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e-ISSN 1983-0572
Publicação do Projeto Entomologistas do Brasil
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Copyright © EntomoBrasilis
Comportamento de Forrageio de Camponotus
sericeiventris Guérin (Hymenoptera, Formicidae) em
Ambiente Urbano
Thiago Elisei¹
, Cleber Ribeiro Junior², Daniela Lemos Guimarães³ & Fabio Prezoto³
1. Universidade do Estado do Amazonas, e-mail: thiagoelisei@yahoo.com.br (Autor para correspondência
). 2. Centro Universitário
do Leste de Minas Gerais, e-mail: cleber@unilestemg.br. 3. Universidade Federal de Juiz de Fora, e-mail: dlguimaraes@yahoo.com.br,
fabio.prezoto@ufjf.edu.br.
_____________________________________
EntomoBrasilis 5 (2): 170-172 (2012)
EntomologiaGeralEntomologiaGeral
Resumo. Camponotus sericeiventris Guérin são formigas descritas como onívoras, incluindo em sua dieta néctar floral e extrafloral, exsudato de
hemípteros e de lepidópteros, artrópodes mortos e presas vivas, além de sementes e frutos forrageados no ambiente em que residem. O objetivo deste
trabalho foi analisar o comportamento de forrageio de C. sericeiventris, correlacionando a atividade forrageadora com os fatores climáticos, bem
como quantificar e identificar os recursos explorados pela espécie, o tempo de forrageio e o raio de ação. A espécie estudada revelou ser influenciada
positivamente pela variação de temperatura do ambiente, aumentando sua atividade com a elevação da temperatura (p<0,05). Apenas 5,19% (n=
387) dos retornos foram possíveis de serem identificados, distribuídos em fezes (35,40%, n = 137); proteína animal (27,65%, n = 107) e fibra vegetal
(36,95%, n = 143). Na maior parte dos retornos (94,81%, n= 7.072) as formigas não carregavam uma carga visível. Duas trilhas de forrageio, que
partiam da colônia até as árvores onde as formigas buscavam recursos, foram medidas (73 e 86 m), representando um raio médio de distância por
procura de recursos de 79,5 ±9,19 m o que resulta em 19.596 m² de área de ação de uma colônia. O tempo de forrageio de C. sericeiventris apresentou
uma média de duração de 67 ±16’97’’ (37’03’’ – 101’) min. Os resultados encontrados no presente estudo fornecem importantes subsídios para a
compreensão da dinâmica da atividade forrageadora da formiga C. sericeiventris em ambiente antrópico. Além disso, revela a importância desta
espécie em suas interações com o ambiente.
Palavras-chaves: Formiga; Insetos; Interação.
Foraging Behavior of Camponotus sericeiventris Guérin
(Hymenoptera, Formicidae) in Urban Environment
Abstract. Camponotus sericeiventris Guérin are described as omnivorous, their diet including floral and extrafloral nectar, exudates of hemipteran
and lepidopteran, prey, seed and fruit foraged in the environment. The aim of this study was to examine the foraging behavior of C. sericeiventris,
correlating the foraging activity and climatic factors as well as quantify and identify the resources exploited by the species and time of the foraging
and action range. The specie studied was influenced positively by variations in the temperature. In most of the returns (94.81%, n = 7,072) the ants
did not carry a load visible. Only 5.19% (n = 387) of the returns were identified and distributed as feces (35.40%, n = 137), animal protein (27.65%, n
= 107) and vegetable fiber (36, 95%, n = 143). Two foraging trails, from colony to trees where ants were seeking resources, were measured (73 and 86
m) representing an average of the distance of 79.5 ± 9.19 m, resulting in 19,596 m² of colony action. The duration of foraging of the C. sericeiventris
had an average of 67 ± 16’97’’ (37’03’’- 101’) minutes. The results of this study provide important insights into understanding the dynamics of foraging
activity of the C. sericeiventris in the human environment. Moreover, it shows the interaction of this specie with the environmental.
Keywords: Ants; Insects; Interaction.
_____________________________________
O
gênero Camponotus é amplamente distribuído pelo
continente americano e facilmente encontrado no
território brasileiro (Loureiro & Queiroz 1990). As
formigas deste grupo são descritas como onívoras (Cannon
1998). Segundo Yamamoto (2004) hábito da espécie arborícola
Camponotus sericeiventris Guérin, é oportunista, incluindo
néctar floral e extrafloral, exsudado de hemípteros e de
lepidópteros, artrópodes mortos e presas vivas, além de sementes
e frutos forrageados no ambiente em que residem. Na atividade
de forrageio, o fluxo dos recursos transportados para a colônia
pelas operárias depende da velocidade de cada indivíduo na coleta
do material, além de outras variáveis (Paul & Roces 2003). Para
maximizar a entrega de alimentos para a colônia, as operárias
forrageiras devem explorar um recurso alimentar e transmitir
informações sobre esta fonte para os demais co-específicos
(Núñes 1982; Moffatt 2000).
A abundância das formigas e sua diversidade de hábitos
alimentares têm um importante papel ecológico na maioria
dos ecossistemas que habitam (Hölldobler & Wilson 1990).
Sendo assim, é de grande interesse para a ecologia, estudos que
analisem os benefícios e natureza da interação entre formigas e
plantas (Del-Claro & Prezoto 2003), destacando-se a dispersão
de sementes, polinização e a predação de insetos e outros
invertebrados (Hölldobler & Wilson 1990).
Algunsexperimentosdemonstraramaproteçãocontraherbívoros
para a planta quando ocorrem visitações de formigas em seus
nectários, como demonstram os trabalhos de Romero (2002) com
espécies de Camponotus sp. e de Almeida & Figueredo (2003)
com C. sericeiventris. Há um efeito benéfico para as plantas
com a eliminação dos herbívoros pelas formigas (Schemske 1980;
Sthephenson 1982), uma vez que a área foliar não é diminuída
e há uma redução nas vias de infecção por patógenos nas áreas
herbivoradas.
O objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento de
forrageio de C. sericeiventris, correlacionando a atividade
e-ISSN 1983-0572e-ISSN 1983-0572
forrageadora com os fatores climáticos, bem como quantificar
e identificar os recursos explorados pela espécie, o tempo de
forrageio e o raio de ação, contribuindo para o conhecimento da
ecologia comportamental e de interações mantidas pela espécie
com o ambiente.
O trabalho foi realizado de abril a julho de 2006, no campus da
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no Município de
Juiz de Fora (21º 46’ S; 43º 21’ O, altitude média de 678 m), MG,
em uma colônia bem estabelecida de C. sericeiventris, fundada
em uma edificação. A atividade forrageadora foi observada das
8:00 às 18:00h, resultando em 10 horas diárias de observações,
com cinco dias de repetição, totalizando 50 horas. A cada 30
minutos foram registrados os retornos e saídas, com o auxílio
de contadores manuais, e os fatores climáticos (temperatura e
umidade relativa do ar) com a utilização de termohigrômetro
digital localizado nas proximidades da colônia. O Teste de
Correlação de Pearson foi aplicado para verificação da influência
dos fatores climáticos no número de operárias que saíam para o
forrageio.
Os materiais sólidos forrageados foram coletados em cinco dias
distintos das observações do ritmo de atividade, e durante os
períodos de maior atividade da colônia (das 10:00 às 14:00h),
através da interceptação dos indivíduos que retornavam do
forrageio, totalizando ao final do experimento 20 horas de coletas.
Os materiais e um lote de 12 indivíduos da espécie foram pesados
em balança de precisão, a fim de estabelecer uma correlação entre
a massa da carga transportada e a massa corporal das operárias.
A identificação dos materiais sólidos foi realizada através de
análise em estereomicroscópio, no Laboratório de Ecologia
Comportamental do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas da UFJF, classificando-os em proteína (presas = larvas
de insetos, insetos adultos, aranhas, entre outros), fibra vegetal
(partes de plantas = partes de folhas, gravetos, resina, casca entre
outros) e fezes (modificado da metodologia proposta por Prezoto
et al. 1994).
No experimento foram marcadas 40 operárias que saiam
para o forrageio, com tinta atóxica, na região dorsal do tórax,
para posterior identificação a fim de registrar, com auxílio de
cronômetros digitais, o tempo médio de forrageio da espécie. O
comprimento de duas trilhas identificadas da colônia também foi
medido, com auxílio de uma trena, a fim de se conhecer a área de
interação da espécie no ambiente.
A atividade forrageadora de C. camponotus tinha início as 7:00h
e se encerrava as 18:00h, com intensificação no período entre
as 10 e 14 horas, coincidindo com as horas mais quentes do dia.
A média de saídas e retornos/hora foi 237,87±171,94 (0-524) e
237,39±159,34 (1-497), respectivamente.
Durante todas as observações a temperatura média diária variou
de 17,17 a 20,97ºC. O número de saídas para o forrageio e para a
temperatura apresentaram uma significativa correlação positiva
(r = 0,42; p = 0,0001). A umidade relativa do ar média variou de
68,15 a 76,7% e não foi significativamente correlacionada com o
número de saídas para o forrageio (r = 0,03; p = 0,7807).
A atividade de forrageio C. sericeiventris foi mais intensa nas
horas mais quentes do dia (10:00 às 14:00h), período coincidente
com as atividades de outros insetos himenópteros sociais, como
as vespas (Prezoto et al. 1994; Elisei et al. 2005; Ribeiro Jr. et
al. 2006) e abelhas (Marchini & Moreti 2003) e outras formigas
(D’ávila et al. 2005). Esta semelhança entre os trabalhos pode ser
resultado das necessidades por recursos, que são similares, entre
os grupos destes insetos, como néctar, fibra vegetal e proteína
animal. Yamamoto & Del-Claro (2008) verificaram este mesmo
padrão de forrageio por C. serviceiventris em estudo realizado no
ambiente natural de cerrado.
A temperatura foi uma variável influente na atividade
forrageadora, apresentando uma forte correlação com a saída
de operárias de C. sericeiventris, fato evidenciado por outros
autores para espécies de diferentes formigas (Traniello et al.
1984; Leal 1996; García-Pérez et al. 1997). No entanto acredita-
se que vários fatores podem influenciar a atividade de forrageio
como: a época do ano, estágio de desenvolvimento da colônia e
especialização de micro-habitats (Viana et al. 2004). O padrão de
maior atividade de C. sericeiventris durante a fotofase, concorda
com o ritmo apresentado por várias espécies de formigas do
gênero Camponotus (Hölldobler & Wilson 1990).
No período de estudo foram registrados 7.459 retornos de
operárias para a colônia. Na maior parte dos retornos (94,81%,
n= 7.072) as formigas não carregavam uma carga visível. Em
apenas 5,19% (n= 387) desses retornos foi possível identificar o
material capturado pelas formigas, distribuídos nas as seguintes
proporções: 35,40% (n = 137) de fezes; 27,65% (n = 107) de
proteína animal e 36,95% (n = 143) de fibra vegetal.
A identificação dos recursos forrageados por formigas da
espécie C. sericeiventris comprovam o seu hábito onívoro e
dieta oportunista como descrito por Cannon (1998) e Yamamoto
(2004). Foi observado que alguns indivíduos carregavam
presas ainda vivas, revelando o hábito predatório sobre outros
grupos, principalmente de larvas de outros artrópodes. Este
comportamento indica uma importante função de controle de
populações por parte da espécie estudada. Além disso, operárias
carregavamtambémpresasjámortas,queaparentavamnãoterem
sido abatidas pelas mesmas, sendo assim apenas recolhidas pelas
formigas no ambiente e servindo de nutriente para a colônia. A
utilização de fezes na dieta deste grupo implica na participação
destas formigas na ciclagem de nutrientes no ecossistema.
A maioria das formigas arborícolas e algumas terrestres
alimentam-se principalmente de secreções de plantas e
exudado de insetos, ambos ricos em carboidratos (Hölldobler
& Wilson 1990). Portanto, como na maior parte dos retornos
das operárias do presente trabalho não se registrou uma carga
visível, provavelmente estas estariam transportando substâncias
líquidas.AsoperáriasdeFormicinae,Dolichoderinae,Myrmicinae
e algumas Ponerinae transportam tais secreções no papo, que é
considerado um “estômago social”, já que seu conteúdo pode
ser compartilhado com os outros membros por regurgitação
(Hölldobler & Wilson 1990).
O peso médio dos itens transportados por C. sericeiventris foi
de: 0,0085 gramas de fezes; 0,007 gramas de proteína e 0,0054
gramas de fibra vegetal. O peso corporal médio das operárias
de C. sericeiventris foi de 0,0654 gramas e o peso médio dos
recursos transportados pelas formigas foi de 0,0071 gramas, o
que significa que uma operária de C. sericeiventris pode carregar
em média de 10,85% de sua massa corporal.
Embora muitas espécies de formigas fossem capazes de carregar
várias vezes o seu peso corporal (Hölldobler & Wilson 1990),
as operárias de C. sericeiventris carregaram em média cerca de
11% de seu peso. No entanto, o elevado número de indivíduos
que compõem uma colônia da espécie estudada, podendo chegar
a centenas de milhares de operárias (Khol et al. 2003), pode
resultar em uma massa considerável de materiais transportados,
auxiliando no processo de ciclagem dos nutrientes e homeostase
do ambiente.
Duas trilhas de forrageio, que partiam da colônia até as
árvores onde as formigas buscavam recursos, foram medidas
e apresentaram 73 e 86 m. Isto implica em um raio médio de
distância por procura de recursos de 79,5±9,19 m o que resulta
em 19.845 m² de área de ação de uma colônia.
O tempo de forrageio de C. sericeiventris apresentou uma média
de duração de 67 ±16’97’’ (37’03’’ – 101’) minutos. A taxa de
entrega de material coletado à colônia esta ligada intimamente
ao tempo de forrageio, uma vez que quanto mais rápida a
www.periodico.ebras.bio.brwww.periodico.ebras.bio.br
e-ISSN 1983-0572e-ISSN 1983-0572
procura e coleta por materiais, maior será o volume de recursos
empregados no desenvolvimento da colônia.
O raio de ação da espécie estuda foi de aproximadamente 79 m e
o tempo médio de procura por recursos foi de aproximadamente
67 min., apresentando assim uma velocidade média de 2,35
m/min. Desta forma, em um dia de atividade forrageadora,
considerando apenas o período de fotofase (8:00h às 18:00h),
uma operária pode percorrer 1.415 m. Este valor implica em uma
grande área de influência que estas operárias abrangem no meio
em que vivem.
Os resultados encontrados no presente estudo fornecem
importantes subsídios para a compreensão da dinâmica da
atividade forrageadora da formiga C. sericeiventris em ambiente
antrópico. Além disso, revela a importância desta espécie para
a manutenção das populações e na ciclagem de nutrientes no
ambiente.
REFERÊNCIAS
Almeida, A.M. & R.A. Figueredo, 2003. Ants visit nectaries of
Epidendrum denticulatum (Orchidaceae) in a brazilian
rainflorest: effects on herbivory and pollination. Brazilian
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Cannon, C.A., 1998. Nutritinal ecology of the carpenter ant
Camponotus pennsylvanicus (De Geer): macronutrient
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Virginia Polytechnic Institute and State University. 158p.
D’Ávila, S., F.R. Andrade, F. Prezoto, & K. Del-Claro, 2005.
Activity schedule and foraging activity in Cephalotes atratus
(Hymenoptera: Formicidae, Myrmiciinae). Sociobiology, 45:
105-118.
Del-Claro, K. & F. Prezoto, 2003. As distintas faces do
comportamento animal. Sociedade Brasileira de Etologia &
Livraria Conceito. Jundiaí, SP. 276p.
Elisei, T., D.L. Guimarães, C. Ribeiro Jr., & F. Prezoto, 2005.
Foraging activity and nesting of swarm-founding wasp
Synoeca cyanea (Hymenoptera: Vespidae, Polistinae).
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García-Pérez, J.A., A. Blanco-Piñón, R. Mercado-Hernández & M.
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harpax Fabr. sobre Gnathamitermes tubiformans Buckley en
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Hölldobler, B. & E.O. Wilson, 1990. The ants. The Belknap Press
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Kohl, E., B. Hölldobler & H.J. Bestmann, 2003. Trail pheromones
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(C. castaneus, C. balzani, C. sericeiventris: Formicidae,
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Leal, J.R., 1996. Ecologia comportamental de Pachycondyla (=
Termitopone) marginata: fundação de colônias, predação de
cupins e hábito migratório. Anais de Etologia, Uberlândia–
MG. Brasil, 14: 95- 104.
Loureiro, M.C. & M.V.B. Queiroz, 1990. Insetos de Viçosa: 1.
Formicidae. Viçosa: UFV. Imprensa Universitária. 106 p.
Marchini, L.C. & A.C. Moreti, 2003.Comportamento de coleta de
alimento por Apis mellifera L., 1758 (Hymenoptera, apidae)
em cinco espécies de eucalyptus. Archivos Latinoamericanos
de Producción Animal, 11: 75-79
Moffatt, L., 2000. Changes in the metabolic rate of the foraging
honeybee: effect of the carried weight or of the reward rate?
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Núñes, J.A., 1982. Honeybee foraging strategies at a food source
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Paul, J. & F. Roces, 2003. Fluid intake rate in ants correlate with
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Prezoto, F., E. Giannotti & V.L.L. Machado, 1994. Atividade
forrageadora e material coletado pela vespa social Polistes
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11-19.
Ribeiro Jr., C., D.L. Guimarães, T. Elisei & F. Prezoto, 2006.
Foraging activity rhythm of the neotropical swarm-founding
wasp Protopolybia exigua (Hymenoptera, Vespidae,
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Romero, G.Q., 2002. Protetion of Vochysia elliptica
(Vochysiaceae) by a nectar-thieving ant. Brazilian Journal of
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Schemske,D.W.,1980.Theevolutionarysignificanceofextrafloral
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68: 956-967.
Sthephenson, A.G., 1982. The role of extrafloral nectaries of
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Traniello, J.F.A., M.S. Fujita & R.V. Bowen, 1984. Ant foraging
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Viana, L.R., J.C. Santos, L.J. Arruda, G.P. Santos & G.W.
Fernandes, 2004. Foraging patterns of lesf-cutter ant Atta
laevigata (Smith) (Myrmicinae: Attini) in na área of Cerrado
vegetation. Neotropical Entomology, 33: 391-393.
Yamamoto, M. & C. Del-Claro, 2008. Natural history and foraging
behavior of the carpenter ant Camponotus sericeiventris
Guérin, 1838 (Formicinae, Campotonini) in the Brazilian
tropical savanna. Acta Ethologica, 11: 55–65.
Yamamoto, M., 2004. Ecologia e comportamento da formiga
Camponotus sericeiventris Guérin, 1838 (Formicinae,
Camponotini). Dissertação de mestrado, Universidade
Federal de Uberlândia. 77p.
Recebido em: 22/12/2011
Aceito em: 02/04/2012
**********
http://www.periodico.ebras.bio.br/ojs/index.php/ebras/article/view/220http://www.periodico.ebras.bio.br/ojs/index.php/ebras/article/view/220

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Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano

  • 1. www.periodico.ebras.bio.brwww.periodico.ebras.bio.br e-ISSN 1983-0572 Publicação do Projeto Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Distribuído através da Creative Commons Licence v3.0 (BY-NC-ND) Copyright © EntomoBrasilis Comportamento de Forrageio de Camponotus sericeiventris Guérin (Hymenoptera, Formicidae) em Ambiente Urbano Thiago Elisei¹ , Cleber Ribeiro Junior², Daniela Lemos Guimarães³ & Fabio Prezoto³ 1. Universidade do Estado do Amazonas, e-mail: thiagoelisei@yahoo.com.br (Autor para correspondência ). 2. Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, e-mail: cleber@unilestemg.br. 3. Universidade Federal de Juiz de Fora, e-mail: dlguimaraes@yahoo.com.br, fabio.prezoto@ufjf.edu.br. _____________________________________ EntomoBrasilis 5 (2): 170-172 (2012) EntomologiaGeralEntomologiaGeral Resumo. Camponotus sericeiventris Guérin são formigas descritas como onívoras, incluindo em sua dieta néctar floral e extrafloral, exsudato de hemípteros e de lepidópteros, artrópodes mortos e presas vivas, além de sementes e frutos forrageados no ambiente em que residem. O objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento de forrageio de C. sericeiventris, correlacionando a atividade forrageadora com os fatores climáticos, bem como quantificar e identificar os recursos explorados pela espécie, o tempo de forrageio e o raio de ação. A espécie estudada revelou ser influenciada positivamente pela variação de temperatura do ambiente, aumentando sua atividade com a elevação da temperatura (p<0,05). Apenas 5,19% (n= 387) dos retornos foram possíveis de serem identificados, distribuídos em fezes (35,40%, n = 137); proteína animal (27,65%, n = 107) e fibra vegetal (36,95%, n = 143). Na maior parte dos retornos (94,81%, n= 7.072) as formigas não carregavam uma carga visível. Duas trilhas de forrageio, que partiam da colônia até as árvores onde as formigas buscavam recursos, foram medidas (73 e 86 m), representando um raio médio de distância por procura de recursos de 79,5 ±9,19 m o que resulta em 19.596 m² de área de ação de uma colônia. O tempo de forrageio de C. sericeiventris apresentou uma média de duração de 67 ±16’97’’ (37’03’’ – 101’) min. Os resultados encontrados no presente estudo fornecem importantes subsídios para a compreensão da dinâmica da atividade forrageadora da formiga C. sericeiventris em ambiente antrópico. Além disso, revela a importância desta espécie em suas interações com o ambiente. Palavras-chaves: Formiga; Insetos; Interação. Foraging Behavior of Camponotus sericeiventris Guérin (Hymenoptera, Formicidae) in Urban Environment Abstract. Camponotus sericeiventris Guérin are described as omnivorous, their diet including floral and extrafloral nectar, exudates of hemipteran and lepidopteran, prey, seed and fruit foraged in the environment. The aim of this study was to examine the foraging behavior of C. sericeiventris, correlating the foraging activity and climatic factors as well as quantify and identify the resources exploited by the species and time of the foraging and action range. The specie studied was influenced positively by variations in the temperature. In most of the returns (94.81%, n = 7,072) the ants did not carry a load visible. Only 5.19% (n = 387) of the returns were identified and distributed as feces (35.40%, n = 137), animal protein (27.65%, n = 107) and vegetable fiber (36, 95%, n = 143). Two foraging trails, from colony to trees where ants were seeking resources, were measured (73 and 86 m) representing an average of the distance of 79.5 ± 9.19 m, resulting in 19,596 m² of colony action. The duration of foraging of the C. sericeiventris had an average of 67 ± 16’97’’ (37’03’’- 101’) minutes. The results of this study provide important insights into understanding the dynamics of foraging activity of the C. sericeiventris in the human environment. Moreover, it shows the interaction of this specie with the environmental. Keywords: Ants; Insects; Interaction. _____________________________________ O gênero Camponotus é amplamente distribuído pelo continente americano e facilmente encontrado no território brasileiro (Loureiro & Queiroz 1990). As formigas deste grupo são descritas como onívoras (Cannon 1998). Segundo Yamamoto (2004) hábito da espécie arborícola Camponotus sericeiventris Guérin, é oportunista, incluindo néctar floral e extrafloral, exsudado de hemípteros e de lepidópteros, artrópodes mortos e presas vivas, além de sementes e frutos forrageados no ambiente em que residem. Na atividade de forrageio, o fluxo dos recursos transportados para a colônia pelas operárias depende da velocidade de cada indivíduo na coleta do material, além de outras variáveis (Paul & Roces 2003). Para maximizar a entrega de alimentos para a colônia, as operárias forrageiras devem explorar um recurso alimentar e transmitir informações sobre esta fonte para os demais co-específicos (Núñes 1982; Moffatt 2000). A abundância das formigas e sua diversidade de hábitos alimentares têm um importante papel ecológico na maioria dos ecossistemas que habitam (Hölldobler & Wilson 1990). Sendo assim, é de grande interesse para a ecologia, estudos que analisem os benefícios e natureza da interação entre formigas e plantas (Del-Claro & Prezoto 2003), destacando-se a dispersão de sementes, polinização e a predação de insetos e outros invertebrados (Hölldobler & Wilson 1990). Algunsexperimentosdemonstraramaproteçãocontraherbívoros para a planta quando ocorrem visitações de formigas em seus nectários, como demonstram os trabalhos de Romero (2002) com espécies de Camponotus sp. e de Almeida & Figueredo (2003) com C. sericeiventris. Há um efeito benéfico para as plantas com a eliminação dos herbívoros pelas formigas (Schemske 1980; Sthephenson 1982), uma vez que a área foliar não é diminuída e há uma redução nas vias de infecção por patógenos nas áreas herbivoradas. O objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento de forrageio de C. sericeiventris, correlacionando a atividade
  • 2. e-ISSN 1983-0572e-ISSN 1983-0572 forrageadora com os fatores climáticos, bem como quantificar e identificar os recursos explorados pela espécie, o tempo de forrageio e o raio de ação, contribuindo para o conhecimento da ecologia comportamental e de interações mantidas pela espécie com o ambiente. O trabalho foi realizado de abril a julho de 2006, no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no Município de Juiz de Fora (21º 46’ S; 43º 21’ O, altitude média de 678 m), MG, em uma colônia bem estabelecida de C. sericeiventris, fundada em uma edificação. A atividade forrageadora foi observada das 8:00 às 18:00h, resultando em 10 horas diárias de observações, com cinco dias de repetição, totalizando 50 horas. A cada 30 minutos foram registrados os retornos e saídas, com o auxílio de contadores manuais, e os fatores climáticos (temperatura e umidade relativa do ar) com a utilização de termohigrômetro digital localizado nas proximidades da colônia. O Teste de Correlação de Pearson foi aplicado para verificação da influência dos fatores climáticos no número de operárias que saíam para o forrageio. Os materiais sólidos forrageados foram coletados em cinco dias distintos das observações do ritmo de atividade, e durante os períodos de maior atividade da colônia (das 10:00 às 14:00h), através da interceptação dos indivíduos que retornavam do forrageio, totalizando ao final do experimento 20 horas de coletas. Os materiais e um lote de 12 indivíduos da espécie foram pesados em balança de precisão, a fim de estabelecer uma correlação entre a massa da carga transportada e a massa corporal das operárias. A identificação dos materiais sólidos foi realizada através de análise em estereomicroscópio, no Laboratório de Ecologia Comportamental do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UFJF, classificando-os em proteína (presas = larvas de insetos, insetos adultos, aranhas, entre outros), fibra vegetal (partes de plantas = partes de folhas, gravetos, resina, casca entre outros) e fezes (modificado da metodologia proposta por Prezoto et al. 1994). No experimento foram marcadas 40 operárias que saiam para o forrageio, com tinta atóxica, na região dorsal do tórax, para posterior identificação a fim de registrar, com auxílio de cronômetros digitais, o tempo médio de forrageio da espécie. O comprimento de duas trilhas identificadas da colônia também foi medido, com auxílio de uma trena, a fim de se conhecer a área de interação da espécie no ambiente. A atividade forrageadora de C. camponotus tinha início as 7:00h e se encerrava as 18:00h, com intensificação no período entre as 10 e 14 horas, coincidindo com as horas mais quentes do dia. A média de saídas e retornos/hora foi 237,87±171,94 (0-524) e 237,39±159,34 (1-497), respectivamente. Durante todas as observações a temperatura média diária variou de 17,17 a 20,97ºC. O número de saídas para o forrageio e para a temperatura apresentaram uma significativa correlação positiva (r = 0,42; p = 0,0001). A umidade relativa do ar média variou de 68,15 a 76,7% e não foi significativamente correlacionada com o número de saídas para o forrageio (r = 0,03; p = 0,7807). A atividade de forrageio C. sericeiventris foi mais intensa nas horas mais quentes do dia (10:00 às 14:00h), período coincidente com as atividades de outros insetos himenópteros sociais, como as vespas (Prezoto et al. 1994; Elisei et al. 2005; Ribeiro Jr. et al. 2006) e abelhas (Marchini & Moreti 2003) e outras formigas (D’ávila et al. 2005). Esta semelhança entre os trabalhos pode ser resultado das necessidades por recursos, que são similares, entre os grupos destes insetos, como néctar, fibra vegetal e proteína animal. Yamamoto & Del-Claro (2008) verificaram este mesmo padrão de forrageio por C. serviceiventris em estudo realizado no ambiente natural de cerrado. A temperatura foi uma variável influente na atividade forrageadora, apresentando uma forte correlação com a saída de operárias de C. sericeiventris, fato evidenciado por outros autores para espécies de diferentes formigas (Traniello et al. 1984; Leal 1996; García-Pérez et al. 1997). No entanto acredita- se que vários fatores podem influenciar a atividade de forrageio como: a época do ano, estágio de desenvolvimento da colônia e especialização de micro-habitats (Viana et al. 2004). O padrão de maior atividade de C. sericeiventris durante a fotofase, concorda com o ritmo apresentado por várias espécies de formigas do gênero Camponotus (Hölldobler & Wilson 1990). No período de estudo foram registrados 7.459 retornos de operárias para a colônia. Na maior parte dos retornos (94,81%, n= 7.072) as formigas não carregavam uma carga visível. Em apenas 5,19% (n= 387) desses retornos foi possível identificar o material capturado pelas formigas, distribuídos nas as seguintes proporções: 35,40% (n = 137) de fezes; 27,65% (n = 107) de proteína animal e 36,95% (n = 143) de fibra vegetal. A identificação dos recursos forrageados por formigas da espécie C. sericeiventris comprovam o seu hábito onívoro e dieta oportunista como descrito por Cannon (1998) e Yamamoto (2004). Foi observado que alguns indivíduos carregavam presas ainda vivas, revelando o hábito predatório sobre outros grupos, principalmente de larvas de outros artrópodes. Este comportamento indica uma importante função de controle de populações por parte da espécie estudada. Além disso, operárias carregavamtambémpresasjámortas,queaparentavamnãoterem sido abatidas pelas mesmas, sendo assim apenas recolhidas pelas formigas no ambiente e servindo de nutriente para a colônia. A utilização de fezes na dieta deste grupo implica na participação destas formigas na ciclagem de nutrientes no ecossistema. A maioria das formigas arborícolas e algumas terrestres alimentam-se principalmente de secreções de plantas e exudado de insetos, ambos ricos em carboidratos (Hölldobler & Wilson 1990). Portanto, como na maior parte dos retornos das operárias do presente trabalho não se registrou uma carga visível, provavelmente estas estariam transportando substâncias líquidas.AsoperáriasdeFormicinae,Dolichoderinae,Myrmicinae e algumas Ponerinae transportam tais secreções no papo, que é considerado um “estômago social”, já que seu conteúdo pode ser compartilhado com os outros membros por regurgitação (Hölldobler & Wilson 1990). O peso médio dos itens transportados por C. sericeiventris foi de: 0,0085 gramas de fezes; 0,007 gramas de proteína e 0,0054 gramas de fibra vegetal. O peso corporal médio das operárias de C. sericeiventris foi de 0,0654 gramas e o peso médio dos recursos transportados pelas formigas foi de 0,0071 gramas, o que significa que uma operária de C. sericeiventris pode carregar em média de 10,85% de sua massa corporal. Embora muitas espécies de formigas fossem capazes de carregar várias vezes o seu peso corporal (Hölldobler & Wilson 1990), as operárias de C. sericeiventris carregaram em média cerca de 11% de seu peso. No entanto, o elevado número de indivíduos que compõem uma colônia da espécie estudada, podendo chegar a centenas de milhares de operárias (Khol et al. 2003), pode resultar em uma massa considerável de materiais transportados, auxiliando no processo de ciclagem dos nutrientes e homeostase do ambiente. Duas trilhas de forrageio, que partiam da colônia até as árvores onde as formigas buscavam recursos, foram medidas e apresentaram 73 e 86 m. Isto implica em um raio médio de distância por procura de recursos de 79,5±9,19 m o que resulta em 19.845 m² de área de ação de uma colônia. O tempo de forrageio de C. sericeiventris apresentou uma média de duração de 67 ±16’97’’ (37’03’’ – 101’) minutos. A taxa de entrega de material coletado à colônia esta ligada intimamente ao tempo de forrageio, uma vez que quanto mais rápida a
  • 3. www.periodico.ebras.bio.brwww.periodico.ebras.bio.br e-ISSN 1983-0572e-ISSN 1983-0572 procura e coleta por materiais, maior será o volume de recursos empregados no desenvolvimento da colônia. O raio de ação da espécie estuda foi de aproximadamente 79 m e o tempo médio de procura por recursos foi de aproximadamente 67 min., apresentando assim uma velocidade média de 2,35 m/min. Desta forma, em um dia de atividade forrageadora, considerando apenas o período de fotofase (8:00h às 18:00h), uma operária pode percorrer 1.415 m. Este valor implica em uma grande área de influência que estas operárias abrangem no meio em que vivem. Os resultados encontrados no presente estudo fornecem importantes subsídios para a compreensão da dinâmica da atividade forrageadora da formiga C. sericeiventris em ambiente antrópico. Além disso, revela a importância desta espécie para a manutenção das populações e na ciclagem de nutrientes no ambiente. REFERÊNCIAS Almeida, A.M. & R.A. Figueredo, 2003. 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