O poema descreve a saudade sentida pela ausência de um amor, comparando-o a elementos da natureza como o cálice, o colo e o norte que dão conforto e significado à vida. A ausência desse amor causa mágoas e sofrimento similares às ondas do mar.
2. Tu és o cálix; Eu, o orvalho! Se me não vales, Eu o que valho? Eu se em ti caio E me acolheste Torno-me um raio De luz celeste! Tu és o colloOnde me embalo, E acho consolo, Mimo e regalo A folha curva Que se aljofara, Não d'agoa turva, Mas d'agoa clara! Quando me passa Essa existencia, Que é toda graça, Toda innocencia,
3. Além da raia D'estehorizonte Sem uma faia, Sem uma fonte; O passarinho Não se consome Mais no seu ninho De frio e fome, Se ella se ausenta, A boa amiga, Ah! que o sustenta E que o abriga! Sinto umas magoas Que se confundem Com as que as aguas Do mar infundem!
4. Tu és o norte Que me desvias De ir dar àmorte Todos os dias; À força immensaD'esta corrente D'alma que pensa, Alma que sente Tu és a praia Que eu sollicito! Tu és a raia D'este infinito!
5. É quem eu amo, A quem adoro! E por quem chamo! E por quem choro