Material produzido para apresentação na disciplina Seminários Integrados de Pesquisa do mestrado em Artes da cena - UFG. Uma aproximação metodológica com a pesquisa em desenvolvimento e a pesquisa "A menina, o cavalo e a chuva".
Seminarios integrados de pesquisa - Aproximações investigativas de duas pesquisas
1. SEMINÁRIOS INTEGRADOS DE PESQUISA
APROXIMAÇÕES INVESTIGATIVAS
MARIA CECÍLIA SILVA DE AMORIM – MESTRANDA
ORIENTADORA: PROFA. DRA. VALÉRIA MARIA CHAVES DE FIGUEIREDO
LUZIÂNIA, 01 DE DEZEMBRO DE 2020.
2. “A contação de histórias na cena: contar, encenar e (re)significar
como proposição arte/educativa no chão da escola.”
artista professora
pesquisadora
3. A a/r/tografia é uma metodologia de pesquisa derivada da “investigação
baseada nas artes”, ou seja, é uma prática da “investigação baseada nas
artes”, igualmente de perspectiva narrativa que parte do acrônimo a/r/t “a”
de artist, “r” de researcher e “t” de teacher (em língua portuguesa,
respectivamente, artista, investigador e professor). A a/r/tografia seria,
então, um tipo de pesquisa realizada/produzida por um pesquisador que
exerce também função de professor e artista concomitantemente."
(OLIVEIRA e CHARRÉU, 2016,p. 375)
Na artografia saber, fazer e realizar se fundem.
Utiliza processos e produtos artísticos, estéticos por natureza, para
investigar, problematizar e compreender questões educacionais.
A/R/TOGRAFIA
4. BAGAGEM DO VIAJANTE COMO
METÁFORA
• Para Benjamin(1994) há dois tipos de
contadores de histórias: o sedentário e o
viajante, ambos respeitados, mas quem viaja
tem mais histórias para contar.
• Elementos que carregamos e nos constituem
pelo efeito que exercem na chegada ou na
partida, podem ser apenas símbolos ou
memórias.
• A bagagem pode ser comprada, adquirida,
ganhada, pesada, leve, depende de como a
contextualizamos.
5. QUEM CONTA HISTÓRIAS VIAJA, QUEM OUVE,
COMPARTILHA DAS PAISAGENS!
• Pesquisa de campo: Proposição arte/educativa voltada para alunos de 4º
e 5º ano de uma escola de tempo integral, em formato remoto, pelo
Google Meet, com a apresentação/inspiração de contadores de histórias
de lugares diversos do país.
• “Ao olhar para a cibercultura, nosso mundo mediado por telas, adentrei
um território desconhecido, sombrio, desconfortável. (...) Para contar
histórias no mundo de hoje vejo que é preciso ter força de coração. Será
que isso se aprende?” (CESCHI, 2014, p. 98)
6. A menina , o cavalo e a chuva -
A arte de contar histórias e a
cibercultura
Cristiana Souza Ceschi (2014)
A escolha se justifica pela
proximidade com a metodologia da
artografia, pelo objeto de estudo e
o seu contexto.
7. DA ESTRUTURA DO TRABALHO
• Apresentada em 2014 na Escola de Comunicação e Artes - ECA da Universidade
de São Paulo - USP, sob a orientação da professora Drª Regina Stela Barcelos
Machado, referência em arte/educação e na pesquisa sobre histórias da tradição
oral.
• Em 3 capítulos investiga : Onde está situado, qual a sua importância e como
atua o narrador – no sentido de sua arte e seu papel formador – na
contemporaneidade, e mais especificamente em contato com a cibercultura?
8. ABORDAGEM TEÓRICO-POÉTICA X ARTOGRAFIA
• Uso de imagens, levantamento de questões no processo investigativo,
criativo, significativo, teórico e poético.
• Pesquisa qualitativa tendo como ponto de partida a experiência como
contadora de histórias.
• Campo de pesquisa: entrevistas com renomados contadores de
histórias.
9. • Utilização de metáforas para ilustrar conceitos:
• Menina e o contador de histórias
• O cavalo e o conto – Cavalo que pode voar: conto de tradição
oral. Cavalo de carrossel: utilização dos multimeios da cultura
digital.
• A chuva e o encontro: experiência significativa, imaginação
criadora e universo do Sagrado.
ABORDAGEM TEÓRICO-POÉTICA X ARTOGRAFIA
10. • O texto de Ceschi (2014) apresenta reflexões fundamentais
sobre a arte de contar “como uma importante ferramenta
artística e educativa na formação do ser humano de todas as
épocas” (p. 10). As histórias no contexto da internet com
provocações pertinentes cabem ao nosso pesquisar pela forma
como a escrita é composta, o que se aproxima da artografia,
abordando saberes-fazeres de forma metafórica e teórico-
poética. A partir das pesquisas de Regina Machado sobre a
arte-educação e sobre contos da tradição oral, uma ponte é
estendida para o mundo da cibercultura.
11. ENTRE-MUNDOS /SABERES-FAZERES/ENTRELUGARES
• Se fosse possível definir o segredo da
pesquisa
em arte, este residiria num entre-mundo – a
meio caminho de duas dimensões, “razão” e
“irrazão”. (ARANHA, 2012, p.28)
• É o percurso e não o resultado, que mostra a
qualidade do trabalho. (ARANHA, 2012,
p.28)
•
12. • Um olhar-pensar
puxando seus fios com
argumentos sobre
não-coincidências
e irrazões para olhar as
coisas do mundo ao
invés de lê-las.
(ARANHA, 2012)
13. CONSIDERAÇÕES
• Alguns contadores de histórias, inclusive a Regina Machado, admitiam
não se sentir à vontade com o uso das redes sociais. Porém, o contexto
atual sugeriu uma (re) significação da arte e a adoção de eventos e
encontros virtuais. Bom exemplo é o Encontro Boca do Céu, que acontece
em São Paulo bianualmente. Para acontecer, foi necessário utilizar as
redes sociais, e formalizar o Encontro Boca do Céu nas Nuvens, em
formato virtual. Em 2014, a cibercultura era um elemento estranho e de
repente, se tornou altamente indispensável até para contadores de
histórias.
14. A CONSTRUÇÃO DA PESQUISA EM ARTE -
ARTOGRAFIA
• Abordagem/perspectiva metodológica: PESQUISA EDUCACIONAL BASEADA EM ARTE.
• Origem: Canadá
• a/r/tografia: A/r/t é um metáfora para: artist, pesquisador, professor e graph: grafia. Na
artografia saber, fazer e realizar se fundem.
• Utiliza processos e produtos artísticos, estéticos por natureza, para investigar, problematizar
e compreender questões educacionais.
• “Criação de visualidades, textos poéticos, sonoridades textuais, criação de palavras e relações
inusitadas entre as frases, são exemplos de ampliação do conhecimento através da arte.”
(PERUZZO e carvalho, 2018, 67)
15. Era simples: Conte histórias!
Assim ouvi e assim o fiz.
E de tanto fazer comecei a pensar: mas será que é assim que se faz? Por que as histórias
mudam histórias? Que sementes tenho plantado no chão da escola?
O olhar se abriu e viu nascer um fazer outro. Que era transportado para o palco, não era
mais uma simples professora, já caminhava para o trampolim. Era o mar... Não! Eram as
histórias que me chamavam para conhecer a arte de pertinho. E no caminho fui
rompendo, rompendo, esperando a semente brotar. Ela estava dentro de mim, eu só
precisava enxergar.
Caminhos de uma artista-professora-pesquisadora
(AMORIM, 2020)
16. REFERÊNCIAS
• BENJAMIN, Walter. O Narrador. In: BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política - ensaios
sobre literatura e história da cultura. 2. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
• CESCHI, Cristiana Souza. A menina, o cavalo e a chuva: A arte de contar histórias e a cibercultura.
Dissertação de mestrado. São Paulo: ECA-USP, 2014. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-19012015-
163724/publico/CristianaSouzaCeschiVC.pdf . Acesso em: 20 de Nov. 2019.
OLIVEIRA, Marilda de, CHARREU, Leonardo Augusto. Contribuições da perspectiva metodológica
"investigação baseada nas artes" e da a/r/tografia para as pesquisas em educação. Educ.
rev. vol.32 no.1 Belo Horizonte Jan./Mar. 2016. Disponível em
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982016000100365&lng=en&nrm=iso.
Acesso em 20 out. 2020.