Versão integral da edição n.º 67 do quinzenário “O Centro”, que se publica em Coimbra. Director: Jorge Castilho. 06.03.2009.
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1. DIRECTOR JORGE CASTILHO
| Taxa Paga | Devesas – 4400 V. N. Gaia |
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de plástico fechado (DE53742006MPC)
Rua da Sofia, 95 - 3.º - 3000-390 COIMBRA Telef.: 309 801 277
ANO III N.º 67 (II série) 6 de Março de 2009 1 euro (iva incluído)
CELEBRA-SE A 8 DE MARÇO
Dia
Internacional
da
Mulher
“Mulheres e homens unidos para pôr termo
à violência contra Mulheres e Meninas”.
Este é o tema escolhido pelas Nações Unidas
para as comemorações do “Dia Internacional
da Mulher 2009”, que se celebra
no próximo domingo, 8 de Março.
Atendendo à relevância desta efeméride
e ao seu significado, o “Centro” dedica-lhe
um trabalho simbólico, onde presta homenagem
às Mulheres do passado (na pessoa de uma pioneira
que vive em Coimbra, prestes a completar 110 anos
de idade), às do presente e a todas
de quem depende o futuro
Menina da Roça Monte Café, São Tomé e Príncipe (Setembro de 2008, foto JC) PÁG. 11 a 13
DE 7 A 14 DE MARÇO A 19 DE MARÇO SAÚDE COIMBRA
Raridades Dia do Pai Deputadas Universidade
na “Feira é pretexto do PS votam inaugura
do Disco” para lembrar contra taxas edifício
em Coimbra progenitores moderadoras invulgar
PÁG. 24 PÁG. 7 PÁG. 17 PÁG. 5
2. 2 COIMBRA 6 DE MARÇO DE 2009
ALERTA DE JORGE PAIVA SOBRE LOCAL EMBLEMÁTICO DE COIMBRA
Mata do Choupal
pode desaparecer este século
O biólogo Jorge Paiva acaba de lançar “muitas centenárias e de grande porte”. juntos”, disse. lhas”, disse há dias o vice-presidente da
o alerta público de que a mata do Chou- O Choupal “é a maior fábrica de oxi- “A Câmara nunca se preocupou em Câmara, João Rebelo.
pal, em Coimbra, corre o risco de desa- génio natural que Coimbra tem”, onde “há integrar o Choupal na cidade. Dizem que Entretanto, a deputada Teresa Portu-
parecer neste século, recordando que nos animais protegidos por lei”, como a lontra vão agora requalificar a mata, mas não gal, do PS, pediu esclarecimentos ao Go-
últimos anos sucessivas obras públicas e a raposa, além de águias e outras aves. acredito nisso”, adiantou. verno sobre o impacto ambiental da cons-
destruíram 20 por cento da sua área. “Ainda por cima, está a Ocidente da Para o botânico, se a destruição deste trução de uma ponte no rio Mondego e de
“O Choupal tinha 89 hectares e ficam cidade e os ventos marítimos empurram espaço mítico continuar ao ritmo dos últi- um viaduto sobre o Choupal, no âmbito
apenas 73”, declarou à agência Lusa o esse oxigénio para dentro da cidade”, sa- mos 30 anos, “não haverá Choupal” no do “Projecto IP3 - Coimbra (Trouxemil)
professor e investigador da Universidade lientou o ambientalista. fim do século XXI. Mealhada, IC2 Coimbra/Oliveira de Aze-
de Coimbra, que tem participado nas ini- Jorge Paiva lamentou que, em três dé- Deixará então de fazer sentido a céle- méis (A32/IC3) e IC3 Coimbra /IP3”.
ciativas da Plataforma do Choupal, movi- cadas, diversas obras públicas tenham bre canção interpretada por José Afonso: A passagem do IC2, com um total de
mento cívico que contesta a construção subtraído 16 dos 89 hectares que consti- “Do Choupal até à Lapa, foi Coimbra os seis faixas, produzirá “perturbações na
do novo troço do IC2, que prevê um via- tuíam o Choupal. meus amores…” biodiversidade”, afugentando os animais
duto sobre aquele espaço florestal. Em causa, recordou, estão a regulari- “Passa a ser do betão até à Lapa”, iro- da zona, alertou João Melo, da Platafor-
Jorge Paiva explicava, numa visita gui- zação do Mondego, o canal de rega, es- nizou. No entanto, a Câmara Municipal ma do Choupal
ada, a importância ambiental da mata do tradas junto ao rio, o sistema municipal de tem uma visão mais optimista. Entretanto, o movimento cívico aciam
Choupal, de que ele próprio é frequenta- tratamento de esgotos, as condutas do gás “Qualquer solução que se adopte deve citado promoveu um “cordão humano” em
dor assíduo. natural e a Ponte-Açude, a que se junta ser a que tenha os menores impactos que participaram centenas de pessoas,
“Temos aqui uma elevada biodiversida- agora a passagem do IC2. ambientais e sobre as pessoas. Tem que para reclamar a suspensão do concurso
de e uma biomassa vegetal enorme”, dis- A área já destruída, “com 5000 árvo- ser uma oportunidade determinante e de- público e alternativas ao traçado.
se, numa alusão à existência de milhares res perdidas, é superior aos 13,5 hectares cisiva para a requalificação do Choupal, Aguardam-se agora os reflexos que
de árvores de diferentes espécies, sendo que tem o Jardim Botânico e a sua mata da zona envolvente e do Vale de Cose- estas posições poderão vir a ter.
CAMPANHA “COIMBRA ADOPCÃO”
A troco de nada ganhe um grande amigo
O Canil/Gatil Municipal de Coimbra pros- damente se adaptam aos seus novos apenas custam uns minutos na deslocação, Podem também enviar um e-mail para
segue uma campanha intitulada “Adop- donos (que, para além do mais, os esta- para escolher um companheiro (ou compa-
Cão”, com o seguinte lema: “Adoptem rão a poupar a um fim muito triste e tre- nheira) para a vida, que será sempre fiel e de aranimal@gmail.com
um animal no Canil Municipal”. mendamente injusto). uma enorme dedicação e em troca apenas ou consultar o site
Trata-se de uma iniciativa muito me- Um cão ou um gato é sempre um pre- pede um pouco de atenção e de carinho. www.cm-coimbra.pt/741.htm
ritória, que permite que pessoas que gos- sente bem recebido, desde que a pessoa a O Canil/Gatil Municipal fica no Campo Os dias e horas especificamente desti-
tam de animais ali possam ir buscar um quem ele se oferece goste de animais, não do Bolão, Mata do Choupal, onde os ani- nados às adopções são os seguintes:
fiel companheiro, sem nada pagarem os encare como um brinquedo ou um objec- mais esperam, ansiosos, por uma nova casa - segundas-feiras, das 14h30 às 16h30;
por isso. to e tenha condições mínimas para deles tra- e uma nova família. - quintas-feiras, das 10 às 12 horas.
São muitos os cães (e também alguns tar convenientemente. Os interessados em obter mais informa-
gatos) que esperam que gente com bom Se for o caso, não hesite em ir buscar ções podem ligar para o telemóvel 927 441 Muitos animais estão à espera de que
coração os vá adoptar, tendo como re- um destes amigos muito valiosos em ter- 888 (a qualquer hora), ou para o Canil/Gatl alguém queira aproveitar todo o carinho que
compensa conquistarem um amigo para mos materiais (basta ver os preços nas lo- (das 9 às 17h30 dos dias úteis) através do têm para dar.
toda a vida, já que estes animais rapi- jas de animais!...), mas que no Canil/Gatil telefone 239 493 200. Vai ver que não se arrependerá!
Aos Assinantes do “Centro”
Director: Jorge Castilho Como tem sido bem evidente nas notícias vindas a público, o sector da comunicação social
(Carteira Profissional n.º 99)
é um dos mais afectados pela crise que se abateu sobre toda a sociedade, sobretudo pelo brutal
Propriedade: Audimprensa decréscimo nos investimentos publicitários.
NIF: 501 863 109 Perante isto, até os grandes grupos de comunicação social estão a fazer despedimentos
Sócios: Jorge Castilho e Irene Castilho em massa, para além de haver muitos jornais regionais que se viram obrigados
a suspender a publicação.
ISSN: 1647-0540
Aqui no “Centro” estamos a fazer um enorme esforço para superar as dificuldades.
Inscrito na DGCS sob o n.º 120 930 Mas esse esforço só será bem sucedido se conseguirmos receitas de publicidade e se os nossos
Composição e montagem: Audimprensa
Assinantes tiverem a gentileza de proceder ao pagamento da respectiva assinatura anual
Rua da Sofia, 95, 2.º e 3.º - 3000-390 Coimbra - que se mantém em 20 euros desde o início do jornal.
Se quer que esta tribuna livre possa manter-se, muito agradecemos que nos envie o pagamento
Telefone: 309 801 277 - Fax: 309 819 913
da sua assinatura - uma verba que representa apenas o equivalente a cerca de 5 cêntimos por dia,
e-mail: centro.jornal@gmail.com menos de 40 cêntimos por semana!
Impressão: CORAZE Outra forma de ajudar este projecto independente é conseguir-nos novos Assinantes,
Oliveira de Azeméis por exemplo entre os seus familiares e amigos (veja a página ao lado).
Depósito legal n.º 250930/06
Tiragem: 10.000 exemplares
Contamos consigo!
3. 6 DE MARÇO DE 2009 NACIONAL 3
A PROPÓSITO DE NOVO LIVRO DE CELSO CRUZEIRO “A Nova Esquerda”.
Editado pela editora Campo das Letras,
Jorge Leite e Pio Abreu debatem o livro de Celso Cruzeiro foi lançado em
Lisboa no passado mês de Novembro,
numa sessão que contou com a participa-
ção do líder do Bloco de Esquerda, Fran-
“A Nova Esquerda” em Coimbra cisco Louçã, do deputado socialista Paulo
Pedroso e do membro da Comissão Políti-
ca Nacional do PCP, Paulo Fidalgo.
Sob a forma de um testamento político, Licenciado em Direito pela Universi-
o advogado Celso Cruzeiro realiza na obra dade de Coimbra, Celso Cruzeiro é actu-
“A Nova Esquerda: raízes teóricas e hori- almente advogado em Aveiro. Ao longo
zonte político” uma viagem ao interior do da sua carreira, interveio em várias cau-
marxismo, com o intuito de definir o actual sas de repercussão social, tendo sido o
rumo da esquerda portuguesa. Na próxi- advogado de Paulo Pedroso no mediático
ma segunda-feira (dia 9 de Março) pelas “Caso Casa Pia”.
18 horas, na livraria Almedina Estádio em Durante os anos passados em Coimbra,
Coimbra, Jorge Leite e José Luís Pio Abreu integrou várias estruturas estudantis de luta
apresentam e discutem os diferentes tópi- pela conquista democrática da Associação
cos abordados no livro. A entrada é livre. Académica de Coimbra. Foi um dos prin-
“O essencial da resposta a dar por uma cipais dirigentes da “Crise Académica de
esquerda nova, na difícil hora que atraves- 1969”, da qual escreveu, vinte anos mais
samos, passa pois pela questão de saber tarde, a história e a interpretação política,
ler os sinais que a realidade de hoje lhe num livro intitulado «Coimbra, 1969»
aponta: a urgência da construção de um (Afrontamento, 1989).
programa emancipatório que constitui a sua A apresentação em Coimbra da obra
identidade matricial, mas agora despido da “A Nova Esquerda: raízes teóricas e ho-
certeza, do determinismo e da universali- rizonte político” é organizada pela livraria
dade, tão só passível de ser desenhado no Almedina, em colaboração com a “Asso-
Celso Cruzeiro aos ombros de colegas, à porta do Departamento de Matemática
quadro da probabilidade, da contingência e da FCTUC (com a mão na cabeça), a 17 de Abril de 1969, dia em que começou ciação 25 de Abril” e a empresa “Ideias
da historicidade”, lê-se na contracapa de o movimento estudantil que esteve na origem da famosa “Crise Académica de 69” Concertadas”.
ORIGINAL PRESENTE POR APENAS 20 EUROS AUDIMPRENSA
Jornal “Centro”
Ofereça uma assinatura do “Centro” Rua da Sofia. 95 - 3.º
3000–390 COIMBRA
e ganhe valiosa obra de arte Poderá também dirigir-nos o seu pe-
dido de assinatura através de:
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Temos uma excelente sugestão ma tão original, está a desabrochar, sua casa (ou no local que nos indicar), fax 309 819 913
para uma oferta a um Amigo, a um simbolizando o crescente desenvolvi- o jornal “Centro”, que o manterá ou para o seguinte endereço
Familiar ou mesmo para si próprio: mento desta Região Centro de Portu- sempre bem informado sobre o que de de e-mail:
uma assinatura anual do jornal gal, tão rica de potencialidades, de His- mais importante vai acontecendo nes- centro.jornal@gmail.com
“Centro” tória, de Cultura, de património arqui- ta Região, no País e no Mundo.
Para além da obra de arte que des-
Custa apenas 20 euros e ainda re- tectónico, de deslumbrantes paisagens Tudo isto, voltamos a sublinhá-lo,
de já lhe oferecemos, estamos a pre-
cebe de imediato, completamente (desde as praias magníficas até às ser- por APENAS 20 EUROS!
parar muitas outras regalias para os
grátis, uma valiosa obra de arte. ras imponentes) e, ainda, de gente hos- Não perca esta campanha promo-
nossos assinantes, pelo que os 20 eu-
Trata-se de um belíssimo trabalho pitaleira e trabalhadora. cional e ASSINE JÁ o “Centro”.
ros da assinatura serão um excelente
da autoria de Zé Penicheiro, expres- Não perca, pois, a oportunidade de Para tanto, basta cortar e preen-
investimento.
samente concebido para o jornal receber já, GRATUITAMENTE, cher o cupão que abaixo publicamos,
O seu apoio é imprescindível para
“Centro”, com o cunho bem carac- esta magnífica obra de arte (cujas di- e enviá-lo, acompanhado do valor de
que o “Centro” cresça e se desen-
terístico deste artista plástico – um mensões são 50 cm x 34 cm). 20 euros (de preferência em cheque
volva, dando voz a esta Região.
dos mais prestigiados pintores portu- Para além desta oferta, o beneficiá- passado em nome de AUDIMPREN-
gueses, com reconhecimento mesmo rio passará a receber directamente em SA), para a seguinte morada: CONTAMOS CONSIGO!
a nível internacional, estando repre-
sentado em colecções espalhadas por
vários pontos do Mundo.
Neste trabalho, Zé Penicheiro, Desejo oferecer/subscrever uma assinatura anual do CENTRO
com o seu traço peculiar e a incon-
fundível utilização de uma invulgar
paleta de cores, criou uma obra que
alia grande qualidade artística a um
profundo simbolismo.
De facto, o artista, para represen-
tar a Região Centro, concebeu uma
flor, composta pelos seis distritos que
integram esta zona do País: Aveiro,
Castelo Branco, Coimbra, Guarda,
Leiria e Viseu.
Cada um destes distritos é repre-
sentado por um elemento (remeten-
do para o respectivo património his-
tórico, arquitectónico ou natural).
A flor, assim composta desta for-
4. 4 OPINIÃO 6 DE MARÇO DE 2009
cou um vaso de guerra para a Figueira da «Vida privada de Salazar» o biltre fascista Ministério Público de Torres Vedras, Cristi-
ponte europa Foz para defender a pátria… da pílula. era um homem com cio a saltitar de fenda na Anjos, proibiu uma sátira ao computador
Guantánamo – É a nódoa indelével a em fenda até sucumbir na reentrância de Magalhães e recuou perante o ridículo. A
juntar à tragédia do Iraque. A civilização de uma banheira onde serenou os desejos e censura da magistrada antecipou os feste-
que nos reclamamos, ferida nos Açores, afogou quarenta anos de ditador. jos e acordou medos.
cobriu-se de opróbrio com a suspensão de Emprego – O desespero aumenta com Suíça – O fim do segredo bancário é a
direitos e as atrocidades com que torturou falências fraudulentas, salários em atraso e exigência dos países europeus do G-20, com
os presos. contratos falsos com que patrões sem es- represálias contra os paraísos fiscais que não
Eutanásia – Há situações que atentam crúpulos recorrem ao terror e a todo o tipo aceitem cooperar em investigações de frau-
Carlos contra a dignidade humana e obrigam a pen- de torpezas, contra os trabalhadores, a pre- des e evasões fiscais. A soberania não pode
Esperança sar que há limites para condenar alguém à texto da crise. impedir o combate ao banditismo.
aesperanca@mail.telepac.pt vida. Viver é um direito e não a obrigação Venezuela – Com 54,36% dos votos, a Itália – Na sequência de crimes sexu-
www.ponteeuropa.blogspot.com/ implacável de manter viva uma mulher em emenda constitucional permite a reeleição ais, a legalização de milícias populares pelo
coma há 17 anos. ilimitada para todos os cargos públicos. Chá- exótico primeiro-ministro Sílvio Berlusconi
NOTAS SOLTAS - FEVEREIRO Freeport – Parece que o masoquismo vez abriu a porta ao despotismo em elei- é mais uma excentricidade de contornos
nos conduz ao ódio, que substitui os factos, ções livres enquanto a oposição pretende o preocupantes, a recordarem o advento do
Al-Qaeda – A rede terrorista persiste na numa vertigem suicidária que agrava a cri- mesmo através do golpe de Estado. fascismo italiano.
violência contra os infiéis. Há quem a atri- se e lança o desânimo no seio dos portugue- Iraque – A maior fraude em todo o mun- Bragaparques – A condenação de um
bua a fanáticos, não querendo ver que o ódio ses. do, em todos os tempos, com o dinheiro dos administrador é um prémio para a coragem
reside nos versículos do Corão que alega- EUA – A imposição de limite aos rendi- americanos, para a reconstrução de um país de José Sá Fernandes e um aviso à corrup-
damente o arcanjo Gabriel ditou a Maomé. mentos dos gestores não é só uma medida pelos que o destruíram, é a herança da últi- ção. Pela primeira vez houve sanção con-
Basta lê-los. higiénica, é o gesto de moralização imposto ma administração dos EUA. Torpe e incom- tra um corruptor, apesar da vergonha de uma
Vaticano – A reabilitação e promoção de por Obama ao capitalismo selvagem que petente. pena tão branda.
bispos anti-semitas confirmou a natureza de andou à solta. Inglaterra – A xenofobia contra traba- Bancos – Perante o drama das pessoas,
Bento XVI. Só a laicidade evitará as guer- Israel – A vitória da direita e o cresci- lhadores portugueses foi a nódoa que sujou sem trabalho e sem salários, parece uma
ras que, no passado, dilaceraram a Europa. mento da extrema-direita são um obstáculo os sindicatos, o Governo e a democracia do heresia socorrer os bancos mas, ironicamen-
PR – O veto à lei que abolia o voto por à paz, um desafio à administração america- país com notáveis tradições no campo da te, sem a recuperação da saúde financeira
correspondência nos círculos eleitorais da na e fonte de preocupação para todo o mun- defesa dos direitos humanos. Perigoso pre- não há economia que resista nem empre-
emigração confirma o alinhamento presiden- do. Os falcões judeus e o Hamas saíram núncio dos tempos que se avizinham. gos que perdurem.
cial com a direita mas, neste caso, legítimo, vitoriosos das últimas eleições. Santo Pereira – A santidade de Nuno Madeira – A falha de regras de equi-
apesar das fraudes a que o actual quadro Segredo bancário – O fim deste sagrado Álvares, herói de Aljubarrota, obtida com líbrio orçamental, declarada pelo Tribu-
legal se presta. princípio, para quem manifeste rápido enri- um milagre obrado no olho esquerdo da D. nal de Contas, é anterior à crise e revela
Tribunal Europeu dos Direitos Huma- quecimento sem causa, é uma medida sau- Guilhermina de Jesus – cura da queimade- grave e persistente abuso que a Repú-
nos – A condenação do governo português dável que, desde há anos, se reclama neste la, com óleo de fritar peixe –, desmerece o blica não pode continuar a tolerar. A de-
pela obstrução ao ‘barco do aborto’ repro- espaço. Mais vale tarde do que nunca. seu prestígio. magogia e o populismo têm custos insu-
vou a conduta de Paulo Portas que deslo- Salazar – De acordo com a SIC em Carnaval – A procuradora-adjunta do portáveis.
Repensar o CITIUS
Nuno Carvalho *
tina” companheiro de cela – “…e o raio quase conseguiu colocar o mundo todo ao Srª Juiz no seu despacho, dos experts,
do processo que não haveria de ir para o barulho!... Se ele o conseguiu naquele bunker dos craques, dos piratas, dos vírus, dos
O “Cunha da Bandeirinha” tinha um inferno naqueles braseiros!...”. Senhor de segurança informática americano, muito “fogos” intencionalmente criminosos,
grave problema em tribunal – um processo “Lima Carcereiro” – “tenho um segredo mais facilmente conseguirá neste “compu- apostados na confusão e no caos total,
crime que lhe tolhia a vida! Queria emigrar… muito importante para lhe contar… se me tadorsito” no Ministério da Justiça. Isto para que não olham a meios para atingirem
mas não podia fazê-lo, com aquele raio de tirar daqui”. Dias depois, perante o Dele- ele é canja… e mais vírus menos vírus, o os seus fins, seja a que preço for. Mas
processo em Tribunal! O seu cadastro cri- gado do Procurador da República, os mis- dito Citius vai “arder” num repente… e pelo logo vem a lume, com justificações apres-
minal estava sujo. Tinha que o limpar. Ho- teriosos incêndios em Famalicão estavam menos durante largos meses ou anos, os Tri- sadas, o nosso Ministro da Justiça – “que
mem determinado e decidido, se bem pen- desvendados… e o “Cunha da Bandei- bunais deste País ficam na “pancadaria” e tudo está bem protegido e em segu-
sou, melhor o fez – há que fazer desapare- rinha” lá malhou com os ossos na pri- aos tiros uns com os outros. O Ministro da rança máxima”. E os “bunkers” infor-
cer o processo. Roubá-lo era complicado e são por mais uns anos, com direito a de- Justiça multiplica-se em justificações e ex- máticos do Pentágono não estavam mui-
arriscado!... Não há problema. Queima-se gredo e tudo. Ainda há poucos anos se plicações… enquanto a “virtualidade” dos to mais protegidos?!... Nesta matéria
o processo. Se necessário incendeia-se o passeava por esta terra, já velho e po- processos é refeita em anos de confusão como noutras (registos on line, empre-
Tribunal, e lá vai o processo. E aquele boni- bre, condenado em milhões de custas em social e do sistema. Depois, é só esperar sa na hora, etc.) o grave erro do Legis-
to edifício secular dos Paços do Concelho processos reformados. que a prescrição faça o resto do trabalho! E lador e do Senhor Ministro da Justiça em
de V. N. de Famalicão, Tribunal, Câmara Não… não estou a inventar esta his- desta nos safamos mais uma vez!... Objec- particular, é pensar que todos somos
Municipal, Notário, Conservatórias, etc., tória! São factos reais e históricos, até tivo conseguido. Missão cumprida. Só es- “bons rapazes”! Não é assim no mundo
ardeu longamente naquela noite!... Qual bra- nos nomes, passados na minha Terra em pero que todos os nossos muitos processos perverso do crime, que se move apenas
seiro!... O maior incêndio de sempre na mi- 1951.(1) não estejam nas casas dos Juízes… e ainda por critérios de eficácia.
nha Terra. Azar dos azares… por mero “Mutatis… mutantis”… Imaginemos no velho papel!... É este o erro desta política, de impor por
acaso o processo estava em casa do Juiz! que eu e a minha “equipa” estamos meti- Tem carradas de razão o despacho da via administrativa uma virtualização total e
Muda-se o Tribunal à pressa para instala- dos até ao tutano numa gravíssima “alha- Senhora Juiz do Tribunal de Família e forçada na Justiça, que se quer concreta,
ções provisórias, nas Escolas que ali fica- da” com os “grandes” deste País – varia- Menores de Lisboa, que tanta celeuma real e humana. Mas, azar…azar, teve o meu
vam perto… e oito dias depois, o “novo Tri- díssimos processos de alta corrupção, trá- tem dado recentemente nos meios judi- conterrâneo “Cunha da Bandeirinha”!...
bunal” volta a arder!... O azar perseguia- fico de droga, armas, espionagem e outros, ciais. As possibilidades de espionagem
o… o processo safou-se mais uma vez das espalhados por esse Portugal!.. Temos que e controlo a um órgão de soberania que (1) – O meu bom Amigo Manuel Sam-
brasas, em casa do Juiz! E o “Cunha da nos safar disto a qualquer preço… custe o são os Tribunais, não são uma ficção. É paio – “Manuelzinho do Azevinheiro” –
Bandeirinha” homem persistente, lá aca- que custar. Dinheiro não é problema… é só questão de encontrar o “tal” puto que o Homem que mais histórias sabe sobre
bou por ser julgado no tal processo que es- uma fartura dele. Temos que encontrar ra- consegue penetrar no sistema! Tudo é Famalicão e grande conversador, conhe-
capara ao braseiro… e pior do que isso, pidamente aquele puto, craque na inter- virtual e está lá concentrado no tal mega ceu e conviveu de perto com os protogo-
condenado a prisão efectiva!... Desanima- net, que até conseguiu entrar nos compu- computador do MJ. É só lá entrar e pe- nistas desta história.
do, revoltado, desabafa com o “Raul Cris- tadores do Pentágono aqui há uns anos e gar fogo à casa. Esqueceu-se porém a * Advogado em Vila Nova de Famalicão
5. 6 DE MARÇO DE 2009 COIMBRA 5
JULIÃO SARMENTO RECEBE PRÉMIO UNIVERSIDADE DE COIMBRA
“Casa das Caldeiras”
reconvertida para centro de Artes
vai ser inaugurada na segunda-feira
O Prémio Universidade de Coimbra senta actualmente um dos mais signi-
2009 vai ser entregue ao artista plástico ficativos embaixadores da cultura por-
Julião Sarmento, na próxima segunda- tuguesa no mundo, expondo, publican-
feira, dia 9 de Março, pelas 15H00, no do e leccionando nos mais importan-
renovado espaço da “Casa das Caldei- tes locais das artes plásticas interna-
ras”, que nessa data será oficialmente cionais.
inaugurado. O Reitor Fernando Seabra Santos en-
Assim, e a culminar a “Semana Cul- tregará o Prémio Universidade de Co-
tural da Universidade”, aliar-se-á a ho- imbra a Julião Sarmento na mesma ceri-
menagem a uma das grandes figuras mónia que marcará a inauguração da
portuguesas das Artes à reabertura de Casa das Caldeiras.
um espaço histórico de Coimbra, conver- Este edifício, antiga Central Térmica
tido, de forma muito original, em local de dos Hospitais da Universidade de Coim-
promoção de actividades artísticas. bra, foi restaurado e ampliado de acordo
Sublinhe-se que o “Prémio Universi- com um projecto arquitectónico muito
dade de Coimbra” (no valor de 25 mil interessante e original, da autoria de João
euros) é uma das mais importantes dis- Mendes Ribeiro em parceria com Cristi-
tinções nacionais nas áreas da Ciência e na Guedes.
da Cultura. Ali irá agora funcionar como sede da
Julião Sarmento foi anunciado como licenciatura em Estudos Artísticos da
o vencedor da edição deste ano do Pré- Julião Sarmento Faculdade de Letras, com salas de au-
mio Universidade de Coimbra no passa- las, mas dispondo também de espaços
do mês de Janeiro. obra enquanto expressão máxima da artes plásticas em Portugal. para exposições e outras iniciativas cul-
O galardão pretende destacar a sua contemporaneidade no panorama das Na opinião do júri, o artista repre- turais.
ASSOCIAÇÃO DE ANTIGOS ALUNOS,
PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS Câmara de Coimbra
DO LICEU D. JOÃO III abre concurso
/ ESCOLA JOSÉ FALCÃO
para videovigilância
Novos dirigentes no centro histórico
tomam posse A Câmara Municipal de Coimbra aprovou, por unanimidade, a abertura de
um concurso para instalação de 17 câmaras de vídeovigilância no centro histó-
rico da cidade.
na terça-feira Na sua reunião quinzenal, o executivo liderado pelo social-democrata Carlos
Encarnação decidiu avançar com o denominado Sistema de Vídeovigilância no
Centro Histórico de Coimbra, sendo o preço base do concurso de 148.356
euros mais IVA.
Na próxima terça-feira (dia 10), Presidente), Jorge Castilho (Secretá- A aprovação do concurso, quase no fim da reunião, não suscitou quaisquer
pelas 21 horas, realiza-se a tomada de rio), Maria Augusta Reis (Suplente). reservas aos diferentes partidos com assento no órgão - PSD, CDS, PS e
posse dos novos corpos sociais da DIRECÇÃO: Reinaldo Elói Olivei- CDU - cujos eleitos votaram prontamente a favor.
“Associação dos Antigos Alunos, Pro- ra (Presidente), Victoriano Nazaré “Não sei se repararam que acabámos de aprovar o sistema de vídeovigilân-
fessores e Funcionários do Liceu D. (Vice-Presidente), Maria Natália Cruz cia”, comentou Carlos Encarnação, ao verificar a facilidade com que todos
João III / Escola SecundáriaJosé Fal- (Secretária), Augusto Valente (Tsou- apoiaram a medida.
cão”. reiro), Nuno Manso Ribeiro (Vogal), Os serviços da autarquia consideraram ser esta “a melhor solução” para
A cerimónia decorre durante a As- Palmira Albuquerque (sócia nº 1 e an- “colmatar questões da segurança de pessoas e bens” na zona antiga da cidade,
sembleia Geral a realizar num dos an- tiga Presidente, agora Suplente) e Jor- propondo nesse sentido a realização de um concurso limitado por prévia quali-
fiteatros da referida Escola. ge Ferreira de Carvalho (Suplente). ficação.
Os novos corpos sociais, recente- CONSELHO FISCAL: Alfredo A colocação das 17 câmaras insere-se na acção “Reabilitação urbana dos
mente eleitos, têm a seguinte consti- Castanheira Neves (Presidente), José centros históricos - aquisição de equipamento/instalação”, prevista nas Gran-
tuição: Alfredo Campos (Vice-Presidente), des Opções do Plano e Orçamento de 2009.
ASSEMBLEIA GERAL: Rui Alar- Maria Fernanda Fonseca (Secretária) O prazo de execução da obra é de 60 dias.
cão (Presidente), Jorge Veiga (Vice- e Jorge Côrte-Real (suplente).
6. 6 NACIONAL 6 DE MARÇO DE 2009
AO CENTRO CABEM 2 MILHÕES
QREN: Oito milhões de euros destinados
à promoção de actividades culturais em rede
A região Norte do país terá a mai- zerem programações culturais termi- ve com 500 mil euros. jam proprietários ou gestores de tea-
or fatia de investimento dos oito mi- na no final de Março. De acordo com o Ministério da Cul- tros e cineteatros e tenham por ob-
lhões de euros (ME) de fundos euro- No total serão distribuídos oito mi- tura, este concurso representa uma jectivo desenvolver actividades cultu-
peus destinados a apoiar actividades lhões de euros de fundos estruturais aposta “na promoção de uma progra- rais.
culturais, no âmbito do Quadro de por cinco regiões do país: Norte, Cen- mação cultural de elevada qualidade O QREN referente a 2007/2013
Referência Estratégico Nacional tro, Alentejo, Lisboa e Algarve. e descentralizada a todo o território” foi aprovado pelo governo em Janei-
(QREN). À região Norte estão afectos três e destina-se a apoiar, por exemplo, co- ro de 2007 e envolverá no total cer-
O concurso para as autarquias, as- milhões de euros, seguindo-se a região produções em rede. ca de 21,5 mil milhões de euros em
sociações, fundações e outras entida- Centro com dois ME, Lisboa com O concurso está aberto a entidades fundos comunitários, a investir em
des públicas se candidatarem a um 1.500 ME, Alentejo com um milhão de como municípios, fundações e asso- áreas como economia e recursos hu-
apoio financeiro do QREN para fa- euros e, por último, a região do Algar- ciações sem fins lucrativos, que se- manos.
ponto . por . ponto
a tenaz E chegaremos muito em breve a um tem-
Por Sertório Pinho Martins po em que a rua e a arruaça tomarão de
rios, não acontece nada! O Presidente diz peridade. Mas serão as chatas das oposi- novo e definitivamente conta do nosso futu-
No meio da borrasca é que se mede a alto e bom som que a “supervisão” falhou e ções regateiras que ensombram a modorra ro. As greves e os desfiles vão regressar
capacidade de sobreviver. E esbracejar nos o Banco de Portugal continua a assobiar para nacional? Pobres e moribundas oposições! em força, e o povo anónimo (que já fez o
remoinhos de uma corrente que nos sub- a lateral, enquanto a pobre banca reduziu A ‘crise do subprime‘ foi tratada como seu julgamento, mais perigoso a prazo que o
merge as margens, acaba quase sempre na para escassas dezenas de milhões os lucros praga que não ia atravessar o Atlântico: viu- melífluo e transitório julgamento mediático)
exaustão que precede a ida ao fundo. Nes- que antes eram centenas e que mantem um se! Logo, logo a seguir foi a ‘crise de confi- entrou em vigília atenta e ditará depois nas
te momento, o país real é uma tábua à deri- IRC muito abaixo do de um reles depósito- ança’ no sistema financeiro internacional, a urnas o seu veredicto. E esse povo, em cada
va, carregada de náufragos que apenas sa- a-prazo da minha avó Leontina. O envolvi- corroer as bolsas de todo o mundo e a dei- mês que sucessivamente vai tendo mais dias
bem o porto de onde saíram há escassos mento de figuras gradas do PS e do PSD tar abaixo, em duas passadas, os preços lou- sem salário, ficará também mais sensível q.b.
meses, mas poucos vislumbram o ponto de nas maiores escandaleiras de que há me- cos do crude e alguns gigantes americanos para não deixar passar em claro o simples
chegada. Na correnteza vertiginosa vaguei- mória (nem no tempo do ‘dr. botas’!), só indestrutíveis: mas nós por cá todos bem! zumbido de um moscardo!
am destroços dos outlets, dos BPNs, das cimenta cumplicidades num centrão ávido Num ápice, era a real ‘crise financeira’ a Os ministros da propaganda, responsá-
Qimondas, dos lay-off empresariais, das e voraz que já não consegue viver fora do mandar países para a falência (olhe-se a Is- veis pela imagem dos governos, devem ter
quedas em cascata das Bolsas, dos balões guarda-chuva do Estado. Não são suspei- lândia, como foi possível!) e a fazer ruir im- tento na língua e estar hoje mais despertos
de oxigénio da segurança social. E emer- ções – Deus nos livre – trata-se antes de périos empresariais: mas Portugal manteve do que nunca, para não deixar sair à rua
gem já – perdido que foi o pudor da pobreza factos reais, com datas e coincidências que a sua fé inabalável na Senhora de Fátima! frases assassinas e politicamente inimputá-
envergonhada – o desespero de milhares confundem o comum dos mortais! E naturalmente depois veio a ‘crise econó- veis, ou permitir que se instale a ideia de que
de famílias sem poder pagar água, luz, gaz e Já disse nestas linhas da minha total con- mica’, filha do colapso financeiro, a alastrar Carlos Silvino há-de ser o único pedófilo
outras necessidades básicas. Ao lado, mes- cordância com a ‘estabilidade’ que nesta meteoricamente: mas para já encontrou-se portas-adentro, que o futebol vai seguramen-
mo ali ao lado, numa patética exibição de altura é pão-para-a-boca de um país que, um Oliveira e Costa, um Dias Loureiro e te ser inocentado de todos os erros de arbi-
miopia política, ainda há quem brade pela para além de batido pela ressaca da ondula- um João Rendeiro para explicar toda a nos- tragem pagos com noitadas a abarrotar de
manutenção de projectos faraónicos num ção vinda do mar exterior, irá pagar caro a sa desgraça colectiva! E atrás da crise eco- meninas-de-alterne, ou que os offshores
tempo de vacas esqueléticas em pasto ralo, factura do deixa-andar geral de alguns anos nómica, que vai derretendo empresas aos hão-de continuar a ser o PPR de refúgio de
ignorando os biliões que o Estado decidiu de uma segurança que tem medrado à som- milhares, aí está na rua a pavorosa ‘crise quantos ganham o pão-de-cada-dia com o
priorizar como garantia de sobrevivência à bra da impunidade. Mas entrámos (e não social’, com a sua procissão de desempre- suor do seu rosto. A “mudança” está em
banca falida (porque reincidente na pilha- foi ontem!) num ciclo fatal de “crises”, a go galopante, (in)segurança social, novas marcha, mas pode não ser a que o governo
gem impune das poupanças e no uso abusi- que ninguém ligou peva e que até há sema- pobrezas, nova emigração forçada, e todo o mais deseja e apregoa! Neste tempo de
vo do dinheiro alheio), e deixando vazio o nas atrás os arautos do poder olhavam de séquito de réplicas soturnas que desde a quaresma social e de jejum forçado, vai ha-
porquinho que iria financiar as obras do re- esguelha e sacudiam do sudário das suas segunda guerra mundial estavam quase ba- ver manhãs em que um homem de tarde
gime: o TGV, o novo aeroporto em Alco- preocupações, como mera chatice das opo- nidas do nosso imaginário. E um cenário não pode sair à noite! E nesses dias, os pais
chete e a nova travessia do Tejo. E a esta sições empenhadas em inventar nuvens da destes não é apenas catastrófico: é aterro- da desbunda nacional de certeza que irão
gente inútil e acorrentada aos botes partidá- desgraça onde só brilha o sol radioso da pros- rizante! fingir de mortos! Cá estaremos para ver!!!
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7. 6 DE MARÇO DE 2009 DIA DO PAI 7
Dia do Pai celebra-se a 19 de Março
É já no próximo dia 19 de Março (uma quinta-feira) dias disto e daquilo), parece meritório que, ao menos efeméride.
que se celebra o Dia do Pai. num dia do ano, os filhos prestem tributo de gratidão Trata-se de um belo trabalho em bronze, da autoria
Para as origens desta celebração há versões diver- ao seu progenitor, demonstrando como o Pai é, para do escultor Jorge Coelho (a medalha , que nesta página
sas, do mesmo modo que também o dia dedicado ao cada um de nós, uma figura marcante e a quem muito reproduzimos, tem um diâmetro de 90 mm).
Pai varia muito, havendo datas diferentes em muitos devemos. Para além de ser uma oferta acessível e que perdu-
países de todo o Mundo. Embora se viva uma altura de crise (de que muitos rará pelos tempos fora, a Medalha constitui também
Em Portugal (tal como em Itália) convencionou-se Pais acabam por ser grandes vítimas...), a verdade é uma significativa homenagem ao Pai, reforçada pelo
que o Dia do Pai seria a 19 de Março, que é também, que em Coimbra, e na Região Centro, há um leque muito texto que acompanha cada exemplar, da autoria de A.
em termos religiosos, o Dia de S. José. variado de ofertas para os Pais. Jesus Ramos (Director do Instituto Superior de Estu-
Independentemente das datas e das motivações, Entre estas, e cumprindo uma tradição muito louvá- dos Teológicos).
e até do aspecto comercial que esta efeméride en- vel, em que concilia a Cultura e a Arte, a Medalhística É esse bonito texto que, com a devida vénia, abaixo
cerra (aliás tal como o “Dia da Mãe” e tantos outros LUSATENAS editou uma Medalha Comemorativa da reproduzimos:
O maior e o melhor de todos os amigos
Há pessoas e acontecimentos que nos apontado como modelo de todos os pais minhos de dedicação ao trabalho e à fa- estão presentes na celebração festiva dos
marcam para a vida inteira. que se assumem como educadores que mília, de seriedade e de honradez na pra- filhos, que reconhecem e agradecem a
Muitos de nós retemos, entre as pri- velam pelo crescimento físico, intelectual, ça das relações sociais. sua capacidade de doação, a sua pre-
meiras lembranças, o momento em que, social e espiritual dos seus filhos. No Dia do Pai, muitos de nós vamos sença constante, mesmo que silenciosa,
amorosamente arrancados do colo acon- Esta celebração pode apresentar, na- fazer ainda a celebração do reconheci- e o seu espírito de renúncia em favor
chegado da Mãe, fomos erguidos ao alto turalmente, vários sentidos, tendo em mento pelo esforço e pelos sacrifícios que daqueles que se orgulham de, tal como o
pelos braços fortes do Pai que, nesse conta as circunstâncias, a idade e a for- os pais fizeram e continuam a fazer, sem- patriarca S. José em relação a Jesus, ver
gesto repetido, nos fazia olhar de um ça da relação que, ainda agora, nos liga pre de olhos postos no futuro dos filhos, crescer “em sabedoria, em estatura e em
ponto mais elevado, o mundo em que nos àquele que as crianças continuam a ver tentando concretizar neles muitos dos graça, diante de Deus e dos homens”
era dado viver. Outros guardamos na como o seu herói, os adolescentes e os sonhos que, pelas andanças da vida, eles (Lc.2,52).
retina da memória o quadro de uma jovens como um modelo de vida, e os mesmo não conseguiram realizar. As nos- Com a edição da presente medalha,
criança sentada nos joelhos do Pai, aca- adultos como um seguro ponto de refe- sas famílias, felizmente, estão cheias de obra do escultor Jorge Coelho, a Meda-
bado de regressar do trabalho, tentando rência, ou mesmo como uma estrela cin- exemplos de pais que trabalham de sol a lhística Lusatenas pretende contribuir
comparar a nossa pequena mão com a tilante que continua a servir-nos de guia sol, privando-se muitas vezes do essen- para que nasça continuamente no cora-
grandeza da sua, que nos envolvia, cale- no firmamento da saudade. De qualquer cial ou mesmo do merecido descanso, ção dos mais jovens um sentimento de
jada e firme, como um voto de seguran- modo, pequenos e grandes, jovens e adul- para que os filhos possam frequentar um verdadeira admiração e um espírito de
ça no futuro. tos, todos fazemos deste Dia do Pai a curso superior, ou tenham meios até para gratidão por aquele que será sempre, para
A marca destas gostosas lembranças festa de gratidão e do reconhecimento se especializarem no estrangeiro em cada filho, o maior e o melhor de todos
trazemo-las sempre connosco, mas são àquele que é o nosso maior amigo, com matéria que façam deles homens de re- os amigos.
avivadas na celebração anual do Dia do quem podemos contar nas horas de êxi- conhecido valimento na sociedade do A. Jesus Ramos
Pai, a 19 de Março, festa litúrgica do pa- to ou nos momento de interrogação, sem- nosso tempo. Director do Instituto Superior
triarca S. José, o carpinteiro de Nazaré, pre pronto a dar a mão e a apontar ca- São todos esses que, neste Dia do Pai, de Estudos Teológicos
8. 8 OPINIÃO 6 DE MARÇO DE 2009
roleta, desejam unir-se em casamento participações mais marcantes foram as resultou a primeira divisão séria da Eu-
com um seguidor do islamismo. (...) dos jovens (15 mil) e dos povos indíge- ropa?
nas (1300 vindos de 50 países). Para os Ora o que se tem visto, nos últimos
Ricardo Araújo Pereira que vêem no FSM uma plataforma mun- meses, são reuniões sectoriais do “direc-
Visão dial de discussão sobre os problemas que tório dos grandes”, de má memória, muito
afligem o mundo a partir da perspectiva egoísmo de tipo proteccionista ou nacio-
DESCOMPOSTURA dos que mais sofrem com eles, o êxito nalista e bastante esquecimento dos gran-
AO MEU AMIGO LÁ DE CIMA foi incondicional. Para os que esperari- des valores comunitários: a unidade, a
am do FSM a formulação de políticas solidariedade, a igualdade entre Estados,
Deus, estou zangado contigo. Supo- mundiais a serem levadas a cabo pelos grandes e pequenos, objectivos comuns,
nho que já Te habituaste às minhas zan- movimentos e organizações que o inte- políticas concertadas. Justamente o que
gas como Te habituaste às minhas dúvi- gram, o êxito do IX FSM não consegue mais falta faz à União Europeia. (...)
das, aos meus afastamentos, aos meus disfarçar a exaustão do seu modelo or-
regressos a fingir que não venho, aos ganizativo.(...) Mário Soares
momentos de harmonia que de vez em DN 3/Março/09
CRÍTICAS TARDIAS quando existem entre nós, à minha in- Boaventua Sousa Santos
compreensão de tanta coisa que fazes Visão HOLOCAUSTO, PASSADO
Com a presente e grave crise finan- ou não fazes, aos meus ralhetes, aos E FUTURO
ceira, económica e social, chovem as meus amuos, ao que considero as Tuas A UNIÃO EUROPEIA
críticas ao chamado neo-liberalismo. Os injustiças, a Tua crueldade e se calhar E A CRISE O Governo argentino serviu-se de um
órfãos do comunismo têm aí uma peque- não é injustiça, se calhar não é cruelda- pormenor burocrático para expulsar do
na desforra e os partidos de centro-es- de, sou parvo, não ligues, não consigo É verdade que a Europa, no seu con- país o bispo inglês Richard Williamson.
querda (que entretanto se converteram entender as Tuas profundezas e os Teus junto, está a ser fustigada de forma mui- A burocracia não passou de pretexto. A
ao mercado) aproveitam para atacar a caminhos, o significado dos Teus gestos. to violenta pela crise global, nos seus verdadeira razão da expulsão prendeu-
direita. O capitalismo foi bombo de festa Só que ultimamente tens exagerado: o múltiplos aspectos. Muito mais do que
no Congresso ano ainda mal começou e já desataste a se pensava há poucos meses. E para a
do PS em Espinho. despovoar o mundo à minha roda, eu que qual ainda não encontrou uma resposta
As actuais críticas vêm um pouco tar- nunca fui próximo de muita gente, bicho concertada e eficaz. Como seria de es-
de. Uma das pessoas mais influentes do mato a fechar-me, a fechar-me. Co- perar, está a reagir, em ordem dispersa,
para a derrocada do colectivismo mar- meçaste pelo Zé Manel Rodrigues da cada um por si, egoisticamente. O con-
xista, o Papa João Paulo II, há vinte anos Silva, não sei se Te lembras dele, era jor- trário do que seria necessário e desejá-
já alertava para que muita coisa teria de nalista, morava na Rua Azedo Gneco, vel, tratando-se de uma União que re-
ser corrigida no capitalismo, condenan- usava óculos, acho que Te lembras por- presenta um projecto político de paz, de
do a sacralização do mercado. que se vestia de uma maneira única, fu- solidariedade e de unidade entre os paí-
A doutrina social da Igreja é pioneira mava cachimbo, tinha brinquedos em ses membros, pelo menos no plano eco-
no combate por uma globalização soli- casa, bebia chá, os olhos desapareciam nómico, uma vez que nunca foi possível,
dária, politicamente enquadrada, contra a sorrir, era muito generoso e muito bom, infelizmente, constituir-se numa união
uma globalização selvagem. E no apelo usava cabelo comprido com risca ao política, como sempre foi a ideia dos Pais
à eliminação da pobreza e da fome no meio, barba, um anel de prata no mindi- Fundadores. Não obstante o espaço
mundo. (...) nho, houve uma altura em que fumou ci- Schengen (que levou à abolição das fron-
garros de mortalha, se procurares achas teiras), a Zona Euro, com a constituição
Francisco Sarsfield Cabral fotografias da gente os dois no Teu ar- de uma moeda única, e alguns passos
Página 1 RR 2/Março/09 quivo. Tiraste o Zé Manel sem razão, não dados no plano de uma defesa comum e
fazia mal a ninguém, fez bem a muitas de uma legislação e uma justiça, em cer-
RECONQUISTA CRISTÃ pessoas a começar por mim que estou tas matérias, também comuns.
DO CASAMENTO aqui a jeito Ora a crise não pode ser vencida se
(estou sempre aqui a jeito) não for encontrada para ela uma resposta
Mais de um milénio depois, os mouros segurava os óculos com um fio. O Zé comum. É verdade que a crise apanhou
estão de volta a Portugal e desta vez Manel, desculpa lá, não perdoo, quer di- a União numa fase de longa paralisia,
querem casar connosco. Em 711 vieram zer não digo que daqui a uns tempos não desde, pelo menos, o final da presidên-
para lutar; agora vêm para contrair ma- perdoe mas para já não perdoo. E a se- cia portuguesa, quando foi subscrito pe- O bispo inglês Richard Williamson
trimónio o que, pensando bem, é quase a guir, pumba, a Tereza. Dessa recordas- los 27 membros o Tratado de Lisboa, que,
mesma coisa, se não for mais sangren- Te, não mintas, foi a semana passada, aliás, ficou também em banho-maria de-
to. Por sorte, os cruzados continuam de perdão, o funeral foi domingo passado, pois do veto do referendo irlandês, país se com as declarações do sujeito a uma
atalaia e, depois de terem rechaçado a fresco ainda, não franzas a testa a pen- considerado então o “melhor aluno” do televisão sueca em Janeiro último, nas
invasão da Península Ibérica, parecem sar, não Te escapes, é impossível que não espaço económico europeu. Curiosa- quais negou que o Holocausto tivesse
prontos a impedir esta nova e igualmen- Te recordes, a mulher do Rui, a mãe do mente, foi o primeiro país europeu a su- eliminado seis milhões de judeus. Segun-
te perniciosa invasão das conservatóri- Henrique e da Sara, pertencíamos à cumbir à crise, seguido pela Islândia, a do Williamson, entretanto erguido a curi-
as. mesma editora, a Tereza tomava conta Inglaterra (quem tal diria), a Espanha e osa celebridade, os nazis mataram so-
Pessoalmente, confesso que não dei de mim, foste tão duro para ela nos últi- agora, com especial força, alguns países mente 300 mil, um número que o bispo
por nada. Só sei que os mouros voltaram mos tempos e a Tereza sempre corajo- do Leste, os últimos a entrar na União. presumirá irrisório. É, também, um nú-
porque, no espaço de pouco mais de um sa, digna, sem uma queixa. (...) E até, embora em menor dose, os nórdi- mero falso. A evidência histórica confir-
mês, dois cardeais foram ao Casino da cos. ma amplamente a existência dos cam-
Figueira precatar as moças católicas António Lobo Antunes O presidente da Comissão Europeia, pos de concentração e de extermínio, das
contra os perigos do casamento com Visão Durão Barroso, segue os grandes países câmaras de gás e, claro, de uma quanti-
muçulmanos. Eu não conheço uma úni- que têm contradições fundas entre eles, dade de vítimas judias próxima dos tais
ca senhora que pretenda desposar um FORUM SOCIAL MUNDIAL hesitando porém entre eles, com o pro- seis milhões. Ao rejeitar um facto com-
muçulmano, nem imagino a razão pela pósito principal de ser reeleito. Mas como provado, Williamson não está a cometer
qual os mouros, aparentemente, prefe- O IX Fórum Social Mundial (FSM) se trata de um dos amigos de Bush, o um crime: está a fazer uma figura triste,
rem noivas católicas frequentadoras de realizado no Brasil, em Belém, foi um inesquecível anfitrião da minicimeira dos no fundo semelhante à dos que recusam
casinos. Mas a verdade é que, tendo em êxito: 133 mil participantes de 142 paí- Açores - onde estiveram também, além o 11 de Setembro ou a importância da
conta a frequência dos avisos e o local ses; 489 organizações de África, 119 da de Bush, Blair, Aznar e Berlusconi -, e penicilina. (...)
em que eles são emitidos, o que não fal- América Central, 155 da América do na qual se decidiu unilateralmente e nas
ta na Figueira da Foz são donzelas cris- Norte, 4193 da América do Sul, 334 da costas do “motor” franco- -alemão, a Alberto Gonçalves
tãs que, após uma tarde de apostas na Ásia, 491 da Europa, 27 da Oceânia. As “Velha Europa”, invadir o Iraque, donde DN 1/Março/09
9. 6 DE MARÇO DE 2009 OPINIÃO 9
ÚLTIMA OPORTUNIDADE uma das mais importantes formas co- terá arrombado um galinheiro e furtado então dirigia, candidatou-se a todos os
municacionais. Era o debate da cida- duas galinhas no valor de 50 euros. concursos e, apesar de ser o melhor pro-
dania, enquanto espaço de articulação A Justiça tarda, mas chega. O crimi- jecto, como veio a verificar-se, perdeu
O problema do futuro não é tanto o
entre sociedade civil e sociedade polí- noso andou mal e merece justa punição, todas as batalhas. Foi-lhe atribuída a se-
de saber como será, mas de como lá
tica, entre conflito e consenso, o “pú- quer pela mediocridade de fins quer pela gunda frequência para Lisboa. (...)
chegar. Em cada dia que passa senti-
blico” entendido como o que é comum, ruralidade de meios. Gente como ele, que
mos mais os efeitos da crise no nosso
o mundo próprio de todos (H. Arendt) pilha galinhas em vez de fundar um ban- Emídio Rangel
quotidiano, pesando a incerteza sobre
que devia ser o “difundido”, o “publici- co e pilhar as contas dos depositantes, CM 28/Fevereiro/09
a sua duração. Alguns discursos en-
tado” entre a maioria. ou como aquela septuagenária que não
cantatórios tentam convencer-nos de
que existe uma qualquer solução má-
Mas as novas tecnologias criaram, pagou uma pasta de dentes num super- DISPARATES
entretanto, uma sociedade descentra- mercado em vez de pedir uns milhões à
gica que nos faça emergir ao virar da
da e estruturalmente mediada através Caixa, comprar o supermercado na bol- Épreocupante que a agenda do Go-
próxima esquina.
de fluxos incessantes de discursos e sa e igualmente não o pagar, vendendo- verno ande tão permanentemente des-
Mas a realidade encarrega-se de de-
imagens da esfera do “público”. E as o depois à Caixa através de um “offsho- fasada das necessidades ditadas pela
monstrar que não só levará tempo a
sociedades de comunicação tornaram re” pelo dobro do preço (ou vendendo- realidade. Desta vez tocou à Juventude,
reinverter a crise de confiança e a re-
difícil a gestão da palavra e a gestão lho mesmo antes de o ter comprado), não que tanto precisa de ensino de qualidade
criar as condições da retoma econó-
do silêncio. Esta dificuldade transfor- tem lugar no Portugal moderno e empre- e perspectivas profissionais de futuro.
mica, como entrementes há que cui-
mou em excepção o que devia ser a endedor. Ainda por cima, deixou-se apa- No dia 18 de Fevereiro foi publicada
dar dos efeitos nefastos que se vão
regra: a verdade dos factos e a isen- nhar. Se calhar, até confessou, em vez a Lei nº 8/2009, que cria o Regime Jurí-
produzindo.
ção da opinião. É este o sentimento tão de invocar lapsos de memória. E aposto dico dos Conselhos Municipais de Juven-
A primeira lição da crise é a de que
bem expresso na exclamação de Gar- que nem se lembrou de se divorciar an- tude. A juventude, o futuro, merece-me
os países, mesmo os mais poderosos
cía Márquez: “Temos tanta informação, tes de ser preso, pondo os 50 euros a todo o respeito e empenho. A sua ‘utili-
económica e militarmente, não terão
mas não sabemos a verdade!” Ou salvo na partilha de bens. Não queria zação’ politiqueira, não. A Lei nº 8/2009
êxito se actuarem sozinhos. A viagem
aquela outra que fala das saudades de estar na pele do seu advogado, não há é um exemplo descarado de politiquice.
da secretária de Estado americana, Hi-
“ler notícias”. (...) Código de Processo Penal que valha a Apesar da má qualidade das nossas
llary Clinton, a Pequim, pedindo que a
China continue a adquirir títulos da dí- um caso destes. É condenação mais que leis e da sua profusão, raras vezes me
Maria José Nogueira Pinto certa. foi dado a observar um regime – peço
vida americana, não podia ser mais elo-
DN 26/Fevereiro/09 desculpa pela brutalidade – tão pouco
quente.
O exemplo europeu de Outubro pas- Manuel António Pina inteligente, da composição às competên-
sado aponta no mesmo sentido: só QUARTA-FEIRA DE CINZAS JN 3/Março/09 cias. Está tudo feito para que nada fun-
quando os 27 Estados da União acor- cione nem permita funcionar: os conse-
daram numa acção conjunta e numa Não estão definidas quaisquer meto- GRAU ZERO lhos municipais de juventude são com-
estratégia comum para estancar a de- dologias de aplicação do Acordo Orto- postos, entre outras entidades, por um
riva do sistema financeiro é que foi gráfico nas escolas. Ninguém sabe quais As campanhas eleitorais que se apro- representante de cada associação juve-
possível fazer a diferença e começar as propostas concretas que terão sido ximam começam a desnudar o que de nil com sede no município, inscrita no
a pensar em limitar os estragos da cri- elaboradas para se fazer a transição do pior, de mais perverso, de mais repug- Registo Nacional de Associações Jo-
se nos mercados bolsistas e no siste- actual sistema ortográfico para o próxi- nante existe no debate político. Costa, o vens, um representante de cada associ-
ma bancário. mo. Não há, que se saiba, qualquer estu- eterno delfim sem futuro, subiu ao púlpi- ação de estudantes do ensino Básico e
Infelizmente, desde então para cá, do realizado por serviços competentes do to do Congresso do seu partido para cha- Secundário com sede no município ins-
a União Europeia voltou a dar uma ima- Ministério da Educação. Não há também mar ao Bloco de Esquerda, entre outros crita no RNAJ (exacto, é verdade) e,
gem de incerteza e de insegurança qualquer estudo sobre as consequências mimos, de ‘parasita’, ao que Louçã res- ainda, um representante de cada associ-
quanto ao rumo a seguir, cada país cor- práticas da aplicação do Acordo no que pondeu que o outro militava num partido ação jovem equiparada a associação ju-
rendo na sua própria pista para fazer diz respeito ao ensino de português e das de ‘ratices e ratazanas’. É apenas um venil... (...)
face à recessão, sendo inúmeros os doutras disciplinas. E a ministra da Edu- exemplo. Multiplicam-se os discursos
sinais de desentendimento quanto ao cação nunca abriu a boca em público deste teor, carregado de insultos, de in- Paula Teixeira da Cruz
curso a seguir para limitar os efeitos sobre estas coisas. tenções malévolas, denunciando a mor- CM 26/Fevereiro/09
do desemprego galopante e relançar o A Assembleia da República aprovou te rápida daquilo que há muito estava
crescimento da economia. (...) um prazo de seis anos para a entrada doente: o debate ideológico foi pelo es- PARA MENORES DE CINCO
em vigor do Acordo. É evidente que não goto e o esgoto devolveu, agoniado, a
António Vitorino pode improvisar-se nesta matéria. Teria enxúndia dos insultos. (...) Num congresso de encenação, que
DN 27/Fevereiro/09 de haver especialistas a estudar, a pro- abjurou qualquer ideia, venham os slo-
gramar e a fasear uma transição. Não Francisco Moita Flores gans. Primeiro, era ‘A Força da Mudan-
MEDIAÇÃO E PODER consta que tenham sido nomeados. E CM 1/Março/09 ça’. Como, se o único projecto do PS é
teria de ser previsto um dispositivo de manter o poder? Alguém acredita que
avaliação cuidadosa e frequente. Não OUTRA VEZ, NÃO! melhorámos desde 2005?
O poder tribunício dos media cons-
parece que exista. Se o primeiro slogan é ficção, o se-
titui uma das suas mais importantes fun-
E, todavia, para as luminárias de dois Os concursos públicos para atribuição gundo choca. Escolheram ‘Vencer
ções, embora isso seja frequentemen-
ministérios, o da Cultura e o da Educa- de frequências de rádio ou de televisão, 2009’, ganhar eleições, enquanto o País
te esquecido: vemos, ouvimos e lemos
ção, parece que basta a existência de um em Portugal, não têm passado de meras agoniza. É por isso que se ataca o Blo-
para saber o que se passa. Em tempos
corrector ortográfico da Priberam para formalidades, com muita batota pelo co. O objectivo não é vencer a crise.
conturbados, em que prepondera a in-
o Acordo Ortográfico começar a ser meio. Têm sido puros actos de desones- É bater (n)as esquerdas. E estar à de-
certeza e se adensa a dúvida, uma
aplicado no ensino! Não em seis anos, tidade do Estado e dos governos de cada fesa. Na socratolândia, as eleições já
consciência generalizada de que essa
mas em menos de seis meses! Com este ocasião, com vencedores antecipados e não escolhem o melhor para governar,
função está entregue e é cumprida tor-
Governo é assim: faz-se tudo sobre o jo- desculpas esfarrapadas para justificar o mas o combatente de eventuais cam-
na-se essencial. É o que se passa nes-
elho e o princípio é sempre o mesmo: que por vezes é injustificável. panhas negras. Para isso mostrou-se
te ano de 2009, em que a notícia cor-
“Zás! Meia bola e força!” (...) Recordo-me bem do processo para a o líder pronto. E não para enfrentar a
recta dos factos e uma opinião clara e
livre serão decisivas para a formação criação das rádios locais e regionais. A crise, colocando-se ao nível de certos
Vasco Graça Moura desvergonha chegou ao ponto de incluir autarcas... Sócrates pressupõe mesmo
das muitas decisões que os portugue-
DN 25/Fevereiro/09 no júri de decisão candidatos que “mila- que a Democracia está em perigo
ses vão ter de tomar.
A opinião pública, entendida como a grosamente” viriam a ganhar as frequên- quando o primeiro-ministro é investi-
acção que se opunha a uma prática de CRIME E CASTIGO cias mais potentes para Lisboa e para o gado? Se é assim em Democracia, ima-
segredo própria do Estado absolutista Porto. A cena repetiu-se mais tarde com gine-se em ditadura! (...)
e a consagração do princípio da crítica Noticia o JN que está marcado para o a atribuição das redes regionais. Adivi-
como um direito dos cidadãos a deba- dia 20 de Abril, no Tribunal da Maia, o nhem quem venceu. Exactamente, os Joana Amaral Dias
terem as decisões políticas, constituiu julgamento de um homem que, em 2007, mesmos membros do júri. A TSF, que eu CM 2/Março/09