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NESTA EDIÇÃO: 
A Catequese do 
Bom Pastor 
PÁG 40 
O que alguns católicos 
não notaram no último 
sucesso da Disney 
PÁG 95 
Sou catequista de 
Primeira Comunhão... 
E agora? PÁG 35 
CONFIRA NESTA EDIÇÃO: 
CATEQUESE & BRINCADEIRA 
PÁG. 26 
A CATEQUESE DE 
PRIMEIRA COMUNHÃO 
NA VIDA DAS CRIANÇAS 
PÁG. 34 
ELEMENTOS PARA UMA 
CATEQUESE PERSONALIZADA 
PÁG. 54 
UNIVERSIDADE MONSTROS 
PÁG. 95
Guia de Navegação para Tablets e Smartphones
NESTA EDIÇÃO: 
A Catequese do 
Bom Pastor 
PÁG 40 
CONFIRA NESTA EDIÇÃO: 
CATEQUESE & BRINCADEIRA 
O que alguns católicos 
não notaram no último 
sucesso da Disney 
PÁG 95 
Sou catequista de 
Primeira Comunhão... 
E agora? PÁG 35 
Edição 6 / Ano 2 / Agosto 2014 
Direção geral: Sérgio Fernandes 
Consultor Eclesiástico: Pe. José Alem 
Matéria de capa: Moacir Beggo 
Revisão: Marcus Facciollo 
Projeto gráfico: Agência Minha Paróquia 
Diagramação: Renan Trevisan 
Desenvolvimento WEB: Marcos Antônio 
e Matheus Moreira 
Atendimento: Ana Elisa Prado 
Comercial: Adriana Franco 
Banco de imagens: Shutterstock 
A revista digital Sou Catequista é uma publicação da 
agência Minha Paróquia, disponível gratuitamente para 
smartphones e tablets nas plataformas IOS e Android. Os 
conteúdos publicados são de responsabilidade de seus 
autores e não expressam necessariamente a visão da agên-cia 
Minha Paróquia. É permitida a reprodução dos mesmos 
desde que citada a fonte. O conteúdo dos anúncios é de 
total responsabilidade dos anunciantes. 
Editorial 
Estamos em festa! Agosto é o 
mês que celebramos as vocações, 
o dia do catequista (24) e 1 ano 
de publicação da revista Sou 
Catequista. São 3 temas que partem do mesmo 
princípio: GENEROSIDADE. Tudo o que fazemos em 
prol da Igreja exige um coração disposto a servir. 
O vocacionado aprende em seu percurso que deve 
se desapegar cada vez mais de suas vontades, 
interesses, para que seja o próprio Deus a conduzí-lo 
para a realização da vontade dEle. Não se chega 
dizendo “eis-me aqui para fazer de tal jeito”, o 
vocacionado de verdade diz “eis-me aqui para fazer a 
Sua vontade, Senhor”. 
Se estamos completando este tempo de trabalho 
pela formação dos catequistas é por graça de 
Deus. Os desafios não foram poucos. Aprendemos 
bastante e conquistamos resultados incríveis. Tudo 
isso não simplesmente por méritos próprios, mas 
porque buscamos dar o nosso melhor para que Deus 
iluminasse e tornasse fértil. O projeto Sou Catequista 
existe há 5 anos, começou com o portal, depois veio a 
rede social e mais adiante a revista digital. Em breve 
virá a plataforma de cursos e tudo mais o que Deus 
nos inspirar. 
A matéria de capa, com o título “Coração de 
Catequista” fala sobre esses corações inspirados, 
cheios de ideias e muito amor a Deus. Que contagiam 
outros corações com esse amor. 
Que esta edição seja bastante inspiradora para 
você na realização dessa vocação. E feliz dia dos 
catequistas! 
Sérgio Fernandes 
Direção geral 
sou catequista 
sou catequista 
PÁG. 22 
A CATEQUESE DE 
PRIMEIRA COMUNHÃO 
NA VIDA DAS CRIANÇAS 
PÁG. 29 
ELEMENTOS PARA UMA 
CATEQUESE PERSONALIZADA 
PÁG. 50 
UNIVERSIDADE MONSTROS 
PÁG. 95 
www.soucatequista.com.br 
facebook.com/soucatequista twitter.com/soucatequista
NESTA EDIÇÃO Para ler a revista, 
O CATECISMO 
RESPONDE 
60 64 
87 
A VOZ DA IGREJA 
O ESPÍRITO DOS 
EVANGELIZADORES 
Cardeal Odilo Pedro Scherer 
TEATRO NA CATEQUESE 
ARTE E VIDA À 
LUZ DA PALAVRA 
Erivandra Marques 
70 
PAPA FRANCISCO 
O QUE É FAMÍLIA PARA 
O PAPA FRANCISCO 
NOSSOS LEITORES 
DE CATEQUISTA PARA 
CATEQUISTA 
Rosilana Negoseki Foggiatto e Jaqueline 
CATECINE 
UNIVERSIDADE 
MONSTROS 
David Ives 
EVENTOS 
A VOZ DA 
IGREJA 
INICIAÇÃO CRISTÃ 
A PREPARAÇÃO 
DA CATEQUESE 
Liana Plentz 
CATEQUESE INFANTIL 
CATEQUESE & 
BRINCADEIRA 
Gilson P. Júnior 
QUAL A IMPORTÂNCIA DA CATEQUESE DE 
PRIMEIRA COMUNHÃO NA 
VIDA DAS CRIANÇAS? 
Roberto Garcia 
CATECUMENATO 
INICIAÇÃO CRISTÃ COM 
INSPIRAÇÃO CATECUMENAL 
Adriana Amorim 
CATEQUESE INCLUSIVA 
CINCO PILARES DA 
EVANGELIZAÇÃO 
INCLUSIVA 
Thaís Rufatto 
CATEQUESE PERSONALIZADA 
ELEMENTOS PARA 
UMA CATEQUESE 
PERSONALIZADA 
João Melo 
8 
12 
MATÉRIA DE CAPA 
CORAÇÃO DE CATEQUISTA 
Moacir Beggo 
88 
94 
TEOLOGIA 
A GLOBALIZAÇÃO 
NUMA VISÃO 
TEOLÓGICA 
Márcio Oliveira Elias 
92 
98 
100 
16 
26 
34 
36 
42 
54 
deslize para as 
próximas páginas ou 
toque nos itens do índice.
INOVAÇÃO, CRIATIVIDADE 
E PROFISSIONALISMO 
A SERVIÇO DA IGREJA 
Conheça a agência que está conquistando 
as paróquias, dioceses e províncias do Brasil 
e é referência em qualidade e bom atendimento. 
“Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos 
do ambiente digital.” 
Papa Francisco 
Mensagem pelo Dia Mundial das Comunicações – 2014 
NOVOS TEMPOS, NOVOS DESAFIOS 
E MUITAS OPORTUNIDADES 
Com quase 10 anos de atuação e grandes projetos lançados, 
a agência Minha Paróquia está fazendo história como colaboradora 
da Igreja no desafio de comunicar no ambiente digital. 
SOMOS JOVENS E CRIATIVOS 
Nossa equipe é formada por jovens profissionais qualificados nas 
áreas de tecnologia da informação, design e comunicação, que são 
entusiasmados pelo que fazem e estão sempre em busca de ideias 
inovadoras e adequadas ao setor em que atuam. 
BUSCAMOS OS MESMOS OBJETIVOS 
Nosso objetivo principal é auxiliar a Igreja na comunicação da Boa 
Nova de Cristo. Ao nos contratar, você terá mais do que uma empresa 
prestando um serviço, terá um parceiro que se empenhará ao máximo 
para que a missão seja cumprida de forma efetiva. 
OFERECEMOS SOLUÇÕES 
Além de nossa estrutura técnica, contamos com a consultoria de 
sacerdotes de diferentes dioceses que colaboram conosco na melhoria 
e ampliação de nossos serviços para que estejam mais de acordo com 
a sua necessidade. 
EM SINTONIA COM A IGREJA 
Estamos engajados com a Igreja de forma objetiva desenvolvendo 
produtos e serviços gratuitos (Rota Católica, Sou Catequista), dando 
suporte a iniciativas oficiais da CNBB e diversos projetos sociais. 
COMPETÊNCIA COMPROVADA 
Acesse minhaparoquia.com.br/resultados 
e conheça os cases, reconhecimentos e prêmios 
recebidos pela agência em projetos inovadores 
que deram o que falar. 
Principais clientes e apoiadores entre dioceses, congregações, entidades da CNBB, empresas e associações:
Vamos trabalhar juntos? 
Contate-nos agora mesmo! 
(19) 3241 0654 
contato@minhaparoquia.com.br 
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SEDE CRIATIVA 
Rua Flávio de Carvalho, 1.410, Jardim Eulina 
CEP 13063-390 – Campinas, SP 
Expediente: de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h. 
ATENDIMENTO COMERCIAL 
Rua Heliodora,118, Santana – São Paulo, SP 
(11) 3455 7631 / (11) 99679 9545 (Vivo) 
adriana@minhaparoquia.com.br 
representantes 
Rio de Janeiro: (21) 8076 4509 maffei@minhaparoquia.com.br 
Brasília: (61) 8221 7384 tarcisio@minhaparoquia.com.br 
Fortaleza: (85) 8103 7458 duda@minhaparoquia.com.br 
Divulgue esta ideia inovadora nos representando em sua diocese! Oferecemos ótimas 
comissões e premiações. Envie seu currículo para contato@minhaparoquia.com.br. 
ESTAMOS UNIDOS AO PAPA FRANCISCO 
POR UMA “COMUNICAÇÃO A SERVIÇO DE 
UMA AUTÊNTICA CULTURA DO ENCONTRO”. 
A AGÊNCIA DAS PARÓQUIAS DO BRASIL 
Com mais de 180 paróquias atendidas, mais de 
900 projetos lançados e serviços exclusivos, 
a agência Minha Paróquia é a favorita das comunidades 
católicas para a parceria em ações de comunicação. 
AMPLIAÇÃO e NOVA SEDE 
Após seus primeiros anos de trabalho 
na capital de São Paulo, a agência 
expandiu sua estrutura inaugurando uma 
nova sede criativa na cidade de Campinas, 
com escritórios de atendimento 
em São Paulo, Rio de Janeiro, 
Brasília e Fortaleza. 
METODOLOGIA 
Para melhor atender os nossos clientes, desenvolvemos uma metodologia de trabalho 
dinâmica, com transparência nos prazos e atenção à qualidade em cada atividade. 
BRIEFING 
Ao nos contatar, enviaremos um 
questionário com algumas perguntas 
que nos ajudarão a compreender a 
sua necessidade. 
ORÇAMENTO & 
CONTRATO 
Será enviada uma proposta 
de orçamento. Após aprovada, 
fecharemos um contrato e será paga 
a primeira parcela do serviço. 
PRODUÇÃO 
O projeto será desenvolvido com 
metodologia específica para o tipo 
de serviço (ex.: envio de pré-layout 
para aprovação). 
ENTREGA & 
LANÇAMENTO 
Com a aprovação final e quitada a 
última parcela do serviço, o cliente 
receberá os arquivos finais ou poderá 
oficialmente lançar seu projeto.
NOSSOS LEITORES 8 
AJUDE-NOS A CHEGAR A 
MAIS CATEQUISTAS! 
AVALIE E DEIXE O SEU 
COMENTÁRIO SOBRE O 
APLICATIVO NA APPSTORE: 
< CLIQUE AQUI 
A SUA AVALIAÇÃO NOS AJUDA A 
MELHORAR DE POSIÇÃO NO RANKING 
E TER MAIS DESTAQUE NAS LOJAS. 
Achei maravilhoso as duas peças de 
teatro, estou precisando de peças assim, 
mas para a catequese infantil, até 12 anos, 
essas duas vou passar pra Perseverança, 
os jovens vão amar. 
Pier Angeli 
Excelente, aprendo muito sobre o amor 
de Deus, e como deve um catequista se 
comportar perante os seus catequizando e 
com a Igreja. Obrigada. 
Maria Luiza 
Muito boa e um aprendizado muito 
abençoado! 
Douglas Henrique Galvão 
Estou gostando muito, tem me ajudado na 
catequese, obrigada! 
Edna Leite Silva 
Muito bom, gosto muito! 
Ana Cerdeira 
Adoro, aprendo muito com ela!!! 
Vera Covolan 
Gosto muito, aprecio as idéias. 
Uma bênção! 
Verinha da Silva 
Muito bom, ideias fantásticas. 
Marli Teresinha Pavlak Visneski
9 
Meu nome é Edilei da Silva Paula, sou 
Catequista de Adultos na cidade de 
Anápolis-GO, Paróquia Santa Clara - 
Diocese de Anápolis. Fiquei muito feliz ao 
me deparar com o site da revista já fiz o 
dowload da revista nº 4 e 5 e estou ansiosa 
pelo próximo número, principalmente. 
Pela novidade que vem aí os cursos on-line. 
Formação é uma das palavras chaves 
nos dias de hoje em todos os campos e 
não poderia deixar de ser também na 
Catequese, pois só se ama Aquilo que 
se Conhece e só se conhece quando 
estudamos, uma sugestão que faço é 
para estudarmos juntos o CIC (Catecismo 
da Igreja Católica) e os Documentos do 
Concílio Vaticano II, claro que tudo à luz 
da Sagrada Escritura. Em breve teremos 
uma formação para nossas catequistas 
e quero aproveitar esse momento para 
apresentar a revista para meus colegas 
catequistas e aproveito para sugerir 
também que vocês nos ajudem nas 
formações paroquiais sugerindo roteiros 
de formações atualizados e os eventos 
pelo Brasil e pelo mundo que tratam da 
Catequese. 
Bom trabalho a todos, fiquem com Deus e 
mais uma vez parabéns pelo belo trabalho 
e pela iniciativa. 
Edilei da Silva Paula 
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DE CATEQUISTA PARA CATEQUISTA 12 
Eu tinha 15 anos quando uma amiga me 
convidou para ajudá-la na catequese, 
lá na Colônia Zacarias, em São José 
dos Pinhais-PR. 
Quando ela me convidou eu não sabia o 
que dizer: “Mas eu? Por que eu? Eu não 
tenho instrução! Sou tão jovem e não 
tenho experiência”. Mas ela insistiu, 
dizendo: “Venha me ajudar que você 
aprende”. 
Conversei com minha mãe e ela me apoiou. 
Então, fui ajudar minha amiga num sábado 
à tarde, numa sala pequena, com algumas 
crianças. Em um momento me pediram 
para ler e explicar um trecho do Evangelho. 
Meu Deus! Eu li, mas para explicar eu 
mais gaguejei do que falei, pois realmente 
não sabia. Fiz o mínimo de catequese que 
uma pessoa deveria fazer: fiz Primeira 
Comunhão com sete anos, fui crismada 
com oito e meu catecismo era um livrinho 
vermelho só com perguntas e respostas... 
A partir daquele dia fui me capacitar, 
estudar, participar de encontros de 
formação, li e rezei muito e consegui 
vencer a timidez. Três anos depois ganhei 
uma turma de primeiro ano, com a qual 
consegui ensinar e aprender muita coisa. 
Foi maravilhoso. Fiquei com essa turma 
por cinco anos. 
Rosilana Negoseki Foggiatto 
46 anos, funcionária pública, catequista 
na Paróquia de São Pedro, Diocese de 
São José dos Pinhais-PR.
Com 23 anos eu me casei, mudei de 
paróquia, tive três filhos e fiquei longe 
da catequese. Sempre participava das 
missas, às vezes até cantava no coral, ia aos 
encontros da comunidade, novenas... Eu era 
feliz, mas sentia que faltava alguma coisa... 
Um dia recebi um telefonema da 
coordenadora da catequese me 
convidando para ser catequista. Eu aceitei 
sem nem pensar duas vezes. 
Ela então me confiou uma turma de 23 
crianças de primeiro ano. Quando cheguei 
à sala era completamente diferente de 
antigamente. Eu, que havia ensinado 
para crianças simples do interior, estava 
então com várias crianças da cidade, 
todas muito cultas e inteligentes... Tive 
que estudar ainda mais e nisso a internet 
me ajudou bastante. Conheci blogs e sites 
de catequistas que me deram a ideia de 
criar um também, com a ajuda do meu 
filho. Assim, em 29 de agosto de 2009 
criei o Blog da Nena (http://oblgdanena. 
blogsport.com.br) para me comunicar 
com outros catequistas, trocar ideias e 
experiências. 
Hoje sou catequista de terceiro ano de 
Eucaristia, este ano a minha turma é 
pequena, apenas dez crianças, eles são 
minha vida, como filhos para mim, são 
meus amigos queridos. 
Outro dia eu participava de um curso de 
liturgia e uma mulher se aproximou de 
mim e disse: “Não lembra de mim? Fui tua 
catequizanda” . 
Nossa, que alegria senti naquele momento 
em saber que uma sementinha que eu 
tinha plantado há quase 25 anos deu 
frutos! Ela é catequista, participa de 
muitos movimentos em sua paróquia. 
Quando vejo meus catequizandos 
participando da comunidade eu sinto uma 
alegria imensa em ser catequista. 
13
DE CATEQUISTA PARA CATEQUISTA 14 
Meu nome é Jaqueline, 37 anos, 
nascida em Juiz de Fora-MG e 
criada em Pequeri-MG, casada, 
mãe de dois filhos, Mariana e Daniel, 
funcionária pública e catequista. Me 
descobri catequista desde que recebi meu 
sacramento da comunhão e já ajudava 
minha querida tia Magali nas turmas 
que iam recebendo formação logo após a 
minha. Sou uma apaixonada por crianças 
e decidi servir a Deus evangelizando os 
pequeninos. Atualmente sirvo na Paróquia 
de São Pedro Apostolo em Pequeri e 
trabalho com crianças da pré-catequese, 
mas me envolvo na catequese como um 
todo. Desenvolvemos, junto com os outros 
catequistas, muitos projetos lindos. E vou 
copiando da internet muitos materiais 
católicos que contribuem com a expansão 
do Reino de Deus na Terra, principalmente 
entre as crianças. Seguem abaixo alguns 
de nossos projetos aqui na paróquia. 
Jaqueline 
37 anos, casada, mãe de dois filhos, 
Funcionária Pública e Catequista na Paróquia 
São Pedro Apóstolo em Pequeri/MG.
INICIAÇÃO CRISTÃ 16 
A PREPARAÇÃO 
DA CATEQUESE 
por Liana Plentz
17 
O Papa Francisco, na Alegria do Evangelho, dedicou 15 capítulos para o tema 
“A preparação da pregação”. Mas, se trocarmos o título para “a preparação 
da catequese” e focarmos as suas orientações para a iniciação à vida cristã, 
teremos um itinerário seguro para uma iniciação mais consciente e eficaz. 
Temos assim alguns 
objetivos a alcançar 
em nossa preparação 
de cada encontro de 
iniciação à vida cristã: 
Preparar adequadamente 
a catequese de iniciação à 
vida cristã: 
» Dedicar um tempo longo de estudo, 
oração, reflexão e criatividade pastoral 
para a preparação da catequese. Não 
confiar apenas no Espírito Santo. Temos 
que fazer a nossa parte, preparando-nos 
adequadamente. 
“Um pregador que não se prepara não é 
«espiritual»: é desonesto e irresponsável 
quanto aos dons que re-cebeu.” (EG 145) 
ISTO TAMBÉM NÃO VALE PARA O 
CATEQUISTA? 
QUANTO TEMPO DEDICAMOS PARA A 
PREPARAÇÃO DE NOSSA CATEQUESE? 
Tornar o estudo da Palavra 
de Deus o pano de fundo de 
cada catequese. 
O Papa Francisco nos convida a colocar o 
fundamento da nossa iniciação na Palavra 
de Deus, a exercer o “culto da verdade”, 
isto é, a procurar compreender qual é 
a mensagem do texto bíblico que é o 
fundamento daquela catequese. E nos 
orienta a como fazer isso adequadamente: 
» Reconhecer com humildade que somos 
os depositários, os arautos e os servidores 
dessa Palavra. 
» Estudar a Palavra com o máximo 
cuidado e com um santo temor de a 
manipular. 
» Não esperar resultados rápidos, fáceis 
ou imediatos ao ler um texto bíblico. 
» A preparação da catequese requer amor, 
pois uma pessoa só dedica um tempo 
gratuito e sem pressa às coisas ou às 
pessoas que ama; e aqui trata-se de amar 
a Deus, que quis falar. A partir desse amor, 
1 
2
INICIAÇÃO CRISTÃ 18 
uma pessoa pode deter-se todo o tempo 
que for necessário, com a atitude de um 
discípulo: «Fala, Senhor; o Teu servo 
escuta» (1Sm 3,9) (EG 146). 
» Descobrir qual é a mensagem principal, 
a mensagem que confere estrutura e 
unidade ao texto. Se o pregador não faz 
esse esforço, é possível que também a 
sua pregação não tenha unidade nem 
ordem; o seu discurso se-rá apenas uma 
súmula de várias ideias desarticuladas 
que não conseguirão mobilizar os outros. 
A mensagem central é a que o autor quis 
primariamente transmitir, o que implica 
identificar não só uma idéia, mas também 
o efeito que esse autor quis produzir. Se 
um texto foi escrito para consolar, não 
deveria ser utilizado para corri-gir erros; 
se foi escrito para exortar, não deveria ser 
utilizado para instruir; se foi escrito para 
ensinar algo sobre Deus, não deveria ser 
utilizado para explicar várias opiniões 
teológicas; se foi escrito para levar ao 
louvor ou ao serviço missionário, não o 
utilizemos para informar sobre as últimas 
notícias (EG 147). 
» Colocar o texto bíblico em ligação 
com o ensinamento da Bíblia inteira, 
transmitida pela Igreja. Este é um prin-cípio 
importante da interpretação bíblica, 
que tem em conta que o Espírito Santo 
não inspirou só uma parte, mas a Bíblia 
inteira, e que, em algumas questões, o 
povo cresceu na sua compreensão da 
vontade de Deus a partir da experiência 
vivida. Assim se evitam interpretações 
equivocadas ou parciais, que contradizem 
outros ensinamentos da mesma Escritura. 
(EG 148). 
» Desenvolver uma grande familiaridade 
pessoal com a Palavra de Deus: não 
basta conhecer o aspecto linguístico 
ou exegético, sem dúvida necessário; 
é preciso se abeirar da Palavra com o 
coração dócil e orante, a fim de que ela 
penetre a fundo nos seus pensamentos 
e sentimentos e gere em si uma nova 
mentalidade. 
» Verificar se está crescendo em nós o 
amor pela Palavra que anunciamos. 
» Não esquecer que, «particularmente, a 
maior ou menor santidade do catequista 
influi sobre o anúncio da Pala-vra». Como 
diz São Paulo, «falamos, não para agradar 
aos homens, mas a Deus que põe à prova 
os nossos co-rações» (1Ts 2,4). Se está 
vivo esse desejo de, primeiro, ouvirmos 
nós a Palavra que temos de anunciar, esta 
transmitir-se-á de uma maneira ou de 
outra ao povo fiel de Deus: «A boca fala da 
abundância do coração» (Mt 12,34). 
As leituras do Evangelho ressoarão com 
todo o seu esplendor no coração do povo, 
se primeiro ressoa-rem assim no coração 
do catequista. (cf EG 149) 
» Não podemos anunciar a Palavra de 
Deus sem nos deixar iluminar, deixar-nos 
tocar pela Palavra e encarná-la em nossa 
vida concreta. «Atam fardos pesados e 
insuportáveis e colocam-nos aos ombros 
dos outros, mas eles não põem nem um 
dedo para os deslocar» (Mt 23,4). 
Assim, o anúncio da Palavra consistirá 
na atividade tão intensa e fecunda 
que é «comunicar aos outros o que foi 
contemplado». Por tudo isto, antes de 
preparar concretamente o que vai dizer
na evangelização, o cate-quista tem de 
aceitar ser primeiro trespassado por essa 
Palavra que há de trespassar os outros, 
porque é uma Palavra viva e eficaz, que, 
como uma espada, «penetra até à divisão 
da alma e do espírito, das articulações e 
das medulas, e discerne os sentimentos e 
intenções do coração» (Heb 4,12). 
Nossa sociedade reclama evangelizadores 
que lhe falem de um Deus que eles 
conheçam e lhes seja familiar como se 
eles vissem o invisível. (EG 150) 
» Não cessemos de melhorar, vivamos o 
desejo profundo de progredir no caminho do 
Evangelho, e não deixe-mos cair os braços. 
» Estar seguros de que Deus nos ama, de 
que Jesus Cristo nos salvou, de que o seu 
amor tem sempre a última palavra. À vista 
de tanta beleza, sentiremos muitas vezes 
que a nossa vida não nos dá plenamente 
glória e de-sejaremos sinceramente 
corresponder melhor a um amor tão grande. 
ATENÇÃO! Todavia, se não 
nos detemos com sincera 
abertura a escutar essa 
Palavra, se não deixamos 
que ela toque a nossa vida, 
que nos interpele, exorte, 
mobilize, se não dedicamos 
tempo para rezar com ela, 
então, na realidade seremos 
falsos profetas, embusteiros 
ou um charlatães vazios. 
O Senhor quer servir-se de nós como seres 
vivos, livres e criativos, que se deixam pene-trar 
pela Sua Palavra antes de a transmitir; 
a Sua mensagem deve passar realmente por 
meio do evangelizador, e não só pela sua 
razão, mas tomando posse de todo o seu ser. 
O Espírito Santo, que inspirou a Palavra, é 
quem «hoje ainda, como nos inícios da Igreja, 
age em cada um dos evangelizadores que se 
deixa possuir e conduzir por Ele, e põe na sua 
boca as palavras que ele sozinho não poderia 
encontrar» (EG 151). 
ESTE É UM ITINERÁRIO CONCRETO PARA 
TORNAR A PALAVRA O FUNDAMENTO DE 
NOSSA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ. 
OLHANDO PARA A REALIDADE EM NOSSA 
COMUNIDADE PAROQUIAL, QUAIS 
DESSES PAS-SOS JÁ ESTAMOS DANDO? O 
QUE NOS FALTA AINDA? COMO FAZÊ-LOS 
ACONTECER? 
19
INICIAÇÃO CRISTÃ 20 
Papa Francisco nos dá algumas dicas para 
fazer a leitura orante: 
Ficar na presença de Deus, numa leitura 
tranquila do texto, e perguntar-se: 
“Senhor, a mim que me 
diz este texto? Com esta 
mensagem, que quereis 
mudar na minha vida? Que é 
que me incomoda neste texto? 
Porque é que isto não me 
interessa?” 
Ou então: 
De que gosto? Em que me 
estimula esta Palavra? Que 
me atrai? E porque me atrai? 
Ele nos alerta que quando se procura ouvir 
o Senhor, é normal ter tentações: 
» Uma delas é simplesmente sentir-se 
aborrecido e acabrunhado e dar tudo por 
encerrado. 
» Outra tentação muito comum é começar 
a pensar naquilo que o texto diz aos 
outros, para evitar de aplicar à própria 
vida. 
» Acontece também começar a procurar 
desculpas que nos permitam diluir a 
mensagem específica do texto. 
3 
Escutar aquilo que o Senhor 
nos quer dizer por meio da 
lectio divina. 
A Alegria do Evangelho indica a lectio 
divina como a modalidade concreta para 
escutarmos aquilo que o Senhor nos quer 
dizer na Sua Palavra. E nos instrui que a 
leitura espiritual de um texto deve partir 
do seu sentido literal. Caso contrário, uma 
pessoa facilmente fará o texto dizer o que 
lhe convém, o que serve para confirmar as 
suas próprias decisões, o que se adapta 
aos seus próprios esquemas mentais. 
E isso seria, em última análise, usar o 
sagrado para proveito próprio e passar 
essa confusão para o povo de Deus. Nunca 
nos devemos esquecer de que, por vezes, 
«também Satanás se disfarça em anjo de 
luz» (2Cor 11,14) (EG 152). E ESTA É UMA 
TENTAÇÃO MUITO GRANDE EM NOSSA 
MISSÃO DE EVANGELIZAR: anunciar 
as verdades em que eu acredito e não a 
verdade de Jesus Cristo.
21 
» Outras vezes, pensamos que Deus 
nos exige uma decisão demasiado 
grande, que ainda não estamos 
em con-dições de tomar. Isso leva 
muitas pessoas a perderem a alegria 
do encontro com a Palavra, mas 
significaria es-quecer que ninguém 
é mais paciente do que Deus Pai, 
ninguém compreende e sabe esperar 
como Ele. Deus convida sempre a 
dar um passo mais, mas não exige 
uma resposta completa, se ainda 
não percorremos o ca-minho que 
a torna possível. Apenas quer 
que olhemos com sinceridade a 
nossa vida e a apresentemos sem 
fingimento diante dos seus olhos, 
que estejamos dispostos a continuar 
a crescer, e peçamos a Ele o que 
ainda não podemos conseguir (EG 
153). 
QUANTO JÁ PROGREDIMOS EM 
UTILIZAR A LECTIO DIVINA NA 
COMPREENSÃO DOS TEXTOS 
BÍBLICOS? 
QUE DIFICULDADES AINDA 
ENCONTRAMOS? 
4 
ESCUTAR O POVO, PARA 
DESCOBRIR AQUILO QUE 
OS FIÉIS PRECI-SAM 
OUVIR. 
» Como evangelizadores precisamos 
ser contemplativos da Palavra e também 
contemplativos do povo. 
Dessa forma, descobrimos «as aspirações, 
as riquezas e as limitações, as maneiras 
de orar, de amar, de encarar a vida e o 
mundo, que caracterizam este ou aquele 
aglomerado humano», prestando atenção 
«ao povo con-creto com os seus sinais e 
símbolos e respondendo aos problemas 
que apresenta». 
» Relacionar a mensagem do texto 
bíblico com uma situação humana, com 
algo que as pessoas vivem, com uma 
experiência que precisa da luz da Palavra. 
Essa preocupação não é ditada por uma 
atitude oportunista ou diplomática, mas é 
profundamente religiosa e pastoral. 
No fundo, é uma «sensibilidade espiritual 
para saber ler nos acontecimentos a 
mensagem de Deus», e isto é muito mais 
do que encontrar algo interessante para 
dizer. 
Procura-se descobrir «o que o Senhor tem 
a dizer nessas circunstâncias». Então, 
a preparação da catequese transforma-se 
num exercício de discernimento 
evangélico, no qual se procura reconhecer 
– à luz do Espírito – «um ‘apelo’ que Deus
INICIAÇÃO CRISTÃ 22 
faz ressoar na própria situação histórica: 
também nele e através dele, Deus chama o 
crente». (EG 154) 
DOCUMENTOS DA IGREJA, TAIS COMO 
CATEQUESE RENOVADA, DIRETÓRIO 
GERAL E NACIONAL DE CATEQUESE, VÊM 
NOS ALERTANDO PARA A NECES-SIDADE 
DE ESCUTAR O POVO HÁ MUITO TEMPO. 
MAS ESTAMOS TENDO DI-FICULDADE 
NESSA ESCUTA E CONTINUAMOS DANDO 
RESPOSTAS A PER-GUNTAS QUE NÃO 
NOS FORAM FEITAS. COMO VAMOS 
MELHORAR NA ES-CUTA DO POVO E DE 
SUAS PERGUNTAS? 
5 
É preciso empenhar-se 
em encontrar a forma 
adequada de apresentar 
a mensagem – Recursos 
pedagógicos 
» Não basta saber o que dizer, é preciso se 
preocupar com o como dizer. 
Lembrar de que «a evidente importância 
do conteúdo da evangelização não deve 
esconder a importância dos mé-todos 
e dos meios da mesma evangelização» 
(PAULO VI, Exort. Ap. Evangelii Nuntiandi 
(8 de dezembro de 1975), 40: AAS 68 
(1976), 31). 
» A preocupação com a forma de 
evangelizar também é uma atitude 
profundamente espiritual. É responder ao 
amor de Deus, entregando-nos com todas 
as nossas capacidades e criatividade à 
missão que Ele nos confia; mas também é 
um exímio exercício de amor ao próximo, 
porque não queremos oferecer aos outros 
algo de má qualidade (EG 156). 
» Um dos esforços mais necessários é 
aprender a usar imagens na pregação, isto 
é, a falar por imagens. 
Às vezes, usam-se exemplos para 
tornar mais compreensível algo que 
se quer explicar, mas estes exemplos 
frequentemente dirigem-se apenas ao 
entendimento, enquanto as imagens 
ajudam a apreciar e acolher a mensagem 
que se quer transmitir.
Uma imagem fascinante faz com que se 
sinta a mensagem como algo familiar, 
próximo, possível, relaciona-do com a 
própria vida. Uma imagem apropriada 
pode levar a saborear a mensagem que 
se quer transmitir, desperta um desejo e 
motiva a vontade na direção do Evangelho. 
Uma boa homilia, como me dizia um anti-go 
professor, deve conter «uma ideia, um 
sentimento, uma imagem» (EG 157). 
» Usar uma linguagem que os 
destinatários compreendam, para não 
correr o risco de falar ao vento. 
Acontece frequentemente que os 
evangelizadores usam palavras que 
aprenderam nos seus estudos e em certos 
ambientes, mas que não fazem parte da 
linguagem comum das pessoas que os 
ouvem. 
Há palavras próprias da teologia ou 
da catequese, cujo significado não é 
compreensível para a maioria dos cris-tãos. 
O maior risco de um pregador é habituar-se 
à sua própria linguagem e pensar que 
todos os outros a usam e compreendem 
espontaneamente. 
» Escutar muito para se adaptar à 
linguagem dos outros, para poder chegar 
até eles com a Palavra. É preciso partilhar 
a vida das pessoas e prestar-lhes benévola 
atenção. 
» Ter simplicidade e clareza no anúncio. 
Simplicidade e clareza são duas coisas 
diferentes. A linguagem pode ser muito 
simples, mas pouco clara a pre-gação. 
Pode-se tornar incompreensível pela 
desordem, pela sua falta de lógica, ou 
porque trata vários temas ao mesmo tempo. 
Por isso, outro cuidado necessário é 
procurar que o anúncio tenha unidade 
temática, uma ordem clara e liga-ção 
entre as frases, de modo que as pessoas 
possam facilmente seguir o evangelizador 
e captar a lógica do que lhes diz. 
» Nossa linguagem deve ser positiva, 
oferecendo sempre esperança e 
orientação para o futuro. 
Não dizer tanto o que não se deve fazer, 
como sobretudo propor o que podemos 
fazer melhor. 
E, se apontar algo negativo, sempre 
procurar mostrar também um valor 
positivo que atraia, para não ficar pela 
queixa, o lamento, a crítica ou o remorso. 
Além disso, uma pregação positiva 
oferece sempre esperança, orienta para 
o futuro, não nos deixa prisionei-ros da 
negatividade. 
» Reunir-se periodicamente para 
encontrar os recursos que tornem mais 
atraente a evangelização. 
Como é bom que sacerdotes, diáconos e 
leigos se reúnam periodicamente para 
encontrarem, juntos, os recur-sos que 
tornem mais atraente a evangelização (EG 
159)! 
Como seria bom se pudéssemos receber 
uma fórmula pronta e adequada de 
transmitir a mensa-gem que não exigisse 
o nosso estudo, oração e trabalho, não é 
mesmo? Mas ela não existe, por-que nunca 
seria adequada à nossa realidade e porque 
o plano de Deus sempre parte do amor, 
23
INICIAÇÃO CRISTÃ 24 
dos gestos de amor que empregamos 
em fazer acontecer a evangelização, da 
preparação amorosa de cada momento 
de encontro com Jesus que propiciamos 
aos outros. Recordemos o que Francisco 
nos diz: “A preparação da catequese 
requer amor, pois uma pessoa só dedica 
um tempo gratuito e sem pressa às coisas 
ou às pessoas que ama; e aqui trata-se 
de amar a Deus, que quis falar” e quer 
continuar falando por meio de nós. 
Por isso, queridos catequistas, 
arregacemos as nossas mangas e 
comecemos a fazer acontecer a iniciação à 
vida cristã em nossas comunidades. 
Temos um material de apoio tão rico que 
nos aponta o caminho, mas o caminhar 
somos nós que o fazemos, dentro da 
realidade que nos envolve. 
Que esta reflexão que fizemos aqui possa 
ser levada a sua comunidade catequética, 
para que, jun-tos, possam orar com Jesus 
sobre tudo isso e descobrir o que Ele está 
pedindo para vocês. 
Senhor Jesus, a ti entregamos a 
nossa missão de catequistas e nos 
comprometemos contigo de dar o nosso 
melhor, de fazer tudo com muito amor 
e carinho, para levar as pessoas ao Teu 
encontro, para fazer-te acontecer na vida 
delas e na vida de nossa comunidade. 
Conta conosco! Assim como contamos 
conti-go! Fica conosco, Senhor! 
Liana Plentz 
Jornalista, catequista, 
especialista em 
ensino religioso. 
Coordenadora da iniciação 
à vida cristã do Vicariato 
de Porto Alegre. 
Secretária da Animação 
Bíblico-catequética 
do Regional Sul 3 da 
CNBB.
CATEQUESE INFANTIL 26 
CATEQUESE & 
BRINCADEIRA 
por Gilson P. Júnior 
“Uma criança que nãos sabe brincar, 
uma miniatura de velho, será um 
adulto que não saberá pensar.” 
(Chateau 1987, p. 14)1 
1 Jean Chateau, pedagogo francês (1908-1990).
Quem não se recorda das brincadeiras 
de quando era criança? Pique-pega, 
esconde-esconde, pular corda, corre 
cutia, amarelinha e tantas outas. 
Cada brincadeira trazia em si uma 
mensagem, uma arte, uma técnica 
diferente e diferenciada em sua 
ludicidade que nos ajudava e nos ajudou 
em nosso desenvolvimento, cognitivo 
(funções envolvidas na leitura e na 
decodificação do contexto circundante), 
físico/motor (psicomotricidade, 
criatividade), social (integração, relação, 
partilha de costumes, crenças e valores) 
e afetivo (estima, simpatia, apreço, 
empatia que possibilita a ligação com o 
saber, com o conhecer, com o sagrado). 
Brincar era um aprendizado, pois por 
meio das brincadeiras aprendíamos 
matemática, português, geografia, 
conhecimentos gerais, entre tantas 
outras coisas. Aprendíamos brincando e 
brincávamos aprendendo. 
Com o passar do tempo fomos perdendo 
esse gosto pela brincadeira, esquecemos 
que fomos crianças e que aprendemos 
muito brincando, passamos a transmitir às 
gerações futuras a descaracterização da 
brincadeira, tornando-a meramente uma 
forma de diversão. “Adultizamos” o universo 
infantil das crianças desconsiderando que 
ao brincar elas aprendem mais e melhor 
por meio desse “outro mundo possível” 
concretizado por meio de suas experiências. 
Portanto, é preciso voltar atrás e rever a 
forma que evangelizamos/educamos as 
nossas crianças, sendo nós educadores 
da fé de nossos pequenos. O brincar 
possibilita o encontro com o Sagrado de 
forma mais eficaz e leve. 
Para tanto é preciso primeiro uma revisão 
interior. Um despertar de nossa criança 
que está oculta dentro de nós e que precisa 
voltar a brincar para que a brincadeira faça 
parte do universo evangelizador em que 
propomo-nos a atuar a fim de que nossas 
crianças tenham o grande encontro com o 
Sagrado que desejamos. 
(...) um professor que não sabe e/ou não 
gosta de brincar dificilmente desenvolverá a 
capacidade lúdica de seus alunos. Ele parte do 
princípio de que o brincar é perda de tempo. 
Assim, antes de lidar com a ludicidade do 
aluno, é preciso que o professor desenvolva a 
sua própria. O professor que, não gostando de 
brincar, esforçar-se por fazê-lo normalmente 
assume uma postura artificial, facilmente 
identificada pelos alunos. A atividade proposta 
não anda. Em decorrência, muitas vezes 
os professores deduzem que brincar é uma 
bobagem mesmo, e que nunca deveriam ter 
dado essa atividade em sala de aula. A saída 
desse processo é um trabalho mais consciente 
e coerente do professor no desenvolvimento 
de sua atividade lúdica. (Mrech 1996, apud 
Miranda p. 111)2 
2Leny Mrech é socióloga, psicóloga e professora da faculdade de Educação da Universidade São Paulo. 
27
CATEQUESE INFANTIL 28 
Chateau (1987)3 , bem como tantos outros 
pedagogos que devotaram suas vidas 
à educação das crianças, adolescentes 
e jovens, diz que é pela brincadeira, 
pelo brinquedo, “que crescem a alma e 
a inteligência”4. Para ele a brincadeira 
se torna o laboratório do espírito onde 
acontecem as experiências que corroboram 
para tudo aquilo que há de vir. 
Sendo assim, desenvolver uma catequese 
por meio da brincadeira é fundamental 
para alcançar o universo em que se 
encontram aqueles que evangelizamos. 
Se fosse apenas para passar conteúdos as 
escolas convencionais já bastariam. Até 
as escolas há tempos vêm retomando o 
foco sobre a brincadeira, no que se refere 
à metodologia educacional voltada para 
as crianças, a fim de alcançar melhores 
resultados educacionais. 
Por que, então, não recorrer à brincadeira 
como parte metodológica para a 
evangelização das crianças? 
A atividade lúdica é um grande laboratório 
onde ocorrem experiências inteligentes 
e reflexivas. A experiência produz o 
conhecimento, portanto nos possibilita tornar 
concretos os conhecimentos adquiridos. 
(Miranda 2013, p. 24) 5 
3Jean Chateau, pedagogo francês (1908-1990). 
4Miranda, Simão de . Oficina de ludicidade na escola. Papirus, 2013, p.23. 
5Simão de Miranda é mestre em educação e doutor em psicologia. Residente em Brasília-DF, servidor da Secretaria de Educação do GDF. 
Escritor de mais de 37 livros e assessor em diversos países com temas voltados para a educação. Mirada, Simão de. Oficina de ludicidade 
na escola. Papirus, 2013.
29 
O brincar na educação 
A criança deve desfrutar plenamente de jogos 
e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos 
para a educação; a sociedade e as autoridades 
públicas esforçar-se-ão para promover o 
exercício deste direito. (Declaração Universal 
dos Direitos das Crianças, 1959) 
Além de ser um direito regulamentado 
por lei, o brincar vem recebendo 
destaque cada vez mais visível na 
sociedade, de forma mais clara e 
evidenciada nos métodos de educação 
exercendo papel fundamental na 
educação das crianças (Lima, 2006, p. 
13 apud PMBCN, p. 67)6. Ainda, esse 
assunto, vem descrito no parágrafo 7 
da Declaração Universal dos Direitos 
das Crianças que fala sobre o direito à 
educação gratuita e ao lazer infantil. 
Segundo o MEC (2006)7 as crianças 
precisam brincar, pois a brincadeira é 
essencial para a vida. O brincar alegra 
e motiva, reúne as crianças e as faz 
trocarem experiências e a ajudarem-se 
mutuamente. Esse contexto torna 
necessária a inclusão do brincar em 
todas as relações sociais da criança. 
A brincadeira é a vida da criança e uma 
forma gostosa para ela movimentar-se e 
ser independente. Brincando, a criança 
desenvolve os sentidos, adquire habilidades 
para usar as mãos, o corpo, reconhece os 
objetos, e suas características, textura, 
forma, tamanho, cor e som. Brincando a 
criança entra em contato com o ambiente, 
relaciona-se com o outro, desenvolve o físico, 
a mente, a autoestima, a afetividade, torna-se 
ativa e curiosa. (Siaulys, 2006, p. 10) 
Seria muita pretensão neste artigo 
esgotar todas as narrativas sobre os 
grandes pensadores a respeito do brincar 
na educação das crianças. É preciso 
um tempo maior de estudo daqueles 
que trabalham com a evangelização 
das infâncias dedicado a esse assunto, 
mas aqui era preciso descrever algumas 
reflexões a fim destacar o valor e 
grandiosidade dessa ferramenta que deve 
ser utilizada na evangelização/educação 
das crianças. Saiamos de nossos muros e 
vejamos o sol forte que nos espera lá fora. 
Será por acaso a criança em desenvolvimento, 
essa força da natureza, essa explorada 
aventurosa, é mantida imóvel, petrificada, 
confinada, reduzida à contemplação das 
paredes, enquanto o sol brilha lá fora (...)? 
(Christiane Rochefort apud Harper et al. 
1987, p. 47) 
6Província Marista Brasil Centro-Norte. Diretrizes curriculares para a educação infantil, p. 67. 
7Siaulys, Mara O. de Campos. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial – Brincar para todos. Brasília 2005. Disponível em 
http://goo.gl/QftMzs. Visitado em 24 de junho de 2014.
CATEQUESE INFANTIL 30 
O brincar catequese 
O Diretório Nacional de Catequese (2006) 
diz que: 
Em todas as épocas a Igreja preocupou-se 
em buscar os meios mais apropriados para o 
cumprimento de sua missão evangelizadora 
(cf. CT 46). Ela não possui um método único e 
próprio para a transmissão da fé, mas assume 
os diversos métodos contemporâneos na 
sua variedade e riqueza, na medida em que 
respeitam integralmente os postulados de uma 
antropologia cristã a garantem a fidelidade do 
conteúdo. Utiliza-se das ciências pedagógicas 
e da comunicação, levando em conta a 
especificidade da educação na fé. (DNC 2006)8 
Nesse contexto os métodos pedagógicos 
presentes nas escolas deveriam estar 
também presentes em nosso meio 
evangelizador quando nos referimos à 
educação na fé de nossas crianças. As 
metodologias aplicadas na ambiência 
educativa podem facilitar e muito a 
nossa práxis pastoral na catequese. 
Somos chamados a sermos discípulos 
missionários no meio das crianças e 
para que essa missão aconteça se faz 
necessário apropriarmo-nos de métodos 
capazes de alcançar seus intelectos e 
corações. 
Tendo refletido sobre a importância da 
brincadeira na evangelização/educação 
das crianças, faz-se necessário que o 
catequista tenha essa familiaridade com o 
universo infantil por meio das brincadeiras 
e outros meios como nos afirma o DNC 
quando diz que: 
Também será bastante útil ter familiaridade 
com o universo infantil: brincadeiras, situação 
escolar e familiar, histórias em quadrinhos 
e filmes que as crianças preferem, literatura 
infantil de boa qualidade. (DNC 2006, p. 127) 
Somos chamados como evangelizadores 
das crianças, com urgência, a desbravar 
esse universo de possibilidade por meio 
do brincar, quebrando as barreiras que 
nos impedem de integrar a brincadeira e 
evangelização. 
Sobre essa urgência o Documento de 
Aparecida fala que é preciso “estudar 
e considerar as pedagogias adequadas 
para a educação na fé das crianças, 
especialmente em tudo o que se relaciona 
à iniciação cristã, privilegiando o momento 
da primeira comunhão”9. 
Para nós, fica esse grande desafio 
fundamentado pelo DNC que nos interpela 
a “integrar na catequese as conquistas das 
ciências da educação, particularmente a 
pedagogia contemporânea, discernida a luz 
do Evangelho”10 , destacando aqui o brincar 
como opção pedagógica para a catequese. 
8CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Catequese como processo educativo. CNBB, Brasília 
2006, p. 103. 
9CNBB, Paulinas, Paulus. Documento de Aparecida. São Paulo, 2008,p. 198 
10CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Brasília, 2006 p. 34
31 
O que deve ser 
considerado quando 
se fala de catequese 
e brincadeira? 
Imbuídos do contexto sobre a importância 
da brincadeira na vida da criança, vale 
salientar que a identidade da pedagogia 
catequética que tem por fundamento a 
pedagogia divina, modelo de educação da 
fé pretendida pela catequese11, não pode 
se perder nesse sistema de construção da 
brincadeira como ferramenta no processo 
de crescimento da fé das crianças. 
Os métodos pedagógicos por meio 
da brincadeira devem ser somados 
à pedagogia catequética para uma 
evangelização cada vez mais conectada às 
realidades e especificidades das crianças 
de hoje, na finalidade da construção do 
Reino de Deus por meio do anúncio da 
Boa Nova, não se sobrepondo à pedagogia 
catequética que acreditamos. 
A pedagogia catequética tem como modelo 
sobretudo o proceder de Jesus Cristo, que, a 
partir da convivência com as pessoas, deu 
continuidade ao processo pedagógico do Pai. 
Levou à plenitude, por meio de Sua vida, 
palavras, sinais e atitudes, a Revelação Divina, 
iniciada no Antigo Testamento. Motivou os 
Seus discípulos a viverem conforme os Seus 
ensinamentos e plantou a semente da Sua 
comunidade, a Igreja, para transmitir, de 
geração em geração, a mensagem da Salvação 
e a pedagogia que Ele mesmo ensinou com Sua 
vida. (DNC, 2006, p. 130) 
Para isso alguns itens precisam ser 
considerados na preparação dos encontros 
com as crianças: 
• A motivação do encontro 
Motivação é aquilo que nos impulsiona, 
que nos influencia a alcançar um 
determinado objetivo. As crianças só 
entrarão no universo evangelizador, no 
jogo, na brincadeira se sentirem motivadas 
pelos catequistas. 
Primeiro o catequista volta a brincar, 
buscando em seu interior a sua criança, 
depois junto com a criança se envolve 
na brincadeira. A motivação potencializa 
o interesse, a alegria e o entusiasmo da 
criança características fundantes para a 
transmissão da Boa Nova. 
• A transmissão do tema do 
encontro 
Como dito anteriormente, educar, 
evangelizar, catequizar precisa ser muito 
mais do que apenas transmitir conteúdos. 
O brincar possibilita essa interação e 
integração fazendo que o conteúdo 
desejado seja desenvolvido com as 
crianças de forma a leva-las ao encontro 
com o Sagrado. 
• A identificação das crianças 
no desenvolvimento do 
encontro 
Quando motivadas, as crianças respondem 
ao processo sistematizado pensado para o 
seu encontro com o Sagrado por meio de 
gestos, falas, escritas e outros. Ela não é 
apenas uma receptora de informação, mas 
passar a ser integrante de seu processo de 
ensino aprendizagem de crescimento na fé. 
11CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Brasília, 2006 p. 20.
CATEQUESE INFANTIL 32 
• A avaliação do encontro 
É preciso avaliar com as crianças o 
encontro realizado. Pergunte a elas: como 
foi pra você o encontro de hoje? O que mais 
aprendemos? O que gostamos? O que não 
gostamos? 
Uma vez se sentindo participante do 
encontro, a criança se sente capaz de levar 
aos outros o que aprendeu, crescendo com 
esse aprendizado, levando parte desses 
ensinamentos pelo resto de sua vida. 
A sua participação, seu protagonismo 
nos encontros, estimula a persistência na 
caminhada catequética, nos processos de 
evangelização e na vida comunitária na 
Igreja. 
Quantas de nossas crianças, motivadas 
pela catequese, não estão inseridas em 
outros ambientes da Igreja? Quantas 
crianças não se tornam evangelizadoras de 
sua família após um encontro estimulante 
da catequese? E quantas crianças, por 
não se sentirem parte desses processos 
catequéticos, após a Primeira Eucaristia, 
desanimam e desaparecem dos processos 
evangelizadores da Igreja? 
• O diálogo sobre o próximo 
encontro 
Ao final do encontro motive as crianças 
sobre o tema do próximo encontro. 
Pergunte a elas como gostariam que fosse 
o encontro, se indicam músicas, filmes, 
dinâmicas para o desenvolvimento do 
próximo tema. 
Certo dia, um educador que trabalhava 
o tema da CF 2014 com as crianças, 
levou um desenho animado para que elas 
assistissem a ele. De imediato um grupo de 
crianças reagiu a sua proposta e disse: 
– Não queremos assistir ao desenho 
animado que você trouxe para o encontro. 
Queremos ver Os pinguins de Madagascar. 
O educador, conhecedor daquele desenho 
animado, respondeu de imediato: 
– Mas o desenho que vocês querem ver 
não se parece nada com o tema do nosso 
encontro.
33 
Reflexão... 
Toque para ler 
As crianças responderam: 
– Como não? O desenho não fala sobre 
liberdade e o esforço que aqueles animais 
fazem para serem livres? Então, acaso o 
tema da CF 2014 não é “É para a liberdade 
que Cristo nos libertou”? 
O educador tratou logo de providenciar o 
filme. 
Os encontros da catequese, cheios de 
brincadeiras, diálogos e ludicidade podem 
preencher a grande lacuna que existe em 
nossos processos evangelizadores com os 
pequenos. O próprio caráter socializador do 
brincar pode aproximar mais os catequistas 
e catequizandos, catequizandos e 
catequizados, Igreja e catequizandos e 
o Sagrado dos catequizandos, tornando 
a nossa prática pastoral eficaz em prol 
da construção de uma sociedade mais 
humana, justa e fraterna. 
Dessa forma, a catequese passaria a ser 
um serviço não apenas para a Igreja, mas 
um serviço para a vida toda. 
Gilson Prudêncio Júnior 
Analista Pastoral - Infâncias/Pastoral 
Marista UBEE - UNBEC
PRIMEIRA COMUNHÃO 34 
QUAL A IMPORTÂNCIA DA CATEQUESE DE 
Primeira Comunhão na 
vida das crianças? 
por Roberto Garcia 
Como todos nós sabemos, a Primeira 
Comunhão trata-se do momento 
em que nos aproximamos da ceia 
do Senhor, recebendo Seu corpo e Seu 
sangue e permitindo que Jesus habite 
nosso coração. 
Mas você já parou para pensar na 
importância que essa ação tem na vida de 
uma criança? 
Normalmente quando a criança inicia sua 
catequese é muito comum ouvirmos que
“estou aqui porque meus pais obrigaram”, 
“preciso fazer catequese para poder 
casar”, “o que é catequese?”, enfim, 
diversas exclamações e interrogações 
que, sinceramente, deixam-me bastante 
assustado! 
Não raramente, as crianças começam 
a catequese sem ao menos saber rezar 
as orações tradicionais (Pai-Nosso, Ave- 
Maria...) que deveriam ser aprendidas em 
casa, pois a introdução de uma criança 
na vida religiosa começa na família. A 
catequese familiar é fundamental para 
que a catequese ministrada na Igreja 
não seja vazia, pois ela corre o risco de 
ser alicerçada sobre a areia: na primeira 
“balançada”, desmorona. 
A ação do catequista na vida da criança 
deve ser transformadora. Durante a 
caminhada na catequese, ela deve 
sentir-se importante no processo de 
evangelização, sentir-se amada por 
Deus e também pelo catequista. Dessa 
forma, a criança vai absorvendo com mais 
facilidade o objetivo da catequese. 
Às vezes a criança vem para a catequese 
necessitando de carinho, de atenção, de 
alguém que esteja disposto a escutá-la 
e a orientá-la sobre alguma dificuldade 
ou algum problema. E devemos estar de 
braços e coração abertos para recebê-las, 
pois, como disse Jesus: “Deixai as crianças 
e não as proibais de vir a Mim, porque 
delas é o Reino dos Céus” (cf. Mt 19,14). 
Durante a catequese a criança vai 
conhecendo e se aprofundando na 
experiência cristã e, principalmente na 
vivência comunitária, ela vai descobrindo 
o que significa a comunhão. 
A catequese de Primeira Comunhão é 
fundamental para a formação religiosa da 
criança, pois, se ela for bem trabalhada 
desde as bases (familiar, escolar, 
comunitária), no futuro poderemos 
evitar uma série de problemas sociais. 
Afastaremos a criança do mundo das 
drogas, das más companhias, e estaremos 
auxiliando na formação de um bom cristão 
e também de um bom cidadão. 
Ah, e também devemos orientar as 
crianças que, após fazer a Primeira 
Comunhão, elas não devem abandonar 
a Igreja, viu? A Primeira Comunhão não 
pode ser única... Elas devem permanecer 
em comunhão com Cristo e com os irmãos 
para sempre! Assim como Jesus nunca 
nos abandonou, nós também não devemos 
nunca abandoná-Lo. 
Um fraterno abraço e até o mês que vem! 
PAZ & BEM 
Roberto Garcia 
Catequista desde 1997 na Comunidade Santa Rita de Cássia, 
Paróquia Rede de Comunidades São José – Gravataí-RS. 
Também integra a equipe Pascom da Paróquia desde 2012. 
35
CATECUMENATO 36
Iniciação Cristã com 
37 
inspiração 
Catecumenal 
Por Adriana Amorim
CATECUMENATO 38 
A catequese na Igreja do Brasil vive um desafio peculiar nos tempos 
atuais: formar discípulos e missionários de Jesus Cristo! Essa nova 
característica da evangelização concretizou-se na Conferência 
Episcopal dos Bispos do Brasil, que ocorreu na cidade de Aparecida-SP, 
em 2007. Para atingir esse objetivo, no entanto, o caminho é longo... 
Denominamos esse caminho de Processo de Iniciação à Vida Cristã, algo 
antigo e bastante eficiente. Antigo porque recebe uma inspiração vinda 
das primeiras comunidades cristãs, o catecumenato, e eficiente porque 
coloca o iniciante em contanto permanente com a pessoa de Jesus 
Cristo, tendo como fruto principal a formação de um verdadeiro cristão. 
O caminho da Iniciação data do século II 
depois de Cristo, com a estruturação do 
catecumenato para promover a adesão a 
Jesus Cristo e à Igreja. Era um processo 
contínuo, progressivo e dinâmico de 
preparação para os Sacramentos do 
Batismo, Crisma e Eucaristia, marcado 
por etapas e ritos, utilizado para 
conduzir os adultos (e não as crianças), 
recém-convertidos ao cristianismo, à 
experiência do mistério de Deus. Teve 
seu período áureo entre os séculos III e 
IV e seu declínio no século V, quando ser 
cristão tornou-se uma situação comum 
e abriu-se a possibilidade de o Batismo 
ser ministrado preponderantemente 
às crianças. No século VI desaparece o 
catecumenato propriamente dito. 
Apenas em 1972, com a promulgação 
do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos 
(RICA), o catecumenato voltou a 
ser fonte de inspiração e itinerário 
de toda a catequese. A partir de 
então, a preocupação é possibilitar a 
iniciação tanto para os não batizados 
(catecúmenos) quanto para os batizados 
insuficientemente catequizados 
(catequizandos). Nesse sentido, há várias 
situações em que se encontram pessoas a 
serem atendidas no processo de iniciação: 
adultos e jovens não batizados; adultos e 
jovens batizados que desejam completar 
a iniciação cristã; adultos e jovens com 
prática religiosa, mas insuficientemente 
evangelizados; pessoas de várias idades 
marcadas por uma religiosidade conflitante,
39 
ambígua e confusa; grupos específicos, 
como as pessoas com deficiência, 
indígenas, etc.; casais em situação 
matrimonial irregular; adolescentes e 
jovens; crianças não batizadas e inscritas 
na catequese; e crianças e adolescentes 
batizados que seguem o processo 
tradicional de iniciação cristã. 
O processo de iniciação à vida cristã 
com inspiração catecumenal é aplicável 
a qualquer catequese sacramental 
(Batismo, Eucaristia, Crisma ou 
Matrimônio) ou a qualquer grupo que 
trabalhe com as realidades acima 
descritas. Especificamente em relação 
à catequese eucarística, o processo de 
iniciação oferece às crianças em idade de 
catequese o encontro pessoal e decisivo 
com Jesus Cristo. Não mais se trata de 
uma catequese que orienta a decorar 
as orações e a doutrina, mas incentiva a 
vivência em comunidade, que tem como 
finalidade “o ser cristão” e não apenas a 
sacramentalização, conscientizando que 
os Sacramentos alimentam esse processo 
e são sinais visíveis do próprio Jesus. 
Antes de compreender como está 
organizado o processo de iniciação à 
vida cristã e a inspiração catecumenal é 
importante saber distinguir um verdadeiro 
cristão, finalidade única desse processo. 
O livro dos Atos dos Apóstolos apresenta-nos 
o primeiro retrato dos cristãos: “Eram 
perseverantes em ouvir os ensinamentos 
dos apóstolos, na comunhão fraterna, no 
partir do pão e nas orações. Em todos eles 
havia temor, por causa dos numerosos 
prodígios e sinais que os apóstolos 
realizavam. Todos os que abraçaram a 
fé eram unidos e colocavam em comum 
todas as coisas” (At 2, 42-44). O relato 
bíblico revela-nos que o verdadeiro cristão 
é aquele que, sobretudo, vive sua fé em 
comunidade e cresce graças à catequese 
(“ensinamento dos apóstolos”). Desse 
modo, pode-se destacar um aspecto 
essencial do processo de iniciação à 
vida cristã: a catequese é realizada 
em conjunto pelos catequistas, pais, 
sacerdotes e toda comunidade de fé. 
Visto esse aspecto, fundamento da 
iniciação cristã, podem-se resumir os 
tempos desse processo como descrito a 
seguir:
CATECUMENATO 40 
1º tempo 
pré-catecumenato 
Corresponde ao período da primeira 
evangelização, de acolhimento do 
iniciante da comunidade cristã, da 
percepção de sua fé e do primeiro anúncio 
do Cristo (Querigma). 
2º tempo 
catecumenato 
É o tempo mais longo de todo o processo, 
dedicado à catequese completa, que se 
preocupa com a formação do cristão bem 
como com a vivência em comunidade por 
meio dos ritos (celebrações). 
4º tempo 
mistagogia 
Acontece durante o tempo pascal, a fim de 
aprofundar os mistérios pascais, revestir-se 
do Cristo e partir para uma vida nova. 
3º tempo 
purificação e iluminação 
Acontece preferencialmente no período 
quaresmal, a fim de proporcionar 
preparação próxima para os Sacramentos, 
por meio do aprofundamento das práticas 
quaresmais junto à comunidade.
41 
Cada tempo do processo catecumenal é 
enriquecido com a celebração de ritos 
que marcam a evolução do iniciante no 
caminho da catequese. É importante 
destacar que esses ritos, os quais 
fazem parte principalmente do tempo 
do catecumenato e da purificação 
e iluminação, fortalecem a união 
entre catequese e liturgia e criam um 
vínculo único entre os catecúmenos/ 
catequizandos e a comunidade eclesial. 
Assim, os catequistas têm a oportunidade 
de amadurecer a sua fé a partir da 
caminhada catecumenal de seus 
iniciantes, intensificando a vida de 
oração, a leitura e escuta da Palavra e 
comprometendo-se com a missão que 
Deus lhes confiou: formar verdadeiros 
discípulos e missionários de Jesus Cristo! 
Deus, em sua infinita bondade, abençoe 
cada catequista que mergulhará nessa 
fonte de inspiração catecumenal. 
A Imaculada Conceição, Rainha da 
Evangelização, conceda a todos os povos 
a graça santificante de amar e seguir a 
pessoa de Jesus Cristo! 
Adriana Amorim 
de Farias Leal 
Catequista 
Paróquia Nossa Senhora da 
Conceição 
Catedral da Diocese de 
Campina Grande-PB
CATEQUESE INCLUSIVA 42 
Cinco pilares da 
Evangelização 
Inclusiva 
Por Thaís Rufatto
APRENDER A AMAR 
O catequista que se abre ao amor de 
Deus e o amor aos irmãos é aquele, 
aquela catequista que está fazendo 
a experiência do amor na sua vida de 
batizado(a) e vocacionado(a) a esse 
ministério, como nos diz em João, todo 
aquele que ama é nascido de Deus e 
conhece a Deus, porque Deus é amor, o 
amor deve ser o cerne e o ápice da vida 
de um uma catequista, pois é pelo amor 
que ele ou ela tem por Deus e sente na 
sua intimidade com Deus que vai frutificar 
sua vocação catequética e dará por meio 
de Jesus na sociedade frutos e frutos em 
abundância. 
O exercício do amor na vida do catequista 
é um exercício que exige perseverança 
e acima de tudo vontade – querer amar 
primeiro a si mesmo e depois aos irmãos, 
fazendo o exercício do mandamento 
deixado por Jesus: “Amai-vos uns aos 
outros, como Eu vos amei”, e o fruto 
desse exercício se dá no aprendizado do 
amor. O catequista que se abre a esse 
exercício de aprender a amar vive na sua 
vida o mandamento deixado por Jesus, 
principalmente quando Jesus nos diz 
amai os vossos inimigos e fazei o bem a 
quem vos persegue. O catequista para ser 
o catequista que corresponde aos anseios 
do coração de Deus deve ser aquele que 
vive o amor em suas ações, pois não se 
pode dar aquilo que não se tem e nem 
falar sobre aquilo que não se vive. Assim 
como um engenheiro que projeta uma 
casa, Deus, antes de você, catequista, 
nascer, o(a) projetou e cabe a você 
corresponder por meio da sua vivência 
no amor aos anseios do coração de Dele, 
para que nossa sociedade, em Jesus por 
meio de cada um(a) de vocês tenha vida 
em abundância. Entre esses discípulos, 
os reunidos nas comunidades religiosas, 
“mulheres e homens de todas as nações, 
tribos, povos e línguas” (Cf. Ap 7, 9) 
foram e são ainda hoje uma expressão 
particularmente eloquente desse sublime 
e ilimitado Amor. 
Nascidos não da vontade da carne e do 
sangue, não de simpatias pessoais ou de 
motivos humanos, mas de Deus (Jo 1, 13), 
de uma vocação divina e de uma divina 
atração, as comunidades religiosas são 
um sinal vivo da primazia do amor de Deus 
que opera suas maravilhas e do amor a 
Deus e aos irmãos, como foi manifestado e 
praticado por Jesus Cristo. 
43
CATEQUESE INCLUSIVA 44 
O catequista que possui uma união 
com Jesus vai no dia a dia se colocar a 
rezar e aprender, assim como Deus diz 
em Sua palavra: “Tudo o que pedires na 
oração, credes que já tendes recebido”. 
Os discípulos dos nossos dias de hoje 
são chamados de catequistas, pois estes 
há 2.000 anos pediram para Jesus lhes 
ensinar a rezar e Jesus lhes ensinou a 
oração do Pai-Nosso, essa oração é MUITO 
poderosa, pois, uma vez que unido(a) ao 
coração de Jesus, o(a) catequista que 
entregar-se verdadeiramente na vontade 
de Deus, quando dizemos de maneira 
aberta “Seja feita a Vossa vontade, assim 
na terra como no céu” estará aberto(a) 
a receber do coração do Pai aquilo que é 
de acordo com a Sua vontade para ele(a) 
e o melhor para sua vida; fazendo assim, 
estará em sintonia com Deus e a cada 
oração que fizer vai lembrar que Jesus nos 
pede que antes de qualquer oração que 
façamos, em primeiro lugar devemos pedir 
o Espírito Santo, pois é Ele que sabe o que 
devemos pedir, como pedir e o que pedir. 
O catequista que adquire experiência com 
Jesus aprende pela missionaridade do seu 
chamado SER CATEQUISTA a evangelizar, 
que nada mais é do que levar a Boa Nova 
ao coração das pessoas sedentas do amor 
de Deus. 
O aprender a evangelizar do(a) catequista 
reporta-se à passagem do Evangelho em 
que Jesus saiu pelas ruas das sinagogas 
pregando o Evangelho, curando, etc. 
APRENDER 
A REZAR 
APRENDER A 
EVANGELIZAR
Debaixo do Sol há um tempo para cada 
coisa, nos diz em Eclesiastes 3,1. 
O(a) catequista deve entender que o 
tempo de Deus não é o tempo dele(a), ou 
seja, levando em consideração que o ser 
humano vive no chronos e Deus no kairós 
o tempo de Deus não é o tempo do(a) 
catequista, e esse tempo de espera o(a) 
catequista deve exercitá-lo a paciência, 
como está em Eclesiástico 2. Dizia certa 
vez uma sábia pessoa em um programa de 
rádio de uma emissora católica, cuja frase 
possui autoria desconhecida: “A paciência 
é amarga, mas seus frutos são doces”. 
“Quem ama, faz sempre comunidade; não 
fica nunca sozinho.” 
(Santa Tereza de Jesus) 
“Vede como eles se amam.” Atos 2 
O(a) catequista, vendo a imagem de 
Jesus no outro membro da comunidade, 
principalmente no catequizando com 
algum tipo de deficiência, aprende a fazer 
a experiência das primeiras comunidades, 
quando em Atos dos Apóstolos 2 lemos: 
“Vede como eles se amam”, em que o 
amor é o cerne e o ápice de toda ação 
missionária catequética inclusiva. 
Abaixo algumas dicas contendo cinco 
passos para viver e conviver bem em 
comunidade. 
Atos 2, 42-47 
APRENDER 
A ESPERAR 
APRENDER 
A VIVER E A 
CONVIVER EM 
COMUNIDADE 
45
CATEQUESE INCLUSIVA 46 
“Eles mostravam-se assíduos ao 
ensinamento dos apóstolos, à comunhão 
fraterna, à fração do pão e às orações. 
Apossava-se de todos o temor, pois 
numerosos eram os prodígios e sinais, que 
realizavam por meio dos apóstolos. Todos 
os que tinham abraçado a fé reuniam-se 
e punham tudo em comum: vendiam suas 
propriedades e bens, e dividiam-nos entre 
todos, segundo as necessidades de cada 
um. Dia após dia, unânimes, mostravam-se 
assíduos no templo e partiam o pão pelas 
casas, tomando o alimento com alegria e 
simplicidade de coração. Louvavam a Deus 
e gozavam da simpatia de todo o povo. 
E o senhor acrescentava cada dia ao seu 
número os que seriam salvos.” 
1º passo - Viver em 
comunidade: 
• Para viver bem em comunidade é preciso 
passar pelo conhecimento: “Conhecereis 
a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 
32). A verdade é Jesus: “Eu sou o caminho, 
a verdade e a vida…” (Jo 14, 6); conhecer a 
verdade é conhecer a Jesus Cristo revelado 
a nós por meio das Sagradas Escrituras, 
da Doutrina e da Tradição passadas a nós 
pelos nossos primeiros pais na fé. 
• Conhecer a comunidade. 
• Conhecer o outro, quem ele é, sua 
história. 
• Conhecer a palavra de Deus, a doutrina 
da igreja Católica Apostólica Romana. 
• É necessário reciclar-se, ou seja, passar 
pela formação continuada, permanente. 
Não podemos achar que estamos 
prontos, mas em constante processo 
de construção, de abertura a mudança, 
principalmente quando lidamos com a 
catequese inclusiva.
2º passo – Comunhão 
fraterna: 
1. O que é a comunhão. A comunhão é o 
“vínculo de unidade fraternal mantida pelo 
Espírito Santo e que leva os cristãos a se 
sentirem um só corpo em Jesus Cristo” 
(Dicionário Teológico, CPAD). A palavra 
grega koinonia traz a ideia de cooperação 
e relacionamento espiritual entre os 
santos. A comunhão da Igreja primitiva era 
completa (At 2.42). Reuniam-se em oração 
e súplica, mas também reuniam-se para 
socorrer os mais necessitados. 
Dom Bosco (Regra de vida dos Salesianos 
de Dom Bosco): 
•“Viver e trabalhar juntos é exigência 
fundamental e caminho seguro para 
realizarmos nossa vocação. Reunimo-nos 
em comunidade, nas quais amamos a ponto 
de tudo compartilhar em espírito de família 
e construímos a comunhão de pessoas. 
Na comunidade reflete-se o mistério da 
Trindade; nela encontramos uma resposta 
às aspirações profundas do coração e nos 
tornamos sinais de amor e unidade…” 
• “Deus nos chama a viver em 
comunidade, confiando-nos irmãos que 
devemos amar. Formamos assim um só 
coração, e uma só alma para amar e servir 
a Deus e para nos ajudarmos uns aos 
outros.” 
• LER COLOSSENSES 3, 12-15. 
• A comunhão da caridade: ler Rm 14, 7: 
ninguém vive ou morre para si; 1 Cor 12, 
26-27: todos compartilhamos com outro o 
que temos até os sofrimentos. 
• Jo 13, 35: “Nisto conheceram todos 
que sois os meus discípulos: sevos 
amardes uns aos outros”. Tertuliano diz 
que os cristãos levaram tão a sério este 
mandamento que os pagãos diziam entre 
si “Vede como eles se amam”. 
47
CATEQUESE INCLUSIVA 48 
3º passo - A partilha 
do pão: 
Mc 8,6 
14. Os discípulos tinham se esquecido de 
levar pães. Tinham consigo na barca só um 
pão. 
15. Então Jesus os advertiu: “Prestem 
atenção e tomem cuidado com o fermento 
dos fariseus e com o fermento de 
Herodes”. 
16. Os discípulos diziam entre si: “É 
porque não temos pão”. 
17. Mas Jesus percebeu e perguntou: 
“Por que vocês discutem sobre a falta de 
pães? Vocês ainda não entendem e nem 
compreendem? Estão com o coração 
endurecido?”. 
18. “Vocês têm olhos e não veem, tem 
ouvidos e não ouvem? Não se lembram 
19. de quando reparti cinco pães para 
cinco mil pessoas? Quantos cestos vocês 
recolheram cheios de pedaços?” Eles 
responderam: “Doze”. 
20. Jesus perguntou: “E quando reparti 
sete pães para quatro mil pessoas, 
quantos cestos vocês recolheram cheios 
de pedaços?”. Eles responderam: “Sete.” 
21. Jesus disse: “E vocês ainda não 
compreendem?”. 
• Está relacionada com a ceia do Senhor. 
Ler CIC 1329 “ com isso querem dizer 
que todos comem do único pão partido, 
Cristo”. 
• Discípulos de Emaús, Lucas 25, 13-35: 
Reconheceram Jesus na partilha do pão; 
é assim que reconhecerão os seguidores 
de Jesus. Antes da partilha eles estavam 
“cegos”, só viram quem era na hora da 
partilha, da refeição. 
• Quando nos reunimos à mesa do Senhor 
reconhecemos Jesus no outro e encontram 
em nós a Jesus ressuscitado. 
• Os crentes primitivos mantinham 
uma comunhão tão intensa entre si que 
se reuniam com alegria e singeleza de 
coração para celebrar a Santa Ceia. Era 
o seu “partir do pão” (At 2.42). Eles em 
Cristo e Cristo em cada um deles. Pode 
haver comunhão mais plena? Não era 
simplesmente uma cerimônia; era a festa 
na qual lembravam a morte e ressurreição 
de Jesus — a expressão mais sublime do 
amor divino. 
Para concluir este 3º passo: A eucaristia 
nos faz solidários, pois na matemática 
de Jesus quanto mais você divide mais se 
multiplica; costumo dizer que no lugar do 
divisor há uma cruz, pois o amor faz TUDO 
multiplicar e acontecer.
4º passo - Vida de oração 
(comunitária e pessoal) 
É imprescindível que o(a) catequista tenha 
um momento no dia de oração pessoal 
com Deus, ou seja, é se abastecer na 
oração e comunhão, ir à missa sempre 
que possível durante a semana, estar 
em dia com os Sacramentos, rezar o 
terço, estar em intimidade com Nossa 
Senhora e aprender dela as virtudes para 
ser um exemplo de catequista como ela, 
que foi quem catequizou Jesus, além de 
intimidade com a Palavra de Deus, isto é, 
a leitura diária da Bíblia, o(a) catequista 
tem que ter esse momento para se 
abastecer senão não consegue seguir 
em frente, e rezar para o Espírito Santo, 
pois Ele é o norteador de todo trabalho a 
ser desenvolvido pelos catequistas, sem 
Ele não tem catequese, pois é Dele que 
nascem a sabedoria, a inteligência, o 
temor de Deus e todos os demais dons, 
frutos e carismas necessários para realizar 
uma catequese de qualidade para todos. 
• “A oração é a elevação da alma a 
Deus ou o pedido a Deus dos bens 
convenientes.” (Sao João Damasceno) 
• “Para mim, a oração é um impulso 
do coração, é um simples olhar lançado 
ao céu, um grito de reconhecimento e 
amor no meio da provação ou no meio 
da alegria.” (Santa Terezinha do Menino 
Jesus) (CIC 2559ss) 
• CIC 2687 – A vida missionária ou 
comunitária não se mantém e não se 
propaga sem a oração; esta é uma das 
fontes vivas da contemplação e da vida 
espiritual. 
• Ninguém se mantém sem a vida de 
oração em comum. 
• Mateus 18,19: “Digo-vos ainda isto: se 
dois de vós se unirem sobre a terra para 
pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de 
meu Pai que está nos céus”. 
49
CATEQUESE INCLUSIVA 50 
• Oração pessoal: conseguiremos 
formar comunidades que rezam só se 
nos tornarmos pessoalmente homens e 
mulheres de oração. Cada um de nós tem 
a necessidade de exprimir em seu íntimo 
o modo pessoal de ser filho(a) de Deus, 
manifestar-lhe a gratidão, confidenciar-lhe 
os desejos e as preocupações 
apostólicas. Forma indispensável de 
oração é a oração mental. Ela fortalece 
nossa intimidade com Deus, salva a nossa 
rotina, conserva o coração livre e alimenta 
a doação ao próximo. Para Dom Bosco 
é a garantia de alegre perseverança na 
vocação. 
• Características da alma que ora (CIC): 
• Confiança – 2734 
• Esperança – 1820 
• Humildade – 2559 
• Vigilância – 2730 
• Vivência carismática – identidade ao 
carisma: 
• Sentido de pertença: é preciso se 
identificar e sentir-se pertencente 
ao carisma, sentir-se membro ativo e 
participativo da comunidade em que se 
vive. 
• Colocar em comum os dons que o 
Senhor lhe confiou para o bem maior: a 
comunidade. 
• Viver os dons recebidos no Batismo e 
confirmados no Crisma. 
• Leitura orante da Palavra. 
5º passo - Simplicidade 
de coração: 
O(A) catequista não deve se orgulhar por 
ser um catequista, ele(a) foi escolhido por 
Deus para designar essa missão aqui na 
Terra, antes mesmo de ter nascido (Jr 1,5), 
ou seja, ser catequista nada mais é do que 
dizer “sim” ao chamado feito por Deus e 
corresponder a esse chamado aprendendo 
com Jesus a ser reto(a) e humilde de 
coração, aceitando a vontade de Deus e 
exercendo com humildade a missão a cada 
um confiada. Pois não se é catequista 
para si, mas sim porque Deus chamou, 
escolheu, ungiu e capacitou antes mesmo 
de ter nascido. Temos que ter sempre 
isso muito claro nossa missão de profetas 
anunciadores inclusivos. 
• “Semelhantemente, vós outros que sois 
mais jovens, sede submissos aos anciãos. 
Todos vós, em vosso mútuo tratamento, 
revesti-vos de humildade; porque Deus 
resiste aos soberbos, mas dá a sua graça 
aos humildes (Pr 3,34).” 
• “Nada façais por espírito de partido ou 
vanglória, mas que a humildade vos ensine 
a considerar os outros superiores a vós 
mesmos.” (Fil 2,3).
51 
• “Portanto, como eleitos de Deus, santos 
e queridos, revesti-vos de entranhada 
misericórdia, de bondade, humildade, 
doçura, paciência.” (Colos 3,12). 
• “Assim como o Filho do Homem veio, 
não para ser servido, mas para servir e dar 
Sua vida em resgate por uma multidão.” 
(Mt 20,28). 
• Vivemos em comunidade não para 
sermos servidos, mas sim para servir 
aqueles que o Senhor mesmo confiou a 
nós para vivermos como irmãos. E como 
servir: 
• “Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, 
vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos 
os pés uns aos outros.” (Jo 13,14) 
Devemos seguir os ensinamentos deixados 
por Jesus, como exemplo: 
• Amar os outros, como a nós mesmos. 
• Viver o perdão, acolhida e reconciliação 
em comunidade. 
• Cuidar dos ambientes para o outro. 
• Saber escutar. 
• Falar na hora certa. 
• Respeitar os espaços do outro, todas as 
pastorais da paróquia utilizam as salas de 
encontros em que acontecem os encontros 
da catequese.
CATEQUESE INCLUSIVA 52 
Para finalizar este artigo é fundamental 
que o(a) catequista viva o amor em si, 
entre os irmãos, na sua própria família, 
pois é muito fácil e bonito o(a) catequista 
pregar sobre o amor nos encontros de 
catequese e dentro de casa e na sua 
própria família estar em divisão, com 
falta de perdão e diálogo. O(A) catequista 
não pode viver desse lema: “Faça o que 
eu digo, mas não faça o que faço”; muito 
pelo contrário, deve viver embasada nesta 
passagem: o Amor de Cristo reuniu para 
se tornarem uma só coisa um grande 
número de discípulos a fim de que, como 
Ele e graças a Ele, no Espírito, pudessem, 
através dos séculos, responder ao amor 
do Pai, amando-o “com todo o coração, 
com toda a alma e com todas as forças” 
(Dt 6, 5) e amando o próximo “como a si 
mesmos” (cf. Mt 22, 39). 
Catequistas, guardem isto: se cada um 
de vocês catequistas não estiverem 
em sintonia entre si, ou seja, vivendo 
a unidade e a comunhão de ações e 
pensamentos, e acima de tudo isso a 
oração, não terá como o Espírito Santo 
agir na unidade, o Espírito Santo não age 
na divisão. Pela unidade, a catequese 
terá mais frutos e vocês catequistas serão 
vocacionados felizes e comprometidos e 
compromissados com a causa inclusiva. 
Para cada um de vocês, Deus deixa a 
seguinte mensagem no livro de Josué*: 
1,7 “Tem ânimo, pois, e sê corajoso para 
cuidadosamente observares toda a lei que 
Moisés, meu servo, te prescreveu. Não te 
afastes dela nem para a direita nem para a 
esquerda, para que sejas feliz em todas as 
tuas empresas”. 1,8 “Traze sempre na boca 
(as palavras) deste livro da lei; medita-o 
dia e noite, cuidando de fazer tudo o que 
nele está escrito; assim prosperarás em 
teus caminhos e serás bem-sucedido.” 1,9 
“Isto é uma ordem: sê firme e corajoso. 
Não te atemorizes, não tenhas medo, 
porque o Senhor está contigo em qualquer 
parte para onde fores.” 
Thaís Rufatto dos Santos 
Thaís Rufatto dos Santos é Pedagoga, 
Psicopedagoga, Pós Graduada em Educação 
Especial, Consultora em Educação Inclusiva. 
Coordenou a Pastoral da Pessoa com Deficiência, 
na Diocese de Santo Amaro - SP. É autora de livros 
voltados à Catequese Inclusiva. Ministra palestras 
em Paróquias e Dioceses. 
Contato: thaisrdossantos@gmail.com
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CATEQUESE PERSONALIZADA 54 
ELEMENTOS PARA 
UMA CATEQUESE 
PERSONALIZADA 
O ENCONTRO ENTRE 
JESUS E ZAQUEU 
por João Melo
Acatequese de inspiração catecumenal 
não pressupõe que os iniciandos já 
estejam evangelizados ou que sequer 
conheçam Jesus, “esse pressuposto não 
só deixou de existir, mas frequentemente 
acaba até negado” (Porta Fidei, 2). A 
catequese que busca responder de 
forma adequada ao desafio de anunciar 
a Boa Nova de Jesus nos dias de hoje é 
consciente de que aqueles que chegam 
a nós para serem catequizados, sejam 
adultos, jovens ou crianças, muitas vezes 
– e cada vez mais – não receberam o 
primeiro anúncio de Jesus Cristo, portanto, 
não têm ainda uma adesão à fé Nele 
como o sentido maior e último de suas 
vidas. Antes de aprofundar ou educar a fé 
é preciso primeiro que haja adesão à fé, 
portanto, ela precisa ser despertada! A fé 
é um dom de Deus, mas é também uma 
resposta do homem. Como poderíamos 
aprofundar por meio da catequese o 
conteúdo da fé, a doutrina com um 
iniciando que a fé em Jesus ainda não 
foi acolhida? Não há como! Precisamos 
começar pelo que é essencial, o que é mais 
importante, Jesus Cristo, Filho de Deus que 
nos ama, veio ao mundo e por Seu mistério 
de paixão, morte e ressurreição nos salva e 
oferece a todos aqueles que Nele creem a 
vida eterna (cf. Jo 3, 16-21). Então, a nossa 
preocupação precisa ser antes essa: como 
suscitar em nossos iniciandos a fé em 
Jesus Cristo? A resposta: anunciando Jesus 
Cristo! Precisamos ajudá-los a fazerem a 
experiência pessoal do encontro com o 
Filho do Deus vivo. 
No processo catequético de iniciação 
à vida cristã isso implica em “grande 
atenção às pessoas, com atendimento 
personalizado” (Diretrizes Gerais da Ação 
Evangelizadora da Igreja no Brasil 201- 
2015, 87). Trata-se, portanto de assumir 
novas práticas pastorais que possam 
corresponder a essa urgência de iniciar as 
pessoas a partir do primeiro anúncio de 
Jesus Cristo morto e ressuscitado à fé e à 
vida cristã. Tal tarefa se fará por meio do 
diálogo, da proximidade, da reflexão sobre 
a experiência de vida, da amizade e do 
anúncio explícito do Evangelho de forma 
pessoal e personalizada a cada pessoa 
inicianda. De fato, todos trazem em si “o 
desejo e a capacidade de encontro com 
a Palavra de Deus, que o próprio Espírito 
Santo suscita” (idem). De modo prático, 
isso implica em um novo perfil de agente 
evangelizador, o Ministério dos Introdutores 
(cf. idem, 42). 
55
CATEQUESE PERSONALIZADA 56 
O Evangelho de São Lucas nos apresenta 
um episódio em que o cobrador de 
impostos Zaqueu faz a experiência pessoal 
de encontro com Cristo. Essa narrativa 
é baluarte e modelo para nós porque 
está carregada de elementos para uma 
catequese personalizada que se preocupa 
em fazer – ou repetir – o primeiro anúncio 
aos iniciandos. Nesse texto, precisamos 
olhar para Jesus Mestre, que é a razão de 
ser de nossa ação catequética, modelo 
de catequista e, como veremos, também 
de introdutor. Os gestos, a palavra e a 
vida de Jesus são inspiradores da nossa 
ação pastoral. É Dele que aprendemos a 
evangelizar e catequizar e é por Ele, para 
que se torne conhecido e amado e para 
que Sua proposta de salvação e de adesão 
ao Reino de Deus seja realidade no hoje e 
plenitude na vida eterna, que realizamos 
qualquer ação pastoral. Nesse sentido é 
que vemos Nele a identidade do introdutor 
e sua ação catequética. 
Primeiro, vejamos todo o episódio bíblico 
em Lucas 19, 1-10. 
“Jesus entrou em Jericó e estava 
atravessando a cidade.” (Lucas 19,1) 
Jericó era uma cidade conhecida, Jesus 
vai até lá e caminha no meio do povo, pela 
cidade... é Ele que possibilita o encontro 
Consigo, criar as condições. A iniciativa é 
Dele porque o primeiro amor é Dele, que 
nos amou primeiro e por isso nos atrai a 
Si (cf. 1 Jo 4,10). É ele a entrar nos lugares 
que nos encontramos. 
“Morava ali um homem rico, chamado 
Zaqueu que era chefe dos cobradores de 
impostos.” (Lucas 19,2) 
O evangelista nos narra QUEM era 
Zaqueu, seu nome, o que fazia (era 
cobrador de impostos), como era (homem 
de baixa estatura), onde morava (cidade 
de Jericó)... E Jesus chama Zaqueu pelo 
nome, ou seja, Jesus sabe quem ele é, Ele 
conhece Zaqueu. O chamado do introdutor 
e do catequista é a conhecer, aproximar-se, 
ir ao encontro e criar um vínculo de 
amizade sadia com o iniciando. Saber 
quem ele é, sua história, suas motivações, 
e deixar-se conhecer por ele também. 
“Ele estava tentando ver quem era Jesus, 
mas não podia, por causa da multidão, 
pois Zaqueu era muito baixo.” (Lucas 19,3) 
Como em Zaqueu, há em nós uma sede de 
VERDADE, um desejo de Deus, pois só Ele 
confere pleno sentido à vida... Muitas vezes 
não sabemos direito ou não identificamos 
isso em nós, mas todo ser humano “buscar 
ver” algo que faça sentido, que fale ao 
nosso coração inquieto. Mas há “multidões 
de ruídos” que atrapalham o encontro com 
o Cristo, muitos, por isso, são de “baixa 
estatura” na fé. 
“Então correu adiante da multidão e subiu 
numa árvore para ver Jesus, que devia 
passar por ali.” (Lucas 19,4) 
O texto diz que Zaqueu CORREU, ou seja, 
ele fez um percurso, um caminho... A 
catequese, a iniciação à vida cristã é o 
caminho a ser percorrido para “ver Jesus”. 
Como está o caminho que propomos aos 
nossos iniciandos? 
Zaqueu subiu em uma árvore para 
conseguir ver Jesus. A árvore foi o 
instrumento que para ele foi necessário 
para deixar de estar “em baixa estatura”, 
inclusive de fé...
57 
Nossa catequese é esse instrumento 
– árvore – para os nossos iniciandos 
aproximarem-se de Jesus. A catequese 
iniciática é instrumento que facilita o 
encontro pessoal do iniciando com a 
pessoa de Jesus Cristo, mas ela haverá de 
prepará-lo para continuar em busca do 
mesmo Cristo, para o discipulado, para 
a catequese permanente! Um dia, nosso 
iniciando “descerá da árvore”, queremos 
que seja para seguir Jesus... 
“Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou 
para cima e disse a Zaqueu: ‘Zaqueu, 
desça depressa, pois hoje preciso ficar na 
sua casa’.” (Lucas 19, 5) 
O olhar penetrante de Jesus expressa Seu 
desejo de estar na casa, na intimidade, 
na vida de quem O encontra. Jesus diz 
que PRECISA ficar na casa de Zaqueu, 
Ele quer estar lá. O exemplo de Jesus nos 
impulsiona a promover uma catequese 
personalizada, familiar, no lar, na casa, 
especialmente por meio do ministério dos 
introdutores. 
O ministério dos introdutores é responsável 
por fazer o primeiro anúncio de Jesus 
Cristo – o primeiro tempo do itinerário 
da iniciação à vida cristã. Os introdutores 
são pessoas que conhecem o iniciando, 
acompanham e são testemunhas de sua 
caminhada de fé e desejo de celebrar 
os sacramentos. Agem como padrinho 
ou madrinha, mas não precisam 
necessariamente sê-lo (cf. RICA, 42). 
São membros das diversas pastorais 
e movimentos da comunidade que 
acompanham de forma personalizada 
a cada um dos iniciandos nessa fase 
inicial que antecede a catequese. Na 
maior parte das vezes, esse atendimento 
personalizado prestado pelos introdutores 
é feito nas casas dos iniciandos, com hora 
marcada e no caso das crianças, com a 
presença da família. 
“Zaqueu desceu depressa e o recebeu na 
sua casa, com muita alegria.” (Lucas 19,6) 
Diante da Palavra de Jesus, Zaqueu tem 
uma atitude... Acolhe a Palavra e isso 
lhe traz grande alegria, é a Alegria do 
Evangelho (cf. Evangelii Gaudium, 1), 
característica própria do cristão. Como 
motivar os nossos iniciandos e suas 
famílias para acolherem a Palavra de 
Jesus? Como contagiá-los com a alegria de 
ser cristão? 
“Todos os que viram isso começaram a 
resmungar: ‘Este homem foi se hospedar 
na casa de um pecador!’.” (Lucas 19,7) 
Muitos não compreendem e por isso 
reagem de forma negativa. A atitude de 
Jesus é incompreendida, por muitos não 
é aceita. A proposta de um processo de 
catequese de inspiração catecumenal não 
é fácil. Articular dentro da catequese um 
processo personalizado e pessoal exige 
ter a atitude de Jesus que mesmo na 
incompreensão da comunidade persistiu.
CATEQUESE PERSONALIZADA 58 
“Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: 
‘Escute, Senhor, eu vou dar a metade 
dos meus bens aos pobres. E, se roubei 
alguém, vou devolver quatro vezes mais’.” 
(Lucas 19,8) 
Zaqueu, que encontrou com Jesus e 
acolheu Sua Palavra, agora O chama de 
SENHOR. Jesus ocupa a centralidade da 
sua vida. O encontro com Jesus possui 
uma dimensão transformadora, leva 
à ação. Zaqueu age para o bem e por 
meio de atitudes concretas. A catequese 
é educação da fé comprometida com 
a realidade, gera conversão pessoal e 
transformação da realidade. 
“Então Jesus disse: ‘Hoje a salvação entrou 
nesta casa, pois este homem também é 
descendente de Abraão’.” (Lucas 19,9) 
A salvação alcança Zaqueu, que permite 
ser alcançado. Jesus diz que Zaqueu é 
filho de Abraão, ou seja, que ele pertence 
ao povo escolhido, à comunidade dos 
filhos de Deus. Por meio do processo 
catequético nossos iniciandos e 
suas famílias são inseridos em nossa 
comunidade, cresce neles a consciência 
de serem também Igreja. Quais os espaços 
e a acolhida que eles encontram em nossa 
comunidade? 
“Porque o Filho do Homem veio buscar e 
salvar quem está perdido.” (Lucas 19,10) 
Ser introdutor, ser catequista é cumprir o 
mandato de Jesus de ir e anunciar a Boa 
Nova (cf. Mt 28, 19-20), é contribuir para a 
realização do Reino de Deus. O objetivo da 
Catequese é fazer discípulos missionários 
de Jesus Cristo.
59 
Diretrizes para uma 
catequese personalizada 
Abrir-se a ação do Espírito Santo e ao 
1 
dom da humildade, pois é Jesus que nos 
atrai a si; 
Conhecer os iniciandos e sua família, 
2 
sua realidade, o que pensam, o que 
fazem, etc.; 
Anunciar o Evangelho de forma 
3 
pessoal e particular a partir de uma 
interação entre fé e vida; 
Revisar o itinerário ou o tipo de 
4 
catequese que estamos propondo; 
Promover uma catequese iniciática que 
5 
depois se torne discipulado por meio de 
uma catequese permanente; 
Instituir o ministério dos introdutores; 
Perseverar mesmo em meio às 
6 
7 
dificuldades e incompreensões da 
comunidade; 
Encorajar uma catequese que seja 
8 
educação da fé comprometida com a 
realidade; 
Articular a catequese de modo que os 
9 
iniciandos sejam inseridos na comunidade 
e percebam que pertencem a Igreja; 
Conscientizar e pautar as ações 
10 
pastorais a partir do objetivo da catequese 
que é fazer discípulos missionários de 
Jesus Cristo. 
João Melo 
Seminarista da Arquidiocese 
de São Paulo. Especialista 
em Catequese pelo UNISAL-SP 
e acadêmico do curso de 
pós-graduação em Ensino 
Religioso Escolar pelo mesmo 
instituto. É membro da Comissão 
Arquidiocesana de Animação 
Bíblico-Catequética da 
Arquidiocese de São Paulo.
TEATRO NA CATEQUESE 60 
Arte e vida 
à luz 
da Palavra 
por Erivandra Marques
61 
Ao catequista que se lança no Espírito 
Santo para usar o teatro na propagação 
do Evangelho nunca faltará fonte de 
inspiração. A Palavra de Deus é eterno 
suporte para criar oportunidades cênicas. 
Um único versículo, ou parte dele, pode ser 
a origem de uma história bem parecida com 
a de muitas pessoas! 
A depender dos intérpretes, os 
ensinamentos da Palavra podem chegar 
e se instalar, por meio da encenação, em 
áreas da vida que, talvez, numa leitura 
comum do texto bíblico, ainda que 
meditada, eles não alcançassem. 
Por que investir no teatro bíblico? Primeiro, 
porque histórias encenadas dão vida a 
personagens que são pouco explorados 
numa leitura comum e, segundo, porque 
o mundo lá fora investe em teatro secular 
e teatro satânico. A Palavra de Deus deve 
nos levar a combater todos os meios de 
transmissão de mensagem num nível 
superior de investimento em relação ao 
mundo, pois o trabalho do catequista-evangelizador 
é resgatar almas para 
Deus! Por isso, nada de pensar que teatro 
na igreja não deve ser feito por exigir 
muito esforço e dedicação prévios! Isso 
não deve passar pela cabeça dos que se 
comprometem com Cristo! Vejamos o 
que Paulo, que interpretou estar morto 
(Atos 14, 19-20) – visto que não tinha 
acabado sua missão, por isso não era hora 
de morrer – diz na 2ª Carta a Timóteo 4, 
2-4: “Prega a palavra, insiste oportuna e 
inoportunamente, repreende, ameaça, 
exorta com toda a paciência e empenho 
em instruir. Porque virá o tempo em que os 
homens já não suportarão a sã doutrina da 
salvação. Levados pelas próprias paixões 
e pelo prurido de escutar novidades, 
ajustarão mestres para si. Apartarão os 
ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. 
Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente 
nos sofrimentos, cumpre a missão de 
pregador do Evangelho, consagra-te ao teu 
ministério”. 
Chegamos ao tempo das fábulas! O que 
é oportuno? O que é inoportuno? Se é 
inoportuno investir tempo e dinheiro para 
dinamizar a transmissão da Palavra de 
Deus, façamo-lo mesmo assim! As pessoas 
tendem a seguir as mensagens mais 
atrativas! Por isso o texto bíblico pode e 
deve ser trabalhado de forma teatral. O 
texto sagrado que comumente é esquecido 
e empoeirado nas estantes é o mesmo que 
ganha e dá vida, e vida em abundância! 
Erivandra Marques 
Catequista de Primeira Comunhão 
Paróquia Senhor do Bonfim 
Maceió, AL 
Ainda é tempo 
de voltar 
(Mt 11,28) 
TOQUE PARA BAIXAR
TEOLOGIA 64
A Globalização 
numa visão 
teológica 
por Márcio Oliveira Elias 
A globalização é um fenômeno cultural 
recente, mas sua realidade é bem mais 
remota, podemos perceber as suas raízes 
no alvorecer da cultura da razão e da palavra 
na Antiguidade, emergindo em profusão na 
explosão das tecnologias da comunicação 
no mundo contemporâneo. Podemos situar 
uma via de origem no Extremo Oriente, onde 
a figura dos pensadores criou um caminho 
para a reflexão da potencialidade humana, 
despontado o anseio abrangente do homem. 
Outra via originária encontramos na Grécia dos 
filósofos, onde se forjou o logos que penetrou 
pelos caminhos abertos da razão universal. 
Estava lançada a semente da incessante busca 
pelo conhecimento, que formatou nossa cultura 
ocidental e que gestou a atual globalização. 
65
TEOLOGIA 66 
O cristianismo, com sua clara vocação 
universal, chega nos dias atuais aos 
mais longínquos recantos do planeta, 
mas a consciência da expansão firma-se, 
sobretudo, na esfera ocidental, onde 
sua doutrina de fé lançou mais fundo as 
suas raízes. A globalização nos tempos 
modernos está provocando uma nova 
forma de contato da fé cristã com outras 
formas culturais e religiosas; esta é a 
novidade da questão atual. 
Em tempos de modernidade e pós-modernidade 
a globalização se manifesta 
com um paradoxo marcado pela 
continuidade de alguns valores naturais, 
como a liberdade, e a ruptura de outros 
diante da lógica da flexibilidade e da 
pluralidade, como é o caso do relativismo. 
Tudo isso se manifesta no estado atual do 
comportamento humano, nas expressões 
religiosas e na estética social e cultural. 
Diante desse contexto, surge a 
preocupação de formular uma teologia 
que, seguindo sua lógica da universalidade 
histórica, deve ser contemporânea e 
Outra fonte globalizante poderá ser 
apontada no Oriente Médio, onde 
os profetas promulgavam a Palavra 
transcendente de Deus, que também 
possui cunho universal. “As nações 
caminharão para a Tua luz, e os reis, para 
o clarão da Tua aurora”, diz o profeta 
Isaías (60 1-3). No seguimento dessa 
proclamação profética, essa mentalidade 
universal amplia-se pelo mundo, refletindo 
a consciência de uma comunidade 
nascente, que recebe de Cristo uma 
missão: “Ide por todo o mundo e pregai o 
Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). 
A caminhada histórica foi demonstrando 
que a cultura ocidental tem interiorizada 
uma consciência globalizante, em que se 
situam sonhos e desejos universalistas, 
bem como uma tendência expansionista 
nos campos político, econômico e cultural. 
O mundo torna-se hoje uma “aldeia 
global”, onde o planeta se apresenta 
para o homem como um espaço único e 
privilegiado, dominado pela tecnologia 
da comunicação em tempo real. Nesse 
diapasão o Evangelho também deve se 
propagar em tempo real.
relevante, objetivando a compreensão 
do próprio indivíduo e seu coletivo, visto 
que a questão de Deus, enquanto uma 
profissão de fé passa invariavelmente 
pelas questões essenciais da existência 
humana. 
O pensar teológico em tempos 
globalizantes não pode se colocar à 
margem das angústias e esperanças 
do homem. A Revelação se apresenta 
gratuitamente na história humana; uma 
história marcada por contradições e 
ambiguidades, mas que é caminho para 
o diálogo da teologia com a razão, no 
círculo hermenêutico do conhecimento e 
da religiosidade. A fé cristã se reinterpreta 
num processo interminável, pois cada vez 
lhe surge um novo encontro com a graça 
do Mistério. 
A afirmação evangélica deverá consolidar 
e aprofundar o diálogo da teologia 
com as ciências humanas, que já está 
consolidado desde o Concílio Vaticano 
II, na constituição pastoral Gaudium et 
spes, que analisa a situação do mundo, 
os dramas humanos e os desafios que 
emergem para a fé cristã, com a finalidade 
de oferecer uma reflexão teológica em 
melhores condições de compreender 
sistemática e rigorosamente o ser 
humano, no seu atual momento histórico. 
Temos de ressaltar que a globalização 
alavanca os fenômenos do relativismo, 
do nivelamento religioso rasteiro, do 
sincretismo amalgamado, com sérias 
consequências para uma abertura 
da consciência teológica ao diálogo 
com o mundo. A globalização não 
é um fluxo da cultura dominante e 
massificante tão somente, mas também 
um circular frenético de todo exotismo 
cultural possível e imaginável, talvez 
até inimaginável. E assim as mais 
diversas facções religiosas lançam 
suas expressões, habitualmente soltas 
e descoladas, em que cada sujeito as 
apreende como quer, quando quer e aonde 
lhe satisfizer individualmente. 
Alguns fenômenos contemporâneos 
chamam mais a atenção, porquanto 
conhecer o mundo moderno demanda 
a necessidade de uma visão mais 
67
TEOLOGIA 68 
abrangente e profunda, para captar e 
interpretar os “sinais dos tempos”, em 
face da exacerbação da subjetividade, 
do individualismo, em que a crise de 
identidade pessoal chega às raias do 
patológico e da insegurança existencial. 
A aldeia global eliminou distâncias, mas 
criou abismos com a pasteurização e 
a perda da memória cultural, gerando 
pseudovalores, inibindo assim o senso 
crítico e a criatividade. 
Os tempos globais nos desafiam a 
proclamar uma Nova Evangelização, 
na qual devemos encontrar Jesus na 
alteridade, apesar de todas as dificuldades 
que existem, apesar de algumas muitas 
pessoas não viverem coerentemente 
sua fé. Mas somos os comunicadores 
do Cristo, numa sociedade que muitas 
vezes encontra-se distante de Deus, 
que não percebe a falta Dele como uma 
ausência. Nós, portanto, precisamos 
ser sempre mais capazes e dispostos a 
nos aproximarmos uns dos outros, para 
transmitir nossa alegria como primeira 
experiência que devemos manifestar: a 
alegria de ter encontrado Jesus. 
O Evangelho nos pede que sejamos 
coerentes com o nosso testemunho, 
apesar das dificuldades, dos nossos 
limites, das nossas contradições; o que 
conta, na verdade, é o nosso modo de 
celebrar a vida e lutar por ela. Nesse 
sentido a globalização favorece a profusão 
do testemunho, pois nela ocorre um 
aumento do intercâmbio cultural de 
diversos matizes, sendo importante para 
ampliar a visão de mundo nos indivíduos, 
que assim podem passar a conhecer e 
respeitar outras realidades culturais e 
sociais. A globalização também pode fazer 
fluir um sentimento de integração, em que 
muitas pessoas passam a se sentir cidadãs 
do mundo, numa unidade na diversidade, 
numa fraternidade possível, no sonho 
cristão de sermos uma única família. 
Referências: 
Por uma nova razão teológica. A teologia na 
pós-modernidade. Professor Paulo Sérgio Lopes 
Gonçalves. 
Globalização e o impacto sobre a fé. Pe. João 
Batista Libanio, sj. Desafios da globalização. 
Márcio Oliveira Elias 
Advogado, Teólogo e Professor. 
Atua na formação permanente de 
agentes pastorais e fiéis leigos na 
Diocese de Cachoeiro de Itapemirim/ 
ES, sendo coordenador do Instituto 
de Ciências Humanas Evangelii 
Gaudium, instituição formativa de 
denominação católica, que tem por 
objetivo precípuo produzir e difundir o 
conhecimento da Doutrina Cristã.
MATÉRIA DE CAPA 70 
coração
71 
de TOQUE 
NO CORAÇÃO 
CONHEÇO 
UM CORAÇÃO 
PADRE JOÃOZINHO 
CATEQUISTA 
por Moacir Beggo
MATÉRIA DE CAPA 72 
Agosto é celebrado na Igreja como 
mês vocacional por excelência. A 
palavra vocação vem do latim vocare, 
que quer dizer chamado, ou, na melhor 
definição bíblica, “Antes de formar-te no 
ventre de tua mãe Eu te conhecia e te 
escolhi” (Jr 1,5). 
A esse chamado vemos sacerdotes, 
religiosas e religiosos, pais e mães, 
leigos, leigas e catequistas respondendo 
com alegria. Fazem de suas vidas oferta, 
oblação e entrega. 
De forma especial, destacamos nesta 
edição especial os catequistas, que são 
lembrados no último domingo de agosto 
de 2014. 
Para o Papa Francisco, o ser catequista 
não vive separado do amor. “Amor sempre 
mais forte por Cristo, amor pelo seu povo 
santo. E este amor, necessariamente, 
parte de Cristo.” 
Durante a Jornada dos Catequistas, em 
setembro do ano passado, o Papa explicou 
como age o coração do catequista. 
Segundo Francisco, ele vive sempre o 
movimento de “sístole-diástole”: união 
com Jesus, encontro com o outro. “Se falta 
um destes dois movimentos não bate mais, 
não vive. Recebe como dom o querigma, e 
por sua vez o oferece como dom. É esta a 
natureza do próprio querigma: é um dom 
que gera missão, que impulsiona sempre 
para fora de si mesmo. São Paulo dizia: ‘O 
amor de Cristo nos impulsiona’, mas este 
‘nos impulsiona’, pode se traduzir também 
em ‘nos possui’. É assim: o amor te atrai 
e te envia, te toma e te doa aos outros. 
Nesta tensão se move o coração do cristão, 
em particular o coração do catequista”, 
disse o Papa.
73 
Na raiz da palavra, catequizar, catá-ekhéi, 
em seu sentido original, significa 
“fazer ressoar aos ouvidos”; no Segundo 
Testamento podemos afirmar que catequese 
significa formar, instruir, ensinar de viva voz. 
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, 
“a finalidade definitiva da catequese é 
levar à comunhão com Jesus Cristo: só ele 
pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e 
fazer-nos participar da vida da Santíssima 
Trindade”. 
No parágrafo 427 do Catecismo, a 
definição de catequese e catequista: “Na 
catequese, é Cristo, Verbo Encarnado e 
Filho de Deus, que é ensinado – todo o 
resto está em relação com Ele; e somente 
Cristo ensina; todo outro que ensine, 
fá-lo na medida em que é seu porta-voz, 
permitindo a Cristo ensinar por sua boca... 
Todo catequista deveria poder aplicar a 
si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: 
‘Minha doutrina não é minha, mas daquele 
que me enviou’ (Jo 7,16)”. 
Ser catequista... 
TOQUE 
NOS CORAÇÕES 
PARA LER OS 
DEPOIMENTOS
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Catequese, fé e inspiração na revista Sou Catequista

  • 1. NESTA EDIÇÃO: A Catequese do Bom Pastor PÁG 40 O que alguns católicos não notaram no último sucesso da Disney PÁG 95 Sou catequista de Primeira Comunhão... E agora? PÁG 35 CONFIRA NESTA EDIÇÃO: CATEQUESE & BRINCADEIRA PÁG. 26 A CATEQUESE DE PRIMEIRA COMUNHÃO NA VIDA DAS CRIANÇAS PÁG. 34 ELEMENTOS PARA UMA CATEQUESE PERSONALIZADA PÁG. 54 UNIVERSIDADE MONSTROS PÁG. 95
  • 2. Guia de Navegação para Tablets e Smartphones
  • 3.
  • 4. NESTA EDIÇÃO: A Catequese do Bom Pastor PÁG 40 CONFIRA NESTA EDIÇÃO: CATEQUESE & BRINCADEIRA O que alguns católicos não notaram no último sucesso da Disney PÁG 95 Sou catequista de Primeira Comunhão... E agora? PÁG 35 Edição 6 / Ano 2 / Agosto 2014 Direção geral: Sérgio Fernandes Consultor Eclesiástico: Pe. José Alem Matéria de capa: Moacir Beggo Revisão: Marcus Facciollo Projeto gráfico: Agência Minha Paróquia Diagramação: Renan Trevisan Desenvolvimento WEB: Marcos Antônio e Matheus Moreira Atendimento: Ana Elisa Prado Comercial: Adriana Franco Banco de imagens: Shutterstock A revista digital Sou Catequista é uma publicação da agência Minha Paróquia, disponível gratuitamente para smartphones e tablets nas plataformas IOS e Android. Os conteúdos publicados são de responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a visão da agên-cia Minha Paróquia. É permitida a reprodução dos mesmos desde que citada a fonte. O conteúdo dos anúncios é de total responsabilidade dos anunciantes. Editorial Estamos em festa! Agosto é o mês que celebramos as vocações, o dia do catequista (24) e 1 ano de publicação da revista Sou Catequista. São 3 temas que partem do mesmo princípio: GENEROSIDADE. Tudo o que fazemos em prol da Igreja exige um coração disposto a servir. O vocacionado aprende em seu percurso que deve se desapegar cada vez mais de suas vontades, interesses, para que seja o próprio Deus a conduzí-lo para a realização da vontade dEle. Não se chega dizendo “eis-me aqui para fazer de tal jeito”, o vocacionado de verdade diz “eis-me aqui para fazer a Sua vontade, Senhor”. Se estamos completando este tempo de trabalho pela formação dos catequistas é por graça de Deus. Os desafios não foram poucos. Aprendemos bastante e conquistamos resultados incríveis. Tudo isso não simplesmente por méritos próprios, mas porque buscamos dar o nosso melhor para que Deus iluminasse e tornasse fértil. O projeto Sou Catequista existe há 5 anos, começou com o portal, depois veio a rede social e mais adiante a revista digital. Em breve virá a plataforma de cursos e tudo mais o que Deus nos inspirar. A matéria de capa, com o título “Coração de Catequista” fala sobre esses corações inspirados, cheios de ideias e muito amor a Deus. Que contagiam outros corações com esse amor. Que esta edição seja bastante inspiradora para você na realização dessa vocação. E feliz dia dos catequistas! Sérgio Fernandes Direção geral sou catequista sou catequista PÁG. 22 A CATEQUESE DE PRIMEIRA COMUNHÃO NA VIDA DAS CRIANÇAS PÁG. 29 ELEMENTOS PARA UMA CATEQUESE PERSONALIZADA PÁG. 50 UNIVERSIDADE MONSTROS PÁG. 95 www.soucatequista.com.br facebook.com/soucatequista twitter.com/soucatequista
  • 5. NESTA EDIÇÃO Para ler a revista, O CATECISMO RESPONDE 60 64 87 A VOZ DA IGREJA O ESPÍRITO DOS EVANGELIZADORES Cardeal Odilo Pedro Scherer TEATRO NA CATEQUESE ARTE E VIDA À LUZ DA PALAVRA Erivandra Marques 70 PAPA FRANCISCO O QUE É FAMÍLIA PARA O PAPA FRANCISCO NOSSOS LEITORES DE CATEQUISTA PARA CATEQUISTA Rosilana Negoseki Foggiatto e Jaqueline CATECINE UNIVERSIDADE MONSTROS David Ives EVENTOS A VOZ DA IGREJA INICIAÇÃO CRISTÃ A PREPARAÇÃO DA CATEQUESE Liana Plentz CATEQUESE INFANTIL CATEQUESE & BRINCADEIRA Gilson P. Júnior QUAL A IMPORTÂNCIA DA CATEQUESE DE PRIMEIRA COMUNHÃO NA VIDA DAS CRIANÇAS? Roberto Garcia CATECUMENATO INICIAÇÃO CRISTÃ COM INSPIRAÇÃO CATECUMENAL Adriana Amorim CATEQUESE INCLUSIVA CINCO PILARES DA EVANGELIZAÇÃO INCLUSIVA Thaís Rufatto CATEQUESE PERSONALIZADA ELEMENTOS PARA UMA CATEQUESE PERSONALIZADA João Melo 8 12 MATÉRIA DE CAPA CORAÇÃO DE CATEQUISTA Moacir Beggo 88 94 TEOLOGIA A GLOBALIZAÇÃO NUMA VISÃO TEOLÓGICA Márcio Oliveira Elias 92 98 100 16 26 34 36 42 54 deslize para as próximas páginas ou toque nos itens do índice.
  • 6. INOVAÇÃO, CRIATIVIDADE E PROFISSIONALISMO A SERVIÇO DA IGREJA Conheça a agência que está conquistando as paróquias, dioceses e províncias do Brasil e é referência em qualidade e bom atendimento. “Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos do ambiente digital.” Papa Francisco Mensagem pelo Dia Mundial das Comunicações – 2014 NOVOS TEMPOS, NOVOS DESAFIOS E MUITAS OPORTUNIDADES Com quase 10 anos de atuação e grandes projetos lançados, a agência Minha Paróquia está fazendo história como colaboradora da Igreja no desafio de comunicar no ambiente digital. SOMOS JOVENS E CRIATIVOS Nossa equipe é formada por jovens profissionais qualificados nas áreas de tecnologia da informação, design e comunicação, que são entusiasmados pelo que fazem e estão sempre em busca de ideias inovadoras e adequadas ao setor em que atuam. BUSCAMOS OS MESMOS OBJETIVOS Nosso objetivo principal é auxiliar a Igreja na comunicação da Boa Nova de Cristo. Ao nos contratar, você terá mais do que uma empresa prestando um serviço, terá um parceiro que se empenhará ao máximo para que a missão seja cumprida de forma efetiva. OFERECEMOS SOLUÇÕES Além de nossa estrutura técnica, contamos com a consultoria de sacerdotes de diferentes dioceses que colaboram conosco na melhoria e ampliação de nossos serviços para que estejam mais de acordo com a sua necessidade. EM SINTONIA COM A IGREJA Estamos engajados com a Igreja de forma objetiva desenvolvendo produtos e serviços gratuitos (Rota Católica, Sou Catequista), dando suporte a iniciativas oficiais da CNBB e diversos projetos sociais. COMPETÊNCIA COMPROVADA Acesse minhaparoquia.com.br/resultados e conheça os cases, reconhecimentos e prêmios recebidos pela agência em projetos inovadores que deram o que falar. Principais clientes e apoiadores entre dioceses, congregações, entidades da CNBB, empresas e associações:
  • 7. Vamos trabalhar juntos? Contate-nos agora mesmo! (19) 3241 0654 contato@minhaparoquia.com.br facebook.com/agenciaminhaparoquia SEDE CRIATIVA Rua Flávio de Carvalho, 1.410, Jardim Eulina CEP 13063-390 – Campinas, SP Expediente: de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h. ATENDIMENTO COMERCIAL Rua Heliodora,118, Santana – São Paulo, SP (11) 3455 7631 / (11) 99679 9545 (Vivo) adriana@minhaparoquia.com.br representantes Rio de Janeiro: (21) 8076 4509 maffei@minhaparoquia.com.br Brasília: (61) 8221 7384 tarcisio@minhaparoquia.com.br Fortaleza: (85) 8103 7458 duda@minhaparoquia.com.br Divulgue esta ideia inovadora nos representando em sua diocese! Oferecemos ótimas comissões e premiações. Envie seu currículo para contato@minhaparoquia.com.br. ESTAMOS UNIDOS AO PAPA FRANCISCO POR UMA “COMUNICAÇÃO A SERVIÇO DE UMA AUTÊNTICA CULTURA DO ENCONTRO”. A AGÊNCIA DAS PARÓQUIAS DO BRASIL Com mais de 180 paróquias atendidas, mais de 900 projetos lançados e serviços exclusivos, a agência Minha Paróquia é a favorita das comunidades católicas para a parceria em ações de comunicação. AMPLIAÇÃO e NOVA SEDE Após seus primeiros anos de trabalho na capital de São Paulo, a agência expandiu sua estrutura inaugurando uma nova sede criativa na cidade de Campinas, com escritórios de atendimento em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Fortaleza. METODOLOGIA Para melhor atender os nossos clientes, desenvolvemos uma metodologia de trabalho dinâmica, com transparência nos prazos e atenção à qualidade em cada atividade. BRIEFING Ao nos contatar, enviaremos um questionário com algumas perguntas que nos ajudarão a compreender a sua necessidade. ORÇAMENTO & CONTRATO Será enviada uma proposta de orçamento. Após aprovada, fecharemos um contrato e será paga a primeira parcela do serviço. PRODUÇÃO O projeto será desenvolvido com metodologia específica para o tipo de serviço (ex.: envio de pré-layout para aprovação). ENTREGA & LANÇAMENTO Com a aprovação final e quitada a última parcela do serviço, o cliente receberá os arquivos finais ou poderá oficialmente lançar seu projeto.
  • 8. NOSSOS LEITORES 8 AJUDE-NOS A CHEGAR A MAIS CATEQUISTAS! AVALIE E DEIXE O SEU COMENTÁRIO SOBRE O APLICATIVO NA APPSTORE: < CLIQUE AQUI A SUA AVALIAÇÃO NOS AJUDA A MELHORAR DE POSIÇÃO NO RANKING E TER MAIS DESTAQUE NAS LOJAS. Achei maravilhoso as duas peças de teatro, estou precisando de peças assim, mas para a catequese infantil, até 12 anos, essas duas vou passar pra Perseverança, os jovens vão amar. Pier Angeli Excelente, aprendo muito sobre o amor de Deus, e como deve um catequista se comportar perante os seus catequizando e com a Igreja. Obrigada. Maria Luiza Muito boa e um aprendizado muito abençoado! Douglas Henrique Galvão Estou gostando muito, tem me ajudado na catequese, obrigada! Edna Leite Silva Muito bom, gosto muito! Ana Cerdeira Adoro, aprendo muito com ela!!! Vera Covolan Gosto muito, aprecio as idéias. Uma bênção! Verinha da Silva Muito bom, ideias fantásticas. Marli Teresinha Pavlak Visneski
  • 9. 9 Meu nome é Edilei da Silva Paula, sou Catequista de Adultos na cidade de Anápolis-GO, Paróquia Santa Clara - Diocese de Anápolis. Fiquei muito feliz ao me deparar com o site da revista já fiz o dowload da revista nº 4 e 5 e estou ansiosa pelo próximo número, principalmente. Pela novidade que vem aí os cursos on-line. Formação é uma das palavras chaves nos dias de hoje em todos os campos e não poderia deixar de ser também na Catequese, pois só se ama Aquilo que se Conhece e só se conhece quando estudamos, uma sugestão que faço é para estudarmos juntos o CIC (Catecismo da Igreja Católica) e os Documentos do Concílio Vaticano II, claro que tudo à luz da Sagrada Escritura. Em breve teremos uma formação para nossas catequistas e quero aproveitar esse momento para apresentar a revista para meus colegas catequistas e aproveito para sugerir também que vocês nos ajudem nas formações paroquiais sugerindo roteiros de formações atualizados e os eventos pelo Brasil e pelo mundo que tratam da Catequese. Bom trabalho a todos, fiquem com Deus e mais uma vez parabéns pelo belo trabalho e pela iniciativa. Edilei da Silva Paula ESTE PROJETO CONTINUA CRESCENDO E CHEGANDO A + PESSOAS: 15.400 assinantes 810.550 visualizações de páginas 21.070 seguidores no Facebook 4.835 visitantes únicos/dia no site ENVIE SUA MENSAGEM PARA contato@soucatequista.com.br
  • 10.
  • 11. CONCORRA AO SORTEIO DA COLEÇÃO SEMENTES (EDITORA AVE-MARIA). Basta clicar no link da promoção para adquirir o seu cupom, CURTIR a nossa fanpage e COMPARTILHAR o link para os seus amigos. Sorteio: 25 de setembro Acesse: sorteiefb.com.br/tab/promocao/377781 Atenção: antes da divulgação do resultado, será verificado se o sorteado realmente compartilhou a promoção em seu perfil; caso contrário, será feito um novo sorteio.
  • 12. DE CATEQUISTA PARA CATEQUISTA 12 Eu tinha 15 anos quando uma amiga me convidou para ajudá-la na catequese, lá na Colônia Zacarias, em São José dos Pinhais-PR. Quando ela me convidou eu não sabia o que dizer: “Mas eu? Por que eu? Eu não tenho instrução! Sou tão jovem e não tenho experiência”. Mas ela insistiu, dizendo: “Venha me ajudar que você aprende”. Conversei com minha mãe e ela me apoiou. Então, fui ajudar minha amiga num sábado à tarde, numa sala pequena, com algumas crianças. Em um momento me pediram para ler e explicar um trecho do Evangelho. Meu Deus! Eu li, mas para explicar eu mais gaguejei do que falei, pois realmente não sabia. Fiz o mínimo de catequese que uma pessoa deveria fazer: fiz Primeira Comunhão com sete anos, fui crismada com oito e meu catecismo era um livrinho vermelho só com perguntas e respostas... A partir daquele dia fui me capacitar, estudar, participar de encontros de formação, li e rezei muito e consegui vencer a timidez. Três anos depois ganhei uma turma de primeiro ano, com a qual consegui ensinar e aprender muita coisa. Foi maravilhoso. Fiquei com essa turma por cinco anos. Rosilana Negoseki Foggiatto 46 anos, funcionária pública, catequista na Paróquia de São Pedro, Diocese de São José dos Pinhais-PR.
  • 13. Com 23 anos eu me casei, mudei de paróquia, tive três filhos e fiquei longe da catequese. Sempre participava das missas, às vezes até cantava no coral, ia aos encontros da comunidade, novenas... Eu era feliz, mas sentia que faltava alguma coisa... Um dia recebi um telefonema da coordenadora da catequese me convidando para ser catequista. Eu aceitei sem nem pensar duas vezes. Ela então me confiou uma turma de 23 crianças de primeiro ano. Quando cheguei à sala era completamente diferente de antigamente. Eu, que havia ensinado para crianças simples do interior, estava então com várias crianças da cidade, todas muito cultas e inteligentes... Tive que estudar ainda mais e nisso a internet me ajudou bastante. Conheci blogs e sites de catequistas que me deram a ideia de criar um também, com a ajuda do meu filho. Assim, em 29 de agosto de 2009 criei o Blog da Nena (http://oblgdanena. blogsport.com.br) para me comunicar com outros catequistas, trocar ideias e experiências. Hoje sou catequista de terceiro ano de Eucaristia, este ano a minha turma é pequena, apenas dez crianças, eles são minha vida, como filhos para mim, são meus amigos queridos. Outro dia eu participava de um curso de liturgia e uma mulher se aproximou de mim e disse: “Não lembra de mim? Fui tua catequizanda” . Nossa, que alegria senti naquele momento em saber que uma sementinha que eu tinha plantado há quase 25 anos deu frutos! Ela é catequista, participa de muitos movimentos em sua paróquia. Quando vejo meus catequizandos participando da comunidade eu sinto uma alegria imensa em ser catequista. 13
  • 14. DE CATEQUISTA PARA CATEQUISTA 14 Meu nome é Jaqueline, 37 anos, nascida em Juiz de Fora-MG e criada em Pequeri-MG, casada, mãe de dois filhos, Mariana e Daniel, funcionária pública e catequista. Me descobri catequista desde que recebi meu sacramento da comunhão e já ajudava minha querida tia Magali nas turmas que iam recebendo formação logo após a minha. Sou uma apaixonada por crianças e decidi servir a Deus evangelizando os pequeninos. Atualmente sirvo na Paróquia de São Pedro Apostolo em Pequeri e trabalho com crianças da pré-catequese, mas me envolvo na catequese como um todo. Desenvolvemos, junto com os outros catequistas, muitos projetos lindos. E vou copiando da internet muitos materiais católicos que contribuem com a expansão do Reino de Deus na Terra, principalmente entre as crianças. Seguem abaixo alguns de nossos projetos aqui na paróquia. Jaqueline 37 anos, casada, mãe de dois filhos, Funcionária Pública e Catequista na Paróquia São Pedro Apóstolo em Pequeri/MG.
  • 15.
  • 16. INICIAÇÃO CRISTÃ 16 A PREPARAÇÃO DA CATEQUESE por Liana Plentz
  • 17. 17 O Papa Francisco, na Alegria do Evangelho, dedicou 15 capítulos para o tema “A preparação da pregação”. Mas, se trocarmos o título para “a preparação da catequese” e focarmos as suas orientações para a iniciação à vida cristã, teremos um itinerário seguro para uma iniciação mais consciente e eficaz. Temos assim alguns objetivos a alcançar em nossa preparação de cada encontro de iniciação à vida cristã: Preparar adequadamente a catequese de iniciação à vida cristã: » Dedicar um tempo longo de estudo, oração, reflexão e criatividade pastoral para a preparação da catequese. Não confiar apenas no Espírito Santo. Temos que fazer a nossa parte, preparando-nos adequadamente. “Um pregador que não se prepara não é «espiritual»: é desonesto e irresponsável quanto aos dons que re-cebeu.” (EG 145) ISTO TAMBÉM NÃO VALE PARA O CATEQUISTA? QUANTO TEMPO DEDICAMOS PARA A PREPARAÇÃO DE NOSSA CATEQUESE? Tornar o estudo da Palavra de Deus o pano de fundo de cada catequese. O Papa Francisco nos convida a colocar o fundamento da nossa iniciação na Palavra de Deus, a exercer o “culto da verdade”, isto é, a procurar compreender qual é a mensagem do texto bíblico que é o fundamento daquela catequese. E nos orienta a como fazer isso adequadamente: » Reconhecer com humildade que somos os depositários, os arautos e os servidores dessa Palavra. » Estudar a Palavra com o máximo cuidado e com um santo temor de a manipular. » Não esperar resultados rápidos, fáceis ou imediatos ao ler um texto bíblico. » A preparação da catequese requer amor, pois uma pessoa só dedica um tempo gratuito e sem pressa às coisas ou às pessoas que ama; e aqui trata-se de amar a Deus, que quis falar. A partir desse amor, 1 2
  • 18. INICIAÇÃO CRISTÃ 18 uma pessoa pode deter-se todo o tempo que for necessário, com a atitude de um discípulo: «Fala, Senhor; o Teu servo escuta» (1Sm 3,9) (EG 146). » Descobrir qual é a mensagem principal, a mensagem que confere estrutura e unidade ao texto. Se o pregador não faz esse esforço, é possível que também a sua pregação não tenha unidade nem ordem; o seu discurso se-rá apenas uma súmula de várias ideias desarticuladas que não conseguirão mobilizar os outros. A mensagem central é a que o autor quis primariamente transmitir, o que implica identificar não só uma idéia, mas também o efeito que esse autor quis produzir. Se um texto foi escrito para consolar, não deveria ser utilizado para corri-gir erros; se foi escrito para exortar, não deveria ser utilizado para instruir; se foi escrito para ensinar algo sobre Deus, não deveria ser utilizado para explicar várias opiniões teológicas; se foi escrito para levar ao louvor ou ao serviço missionário, não o utilizemos para informar sobre as últimas notícias (EG 147). » Colocar o texto bíblico em ligação com o ensinamento da Bíblia inteira, transmitida pela Igreja. Este é um prin-cípio importante da interpretação bíblica, que tem em conta que o Espírito Santo não inspirou só uma parte, mas a Bíblia inteira, e que, em algumas questões, o povo cresceu na sua compreensão da vontade de Deus a partir da experiência vivida. Assim se evitam interpretações equivocadas ou parciais, que contradizem outros ensinamentos da mesma Escritura. (EG 148). » Desenvolver uma grande familiaridade pessoal com a Palavra de Deus: não basta conhecer o aspecto linguístico ou exegético, sem dúvida necessário; é preciso se abeirar da Palavra com o coração dócil e orante, a fim de que ela penetre a fundo nos seus pensamentos e sentimentos e gere em si uma nova mentalidade. » Verificar se está crescendo em nós o amor pela Palavra que anunciamos. » Não esquecer que, «particularmente, a maior ou menor santidade do catequista influi sobre o anúncio da Pala-vra». Como diz São Paulo, «falamos, não para agradar aos homens, mas a Deus que põe à prova os nossos co-rações» (1Ts 2,4). Se está vivo esse desejo de, primeiro, ouvirmos nós a Palavra que temos de anunciar, esta transmitir-se-á de uma maneira ou de outra ao povo fiel de Deus: «A boca fala da abundância do coração» (Mt 12,34). As leituras do Evangelho ressoarão com todo o seu esplendor no coração do povo, se primeiro ressoa-rem assim no coração do catequista. (cf EG 149) » Não podemos anunciar a Palavra de Deus sem nos deixar iluminar, deixar-nos tocar pela Palavra e encarná-la em nossa vida concreta. «Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar» (Mt 23,4). Assim, o anúncio da Palavra consistirá na atividade tão intensa e fecunda que é «comunicar aos outros o que foi contemplado». Por tudo isto, antes de preparar concretamente o que vai dizer
  • 19. na evangelização, o cate-quista tem de aceitar ser primeiro trespassado por essa Palavra que há de trespassar os outros, porque é uma Palavra viva e eficaz, que, como uma espada, «penetra até à divisão da alma e do espírito, das articulações e das medulas, e discerne os sentimentos e intenções do coração» (Heb 4,12). Nossa sociedade reclama evangelizadores que lhe falem de um Deus que eles conheçam e lhes seja familiar como se eles vissem o invisível. (EG 150) » Não cessemos de melhorar, vivamos o desejo profundo de progredir no caminho do Evangelho, e não deixe-mos cair os braços. » Estar seguros de que Deus nos ama, de que Jesus Cristo nos salvou, de que o seu amor tem sempre a última palavra. À vista de tanta beleza, sentiremos muitas vezes que a nossa vida não nos dá plenamente glória e de-sejaremos sinceramente corresponder melhor a um amor tão grande. ATENÇÃO! Todavia, se não nos detemos com sincera abertura a escutar essa Palavra, se não deixamos que ela toque a nossa vida, que nos interpele, exorte, mobilize, se não dedicamos tempo para rezar com ela, então, na realidade seremos falsos profetas, embusteiros ou um charlatães vazios. O Senhor quer servir-se de nós como seres vivos, livres e criativos, que se deixam pene-trar pela Sua Palavra antes de a transmitir; a Sua mensagem deve passar realmente por meio do evangelizador, e não só pela sua razão, mas tomando posse de todo o seu ser. O Espírito Santo, que inspirou a Palavra, é quem «hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar» (EG 151). ESTE É UM ITINERÁRIO CONCRETO PARA TORNAR A PALAVRA O FUNDAMENTO DE NOSSA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ. OLHANDO PARA A REALIDADE EM NOSSA COMUNIDADE PAROQUIAL, QUAIS DESSES PAS-SOS JÁ ESTAMOS DANDO? O QUE NOS FALTA AINDA? COMO FAZÊ-LOS ACONTECER? 19
  • 20. INICIAÇÃO CRISTÃ 20 Papa Francisco nos dá algumas dicas para fazer a leitura orante: Ficar na presença de Deus, numa leitura tranquila do texto, e perguntar-se: “Senhor, a mim que me diz este texto? Com esta mensagem, que quereis mudar na minha vida? Que é que me incomoda neste texto? Porque é que isto não me interessa?” Ou então: De que gosto? Em que me estimula esta Palavra? Que me atrai? E porque me atrai? Ele nos alerta que quando se procura ouvir o Senhor, é normal ter tentações: » Uma delas é simplesmente sentir-se aborrecido e acabrunhado e dar tudo por encerrado. » Outra tentação muito comum é começar a pensar naquilo que o texto diz aos outros, para evitar de aplicar à própria vida. » Acontece também começar a procurar desculpas que nos permitam diluir a mensagem específica do texto. 3 Escutar aquilo que o Senhor nos quer dizer por meio da lectio divina. A Alegria do Evangelho indica a lectio divina como a modalidade concreta para escutarmos aquilo que o Senhor nos quer dizer na Sua Palavra. E nos instrui que a leitura espiritual de um texto deve partir do seu sentido literal. Caso contrário, uma pessoa facilmente fará o texto dizer o que lhe convém, o que serve para confirmar as suas próprias decisões, o que se adapta aos seus próprios esquemas mentais. E isso seria, em última análise, usar o sagrado para proveito próprio e passar essa confusão para o povo de Deus. Nunca nos devemos esquecer de que, por vezes, «também Satanás se disfarça em anjo de luz» (2Cor 11,14) (EG 152). E ESTA É UMA TENTAÇÃO MUITO GRANDE EM NOSSA MISSÃO DE EVANGELIZAR: anunciar as verdades em que eu acredito e não a verdade de Jesus Cristo.
  • 21. 21 » Outras vezes, pensamos que Deus nos exige uma decisão demasiado grande, que ainda não estamos em con-dições de tomar. Isso leva muitas pessoas a perderem a alegria do encontro com a Palavra, mas significaria es-quecer que ninguém é mais paciente do que Deus Pai, ninguém compreende e sabe esperar como Ele. Deus convida sempre a dar um passo mais, mas não exige uma resposta completa, se ainda não percorremos o ca-minho que a torna possível. Apenas quer que olhemos com sinceridade a nossa vida e a apresentemos sem fingimento diante dos seus olhos, que estejamos dispostos a continuar a crescer, e peçamos a Ele o que ainda não podemos conseguir (EG 153). QUANTO JÁ PROGREDIMOS EM UTILIZAR A LECTIO DIVINA NA COMPREENSÃO DOS TEXTOS BÍBLICOS? QUE DIFICULDADES AINDA ENCONTRAMOS? 4 ESCUTAR O POVO, PARA DESCOBRIR AQUILO QUE OS FIÉIS PRECI-SAM OUVIR. » Como evangelizadores precisamos ser contemplativos da Palavra e também contemplativos do povo. Dessa forma, descobrimos «as aspirações, as riquezas e as limitações, as maneiras de orar, de amar, de encarar a vida e o mundo, que caracterizam este ou aquele aglomerado humano», prestando atenção «ao povo con-creto com os seus sinais e símbolos e respondendo aos problemas que apresenta». » Relacionar a mensagem do texto bíblico com uma situação humana, com algo que as pessoas vivem, com uma experiência que precisa da luz da Palavra. Essa preocupação não é ditada por uma atitude oportunista ou diplomática, mas é profundamente religiosa e pastoral. No fundo, é uma «sensibilidade espiritual para saber ler nos acontecimentos a mensagem de Deus», e isto é muito mais do que encontrar algo interessante para dizer. Procura-se descobrir «o que o Senhor tem a dizer nessas circunstâncias». Então, a preparação da catequese transforma-se num exercício de discernimento evangélico, no qual se procura reconhecer – à luz do Espírito – «um ‘apelo’ que Deus
  • 22. INICIAÇÃO CRISTÃ 22 faz ressoar na própria situação histórica: também nele e através dele, Deus chama o crente». (EG 154) DOCUMENTOS DA IGREJA, TAIS COMO CATEQUESE RENOVADA, DIRETÓRIO GERAL E NACIONAL DE CATEQUESE, VÊM NOS ALERTANDO PARA A NECES-SIDADE DE ESCUTAR O POVO HÁ MUITO TEMPO. MAS ESTAMOS TENDO DI-FICULDADE NESSA ESCUTA E CONTINUAMOS DANDO RESPOSTAS A PER-GUNTAS QUE NÃO NOS FORAM FEITAS. COMO VAMOS MELHORAR NA ES-CUTA DO POVO E DE SUAS PERGUNTAS? 5 É preciso empenhar-se em encontrar a forma adequada de apresentar a mensagem – Recursos pedagógicos » Não basta saber o que dizer, é preciso se preocupar com o como dizer. Lembrar de que «a evidente importância do conteúdo da evangelização não deve esconder a importância dos mé-todos e dos meios da mesma evangelização» (PAULO VI, Exort. Ap. Evangelii Nuntiandi (8 de dezembro de 1975), 40: AAS 68 (1976), 31). » A preocupação com a forma de evangelizar também é uma atitude profundamente espiritual. É responder ao amor de Deus, entregando-nos com todas as nossas capacidades e criatividade à missão que Ele nos confia; mas também é um exímio exercício de amor ao próximo, porque não queremos oferecer aos outros algo de má qualidade (EG 156). » Um dos esforços mais necessários é aprender a usar imagens na pregação, isto é, a falar por imagens. Às vezes, usam-se exemplos para tornar mais compreensível algo que se quer explicar, mas estes exemplos frequentemente dirigem-se apenas ao entendimento, enquanto as imagens ajudam a apreciar e acolher a mensagem que se quer transmitir.
  • 23. Uma imagem fascinante faz com que se sinta a mensagem como algo familiar, próximo, possível, relaciona-do com a própria vida. Uma imagem apropriada pode levar a saborear a mensagem que se quer transmitir, desperta um desejo e motiva a vontade na direção do Evangelho. Uma boa homilia, como me dizia um anti-go professor, deve conter «uma ideia, um sentimento, uma imagem» (EG 157). » Usar uma linguagem que os destinatários compreendam, para não correr o risco de falar ao vento. Acontece frequentemente que os evangelizadores usam palavras que aprenderam nos seus estudos e em certos ambientes, mas que não fazem parte da linguagem comum das pessoas que os ouvem. Há palavras próprias da teologia ou da catequese, cujo significado não é compreensível para a maioria dos cris-tãos. O maior risco de um pregador é habituar-se à sua própria linguagem e pensar que todos os outros a usam e compreendem espontaneamente. » Escutar muito para se adaptar à linguagem dos outros, para poder chegar até eles com a Palavra. É preciso partilhar a vida das pessoas e prestar-lhes benévola atenção. » Ter simplicidade e clareza no anúncio. Simplicidade e clareza são duas coisas diferentes. A linguagem pode ser muito simples, mas pouco clara a pre-gação. Pode-se tornar incompreensível pela desordem, pela sua falta de lógica, ou porque trata vários temas ao mesmo tempo. Por isso, outro cuidado necessário é procurar que o anúncio tenha unidade temática, uma ordem clara e liga-ção entre as frases, de modo que as pessoas possam facilmente seguir o evangelizador e captar a lógica do que lhes diz. » Nossa linguagem deve ser positiva, oferecendo sempre esperança e orientação para o futuro. Não dizer tanto o que não se deve fazer, como sobretudo propor o que podemos fazer melhor. E, se apontar algo negativo, sempre procurar mostrar também um valor positivo que atraia, para não ficar pela queixa, o lamento, a crítica ou o remorso. Além disso, uma pregação positiva oferece sempre esperança, orienta para o futuro, não nos deixa prisionei-ros da negatividade. » Reunir-se periodicamente para encontrar os recursos que tornem mais atraente a evangelização. Como é bom que sacerdotes, diáconos e leigos se reúnam periodicamente para encontrarem, juntos, os recur-sos que tornem mais atraente a evangelização (EG 159)! Como seria bom se pudéssemos receber uma fórmula pronta e adequada de transmitir a mensa-gem que não exigisse o nosso estudo, oração e trabalho, não é mesmo? Mas ela não existe, por-que nunca seria adequada à nossa realidade e porque o plano de Deus sempre parte do amor, 23
  • 24. INICIAÇÃO CRISTÃ 24 dos gestos de amor que empregamos em fazer acontecer a evangelização, da preparação amorosa de cada momento de encontro com Jesus que propiciamos aos outros. Recordemos o que Francisco nos diz: “A preparação da catequese requer amor, pois uma pessoa só dedica um tempo gratuito e sem pressa às coisas ou às pessoas que ama; e aqui trata-se de amar a Deus, que quis falar” e quer continuar falando por meio de nós. Por isso, queridos catequistas, arregacemos as nossas mangas e comecemos a fazer acontecer a iniciação à vida cristã em nossas comunidades. Temos um material de apoio tão rico que nos aponta o caminho, mas o caminhar somos nós que o fazemos, dentro da realidade que nos envolve. Que esta reflexão que fizemos aqui possa ser levada a sua comunidade catequética, para que, jun-tos, possam orar com Jesus sobre tudo isso e descobrir o que Ele está pedindo para vocês. Senhor Jesus, a ti entregamos a nossa missão de catequistas e nos comprometemos contigo de dar o nosso melhor, de fazer tudo com muito amor e carinho, para levar as pessoas ao Teu encontro, para fazer-te acontecer na vida delas e na vida de nossa comunidade. Conta conosco! Assim como contamos conti-go! Fica conosco, Senhor! Liana Plentz Jornalista, catequista, especialista em ensino religioso. Coordenadora da iniciação à vida cristã do Vicariato de Porto Alegre. Secretária da Animação Bíblico-catequética do Regional Sul 3 da CNBB.
  • 25.
  • 26. CATEQUESE INFANTIL 26 CATEQUESE & BRINCADEIRA por Gilson P. Júnior “Uma criança que nãos sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar.” (Chateau 1987, p. 14)1 1 Jean Chateau, pedagogo francês (1908-1990).
  • 27. Quem não se recorda das brincadeiras de quando era criança? Pique-pega, esconde-esconde, pular corda, corre cutia, amarelinha e tantas outas. Cada brincadeira trazia em si uma mensagem, uma arte, uma técnica diferente e diferenciada em sua ludicidade que nos ajudava e nos ajudou em nosso desenvolvimento, cognitivo (funções envolvidas na leitura e na decodificação do contexto circundante), físico/motor (psicomotricidade, criatividade), social (integração, relação, partilha de costumes, crenças e valores) e afetivo (estima, simpatia, apreço, empatia que possibilita a ligação com o saber, com o conhecer, com o sagrado). Brincar era um aprendizado, pois por meio das brincadeiras aprendíamos matemática, português, geografia, conhecimentos gerais, entre tantas outras coisas. Aprendíamos brincando e brincávamos aprendendo. Com o passar do tempo fomos perdendo esse gosto pela brincadeira, esquecemos que fomos crianças e que aprendemos muito brincando, passamos a transmitir às gerações futuras a descaracterização da brincadeira, tornando-a meramente uma forma de diversão. “Adultizamos” o universo infantil das crianças desconsiderando que ao brincar elas aprendem mais e melhor por meio desse “outro mundo possível” concretizado por meio de suas experiências. Portanto, é preciso voltar atrás e rever a forma que evangelizamos/educamos as nossas crianças, sendo nós educadores da fé de nossos pequenos. O brincar possibilita o encontro com o Sagrado de forma mais eficaz e leve. Para tanto é preciso primeiro uma revisão interior. Um despertar de nossa criança que está oculta dentro de nós e que precisa voltar a brincar para que a brincadeira faça parte do universo evangelizador em que propomo-nos a atuar a fim de que nossas crianças tenham o grande encontro com o Sagrado que desejamos. (...) um professor que não sabe e/ou não gosta de brincar dificilmente desenvolverá a capacidade lúdica de seus alunos. Ele parte do princípio de que o brincar é perda de tempo. Assim, antes de lidar com a ludicidade do aluno, é preciso que o professor desenvolva a sua própria. O professor que, não gostando de brincar, esforçar-se por fazê-lo normalmente assume uma postura artificial, facilmente identificada pelos alunos. A atividade proposta não anda. Em decorrência, muitas vezes os professores deduzem que brincar é uma bobagem mesmo, e que nunca deveriam ter dado essa atividade em sala de aula. A saída desse processo é um trabalho mais consciente e coerente do professor no desenvolvimento de sua atividade lúdica. (Mrech 1996, apud Miranda p. 111)2 2Leny Mrech é socióloga, psicóloga e professora da faculdade de Educação da Universidade São Paulo. 27
  • 28. CATEQUESE INFANTIL 28 Chateau (1987)3 , bem como tantos outros pedagogos que devotaram suas vidas à educação das crianças, adolescentes e jovens, diz que é pela brincadeira, pelo brinquedo, “que crescem a alma e a inteligência”4. Para ele a brincadeira se torna o laboratório do espírito onde acontecem as experiências que corroboram para tudo aquilo que há de vir. Sendo assim, desenvolver uma catequese por meio da brincadeira é fundamental para alcançar o universo em que se encontram aqueles que evangelizamos. Se fosse apenas para passar conteúdos as escolas convencionais já bastariam. Até as escolas há tempos vêm retomando o foco sobre a brincadeira, no que se refere à metodologia educacional voltada para as crianças, a fim de alcançar melhores resultados educacionais. Por que, então, não recorrer à brincadeira como parte metodológica para a evangelização das crianças? A atividade lúdica é um grande laboratório onde ocorrem experiências inteligentes e reflexivas. A experiência produz o conhecimento, portanto nos possibilita tornar concretos os conhecimentos adquiridos. (Miranda 2013, p. 24) 5 3Jean Chateau, pedagogo francês (1908-1990). 4Miranda, Simão de . Oficina de ludicidade na escola. Papirus, 2013, p.23. 5Simão de Miranda é mestre em educação e doutor em psicologia. Residente em Brasília-DF, servidor da Secretaria de Educação do GDF. Escritor de mais de 37 livros e assessor em diversos países com temas voltados para a educação. Mirada, Simão de. Oficina de ludicidade na escola. Papirus, 2013.
  • 29. 29 O brincar na educação A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos para a educação; a sociedade e as autoridades públicas esforçar-se-ão para promover o exercício deste direito. (Declaração Universal dos Direitos das Crianças, 1959) Além de ser um direito regulamentado por lei, o brincar vem recebendo destaque cada vez mais visível na sociedade, de forma mais clara e evidenciada nos métodos de educação exercendo papel fundamental na educação das crianças (Lima, 2006, p. 13 apud PMBCN, p. 67)6. Ainda, esse assunto, vem descrito no parágrafo 7 da Declaração Universal dos Direitos das Crianças que fala sobre o direito à educação gratuita e ao lazer infantil. Segundo o MEC (2006)7 as crianças precisam brincar, pois a brincadeira é essencial para a vida. O brincar alegra e motiva, reúne as crianças e as faz trocarem experiências e a ajudarem-se mutuamente. Esse contexto torna necessária a inclusão do brincar em todas as relações sociais da criança. A brincadeira é a vida da criança e uma forma gostosa para ela movimentar-se e ser independente. Brincando, a criança desenvolve os sentidos, adquire habilidades para usar as mãos, o corpo, reconhece os objetos, e suas características, textura, forma, tamanho, cor e som. Brincando a criança entra em contato com o ambiente, relaciona-se com o outro, desenvolve o físico, a mente, a autoestima, a afetividade, torna-se ativa e curiosa. (Siaulys, 2006, p. 10) Seria muita pretensão neste artigo esgotar todas as narrativas sobre os grandes pensadores a respeito do brincar na educação das crianças. É preciso um tempo maior de estudo daqueles que trabalham com a evangelização das infâncias dedicado a esse assunto, mas aqui era preciso descrever algumas reflexões a fim destacar o valor e grandiosidade dessa ferramenta que deve ser utilizada na evangelização/educação das crianças. Saiamos de nossos muros e vejamos o sol forte que nos espera lá fora. Será por acaso a criança em desenvolvimento, essa força da natureza, essa explorada aventurosa, é mantida imóvel, petrificada, confinada, reduzida à contemplação das paredes, enquanto o sol brilha lá fora (...)? (Christiane Rochefort apud Harper et al. 1987, p. 47) 6Província Marista Brasil Centro-Norte. Diretrizes curriculares para a educação infantil, p. 67. 7Siaulys, Mara O. de Campos. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial – Brincar para todos. Brasília 2005. Disponível em http://goo.gl/QftMzs. Visitado em 24 de junho de 2014.
  • 30. CATEQUESE INFANTIL 30 O brincar catequese O Diretório Nacional de Catequese (2006) diz que: Em todas as épocas a Igreja preocupou-se em buscar os meios mais apropriados para o cumprimento de sua missão evangelizadora (cf. CT 46). Ela não possui um método único e próprio para a transmissão da fé, mas assume os diversos métodos contemporâneos na sua variedade e riqueza, na medida em que respeitam integralmente os postulados de uma antropologia cristã a garantem a fidelidade do conteúdo. Utiliza-se das ciências pedagógicas e da comunicação, levando em conta a especificidade da educação na fé. (DNC 2006)8 Nesse contexto os métodos pedagógicos presentes nas escolas deveriam estar também presentes em nosso meio evangelizador quando nos referimos à educação na fé de nossas crianças. As metodologias aplicadas na ambiência educativa podem facilitar e muito a nossa práxis pastoral na catequese. Somos chamados a sermos discípulos missionários no meio das crianças e para que essa missão aconteça se faz necessário apropriarmo-nos de métodos capazes de alcançar seus intelectos e corações. Tendo refletido sobre a importância da brincadeira na evangelização/educação das crianças, faz-se necessário que o catequista tenha essa familiaridade com o universo infantil por meio das brincadeiras e outros meios como nos afirma o DNC quando diz que: Também será bastante útil ter familiaridade com o universo infantil: brincadeiras, situação escolar e familiar, histórias em quadrinhos e filmes que as crianças preferem, literatura infantil de boa qualidade. (DNC 2006, p. 127) Somos chamados como evangelizadores das crianças, com urgência, a desbravar esse universo de possibilidade por meio do brincar, quebrando as barreiras que nos impedem de integrar a brincadeira e evangelização. Sobre essa urgência o Documento de Aparecida fala que é preciso “estudar e considerar as pedagogias adequadas para a educação na fé das crianças, especialmente em tudo o que se relaciona à iniciação cristã, privilegiando o momento da primeira comunhão”9. Para nós, fica esse grande desafio fundamentado pelo DNC que nos interpela a “integrar na catequese as conquistas das ciências da educação, particularmente a pedagogia contemporânea, discernida a luz do Evangelho”10 , destacando aqui o brincar como opção pedagógica para a catequese. 8CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Catequese como processo educativo. CNBB, Brasília 2006, p. 103. 9CNBB, Paulinas, Paulus. Documento de Aparecida. São Paulo, 2008,p. 198 10CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Brasília, 2006 p. 34
  • 31. 31 O que deve ser considerado quando se fala de catequese e brincadeira? Imbuídos do contexto sobre a importância da brincadeira na vida da criança, vale salientar que a identidade da pedagogia catequética que tem por fundamento a pedagogia divina, modelo de educação da fé pretendida pela catequese11, não pode se perder nesse sistema de construção da brincadeira como ferramenta no processo de crescimento da fé das crianças. Os métodos pedagógicos por meio da brincadeira devem ser somados à pedagogia catequética para uma evangelização cada vez mais conectada às realidades e especificidades das crianças de hoje, na finalidade da construção do Reino de Deus por meio do anúncio da Boa Nova, não se sobrepondo à pedagogia catequética que acreditamos. A pedagogia catequética tem como modelo sobretudo o proceder de Jesus Cristo, que, a partir da convivência com as pessoas, deu continuidade ao processo pedagógico do Pai. Levou à plenitude, por meio de Sua vida, palavras, sinais e atitudes, a Revelação Divina, iniciada no Antigo Testamento. Motivou os Seus discípulos a viverem conforme os Seus ensinamentos e plantou a semente da Sua comunidade, a Igreja, para transmitir, de geração em geração, a mensagem da Salvação e a pedagogia que Ele mesmo ensinou com Sua vida. (DNC, 2006, p. 130) Para isso alguns itens precisam ser considerados na preparação dos encontros com as crianças: • A motivação do encontro Motivação é aquilo que nos impulsiona, que nos influencia a alcançar um determinado objetivo. As crianças só entrarão no universo evangelizador, no jogo, na brincadeira se sentirem motivadas pelos catequistas. Primeiro o catequista volta a brincar, buscando em seu interior a sua criança, depois junto com a criança se envolve na brincadeira. A motivação potencializa o interesse, a alegria e o entusiasmo da criança características fundantes para a transmissão da Boa Nova. • A transmissão do tema do encontro Como dito anteriormente, educar, evangelizar, catequizar precisa ser muito mais do que apenas transmitir conteúdos. O brincar possibilita essa interação e integração fazendo que o conteúdo desejado seja desenvolvido com as crianças de forma a leva-las ao encontro com o Sagrado. • A identificação das crianças no desenvolvimento do encontro Quando motivadas, as crianças respondem ao processo sistematizado pensado para o seu encontro com o Sagrado por meio de gestos, falas, escritas e outros. Ela não é apenas uma receptora de informação, mas passar a ser integrante de seu processo de ensino aprendizagem de crescimento na fé. 11CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Brasília, 2006 p. 20.
  • 32. CATEQUESE INFANTIL 32 • A avaliação do encontro É preciso avaliar com as crianças o encontro realizado. Pergunte a elas: como foi pra você o encontro de hoje? O que mais aprendemos? O que gostamos? O que não gostamos? Uma vez se sentindo participante do encontro, a criança se sente capaz de levar aos outros o que aprendeu, crescendo com esse aprendizado, levando parte desses ensinamentos pelo resto de sua vida. A sua participação, seu protagonismo nos encontros, estimula a persistência na caminhada catequética, nos processos de evangelização e na vida comunitária na Igreja. Quantas de nossas crianças, motivadas pela catequese, não estão inseridas em outros ambientes da Igreja? Quantas crianças não se tornam evangelizadoras de sua família após um encontro estimulante da catequese? E quantas crianças, por não se sentirem parte desses processos catequéticos, após a Primeira Eucaristia, desanimam e desaparecem dos processos evangelizadores da Igreja? • O diálogo sobre o próximo encontro Ao final do encontro motive as crianças sobre o tema do próximo encontro. Pergunte a elas como gostariam que fosse o encontro, se indicam músicas, filmes, dinâmicas para o desenvolvimento do próximo tema. Certo dia, um educador que trabalhava o tema da CF 2014 com as crianças, levou um desenho animado para que elas assistissem a ele. De imediato um grupo de crianças reagiu a sua proposta e disse: – Não queremos assistir ao desenho animado que você trouxe para o encontro. Queremos ver Os pinguins de Madagascar. O educador, conhecedor daquele desenho animado, respondeu de imediato: – Mas o desenho que vocês querem ver não se parece nada com o tema do nosso encontro.
  • 33. 33 Reflexão... Toque para ler As crianças responderam: – Como não? O desenho não fala sobre liberdade e o esforço que aqueles animais fazem para serem livres? Então, acaso o tema da CF 2014 não é “É para a liberdade que Cristo nos libertou”? O educador tratou logo de providenciar o filme. Os encontros da catequese, cheios de brincadeiras, diálogos e ludicidade podem preencher a grande lacuna que existe em nossos processos evangelizadores com os pequenos. O próprio caráter socializador do brincar pode aproximar mais os catequistas e catequizandos, catequizandos e catequizados, Igreja e catequizandos e o Sagrado dos catequizandos, tornando a nossa prática pastoral eficaz em prol da construção de uma sociedade mais humana, justa e fraterna. Dessa forma, a catequese passaria a ser um serviço não apenas para a Igreja, mas um serviço para a vida toda. Gilson Prudêncio Júnior Analista Pastoral - Infâncias/Pastoral Marista UBEE - UNBEC
  • 34. PRIMEIRA COMUNHÃO 34 QUAL A IMPORTÂNCIA DA CATEQUESE DE Primeira Comunhão na vida das crianças? por Roberto Garcia Como todos nós sabemos, a Primeira Comunhão trata-se do momento em que nos aproximamos da ceia do Senhor, recebendo Seu corpo e Seu sangue e permitindo que Jesus habite nosso coração. Mas você já parou para pensar na importância que essa ação tem na vida de uma criança? Normalmente quando a criança inicia sua catequese é muito comum ouvirmos que
  • 35. “estou aqui porque meus pais obrigaram”, “preciso fazer catequese para poder casar”, “o que é catequese?”, enfim, diversas exclamações e interrogações que, sinceramente, deixam-me bastante assustado! Não raramente, as crianças começam a catequese sem ao menos saber rezar as orações tradicionais (Pai-Nosso, Ave- Maria...) que deveriam ser aprendidas em casa, pois a introdução de uma criança na vida religiosa começa na família. A catequese familiar é fundamental para que a catequese ministrada na Igreja não seja vazia, pois ela corre o risco de ser alicerçada sobre a areia: na primeira “balançada”, desmorona. A ação do catequista na vida da criança deve ser transformadora. Durante a caminhada na catequese, ela deve sentir-se importante no processo de evangelização, sentir-se amada por Deus e também pelo catequista. Dessa forma, a criança vai absorvendo com mais facilidade o objetivo da catequese. Às vezes a criança vem para a catequese necessitando de carinho, de atenção, de alguém que esteja disposto a escutá-la e a orientá-la sobre alguma dificuldade ou algum problema. E devemos estar de braços e coração abertos para recebê-las, pois, como disse Jesus: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a Mim, porque delas é o Reino dos Céus” (cf. Mt 19,14). Durante a catequese a criança vai conhecendo e se aprofundando na experiência cristã e, principalmente na vivência comunitária, ela vai descobrindo o que significa a comunhão. A catequese de Primeira Comunhão é fundamental para a formação religiosa da criança, pois, se ela for bem trabalhada desde as bases (familiar, escolar, comunitária), no futuro poderemos evitar uma série de problemas sociais. Afastaremos a criança do mundo das drogas, das más companhias, e estaremos auxiliando na formação de um bom cristão e também de um bom cidadão. Ah, e também devemos orientar as crianças que, após fazer a Primeira Comunhão, elas não devem abandonar a Igreja, viu? A Primeira Comunhão não pode ser única... Elas devem permanecer em comunhão com Cristo e com os irmãos para sempre! Assim como Jesus nunca nos abandonou, nós também não devemos nunca abandoná-Lo. Um fraterno abraço e até o mês que vem! PAZ & BEM Roberto Garcia Catequista desde 1997 na Comunidade Santa Rita de Cássia, Paróquia Rede de Comunidades São José – Gravataí-RS. Também integra a equipe Pascom da Paróquia desde 2012. 35
  • 37. Iniciação Cristã com 37 inspiração Catecumenal Por Adriana Amorim
  • 38. CATECUMENATO 38 A catequese na Igreja do Brasil vive um desafio peculiar nos tempos atuais: formar discípulos e missionários de Jesus Cristo! Essa nova característica da evangelização concretizou-se na Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil, que ocorreu na cidade de Aparecida-SP, em 2007. Para atingir esse objetivo, no entanto, o caminho é longo... Denominamos esse caminho de Processo de Iniciação à Vida Cristã, algo antigo e bastante eficiente. Antigo porque recebe uma inspiração vinda das primeiras comunidades cristãs, o catecumenato, e eficiente porque coloca o iniciante em contanto permanente com a pessoa de Jesus Cristo, tendo como fruto principal a formação de um verdadeiro cristão. O caminho da Iniciação data do século II depois de Cristo, com a estruturação do catecumenato para promover a adesão a Jesus Cristo e à Igreja. Era um processo contínuo, progressivo e dinâmico de preparação para os Sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia, marcado por etapas e ritos, utilizado para conduzir os adultos (e não as crianças), recém-convertidos ao cristianismo, à experiência do mistério de Deus. Teve seu período áureo entre os séculos III e IV e seu declínio no século V, quando ser cristão tornou-se uma situação comum e abriu-se a possibilidade de o Batismo ser ministrado preponderantemente às crianças. No século VI desaparece o catecumenato propriamente dito. Apenas em 1972, com a promulgação do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA), o catecumenato voltou a ser fonte de inspiração e itinerário de toda a catequese. A partir de então, a preocupação é possibilitar a iniciação tanto para os não batizados (catecúmenos) quanto para os batizados insuficientemente catequizados (catequizandos). Nesse sentido, há várias situações em que se encontram pessoas a serem atendidas no processo de iniciação: adultos e jovens não batizados; adultos e jovens batizados que desejam completar a iniciação cristã; adultos e jovens com prática religiosa, mas insuficientemente evangelizados; pessoas de várias idades marcadas por uma religiosidade conflitante,
  • 39. 39 ambígua e confusa; grupos específicos, como as pessoas com deficiência, indígenas, etc.; casais em situação matrimonial irregular; adolescentes e jovens; crianças não batizadas e inscritas na catequese; e crianças e adolescentes batizados que seguem o processo tradicional de iniciação cristã. O processo de iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal é aplicável a qualquer catequese sacramental (Batismo, Eucaristia, Crisma ou Matrimônio) ou a qualquer grupo que trabalhe com as realidades acima descritas. Especificamente em relação à catequese eucarística, o processo de iniciação oferece às crianças em idade de catequese o encontro pessoal e decisivo com Jesus Cristo. Não mais se trata de uma catequese que orienta a decorar as orações e a doutrina, mas incentiva a vivência em comunidade, que tem como finalidade “o ser cristão” e não apenas a sacramentalização, conscientizando que os Sacramentos alimentam esse processo e são sinais visíveis do próprio Jesus. Antes de compreender como está organizado o processo de iniciação à vida cristã e a inspiração catecumenal é importante saber distinguir um verdadeiro cristão, finalidade única desse processo. O livro dos Atos dos Apóstolos apresenta-nos o primeiro retrato dos cristãos: “Eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Em todos eles havia temor, por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. Todos os que abraçaram a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas” (At 2, 42-44). O relato bíblico revela-nos que o verdadeiro cristão é aquele que, sobretudo, vive sua fé em comunidade e cresce graças à catequese (“ensinamento dos apóstolos”). Desse modo, pode-se destacar um aspecto essencial do processo de iniciação à vida cristã: a catequese é realizada em conjunto pelos catequistas, pais, sacerdotes e toda comunidade de fé. Visto esse aspecto, fundamento da iniciação cristã, podem-se resumir os tempos desse processo como descrito a seguir:
  • 40. CATECUMENATO 40 1º tempo pré-catecumenato Corresponde ao período da primeira evangelização, de acolhimento do iniciante da comunidade cristã, da percepção de sua fé e do primeiro anúncio do Cristo (Querigma). 2º tempo catecumenato É o tempo mais longo de todo o processo, dedicado à catequese completa, que se preocupa com a formação do cristão bem como com a vivência em comunidade por meio dos ritos (celebrações). 4º tempo mistagogia Acontece durante o tempo pascal, a fim de aprofundar os mistérios pascais, revestir-se do Cristo e partir para uma vida nova. 3º tempo purificação e iluminação Acontece preferencialmente no período quaresmal, a fim de proporcionar preparação próxima para os Sacramentos, por meio do aprofundamento das práticas quaresmais junto à comunidade.
  • 41. 41 Cada tempo do processo catecumenal é enriquecido com a celebração de ritos que marcam a evolução do iniciante no caminho da catequese. É importante destacar que esses ritos, os quais fazem parte principalmente do tempo do catecumenato e da purificação e iluminação, fortalecem a união entre catequese e liturgia e criam um vínculo único entre os catecúmenos/ catequizandos e a comunidade eclesial. Assim, os catequistas têm a oportunidade de amadurecer a sua fé a partir da caminhada catecumenal de seus iniciantes, intensificando a vida de oração, a leitura e escuta da Palavra e comprometendo-se com a missão que Deus lhes confiou: formar verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo! Deus, em sua infinita bondade, abençoe cada catequista que mergulhará nessa fonte de inspiração catecumenal. A Imaculada Conceição, Rainha da Evangelização, conceda a todos os povos a graça santificante de amar e seguir a pessoa de Jesus Cristo! Adriana Amorim de Farias Leal Catequista Paróquia Nossa Senhora da Conceição Catedral da Diocese de Campina Grande-PB
  • 42. CATEQUESE INCLUSIVA 42 Cinco pilares da Evangelização Inclusiva Por Thaís Rufatto
  • 43. APRENDER A AMAR O catequista que se abre ao amor de Deus e o amor aos irmãos é aquele, aquela catequista que está fazendo a experiência do amor na sua vida de batizado(a) e vocacionado(a) a esse ministério, como nos diz em João, todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus, porque Deus é amor, o amor deve ser o cerne e o ápice da vida de um uma catequista, pois é pelo amor que ele ou ela tem por Deus e sente na sua intimidade com Deus que vai frutificar sua vocação catequética e dará por meio de Jesus na sociedade frutos e frutos em abundância. O exercício do amor na vida do catequista é um exercício que exige perseverança e acima de tudo vontade – querer amar primeiro a si mesmo e depois aos irmãos, fazendo o exercício do mandamento deixado por Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”, e o fruto desse exercício se dá no aprendizado do amor. O catequista que se abre a esse exercício de aprender a amar vive na sua vida o mandamento deixado por Jesus, principalmente quando Jesus nos diz amai os vossos inimigos e fazei o bem a quem vos persegue. O catequista para ser o catequista que corresponde aos anseios do coração de Deus deve ser aquele que vive o amor em suas ações, pois não se pode dar aquilo que não se tem e nem falar sobre aquilo que não se vive. Assim como um engenheiro que projeta uma casa, Deus, antes de você, catequista, nascer, o(a) projetou e cabe a você corresponder por meio da sua vivência no amor aos anseios do coração de Dele, para que nossa sociedade, em Jesus por meio de cada um(a) de vocês tenha vida em abundância. Entre esses discípulos, os reunidos nas comunidades religiosas, “mulheres e homens de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Cf. Ap 7, 9) foram e são ainda hoje uma expressão particularmente eloquente desse sublime e ilimitado Amor. Nascidos não da vontade da carne e do sangue, não de simpatias pessoais ou de motivos humanos, mas de Deus (Jo 1, 13), de uma vocação divina e de uma divina atração, as comunidades religiosas são um sinal vivo da primazia do amor de Deus que opera suas maravilhas e do amor a Deus e aos irmãos, como foi manifestado e praticado por Jesus Cristo. 43
  • 44. CATEQUESE INCLUSIVA 44 O catequista que possui uma união com Jesus vai no dia a dia se colocar a rezar e aprender, assim como Deus diz em Sua palavra: “Tudo o que pedires na oração, credes que já tendes recebido”. Os discípulos dos nossos dias de hoje são chamados de catequistas, pois estes há 2.000 anos pediram para Jesus lhes ensinar a rezar e Jesus lhes ensinou a oração do Pai-Nosso, essa oração é MUITO poderosa, pois, uma vez que unido(a) ao coração de Jesus, o(a) catequista que entregar-se verdadeiramente na vontade de Deus, quando dizemos de maneira aberta “Seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu” estará aberto(a) a receber do coração do Pai aquilo que é de acordo com a Sua vontade para ele(a) e o melhor para sua vida; fazendo assim, estará em sintonia com Deus e a cada oração que fizer vai lembrar que Jesus nos pede que antes de qualquer oração que façamos, em primeiro lugar devemos pedir o Espírito Santo, pois é Ele que sabe o que devemos pedir, como pedir e o que pedir. O catequista que adquire experiência com Jesus aprende pela missionaridade do seu chamado SER CATEQUISTA a evangelizar, que nada mais é do que levar a Boa Nova ao coração das pessoas sedentas do amor de Deus. O aprender a evangelizar do(a) catequista reporta-se à passagem do Evangelho em que Jesus saiu pelas ruas das sinagogas pregando o Evangelho, curando, etc. APRENDER A REZAR APRENDER A EVANGELIZAR
  • 45. Debaixo do Sol há um tempo para cada coisa, nos diz em Eclesiastes 3,1. O(a) catequista deve entender que o tempo de Deus não é o tempo dele(a), ou seja, levando em consideração que o ser humano vive no chronos e Deus no kairós o tempo de Deus não é o tempo do(a) catequista, e esse tempo de espera o(a) catequista deve exercitá-lo a paciência, como está em Eclesiástico 2. Dizia certa vez uma sábia pessoa em um programa de rádio de uma emissora católica, cuja frase possui autoria desconhecida: “A paciência é amarga, mas seus frutos são doces”. “Quem ama, faz sempre comunidade; não fica nunca sozinho.” (Santa Tereza de Jesus) “Vede como eles se amam.” Atos 2 O(a) catequista, vendo a imagem de Jesus no outro membro da comunidade, principalmente no catequizando com algum tipo de deficiência, aprende a fazer a experiência das primeiras comunidades, quando em Atos dos Apóstolos 2 lemos: “Vede como eles se amam”, em que o amor é o cerne e o ápice de toda ação missionária catequética inclusiva. Abaixo algumas dicas contendo cinco passos para viver e conviver bem em comunidade. Atos 2, 42-47 APRENDER A ESPERAR APRENDER A VIVER E A CONVIVER EM COMUNIDADE 45
  • 46. CATEQUESE INCLUSIVA 46 “Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. Apossava-se de todos o temor, pois numerosos eram os prodígios e sinais, que realizavam por meio dos apóstolos. Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum: vendiam suas propriedades e bens, e dividiam-nos entre todos, segundo as necessidades de cada um. Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e gozavam da simpatia de todo o povo. E o senhor acrescentava cada dia ao seu número os que seriam salvos.” 1º passo - Viver em comunidade: • Para viver bem em comunidade é preciso passar pelo conhecimento: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32). A verdade é Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida…” (Jo 14, 6); conhecer a verdade é conhecer a Jesus Cristo revelado a nós por meio das Sagradas Escrituras, da Doutrina e da Tradição passadas a nós pelos nossos primeiros pais na fé. • Conhecer a comunidade. • Conhecer o outro, quem ele é, sua história. • Conhecer a palavra de Deus, a doutrina da igreja Católica Apostólica Romana. • É necessário reciclar-se, ou seja, passar pela formação continuada, permanente. Não podemos achar que estamos prontos, mas em constante processo de construção, de abertura a mudança, principalmente quando lidamos com a catequese inclusiva.
  • 47. 2º passo – Comunhão fraterna: 1. O que é a comunhão. A comunhão é o “vínculo de unidade fraternal mantida pelo Espírito Santo e que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Jesus Cristo” (Dicionário Teológico, CPAD). A palavra grega koinonia traz a ideia de cooperação e relacionamento espiritual entre os santos. A comunhão da Igreja primitiva era completa (At 2.42). Reuniam-se em oração e súplica, mas também reuniam-se para socorrer os mais necessitados. Dom Bosco (Regra de vida dos Salesianos de Dom Bosco): •“Viver e trabalhar juntos é exigência fundamental e caminho seguro para realizarmos nossa vocação. Reunimo-nos em comunidade, nas quais amamos a ponto de tudo compartilhar em espírito de família e construímos a comunhão de pessoas. Na comunidade reflete-se o mistério da Trindade; nela encontramos uma resposta às aspirações profundas do coração e nos tornamos sinais de amor e unidade…” • “Deus nos chama a viver em comunidade, confiando-nos irmãos que devemos amar. Formamos assim um só coração, e uma só alma para amar e servir a Deus e para nos ajudarmos uns aos outros.” • LER COLOSSENSES 3, 12-15. • A comunhão da caridade: ler Rm 14, 7: ninguém vive ou morre para si; 1 Cor 12, 26-27: todos compartilhamos com outro o que temos até os sofrimentos. • Jo 13, 35: “Nisto conheceram todos que sois os meus discípulos: sevos amardes uns aos outros”. Tertuliano diz que os cristãos levaram tão a sério este mandamento que os pagãos diziam entre si “Vede como eles se amam”. 47
  • 48. CATEQUESE INCLUSIVA 48 3º passo - A partilha do pão: Mc 8,6 14. Os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca só um pão. 15. Então Jesus os advertiu: “Prestem atenção e tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. 16. Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17. Mas Jesus percebeu e perguntou: “Por que vocês discutem sobre a falta de pães? Vocês ainda não entendem e nem compreendem? Estão com o coração endurecido?”. 18. “Vocês têm olhos e não veem, tem ouvidos e não ouvem? Não se lembram 19. de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vocês recolheram cheios de pedaços?” Eles responderam: “Doze”. 20. Jesus perguntou: “E quando reparti sete pães para quatro mil pessoas, quantos cestos vocês recolheram cheios de pedaços?”. Eles responderam: “Sete.” 21. Jesus disse: “E vocês ainda não compreendem?”. • Está relacionada com a ceia do Senhor. Ler CIC 1329 “ com isso querem dizer que todos comem do único pão partido, Cristo”. • Discípulos de Emaús, Lucas 25, 13-35: Reconheceram Jesus na partilha do pão; é assim que reconhecerão os seguidores de Jesus. Antes da partilha eles estavam “cegos”, só viram quem era na hora da partilha, da refeição. • Quando nos reunimos à mesa do Senhor reconhecemos Jesus no outro e encontram em nós a Jesus ressuscitado. • Os crentes primitivos mantinham uma comunhão tão intensa entre si que se reuniam com alegria e singeleza de coração para celebrar a Santa Ceia. Era o seu “partir do pão” (At 2.42). Eles em Cristo e Cristo em cada um deles. Pode haver comunhão mais plena? Não era simplesmente uma cerimônia; era a festa na qual lembravam a morte e ressurreição de Jesus — a expressão mais sublime do amor divino. Para concluir este 3º passo: A eucaristia nos faz solidários, pois na matemática de Jesus quanto mais você divide mais se multiplica; costumo dizer que no lugar do divisor há uma cruz, pois o amor faz TUDO multiplicar e acontecer.
  • 49. 4º passo - Vida de oração (comunitária e pessoal) É imprescindível que o(a) catequista tenha um momento no dia de oração pessoal com Deus, ou seja, é se abastecer na oração e comunhão, ir à missa sempre que possível durante a semana, estar em dia com os Sacramentos, rezar o terço, estar em intimidade com Nossa Senhora e aprender dela as virtudes para ser um exemplo de catequista como ela, que foi quem catequizou Jesus, além de intimidade com a Palavra de Deus, isto é, a leitura diária da Bíblia, o(a) catequista tem que ter esse momento para se abastecer senão não consegue seguir em frente, e rezar para o Espírito Santo, pois Ele é o norteador de todo trabalho a ser desenvolvido pelos catequistas, sem Ele não tem catequese, pois é Dele que nascem a sabedoria, a inteligência, o temor de Deus e todos os demais dons, frutos e carismas necessários para realizar uma catequese de qualidade para todos. • “A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes.” (Sao João Damasceno) • “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria.” (Santa Terezinha do Menino Jesus) (CIC 2559ss) • CIC 2687 – A vida missionária ou comunitária não se mantém e não se propaga sem a oração; esta é uma das fontes vivas da contemplação e da vida espiritual. • Ninguém se mantém sem a vida de oração em comum. • Mateus 18,19: “Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus”. 49
  • 50. CATEQUESE INCLUSIVA 50 • Oração pessoal: conseguiremos formar comunidades que rezam só se nos tornarmos pessoalmente homens e mulheres de oração. Cada um de nós tem a necessidade de exprimir em seu íntimo o modo pessoal de ser filho(a) de Deus, manifestar-lhe a gratidão, confidenciar-lhe os desejos e as preocupações apostólicas. Forma indispensável de oração é a oração mental. Ela fortalece nossa intimidade com Deus, salva a nossa rotina, conserva o coração livre e alimenta a doação ao próximo. Para Dom Bosco é a garantia de alegre perseverança na vocação. • Características da alma que ora (CIC): • Confiança – 2734 • Esperança – 1820 • Humildade – 2559 • Vigilância – 2730 • Vivência carismática – identidade ao carisma: • Sentido de pertença: é preciso se identificar e sentir-se pertencente ao carisma, sentir-se membro ativo e participativo da comunidade em que se vive. • Colocar em comum os dons que o Senhor lhe confiou para o bem maior: a comunidade. • Viver os dons recebidos no Batismo e confirmados no Crisma. • Leitura orante da Palavra. 5º passo - Simplicidade de coração: O(A) catequista não deve se orgulhar por ser um catequista, ele(a) foi escolhido por Deus para designar essa missão aqui na Terra, antes mesmo de ter nascido (Jr 1,5), ou seja, ser catequista nada mais é do que dizer “sim” ao chamado feito por Deus e corresponder a esse chamado aprendendo com Jesus a ser reto(a) e humilde de coração, aceitando a vontade de Deus e exercendo com humildade a missão a cada um confiada. Pois não se é catequista para si, mas sim porque Deus chamou, escolheu, ungiu e capacitou antes mesmo de ter nascido. Temos que ter sempre isso muito claro nossa missão de profetas anunciadores inclusivos. • “Semelhantemente, vós outros que sois mais jovens, sede submissos aos anciãos. Todos vós, em vosso mútuo tratamento, revesti-vos de humildade; porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes (Pr 3,34).” • “Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos.” (Fil 2,3).
  • 51. 51 • “Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência.” (Colos 3,12). • “Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar Sua vida em resgate por uma multidão.” (Mt 20,28). • Vivemos em comunidade não para sermos servidos, mas sim para servir aqueles que o Senhor mesmo confiou a nós para vivermos como irmãos. E como servir: • “Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros.” (Jo 13,14) Devemos seguir os ensinamentos deixados por Jesus, como exemplo: • Amar os outros, como a nós mesmos. • Viver o perdão, acolhida e reconciliação em comunidade. • Cuidar dos ambientes para o outro. • Saber escutar. • Falar na hora certa. • Respeitar os espaços do outro, todas as pastorais da paróquia utilizam as salas de encontros em que acontecem os encontros da catequese.
  • 52. CATEQUESE INCLUSIVA 52 Para finalizar este artigo é fundamental que o(a) catequista viva o amor em si, entre os irmãos, na sua própria família, pois é muito fácil e bonito o(a) catequista pregar sobre o amor nos encontros de catequese e dentro de casa e na sua própria família estar em divisão, com falta de perdão e diálogo. O(A) catequista não pode viver desse lema: “Faça o que eu digo, mas não faça o que faço”; muito pelo contrário, deve viver embasada nesta passagem: o Amor de Cristo reuniu para se tornarem uma só coisa um grande número de discípulos a fim de que, como Ele e graças a Ele, no Espírito, pudessem, através dos séculos, responder ao amor do Pai, amando-o “com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças” (Dt 6, 5) e amando o próximo “como a si mesmos” (cf. Mt 22, 39). Catequistas, guardem isto: se cada um de vocês catequistas não estiverem em sintonia entre si, ou seja, vivendo a unidade e a comunhão de ações e pensamentos, e acima de tudo isso a oração, não terá como o Espírito Santo agir na unidade, o Espírito Santo não age na divisão. Pela unidade, a catequese terá mais frutos e vocês catequistas serão vocacionados felizes e comprometidos e compromissados com a causa inclusiva. Para cada um de vocês, Deus deixa a seguinte mensagem no livro de Josué*: 1,7 “Tem ânimo, pois, e sê corajoso para cuidadosamente observares toda a lei que Moisés, meu servo, te prescreveu. Não te afastes dela nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas feliz em todas as tuas empresas”. 1,8 “Traze sempre na boca (as palavras) deste livro da lei; medita-o dia e noite, cuidando de fazer tudo o que nele está escrito; assim prosperarás em teus caminhos e serás bem-sucedido.” 1,9 “Isto é uma ordem: sê firme e corajoso. Não te atemorizes, não tenhas medo, porque o Senhor está contigo em qualquer parte para onde fores.” Thaís Rufatto dos Santos Thaís Rufatto dos Santos é Pedagoga, Psicopedagoga, Pós Graduada em Educação Especial, Consultora em Educação Inclusiva. Coordenou a Pastoral da Pessoa com Deficiência, na Diocese de Santo Amaro - SP. É autora de livros voltados à Catequese Inclusiva. Ministra palestras em Paróquias e Dioceses. Contato: thaisrdossantos@gmail.com
  • 53. Nossa equipe tem se dedicado bastante para trazer de presente a você uma revista tão caprichada. E o que pedimos em troca? Pedimos apenas que #compartilhe, curta a nossa fanpage e divulgue este trabalho ao máximo de pessoas. E obrigado pela amizade!
  • 54. CATEQUESE PERSONALIZADA 54 ELEMENTOS PARA UMA CATEQUESE PERSONALIZADA O ENCONTRO ENTRE JESUS E ZAQUEU por João Melo
  • 55. Acatequese de inspiração catecumenal não pressupõe que os iniciandos já estejam evangelizados ou que sequer conheçam Jesus, “esse pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado” (Porta Fidei, 2). A catequese que busca responder de forma adequada ao desafio de anunciar a Boa Nova de Jesus nos dias de hoje é consciente de que aqueles que chegam a nós para serem catequizados, sejam adultos, jovens ou crianças, muitas vezes – e cada vez mais – não receberam o primeiro anúncio de Jesus Cristo, portanto, não têm ainda uma adesão à fé Nele como o sentido maior e último de suas vidas. Antes de aprofundar ou educar a fé é preciso primeiro que haja adesão à fé, portanto, ela precisa ser despertada! A fé é um dom de Deus, mas é também uma resposta do homem. Como poderíamos aprofundar por meio da catequese o conteúdo da fé, a doutrina com um iniciando que a fé em Jesus ainda não foi acolhida? Não há como! Precisamos começar pelo que é essencial, o que é mais importante, Jesus Cristo, Filho de Deus que nos ama, veio ao mundo e por Seu mistério de paixão, morte e ressurreição nos salva e oferece a todos aqueles que Nele creem a vida eterna (cf. Jo 3, 16-21). Então, a nossa preocupação precisa ser antes essa: como suscitar em nossos iniciandos a fé em Jesus Cristo? A resposta: anunciando Jesus Cristo! Precisamos ajudá-los a fazerem a experiência pessoal do encontro com o Filho do Deus vivo. No processo catequético de iniciação à vida cristã isso implica em “grande atenção às pessoas, com atendimento personalizado” (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 201- 2015, 87). Trata-se, portanto de assumir novas práticas pastorais que possam corresponder a essa urgência de iniciar as pessoas a partir do primeiro anúncio de Jesus Cristo morto e ressuscitado à fé e à vida cristã. Tal tarefa se fará por meio do diálogo, da proximidade, da reflexão sobre a experiência de vida, da amizade e do anúncio explícito do Evangelho de forma pessoal e personalizada a cada pessoa inicianda. De fato, todos trazem em si “o desejo e a capacidade de encontro com a Palavra de Deus, que o próprio Espírito Santo suscita” (idem). De modo prático, isso implica em um novo perfil de agente evangelizador, o Ministério dos Introdutores (cf. idem, 42). 55
  • 56. CATEQUESE PERSONALIZADA 56 O Evangelho de São Lucas nos apresenta um episódio em que o cobrador de impostos Zaqueu faz a experiência pessoal de encontro com Cristo. Essa narrativa é baluarte e modelo para nós porque está carregada de elementos para uma catequese personalizada que se preocupa em fazer – ou repetir – o primeiro anúncio aos iniciandos. Nesse texto, precisamos olhar para Jesus Mestre, que é a razão de ser de nossa ação catequética, modelo de catequista e, como veremos, também de introdutor. Os gestos, a palavra e a vida de Jesus são inspiradores da nossa ação pastoral. É Dele que aprendemos a evangelizar e catequizar e é por Ele, para que se torne conhecido e amado e para que Sua proposta de salvação e de adesão ao Reino de Deus seja realidade no hoje e plenitude na vida eterna, que realizamos qualquer ação pastoral. Nesse sentido é que vemos Nele a identidade do introdutor e sua ação catequética. Primeiro, vejamos todo o episódio bíblico em Lucas 19, 1-10. “Jesus entrou em Jericó e estava atravessando a cidade.” (Lucas 19,1) Jericó era uma cidade conhecida, Jesus vai até lá e caminha no meio do povo, pela cidade... é Ele que possibilita o encontro Consigo, criar as condições. A iniciativa é Dele porque o primeiro amor é Dele, que nos amou primeiro e por isso nos atrai a Si (cf. 1 Jo 4,10). É ele a entrar nos lugares que nos encontramos. “Morava ali um homem rico, chamado Zaqueu que era chefe dos cobradores de impostos.” (Lucas 19,2) O evangelista nos narra QUEM era Zaqueu, seu nome, o que fazia (era cobrador de impostos), como era (homem de baixa estatura), onde morava (cidade de Jericó)... E Jesus chama Zaqueu pelo nome, ou seja, Jesus sabe quem ele é, Ele conhece Zaqueu. O chamado do introdutor e do catequista é a conhecer, aproximar-se, ir ao encontro e criar um vínculo de amizade sadia com o iniciando. Saber quem ele é, sua história, suas motivações, e deixar-se conhecer por ele também. “Ele estava tentando ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois Zaqueu era muito baixo.” (Lucas 19,3) Como em Zaqueu, há em nós uma sede de VERDADE, um desejo de Deus, pois só Ele confere pleno sentido à vida... Muitas vezes não sabemos direito ou não identificamos isso em nós, mas todo ser humano “buscar ver” algo que faça sentido, que fale ao nosso coração inquieto. Mas há “multidões de ruídos” que atrapalham o encontro com o Cristo, muitos, por isso, são de “baixa estatura” na fé. “Então correu adiante da multidão e subiu numa árvore para ver Jesus, que devia passar por ali.” (Lucas 19,4) O texto diz que Zaqueu CORREU, ou seja, ele fez um percurso, um caminho... A catequese, a iniciação à vida cristã é o caminho a ser percorrido para “ver Jesus”. Como está o caminho que propomos aos nossos iniciandos? Zaqueu subiu em uma árvore para conseguir ver Jesus. A árvore foi o instrumento que para ele foi necessário para deixar de estar “em baixa estatura”, inclusive de fé...
  • 57. 57 Nossa catequese é esse instrumento – árvore – para os nossos iniciandos aproximarem-se de Jesus. A catequese iniciática é instrumento que facilita o encontro pessoal do iniciando com a pessoa de Jesus Cristo, mas ela haverá de prepará-lo para continuar em busca do mesmo Cristo, para o discipulado, para a catequese permanente! Um dia, nosso iniciando “descerá da árvore”, queremos que seja para seguir Jesus... “Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu: ‘Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa’.” (Lucas 19, 5) O olhar penetrante de Jesus expressa Seu desejo de estar na casa, na intimidade, na vida de quem O encontra. Jesus diz que PRECISA ficar na casa de Zaqueu, Ele quer estar lá. O exemplo de Jesus nos impulsiona a promover uma catequese personalizada, familiar, no lar, na casa, especialmente por meio do ministério dos introdutores. O ministério dos introdutores é responsável por fazer o primeiro anúncio de Jesus Cristo – o primeiro tempo do itinerário da iniciação à vida cristã. Os introdutores são pessoas que conhecem o iniciando, acompanham e são testemunhas de sua caminhada de fé e desejo de celebrar os sacramentos. Agem como padrinho ou madrinha, mas não precisam necessariamente sê-lo (cf. RICA, 42). São membros das diversas pastorais e movimentos da comunidade que acompanham de forma personalizada a cada um dos iniciandos nessa fase inicial que antecede a catequese. Na maior parte das vezes, esse atendimento personalizado prestado pelos introdutores é feito nas casas dos iniciandos, com hora marcada e no caso das crianças, com a presença da família. “Zaqueu desceu depressa e o recebeu na sua casa, com muita alegria.” (Lucas 19,6) Diante da Palavra de Jesus, Zaqueu tem uma atitude... Acolhe a Palavra e isso lhe traz grande alegria, é a Alegria do Evangelho (cf. Evangelii Gaudium, 1), característica própria do cristão. Como motivar os nossos iniciandos e suas famílias para acolherem a Palavra de Jesus? Como contagiá-los com a alegria de ser cristão? “Todos os que viram isso começaram a resmungar: ‘Este homem foi se hospedar na casa de um pecador!’.” (Lucas 19,7) Muitos não compreendem e por isso reagem de forma negativa. A atitude de Jesus é incompreendida, por muitos não é aceita. A proposta de um processo de catequese de inspiração catecumenal não é fácil. Articular dentro da catequese um processo personalizado e pessoal exige ter a atitude de Jesus que mesmo na incompreensão da comunidade persistiu.
  • 58. CATEQUESE PERSONALIZADA 58 “Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: ‘Escute, Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais’.” (Lucas 19,8) Zaqueu, que encontrou com Jesus e acolheu Sua Palavra, agora O chama de SENHOR. Jesus ocupa a centralidade da sua vida. O encontro com Jesus possui uma dimensão transformadora, leva à ação. Zaqueu age para o bem e por meio de atitudes concretas. A catequese é educação da fé comprometida com a realidade, gera conversão pessoal e transformação da realidade. “Então Jesus disse: ‘Hoje a salvação entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão’.” (Lucas 19,9) A salvação alcança Zaqueu, que permite ser alcançado. Jesus diz que Zaqueu é filho de Abraão, ou seja, que ele pertence ao povo escolhido, à comunidade dos filhos de Deus. Por meio do processo catequético nossos iniciandos e suas famílias são inseridos em nossa comunidade, cresce neles a consciência de serem também Igreja. Quais os espaços e a acolhida que eles encontram em nossa comunidade? “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido.” (Lucas 19,10) Ser introdutor, ser catequista é cumprir o mandato de Jesus de ir e anunciar a Boa Nova (cf. Mt 28, 19-20), é contribuir para a realização do Reino de Deus. O objetivo da Catequese é fazer discípulos missionários de Jesus Cristo.
  • 59. 59 Diretrizes para uma catequese personalizada Abrir-se a ação do Espírito Santo e ao 1 dom da humildade, pois é Jesus que nos atrai a si; Conhecer os iniciandos e sua família, 2 sua realidade, o que pensam, o que fazem, etc.; Anunciar o Evangelho de forma 3 pessoal e particular a partir de uma interação entre fé e vida; Revisar o itinerário ou o tipo de 4 catequese que estamos propondo; Promover uma catequese iniciática que 5 depois se torne discipulado por meio de uma catequese permanente; Instituir o ministério dos introdutores; Perseverar mesmo em meio às 6 7 dificuldades e incompreensões da comunidade; Encorajar uma catequese que seja 8 educação da fé comprometida com a realidade; Articular a catequese de modo que os 9 iniciandos sejam inseridos na comunidade e percebam que pertencem a Igreja; Conscientizar e pautar as ações 10 pastorais a partir do objetivo da catequese que é fazer discípulos missionários de Jesus Cristo. João Melo Seminarista da Arquidiocese de São Paulo. Especialista em Catequese pelo UNISAL-SP e acadêmico do curso de pós-graduação em Ensino Religioso Escolar pelo mesmo instituto. É membro da Comissão Arquidiocesana de Animação Bíblico-Catequética da Arquidiocese de São Paulo.
  • 60. TEATRO NA CATEQUESE 60 Arte e vida à luz da Palavra por Erivandra Marques
  • 61. 61 Ao catequista que se lança no Espírito Santo para usar o teatro na propagação do Evangelho nunca faltará fonte de inspiração. A Palavra de Deus é eterno suporte para criar oportunidades cênicas. Um único versículo, ou parte dele, pode ser a origem de uma história bem parecida com a de muitas pessoas! A depender dos intérpretes, os ensinamentos da Palavra podem chegar e se instalar, por meio da encenação, em áreas da vida que, talvez, numa leitura comum do texto bíblico, ainda que meditada, eles não alcançassem. Por que investir no teatro bíblico? Primeiro, porque histórias encenadas dão vida a personagens que são pouco explorados numa leitura comum e, segundo, porque o mundo lá fora investe em teatro secular e teatro satânico. A Palavra de Deus deve nos levar a combater todos os meios de transmissão de mensagem num nível superior de investimento em relação ao mundo, pois o trabalho do catequista-evangelizador é resgatar almas para Deus! Por isso, nada de pensar que teatro na igreja não deve ser feito por exigir muito esforço e dedicação prévios! Isso não deve passar pela cabeça dos que se comprometem com Cristo! Vejamos o que Paulo, que interpretou estar morto (Atos 14, 19-20) – visto que não tinha acabado sua missão, por isso não era hora de morrer – diz na 2ª Carta a Timóteo 4, 2-4: “Prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, ameaça, exorta com toda a paciência e empenho em instruir. Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério”. Chegamos ao tempo das fábulas! O que é oportuno? O que é inoportuno? Se é inoportuno investir tempo e dinheiro para dinamizar a transmissão da Palavra de Deus, façamo-lo mesmo assim! As pessoas tendem a seguir as mensagens mais atrativas! Por isso o texto bíblico pode e deve ser trabalhado de forma teatral. O texto sagrado que comumente é esquecido e empoeirado nas estantes é o mesmo que ganha e dá vida, e vida em abundância! Erivandra Marques Catequista de Primeira Comunhão Paróquia Senhor do Bonfim Maceió, AL Ainda é tempo de voltar (Mt 11,28) TOQUE PARA BAIXAR
  • 62.
  • 63.
  • 65. A Globalização numa visão teológica por Márcio Oliveira Elias A globalização é um fenômeno cultural recente, mas sua realidade é bem mais remota, podemos perceber as suas raízes no alvorecer da cultura da razão e da palavra na Antiguidade, emergindo em profusão na explosão das tecnologias da comunicação no mundo contemporâneo. Podemos situar uma via de origem no Extremo Oriente, onde a figura dos pensadores criou um caminho para a reflexão da potencialidade humana, despontado o anseio abrangente do homem. Outra via originária encontramos na Grécia dos filósofos, onde se forjou o logos que penetrou pelos caminhos abertos da razão universal. Estava lançada a semente da incessante busca pelo conhecimento, que formatou nossa cultura ocidental e que gestou a atual globalização. 65
  • 66. TEOLOGIA 66 O cristianismo, com sua clara vocação universal, chega nos dias atuais aos mais longínquos recantos do planeta, mas a consciência da expansão firma-se, sobretudo, na esfera ocidental, onde sua doutrina de fé lançou mais fundo as suas raízes. A globalização nos tempos modernos está provocando uma nova forma de contato da fé cristã com outras formas culturais e religiosas; esta é a novidade da questão atual. Em tempos de modernidade e pós-modernidade a globalização se manifesta com um paradoxo marcado pela continuidade de alguns valores naturais, como a liberdade, e a ruptura de outros diante da lógica da flexibilidade e da pluralidade, como é o caso do relativismo. Tudo isso se manifesta no estado atual do comportamento humano, nas expressões religiosas e na estética social e cultural. Diante desse contexto, surge a preocupação de formular uma teologia que, seguindo sua lógica da universalidade histórica, deve ser contemporânea e Outra fonte globalizante poderá ser apontada no Oriente Médio, onde os profetas promulgavam a Palavra transcendente de Deus, que também possui cunho universal. “As nações caminharão para a Tua luz, e os reis, para o clarão da Tua aurora”, diz o profeta Isaías (60 1-3). No seguimento dessa proclamação profética, essa mentalidade universal amplia-se pelo mundo, refletindo a consciência de uma comunidade nascente, que recebe de Cristo uma missão: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). A caminhada histórica foi demonstrando que a cultura ocidental tem interiorizada uma consciência globalizante, em que se situam sonhos e desejos universalistas, bem como uma tendência expansionista nos campos político, econômico e cultural. O mundo torna-se hoje uma “aldeia global”, onde o planeta se apresenta para o homem como um espaço único e privilegiado, dominado pela tecnologia da comunicação em tempo real. Nesse diapasão o Evangelho também deve se propagar em tempo real.
  • 67. relevante, objetivando a compreensão do próprio indivíduo e seu coletivo, visto que a questão de Deus, enquanto uma profissão de fé passa invariavelmente pelas questões essenciais da existência humana. O pensar teológico em tempos globalizantes não pode se colocar à margem das angústias e esperanças do homem. A Revelação se apresenta gratuitamente na história humana; uma história marcada por contradições e ambiguidades, mas que é caminho para o diálogo da teologia com a razão, no círculo hermenêutico do conhecimento e da religiosidade. A fé cristã se reinterpreta num processo interminável, pois cada vez lhe surge um novo encontro com a graça do Mistério. A afirmação evangélica deverá consolidar e aprofundar o diálogo da teologia com as ciências humanas, que já está consolidado desde o Concílio Vaticano II, na constituição pastoral Gaudium et spes, que analisa a situação do mundo, os dramas humanos e os desafios que emergem para a fé cristã, com a finalidade de oferecer uma reflexão teológica em melhores condições de compreender sistemática e rigorosamente o ser humano, no seu atual momento histórico. Temos de ressaltar que a globalização alavanca os fenômenos do relativismo, do nivelamento religioso rasteiro, do sincretismo amalgamado, com sérias consequências para uma abertura da consciência teológica ao diálogo com o mundo. A globalização não é um fluxo da cultura dominante e massificante tão somente, mas também um circular frenético de todo exotismo cultural possível e imaginável, talvez até inimaginável. E assim as mais diversas facções religiosas lançam suas expressões, habitualmente soltas e descoladas, em que cada sujeito as apreende como quer, quando quer e aonde lhe satisfizer individualmente. Alguns fenômenos contemporâneos chamam mais a atenção, porquanto conhecer o mundo moderno demanda a necessidade de uma visão mais 67
  • 68. TEOLOGIA 68 abrangente e profunda, para captar e interpretar os “sinais dos tempos”, em face da exacerbação da subjetividade, do individualismo, em que a crise de identidade pessoal chega às raias do patológico e da insegurança existencial. A aldeia global eliminou distâncias, mas criou abismos com a pasteurização e a perda da memória cultural, gerando pseudovalores, inibindo assim o senso crítico e a criatividade. Os tempos globais nos desafiam a proclamar uma Nova Evangelização, na qual devemos encontrar Jesus na alteridade, apesar de todas as dificuldades que existem, apesar de algumas muitas pessoas não viverem coerentemente sua fé. Mas somos os comunicadores do Cristo, numa sociedade que muitas vezes encontra-se distante de Deus, que não percebe a falta Dele como uma ausência. Nós, portanto, precisamos ser sempre mais capazes e dispostos a nos aproximarmos uns dos outros, para transmitir nossa alegria como primeira experiência que devemos manifestar: a alegria de ter encontrado Jesus. O Evangelho nos pede que sejamos coerentes com o nosso testemunho, apesar das dificuldades, dos nossos limites, das nossas contradições; o que conta, na verdade, é o nosso modo de celebrar a vida e lutar por ela. Nesse sentido a globalização favorece a profusão do testemunho, pois nela ocorre um aumento do intercâmbio cultural de diversos matizes, sendo importante para ampliar a visão de mundo nos indivíduos, que assim podem passar a conhecer e respeitar outras realidades culturais e sociais. A globalização também pode fazer fluir um sentimento de integração, em que muitas pessoas passam a se sentir cidadãs do mundo, numa unidade na diversidade, numa fraternidade possível, no sonho cristão de sermos uma única família. Referências: Por uma nova razão teológica. A teologia na pós-modernidade. Professor Paulo Sérgio Lopes Gonçalves. Globalização e o impacto sobre a fé. Pe. João Batista Libanio, sj. Desafios da globalização. Márcio Oliveira Elias Advogado, Teólogo e Professor. Atua na formação permanente de agentes pastorais e fiéis leigos na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim/ ES, sendo coordenador do Instituto de Ciências Humanas Evangelii Gaudium, instituição formativa de denominação católica, que tem por objetivo precípuo produzir e difundir o conhecimento da Doutrina Cristã.
  • 69.
  • 70. MATÉRIA DE CAPA 70 coração
  • 71. 71 de TOQUE NO CORAÇÃO CONHEÇO UM CORAÇÃO PADRE JOÃOZINHO CATEQUISTA por Moacir Beggo
  • 72. MATÉRIA DE CAPA 72 Agosto é celebrado na Igreja como mês vocacional por excelência. A palavra vocação vem do latim vocare, que quer dizer chamado, ou, na melhor definição bíblica, “Antes de formar-te no ventre de tua mãe Eu te conhecia e te escolhi” (Jr 1,5). A esse chamado vemos sacerdotes, religiosas e religiosos, pais e mães, leigos, leigas e catequistas respondendo com alegria. Fazem de suas vidas oferta, oblação e entrega. De forma especial, destacamos nesta edição especial os catequistas, que são lembrados no último domingo de agosto de 2014. Para o Papa Francisco, o ser catequista não vive separado do amor. “Amor sempre mais forte por Cristo, amor pelo seu povo santo. E este amor, necessariamente, parte de Cristo.” Durante a Jornada dos Catequistas, em setembro do ano passado, o Papa explicou como age o coração do catequista. Segundo Francisco, ele vive sempre o movimento de “sístole-diástole”: união com Jesus, encontro com o outro. “Se falta um destes dois movimentos não bate mais, não vive. Recebe como dom o querigma, e por sua vez o oferece como dom. É esta a natureza do próprio querigma: é um dom que gera missão, que impulsiona sempre para fora de si mesmo. São Paulo dizia: ‘O amor de Cristo nos impulsiona’, mas este ‘nos impulsiona’, pode se traduzir também em ‘nos possui’. É assim: o amor te atrai e te envia, te toma e te doa aos outros. Nesta tensão se move o coração do cristão, em particular o coração do catequista”, disse o Papa.
  • 73. 73 Na raiz da palavra, catequizar, catá-ekhéi, em seu sentido original, significa “fazer ressoar aos ouvidos”; no Segundo Testamento podemos afirmar que catequese significa formar, instruir, ensinar de viva voz. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a finalidade definitiva da catequese é levar à comunhão com Jesus Cristo: só ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade”. No parágrafo 427 do Catecismo, a definição de catequese e catequista: “Na catequese, é Cristo, Verbo Encarnado e Filho de Deus, que é ensinado – todo o resto está em relação com Ele; e somente Cristo ensina; todo outro que ensine, fá-lo na medida em que é seu porta-voz, permitindo a Cristo ensinar por sua boca... Todo catequista deveria poder aplicar a si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: ‘Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou’ (Jo 7,16)”. Ser catequista... TOQUE NOS CORAÇÕES PARA LER OS DEPOIMENTOS