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Arranjos produtivos locais como ferramenta de desenvolvimento
  econômico e inovação: um diagnóstico sobre a experiência nacional

                    Marcel de Gois Pinto (PPGEP/UFPB) marcelgois@gmail.com
                Maria do Socorro Márcia L. Souto (PPGEP/UFPB) masouto@ct.ufpb.br


Resumo: Os economistas da corrente evolucionista reconhecem a interação entre os agentes
econômicos como mola propulsora da economia, principalmente quando articulados em
clusters de produção. Os arranjos produtivos locais (APLs), considerados um tipo particular
de cluster, são estruturas que vêm crescendo no país, ocasionado, dentre outros motivos, pelo
interesse governamental no assunto. Neste bojo, nasce o questionamento relacionado à
eficácia desta iniciativa no país, principalmente no que tange a questão do nível de valor
agregado, manifestado em inovações no seio destes aglomerados. Neste sentido, este artigo
busca diagnosticar a experiência nacional em APLs sob o enfoque inovativo, e, utilizando-se
de bases de dados disponíveis no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio,
chega à conclusão de que, apesar de alguns avanços proporcionados pelas iniciativas, ainda
são necessários alguns passos para inserir os arranjos dentro de uma cultura inovadora.
Palavras-chave: Arranjo produtivo local; inovação; desenvolvimento econômico.


1. Introdução
       A teoria econômica evolucionista ou neo-schumpteriana constitui em uma tentativa de
construir um novo corpo teórico para o estudo das organizações articulado com um novo
paradigma socioeconômico oriundo principalmente do nascimento das novas tecnologias de
informação e comunicação (TICs).
       Esta corrente econômica busca resgatar as contribuições de Schumpeter relativas à
incorporação do progresso técnico como variável-chave do processo evolucionário da firma e
do mercado. Esta atualização da teoria schumpteriana tem duas linhas principais, apresentadas
por meio dos seus precursores: Freeman, que mostra como a difusão da inovação está no
centro dos movimentos cíclicos da economia mundial; e a de Nelson e Winter, relativa aos
graus evolutivos que as empresas perpassam durante o seu ciclo de vida. (TIGRE, 2005).
       Dentre as hipóteses que norteiam os evolucionistas está o reconhecimento, dentre
outras coisas, de que a dinâmica da economia é influenciada pela interação entre os agentes
econômicos articulados em clusters de produção como um catalisador da inovação.
        Telles (2002, p.18) define os clusters como “uma forma de concentração geográfica e
setorial, geralmente de pequenas e médias empresas que mantêm um relacionamento
sistemático entre si, e que possibilita que estas firmas sejam mais competitivas”. Existem
vários tipos de clusters na literatura, tais como os Distritos Industriais, os Arranjos Produtivos
Locais (APLs) e as Redes de Empresas.
       Dentre os diversos tipos de clusters, o interesse deste trabalho está voltado aos APLs,
que são definidos como aglomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que
apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, integração,
cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais (SEBRAE, 2003, p.12).
       Assim sendo, partindo da visão econômica neo-schumpteriana, o trabalho aqui
desenvolvido busca diagnosticar a experiência nacional de APLs sob o enfoque inovativo,
situando-os como ferramenta para o desenvolvimento nacional.




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2. Procedimentos Metodológicos
       Para o atendimento do objetivo deste trabalho, qual seja, analisar a experiência
nacional de APLs enquanto uma estratégia útil ao desenvolvimento de inovações, foi adotada
a abordagem qualitativa.
       O estudo pode ser classificado, quanto aos fins, como descritivo, onde se busca
conhecer a realidade estudada, suas características e problemas. Quanto aos meios, a pesquisa
pode ser caracterizada como documental, bibliográfica, sendo utilizados dados de publicações
e periódicos sobre o tema desenvolvido neste trabalho.
         Para a realização das inferências deste estudo foram levantados dados secundários
constantes no site do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio relativos ao
trabalho que esta instituição vem realizando com os APLs. Foi realizada uma nova tabulação
destes dados por meio do software Microsoft Excel, e esta reorganização tornou possível
retirar conclusões a respeito do objetivo do estudo.
        Afora estes dados, também foram utilizados dados secundários publicados pelo IPEA
(Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) em um estudo de identificação e
caracterização dos APLs no Brasil. Tais dados foram analisados de maneira independente
daqueles obtidos com o Ministério do Desenvolvimento, e tal separação foi realizada para que
fosse possível verificar confirmação das conclusões a partir de duas bases de informação
diferentes.
       Nos dois próximos tópicos deste trabalho é realizada uma apresentação das intenções e
ações realizadas pelo governo federal relativas aos APLs a partir da publicação do Plano
Plurianual 2004-2007 e da lei da inovação, sendo feita uma relação entre estas iniciativas e
alguns conceitos presentes na literatura neo-shumperiana. Em seguida são apresentadas as
vantagens obtidas pelas empresas que atuam de forma aglomerada a partir da visão de
Machado (2003). Por fim, são apresentados os resultados, discussões e considerações finais
do trabalho.
3. Política brasileira relativa aos APLs
        A lei nacional de inovação (Lei nº. 10.973, de 2 de dezembro de 2004) abarca em seu
âmago a consideração de que o conhecimento e a inovação tecnológica passaram a ditar as
políticas de desenvolvimento dos países. Dentre os objetivos desta lei estão a melhoria da
eficiência de setor produtivo do país capacitando-o à exportação, mediante a inserção
competitiva de bens e serviços com base em padrões internacionais de qualidade, maior
conteúdo tecnológico e, portanto, maior valor agregado.
       Para a realização de tais objetivos a lei prevê a atuação em três vertentes, a saber:
• Constituição de ambiente propício às parcerias estratégicas e de cooperação entre as
universidades, institutos tecnológicos e empresas.
• Estímulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de inovação,
onde é buscada transferência de tecnologia, licenciamento de patentes, prestação de serviços
de consultoria junto ao setor produtivo e de funcionários em projetos de inovação.
• Incentivo à inovação na empresa, objetivando a alocação de recursos financeiros das
organizações na promoção da inovação.
       Esta iniciativa de criar uma política de estímulo à inovação, utilizando até mesmo de
recursos legislatórios, tem sua origem nos trabalhos de Lundvall (1988), Freeman (1987) e
Nelson (1992), de onde nasce o conceito de Sistema Nacional de Inovação (SNI). Os SNIs são



                                                                                               2
definidos como o conjunto de instituições e organizações responsáveis pela criação e adoção
de inovações em um determinado país. Nessa abordagem, as políticas nacionais passam a
enfatizar as interações entre as instituições que participam do amplo processo de criação do
conhecimento e da sua difusão e aplicação (OCDE, 1996, p.7).
       Tigre (2005), por sua vez, afirma que os Sistemas Nacionais de Inovação vêm sendo
aplicados nacionalmente através dos APLs. Esta iniciativa é coerente com as vertentes
constantes na lei de inovação e com a política do governo federal explicitada no Plano
Plurianual 2004-2007 (PPA). Neste último, os APLs são destacados enquanto uma
metodologia útil para a superação de diversos desafios impostos pela conjuntura
socioeconômica encontrada no país.
        A estratégia destacada no PPA contempla as potencialidades econômicas das zonas
deprimidas, buscando a desconcentração da renda, a elevação da propensão a investir e a
inovar, a elevação da produtividade, a ampliação de vantagens existentes e o
impulsionamento de segmentos produtivos com capacidade de afirmação competitiva
internacional (BRASIL, 2003 p. 100).
        O plano de ação principal relacionado com essa estratégia é o programa Arranjos
Produtivos Locais que contempla atividades como a difusão da metodologia de APLs, o apoio
à instalação de incubadoras de empresas e a promoção de comitês regionais de apoio. A meta
deste programa era ampliação do número de arranjos de 66 para 124 nos anos de vigência do
PPA.
        Além do plano específico para APLs, o PPA prevê outros programas como o da
Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, cuja finalidade é aumentar a competência para
inovar através da ampliação da capacidade local e regional para gerar e difundir o progresso
técnico, de forma que, sejam viabilizadas as estruturas internas necessárias para o
fortalecimento dos APLs.
       Na mesma linha existe o programa Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social que
tem como foco o incentivo a APLs em áreas deprimidas através de atividades de P&D
aplicados à segurança alimentar; apoio à promoção de cadeias inter-regionais de C&T, o
fomento ao agronegócio, e a capacitação tecnológica em setores de impacto social. As metas
objetivadas pelo PPA prevêem a promoção do empreendedorismo tecnológico local, bem
como o fortalecimento de entidades dedicadas à transferência e difusão de tecnologias.
      Todas estas ações estão a cargo dos Ministérios de Desenvolvimento, da Integração
Nacional e de Ciência e Tecnologia, do Trabalho e da Fazenda, bem como de órgãos como a
FINEP, bancos oficiais e de parceiros como o SEBRAE.
        Isto posto, percebe-se que a visão de desenvolvimento do governo perpassa pela
importância das PMEs de forma aglomerada, ou seja, não somente destas entidades atuando
de forma isolada, mas, sobretudo, das interações existentes entre estas organizações e vários
outros agentes econômicos. Tal pensamento está em consonância com uma das hipóteses da
dinâmica das inovações presente na teoria evolucionista, notadamente pelo valor atribuído aos
clusters de empresas.
4. Vantagens da concentração geográfica de empresas
       Dentre os diversos tipos de aglomerações empresariais em redes, os arranjos
produtivos locais (APLs) se destacam por serem associações entre empresas de pequeno e
médio porte (PMEs) que se reúnem com o intuito de aumentar a sua competitividade perante
o mercado em que atuam.
       O tema APL vem ganhando cada vez mais destaque por meio de ações




                                                                                            3
governamentais e aplicações na esfera empresarial. Tal crescimento aumenta o interesse de
instituições de fomento, bem como desperta o interesse de pesquisadores relativamente à
eficácia econômica e social dos arranjos.
       Dentre os interesses da pesquisa relativa a redes de empresas, e mais especificamente a
arranjos produtivos, pode ser destacada a investigação a respeito das vantagens obtidas pelas
organizações atuando em conjunto e em relações de cooperação.
      Cassaroto et al. (2000) indicam que em países como a Itália, a competitividade das
PMEs reside no seu sistema competitivo. Afirmam ainda que pouco provavelmente encontra-
se uma pequena empresa isolada que seja sustentável, mas grupos de pequenas empresas
competitivas, sejam elas complementares ou concorrentes.
        Ribault et al. (1995) escreve que as empresas reunidas complementam-se umas às
outras nos planos técnicos (meios produtivos) e comerciais (redes de distribuição). Machado
(2003), por sua vez resume os benefícios da aglomeração a partir de duas perspectivas:
economias internas e externas. Segundo a autora, as economias externas são originadas no
mercado, na tecnologia e na organização social ou da produção. Estas economias são
classificadas em três grandes grupos:
• Economias Tecnológicas – dizem respeito aos padrões tecnológicos adotados. Neste grupo
destacam-se as condições físicas e oferta de matérias-primas, onde se reconhece que os
recursos naturais determinam o tipo de indústria que se concentra em específica região,
gerando economias de escala; custos de transportes, que são reduzidos pela concentração
geográfica; a dinâmica tecnológica, referente as diferentes curvas de produtividade geradas
por diferentes tecnologias; e, os spillovers tecnológicos, que seriam transbordamentos de
conhecimento e de tecnologia facilitados pela proximidade geográfica.
• Economia de Mercado – relacionam-se com mecanismos de mercado ligados ao fenômeno
da aglomeração. Destacam-se as variações espaciais da demanda e centralidade do produto,
onde se reconhece uma relação direta entre local de produção e a área de influência de um
produto; as condições de demanda, que podem ser indutoras de inovação quando os
consumidores exigem qualidade e variedade em produtos ou serviços, pressionando a
inovação.
• Economias de organização – são determinadas pelas características da população local e se
refletem na forma como os trabalhadores, empresários e empresas se estruturam localmente.
Nesta categoria estão contidos o capital social, instituições, relações e normas que formatam a
qualidade e quantidade das interações sociais; a capacitação da mão-de-obra e dos
empresários; e governança, que é relativa à habilidade de alguns elos da cadeia em coordenar
os vários atores e definir parâmetros sob os quais a cadeia opera.
      Por sua vez, as economias internas são baseadas em ganhos advindos da cooperação e
da competição, classificadas segundo Machado (2003) em três grandes grupos, a saber:
• Retornos crescentes de escala – a especialização encontrada em um APL proporciona
maiores economias de escala, principalmente em relações verticais de colaboração.
• Competição – a rivalidade local é fonte de estímulo para a competitividade, pois a
eficiência coletiva é o resultado de um processo que não pressupõe a ausência de competição.
Na realidade a economia interna nas empresas é obtida do mix de cooperação e competição
que ocorre nos APL’s. A rivalidade local pressiona o aumento da produtividade, redução de
custos, busca de inovações, melhoria da produtividade, e, a adoção de inovações.
• Cooperação – pode ocorrer de forma bilateral, em que a cooperação ocorre entre empresas
individuais (dividindo equipamentos ou desenvolvendo novos produtos) e cooperação




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multilateral, quando grupos de firmas aglutinam forças em associações de negócios,
consórcios de produção e outros. Distinguem-se dois tipos de cooperação: horizontal (entre
competidores) e vertical (entre fornecedores de insumos e clientes).
5. Resultados e Discussões
       Os dados coletados sobre os APLs no Brasil constantes no site do Ministério do
Desenvolvimento permitiram a identificação de algumas características relativas a estas
aglomerações, sendo a primeira delas relativa à distribuição espacial dos arranjos no território
nacional.
         É importante destacar o conceito de APL adotado pelo Ministério, pois se reconhece
que diferentes conceitos e metodologias podem chegar a diferentes conclusões. Deste modo,
para a instituição um APL deve (1) ter um número significativo de empreendimentos no
território e de indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante, e (2)
existir cooperação e algum mecanismo de governança, podendo incluir pequenas, médias e
grandes empresas.
       A partir do gráfico 1 percebe-se que, ao menos em termos de quantidade de APLs, o
objetivo de desconcentração da produção constante no PPA na direção das regiões mais
deprimidas economicamente está sendo atendido, pois 65% dos arranjos se encontram no
Norte (20%) e no Nordeste (45%) do país.
                                                           5%
                                               9%




                                                                                     45%
                                   20%




                                                     21%

                                    Nordeste        Sudeste     Norte   Sul   Centro-Oeste

                              Gráfico 1 – Distribuição dos APLs no Brasil
                 Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do GTP – APL (2005)


        Com relação à meta do PPA relativa à quantidade de APLs, ampliando-os de 66 para
124 arranjos ao final de 2007, os dados obtidos mostraram que esse crescimento superou em
muito as expectativas e metas iniciais. Segundo os referidos dados, coletados por 37
instituições governamentais e não-governamentais, federais e estaduais com atuação nesse
tema, e referentes ao ano de 2005, existiam 955 APLs distribuídos no território nacional.
        Destacando a participação dos Estados no quantitativo de APLs, presente no gráfico 2,
pode-se perceber uma forte presença da produção realizada de forma aglomerada em Estados
do Nordeste, pois dentro os 8 Estados com maior número de arranjos, 6 encontram-se nesta
região.




                                                                                               5
140

 120

 100

  80

  60

  40

  20

   0
                                                                   Paraíba




                                                                                                Rio de Janeiro




                                                                                                                                                                  Espírito Santo
                                     Piauí




                                                                                                                                                                                                                                                                                                         Tocantins
       Pará


                             Ceará


                                             Rio Grande do Norte


                                                                             Maranhão
                                                                                        Bahia


                                                                                                                 São Paulo
                                                                                                                             Santa Catarina




                                                                                                                                                                                   Paraná
                                                                                                                                                                                            Sergipe
                                                                                                                                                                                                      Pernambuco


                                                                                                                                                                                                                              Mato Grosso


                                                                                                                                                                                                                                                                  Roraima


                                                                                                                                                                                                                                                                                    Rondônia




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     Acre
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            Amapá
                                                                                                                                              Rio Grande do Sul




                                                                                                                                                                                                                                             Mato Grosso do Sul




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Distrito Federal
              Minas Gerais




                                                                                                                                                                                                                   Amazonas




                                                                                                                                                                                                                                                                            Goiás


                                                                                                                                                                                                                                                                                               Alagoas
Gráfico 2 – APLs por Estado
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do GTP – APL (2005)


       Os dados disponíveis no Ministério do Desenvolvimento não possuem detalhamento
com relação à capacidade inovativa, nem ao nível de desenvolvimento econômico e
maturidade dos APLs, faltando, deste modo, profundidade no estudo.
       Ainda assim é possível analisar o potencial dos APLs relativamente à questão da
inovação por meio dos setores econômicos presentes. É fácil perceber que alguns setores
requerem maior volume de conhecimento (software, eletrônica, robótica etc.) que outros
(agricultura, extrativismo etc.). Isto implica que alguns tipos de empreendimentos têm, por
sua própria natureza, maior tendência a inovar. Na tabela 1 estão listados os percentuais de
APLs no país, distribuídos por setores econômicos de atuação.

TABELA 1 – APLs brasileiros divididos por setor econômico

        Setor             %                   Setor              %                                                                                                                                                                                     Setor                                                                     %
Agricultura             30,9% Extrativismo Vegetal              2,4%                                                                                                                                                                        Construção civil                                                                    1,1%
Ovinocaprinocultura     7,8% Psicultura                         2,3%                                                                                                                                                                        Couro e Calçados                                                                    1,1%
Confecções               7,4% Bebidas                           2,2%                                                                                                                                                                        Agropecuária                                                                        0,7%
Apicultura               5,9% Artesanato                        1,6%                                                                                                                                                                        Energia                                                                             0,7%
Madeira e Móveis         5,3% Floricultura                      1,6%                                                                                                                                                                        Material de Construção                                                              0,6%
Turismo                 4,9% Gemas e Artefatos                  1,6%                                                                                                                                                                        Laticínios                                                                          0,5%
Pecuária                4,8% Rochas ornamentais                 1,6%                                                                                                                                                                        Produtos Químicos                                                                   0,3%
Metal-mecânico          3,6% Polímeros                          1,5%                                                                                                                                                                        Alimentos                                                                           0,2%
Cerâmica                3,5% Tecnologia da Informação           1,4%                                                                                                                                                                        Eletroeletrônica                                                                    0,2%
Aqüicultura              3,1% Farmacologia                      1,2%                                                                                                                                                                        Mineração                                                                           0,1%
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do GTP – APL (2005)


       Como pode ser percebido, a grande maioria dos APLs identificados encontra-se em
setores mais tradicionais vinculados a atividades primárias. Por este motivo, pode-se supor
que o nível de inovação não é alto, sendo as economias externas das organizações




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       6
provavelmente limitadas a economias de mercado e de organização, conforme a proposição de
Machado (2003) para as vantagens aglomerativas.
        Procedendo a uma reclassificação dos APLs identificados em uma taxonomia proposta
pela Unctad apud Rezende e Tafner (2005), onde os negócios são categorizados sua
intensidade tecnológica, obteve-se o cenário apresentado na tabela 2. Nesta classificação os
APLs configuraram desde commodities primárias, passando por manufaturados intensivos em
trabalho e recursos naturais, até manufaturados de baixa, média e alta intensidade tecnológica.


TABELA 2 – APLs brasileiros classificados por intensidade tecnológica
                   Intensidade Tecnológica                       % de Apls
Commodities Primários                                                 68,0%
Manufaturados intensivos em trabalho e recursos naturais              23,9%
Manufaturados de baixa intensidade tecnológica                         0,0%
Manufaturados de média intensidade tecnológica                         4,5%
Manufaturados de alta intensidade tecnológica                          3,6%
Fonte: Elaborado pelos autores


       Por meio desta categorização apresentada na Tabela 2, pode-se perceber mais
claramente a forte presença de APLs voltados a setores de baixa intensidade de conhecimento,
onde apenas 8,1% dos arranjos estão vinculados a setores de média e alta tecnologia. Por sua
vez, os commodities primários ocupam uma fatia de mais de dois terços do montante dos
APLs.
      Seguindo a análise por esta linha, ou seja, utilizando a mesma categorização da
Unctad, porém realizando a separação dos APLs por região do país, é possível verificar
algumas características de heterogeneidade. O resultado encontra-se disponível na Tabela 3.


TABELA 3 – APLs de cada região do país classificados por intensidade tecnológica
                                                                 Centro-
    Intensidade Tecnológica             Norte      Nordeste                  Sudeste   Sul
                                                                  Oeste
Commodities Primários
                                           85,1%       80,2%       50,0%      43,3%    37,3%
Manufaturados intensivos em trabalho
                                           12,9%       16,4%       36,5%      39,8%    41,0%
e recursos naturais
Manufaturados de baixa intensidade
                                            0,0%        0,0%        0,0%       0,0%     0,0%
tecnológica
Manufaturados de média intensidade
                                            0,5%        1,4%        5,8%       8,0%     9,6%
tecnológica
Manufaturados de alta intensidade
                                            1,5%        1,9%        7,7%       9,0%    12,0%
tecnológica
Fonte: Elaborado pelos autores


        O resultado desta divisão entre as regiões mostra uma característica interessante da
intensidade tecnológica dos APLs nacionais. Pode-se perceber que o percentual de APLs com
maior intensidade tecnológica, e conseqüentemente potencial de inovar, vai aumentando à
medida que se distância o norte do país e aproxima-se do sul. Deste modo, pode-se conjeturar
que apesar da maior quantidade de arranjos nas regiões norte e nordeste (65%), a parcela de
maior valor agregado encontra-se concentrada nas regiões mais desenvolvidas do Brasil.
        Por outro lado, mesmo setores tradicionais podem ser dotados de inovatividade através




                                                                                               7
da introdução de inovações provenientes de outras áreas, por exemplo, a agricultura pode ter
sua produtividade melhorada por meio da biotecnologia, desenvolvimento de maquinário
agrícola etc.
        Assim sendo, a simples análise dos setores econômicos em que atuam os APLs
identificados constitui em uma apreciação válida, contudo não suficientemente ampla e
profunda para permitir a realização de inferências seguras a respeito da questão da inovação
nos APLs brasileiros.
        Por esta razão, buscou-se na pesquisa bibliográfica mais dados que pudessem
complementar a análise proposta na introdução deste trabalho. Os dados encontrados foram
relativos a um levantamento do IPEA (2006) de identificação e caracterização dos APLs no
Brasil.
       A metodologia utilizada por este órgão leva em consideração alguns fatores relativos à
capacitação inovativa dos APLs identificados. Para tal, utiliza alguns indicadores relacionados
com os seguintes critérios: (1) número de trabalhadores qualificados, a partir dos dados de
emprego e qualificação da RAIS; (2) número de empresas inovadoras, segundo a PINTEC/
IBGE; (3) número de patentes; (4) marcas, registradas no Brasil e nos Estados Unidos e (5)
produção científica representada por dados de artigos científicos publicados, organizados pelo
Thomson ISI.
       As conclusões deste estudo realizado pelo IPEA (2006) mostram certa congruência
com as retiradas a partir dos dados coletados no Ministério do Desenvolvimento,
principalmente no que tange a dois pontos específicos: (1) a maior parte do emprego nas
atividades industriais e de software concentra-se nos Estados das regiões Sul e Sudeste, e (2)
em muitos Estados, sobretudo os menos industrializados, há uma elevada concentração
espacial da atividade econômica.
       Deste modo, verifica-se, pelos dados do referido estudo, que os APLs situados
negócios mais intensivos em conhecimento e inovação estão localizados mais ao sul do país.
E, apesar de não existirem muitos detalhamentos acerca dos valores indicadores relativos à
inovação na publicação, pode-se chegar a conclusões semelhantes no que tange ao potencial
inovativo das aglomerações produtivas encontradas no território nacional.
6. Conclusões
       Inserida nas análises relativas aos benefícios econômicos das aglomerações
produtivas, encontra-se contemplada por diversos autores a questão da inovação. No caso
específico da autora apresentada neste trabalho, destaca-se ponto relativo a economias
tecnológicas, sobretudo à dinâmica tecnológica e suas curvas de produtividade, e os spillovers
tecnológicos, facilitados pela a proximidade geográfica.
       Uma vez que se reconhece tal potencialidade na metodologia dos arranjos e um
empenho governamental no tema, cria-se o interesse por verificar se a experiência encerra as
expectativas geradas sobre a questão. Deste modo, este trabalho veio mostrar que algumas
metas relativas aos APLs foram conquistadas, sobretudo relativo ao crescimento do número
de arranjos e empresas envolvidas, bem como na busca pela descontração da produção.
       Todavia, o trabalho também mostrou que do ponto de vista da inovação, e do
conseqüente alcance de níveis mais altos de valor agregado, os APLs nacionais ainda
precisam dar alguns passos. Isto pode ser considerado em três vias diferentes e
complementares: (1) deslocamento de negócios para setores mais intensivos em
conhecimento, a partir do estímulo; (2) aporte de inovações e conhecimento em APLs
situados em setores mais tradicionais da economia a fim de aumentar a potencialidade de criar




                                                                                              8
valor nas organizações ali atuantes, e (3) a desconcentração produtiva e homogeneização entre
as regiões do país não apenas do ponto de vista da quantidade de APLs, mas sobretudo, no
que tange a setores de maior geração de riqueza.
        Isto posto, torna-se conveniente afirmar que estudos relativos a experiências
desenvolvidas por meio de APLs deveriam contemplar a questão da inovação como
catalisador do desenvolvimento econômico, afinal, este é o objetivo que motiva a
aglomeração das organizações.
Referências
BRASIL. Plano Plurianual 2004-2007. Min. do Desenvolvimento Indústria e Comércio. Brasília, 2003.
CASAROTTO FILHO, et al. Competitividade Global para as pequenas empresas: os SPL e a experiência de
Santa Catarina. In: SIMPEP, 2000, Baurú. Anais... Baurú: UNESP, 2000.
BRASIL. Lei nº. 10.973 – Lei da Inovação. Disponível em <https://www.planalto.gov.br> D.O.U 02/12/2004.
IPEA. Identificação, mapeamento e caracterização estrutural de APLs no Brasil. Outubro de 2006. Disponível
em: <www.ipea.gov.br>. Acesso em 10jul2007.
MACHADO, S. A. Dinâmica dos arranjos produtivos locais: um estudo de caso em Santa Gertrudes, a nova
capital da cerâmica brasileira. USP – POLI. (Tese de doutorado). São Paulo, 2003.
OCDE. Manual de Oslo. Finep: __, 1997.
REZENDE, F; TAFNER, P. Brasil: o estado de uma nação. Rio de Janeiro: Ipea, 2005.
RIBAULT, M. et al. A gestão das tecnologias. Coleção gestão & inovação. Lisboa, Publicações Dom Quixote,
1995.
SEBRAE. Termo de referência para atuação do sistema SEBRAE em arranjos produtivos locais. Brasília, 2003.
Disponível em <www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em 15 set.2006.
TELLES, L. O. Clusters e a indústria ligada à área de saúde em Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo –
FEA (Dissertação de Mestrado). São Paulo, 2002.
TIGRE, P. B. Paradigmas tecnologias e teorias econômicas da firma. Revista Brasileira de Inovação. Vol. 4. Nº1.
jan/jul p. 187 – 223. 2005.




                                                                                                             9

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Artigo sobre APL: diagnóstico situação brasileira

  • 1. Arranjos produtivos locais como ferramenta de desenvolvimento econômico e inovação: um diagnóstico sobre a experiência nacional Marcel de Gois Pinto (PPGEP/UFPB) marcelgois@gmail.com Maria do Socorro Márcia L. Souto (PPGEP/UFPB) masouto@ct.ufpb.br Resumo: Os economistas da corrente evolucionista reconhecem a interação entre os agentes econômicos como mola propulsora da economia, principalmente quando articulados em clusters de produção. Os arranjos produtivos locais (APLs), considerados um tipo particular de cluster, são estruturas que vêm crescendo no país, ocasionado, dentre outros motivos, pelo interesse governamental no assunto. Neste bojo, nasce o questionamento relacionado à eficácia desta iniciativa no país, principalmente no que tange a questão do nível de valor agregado, manifestado em inovações no seio destes aglomerados. Neste sentido, este artigo busca diagnosticar a experiência nacional em APLs sob o enfoque inovativo, e, utilizando-se de bases de dados disponíveis no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, chega à conclusão de que, apesar de alguns avanços proporcionados pelas iniciativas, ainda são necessários alguns passos para inserir os arranjos dentro de uma cultura inovadora. Palavras-chave: Arranjo produtivo local; inovação; desenvolvimento econômico. 1. Introdução A teoria econômica evolucionista ou neo-schumpteriana constitui em uma tentativa de construir um novo corpo teórico para o estudo das organizações articulado com um novo paradigma socioeconômico oriundo principalmente do nascimento das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Esta corrente econômica busca resgatar as contribuições de Schumpeter relativas à incorporação do progresso técnico como variável-chave do processo evolucionário da firma e do mercado. Esta atualização da teoria schumpteriana tem duas linhas principais, apresentadas por meio dos seus precursores: Freeman, que mostra como a difusão da inovação está no centro dos movimentos cíclicos da economia mundial; e a de Nelson e Winter, relativa aos graus evolutivos que as empresas perpassam durante o seu ciclo de vida. (TIGRE, 2005). Dentre as hipóteses que norteiam os evolucionistas está o reconhecimento, dentre outras coisas, de que a dinâmica da economia é influenciada pela interação entre os agentes econômicos articulados em clusters de produção como um catalisador da inovação. Telles (2002, p.18) define os clusters como “uma forma de concentração geográfica e setorial, geralmente de pequenas e médias empresas que mantêm um relacionamento sistemático entre si, e que possibilita que estas firmas sejam mais competitivas”. Existem vários tipos de clusters na literatura, tais como os Distritos Industriais, os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e as Redes de Empresas. Dentre os diversos tipos de clusters, o interesse deste trabalho está voltado aos APLs, que são definidos como aglomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, integração, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais (SEBRAE, 2003, p.12). Assim sendo, partindo da visão econômica neo-schumpteriana, o trabalho aqui desenvolvido busca diagnosticar a experiência nacional de APLs sob o enfoque inovativo, situando-os como ferramenta para o desenvolvimento nacional. 1
  • 2. 2. Procedimentos Metodológicos Para o atendimento do objetivo deste trabalho, qual seja, analisar a experiência nacional de APLs enquanto uma estratégia útil ao desenvolvimento de inovações, foi adotada a abordagem qualitativa. O estudo pode ser classificado, quanto aos fins, como descritivo, onde se busca conhecer a realidade estudada, suas características e problemas. Quanto aos meios, a pesquisa pode ser caracterizada como documental, bibliográfica, sendo utilizados dados de publicações e periódicos sobre o tema desenvolvido neste trabalho. Para a realização das inferências deste estudo foram levantados dados secundários constantes no site do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio relativos ao trabalho que esta instituição vem realizando com os APLs. Foi realizada uma nova tabulação destes dados por meio do software Microsoft Excel, e esta reorganização tornou possível retirar conclusões a respeito do objetivo do estudo. Afora estes dados, também foram utilizados dados secundários publicados pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) em um estudo de identificação e caracterização dos APLs no Brasil. Tais dados foram analisados de maneira independente daqueles obtidos com o Ministério do Desenvolvimento, e tal separação foi realizada para que fosse possível verificar confirmação das conclusões a partir de duas bases de informação diferentes. Nos dois próximos tópicos deste trabalho é realizada uma apresentação das intenções e ações realizadas pelo governo federal relativas aos APLs a partir da publicação do Plano Plurianual 2004-2007 e da lei da inovação, sendo feita uma relação entre estas iniciativas e alguns conceitos presentes na literatura neo-shumperiana. Em seguida são apresentadas as vantagens obtidas pelas empresas que atuam de forma aglomerada a partir da visão de Machado (2003). Por fim, são apresentados os resultados, discussões e considerações finais do trabalho. 3. Política brasileira relativa aos APLs A lei nacional de inovação (Lei nº. 10.973, de 2 de dezembro de 2004) abarca em seu âmago a consideração de que o conhecimento e a inovação tecnológica passaram a ditar as políticas de desenvolvimento dos países. Dentre os objetivos desta lei estão a melhoria da eficiência de setor produtivo do país capacitando-o à exportação, mediante a inserção competitiva de bens e serviços com base em padrões internacionais de qualidade, maior conteúdo tecnológico e, portanto, maior valor agregado. Para a realização de tais objetivos a lei prevê a atuação em três vertentes, a saber: • Constituição de ambiente propício às parcerias estratégicas e de cooperação entre as universidades, institutos tecnológicos e empresas. • Estímulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de inovação, onde é buscada transferência de tecnologia, licenciamento de patentes, prestação de serviços de consultoria junto ao setor produtivo e de funcionários em projetos de inovação. • Incentivo à inovação na empresa, objetivando a alocação de recursos financeiros das organizações na promoção da inovação. Esta iniciativa de criar uma política de estímulo à inovação, utilizando até mesmo de recursos legislatórios, tem sua origem nos trabalhos de Lundvall (1988), Freeman (1987) e Nelson (1992), de onde nasce o conceito de Sistema Nacional de Inovação (SNI). Os SNIs são 2
  • 3. definidos como o conjunto de instituições e organizações responsáveis pela criação e adoção de inovações em um determinado país. Nessa abordagem, as políticas nacionais passam a enfatizar as interações entre as instituições que participam do amplo processo de criação do conhecimento e da sua difusão e aplicação (OCDE, 1996, p.7). Tigre (2005), por sua vez, afirma que os Sistemas Nacionais de Inovação vêm sendo aplicados nacionalmente através dos APLs. Esta iniciativa é coerente com as vertentes constantes na lei de inovação e com a política do governo federal explicitada no Plano Plurianual 2004-2007 (PPA). Neste último, os APLs são destacados enquanto uma metodologia útil para a superação de diversos desafios impostos pela conjuntura socioeconômica encontrada no país. A estratégia destacada no PPA contempla as potencialidades econômicas das zonas deprimidas, buscando a desconcentração da renda, a elevação da propensão a investir e a inovar, a elevação da produtividade, a ampliação de vantagens existentes e o impulsionamento de segmentos produtivos com capacidade de afirmação competitiva internacional (BRASIL, 2003 p. 100). O plano de ação principal relacionado com essa estratégia é o programa Arranjos Produtivos Locais que contempla atividades como a difusão da metodologia de APLs, o apoio à instalação de incubadoras de empresas e a promoção de comitês regionais de apoio. A meta deste programa era ampliação do número de arranjos de 66 para 124 nos anos de vigência do PPA. Além do plano específico para APLs, o PPA prevê outros programas como o da Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, cuja finalidade é aumentar a competência para inovar através da ampliação da capacidade local e regional para gerar e difundir o progresso técnico, de forma que, sejam viabilizadas as estruturas internas necessárias para o fortalecimento dos APLs. Na mesma linha existe o programa Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social que tem como foco o incentivo a APLs em áreas deprimidas através de atividades de P&D aplicados à segurança alimentar; apoio à promoção de cadeias inter-regionais de C&T, o fomento ao agronegócio, e a capacitação tecnológica em setores de impacto social. As metas objetivadas pelo PPA prevêem a promoção do empreendedorismo tecnológico local, bem como o fortalecimento de entidades dedicadas à transferência e difusão de tecnologias. Todas estas ações estão a cargo dos Ministérios de Desenvolvimento, da Integração Nacional e de Ciência e Tecnologia, do Trabalho e da Fazenda, bem como de órgãos como a FINEP, bancos oficiais e de parceiros como o SEBRAE. Isto posto, percebe-se que a visão de desenvolvimento do governo perpassa pela importância das PMEs de forma aglomerada, ou seja, não somente destas entidades atuando de forma isolada, mas, sobretudo, das interações existentes entre estas organizações e vários outros agentes econômicos. Tal pensamento está em consonância com uma das hipóteses da dinâmica das inovações presente na teoria evolucionista, notadamente pelo valor atribuído aos clusters de empresas. 4. Vantagens da concentração geográfica de empresas Dentre os diversos tipos de aglomerações empresariais em redes, os arranjos produtivos locais (APLs) se destacam por serem associações entre empresas de pequeno e médio porte (PMEs) que se reúnem com o intuito de aumentar a sua competitividade perante o mercado em que atuam. O tema APL vem ganhando cada vez mais destaque por meio de ações 3
  • 4. governamentais e aplicações na esfera empresarial. Tal crescimento aumenta o interesse de instituições de fomento, bem como desperta o interesse de pesquisadores relativamente à eficácia econômica e social dos arranjos. Dentre os interesses da pesquisa relativa a redes de empresas, e mais especificamente a arranjos produtivos, pode ser destacada a investigação a respeito das vantagens obtidas pelas organizações atuando em conjunto e em relações de cooperação. Cassaroto et al. (2000) indicam que em países como a Itália, a competitividade das PMEs reside no seu sistema competitivo. Afirmam ainda que pouco provavelmente encontra- se uma pequena empresa isolada que seja sustentável, mas grupos de pequenas empresas competitivas, sejam elas complementares ou concorrentes. Ribault et al. (1995) escreve que as empresas reunidas complementam-se umas às outras nos planos técnicos (meios produtivos) e comerciais (redes de distribuição). Machado (2003), por sua vez resume os benefícios da aglomeração a partir de duas perspectivas: economias internas e externas. Segundo a autora, as economias externas são originadas no mercado, na tecnologia e na organização social ou da produção. Estas economias são classificadas em três grandes grupos: • Economias Tecnológicas – dizem respeito aos padrões tecnológicos adotados. Neste grupo destacam-se as condições físicas e oferta de matérias-primas, onde se reconhece que os recursos naturais determinam o tipo de indústria que se concentra em específica região, gerando economias de escala; custos de transportes, que são reduzidos pela concentração geográfica; a dinâmica tecnológica, referente as diferentes curvas de produtividade geradas por diferentes tecnologias; e, os spillovers tecnológicos, que seriam transbordamentos de conhecimento e de tecnologia facilitados pela proximidade geográfica. • Economia de Mercado – relacionam-se com mecanismos de mercado ligados ao fenômeno da aglomeração. Destacam-se as variações espaciais da demanda e centralidade do produto, onde se reconhece uma relação direta entre local de produção e a área de influência de um produto; as condições de demanda, que podem ser indutoras de inovação quando os consumidores exigem qualidade e variedade em produtos ou serviços, pressionando a inovação. • Economias de organização – são determinadas pelas características da população local e se refletem na forma como os trabalhadores, empresários e empresas se estruturam localmente. Nesta categoria estão contidos o capital social, instituições, relações e normas que formatam a qualidade e quantidade das interações sociais; a capacitação da mão-de-obra e dos empresários; e governança, que é relativa à habilidade de alguns elos da cadeia em coordenar os vários atores e definir parâmetros sob os quais a cadeia opera. Por sua vez, as economias internas são baseadas em ganhos advindos da cooperação e da competição, classificadas segundo Machado (2003) em três grandes grupos, a saber: • Retornos crescentes de escala – a especialização encontrada em um APL proporciona maiores economias de escala, principalmente em relações verticais de colaboração. • Competição – a rivalidade local é fonte de estímulo para a competitividade, pois a eficiência coletiva é o resultado de um processo que não pressupõe a ausência de competição. Na realidade a economia interna nas empresas é obtida do mix de cooperação e competição que ocorre nos APL’s. A rivalidade local pressiona o aumento da produtividade, redução de custos, busca de inovações, melhoria da produtividade, e, a adoção de inovações. • Cooperação – pode ocorrer de forma bilateral, em que a cooperação ocorre entre empresas individuais (dividindo equipamentos ou desenvolvendo novos produtos) e cooperação 4
  • 5. multilateral, quando grupos de firmas aglutinam forças em associações de negócios, consórcios de produção e outros. Distinguem-se dois tipos de cooperação: horizontal (entre competidores) e vertical (entre fornecedores de insumos e clientes). 5. Resultados e Discussões Os dados coletados sobre os APLs no Brasil constantes no site do Ministério do Desenvolvimento permitiram a identificação de algumas características relativas a estas aglomerações, sendo a primeira delas relativa à distribuição espacial dos arranjos no território nacional. É importante destacar o conceito de APL adotado pelo Ministério, pois se reconhece que diferentes conceitos e metodologias podem chegar a diferentes conclusões. Deste modo, para a instituição um APL deve (1) ter um número significativo de empreendimentos no território e de indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante, e (2) existir cooperação e algum mecanismo de governança, podendo incluir pequenas, médias e grandes empresas. A partir do gráfico 1 percebe-se que, ao menos em termos de quantidade de APLs, o objetivo de desconcentração da produção constante no PPA na direção das regiões mais deprimidas economicamente está sendo atendido, pois 65% dos arranjos se encontram no Norte (20%) e no Nordeste (45%) do país. 5% 9% 45% 20% 21% Nordeste Sudeste Norte Sul Centro-Oeste Gráfico 1 – Distribuição dos APLs no Brasil Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do GTP – APL (2005) Com relação à meta do PPA relativa à quantidade de APLs, ampliando-os de 66 para 124 arranjos ao final de 2007, os dados obtidos mostraram que esse crescimento superou em muito as expectativas e metas iniciais. Segundo os referidos dados, coletados por 37 instituições governamentais e não-governamentais, federais e estaduais com atuação nesse tema, e referentes ao ano de 2005, existiam 955 APLs distribuídos no território nacional. Destacando a participação dos Estados no quantitativo de APLs, presente no gráfico 2, pode-se perceber uma forte presença da produção realizada de forma aglomerada em Estados do Nordeste, pois dentro os 8 Estados com maior número de arranjos, 6 encontram-se nesta região. 5
  • 6. 140 120 100 80 60 40 20 0 Paraíba Rio de Janeiro Espírito Santo Piauí Tocantins Pará Ceará Rio Grande do Norte Maranhão Bahia São Paulo Santa Catarina Paraná Sergipe Pernambuco Mato Grosso Roraima Rondônia Acre Amapá Rio Grande do Sul Mato Grosso do Sul Distrito Federal Minas Gerais Amazonas Goiás Alagoas Gráfico 2 – APLs por Estado Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do GTP – APL (2005) Os dados disponíveis no Ministério do Desenvolvimento não possuem detalhamento com relação à capacidade inovativa, nem ao nível de desenvolvimento econômico e maturidade dos APLs, faltando, deste modo, profundidade no estudo. Ainda assim é possível analisar o potencial dos APLs relativamente à questão da inovação por meio dos setores econômicos presentes. É fácil perceber que alguns setores requerem maior volume de conhecimento (software, eletrônica, robótica etc.) que outros (agricultura, extrativismo etc.). Isto implica que alguns tipos de empreendimentos têm, por sua própria natureza, maior tendência a inovar. Na tabela 1 estão listados os percentuais de APLs no país, distribuídos por setores econômicos de atuação. TABELA 1 – APLs brasileiros divididos por setor econômico Setor % Setor % Setor % Agricultura 30,9% Extrativismo Vegetal 2,4% Construção civil 1,1% Ovinocaprinocultura 7,8% Psicultura 2,3% Couro e Calçados 1,1% Confecções 7,4% Bebidas 2,2% Agropecuária 0,7% Apicultura 5,9% Artesanato 1,6% Energia 0,7% Madeira e Móveis 5,3% Floricultura 1,6% Material de Construção 0,6% Turismo 4,9% Gemas e Artefatos 1,6% Laticínios 0,5% Pecuária 4,8% Rochas ornamentais 1,6% Produtos Químicos 0,3% Metal-mecânico 3,6% Polímeros 1,5% Alimentos 0,2% Cerâmica 3,5% Tecnologia da Informação 1,4% Eletroeletrônica 0,2% Aqüicultura 3,1% Farmacologia 1,2% Mineração 0,1% Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do GTP – APL (2005) Como pode ser percebido, a grande maioria dos APLs identificados encontra-se em setores mais tradicionais vinculados a atividades primárias. Por este motivo, pode-se supor que o nível de inovação não é alto, sendo as economias externas das organizações 6
  • 7. provavelmente limitadas a economias de mercado e de organização, conforme a proposição de Machado (2003) para as vantagens aglomerativas. Procedendo a uma reclassificação dos APLs identificados em uma taxonomia proposta pela Unctad apud Rezende e Tafner (2005), onde os negócios são categorizados sua intensidade tecnológica, obteve-se o cenário apresentado na tabela 2. Nesta classificação os APLs configuraram desde commodities primárias, passando por manufaturados intensivos em trabalho e recursos naturais, até manufaturados de baixa, média e alta intensidade tecnológica. TABELA 2 – APLs brasileiros classificados por intensidade tecnológica Intensidade Tecnológica % de Apls Commodities Primários 68,0% Manufaturados intensivos em trabalho e recursos naturais 23,9% Manufaturados de baixa intensidade tecnológica 0,0% Manufaturados de média intensidade tecnológica 4,5% Manufaturados de alta intensidade tecnológica 3,6% Fonte: Elaborado pelos autores Por meio desta categorização apresentada na Tabela 2, pode-se perceber mais claramente a forte presença de APLs voltados a setores de baixa intensidade de conhecimento, onde apenas 8,1% dos arranjos estão vinculados a setores de média e alta tecnologia. Por sua vez, os commodities primários ocupam uma fatia de mais de dois terços do montante dos APLs. Seguindo a análise por esta linha, ou seja, utilizando a mesma categorização da Unctad, porém realizando a separação dos APLs por região do país, é possível verificar algumas características de heterogeneidade. O resultado encontra-se disponível na Tabela 3. TABELA 3 – APLs de cada região do país classificados por intensidade tecnológica Centro- Intensidade Tecnológica Norte Nordeste Sudeste Sul Oeste Commodities Primários 85,1% 80,2% 50,0% 43,3% 37,3% Manufaturados intensivos em trabalho 12,9% 16,4% 36,5% 39,8% 41,0% e recursos naturais Manufaturados de baixa intensidade 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% tecnológica Manufaturados de média intensidade 0,5% 1,4% 5,8% 8,0% 9,6% tecnológica Manufaturados de alta intensidade 1,5% 1,9% 7,7% 9,0% 12,0% tecnológica Fonte: Elaborado pelos autores O resultado desta divisão entre as regiões mostra uma característica interessante da intensidade tecnológica dos APLs nacionais. Pode-se perceber que o percentual de APLs com maior intensidade tecnológica, e conseqüentemente potencial de inovar, vai aumentando à medida que se distância o norte do país e aproxima-se do sul. Deste modo, pode-se conjeturar que apesar da maior quantidade de arranjos nas regiões norte e nordeste (65%), a parcela de maior valor agregado encontra-se concentrada nas regiões mais desenvolvidas do Brasil. Por outro lado, mesmo setores tradicionais podem ser dotados de inovatividade através 7
  • 8. da introdução de inovações provenientes de outras áreas, por exemplo, a agricultura pode ter sua produtividade melhorada por meio da biotecnologia, desenvolvimento de maquinário agrícola etc. Assim sendo, a simples análise dos setores econômicos em que atuam os APLs identificados constitui em uma apreciação válida, contudo não suficientemente ampla e profunda para permitir a realização de inferências seguras a respeito da questão da inovação nos APLs brasileiros. Por esta razão, buscou-se na pesquisa bibliográfica mais dados que pudessem complementar a análise proposta na introdução deste trabalho. Os dados encontrados foram relativos a um levantamento do IPEA (2006) de identificação e caracterização dos APLs no Brasil. A metodologia utilizada por este órgão leva em consideração alguns fatores relativos à capacitação inovativa dos APLs identificados. Para tal, utiliza alguns indicadores relacionados com os seguintes critérios: (1) número de trabalhadores qualificados, a partir dos dados de emprego e qualificação da RAIS; (2) número de empresas inovadoras, segundo a PINTEC/ IBGE; (3) número de patentes; (4) marcas, registradas no Brasil e nos Estados Unidos e (5) produção científica representada por dados de artigos científicos publicados, organizados pelo Thomson ISI. As conclusões deste estudo realizado pelo IPEA (2006) mostram certa congruência com as retiradas a partir dos dados coletados no Ministério do Desenvolvimento, principalmente no que tange a dois pontos específicos: (1) a maior parte do emprego nas atividades industriais e de software concentra-se nos Estados das regiões Sul e Sudeste, e (2) em muitos Estados, sobretudo os menos industrializados, há uma elevada concentração espacial da atividade econômica. Deste modo, verifica-se, pelos dados do referido estudo, que os APLs situados negócios mais intensivos em conhecimento e inovação estão localizados mais ao sul do país. E, apesar de não existirem muitos detalhamentos acerca dos valores indicadores relativos à inovação na publicação, pode-se chegar a conclusões semelhantes no que tange ao potencial inovativo das aglomerações produtivas encontradas no território nacional. 6. Conclusões Inserida nas análises relativas aos benefícios econômicos das aglomerações produtivas, encontra-se contemplada por diversos autores a questão da inovação. No caso específico da autora apresentada neste trabalho, destaca-se ponto relativo a economias tecnológicas, sobretudo à dinâmica tecnológica e suas curvas de produtividade, e os spillovers tecnológicos, facilitados pela a proximidade geográfica. Uma vez que se reconhece tal potencialidade na metodologia dos arranjos e um empenho governamental no tema, cria-se o interesse por verificar se a experiência encerra as expectativas geradas sobre a questão. Deste modo, este trabalho veio mostrar que algumas metas relativas aos APLs foram conquistadas, sobretudo relativo ao crescimento do número de arranjos e empresas envolvidas, bem como na busca pela descontração da produção. Todavia, o trabalho também mostrou que do ponto de vista da inovação, e do conseqüente alcance de níveis mais altos de valor agregado, os APLs nacionais ainda precisam dar alguns passos. Isto pode ser considerado em três vias diferentes e complementares: (1) deslocamento de negócios para setores mais intensivos em conhecimento, a partir do estímulo; (2) aporte de inovações e conhecimento em APLs situados em setores mais tradicionais da economia a fim de aumentar a potencialidade de criar 8
  • 9. valor nas organizações ali atuantes, e (3) a desconcentração produtiva e homogeneização entre as regiões do país não apenas do ponto de vista da quantidade de APLs, mas sobretudo, no que tange a setores de maior geração de riqueza. Isto posto, torna-se conveniente afirmar que estudos relativos a experiências desenvolvidas por meio de APLs deveriam contemplar a questão da inovação como catalisador do desenvolvimento econômico, afinal, este é o objetivo que motiva a aglomeração das organizações. Referências BRASIL. Plano Plurianual 2004-2007. Min. do Desenvolvimento Indústria e Comércio. Brasília, 2003. CASAROTTO FILHO, et al. Competitividade Global para as pequenas empresas: os SPL e a experiência de Santa Catarina. In: SIMPEP, 2000, Baurú. Anais... Baurú: UNESP, 2000. BRASIL. Lei nº. 10.973 – Lei da Inovação. Disponível em <https://www.planalto.gov.br> D.O.U 02/12/2004. IPEA. Identificação, mapeamento e caracterização estrutural de APLs no Brasil. Outubro de 2006. Disponível em: <www.ipea.gov.br>. Acesso em 10jul2007. MACHADO, S. A. Dinâmica dos arranjos produtivos locais: um estudo de caso em Santa Gertrudes, a nova capital da cerâmica brasileira. USP – POLI. (Tese de doutorado). São Paulo, 2003. OCDE. Manual de Oslo. Finep: __, 1997. REZENDE, F; TAFNER, P. Brasil: o estado de uma nação. Rio de Janeiro: Ipea, 2005. RIBAULT, M. et al. A gestão das tecnologias. Coleção gestão & inovação. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1995. SEBRAE. Termo de referência para atuação do sistema SEBRAE em arranjos produtivos locais. Brasília, 2003. Disponível em <www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em 15 set.2006. TELLES, L. O. Clusters e a indústria ligada à área de saúde em Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo – FEA (Dissertação de Mestrado). São Paulo, 2002. TIGRE, P. B. Paradigmas tecnologias e teorias econômicas da firma. Revista Brasileira de Inovação. Vol. 4. Nº1. jan/jul p. 187 – 223. 2005. 9