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REFLEXÃO 1
     APRESENTAÇÃO, CONHECENDO A TURMA... O INICIO DO
                        ESTÁGIO.

       Creio que as coisas novas que acontecem na vida da gente são todas
semelhantes, inicialmente com aquele friozinho na barriga. O desconhecido
nos assusta e nos estimula, e nos faz querer cada vez mais e mais. O que
seria de nós se não fosse a adrenalina do 1º dia?
       Inicialmente comecei a conversa com apenas algumas meninas que
estavam em aula. Me apresentei, falei de mim, da minha história, de
Uruguaiana... Falei um pouquinho da minha trajetória até estar ali naquela
sala em um momento histórico único, acho que isso é bom para que eles
tenham confiança no professor. Professor é gente, ri, chora, comemora,
dança, brinca, perde, ganha. Temos um grande trabalho até desmistificar a
figura historicamente construída do professor.
       Entreguei o cronograma, comentei os conteúdos e acrescentei que
minhas aulas eram preparadas sob orientação de uma profª orientadora
(nesse caso você, querida leitora), e fiz questão de ler a frase da Maria
Curie para a turma, que naquele momento era representada basicamente
pelo público feminino. Na frase a cientista fala que a ciência é como se
fosse um conto de fadas.
       Ao passar do tempo a turma ia chegando aos poucos. Já haviam me
dito que aulas noturnas seriam assim. Então iniciei provocando a reflexão: o
que estuda a genética? Como somos parecidos com nossos pais? O que o
núcleo celular e nossa carteira tem em comum? Nesse momento a turma
silencia e assim começamos nossa aula.
        Guardamos informação em nossa carteira. Se você encontrar a minha
carteira você pode descobrir quem eu sou, pelos meus documentos, algum
telefone... minha carteira de identidade. Assim no núcleo celular está a
identidade da célula. A molécula do DNA. A molécula da hereditariedade.
       Falei um sobre a descoberta da molécula dos Ácidos nucléicos.
Expliquei a constituição básica dos nucleotídeos, e notei que as dúvidas
ficaram no ar. No segundo período aprofundamos nos nucleotídeos e bases
nitrogenadas (AG<CT)(U). Mostrei a pintura de Salvador Dali, que
representa a molécula. Falamos em projeto genoma. Busquei explicar o
seqüenciamento do genoma humano (projeto Genoma). Acredito que eles
tenham captado o que quis dizer. Percebi que eles entenderam a
importâncias de estudar o DNA.
REFLEXÃO 2
                    A HISTÓRIA DO REI SALOMÃO
.
        Cheguei cedo na escola sexta-feira, percebi que 10 min. para as 7h os
portões estão abertos para @s alun@s entrarem. Observei um pouco da
entrada del@s no colégio. Vão chegando e já se direcionando para suas
salas. @s profºs ficam nas sala dos professores e debandam todas para suas
respectivas salas em um momento exato.
       O 1º período era destinado às aulas de religião, mas fui autorizado
pela direção iniciar a aula. Como só tinha 3 alun@s em sala dediquei-me a
fazer um esquema na lousa, e entreguei a folha de exercício. Assim aos
poucos a turma foi chegando enquanto eu passava alguns tópicos no quadro,
assim notei que foi o tempo ótimo para iniciar a aula.
       “- Boa noite pessoal. Há 3 mil anos atrás, o rei Salomão encontra-se
em um grande impasse, pois duas mães reivindicam a maternidade...” Então a
história procedeu normalmente, e um aluno chamado Bruno sabia a moral da
história. Noto que quando começamos uma aula com alguma história, é uma
forma instigante e provocativa, que a turma aceita muito bem.
       Busquei fazer um flash back da nossa primeira aula, fui mais
repetitivo na importância de que el@s entendam a importância de
compreender o DNA como molécula da hereditariedade. Falei em
determinado momento que se el@s percebessem que a informação genética
era constituído de um código organizados pela seqüência dos 4 nucleotídeos
básicos      (A,G,C,T)       e    a      diferença      elementar       entre
homes/macacos/sapos/pteridófitas/alface é a sequências desse código...
       “-pessoasl, se vocês compreenderem isso, saio feliz dessa aula!”
       Uma aluna trouxe a filha dela para assistir a aula, a menina ficou
escrevendo e fez o exercício que eu havia entregado. Maria me disse que
sua filha adorava Biologia, e que seria minha colega no futuro, falei que a
menina tinha um potencial enorme e que quando ela quisesse assistir a aula
era bem vinda. Percebo que no turno da noite não há como fazer um controle
do horário de chegada e saída dos alun@s em sala, el@s são adult@s, que
possuem cada um seus problemas e suas prioridades. Desejo ganhar el@s no
amor, na liberdade e na magia da ciência, quero que a turma deseje chegar
no horário nas segundas e sextas feiras, e desejo que eles me digam no final
da aula que o tempo passou rápido.
       A diretora solicitou que eu ficasse mais um período em sala. Fiquei
com prazer. É Primeira vez que saio com a sensação de ter facilitado uma
boa aula.
REFLEXÃO 3
                IDENTIFICANDO PESSOAS PELO DNA
.
        Tinha uma grande expectativa no ar para esta aula, pois
desenvolveria a proposta em sala que simula o padrão eletroforético de 5
pessoas semelhantes aos testes de DNA usados para solucionar crimes e
exames de paternidade. Realmente achei a proposta brilhante e foi o que
pude constatar com @s alun@s em sala.
       No primeiro instante procurei corrigir os exercícios que tinham
ficados na última aula, mas a maioria não fez, ou esqueceu em casa. Percebo
que trabalhar com os adultos nesse sentido de fazer trabalhos de casa é
mais complicado, pois não sabemos se eles não fazem, ou se não tem tempo
para fazer. Ao mesmo tempo não são crianças para serem cobradas, pois
cada um sabe de suas responsabilidades.
       Iniciamos nesta terça-feira contando a história do julgamento de um
ex-astro de futebol americano acusado de assassinar a esposa. Através da
análise de sangue encontrado no local do crime, revelou a presença de DNA
pertencente ao assassino. Expliquei a turma como as enzimas de restrição
(tesouras moleculares) atuam cortando pontos específico da molécula,
somente onde ocorre determinadas seqüências de bases.
       Após busquei representar no quadro como a eletroforese acontece, e
como ocorre a separação dos diversos tamanho de fragmentos de restrição,
assim eles se movem no gel de maneira inversamente proporcional ao seu
tamanho.
       Então a parte mais difícil da aula: Explicar os cortes nos segmentos
específicos dos cromossomos homólogos. Confesso que senti um pouco de
dificuldade, mas a turma foi muito boa, se empenharam em fazer a
atividade, ajudaram com as respostas, logo conseguimos fazer o exercício
todos juntos, descobrimos quem era o criminoso e descobrimos quem era o
pai da criança.
       Neste dia passei no paiets pela manhã e pedi um bloquinho de
anotações que sobrou de um evento que fizemos, e levei comigo.
       “ – pessoal quem descobrir quem é o criminoso, ganha este bloquinho!”
Foi a minha provocação. No final como toda a turma fez juntos o exercício
achei mais justo sortear o bloquinho, então a Jenifer ganhou o bloquinho que
eu havia levado.
REFLEXÃO 4
                   O que você quer ser quando crescer?
.
        Agora descobri que nas sextas-feiras o primeiro período seria
dedicado às aulas de religião. Entretanto tenho chegado neste horário pois
há esta gaveta de horários. Então busquei fazer uma aproximação com a
turma no sentido de conhecê-los melhor, seus objetivos e projetos futuros.
Solicitei que cada um@ dissesse o que desejaria fazer quando crescer:
       “ - Falem o que gostam de fazer, se tem algum hoby, se desejam
continuar os estudos.” Foram diversas respostas: engenharia civil,
engenharia     ambiental,    educação     especial,    geografia-licenciatura,
oceanografia. Mas o que me deixou pensando foi que uma menina não disse
nada, se recusou dizer. Sabe aquele filme PRECIOSA? Ela me lembra muito
aquela atriz. E aquele contexto que ela vivia, a dificuldade que ela passava
na escola. Trouxe toda aquela reflexão quando ela não expressou seus
desejos e sonhos. Isso me deixou pensando.
       Tenho usado a mesma metodologia em aula. Abro um grande esquema
no quadro envolvendo os principias conceitos que serão abordados no dia,
com as devidas palavras chaves que remetem o significado. Esse foi o
espaço de tempo para el@s se chegarem em sala, se acomodarem, para dar
inicio a explicação. Coloquei a página do livro del@s que continha aquela
explicação, conforme fui orientado pela querida leitora/orientadora!
       Comecei de fato, contando a história do jovem camponês de família
humilde, que gostava de matemática e botânica, que foi seguir os estudos
em um convento. Gregor Mendel, foi um homem a frente do seu tempo, pois
descobriu o que é tão popular na ciência da Hereditariedade: o gene.
       Expliquei as ervilhas de Mendel, o trabalho do monge, o porquê
recebe o título de pai da genética. Entramos em meiose para que eles
compreendessem o processo de segregação dos genes, solicitei atenção da
turma, e reforcei dizendo que muitos acadêmicos de biologia saem da
graduação sem entender corretamente a meiose. A turma manteve-se
atenta durante a explicação. A maioria é adulta, e tenho notado que eles
colaboram.
       A profª Rosane solicitou se eu poderia aplicar uma prova nesta sexta-
feira dia 9, para fechar os 30% da nota deles. É o conteúdo que ela estava
passando para eles. Fui afirmativo na minha resposta, meu trabalho é apenas
cuidar da prova, disse que não haveria problemas, entretanto nossa aula de
sexta-feira de exercícios migrará para terça-feira.
REFLEXÃO 5
                    Entendem mas não compreendem!
.
      “- Como foi a aula hoje Marcelo?”
      Minha resposta rimou:

      “-Eles entendem
             mas não compreendem!”

      Nossa aula nesta terça-feira abordou a 1ª lei de Mendel – Lei do
Monoibridismo. Na última aula já havia explicado o histórico/trabalho de
Mendel, as características analisadas por Mendel (cor da semente
amarela/verde, forma da semente lisa/rugosa, altura do pé alta/baixa,
entre outras).
      Cheguei 10min atrasados, depender de
mototaxi para o transporte tem sido
complicado. Minha adrenalina sempre sobe a
1000mil quando a moto pega aquela faixa
movimentada/perigosa de noite, entre o
Jardim do Sol e a Escola Lorea Pinto.

      “- Boa Noite à turma!”

       Entreguei o glossário e solicitei que anexassem no caderno, pois ali
estão os principais conceitos que serão abordados ao longo deste trimestre.
Também solicitei que me entregassem os exercícios para correção. Alguns
me entregaram, assim eu leio que escreveram e coloco algumas
considerações e entrego-os. Também estou registrando todos que estão
entregando os trabalhinhos.
        Iniciei a aula com alguns conceitos na lousa e o cruzamento entre
sementes lisas (AA) e sementes rugosas (aa) cuja F1 é 100% heterozigota.
Depois o cruzamento entre duas plantas (Aa), que então reaparece o
genótipo recessivo. Como algum@s educadas chegam minutos depois devido
trabalharem no comércio, apaguei esse esquema e o refiz novamente. Entre
a explicação chegou um aluno (Bem Hur) que não havia estado presente em
aula desde o início dso meu estágio.
      Poxa!
      Fiz uma breve retomada em alguns minutos sobre a molécula da
hereditariedade e Mendel, para que ele ficasse por dentro das discussões e
já me concentrei nos cruzamentos de Mendel.
Solicitei atenção e disse que gostaria que eles aprendessem a fazer
os cruzamentos pois assim a genética se revelaria como mais uma matéria
fácil e interessante.
       Notei que a dificuldade por parte de alguns é na ordem dos genes no
momento da construção do quadro de punnett, Por isso que o título desta
reflexão é este, querida leitora!
       O mais engraçado nisso tudo é que aquele aluno que ainda não havia
vindo nas minhas aula, foi o que mais colaborou nas respostas de freqüência
genotípica e proporção fenotípica. Ao meu ver ele foi o que compreendeu
melhor a aula e tinha as sacadas do cruzamento velozmente.
       Quando eu estava esperando a mototaxi chegar para retornar para a
casa da Letícia, ele passou por mim. Do outro lado da rua eu falei:
       “ – Vem nas aulas kra, você manda bem!”
       Realmente, mergulhei neste oceano chamado estágio IV.




                         Figura 1http://jomasipe.no.sapo.pt
REFLEXÃO 6
                            Mãos de cimento!
.
        Sexta-feira foi o dia que a turma fez uma prova para fechar a nota
do trimestre que passou. Chegando ao colégio fui ao encontro da profª
Rosane para que ela me entregasse a avaliação e assim eu me dirigi até a
sala de aula. Aquel@s que chegam sempre no horário já estavam me
aguardando. Fiz algumas considerações sobre a provas:
       “ – Pessoal, segundo as orientações da profª Rosane a avaliação é
Individual, sem consulta... Boa Prova.”
       No que o tempo foi passando alguns alunos foram chegando, então eu
solicitava que elas assinassem a presença, pegassem a avaliação e sentassem
para iniciar a prova. Notei que alguns estavam meios relapsos para a
avaliação, não estava ligando muito, fizeram poucas questões, e entregaram
logo a folha. Algumas alunas ficaram até o final com a prova, tentando,
perguntando algo para mim. Na medida do possível eu facilitava algumas
idéias para que se lembrassem do conteúdo. Fiz algumas breves falas, sem
dar resposta alguma, mas na intenção de facilitá-los a recordar da matéria.
       Passado o primeiro período, chega um aluno, fiz o mesmo
procedimento, entretanto no que ele leva a mão para assinar a chamada
notei que sua pela estava branca. Aquele branco do cimento de quem
trabalha em obras, e que não sai com esses sabonetes comerciais. Então
minha reflexão me levou para o
contexto de uma construção civil,
virando    massa     de    cimento,
carregando areia e tijolos, para
depois do dia de trabalho tomar
um banho em casa e ir para escola
fazer uma prova de histologia.
Será que ele dispôs de tempo
para decorar os dois tipos de
tecidos epiteliais? Será que ele
esteve lendo nessa tarde algo do tipo: Por onde caminha o impulso nervoso?
       Sempre me questiono o tipo de avaliação que deve ser feita para
determinada classe, para que avaliar não seja apenas medir a capacidade de
reprodução da informação recebida d@s alun@s. Para que aprender não seja
sinônimo de decorar. Sempre me questiono que espécie de sujeito que
trabalha com educação serei eu. Para que minha função na atividade
educativa não seja apenas de instrução.
Não olhei a prova del@s, mas pelo que observei acho que maioria
respondeu apenas a metade da prova, e muit@s sequer responderam 2 ou 3
questões. Isso me preocupa um pouco! Sabe...

                               REFLEXÃO 7
                              Nariz alquilino!
.

       Ontem ao sair da escola depois da aula, me pairou a dúvida se tinha
mediado uma boa alua, ou não tão boa assim. Fiquei com essa pulga atrás da
orelha. Ser avaliado enquanto se está falando, é uma tarefa muito difícil,
pois se o fator nervosismo entrar em cena pode estragar o bom andamento
do pronunciamento ou da fala. Ao chegar em casa, assisti o filme “o Discurso
do Rei (Oscar 2011)” já ouvira falar sobre, mais não sabia o que exatamente
se tratava. Em certos momento do filme me remeti ao espaço da sala de aula
onde me faltou palavras para descrever um conceito que poderia estar na
minha mente, entretanto fatores psíquicos diversos podem atrapalhar no
momento. Sorte que, além de uma avaliadora de estágio, há uma pessoa
amiga junto a nós, que nos entende nas situações adversas, e tem nos
ajudado nessa trajetória de estudos e superação pessoal.
       O filme trata disso: de uma relação de amizade, de um homem simples
que apóia um Rei a superar sua gagueira, para fazer seu discurso, antes de
estourar a 2ª guerra mundial.

       Iniciei a aula como tenho feito, com um esquema colorido e ilustrativo
no quadro, assim dá tempo da turma chegar aos pouquinho, e copiar para que
a explicação inicie.
       Busquei na explicação elucidar os principais conceitos que são
utilizados em genética, e tenho notado que alguns a turma já está
familiarizada tamanha a ênfase que tenho dado a eles nas aulas.
       A turma tem colaborado muito nas explicações, e noto que alguns já
estão sabendo fazer os cruzamentos da 1ª Lei Mendel. Nessa próxima aula
faremos uma sequência de exercícios então terminamos essa primeira parte
e seguimos em frente.
       Mesmo sendo observado, na mair parte do tempo creio ter mantido a
calma, entretanto a turma notou e veio me falar de pois:
       “ - Como foi professor? Estava nervoso, né?”
       Trabalhar com o raciocínio lógico das pessoas também não é tarefa
muito fácil, a genética é uma das poucas áreas da biologia que necessita das
aptidões da matemática, e nesse sentido é um desafio para mim que eles
compreendam as probabilidades e resultados.
Tenho feito possível, querida leitora, o que vistes ontem é uma extenção do
meu sujeito. Mesmo que o profissional da educação sofra freqüentes abalos
em sua auto-estima e auto-imágem, parece certo que o amor pelo
conhecimento e a tarefa para construí-lo juntos aos educandos, sem dúvida,
é uma virtude.

                              REFLEXÃO 8
                      A pergunta que não quer calar!
.
        Nesta terça feira cheguei na Escola perto da 19h. A menina que
estava sentada perguntou se eu iria viajar pois estava com a minha mochila.
Respondi que não, aquela era minha mochila mesmo, e estava cheia de livros,
saqueios lá de dentro e fiz questão que eles sejam tocados e toquem
outr@s. Neste dia a merenda foi cedo. O pessoal ia chegando e a Lu(?) vice
diretora, comunicava ao pessoal para irem ao refeitório:
       “ – Pessoal Sanduíche e suco hoje!”
       Então fui até o refeitório fazer o lanche também. Lá estava a
educanda Maria, nos cumprimentamos e peguei o lanche e sentei na frente
dela. Maria é daquelas que vem sempre a aula, tem uma filha grande que
gosta de Biologia e ora aparece nas aulas. Falei que ela pode vir quando
quiser.
       Ao iniciarmos nossa conversa Maria seriamente me perguntou:
       “ - Marcelo, mas tu que mesmo ser professor?”
       A pergunta que não quer calar. A pergunta que o garotinho Endrel na
escola Porto seguro, em meu estágio no ensino Fundamental me fez, com o
mesmo tom de voz, com a mesma dúvida e provocação. As pessoas duvidam
que alguém deseje o trabalho pedagógico. Creio de fundamental importância
para aqul@s que irão trabalhar na docência busquem compreender melhor a
posição socialmente desvalorizada do saber docente em relação os outros
conhecimentos sociais.       Maurice Tardif ao filosofar sobre Saber e
trabalho:

                                  Contrariamente ao operário de uma indústria, o professor
                        não trabalha apenas com um objeto, ele trabalha com sujeitos em
                        função de um projeto: transformar os alunos, educá-los e insntruí-
                        los. (Tardif, pg.13)


       Freire em Pedagogia da autonomia nos leva um complexo devaneio
filosófico, entretanto, para mim, define muito esta troca recíproca que
ocorre neste processo de transformar os sujeitos:

                                 ...quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é
                        formado forma-se e forma ao ser formado. Quem ensina aprende ao
                        ensinar, e quem aprende ensina ao aprender. (Freire, pg. 23)
Não respondi a minha querida educanda. Sou daqueles que acha que
nem tudo na vida deve ser respondido. Deixarei que ela tire suas conclusões.
A aula ocorreu normalamente. Ontem havia pouc@s educandos em sala.
Entretanto corrigimos os exercícios mendelianos aqueles que tinham dúvidas
no cruzamento foram a quadro praticar. No final prguntei quem queria ser
professor. O Bem Hur levantou o braço. Então pedi para ele apagar o
quadro. Prontamente ele foi e disse que desejava ser professor de
Matemática. Falei que ele tinha potencial para tal. É um garoto que tem o
raciocínio lógico bem desenvolvido e veloz, notei isso ao fazer minhas
provocações nos exercícios de proporção fenotípica e genotípica. Ele
sempre com as repostas à frente de seus colegas. Creio que a educação seja
um pouco disso, sabe querida Leitora, Identificar n@s sujeit@s os seu
potencias, volvê-los com base naquilo que se gosta de fazer.




                               REFLEXÃO 9
                                O concelho!
.

       Quando a professora Rosane me convidou para participar do conselho
de classe primeiramente a minha resposta foi negativa, sempre escutei
coisas ruins sobre o conselho, que os profºs falavam mal dos alunos e outras.
Mas em conversa com a orientadora fui estimulado a participar de tal
reunião, se assim posso chamar, e na terça-feira à noite desloquei-me para o
colégio. Desta vez não para a sala de aula!
       Quando cheguei @s prfesso@s já estacam reunidos na biblioteca, em
uma mesa redonda. A biblioteca estava bem iluminada, a professora
convidou-me para sentar, cumprimentei a todas e sentei-me ao lado dela. O
coordenador pedagógico da escola, falou para os demais professores que
iria começar pela turma 202, devido a minha presença. Todos prontamente
toparam.
       Pelo caderno de chamada (diário de classe) nome a nome iniciando pela
letra “A” foi chamado @s 40, alun@s, matriculados na 202-noturno da
escola. Professor por professor das diversas ares foi dando seu parecer
(“R” de reprovado e “A” de aprovado) situação dos alunos. Pausadamente
quando chegava em situações que precisava melhor detalhamento e
discussão sobre uma situação específica, @s professo@s trocavam idéias
sobre determinada pessoa.
       Em um primeiro momento, pensei na situação quando fui aluno no
ensino fundamental. Por quantos conselhos de classe meu nome passou... Por
alguns momentos pensei o quanto é importante esses momentos.
       Tive escutando que a maioria dos conselhos de classe eram chatos e
desagradáveis, mas não foi o que vivenciei na companhia dos professores da
Escola que tenho feito estágio. Todos bem descontraidos, riam, faziam
brincadeira. Percebi que o colegiado de professores é unido, é um coletivo
bem coeso e paira sobre El@s uma Aura de amizade recíproca. Senti uma
sensação boa em estar lá naquele momento. Percebi que a elite intelectual
senta para conversar, em roda, para decidir as coisas, todos os grande
intelectuais, pessoas famosas, presidentes e personalidades passaram pelo
conselho.
       Mas que conselho é esse?
       Lembrei das aulas de história, pensei como as coisas eram decididas
na Roma antiga, no conselho dos Anciãos, me pairou estas imagens em meu
plano de idéias.
       No fim a vice diretora abrir para que eu falasse:
       Agradeci. Posicionei-me em favor de alguns alunos...




                              REFLEXÃO 9
                         Rato amarelo, professor!
.

      Ontem iniciamos a 2ª Lei de Mendel. Estive estudando bastante para
desenvolver esta aula, fica em mim a preocupação de que El@s
compreendam estes cruzamentos, pois penso que muitos saem do ensino
médio sem compreender adequadamente um Cruzamento simples de
monoibridismo, acho que alguns saem do curso superior sem entender o
cruzamento das 16 possibilidades do diibridismo. Tenho iniciado as aulas
com a mesma metodologia, passado uma folhinha com a data que eles vão
assinando, assim tem sido a “chamada”. Busco não perder tempo nos
pontinhos nome-a-nome.
       Iniciamos com um feedback do que viemos estudando, os genes, as
características, a 1ª Lei, e apresentei então a 2ª Lei de Mendel. Solicitei
atenção da turma. Disse que a primeira lei analisava uma característica de
cada vez, entretanto a 2ª Lei irá analisar mais de uma característica
simultaneamente. Isso dificulta a compreensão do cruzamento.
       A aula foi basicamente toda no quadro. Meu estágio tem sido assim.
Muito desenho e esquemas. Setas prá lá e cá. Conceitos novos e conceitos
desconhecidos. O universo das palavras e dos símbolos. O universo das
idéias no quadro negro.
       “ - Não entendo a letra, professor!”
       Vou colocando as idéias principais. Fazendo os esquemas. Algumas
frases. Assim na hora da explicação El@s ficam atentos. A questão não é
copiar. Mas captar as idéias que facilitem o processo de aprendizagem.

       letra realent não é uma das elhores, n m d s pior s. Cheis
de simbls e ©arregad s de signi ic ds s bjetivs do “eu”.

      Estudamos dois exercícios específicos da 2ª Lei de Mendel, o
primeiro envolvendo o cruzamento de duplo heterozigotos, com
características específicas das ervilheiras de Mendel. Características para
a cor da semente e tipo de tegumento da semente (lisa/rugosa). Esse foi o
primeiro que fizemos. Fizemos o quadro de 16 possibilidades, solicitei que o
se alguém era voluntári@ para fazer no quadro os cruzamentos. Aquela
menina de cabelo curto que trabalha na farmácia fez direitinho os
cruzamentos dos genes. Mesmo com dois pares de gene ela sacou rapidinho
como fazia. Notei que ela tem um potencial altíssimo.
      Na hora de separar os fenótipos o Bruno ajudou na lousa. Fez
atentamente e nós compreendemos a proporção fenotípica de 9:3:3:1.
Propus um outro exercício para fixar esse tipo de cruzamento, que ao meu
ver é complexo demasiadamente. Nesse meio tempo chegou uma aluna que
não faz biologia comigo, ela chega para a aula do 3º período. Com ela veio o
seu filho, com cerca de 6 anos, eu acho. Sentou-se ao lado da mão na
primeira cadeira, abriu a bolachinha e perguntou se o professor queria uma...
o professor prontamente aceitou pois o professor adora bolachinha
recheada de morango.
O exercício que estávamos analisando havia duas característica de
ratos. 1- Cor do pelo (branca/preto), 2 – tipo de pelo (eriçado/liso) Quando
eu estava em pleno monólogo das característica escutei aquela vozinha:
       “ – Pêlo amarelo, professor!”
        Foi ele que disse. Então troquei a cor do rato, fizemos o exercício
com a cor sugerida pelo aluninho que nos deu a graça de escutá-lo e estar
presente/ciente/inteligente naquele momento em que eu explicava. Fizemos
o exercício usando o amarelo.
       É por isso que gosto de trabalhar com @s pequen@s. É por isso que
Gonzaguinha fala em sua música:
       “Eu fico com a pureza das respostas das crianças” – O que é o Que é.
       É por causa do amarelo que eu acredito utopicamente na Educação.
REFLEXÃO 10
                                     Troca de Sala.
.
        Sexta feira o tempo parecia que          mais. Iniciamos a aula colocando os
ia desabar, achei que ninguém ia para            tópicos que seriam abordados em sala.
aula. Felizmente eu estava errado. Com           Alguns conceitos novos como Dominância
toda aquela ventania do inicio de outubro,       incompleta, co-dominância, genes letais,
mesmo com o tempo feio (ou bonito),              parecem primeiramente assustá-los, cabe
alguns alun@s foram para escola.                 então ao mediador do conhecimento
Inclusive a Márcia, uma aluna bem                torná-los     fáceis      e    acessíveis,
atenciosa que fazia dias que não aparecia.       desmistificá-los melhor dizendo. A
Devido as questões climáticas a nossa            Explicação correu em fluxo normal,
turma foi deslocada para uma sala dentro         entretanto notei que ainda restam
do prédio da escola, devido as rajadas de        dúvidas nel@s. É difícil, pois não
vento norte. Habitamos aquela noite a            exteriorizam estas dúvidas, só se
sala dos 3ºs anos.                               pressionarmos     e     provocarmos    as
        A sala é bem diferente, pois é           respostas. Aí então notamos que há
limpinha, o quadro é lisinho e bonitinho...      dúvidas.
até me inspirei para fazer uns desenhos a        Dúvidas e mais duvidas.
       Sinto um distanciamento: Mesmo o professor buscando um método
bem humano de lecionar, mesmo buscando estar em contato com a turma.
Creio que reproduzem um fator social, pois observo que ocupam
primeiramente as cadeiras do fundo da sala. É esse distanciamento que
observo pelas diversas experiências que tenho vivenciado. É um
distanciamento físico. É um distanciamento de idéias e de classes (a classe
dos professores, a classe dos alunos). Penso que uma educação mais
progressista, humana e ecológica no futuro deverá reorganizar esse espaço
da sala de aula também. Penso em um remodelamento radical, que para isso
deverá ser pensado por aqueles que efetivamente fazem a educação
acontecer no espaço da escola: @s educand@s.
       Sugeri um encontro no final do estágio. Sei lá, podemos comer um
lanche, uma pizza... Escutarmos uma música (acho que vou levar o violão),
para sairmos um pouco das paredes frias do concreto. Sinto que preciso ir
um pouquinho além... percebo a cada dia que el@s tem mais coisas a me
dizer. Desejo aprender um pouquinho mais com essa gente que faz de mim a
finalidade de um ator ou um Ser:



       “ Professor!”




                               Ao chegar no cassino a água desabou desse céu. Cruzava
                               relâmpagos por todos os lado. Acho lindo tudo isso. A força
                               da natureza ainda encanta qualquer sujeito.

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Reflexões do estágio 2011 marcelo

  • 1. REFLEXÃO 1 APRESENTAÇÃO, CONHECENDO A TURMA... O INICIO DO ESTÁGIO. Creio que as coisas novas que acontecem na vida da gente são todas semelhantes, inicialmente com aquele friozinho na barriga. O desconhecido nos assusta e nos estimula, e nos faz querer cada vez mais e mais. O que seria de nós se não fosse a adrenalina do 1º dia? Inicialmente comecei a conversa com apenas algumas meninas que estavam em aula. Me apresentei, falei de mim, da minha história, de Uruguaiana... Falei um pouquinho da minha trajetória até estar ali naquela sala em um momento histórico único, acho que isso é bom para que eles tenham confiança no professor. Professor é gente, ri, chora, comemora, dança, brinca, perde, ganha. Temos um grande trabalho até desmistificar a figura historicamente construída do professor. Entreguei o cronograma, comentei os conteúdos e acrescentei que minhas aulas eram preparadas sob orientação de uma profª orientadora (nesse caso você, querida leitora), e fiz questão de ler a frase da Maria Curie para a turma, que naquele momento era representada basicamente pelo público feminino. Na frase a cientista fala que a ciência é como se fosse um conto de fadas. Ao passar do tempo a turma ia chegando aos poucos. Já haviam me dito que aulas noturnas seriam assim. Então iniciei provocando a reflexão: o que estuda a genética? Como somos parecidos com nossos pais? O que o núcleo celular e nossa carteira tem em comum? Nesse momento a turma silencia e assim começamos nossa aula. Guardamos informação em nossa carteira. Se você encontrar a minha carteira você pode descobrir quem eu sou, pelos meus documentos, algum telefone... minha carteira de identidade. Assim no núcleo celular está a identidade da célula. A molécula do DNA. A molécula da hereditariedade. Falei um sobre a descoberta da molécula dos Ácidos nucléicos. Expliquei a constituição básica dos nucleotídeos, e notei que as dúvidas ficaram no ar. No segundo período aprofundamos nos nucleotídeos e bases nitrogenadas (AG<CT)(U). Mostrei a pintura de Salvador Dali, que representa a molécula. Falamos em projeto genoma. Busquei explicar o seqüenciamento do genoma humano (projeto Genoma). Acredito que eles tenham captado o que quis dizer. Percebi que eles entenderam a importâncias de estudar o DNA.
  • 2. REFLEXÃO 2 A HISTÓRIA DO REI SALOMÃO . Cheguei cedo na escola sexta-feira, percebi que 10 min. para as 7h os portões estão abertos para @s alun@s entrarem. Observei um pouco da entrada del@s no colégio. Vão chegando e já se direcionando para suas salas. @s profºs ficam nas sala dos professores e debandam todas para suas respectivas salas em um momento exato. O 1º período era destinado às aulas de religião, mas fui autorizado pela direção iniciar a aula. Como só tinha 3 alun@s em sala dediquei-me a fazer um esquema na lousa, e entreguei a folha de exercício. Assim aos poucos a turma foi chegando enquanto eu passava alguns tópicos no quadro, assim notei que foi o tempo ótimo para iniciar a aula. “- Boa noite pessoal. Há 3 mil anos atrás, o rei Salomão encontra-se em um grande impasse, pois duas mães reivindicam a maternidade...” Então a história procedeu normalmente, e um aluno chamado Bruno sabia a moral da história. Noto que quando começamos uma aula com alguma história, é uma forma instigante e provocativa, que a turma aceita muito bem. Busquei fazer um flash back da nossa primeira aula, fui mais repetitivo na importância de que el@s entendam a importância de compreender o DNA como molécula da hereditariedade. Falei em determinado momento que se el@s percebessem que a informação genética era constituído de um código organizados pela seqüência dos 4 nucleotídeos básicos (A,G,C,T) e a diferença elementar entre homes/macacos/sapos/pteridófitas/alface é a sequências desse código... “-pessoasl, se vocês compreenderem isso, saio feliz dessa aula!” Uma aluna trouxe a filha dela para assistir a aula, a menina ficou escrevendo e fez o exercício que eu havia entregado. Maria me disse que sua filha adorava Biologia, e que seria minha colega no futuro, falei que a menina tinha um potencial enorme e que quando ela quisesse assistir a aula era bem vinda. Percebo que no turno da noite não há como fazer um controle do horário de chegada e saída dos alun@s em sala, el@s são adult@s, que possuem cada um seus problemas e suas prioridades. Desejo ganhar el@s no amor, na liberdade e na magia da ciência, quero que a turma deseje chegar no horário nas segundas e sextas feiras, e desejo que eles me digam no final da aula que o tempo passou rápido. A diretora solicitou que eu ficasse mais um período em sala. Fiquei com prazer. É Primeira vez que saio com a sensação de ter facilitado uma boa aula.
  • 3. REFLEXÃO 3 IDENTIFICANDO PESSOAS PELO DNA . Tinha uma grande expectativa no ar para esta aula, pois desenvolveria a proposta em sala que simula o padrão eletroforético de 5 pessoas semelhantes aos testes de DNA usados para solucionar crimes e exames de paternidade. Realmente achei a proposta brilhante e foi o que pude constatar com @s alun@s em sala. No primeiro instante procurei corrigir os exercícios que tinham ficados na última aula, mas a maioria não fez, ou esqueceu em casa. Percebo que trabalhar com os adultos nesse sentido de fazer trabalhos de casa é mais complicado, pois não sabemos se eles não fazem, ou se não tem tempo para fazer. Ao mesmo tempo não são crianças para serem cobradas, pois cada um sabe de suas responsabilidades. Iniciamos nesta terça-feira contando a história do julgamento de um ex-astro de futebol americano acusado de assassinar a esposa. Através da análise de sangue encontrado no local do crime, revelou a presença de DNA pertencente ao assassino. Expliquei a turma como as enzimas de restrição (tesouras moleculares) atuam cortando pontos específico da molécula, somente onde ocorre determinadas seqüências de bases. Após busquei representar no quadro como a eletroforese acontece, e como ocorre a separação dos diversos tamanho de fragmentos de restrição, assim eles se movem no gel de maneira inversamente proporcional ao seu tamanho. Então a parte mais difícil da aula: Explicar os cortes nos segmentos específicos dos cromossomos homólogos. Confesso que senti um pouco de dificuldade, mas a turma foi muito boa, se empenharam em fazer a atividade, ajudaram com as respostas, logo conseguimos fazer o exercício todos juntos, descobrimos quem era o criminoso e descobrimos quem era o pai da criança. Neste dia passei no paiets pela manhã e pedi um bloquinho de anotações que sobrou de um evento que fizemos, e levei comigo. “ – pessoal quem descobrir quem é o criminoso, ganha este bloquinho!” Foi a minha provocação. No final como toda a turma fez juntos o exercício achei mais justo sortear o bloquinho, então a Jenifer ganhou o bloquinho que eu havia levado.
  • 4. REFLEXÃO 4 O que você quer ser quando crescer? . Agora descobri que nas sextas-feiras o primeiro período seria dedicado às aulas de religião. Entretanto tenho chegado neste horário pois há esta gaveta de horários. Então busquei fazer uma aproximação com a turma no sentido de conhecê-los melhor, seus objetivos e projetos futuros. Solicitei que cada um@ dissesse o que desejaria fazer quando crescer: “ - Falem o que gostam de fazer, se tem algum hoby, se desejam continuar os estudos.” Foram diversas respostas: engenharia civil, engenharia ambiental, educação especial, geografia-licenciatura, oceanografia. Mas o que me deixou pensando foi que uma menina não disse nada, se recusou dizer. Sabe aquele filme PRECIOSA? Ela me lembra muito aquela atriz. E aquele contexto que ela vivia, a dificuldade que ela passava na escola. Trouxe toda aquela reflexão quando ela não expressou seus desejos e sonhos. Isso me deixou pensando. Tenho usado a mesma metodologia em aula. Abro um grande esquema no quadro envolvendo os principias conceitos que serão abordados no dia, com as devidas palavras chaves que remetem o significado. Esse foi o espaço de tempo para el@s se chegarem em sala, se acomodarem, para dar inicio a explicação. Coloquei a página do livro del@s que continha aquela explicação, conforme fui orientado pela querida leitora/orientadora! Comecei de fato, contando a história do jovem camponês de família humilde, que gostava de matemática e botânica, que foi seguir os estudos em um convento. Gregor Mendel, foi um homem a frente do seu tempo, pois descobriu o que é tão popular na ciência da Hereditariedade: o gene. Expliquei as ervilhas de Mendel, o trabalho do monge, o porquê recebe o título de pai da genética. Entramos em meiose para que eles compreendessem o processo de segregação dos genes, solicitei atenção da turma, e reforcei dizendo que muitos acadêmicos de biologia saem da graduação sem entender corretamente a meiose. A turma manteve-se atenta durante a explicação. A maioria é adulta, e tenho notado que eles colaboram. A profª Rosane solicitou se eu poderia aplicar uma prova nesta sexta- feira dia 9, para fechar os 30% da nota deles. É o conteúdo que ela estava passando para eles. Fui afirmativo na minha resposta, meu trabalho é apenas cuidar da prova, disse que não haveria problemas, entretanto nossa aula de sexta-feira de exercícios migrará para terça-feira.
  • 5. REFLEXÃO 5 Entendem mas não compreendem! . “- Como foi a aula hoje Marcelo?” Minha resposta rimou: “-Eles entendem mas não compreendem!” Nossa aula nesta terça-feira abordou a 1ª lei de Mendel – Lei do Monoibridismo. Na última aula já havia explicado o histórico/trabalho de Mendel, as características analisadas por Mendel (cor da semente amarela/verde, forma da semente lisa/rugosa, altura do pé alta/baixa, entre outras). Cheguei 10min atrasados, depender de mototaxi para o transporte tem sido complicado. Minha adrenalina sempre sobe a 1000mil quando a moto pega aquela faixa movimentada/perigosa de noite, entre o Jardim do Sol e a Escola Lorea Pinto. “- Boa Noite à turma!” Entreguei o glossário e solicitei que anexassem no caderno, pois ali estão os principais conceitos que serão abordados ao longo deste trimestre. Também solicitei que me entregassem os exercícios para correção. Alguns me entregaram, assim eu leio que escreveram e coloco algumas considerações e entrego-os. Também estou registrando todos que estão entregando os trabalhinhos. Iniciei a aula com alguns conceitos na lousa e o cruzamento entre sementes lisas (AA) e sementes rugosas (aa) cuja F1 é 100% heterozigota. Depois o cruzamento entre duas plantas (Aa), que então reaparece o genótipo recessivo. Como algum@s educadas chegam minutos depois devido trabalharem no comércio, apaguei esse esquema e o refiz novamente. Entre a explicação chegou um aluno (Bem Hur) que não havia estado presente em aula desde o início dso meu estágio. Poxa! Fiz uma breve retomada em alguns minutos sobre a molécula da hereditariedade e Mendel, para que ele ficasse por dentro das discussões e já me concentrei nos cruzamentos de Mendel.
  • 6. Solicitei atenção e disse que gostaria que eles aprendessem a fazer os cruzamentos pois assim a genética se revelaria como mais uma matéria fácil e interessante. Notei que a dificuldade por parte de alguns é na ordem dos genes no momento da construção do quadro de punnett, Por isso que o título desta reflexão é este, querida leitora! O mais engraçado nisso tudo é que aquele aluno que ainda não havia vindo nas minhas aula, foi o que mais colaborou nas respostas de freqüência genotípica e proporção fenotípica. Ao meu ver ele foi o que compreendeu melhor a aula e tinha as sacadas do cruzamento velozmente. Quando eu estava esperando a mototaxi chegar para retornar para a casa da Letícia, ele passou por mim. Do outro lado da rua eu falei: “ – Vem nas aulas kra, você manda bem!” Realmente, mergulhei neste oceano chamado estágio IV. Figura 1http://jomasipe.no.sapo.pt
  • 7. REFLEXÃO 6 Mãos de cimento! . Sexta-feira foi o dia que a turma fez uma prova para fechar a nota do trimestre que passou. Chegando ao colégio fui ao encontro da profª Rosane para que ela me entregasse a avaliação e assim eu me dirigi até a sala de aula. Aquel@s que chegam sempre no horário já estavam me aguardando. Fiz algumas considerações sobre a provas: “ – Pessoal, segundo as orientações da profª Rosane a avaliação é Individual, sem consulta... Boa Prova.” No que o tempo foi passando alguns alunos foram chegando, então eu solicitava que elas assinassem a presença, pegassem a avaliação e sentassem para iniciar a prova. Notei que alguns estavam meios relapsos para a avaliação, não estava ligando muito, fizeram poucas questões, e entregaram logo a folha. Algumas alunas ficaram até o final com a prova, tentando, perguntando algo para mim. Na medida do possível eu facilitava algumas idéias para que se lembrassem do conteúdo. Fiz algumas breves falas, sem dar resposta alguma, mas na intenção de facilitá-los a recordar da matéria. Passado o primeiro período, chega um aluno, fiz o mesmo procedimento, entretanto no que ele leva a mão para assinar a chamada notei que sua pela estava branca. Aquele branco do cimento de quem trabalha em obras, e que não sai com esses sabonetes comerciais. Então minha reflexão me levou para o contexto de uma construção civil, virando massa de cimento, carregando areia e tijolos, para depois do dia de trabalho tomar um banho em casa e ir para escola fazer uma prova de histologia. Será que ele dispôs de tempo para decorar os dois tipos de tecidos epiteliais? Será que ele esteve lendo nessa tarde algo do tipo: Por onde caminha o impulso nervoso? Sempre me questiono o tipo de avaliação que deve ser feita para determinada classe, para que avaliar não seja apenas medir a capacidade de reprodução da informação recebida d@s alun@s. Para que aprender não seja sinônimo de decorar. Sempre me questiono que espécie de sujeito que trabalha com educação serei eu. Para que minha função na atividade educativa não seja apenas de instrução.
  • 8. Não olhei a prova del@s, mas pelo que observei acho que maioria respondeu apenas a metade da prova, e muit@s sequer responderam 2 ou 3 questões. Isso me preocupa um pouco! Sabe... REFLEXÃO 7 Nariz alquilino! . Ontem ao sair da escola depois da aula, me pairou a dúvida se tinha mediado uma boa alua, ou não tão boa assim. Fiquei com essa pulga atrás da orelha. Ser avaliado enquanto se está falando, é uma tarefa muito difícil, pois se o fator nervosismo entrar em cena pode estragar o bom andamento do pronunciamento ou da fala. Ao chegar em casa, assisti o filme “o Discurso do Rei (Oscar 2011)” já ouvira falar sobre, mais não sabia o que exatamente se tratava. Em certos momento do filme me remeti ao espaço da sala de aula onde me faltou palavras para descrever um conceito que poderia estar na minha mente, entretanto fatores psíquicos diversos podem atrapalhar no momento. Sorte que, além de uma avaliadora de estágio, há uma pessoa amiga junto a nós, que nos entende nas situações adversas, e tem nos ajudado nessa trajetória de estudos e superação pessoal. O filme trata disso: de uma relação de amizade, de um homem simples que apóia um Rei a superar sua gagueira, para fazer seu discurso, antes de estourar a 2ª guerra mundial. Iniciei a aula como tenho feito, com um esquema colorido e ilustrativo no quadro, assim dá tempo da turma chegar aos pouquinho, e copiar para que a explicação inicie. Busquei na explicação elucidar os principais conceitos que são utilizados em genética, e tenho notado que alguns a turma já está familiarizada tamanha a ênfase que tenho dado a eles nas aulas. A turma tem colaborado muito nas explicações, e noto que alguns já estão sabendo fazer os cruzamentos da 1ª Lei Mendel. Nessa próxima aula faremos uma sequência de exercícios então terminamos essa primeira parte e seguimos em frente. Mesmo sendo observado, na mair parte do tempo creio ter mantido a calma, entretanto a turma notou e veio me falar de pois: “ - Como foi professor? Estava nervoso, né?” Trabalhar com o raciocínio lógico das pessoas também não é tarefa muito fácil, a genética é uma das poucas áreas da biologia que necessita das aptidões da matemática, e nesse sentido é um desafio para mim que eles compreendam as probabilidades e resultados.
  • 9. Tenho feito possível, querida leitora, o que vistes ontem é uma extenção do meu sujeito. Mesmo que o profissional da educação sofra freqüentes abalos em sua auto-estima e auto-imágem, parece certo que o amor pelo conhecimento e a tarefa para construí-lo juntos aos educandos, sem dúvida, é uma virtude. REFLEXÃO 8 A pergunta que não quer calar! . Nesta terça feira cheguei na Escola perto da 19h. A menina que estava sentada perguntou se eu iria viajar pois estava com a minha mochila. Respondi que não, aquela era minha mochila mesmo, e estava cheia de livros, saqueios lá de dentro e fiz questão que eles sejam tocados e toquem outr@s. Neste dia a merenda foi cedo. O pessoal ia chegando e a Lu(?) vice diretora, comunicava ao pessoal para irem ao refeitório: “ – Pessoal Sanduíche e suco hoje!” Então fui até o refeitório fazer o lanche também. Lá estava a educanda Maria, nos cumprimentamos e peguei o lanche e sentei na frente dela. Maria é daquelas que vem sempre a aula, tem uma filha grande que gosta de Biologia e ora aparece nas aulas. Falei que ela pode vir quando quiser. Ao iniciarmos nossa conversa Maria seriamente me perguntou: “ - Marcelo, mas tu que mesmo ser professor?” A pergunta que não quer calar. A pergunta que o garotinho Endrel na escola Porto seguro, em meu estágio no ensino Fundamental me fez, com o mesmo tom de voz, com a mesma dúvida e provocação. As pessoas duvidam que alguém deseje o trabalho pedagógico. Creio de fundamental importância para aqul@s que irão trabalhar na docência busquem compreender melhor a posição socialmente desvalorizada do saber docente em relação os outros conhecimentos sociais. Maurice Tardif ao filosofar sobre Saber e trabalho: Contrariamente ao operário de uma indústria, o professor não trabalha apenas com um objeto, ele trabalha com sujeitos em função de um projeto: transformar os alunos, educá-los e insntruí- los. (Tardif, pg.13) Freire em Pedagogia da autonomia nos leva um complexo devaneio filosófico, entretanto, para mim, define muito esta troca recíproca que ocorre neste processo de transformar os sujeitos: ...quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender. (Freire, pg. 23)
  • 10. Não respondi a minha querida educanda. Sou daqueles que acha que nem tudo na vida deve ser respondido. Deixarei que ela tire suas conclusões. A aula ocorreu normalamente. Ontem havia pouc@s educandos em sala. Entretanto corrigimos os exercícios mendelianos aqueles que tinham dúvidas no cruzamento foram a quadro praticar. No final prguntei quem queria ser professor. O Bem Hur levantou o braço. Então pedi para ele apagar o quadro. Prontamente ele foi e disse que desejava ser professor de Matemática. Falei que ele tinha potencial para tal. É um garoto que tem o raciocínio lógico bem desenvolvido e veloz, notei isso ao fazer minhas provocações nos exercícios de proporção fenotípica e genotípica. Ele sempre com as repostas à frente de seus colegas. Creio que a educação seja um pouco disso, sabe querida Leitora, Identificar n@s sujeit@s os seu potencias, volvê-los com base naquilo que se gosta de fazer. REFLEXÃO 9 O concelho! . Quando a professora Rosane me convidou para participar do conselho de classe primeiramente a minha resposta foi negativa, sempre escutei coisas ruins sobre o conselho, que os profºs falavam mal dos alunos e outras. Mas em conversa com a orientadora fui estimulado a participar de tal reunião, se assim posso chamar, e na terça-feira à noite desloquei-me para o colégio. Desta vez não para a sala de aula! Quando cheguei @s prfesso@s já estacam reunidos na biblioteca, em uma mesa redonda. A biblioteca estava bem iluminada, a professora convidou-me para sentar, cumprimentei a todas e sentei-me ao lado dela. O coordenador pedagógico da escola, falou para os demais professores que iria começar pela turma 202, devido a minha presença. Todos prontamente toparam. Pelo caderno de chamada (diário de classe) nome a nome iniciando pela letra “A” foi chamado @s 40, alun@s, matriculados na 202-noturno da escola. Professor por professor das diversas ares foi dando seu parecer (“R” de reprovado e “A” de aprovado) situação dos alunos. Pausadamente quando chegava em situações que precisava melhor detalhamento e
  • 11. discussão sobre uma situação específica, @s professo@s trocavam idéias sobre determinada pessoa. Em um primeiro momento, pensei na situação quando fui aluno no ensino fundamental. Por quantos conselhos de classe meu nome passou... Por alguns momentos pensei o quanto é importante esses momentos. Tive escutando que a maioria dos conselhos de classe eram chatos e desagradáveis, mas não foi o que vivenciei na companhia dos professores da Escola que tenho feito estágio. Todos bem descontraidos, riam, faziam brincadeira. Percebi que o colegiado de professores é unido, é um coletivo bem coeso e paira sobre El@s uma Aura de amizade recíproca. Senti uma sensação boa em estar lá naquele momento. Percebi que a elite intelectual senta para conversar, em roda, para decidir as coisas, todos os grande intelectuais, pessoas famosas, presidentes e personalidades passaram pelo conselho. Mas que conselho é esse? Lembrei das aulas de história, pensei como as coisas eram decididas na Roma antiga, no conselho dos Anciãos, me pairou estas imagens em meu plano de idéias. No fim a vice diretora abrir para que eu falasse: Agradeci. Posicionei-me em favor de alguns alunos... REFLEXÃO 9 Rato amarelo, professor! . Ontem iniciamos a 2ª Lei de Mendel. Estive estudando bastante para desenvolver esta aula, fica em mim a preocupação de que El@s compreendam estes cruzamentos, pois penso que muitos saem do ensino médio sem compreender adequadamente um Cruzamento simples de
  • 12. monoibridismo, acho que alguns saem do curso superior sem entender o cruzamento das 16 possibilidades do diibridismo. Tenho iniciado as aulas com a mesma metodologia, passado uma folhinha com a data que eles vão assinando, assim tem sido a “chamada”. Busco não perder tempo nos pontinhos nome-a-nome. Iniciamos com um feedback do que viemos estudando, os genes, as características, a 1ª Lei, e apresentei então a 2ª Lei de Mendel. Solicitei atenção da turma. Disse que a primeira lei analisava uma característica de cada vez, entretanto a 2ª Lei irá analisar mais de uma característica simultaneamente. Isso dificulta a compreensão do cruzamento. A aula foi basicamente toda no quadro. Meu estágio tem sido assim. Muito desenho e esquemas. Setas prá lá e cá. Conceitos novos e conceitos desconhecidos. O universo das palavras e dos símbolos. O universo das idéias no quadro negro. “ - Não entendo a letra, professor!” Vou colocando as idéias principais. Fazendo os esquemas. Algumas frases. Assim na hora da explicação El@s ficam atentos. A questão não é copiar. Mas captar as idéias que facilitem o processo de aprendizagem. letra realent não é uma das elhores, n m d s pior s. Cheis de simbls e ©arregad s de signi ic ds s bjetivs do “eu”. Estudamos dois exercícios específicos da 2ª Lei de Mendel, o primeiro envolvendo o cruzamento de duplo heterozigotos, com características específicas das ervilheiras de Mendel. Características para a cor da semente e tipo de tegumento da semente (lisa/rugosa). Esse foi o primeiro que fizemos. Fizemos o quadro de 16 possibilidades, solicitei que o se alguém era voluntári@ para fazer no quadro os cruzamentos. Aquela menina de cabelo curto que trabalha na farmácia fez direitinho os cruzamentos dos genes. Mesmo com dois pares de gene ela sacou rapidinho como fazia. Notei que ela tem um potencial altíssimo. Na hora de separar os fenótipos o Bruno ajudou na lousa. Fez atentamente e nós compreendemos a proporção fenotípica de 9:3:3:1. Propus um outro exercício para fixar esse tipo de cruzamento, que ao meu ver é complexo demasiadamente. Nesse meio tempo chegou uma aluna que não faz biologia comigo, ela chega para a aula do 3º período. Com ela veio o seu filho, com cerca de 6 anos, eu acho. Sentou-se ao lado da mão na primeira cadeira, abriu a bolachinha e perguntou se o professor queria uma... o professor prontamente aceitou pois o professor adora bolachinha recheada de morango.
  • 13. O exercício que estávamos analisando havia duas característica de ratos. 1- Cor do pelo (branca/preto), 2 – tipo de pelo (eriçado/liso) Quando eu estava em pleno monólogo das característica escutei aquela vozinha: “ – Pêlo amarelo, professor!” Foi ele que disse. Então troquei a cor do rato, fizemos o exercício com a cor sugerida pelo aluninho que nos deu a graça de escutá-lo e estar presente/ciente/inteligente naquele momento em que eu explicava. Fizemos o exercício usando o amarelo. É por isso que gosto de trabalhar com @s pequen@s. É por isso que Gonzaguinha fala em sua música: “Eu fico com a pureza das respostas das crianças” – O que é o Que é. É por causa do amarelo que eu acredito utopicamente na Educação.
  • 14. REFLEXÃO 10 Troca de Sala. . Sexta feira o tempo parecia que mais. Iniciamos a aula colocando os ia desabar, achei que ninguém ia para tópicos que seriam abordados em sala. aula. Felizmente eu estava errado. Com Alguns conceitos novos como Dominância toda aquela ventania do inicio de outubro, incompleta, co-dominância, genes letais, mesmo com o tempo feio (ou bonito), parecem primeiramente assustá-los, cabe alguns alun@s foram para escola. então ao mediador do conhecimento Inclusive a Márcia, uma aluna bem torná-los fáceis e acessíveis, atenciosa que fazia dias que não aparecia. desmistificá-los melhor dizendo. A Devido as questões climáticas a nossa Explicação correu em fluxo normal, turma foi deslocada para uma sala dentro entretanto notei que ainda restam do prédio da escola, devido as rajadas de dúvidas nel@s. É difícil, pois não vento norte. Habitamos aquela noite a exteriorizam estas dúvidas, só se sala dos 3ºs anos. pressionarmos e provocarmos as A sala é bem diferente, pois é respostas. Aí então notamos que há limpinha, o quadro é lisinho e bonitinho... dúvidas. até me inspirei para fazer uns desenhos a Dúvidas e mais duvidas. Sinto um distanciamento: Mesmo o professor buscando um método bem humano de lecionar, mesmo buscando estar em contato com a turma. Creio que reproduzem um fator social, pois observo que ocupam primeiramente as cadeiras do fundo da sala. É esse distanciamento que observo pelas diversas experiências que tenho vivenciado. É um distanciamento físico. É um distanciamento de idéias e de classes (a classe dos professores, a classe dos alunos). Penso que uma educação mais progressista, humana e ecológica no futuro deverá reorganizar esse espaço da sala de aula também. Penso em um remodelamento radical, que para isso deverá ser pensado por aqueles que efetivamente fazem a educação acontecer no espaço da escola: @s educand@s. Sugeri um encontro no final do estágio. Sei lá, podemos comer um lanche, uma pizza... Escutarmos uma música (acho que vou levar o violão), para sairmos um pouco das paredes frias do concreto. Sinto que preciso ir um pouquinho além... percebo a cada dia que el@s tem mais coisas a me dizer. Desejo aprender um pouquinho mais com essa gente que faz de mim a finalidade de um ator ou um Ser: “ Professor!” Ao chegar no cassino a água desabou desse céu. Cruzava relâmpagos por todos os lado. Acho lindo tudo isso. A força da natureza ainda encanta qualquer sujeito.