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Navegar, navegar…até ao Brasil
9 De Março de 1500, este dia era diferente de todos os outros, todos se
reuniam no porto de Lisboa para a despedida dos marinheiros com a sua família.
Olhares tristes, rostos desanimados, olhares sentidos, abraços comovidos toda esta
tristeza fazia parte deste cenário amargo. As famílias consolavam-se entre si. E no
momento da verdadeira despedida em que os 1500 marinheiros em 13 caravelas se
dirigiam para o seu barco levando na sua memoria as recordações de vidas felizes ou
tristes com as suas famílias. Todo o porto se enchia de panos brancos que os
familiares abanavam para a despedida de um dos membros da família, sem saberem
se seria a ultima vez que iram ver aquele rosto.As caravelas iam desaparecendo ao
longo do horizonte.
Dentro das caravelas a agitação e a emoção eram constantes. Porém, só cada
um sabia a angústia que sentia. Ao longo da viagem esse sentimento, que nunca
esquecido, ia diminuindo e os marinheiros começavam a preocupar-se com as
tempestades, a falta de higiene e a fome. Todos os marinheiros tinham uma função,
uns faziam limpezas, outros faziam a carga e a descarga de mercadorias, ainda havia
os marinheiros que ficavam no lemo e outros que estavam de serviço em piloto da
caravela.
Pedro Alvares Cabral, principal comandante de toda esta tripulação era
ajudado nas mais difíceis decisões pelos seus conselheiros.
- Pedro, o que pensas fazer quando chegares aquele tenebroso mar?–
Interrogou um conselheiro receoso.
- Não te agites. Isso não passa de simples histórias do povo. – Esclareceu
Pedro.
Este era um homem destemido, leal e pronto para novas aventuras. Fora
mandado pelo Infante D. Manuel I, em segredo, descobrir uma nova terra dando a
ideia que iam encontrar o caminho para a India.
Ao longo do tempo iam morrendo marinheiros devido ás condições de higiene,
não tomavam banho pois a água era utilizada apenas para beber e cozinhar ,as suas
necessidades eram feitas ao ar livre. Também morriam devido á sua alimentação que
era muito escassa e os alimentos eram controlados de modo a não ficarem sem
comida com isto os marinheiros ganhavam doenças como o escorbuto que provoca
inchaços nas gengivas impedindo os marinheiros de se alimentarem.
Quando a navegação era fácil e estava tudo calmo os navegadores pescavam,
divertiam-se simulando touradas, procissões, teatros e jogavam jogos de tabuleiro,
que na maioria das vezes eram proibidos pois acabavam em zangas ou em
pancadaria.
Num dia chuvoso Pedro Alvares Cabral reuniu-se com alguns marinheiros para
discutir a situação económica e o balanço desta viagem.
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Fora uma discussão calma até que inesperadamente se ouviu um forte trovão
que arrastou consigo um vento feroz e assustador que fez com que toda a tripulação
sobressalta-se. Ouvia-se gritos que atravessavam a caravela. Esta abanava de um
lado para o outro e as fortes ondas arrastavam a águasalgada para dentro da
caravela. Até o próprio mar tinha medo! Alguns marinheiros assustados faziam de tudo
para que a caravela não virasse, Pedrotambém não era excepção.
Esta tempestade foi horrível, medonha, sinistra… Nunca antes se vira tal coisa.
Ao fim de tanta luta contra o mar os marinheiros cansados conseguiram vencer esta
batalha, mas só os mais fortes resistiram.
- Terra á vista! – Gritou um jovem e pobre empregado. Esta foi a frase que fez
renascer a tripulação.
Todos os marinheiros, incluindo o próprio comandante se ergueram e com as
forças que lhes restavam gritaram, festejaram e agradeceram a Deus.
Viram uma extensão de Terra a que chamaram “Pindorama”. Aterraram as
caravelas e os marinheiros mergulharam naquele nova terra descoberta. Mas
repararam que não eram os primeiro a pisaram aquele chão. Á frentes deles viram uns
homens e mulheres diferentes. Tinham a cara pintada, trajes feitos de peles de
animais, penas com adereços.
Esta tinha sido a recompensa de toda esta viagem, de todo este trabalho e
todo este apuramento, não havia nada melhor numa descoberta a não ser implantar
um marco, um símbolo português que marcava conquista de determinado território era
como se fosse uma sensação nova, de frescura e brisa suave depois do cansaço da
luta contra a tempestade.
Os navegadores conquistaram o “Pindorama” aos Índios e ao longo dos anos
tornaram o Brasil uma terra melhor que aumentou o monopólio comercial português.
Enquanto isso Pedro Alvares Cabral retomou a Portugalpara anunciar a
conquista de ”Pindorama” e passado 26 anos morreu em Santarém esquecido.
DESCANSE EM PAZ!