2. UNIVALE – UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOCE
FACE – FACULDADE DE CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E LETRAS
CURSO: LETRAS/INGLÊS 2º período
ADRIANA VIEIRA
FERNANDA SILVA SANTOS
GEOVANE JOSÉ DA COSTA
MARCO ANTÔNIO BARRETO
FONEMAS CARACTERÍSTICOS DO PORTUGUÊS
Professor: FábioAlex Lopes de Almeida
Disciplina: Tópicos em Linguística
GOVERNADOR VALADARES
AGOSTO DE 2014
3. FONEMAS
São as menores unidades sonoras da fala. São os sons
elementares e distintivos que, articulados e combinados,
formam sílabas, os vocábulos e a teia da frase, na
comunicação oral. Funcionam como elementos distintivos ou
diferenciadores das palavras, porque são capazes de
diferenciar umas de outras. Numa mesma sílaba pode haver
um ou mais fonemas (Cegalla, 2008).
4. FONEMAS CARACTERÍSTICOS DO PORTUGUÊS
Vogais - são fonemas sonoros, ou sons laríngeos, que passando pela
boca entreaberta, chegam livremente ao exterior sem fazer ruído: a,
é, ê, i, ó, ô, u.
Semivogais - são os fonemas /i/ e /u/ átonos que se unem a uma
vogal, formando com esta uma só sílaba: vai, andei, ouro, água.
Consoantes - são ruídos provenientes da resistência que os órgãos
bucais opõem à corrente de ar: bola, copo, depósito.
5. Na língua portuguesa, a vogal é o elemento
básico, suficiente e indispensável para a
formação da sílaba. As consoantes e as
semivogais são fonemas dependentes: só podem
formar sílaba com auxílio das vogais.
6. FONÉTICA
é a ciência que apresenta os métodos para
descrição, classificação e transcrição dos
sons da fala, principalmente aqueles sons
utilizados na linguagem humana.
7. As principais áreas de interesse da fonética são:
Fonética articulatória – compreende o estudo da produção da fala do ponto
de vista fisiológico e articulatório.
Fonética auditiva – compreende o estudo da percepção da fala.
Fonética acústica – compreende o estudo das propriedades físicas dos sons
da fala a partir de sua transmissão do falante ao ouvinte.
Fonética instrumental – compreende o estudo das propriedades físicas da
fala, levando em consideração o apoio de instrumentos laboratoriais.
8. O APARELHO FONADOR
O ser humano não
possui um órgão, ou
sistema, que tenha
como função primária
a produção dos sons
da fala. Utiliza-se de
partes do corpo cujas
funções primárias são
de alimentação e
respiração, ou seja,
vitais ao ser humano.
Fonte: http://linguageiro.files.wordpress.com/2012/06/aparel11.jpg
9. Sistema respiratório
consiste dos pulmões, dos
músculos pulmonares,
dos tubos brônquios e da
traquéia. Encontra-se na
parte inferior à glote,
que é denominada
cavidade infraglotal.
Fonte: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT3ouUH8F4bdTRHtunHeyQzY--
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10. Sistema fonatório
é constituído pela laringe. Na laringe localizam-se os músculos estriados que podem
obstruir a passagem da corrente de ar, denominados cordas vocais. O espaço
decorrente da não obstrução destes músculos laríngeos é chamado de glote. A
epiglote é a parte com mobilidade que se localiza entre a parte final da língua e
acima da laringe.
Fonte: http://www.centraldafonoaudiologia.c Fonte: http://www.reidaverdade.net/wp-content/uploads om.br/bd_imagens/291201412550.jpg
/2011/10/c%C3%A2ncer-de-laringe-2.jpg
11. Sistema articulatório
consiste da faringe, da língua, do nariz, dos dentes e dos lábios
(supraglotais).
Fonte: http://www.ebanataw.com.br/roberto/fonador/boca.jpg
Fonte: https://encrypted-tbn1.
gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT3ouUH8F4bdTRHtunHeyQzY--
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12. Levando-se em consideração as
características fisiológicas do aparelho
fonador, podemos afirmar que há um número
limitado de sons possíveis de ocorrer nas
línguas naturais, na verdade, um conjunto de
aproximadamente 120 símbolos é suficiente
para categorizar as consoantes e vogais.
13. SEGMENTOS CONSONANTAIS
Segmento consonantal é um som que seja
produzido com algum tipo de obstrução nas
cavidades supraglotais de maneira que haja
obstrução total ou parcial da passagem da
corrente de ar podendo ou não haver
fricção.
14. Descrição dos segmentos consonantais
Quanto ao mecanismo da corrente de ar – a corrente
de ar pode ser pulmonar, glotálica ou velar.
Corrente de ar ingressiva ou egressiva – Os segmentos
consonantais do português são produzidos com
corrente de ar egressiva, ou seja, o ar se dirige para
fora dos pulmões e é expelido por meio da pressão
produzida pelos músculos do diafragma.
15. Descrição dos segmentos consonantais
Quanto ao estado da glote – Dizemos que o estado da
glote é vozeado (ou sonoro) quando as cordas vocais
estiverem vibrando durante a produção de um
determinado som e desvozeado (ou surdo) quando não
houver vibração das cordas vocais. Na verdade ocorre
uma gradação de sons vozeados a sons desvozeados,
passando por sons que têm características de
vozeamento intermediárias.
16. Descrição dos segmentos consonantais
Quanto à posição do véu palatino – o som pode ser oral, ou
seja, a úvula estará levantada e o ar não terá acesso à
cavidade nasal; o som pode ser nasal, a úvula deverá estar
abaixada e o ar deve penetrar na cavidade nasal havendo ali
ressonância.
Articulador ativo – Os articuladores ativos têm a propriedade
de movimentar-se (em direção ao articulador passivo)
modificando a configuração do trato vocal. São: o lábio
inferior, a língua, o véu palatino (ou palato mole) e as cordas
vocais.
17. Descrição dos segmentos consonantais
Quanto ao articulador passivo – Os articuladores
passivos são o lábio superior, os dentes superiores
e o céu da boca (que se divide em alvéolos,
palato duro, véu palatino e úvula).
Note que o véu palatino pode atuar como
articulador ativo ou como articulador
passivo.
18. Quanto ao articulador passivo:
Lugar de articulação dos segmentos consonantais
Bilabial – o articulador ativo é o lábio inferior e como articulador passivo
temos o lábio superior: pá, boa, má.
Labiodental – o articulador ativo é o lábio inferior e como articulador
passivo temos os dentes incisivos superiores: faca, vá.
Dental – o articulador ativo é o ápice ou a lâmina da língua e como
articulador passivo temos os dentes incisivos superiores: data, sapa,
Zapata, nada, lata.
19. Quanto ao articulador passivo:
Lugar de articulação dos segmentos consonantais
Alveolar – o articulador ativo é o ápice ou a lâmina da língua e
como articulador ativo temos os alvéolos: data, sapa, Zapata,
nada, lata.
Alveolopalatal (ou pós-alveolares) – o articulador ativo é a parte
anterior da língua e o articulador passivo é a parte medial do
palato duro: tia, dia (no dialeto carioca), chá, já.
Palatal – o articulador ativo é a parte média da língua e o
articulador passivo é a parte final do palato duro: banha, palha.
20. Quanto ao articulador passivo:
Lugar de articulação dos segmentos consonantais
Velar – o articulador ativo é a parte posterior da língua
e o articulador passivo é o véu palatino (palato mole):
casa, gata, rata (no dialeto carioca).
Glotal – os músculos ligamentais da glote comportam-se
como articuladores: rata (na pronúncia típica do
dialeto de Belo Horizonte).
21. Descrição dos segmentos consonantais
Quanto ao grau e natureza da estritura – indica
como e em qual grau a passagem da corrente de
ar através do aparelho fonador (ou trato vocal) é
limitada neste ponto.
22. De acordo com o modo ou maneira de articulação, os
segmentos consonantais podem ser classificados em:
Oclusiva – os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem
da corrente de ar através da boca. O véu palatino está levantado e o ar que
vem dos pulmões encaminha-se para a cavidade oral. Oclusivas são, portanto,
consoantes orais: pá, tá, cá, bar, dá, gol.
Nasal – os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem da
corrente de ar através da boca. O véu palatino encontra-se abaixado e o ar
que vem dos pulmões dirige-se à cavidade nasal e oral: má, nua, banho.
23. De acordo com o modo ou maneira de articulação, os
segmentos consonantais podem ser classificados em:
Fricativa – os articuladores se aproximam produzindo fricção quando ocorre a passagem
central da corrente de ar. A aproximação dos articuladores entretanto não chega a causar
obstrução completa e sim parcial que causa a fricção: fé, vá, sapa, Zapata, chá, já, rata
(no português do Rio de Janeiro e Belo Horizonte).
Africada – na fase inicial da produção de uma africada os articuladores produzem uma
obstrução completa na passagem da corrente de ar através da boca e o véu palatino
encontra-se levantado (como nas oclusivas). Na fase final dessa obstrução (quando se dá a
soltura da oclusão) ocorre então uma fricção decorrente da passagem central da corrente
de ar (como nas fricativas). O véu palatino continua levantado durante a produção de uma
africada: tia, dia (pronúncia “chia" e “djia”).
24. De acordo com o modo ou maneira de articulação, os
segmentos consonantais podem ser classificados em:
Retroflexa – o palato duro é o articulador passivo e a ponta da língua é o articulador
ativo. A produção de uma retroflexa geralmente se dá com o levantamento e
encurvamento da ponta da língua em direção do palato duro. Ocorrem no dialeto
“caipira” e no sotaque de norte-americanos falando português como nas palavras:
mar, carta.
Tepe (ou vibrante simples): o articulador ativo toca rapidamente o articulador passivo
ocorrendo uma rápida obstrução da passagem da corrente de ar através da boca:
cara, brava.
25. De acordo com o modo ou maneira de articulação, os
segmentos consonantais podem ser classificados em:
Vibrante (múltipla) – o articulador ativo toca algumas vezes o articulador
passivo causando a vibração. Em alguns dialetos do português ocorre esta
variante em expressões como “orra meu!” ou em palavras como “marra”.
Laterais – o articulador ativo toca o articulador passivo e a corrente de ar é
obstruída na linha central do trato vocal. O ar será então expelido por
ambos os lados desta obstrução tendo portanto saída lateral: lá, palha, sal.
26. Notação dos segmentos consonantais
Segue a seguinte ordem:
(modo de articulação + lugar de articulação + grau de vozeamento),
por exemplo:
[p] oclusiva bilabial desvozeada
[b] oclusiva bilabial vozeada
28. SEGMENTO VOCÁLICO
É um som que, para ser produzido, não há
interrupção da passagem da corrente de ar na linha
central e, portanto não há obstrução ou fricção no
trato vocal.
29. SEGMENTOS VOCÁLICOS - São descritos
levando-se em consideração os seguintes
aspectos:
Altura da língua – refere-se à altura ocupada pelo corpo
da língua (dimensão vertical) durante a articulação do
segmento vocálico. Na descrição do português devemos
considerar quatro níveis de altura:
alta (=fechada),
média-alta (=meio fechada),
média-baixa (=meio aberta) e
baixa (=aberta).
30. SEGMENTOS VOCÁLICOS - São descritos
levando-se em consideração os seguintes
aspectos:
Anterioridade da língua – refere-se à posição do corpo da
língua na dimensão horizontal durante a articulação do
segmento vocálico. As três posições que podem ser
assumidas pela língua são:
anterior,
central e
posterior.
31. SEGMENTOS VOCÁLICOS - São descritos
levando-se em consideração os seguintes
aspectos:
Arredondamento dos lábios – utiliza os parâmetros
lábios arredondados ou
lábios estendidos (não arredondados) para descrição dos
segmentos vocálicos.
32. ARTICULAÇÕES SECUNDÁRIAS DOS SEGMENTOS
VOCÁLICOS
Duração – a duração de um determinado segmento só
pode ser medida comparativamente em relação a outros
segmentos. Em algumas línguas a duração é
extremamente importante na produção dos segmentos
vocálicos, como o inglês por exemplo. Em português este
não é o caso.
33. ARTICULAÇÕES SECUNDÁRIAS DOS SEGMENTOS
VOCÁLICOS
Desvozeamento – normalmente segmentos vocálicos
são vozeados, isto é, durante a sua produção as cordas
vocais estão vibrando. Contudo, segmentos vocálicos
podem ser produzidos com a propriedade articulatória
secundária de desvozeamento. Em português o
desvozeamento de segmentos vocálicos geralmente ocorre
em vogais não acentuadas em final de palavra, como por
exemplo, as vogais finais das palavras “pata, sapo, bote”.
34. ARTICULAÇÕES SECUNDÁRIAS DOS SEGMENTOS
VOCÁLICOS
Nasalização – se durante a articulação de uma vogal
ocorrer o abaixamento do véu palatino, parte do fluxo de
ar penetrará na cavidade nasal sendo expelido pelas
narinas e produzindo assim uma qualidade vocálica
nasalizada. A nasalidade e a altura da língua estão
intimamente relacionadas.
35. ARTICULAÇÕES SECUNDÁRIAS DOS SEGMENTOS
VOCÁLICOS
Tensão – segmentos tensos estão em oposição a
segmentos frouxos (ou lax). Um segmento tenso é
produzido com maior esforço muscular do que um
segmento frouxo. Segmentos frouxos ocorrem no
português brasileiro em vogais átonas finais; “patu,
safari”, que podem ser contrastadas com as vogais altas
tensas (e tônicas) em “jacu, saci”.
36. SEMIVOGAIS, SEMICONTÓIDES OU
GLIDES
São segmentos que têm características fonéticas
não tão precisas, seja de consoante ou de vogal.
37. DITONGOS
São uma sequência de segmentos, sendo uma vogal e o outro uma semivogal (ou
semicontóide ou glide).
Na sequência de vogais de um ditongo, a vogal sem proeminência acentual
corresponde ao glide.
os segmentos vocálicos ocorrem na mesma sílaba e há uma mudança contínua e
gradual entre as vogais em questão.
O movimento articulatório de um ditongo difere do movimento articulatório de duas
vogais em sequência, o hiato, que ocorre em sílabas separadas.
38. A SÍLABA
Cada contração e cada jato de ar expelido dos pulmões constitui a base
de uma sílaba.
A estrutura de uma sílaba pode apresentar três partes, sendo uma
parte nuclear que é obrigatória e geralmente preenchida por um
segmento vocálico. As outras duas partes são periféricas, opcionais e
são preenchidas por segmentos consonantais.
Se a sílaba apresentar apenas o segmento vocálico, este preencherá
todas as partes da estrutura da sílaba.
O núcleo de uma sílaba pode ser acentuado ou não.
39. TONICIDADE
Uma sílaba tônica ou acentuada é produzida com um pulso torácico
reforçado.
A vogal acentuada é auditivamente percebida como tendo duração mais
longa e também como sendo pronunciada de maneira mais alta.
Adotamos o termo vogal tônica para denominar uma vogal que tenha
proeminência acentual em relação às outras vogais.
Vogais átonas podem ser pretônicas (antecedem o acento tônico) ou
postônicas (sucedem o acento tônico).
40. A relação entre o acento primário, o acento secundário e
a ausência de acento leva à construção do ritmo da
fala. Nem todas as línguas fazem uso do acento como o
português. Há línguas tonais cujos núcleos ou picos
silábicos carregam tons. Um tom é definido por
parâmetros melódicos (pitch). Temos tons alto, médio,
baixo ou tons de contorno, como médio-alto, por
exemplo.
41. O SISTEMA VOCÁLICO DO PORTUGUÊS
BRASILEIRO
As vogais orais em português podem ser tônicas, pretônicas ou postônicas.
As vogais postônicas podem ser classificadas como:
postônica final (exemplo: ['matʊ] “mato” e ['numerʊ] “número” têm o símbolo [ʊ]) ou
postônicas mediais – também chamadas de vogais postônicas não-finais – ocorrem nas
palavras proparoxítonas do português ocupando a posição vocálica que segue o acento
tônico (exemplo: ['arΙdʊ] “árido” e ['palΙdʊ] “pálido” têm o símbolo [Ι].
42. VOGAIS TÔNICAS ORAIS
Quadro das vogais tônicas orais do português.
FONTE:
http://www.dle.uem.br/fonetica/quadro_vogais.jpghttp://www.dle.uem.br/fonetica/quadro_vogais.jpghttp://www.dle.uem.br/fonetica/quadro_vogais.jpghttp://ww
w.dle.uem.br/fonetica/quadro_vogais.jpg
43. VOGAIS PRETÔNICAS ORAIS
anterior central posterior
Arred não-arred Arred não-arred Arred não-arred
Alta i u
Média-alta e o
Média-baixa (Ɛ) (ə) (Ɔ)
Baixa a
Quadro das vogais pretônicas orais do português
44. VOGAIS POSTÔNICAS ORAIS
Vogais postônicas finais
Em posição postônica finais o segmento vocálico oral corresponde morfologicamente
ao sufixo de gênero em substantivos e adjetivos e á vogal temática em verbos. São
ortograficamente representados por i, e, a, o. As palavras “júri, jure, gota, mato” e
as formas verbais “(ele) come, (ela) fala, (eu) como” ilustram substantivos e verbos
cuja vogal postônica final é uma das vogais i, e, a, o. A pronúncia de postônico final
depende de variação dialetal (ou idioletal).
Vogais postônicas mediais
Vogais postônicas mediais [i, e, a, o, u, Ɛ, Ɔ] ocorrem entre a vogal tônica e a vogal
átona final em palavras proparoxítonas. Exemplo: ótimo. Há grande variação de
pronúncia de vogais postônicas mediais no português brasileiro.
45. VOGAIS NASAIS
Vogais nasais são produzidas com o abaixamento do véu palatino, permitindo
que o ar penetre na cavidade nasal.
anterior central posterior
Arred não-arred Arred não-arred Arred não-arred
Alta ĩ ũ
Média ẽ õ
Baixa ã
46. DITONGOS
Um ditongo consiste de uma sequência de segmentos vocálicos sendo que
um dos segmentos é interpretado como vogal e o outro é interpretado
como um glide.
Há casos que ditongos apresentam uma sequência glide-vogal, como, por
exemplo, nas palavras “acionista, mágoa”. Este tipo é denominado
ditongo crescente.
Há outros casos em que os ditongos apresentam uma sequência vogal-glide
como, por exemplo, as palavras “pai, pau”. Este tipo é
denominado ditongo decrescente.
47. DITONGOS CRESCENTES
Ditongos crescentes com início em [Ι]: séria, área,
série, cárie, sério, aéreo, estacionamento.
Ditongos crescentes com início em [ʊ]: árdua,
mágoa, tênue, congrue, árduo, vácuo.
48. DITONGOS DECRESCENTES
Ditongos decrescentes orais com término em [Ι]: pai, gaita, seita,
lei, réis, papéis, boi, afoito, mói, corrói, fui, cuida.
Ditongos decrescentes orais com término em [ʊ]: mau, saudade,
judeu, eu, réu, bedéu, moscou, couto, riu, fugiu.
Ditongos decrescentes nasais com término em [Ι] e [ʊ]: mãe,
cãimbra, põe, lições, muito, ruim, bem, item, pão, órfão
49. CONSOANTES COMPLEXAS
As sequências tradicionalmente denominadas “tritongos” são
analisadas como uma sequência de oclusiva velar labializada que
pode ser seguida por uma vogal ou por um ditongo, por exemplo:
“quase” ['kwazΙ].
Os segmentos [kw, gw] são denominados consoantes complexas e
correspondem a uma oclusiva velar labializada.
50. CONSOANTES COMPLEXAS
Algumas palavras que geralmente apresentam consoantes complexas [kw,
gw] na pronúncia de certos falantes, podem apresentar apenas uma oclusiva
velar [k, g] na pronúncia de outros, por exemplo: “li[kwi]dificador ~
li[ki]dificador”.
Contudo, em várias palavras com a consoante complexa ocorre
obrigatoriamente para todos os falantes – como por exemplo “tranquilo,
aquoso, sequela, etc. Note que uma palavra como [kwa]dro jamais será
pronunciada como [ka]dro