Murilo Mendes foi um poeta brasileiro nascido em 1901 que viveu grande parte de sua vida no exterior, onde exerceu o magistério e recebeu prêmios literários. Sua obra poética transita entre o surrealismo e o cristianismo e é marcada por uma escrita subversiva e de difícil classificação.
2. Nascido em Juiz de Fora em 1901, Murilo Mendes foi um
poeta que ficou “nas sombras” durante muitos anos, por
estar ausente de seu país.
Exerceu várias atividades profissionais, foi professor de
literatura brasileira em alguns países como Espanha,
Portugal, Itália, Bélgica e Holanda.
Ainda no exterior, Murilo ganhou muitos prêmios
literários como poeta escrevendo em diversos idiomas
além do português.
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3. Murilo era muito amigo do também escritor
Jorge de Lima, tanto que converteu-se ao
catolicismo assim como o amigo, o que
caracteriza a obra poética dos dois.
Murilo Mendes e Jorge de Lima
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4. Murilo chamou atenção de estudiosos com seus
poemas, devido a forma subversiva que escrevia.
Compôs poemas de influência surrealista e cristã.
Murilo Mendes foi um poeta de difícil enquadramento
numa só classificação literária.
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5. Algumas de suas obras:
Poemas (1930)
História do Brasil (1932)
Bumba-Meu-Poeta (1939)
Tempo e Eternidade (1935)
Poesia em Pânico (1938)
O Visionário (1941)
As Metamorfoses (1944)
Mundo Enigma (1945)
Poesia Liberdade (1947)
A Idade do Serrote (1968)
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6. O mau samaritano
Quantas vezes tenho passado perto de um doente,
Perto de um louco, de um triste, de um miserável,
Sem lhes dar uma palavra de consolo.
Eu bem sei que minha vida é ligada à dos outros,
Que outros precisam de mim que preciso de Deus
Quantas criaturas terão esperado de mim
Apenas um olhar – que eu recusei.
In: A poesia em pânico. Rio de Janeiro, Cooperativa
Cultural Guanabara, 1938.
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7. A tentação
Diante do crucifixo
Eu paro pálido tremendo
“ Já que és o verdadeiro filho de Deus
Desprega a humanidade desta cruz”.
In: Poesia liberdade. Rio de Janeiro, Agir, 1947.
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8. Vermeer de delft
É a manhã no copo:
Tempo de decifrar o mapa
Com seus amarelos e azuis,
De abrir as cortinas - o sol frio nasce
Nos ladrilhos silenciosos -,
De ler uma carta perturbadora
Que veio pela galera da China:
Até que a lição do cravo
Através dos seus cristais
Restitui a inocência.
In: Poesia liberdade. Rio de Janeiro, Agir, 1947.
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9. Vídeos interessantes sobre o autor:
http://www.youtube.com/watch?v=oRYq1I076kQ
http://www.youtube.com/watch?v=yrfJqenkS58
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