo convívio
de pais e filhos, preserva-se a identificação étnica.
Mas esse convívio de culturas faz com que os índios se
tornem cada vez menos índios dentro de sua cultura,
se tornando mais brasileiros, em sua forma de falar,
em seu modo de trabalho, diversão, etc.
Os índios sempre serão definidos como índios quando
se fala em identificação étnica, mesmo estando cada
vez mais acostumados com os costumes dos
brasileiros.
11. OS AFRO-BRASILEIROS
• Os negros do Brasil foram trazidos principalmente da costa ocidental
africana, provenientes de três grandes grupos culturais:
• O primeiro, das culturas sudanesas, representado, principalmente, pelos
grupos Yoruba – chamados de nagô -, pelos Dahomey – chamados aqui
de gegê – e pelos Fanti-Ashanti- conhecidos como mircas.
13. Os Peuhl, os Mandinga e os Haussa
• O segundo grupo trouxe ao Brasil culturas
africanas islamizadas, principalmente os Peuhl, os
Mandinga e os Haussa, do norte da Nigéria,
identificados na Bahia como negros malé e no Rio
de Janeiro como negros alufá.
14. Os Bantu
• O terceiro grupo cultural africano era integrado por tribos Bantu, do
grupo congo-angolês, provenientes da área hoje compreendida pela
Angola e a “Contra Costa”, que corresponde ao atual território de
Moçambique. Tinham conhecimentos como a arte da cerâmica,
agricultura, criação de gado, e dominavam técnicas de metalurgia e
davam um valor sagrado ao ferro. Já conheciam a escravidão antes
mesmo de serem escravizados, pois nas guerras entre os povos africanos
o grupo perdedor era escravizado pelo vencedor;
15. • Os negros do Brasil foram capturados ao acaso
nas centenas de povos tribais que falavam
dialetos e línguas não inteligíveis uns aos outros.
• A diversidade linguística e cultural dos
contingentes negros introduzidos no Brasil,
somada a essas hostilidades recíprocas que eles
traziam da África e à política de evitar a
concentração de escravos oriundos de uma
mesma etnia, nas mesmas propriedades, e até
nos mesmos navios negreiros, impediu a
formação de núcleos solidários que retivessem o
patrimônio cultural africano (desculturados).
• Até mesmo a religião se tornou um motivo para
gerar discórdia e desunião entre os negros.
16. A captura
• “Apresado aos quinze anos em sua terra, como se fosse
uma caça apanhada numa armadilha, ele era arrastado
pelo pombeiro ‐ mercador africano de escravos ‐ para a
praia, onde seria resgatado em troca de tabaco,
aguardente e bugigangas. Dali partiam em comboios,
pescoço atado a pescoço com outros negros, numa corda
puxada até o porto e o tumbeiro.”
Foto sobre o transporte de cidadãos suspeitos - todos
negros - pela polícia militar do RJ nos anos de 1980
-fotógrafo Luiz Morier.
17. • “ Metido no navio, era deitado no meio de
cem outros para ocupar, por meios e meio, o
exíguo espaço do seu tamanho, mal
comendo, mal cagando ali mesmo, no meio
da fedentina mais hedionda. Escapando vivo
à travessia, caía no outro mercado, no lado
de cá, onde era examinado como um cavalo
magro. Avaliado pelos dentes, pela grossura
dos tornozelos e dos punhos, era
arrematado”.
• A coroa portuguesa permitia a cada Senhor de
engenho importar 120 peças;
18.
19.
20.
21. O processo de deculturação e
desumanização do negro
• Os escravos se aportuguesaram e passaram a viver no
nordeste e no centro do país, onde atendiam às
necessidades dos senhores da terra, trabalhando nas
lavouras, engenhos de cana-de-açúcar e minas;
• Os negros tiveram uma participação decisiva na sociedade,
pois, apesar da deculturação pela erradicação de sua
cultura africana eles retiveram no mais recôndito de si,
reminiscências rítmicas e musicais, saberes e gostos
culinários que perduram até hoje no Brasil.
• Apesar de, naquela época, serem totalmente passivos
culturalmente, toda a cultura brasileira está hoje,
impregnada da herança africana;
22. Engenho de cana
(Debret)
Escravos na colheita do café. Marc Ferrez,
Pequena moenda portátil. 1882, Rio de Janeiro.
Johann Rugendas, Século XIX
23.
24. Mineração
Entre o final do século XVII e o início
do século XVIII, o trabalho dos
escravos africanos foi também muito
utilizado na mineração do ouro e dos
diamantes.
25. • No século XVII a maioria dos negros escravizados no
Brasil eram os Gegês e Nagôs, eles se concentraram
principalmente na Bahia, Recife e São Luis e o povo
desses estados tem seus traços biológicos;
• Os africanos foram tão fundo na construção do nosso
país que não são mais eles e sim nós, o povo brasileiro;
• O negro é o componente mais criativo da cultura
brasileira;
• O Brasil é resultado da fusão genética sem freios
entre europeus, índios e negros , pois aqui a
mestiçagem nunca foi crime como em outros países;
• 100 milhões de negros foram trazidos para a América
como escravos. Desses, 12 milhões vieram para o
Brasil, destes 12 milhões , 6 milhões morreram.
26. • O negro era visto como uma coisa que se possuía,
um objeto, uma propriedade e não um ser
humano que merece ser tratado com respeito,
igualdade e dignidade.
• Os homens vistos como bestas de carga e as
mulheres como fêmeas animais, degradados física
e moralmente, os escravos eram vigiados e
espancados através da punições preventivas ou até
a morte.
• Chicotadas soltas, castigos semanais preventivos:
– 300 chicotadas para matar
– 50 para sobreviver
27. Os castigos
• “Sem amor de ninguém, sem família, sem sexo que não fosse a
masturbação, sem nenhuma identificação possível com ninguém ‐ seu
capataz podia ser um negro, seus companheiros de infortúnio, inimigos ‐,
maltrapilho e sujo, feio e fedido, perebento e enfermo, sem qualquer
gozo ou orgulho do corpo, vivia a sua rotina. Esta era sofrer todo o dia o
castigo diário das chicotadas soltas, para trabalhar atento e tenso.
Semanalmente vinha um castigo preventivo, pedagógico, para não
pensar em fuga, e, quando chamava atenção, recaía sobre ele um castigo
exemplar, na forma de mutilações de dedos, do furo de seios, de
queimaduras com tição, de ter todos os dentes quebrados
criteriosamente, ou dos açoites no pelourinho, sob trezentas chicotadas
de uma vez, para matar, ou cinqüenta chicotadas diárias, para
sobreviver.
• Se fugia e era apanhado, podia ser marcado com ferro em brasa, tendo
um tendão cortado, viver peado com uma bola de ferro, ser queimado
vivo, em dias de agonia, na boca da fornalha ou, de uma vez só, jogado
nela para arder como um graveto oleoso.”
29. • Formas de fugir da escravidão: suicídio ou fuga. Todo
negro alentava no peito uma ilusão de fuga, no entanto
esta era muito temerária porque quase sempre resultava
em morte. Tinha de sete a dez anos de vida ativa no
trabalho e seu destino era morrer de estafa (morte
natural) ou então, já desgastado, ser alforriado por
imprestável ao trabalho para não gerar um gasto extra ao
seu senhor que teria que alimentá-lo.
• Após a abolição, os negros ficaram sem o poder patriarcal e
viraram marginais, não souberam se classificar
culturalmente, criaram um mundo paralelo, distinto do
europeu;
• O movimento Norte-Americano do “negro bonito”
influenciou a ascensão negra nos últimos anos no Brasil. O
país que como sempre está a sombra dos EUA.
• AFRICA+ EUROPA+FLORESTA= GENTE ÚNICA
31. • O Brasil tem uma subjetividade e magia
indígena, vitalidade Orubá (negra), e ternura
lusitana que se expressam de diferentes
maneiras na cultura e vida da população
brasileira;
• É um absurdo que um país tão grande tenha
tanta gente passando fome, frio e necessidades;
• A classe dominante sempre se deu bem. “12
milhões de negros e 6 milhões de índios
morreram para manter o império de riqueza de
Portugal, para adoçar a boca dos portugueses.”
32. • “Nenhum povo que passasse por isso como sua rotina de vida,
através de séculos, sairia dela sem ficar marcado indelevelmente.
Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e
índios supliciados.”
• Toda essa massificação desumana ficou marcada para sempre em
nossa história, todos nós brasileiros temos no sangue, a herança da
malignidade e do sofrimento conjugado, pois somos descendentes de
índios, escravos e senhores de escravos.
• Que esta lição, através de uma profunda reflexão, possa nos servir na
construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna onde
todos os homens e mulheres sejam respeitados em seus direitos
como seres humanos, com oportunidades iguais, sem distinção de
raça, credo, ou quaisquer outras formas de preconceitos.
34. • Auto-identificação:
1º abrangência numérica dos membros
2º identidade étnica única
• Auto suficiência :Já não viviam como
indígenas encerrados sobre si mesmos e
nem voltados à subsistência
• Pelos hábitos, os neobrasileiros exibiam
uma aparência mais indígena do que negra
ou européia: moradia, comida, idioma e
visão do mundo.
35. • Principais elementos aglutinadores desses
novos grupos são os comandos
administrativo, e político, que são
representados por autoridades seculares
eclesiásticas e uma gerência sócio
econômica.
• Distinção rural e urbana:
• Rural: escravos e donos das fazendas
• Urbana ou população colonial:
• burocracia colonial
• religiosos
• agentes das casas financeiras e armadores
37. • Processo de formação dos povos americanos:
• Há lugares onde foi rápido, os povos
transplantados cuja identidade étnica veio
definida da Europa, integraram-se de forma
dinâmica e eficaz na revolução industrial.
Outros lugares tinham povos muito diversos
que é o caso do Brasil, povos que a Europa
enfrentou a tarefa de difundi-los e definir sua
identidade. Ainda hoje, por toda a América, há
uma uniformidade lingüística, milhões de
pessoas falam inglês, espanhol ou português.
38. • O gentílico -brasileiro- surge na
necessidade de diferenciar os neo
brasileiros do novo grupo que não era
de índios, nem de negros e nem
portugueses, mas de brasilindios e
afro-brasileiros. Os “brasileiros se
sentiam diferentes dos lusitanos
superiores aos indígenas.
Consideravam também, subalternos os
tudo que era nativo ou negro.
39. • O primeiro brasileiro consciente de si,
provavelmente tenha sido o mameluco
porque ele não se identificava nem com seus
antecedentes americanos que ele mesmo
desprezava e nem os europeus que o
desprezava. Então ele começa a ser o que
ate então não existia: brasileiro. Então ou
ele era brasileiro ou não era nada, pois não
lhe cabia a identificação como índio, nem
africano nem brasilindio. Além de propagar o
português como idioma, o mameluco com os
mulatos - maioria populacional e passaram a
serem vistos como gente brasileira.
40. • “Então, o Brasil é a realização derradeira e
penosa dessas gentes tupis, chegadas à
costa atlântica um ou dois séculos antes
dos portugueses, e que, desfeitas e
transfiguradas, vieram dar no que somos:
uns latinos tardios de além-mar,
amorenados na fusão de brancos e pretos,
desaculturados na tradição de sua matrizes
ancestrais, mas carregando sobrevivências
delas que ajudam a nos contrastar tanto
com o lusitanos.”
42. • Poucos são os registros a cerca do processo
de construção de uma etnia
- Gregório de Matos (1633 - 1696) - descrevem um
pouco do que eram os diversos grupos que
construíram o povo brasileiro:
"A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar a cabana,e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro"
-- sobre a nobreza da Bahia
43. • Frei Vicente do Salvador foi o primeiro intelectual
natural da Bahia reconhecido por sua inteligência.
Retratava a terra com amor, o que é ausente nos
dias de hoje.
• Sua obra foi apenas parcialmente publicada, após
dez anos de espera.
• Portugal calava todas as vozes que falassem do
Brasil, principalmente as que o louvavam.
• Frei Vicente relata em sua obra a falta de aptidão
dos portugueses para a colonização, povoamento e
aproveitamento de suas conquistas.
45. CLASSE E PODER
• Não podemos representar as classes sociais
brasileiras como um triângulo, onde há um nível
superior, um núcleo e uma base. Elas se configuram
como um losango, com um ápice finíssimo de poucas
pessoas e um pescoço que se vai alargando daqueles
que se integram no sistema econômico como
trabalhadores regulares e consumidores.
• O diagrama da Estratificação Social Brasileira se
apresenta da seguinte forma:
46.
47. • QUARTA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2011 Nova classe C transforma pirâmide social em
'losango' Com a entrada de 19 milhões de brasileiros para a classe C em 2010, a pirâmide
social passa por uma mudança de formato Por Flávia Gianini A classe média passou a
representar a maior parcela da população do país, de acordo com dados da pesquisa "O
Observador 2011", divulgada nesta terça-feira (22/03. A classe C mais ampla domina, com
53% do total - o que transformaria essa pirâmide em um losango.
48. Classes dominantes:
Detêm, graças ao apoio das outras classes, o poder
efetivo sobre toda a sociedade, é formado por:
•Patronato de Empresários, oriundo da riqueza
obtida pela exploração econômica;
•Patriciado, que depende do nível do cargo que se
ocupa. Por exemplo, um general, um líder político,
etc..., todos aspirantes pelo poder.
•Estamento Gerencial das empresas estrangeiras:
se utiliza de tecnocratas competentes que
controlam a mídia e conformam a opinião pública.
Surgiu recentemente mas é hoje o setor
predominante das classes dominantes.
49. Classes intermediárias:
•Formadas por pequenos oficiais, professores,
profissionais liberais.
•São os mantenedores da ordem social.
•Dividem-se em autônomos e dependentes.
•Todos propensos a prestar homenagem às
classes dominantes procurando tirar disso,
alguma vantagem.
•Dentro desta classe, entre o clero e os raros
intelectuais, é que surgiram os mais subversivos
em rebeldia a ordem.
50. Classes subalternas:
•Estão integrados na vida social, sistema
produtivo e consumidor. Formadas por:
•Operariado, formado pelos operários, com
empregos estáveis e trabalhadores
especializados.
•Campesinato formado por pequenos
proprietários, arrendatários, gerentes de
grandes propriedades rurais.
51. Classes Oprimidas:
•São os excluídos da vida social, lutam para
ingressar no sistema de produção e pelo acesso
ao mercado. Formadas pelos:
•Marginalizados, composta por quem mora nas
periferias da cidade, favelados, analfabetos.
•São os enxadeiros, os bóias-frias, empregados
de limpeza, domésticas, prostitutas.
•Incapazes de se organizar para reinvindicar,
cuja luta será tentar entrar no sistema e lutar
para romper com a estrutura de classes.
52. • É através desta estrutura de classes que o povo se
organiza, em um sistema autoperpetuante da ordem
social vigente;
• a classe dominante, composta da minoria, é a que
comanda a sociedade;
• as classes intermediárias tem setores mais dinâmicos
e funcionam como um atenuador ou agravador das
tensões sociais;
• as classes subalternas estão integradas na vida social e
tem o objetivo de defender o que já tem e obter mais
do que transformar a sociedade;
• e as classes oprimidas são incapazes de se
organizarem e enfrentar os donos do poder; excluídas
da vida social, lutam para ingressar na sociedade,
apesar da miserabilidade em que vivem.
54. DISTÂNCIA SOCIAL
•As classes ricas e pobres no Brasil, se separam por
enormes distâncias sociais e culturais.
•O vigor físico, a longevidade, a beleza e a inteligência da
classe dominante, se contrapõem a enfermidade, ao
envelhecimento precoce, ao saber vulgar, traço rude e
ignorância das classes dominadas , expressão da penúria
em que vivem;
•Entretanto, quando uma pessoa ultrapassa a barreira de
classe para ingressar no estrato superior e nele
permanece, em uma ou duas gerações, seus
descendentes acabam se educando, se embelezando e
podem se confundir com o patriciado tradicional.
55. • A estratificação social é historicamente um
negócio que a uns privilegia e enobrece,
fazendo-os donos do poder, e a outros
subjuga e degrada. Isso faz do Brasil ainda
hoje, mais uma feitoria do que uma sociedade
propriamente dita.
• Diversidade de situações regionais, de
prosperidade de pobreza;
• Um trabalhador pode mudar de uma região
para a outra e ascender socialmente ao
incorporar-se a uma situação mais próspera.
56. • Pesquisa que Darcy fez realizar sobre as
condições de existência das camadas urbanas e
rurais em várias regiões do país, constatou que
onde se encontravam as piores condições de
vida foi em Santarém, no Pará, região
extrativista. O melhor perfil foi encontrado na
cidade de Ibirama em Santa Catarina, região
granjeira, que praticamente integrou toda sua
população no sistema produtivo oferecendo-lhes,
melhores condições de vida. Isso ocorreu
porque o governo querendo atrair imigrantes
europeus afim de melhorar a raça, deu a eles
lotes de terras e ajuda econômica.
57. • Essa pesquisa demonstra como a variação
espacial afeta as condições de vida da
população e como essa é uma das razões
porque o brasileiro está sempre se mudando
de uma área para a outra.
58. • Há um profundo processo de degradação do
caráter do homem brasileiro da classe
dominante. Ele esta enfermo da
desigualdade.
• O escravo e o ex escravo estão condenados à
dignidade de lutadores pela liberdade;
• Os senhores e seus descendentes estão
condenados ao contrário, ao opróbio de
lutadores pela manutenção da desigualdade e
da opressão.
59. • A conduta da classe dominante tem dois
estilos que se contrapõem:
-Um presidido pela cordialidade em suas
relações com seus pares.
- Outro marcado pelo descaso no trato com os
seus que lhe são socialmente inferiores.
• Uma mesma pessoa representa dois papéis, a
do anfitrião hospitaleiro, gentil e generoso
diante de um visitante da mesma classe
social ou o papel senhorial tratando com
desprezo seus subordinados.
60. • Essa corrupção senhorial corresponde a uma
deterioração da dignidade pessoal das
camadas mais humildes, condicionadas a um
tratamento totalmente assimétrico, pré-dispostas
a assumir atitudes de subserviência,
compelidas a se deixarem explorar.
• Esta situação, no contexto sócio cultural,
induz os indivíduos à acomodação só
escapando dela as personalidades mais
vigorosas.
61. • As instituições republicanas adotadas no Brasil
para justificar o exercício de poder pela classe
dominante tiveram sempre como seus agentes
junto ao povo a própria camada proprietária.
• Tudo isso resultou em uma sociedade com
incompatibilidades incuráveis, como por
exemplo: a incapacidade de oferecer um padrão
de vida satisfatório para a maioria da população
nacional; a inaptidão para criar uma cidadania
livre e, em conseqüência, a inviabilidade de
formar uma sociedade democrática.
62. • Desta forma a eleição é uma grande farça em
que os eleitores vendem seus votos para
aqueles que seriam seus adversários naturais.
• Por tudo isso, é que ela se caracteriza como
uma ordenação oligárquica que só se pode
manter pela compressão das forças majoritárias
as quais condena o povo ao atraso e a pobreza.
• É por isso que o Brasil passou de colônia à
nação independente e de monarquia a
república, sem que a ordem fazendeira fosse
afetada e sem que o povo o percebesse.
63. • As nossas instituições políticas constituem-se em
um poder efetivo que se mantém intocado: este
poder é o do patronato fazendeiro.
• A única saída possível para romper essa
estrutura auto perpetuante de opressão é o
surgimento e a expansão do movimento
operário.
• Nas cidades, ao contrário da roça, o operário
sindicalizado, age como um lutador livre diante
do patrão na apresentação de suas
reinvidicações. Somente assim, que as
instituições políticas poderão aperfeiçoar-se
dando realidade funcional à república.
64. • "Nossa classe dominante está enferma de
desigualdade, de descaso."
• "O que mais me comove é o Brasil que não
deu certo. Um país tão rico tem o povo
passando fome."
(Darcy Ribeiro)
66. • A contraparte dialética da intencionalidade do
projeto colonial
• Caráter anárquico
• Um exemplo é a fornicação com as índias na
gestação prodigiosa de mestiços
• Outro exemplo são as expedições
bandeirantes / Coroa X Contrabandista
• Racionalismo burocrático
67. • Quem somos nós, os brasileiros, feitos de tantos
e tão variados contingentes humanos? A fusão
deles todos em nós já se completou, está em
curso, ou jamais se concluirá?Estaremos
condenados a ser para sempre um povo
multicolorido no plano racial e no cultural?
Haverá alguma característica distintiva dos
brasileiros como povo, feito que está por gente
vinda de toda parte?
• Somos tanto os “Tijolos biorraciais como as
argamassas socioculturais com que o Brasil vem
se fazendo”
68. • Somos tanto os “Tijolos biorraciais como as
argamassas socioculturais com que o Brasil vem se
fazendo”
• Pela vontade do colonizador, todos nós, índios,
negros e mestiços deles, prosseguiríamos na
função que nos foi prescrita de proletariado
ultramar + Gente sem destino próprio = Desígnio
nos dias atuais
• Caráter atípico de nosso processo histórico
• Fator de atraso e ao mesmo tempo, os principais
motores de uma revolução social = Velhas questões
institucionais
69. • Povo brasileiro = Povo étnica, nacional e culturalmente
unificado.
• Fracasso da maioria X Êxito das minorias
• Passagem do Padrão tradicional, tornado arcaico ao
padrão moderno/Modernização reflexa
• Homogeneidade cultural da sociedade brasileira
• Deculturação das matrizes formadoras do povo
brasileiro
• A resistência às forças inovadoras da Revolução
Industrial e a causa fundamental de sua lentidão não
se encontram, portanto, no povo ou no caráter arcaico
de sua cultura, mas na resistência das classes
dominantes
70. • Interesses do patronato empresarial de ontem e
hoje X os interesses do povo brasileiro
• Um proletariado externo atípico com respeito aos
protagonistas históricos, porque não possui uma
cultura original e porque sua própria classe
dirigente é o agente de sua dominação externa
• Povo que existe para si X Povo que existe para os
outros
• Declaração de Independência= O Estado
apresenta mais continuidades do que rupturas
71. • Consolidação do estado
Monárquico/Nenhuma política de inserção
social das massas
• Unidade fundamental do povo brasileiro/
Cultura nacional com alto grau de
homogeneidade/Regência Comum/ Sistema
político e econômico gerou o mesmo tipo de
estratificação e ordenação cívica
• A contraparte dessa tarefa unificadora foi a
ordenção da sociedade nacional em cada
uma de suas formações, com estreita
obediência aos interesses oligárquicos
72. • Classes dirigentes brasileiras parecidas
com os consulados romanos
• Racionalidade do Projeto intencional da
Coroa
• A própria independência do Brasil
quando se torna inevitável é
empreendida pela metrópole colonial/
classes dirigentes lusitanas e sua
burocracia mais competente
74. • É o processo através do qual os povos,
enquanto entidades culturais, nascem,
se transformam e morrem.
• São quatro instâncias básicas da
transfiguração, simultâneas ou
sucessivas :
• Biótica;
• Ecológica ;
• Econômica;
• Psicocultural;
75. • A imigração estrangeira , representou
também uma enorme ameaça de
transfiguração da população brasileira
preexistente . Encontrando uma sociedade
já formada e etnicamente integrada no
Brasil, apenas afetaram seu destino .
• O povo brasileiro acabou por conformar-se
como uma configuração histórico-cultural
única e diferenciada de todas as outras .
76. • Impacto das revoluções agrária e
Industrial.
• O caráter distintivo de nossa
transfiguração étnica é a
continuidade, através dos séculos,
de elementos cruciais da ordenação
social arcaica, da dependência da
economia e do caráter espúrio da
cultura .
78. Sistema Produtivo no
Brasil –1ª Fase
Feitoria - Trabalho Escravo
Índios
Origem: nativos
do Brasil
Capturados ou
aliciados
Utilizados como
cargueiros, caçadores,
pescadores ...
Negros
Origem: África
Principalmente
do Sudão,
Gâmbia, Serra
Leoa, Nigéria,
Angola e
Moçambique
Capturados como
caça e prisioneiros de
guerras entre tribos
africanas
Força motriz, utilizada
principalmente nos
engenhos e nas minas.
79. Sistema Produtivo no
Brasil – 2ª Fase
Consulado/ Possessão Estrangeira – Trabalho Escravo
Índio Negro Mestiço
80.
81. Consequências do Modelo de Exploração Econômica
Brasileira no Período Colonial
Estratificação social
Profunda disparidade de
renda
Novo gênero de gentes
Multiplicidade de origens
raciais e étnicas
Sociedade presa e organizada
para atender a interesses de
um grupo minoritário
Massa de trabalhadores
explorada por uma minoria
dominante
Atraso tecnológico em relação
a outros países colonizados
no mesmo período que o
Brasil, exemplos: Estados
Unidos e Canadá
Maioria da população
submetida a novo padrão
de exploração de mão de
obra
82. Por volta de 1807, o trabalho escravo no Brasil tinha se tornado um deus econômico, com o comércio
escravo como seu poderoso braço direito.
Alan K. Manchester, Presença inglesa no Brasil, p.148.
Nos adros das capelas, nos becos sujos, encontravam-se pelo chão aqueles que tinham-se tornado os
dejetos da escravidão. Doentes, aleijados, moribundos eram deixados a mendigar ou a morrer pelas
ruas da cidade. Misturavam-se a outros pedintes, muitos deles imigrantes sem sorte e sem trabalho,
camponeses pobres, crianças abandonadas, soldados expulsos das tropas.
Mary Del Priori e Renato Pinto Venâncio, O livro de ouro da história do Brasil – do descobrimento à
globalização, p.120.
Livres, no entanto, os negros forros ficavam entregues à própria sorte, marginalizados por completo
de qualquer sistema de proteção legal e social. Em muitos casos, a liberdade era um mergulho no
oceano da pobreza composto por negros libertos, mulatos e mestiços, à margem de todas as
oportunidades, incluindo educação, saúde, moradia e segurança – um problema que, 120 anos depois
da abolição oficial da escravidão, o Brasil ainda não conseguiu resolver.
Laurentino Gomes, 1808 Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta
enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, p.229.
... a origem da sociedade e das leis, que puseram novos entraves ao fraco e deram novas forças ao
rico, destruíram irremediavelmente a liberdade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e
da desigualdade, de uma astuciosa usurpação fizeram um direito irrevogável e em proveito de alguns
ambiciosos sujeitaram para o futuro todo gênero humano ao trabalho, à escravidão e à miséria.
Jean Jacques Rousseau, Discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade entre os homens,
p.67.
83. • Exploração da mão-de-obra escrava
• Fase 1 - Feitoria escravista: índios
nativos e negros capturados na África.
• Fase 2 - Consulado (possessão
estrangeira): índios, negros e mestiços.
• Principal objetivo da metrópole
• Obter lucros e exportar o capital obtido
no Brasil.
84. • Características da força de trabalho
escravo:
• Submetida a um estado de penúria generalizado
• Destituída de direitos elementares
• Conglomerado de etnias
• Transfigurada etnicamente
• Formação da sociedade brasileira:
• Nova etnia constituída de pessoas que vieram
principalmente da Europa e da África; além da
presença dos índios e dos mestiços.
85. • Principal causa da formação da etnia
brasileira:
• Descaracterização cultural imposta aos
contingentes de índios, negros, mestiços e de
poucos brancos.
• Surgimento do brasileiro genérico:
• O contingente populacional brasileiro já estava
maduro quando passou a contar com a
presença de imigrantes: europeus (italianos,
alemães, espanhóis), japoneses e árabes.
86. • Estratificação de Classes:
• Fator que ao mesmo tempo separou os
brasileiros e unificou a massa formada
principalmente pelos brasileiros
escuros.
• Razões do atraso tecnológico
brasileiro:
• Possivelmente estão associadas ao
modo de ordenação da sociedade,
estruturada contra os interesses do
87. • Povo brasileiro :
• O povo brasileiro é mestiço na
carne e no espírito.
• Surgimento de um “novo povo”
• Povo brasileiro: um dos povos
mais homogêneos linguística e
culturalmente que existe, porém
com inúmeros desafios a vencer.