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ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS
      FACULDADE PADRÃO - UNIDADE III
         CURSO DE ADMINISTRAÇÃO




ADMINISTRAÇÃO DOS GRUPOS DE PALHAÇOS
  QUE ATUAM NOS HOSPITAIS DE GOIÂNIA




                  Goiânia
                  2010/2
Alessandro Carlos Nogueira
            João Carlos Vigilato Coutinho
           Maurício Antônio Do Nascimento
              Natália Barbosa Da Silva




ADMINISTRAÇÃO DOS GRUPOS DE PALHAÇOS
  QUE ATUAM NOS HOSPITAIS DE GOIÂNIA




                      Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
                      coordenação do Curso de Administração, para
                      obtenção do diploma de Administrador, sob a
                      orientação do Profº Esp. Maurício Dias Paes Lemes.




          Profº Esp. Maurício Dias Paes Lemes
                      (Orientador)




                       Goiânia
                       2010/2
Alessandro Carlos Nogueira
                 João Carlos Vigilato Coutinho
                Maurício Antônio Do Nascimento
                   Natália Barbosa Da Silva




ADMINISTRAÇÃO DOS GRUPOS DE PALHAÇOS QUE
     ATUAM NOS HOSPITAIS DE GOIÂNIA



                          Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
                          coordenação do Curso de Administração, para
                          obtenção do diploma de Administrador, sob a
                          orientação do Profº Esp. Maurício Dias Paes Lemes.




                     Banca Examinadora:



     __________________________________________________
              Profº Esp. Maurício Dias Paes Lemes
                          Orientador


     __________________________________________________
             Prof°. Esp. Osvaldo Ribeiro Otoni Júnior
                         Faculdade Padrão


      ________________________________________________
               Profª. Esp. Keliami Camargo de Lima
                         Faculdade Padrão




                            Goiânia
                            2010/2
Dedicamos este trabalho a Deus, aos nossos pais,
amores, amigos e aos precursores da administração
científica, que através de suas pesquisas,
promoveram ferramentas de desenvolvimento para
todas as ramificações empresariais, onde se inclui os
grupos de palhaços, que se organizam para levar
alegria e esperança às crianças e adultos
hospitalizados.
Agradecemos a Deus a oportunidade de
caminharmos pelas veredas da cultura. Agradecemos
ainda à Faculdade Padrão, pela oportunidade cedida
para realização do curso de Administração. Ao
orientador Prof. Maurício Dias Paes Lemes, por
transformar-se na bússola que nos conduz a
conclusão do nosso objetivo acadêmico. A todos os
professores que nos ofereceram conhecimentos e
técnicas que nos levam não só ao desenvolvimento
profissional, mas também pessoal. À banca
examinadora por aceitar o convite para avaliar nosso
trabalho. A todos os nossos amigos, que com
carinho, zelo e palavras de incentivo, nos motivaram
nesta jornada.
“O objetivo da educação é a virtude e o desejo de
converter-se num bom cidadão”.
                                           Platão
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;
AMA – American Marketing Association;
RESUMO

A pesquisa realizada tem por objetivo identificar a forma como são administrados os grupos
de palhaços que atuam nos hospitais de Goiânia. A base para análise dos resultados foi
fundamentada nas referências teóricas da Teoria Clássica da Administração de Henri Fayol,
Administração Científica de Taylor, Teoria Estruturalista da Administração de Etzioni.
Utilizou-se na coleta de dados a aplicação de questionário junto aos gestores dos referidos
grupos, que apresentaram resultados que foram tratados de forma quantitativa. Pode-se
perceber que a administração auxilia os gestores destes grupos na coordenação de suas áreas
distintas. Neste contexto, esta pesquisa comprova que existe a aplicação dos princípios da
administração na maioria das ações destes grupos, mas que, é necessário que seus gestores se
conscientizem da necessidade de aplicarem de forma global a ciência administrativa no
gerenciamento destes grupos, promovendo assim, a evolução destes projetos.



Palavras-Chave: administração; terceiro setor; humanização; palhaço.
ABSTRACT

The research aims to identify how they are managed groups of clowns who work in hospitals
in Goiânia. The basis for analysis was based on theoretical references of the Classical Theory
of Management Henri Fayol, Taylor's Scientific Management Theory Structuralist
Administration Etzioni. It was used in data collection to a questionnaire to the managers of
those groups, whose results were treated in a quantitative manner. It can be noticed that the
administration can help managers of these groups in coordinating their respective fields. In
this context, this research shows that there is the application of principles of management
most of the actions of these groups, but hat it is necessary that their managers are aware of the
need to comprehensively implement administrative science in the management of these
groups, thus promoting the evolution of these projects.


Keywords: administration, third sector; humanization; clown.
SUMÁRIO



INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 11
CAPÍTULO I ____________________________________________________________ 13
1. CONTEXTO HISTÓRICO _______________________________________________ 13
1.1 Conceitos de Administração ______________________________________________ 16
1.2 Áreas da Administração _________________________________________________ 17
 1.2.1 Estrutura da Organização _____________________________________________ 18
 1.2.2 Administração Geral _________________________________________________ 19
 1.2.3 Produção __________________________________________________________ 19
 1.2.4 Administração da Produção nas Pequenas Empresas ________________________ 20
 1.2.5 Vendas/Marketing ___________________________________________________ 21
 1.2.6 Vendas ____________________________________________________________ 21
 1.2.7 Marketing _________________________________________________________ 22
 1.2.8 Gestão de Pessoas ___________________________________________________ 23
 1.2.9 Planejamento e Análise dos Investimentos ________________________________ 25
CAPÍTULO II ____________________________________________________________ 27
2. PALHAÇOS ___________________________________________________________ 27
2.1 Origens dos Palhaços ___________________________________________________ 27
 2.1.1 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais ______________________ 28
 2.1.2 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais do Brasil ______________ 30
 2.1.3 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais de Goiânia _____________ 32
3. METODOLOGIA DA PESQUISA _________________________________________ 34
3.1 Identificação dos Sujeitos da Pesquisa ______________________________________ 34
 3.1.1 Critério de Inclusão e Exclusão da Pesquisa _______________________________ 34
 3.1.2 Tamanho e Características da População Estudada __________________________ 34
 3.1.3 Análise Crítica dos Riscos e Benefícios ___________________________________ 35
 3.1.4 Obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ___________________ 35
 3.1.5   Aprovação    da    Metodologia    do    Trabalho    Por   Comitê     de   Ética
________________________________________________________________________ 35
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ________________________ 36
4.1 Resultados do Questionário ______________________________________________ 36
 4.1.1 Categorias das Informações Coletadas no Questionário ______________________ 36
4.1.2 Recursos Humanos ___________________________________________________ 37
 4.1.3 Financeiro __________________________________________________________ 41
 4.1.4 Administrativo ______________________________________________________ 46
 4.1.5 Produção ___________________________________________________________ 53
CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________________________ 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________________ 57
ANEXOS ________________________________________________________________ 61
11



                                         INTRODUÇÃO


               A administração é uma área muito democrática, pois auxilia no
desenvolvimento técnico e operacional de qualquer ramificação empresarial. Neste contexto,
podemos citar a sua importância também para o desenvolvimento dos grupos de palhaços que
atuam nos hospitais, levando um trabalho de auxílio humanitário às crianças e adultos
internos nos hospitais.


                          O que observamos no caso dos Doutores da Alegria é que o sistema de crenças que
                          os move na sua percepção da realidade tem efeitos específicos no contexto
                          hospitalar: melhoria da comunicação, diminuição da ansiedade, maior colaboração
                          com o tratamento médico e melhoria na imagem da hospitalização. (MASETTI,
                          1998, pg.58).



               Esta prática recreativa, que também possui um valor terapêutico, vem sendo
desenvolvida há mais de dois mil anos, em várias partes do mundo. “Hipócrates, o Pai da
Medicina, no século IV A.C. já utilizava animações e brincadeiras na recuperação dos
pacientes”. (LAMBERT, 1999, pg.13). Sendo assim, é de suma importância que este tema
seja estudado com o intuito de promoção da qualificação administrativa, fator este que
promove a sua aplicação de forma eficaz e eficiente.
               O grupo de pesquisa responsável por este Trabalho de Conclusão de Curso
encontrou várias pesquisas referentes aos efeitos psicológicos decorrentes do trabalho dos
palhaços junto aos pacientes, porém, não localizou material bibliográfico específico sobre a
aplicação da administração destes grupos. Daí o interesse pela pesquisa deste tema, uma vez
que seus resultados poderão auxiliar aos coordenadores destes grupos a qualificarem o seu
trabalho, e conseqüentemente manter e ampliar esta prática recreativa junto aos pacientes e
seus familiares, que são seres que procuram não apenas a cura física, mas também o bem estar
emocional enquanto internos nestas instituições.
               A implantação dos princípios administrativos é um instrumento de
qualificação. Daí a importância de conhecer a forma como são gerenciados os grupos de
palhaços de Goiânia - GO, pois só assim poderá ser sugerida a implantação de alguns
processos que promoverão a evolução operacional.
               No grupo Doutores da Alegria, atuante na cidade de São Paulo-SP existe essa
preocupação operacional.
12



              Essa é a força do palhaço, que ultrapassa os limites do picadeiro e alcança os
caminhos da saúde com a utilização da alegria.


                       Desta maneira, com o que víamos nos hospitais, com os depoimentos dos artistas
                       durante nossas reuniões e com o auxílio dos relatórios de atividades, fomos
                       estabelecendo um referencial para a construção de uma ética que valida nosso fazer.
                       (MASETTI, 2003, pg.10).


              Os trabalhos oferecidos pelos grupos de palhaços oferecem o beneficiamento
da saúde pública, pois como sua atuação auxilia no processo de cura, diminui também o
tempo de internação. Sendo assim, os recursos que seriam aplicados no tempo excessivo da
internação, poderão ser utilizados ao beneficiamento de outras áreas da saúde. Este processo
de conseqüências da atuação recreativa é também um processo administrativo.
13



                                      CAPÍTULO I



1. CONTEXTO HISTÓRICO

              Desde os primórdios da história humana, houve a aplicação da administração.
Isto é um fato, onde nos grupos primitivos já existia a presença de um líder, que coordenava
as atividades da caça, pesca e defesa dos mesmos.
              Moisés, para salvar o povo de Israel das mãos do Faraó, liderou cerca de 1,8
milhões de pessoas por 40 anos, e graças a este fato, é considerado até os dias de hoje como
um dos maiores administradores de todos os tempos.
              Juntamente com o desenvolvimento da história humana, ocorre o
desenvolvimento do planejamento, programação e controle dos recursos, atividades estas, que
chamamos hoje de Administração.
              Os primeiros registros da Administração aconteceu com o aparecimento das
grandes construções, marcaram o mundo não apenas pelo seu desenvolvimento arquitetônico,
mas também pelo seu desenvolvimento administrativo, gerenciando produtos e serviços para
o seu desenvolvimento.
              Segundo WILSON, “as grandes obras realizadas em eras remotas da história
da humanidade tem maior probabilidade de terem sido os primeiros tipos de processo
produtivo a requerer técnicas gerenciais para suas operações”. (CORRÊA, apud 2003,
pg.19). Sendo assim, as pirâmides, as esfinges do Egito, os castelos europeus, as muralhas da
China e os aquedutos romanos, são exemplos da origem da administração de recursos
materiais e humanos.
              Para o surgimento das primeiras grandes obras da humanidade, foi necessário o
empenho de gestores, que mesmo de forma empírica, deram início ao registro dos primeiros
acontecimentos administrativos.
              São poucos os registros sobre a forma administrativa utilizada para o
desenvolvimento destes grandes empreendimentos, mas graças a estes, foi possível realizar
um comparativo da administração primária com a administração contemporânea.
              Quanto à administração primária, denominamos assim as atividades que
aconteciam de forma rudimentar, onde, apesar de ter um objetivo, não existia um plano de
metas para os processos a serem desenvolvidos.
14



                Quanto à administração contemporânea, denominamos assim as atividades
desenvolvidas     nas   épocas    atuais,    fundamentadas        nos    princípios     administrativos
fundamentadas pelos teóricos da administração.
                As construções das primeiras grandes catedrais são bons exemplos sobre os
primeiros registros da administração:


                        Há pouca informação na literatura sobre métodos gerenciais usados para gestão
                        desses empreendimentos, mas aparentemente não eram usados métodos
                        sistematizados ou especializados. A construção das grandes catedrais é um bom
                        exemplo: representavam esforços enormes, com projetos muito exigentes e
                        necessidades de planejamento que envolvia centenas e até milhares de pessoas com
                        variadas habilidades que trabalhavam em numerosas atividades. A despeito de sua
                        escala e complexidade monumental, a duração do projeto e seu custo não parecem
                        ter sido gerenciados com as preocupações presentes hoje em situações de
                        complexidade similar. A natureza religiosa e política dos projetos, a falta de
                        sistemas de contabilidade formais e uma não-premência de tempo parecem ter sido
                        importantes fatores de alívio para pressões por eficiência ou eficácia na gestão.
                        (CORRÊA, 2003, p.19-20).


                Os primórdios da Administração se desenvolveram a passos muito lentos,
foram séculos sem qualquer estudo científico ligado ao desenvolvimento dos processos
gerenciais ou produtivos. Em torno de 1901, surgem os resultados dos primeiros estudos de
Frederick Winslow Taylor, um engenheiro nascido na Filadélfia, nos Estados Unidos da
América, que posteriormente teve suas idéias conhecidas como Administração Científica, em
decorrência da observação dos resultados dos trabalhos desenvolvidos pelos operários que
trabalhavam na mesma fábrica que ele.


                        Taylor estabeleceu princípios que passaram mais tarde a ser conhecidos como
                        princípios da administração científica. Embora talvez o termo científico seja
                        inadequado para descrever a abordagem taylorista, dada a escassa base científica de
                        suas análises, Taylor sistematizou técnicas e princípios que, em seu conjunto,
                        contribuíram para um aumento substancial dos níveis de eficiência da indústria
                        americana do início do século XX. (CORRÊA, 2003, pg.40).


                Os resultados positivos dos estudos de Taylor incentivaram os estudos da
Administração por parte de outros pesquisadores, que também foram considerados como
teóricos da administração. Dentre estes, cita-se Henri Fayol, um engenheiro francês nascido
em Constantinopla, que fez sua carreira nas indústrias metalúrgicas.
                Para Fayol, os princípios da Administração, que também ficaram conhecidos
como filão da Teoria Clássica, é uma lista de quatorze procedimentos os quais os
15



administradores devem adotar para conseguir uma gestão de qualidade, eficiência e eficácia,
sendo eles:


                        1.    Divisão do trabalho: Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para
                              aumentar a eficiência.
                        2.    Autoridade e responsabilidade: Autoridade é o direito de dar ordens e o poder
                              de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da
                              autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar
                              equilibradas entre si.
                        3.    Disciplina: Depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e
                              respeito aos acordos estabelecidos.
                        4.    Unidade de comando: Cada empregado deve receber ordens de apenas um
                              superior. É o princípio da autoridade única.
                        5.    Unidade de direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades
                              que tenham o mesmo objetivo.
                        6.    Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da
                              empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas.
                        7.    Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os
                              empregados e para a organização em termos de retribuição.
                        8.    Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da
                              organização.
                        9.    Cadeia escolar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais
                              baixo em função do princípio do comando.
                        10.   Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem
                              material e humana.
                        11.   Eqüidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.
                        12.   Estabilidade do pessoal: a rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência
                              da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto
                              melhor para a empresa.
                        13.   Iniciativa: A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu
                              sucesso.
                        14.   Espírito de equipe: A harmonia e união entre as pessoas são grandes forças
                              para a organização. (CHIAVENATO, 2000, pg. 86-87)


                 Mesmo ditando os princípios da administração, Fayol acreditava que estes
princípios deveriam ser seguidos sem qualquer tipo de rigidez, devendo estes ser maleáveis a
cada situação, não cabendo ao administrador agir de forma intransigente junto aos seus
colaboradores.
                 A maleabilidade das funções exigiu dos administradores um maior senso de
coerência quanto aos assuntos a serem definidos na empresa. Sendo assim, quando o
administrador que utilizasse as suas normas e procedimentos obtivesse prejuízos, Fayol não
poderia ser o culpado, pois cabia exclusivamente ao administrador da empresa, a função de
identificar a melhor opção a ser seguida, deveria observar todas as áreas administrativas em
que se envolve uma empresa. “Tudo em Administração é questão de medida, de ponderação e
de bom senso. Tais princípios, portanto, são maleáveis e adaptam-se em qualquer
circunstância, tempo ou lugar”. (CHIAVENATO, 2000, pg. 86). Os administradores devem
basear-se em suas atividades administrativas e na fundamentação teórica da administração,
16



uma vez que, seus princípios são universais para qualquer ramificação empreendedora, seja
ela com ou sem fins lucrativos. É a administração que oferece subsídios para o
desenvolvimento técnico e operacional de qualquer tipo de empreendimento.



1.1 Conceitos de Administração


                 A Administração, em sua ilimitada potencialidade de implantação, se tornou
uma ferramenta indispensável para conquista do sucesso de qualquer tipo de empreendimento,
viabilizando técnicas que auxiliam no êxito dos melhores resultados de um projeto de ação.


                         Em uma época de complexidades, mudanças e incertezas como a que atravessamos
                         hoje, a Administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade
                         humana. Vivemos em uma civilização na qual o esforço cooperativo do homem é a
                         base fundamental da sociedade. E a tarefa básica da Administração é a de fazer as
                         coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. (CHIAVENATO, 2000,
                         p.5.)



                 Henri Fayol definiu a Administração como ato de:
                    • Prever;
                    • Organizar;
                    • Comandar;
                    • Coordenar;
                    • Controlar.


                 O ato de prever compreende-se o período em que o administrador visualiza o
futuro e traça o programa de ação.
                 O ato de organizar compreende-se o período em que o administrador constrói o
organismo material e social da empresa.
                 O ato de comandar compreende-se o período em que o administrador dirige e
orienta sua equipe de colaboradores.
                 O período de coordenar compreende-se o período em que o administrador
interage todos os departamentos da empresa, harmonizando os atos e esforços coletivos.
                 O período de controlar compreende-se o período em que o administrador
verifica se o plano de ação está sendo desenvolvido conforme as regras e ordens
estabelecidas.
17



1.2 Áreas da Administração


               A departamentalização de uma empresa propicia um melhor desenvolvimento
administrativo, onde o administrador geral pode dividir com os demais administradores
responsabilidades setoriais. Atuando com maior rapidez nas tomadas de decisões, e
melhorando a capacitação do seu gestor, possibilitando a especialização dos seus
conhecimentos na área em que atua.
               Segundo Etzioni, as organizações possuem as seguintes características:


                        a) Divisão de trabalho e atribuição de poder e responsabilidades: de acordo com um
                        planejamento intencional para intensificar a realização de objetivos específicos.
                        b) Centros de poder: controlam os esforços combinados da organização e os dirigem
                        para seus objetivos; esses centros do poder precisam também reexaminar
                        continuamente a realização da organização e, quando necessário, reordenar sua
                        estrutura, a fim de aumentar sua eficiência.
                        c) Substituição do pessoal: as pessoas podem ser demitidas ou substituídas por
                        outras pessoas para as suas tarefas. A organização pode recombinar seu pessoal
                        através de transferências e promoções. (CHIAVENATO, 2000, p.356)



               Durante o ano de 1916 enquanto Taylor e outros engenheiros trabalhavam em
prol do desenvolvimento da Administração Científica nos Estados Unidos, a Teoria Clássica
surgiu na França sendo rapidamente difundida por toda a Europa.
               Visavam a busca da eficiência das organizações. Enquanto a Administração
Científica julgava que essa eficiência era alcançada por meio da racionalização do trabalho e
no somatório da eficiência individual, a Teoria Clássica vinha na contra mão, enfatizava toda
a organização e sua estrutura, sendo eles órgãos e pessoas. Essa preocupação proporcionou a
ampliação no objetivo de estudo da Teoria Geral da Administração.
               Em 1916, sob a luz dos pensamentos de Fayol, surgiu na França a Teoria
Clássica da Administração, caracterizada pela ênfase na estrutura necessária para ser eficiente,
sendo que, suas atividades deveriam ser divididas em funções.
               As áreas da administração são divisões que auxiliam no processo de
distribuição de tarefas, cargos e funções, promovendo assim a agilidade dos processos, e
tomadas de decisões.
18



1.2.1 Estrutura da Organização




                                                                        (FAYOL, 2000, pg. 84)




              Para Fayol nenhuma das cinco funções essenciais procedentes tem o encargo
de formular o programa de ação geral da empresa, de constituir o seu corpo social, de
coordenar os esforços e de harmonizar os atos. Essas atribuições constituem outra função,
designada pelo nome de Administração que estão divididas nas seguintes áreas:
                  •        Administração geral;
                  •        Produção;
                  •        Vendas/marketing;
                  •        Gestão de Pessoas.
              De acordo com Chiavenato, Fayol tentou definir os Princípios Gerais de
Administração, sistematizando-os muito bem, embora sem muita originalidade, porquanto os
coletou de diversos autores de sua época. “A visão de Fayol sobre as funções básicas da
empresa está ultrapassada. Hoje, as funções recebem o nome de áreas da administração”.
(CHIAVENATO, 2000, pg.83). Para Fayol tudo em Administração é questão de medida, de
ponderação e de bom senso. Sendo assim é imprescindível aos administradores que podem
influenciar ao alcance dos seus objetivos.
19



1.2.2 Administração Geral



                Esta área tem como função, desenvolver a integração dos coordenadores das
diversas áreas administrativas, coordenando e sincronizando suas tarefas, objetivando uma
finalidade comum, que é o desenvolvimento da empresa como um todo.
                A administração seja ela uma arte, uma ciência, ou ambas, é praticada o tempo
todo. Sabe-se que a administração obteve diversos enfoques e visões diferentes através do
tempo, contudo, ela permanece como forma de aprimorar os meios para atingir os melhores
fins.
                Chiavenato (2000) concorda com o conceito de Stoner quando diz que a
Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim
de alcançar objetivos, “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio
de pessoas de maneira eficiente e eficaz”. CHIAVENATO (2000, p. 5)



1.2.3 Produção


                A administração da produção busca o equilíbrio entre as ferramentas
necessárias para o desenvolvimento de um produto ou serviço, que será oferecido ao seu
público alvo.
                Esse processo também pode ser identificado como gestão de operações, como
citada por SLACK e LEWIS (2002):


                         Gestão de operações é a atividade de gerenciamento de recursos escassos e
                         processos que produzem e entregam bem e serviços, visando atender a necessidades
                         e/ou desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes. (CORRÊA Henrique Luiz,
                         2003, p. 17).


                O processo compreende a equação da quantidade de profissionais para o
desenvolvimento     de    cada    fase,   captação     de    matéria-prima      e   equipamentos.      O
acompanhamento e readequação das tarefas quando necessário é fundamental para o controle
do tempo de execução, que viabiliza ao cliente a entrega do produto ou serviço no tempo e
com a qualidade combinada.
20



              A administração da produção trata da maneira pela qual às organizações
produzem bens e serviços. Tudo o que é consumido chega ao consumidor final graças aos
gerentes de operações que organizam sua produção.
              A produção está em toda parte, embora nem sempre as pessoas que
supervisionam sua “produção” sejam chamados gerentes de produção, isso é o que eles
realmente são. “Qualquer organização possui uma função produção porque produz algum
tipo de bem e/ou serviço. Entretanto nem todos os tipos de organização, necessariamente,
denominam a função produção por esse nome”. (SLACK 2002, pag. 32)
              A função produção é central para a organização, uma vez que, ela produz os
bens e serviços que são a razão de sua existência, mas isso não quer dizer que seja a única,
nem a mais importante. Entretanto, é umas das três funções centrais de qualquer organização,
que são:
              •   Função Marketing: responsável por comunicar os produtos ou serviços de
                  uma empresa para seu mercado;
              •   Função Desenvolvimento de produto/serviço: responsável por criar novos
                  produtos e serviços ou modificá-los;
              •   Função Produção: responsável por satisfazer às solicitações de
                  consumidores por meio da produção e entrega de produtos e serviços.
              Destacam-se também as funções de apoio que suprem e apóiam a função
produção:


              •   Função Contábil-Financeira: fornece informação para ajudar os processos
                  decisórios econômicos, assim como administra os recursos financeiros da
                  organização;
              •   Função Recursos Humanos: recruta e desenvolve os funcionários da
                  organização.



1.2.4 Administração da Produção nas Pequenas Empresas


              As pequenas empresas devem receber uma abordagem diferente por parte de
seu administrador de produção, uma vez que traz consigo um próprio conjunto de problemas.
              Teoricamente, a administração da produção envolve o mesmo conjunto de
atividades para qualquer tamanho de organização. Entretanto, na prática, administrar a
21



produção em organizações de pequeno e médio porte possui seu próprio conjunto de
problemas.
                       Empresas grandes podem ter os recursos para destinar profissionais a desempenhar
                       funções organizacionais específicas, o que geralmente não ocorre com empresas
                       menores. Isso significa que as pessoas podem ter que executar diferentes trabalhos,
                       conforme a necessidade. SLACK (2002, PAG. 33)


               Desta forma, podemos ser empresas pequenas, mas muitos de nossos
consumidores podem ser grandes indústrias ou empresas de produção que esperam um nível
de serviço tão profissional como de qualquer um de seus fornecedores.



1.2.5 Vendas/Marketing


               Para CHIAVENATO (2000), as funções comerciais são chamadas de área de
vendas/marketing. Porém, devido o altíssimo desenvolvimento da área de marketing do ano
2000 aos dias atuais, as referidas citações serão relatadas separadamente neste Trabalho de
Conclusão de Curso.



1.2.6 Vendas


               Hoje é comum empresas dizerem que marketing é o mesmo que vendas, sendo
é um profundo engano, afinal venda é um produto a mais no marketing. Mais na verdade o
termo vendas foi originado aos primórdios da fundação da Carbonária associação secreta
século XVIII e meados do século XIX, com membros em Itália (carbonari - carvoeiros) e, em
França (fendeurs - lenhadores), assim ao lugar superior das reuniões davam o nome de Venda
ou a casa onde se reuniam os mestres, mais do que o significado atual e corrente de loja, que é
o sinônimo de Venda.
               A venda pessoal é uma das formas mais eficazes de comunicação, pois ocorre
frente a frente em relação do vendedor e o comprador através de formas antigas, através de
contatos direcionados e por telefone, hoje mais interativo com computadores entre outras
formas.
               A definição de vendas é muito importante no processo de comunicação, uma
vez que o vendedor identifica e satisfaz às necessidades de um comprador para o benefício de
longo prazo de ambas as partes.
22



               Czinkota (2001) venda pessoal é a comunicação verbal direta concebida para
explicar como bens, serviços ou idéias de uma pessoa ou empresa servem às necessidades de
um ou mais clientes potenciais.
               Rogers (1993) venda pessoal é o lado acentuado do marketing porque é quando
os representantes da empresa ficam frente a frente com os compradores em potencial.



1.2.7 Marketing


               O Marketing estaria presente durante todo o percurso histórico, desde Adão e
Eva quando a cobra foi a primeira a aplicar o conceito de Marketing, usando a sua técnica de
persuasão para vender a maçã a Eva.
               Quando se fala em Marketing a primeira idéia que vem na cabeça é que se trata
da venda ou propaganda de algum produto. O marketing é bem conhecido ao seu redor,
através dos anúncios que invade nossa TV, nossas revistas, o jornal, na própria
correspondência, a internet que navegamos e no nosso próprio lazer. O marketing está
presente no dia a dia.
               O marketing tem muitas definições e tentativas de traduções de acordo com as
mudanças ambientais e das diferentes exigências sociais do mercado. Mais em 1960, a Ama
(American Marketing Association) definia Marketing como o desempenho das atividades de
negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador.
               Mas em 1985 a Ama substitui a sua definição por outra mais abrangente e
atualizada, conforme relata BENETT:


                         “Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço,
                         promoção e distribuição de idéias, bens e serviços, organizações e eventos para criar
                         trocas que venham a satisfazer objetivos individuais e organizacionais.”
                         (KOTLER, apud 1998, pg.32).


               De outro lado, Pioneira Thomson Learning define marketing como uma
filosofia simples e intuitiva realçando a justificativa econômica e social para a existência da
empresa, satisfazendo os desejos e necessidades do cliente, ao mesmo tempo atendendo aos
objetivos da organização.
               Mas Philip Kotler acha que é um processo social gerencial que os indivíduos e
grupos obtêm a necessidade desejada pela criação, oferta e troca de produtos. Baseando nas
necessidades, desejos, demandas e produtos.
23



               Alexandre Luzzi Las Casas, fala que marketing é uma atividade de
comercialização com base no conceito de troca devido à necessidade que os indivíduos e
organizações necessitavam de produtos e serviços, levando a especializações e fazendo
produtos bem feitos com maior dedicação, beneficiando a sociedade.
               Flávio Torres Urdan e André Torres Urdan complementam que marketing é
troca ou transferência entre partes de algo que possuem, mostrando que sua existência existe
deste quando as pessoas começaram a procurar ou oferecer coisas na expectativa de
recebimento de algo em troca melhorando a existência para todos.



1.2.8 Gestão de Pessoas


               Entre suas funções do Administrador de Gestão de Pessoas, estão os assuntos
referentes aos aspectos internos e externos:
               Dentre os aspectos internos do Administrador de Gestão de Pessoas, cita-se:
                  • Análise e descrição de cargos;
                  • Avaliação de cargos;
                  • Treinamento;
                  • Avaliação de desempenho;
                  • Plano de carreiras;
                  • Plano de benefícios sociais;
                  • Higiene;
                  • Segurança;
               Dentre os aspectos externos do Administrador de Gestão de Pessoas, cita-se:
                  • Pesquisa de mercado de trabalho;
                  • Recrutamento e seleção;
                  • Legislação trabalhista;
                  • Relação com sindicatos.


               Dentre as opções de promoção de oportunidades de aprimoramento das
atividades dos colaboradores, o Administrador de Gestão de Pessoas pode aplicar na empresa
um programa de desenvolvimento contínuo, onde a empresa oferece cursos periódicos aos
seus colaboradores, isso, sob coordenação de um psicólogo, terapeuta ocupacional ou um
24



gestor de pessoas, viabilizando assim, a consciência coletiva da importância do constante
aprendizado.
                 A Administração da Gestão de Pessoas é uma área que envolve conceitos de
psicologia industrial e organizacional, assim como conceitos de sociologia organizacional,
engenharia de segurança, medicina do trabalho, engenharia de sistemas, etc.


                          Os recursos são meios que as organizações possuem para realizar suas tarefas e
                         atingir seus objetivos: são bens ou serviços consumidos na realização das atividades
                         organizacionais. Podem ser imaginados como os insumos necessários para produzir
                         o produto final ou o serviço prestado pela organização. Geralmente, quando se fala
                         em recursos, surge a imagem simplista de dinheiro, equipamento, materiais, pessoal.
                         Porém, os recursos organizacionais são extremamente diversificados e complexos.
                         (CHIAVENATO, 2002, p.128).


                 Outra função destinada ao Administrador de Gestão de Pessoas está em
promover a higiene e segurança do trabalho, isso tanto de forma física quanto psíquica, que
são as variáveis da situação que influenciam o comportamento humano. Para isso, este
administrador estabelece normas e procedimentos, colocando em prática os recursos possíveis
para conseguir a prevenção de acidentes.
                 O Administrador de Gestão de Pessoas, não é responsável apenas pelo
recrutamento e seleção dos funcionários de uma empresa, mas também na promoção da
ampliação de suas potencialidades, assim como, é também o responsável pela promoção da
qualidade do ambiente de trabalho e da minimização dos riscos físicos e psíquicos aos
colaboradores.
                 Podemos perceber que a gestão de Pessoas vem passando por um amplo
processo de transformação, na medida em que os sistemas tradicionalmente utilizados como
referencial vem demonstrando fragilidades diante do ambiente turbulento e em constante
mudança pelo qual vem passando as organizações.


                         A segurança busca minimizar os acidentes de trabalho. Podemos conceituar acidente
                         de trabalho como decorrente do trabalho, provocando, direta ou indiretamente, lesão
                         corporal, perturbação funcional ou doença que determine a morte, a perda total ou
                         parcial permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. A palavra acidente
                         significa imprevisto e perfeitamente evitável na maioria dos casos. (CHIAVENATO
                         (2002, p. 440)



                 Considerando que mudanças ocorrem a todo o momento, a organização precisa
estar alinhada em torno de definições estratégicas claras, sustentadas por uma gestão com
25



amplo envolvimento e participação. Uma organização que deseja ter de si mesma uma visão
estratégica precisa levar em conta que há um fluxo de conhecimentos que afeta a produção
como um todo.
               É preciso, portanto, estabelecer um compromisso com a força de trabalho,
baseado em respeito mútuo em uma comunicação aberta, ou seja, com o envolvimento dos
clientes internos e externos.
               O momento atual exige ampla transformação, uma nova "filosofia de gestão", o
que implica uma grande mudança no paradigma.
               É necessário que o gestor aprenda a criar novas formas organizacionais em
torno de equipes e processo.
               As duas formas principais de modelos de sucesso atualmente é a gestão por
competência e desenvolvimento de líderes verdadeiros, que vamos discorrer a seguir:
               Ao estabelecer um modelo de gestão por competências, faz-se necessário
adotar algumas atitudes básicas relacionadas às ações gerenciais:
               •    Conscientização de que cada tipo de organização necessita de pessoas com
                    perfis específicos e que cada posto de trabalho existente na empresa tem
                    características próprias e deve ser ocupado por profissionais que
                    apresentem um determinado perfil de competências.
               •    Reconhecimento de que aqueles que ocupam funções de liderança são
                    responsáveis   pela   oferta   de   oportunidades   que    permitam    o
                    desenvolvimento e a aquisição de novas competências.
               •    Crença de que sempre haverá a demanda para o desenvolvimento de novas
                    competências e o que hoje é exigido para a boa execução de um trabalho,
                    poderá agregar novas exigências amanhã.
               •    A arte de saber delegar é cada vez mais uma necessidade dentro de uma
                    organização, nomeadamente no que se refere à sua gestão.



1.2.9 Planejamento e Análise dos Investimentos


               Nos relatos de CHIAVENATO, relacionado às divisões das áreas
administrativas, não consta o item “financeiro”. Porém, devido o grande desenvolvimento
desta área, relatamos abaixo os resultados encontrados na pesquisa:
26



              Nesta área estão inseridos o planejamento, análise dos investimentos e
captação de recursos, objetivando-se o desenvolvimento da mesma e também a minimização
dos desperdícios.


                        Tal área administrativa pode ser considerada como o sangue ou a gasolina da
                        empresa, que possibilita o funcionamento de forma correta, sistêmica e sinérgica,
                        passando o oxigênio ou vida para os outros setores, sendo preciso circular
                        constantemente, possibilitando a realização das atividades necessárias, objetivando o
                        lucro, maximização dos investimentos, mas acima de tudo, o controle eficaz da
                        entrada e saída de recursos financeiros, podendo ser em forma de investimentos,
                        empréstimos entre outros, mas sempre visionando a viabilidade dos negócios, que
                        proporcionem não somente o crescimento, mas o desenvolvimento e estabilização.
                        Administração financeira cuida de planejamento, analise de investimentos, política
                        de crescimento, financiamento, contabilidade, etc. (LIMA NETTO, 1978, p. 34).



              Para um bom controle financeiro é indispensável o desenvolvimento do
Balanço Patrimonial, onde além de apresentar a situação real da empresa, oferece informações
que auxiliam na tomada de decisões.
              Os relatórios financeiros têm a finalidade de demonstrar por meio de planilhas:

                    • Situação Econômica da Empresa;
                    • Desenvolvimento dos Recursos;
                    • Patrimônio;
                    • Compromissos Pendentes;
                    • Rentabilidade das Aplicações.

              Essas informações são indispensáveis num processo de avaliação de um projeto
ou mesmo durante a formatação de um novo projeto, uma vez que a documentação financeira
demonstra as possibilidades reais que a empresa dispõe para novos investimentos.
27



                                      CAPÍTULO II



2. PALHAÇOS

                 O palhaço é o sinônimo de alegria e descontração, tornando-o um personagem
de grande representatividade tanto na cultura ocidental quanto oriental.
                 O princípio da sua existência está vinculado a arte de trazer diversão às
pessoas, isso, por meio da sua aparência excêntrica, seu sorriso espontâneo, sua conversa
despretensiosa, seu jeito infantil de falar e se comportar, que são as características que o
compõe. Conseqüentemente, sua presença não passa despercebida, devido sua exuberante
singularidade.
                 A sua imagem alegre, com um comportamento que mescla imaturidade,
ingenuidade e simpatia, faz com que as pessoas se tornem mais receptivas à sua presença. O
que confirma a carência das pessoas quanto a necessidade de encontrarem oportunidades de
descontração, dentro da nossa atualidade tão repleta de correria e individualidades.
                 O palhaço é uma figura artística tão importante, que em nenhum lugar do
mundo, nenhum empresário consegue registrar juridicamente um empreendimento circense,
sem que no seu quadro de artistas não exista pelo menos a presença de um palhaço. O palhaço
é o rei do circo. É o artista que canta, dança, representa, faz mágica, malabarismo e
principalmente: faz sorrir.



2.1 Origens dos palhaços


                 A origem exata, quanto à localização e período de surgimento, ainda é um
mistério. Porém, acredita-se que sua origem deu-se através dos povos nômades (ciganos) há
milhares de anos.
                 Pesquisadores encontraram na China algumas pinturas datadas de 5.000 anos,
que mostram figuras de acrobatas utilizando figurinos extravagantes. Também existem
registros que há 2.500 anos antes de Cristo, no Egito, já existiam palhaços divertindo os
faraós.
28



              Quanto a imagem do palhaço contemporâneo, provavelmente sua origem deu-
se na Europa, mais precisamente na Itália, por intermédio do cinema com a comédia Del Arte.


                         Na China, por exemplo, pinturas de 5.000 anos mostram algumas figuras como
                         acrobatas de roupa excêntrica. Por volta do ano 2.500 antes de Cristo, no Egito, a
                         figura do bobo da corte já divertia os faraós, isso na Dinastia do Faraó Dadkri-Assi.
                         Provavelmente na Europa, aconteceu a fusão do bobo da corte com elementos do
                         teatro. A comédia Del Arte que nasceu na Itália passou a utilizar o modelo do bobo
                         da corte, fazendo surgir o palhaço como conhecemos hoje, com roupas largas,
                         sapatos exageradamente grandes, Máscaras divertidas e um jeitão atrapalhado.
                         (Site <http//www.agoravale.com.br/aforavale/notícias.asp?id=9229&cod=1>, acesso
                         08/06/2010).


              O palhaço e sua representatividade vêm sofrendo transformações no decorrer
do tempo. Hoje, no Le Cirque de Soleil, que é a maior companhia circense do mundo, o
palhaço é um profissional altamente qualificado, que necessita de cursos de interpretação e
específicos da cultura “clow”. Porem, a sua essência continua a mesma: proliferador de
sorrisos.



2.1.1 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais


              No decorrer do tempo, o palhaço, que antes estava limitado a apresentações
circenses, foi conquistando novos espaços, como por exemplo: teatro, escolas, arenas de
rodeio, presídios e empresas.
              Devido ao seu potencial de transformação dos ambientes, o palhaço passou a
integrar também o ambiente hospitalar, auxiliando na humanização do processo de
internaçdos pacientes.
              A utilização da alegria como processo de tratamento de cura em pessoas
enfermas, é uma atividade que vem sendo desempenhada há vários séculos.
              Em 1985, na cidade de New York, nos Estados Unidos da América, aconteceu
a introdução do palhaço no ambiente hospitalar, quando Michael Christense, que é diretor dos
“clows” do Big Apple Circus, uma das maiores organizações culturais sem fins lucrativos de
Nova Iorque, realizou sua primeira apresentação hospitalar.
29



                 Vários são os estudiosos, filósofos, médicos, cientistas, que afirma o poder
terapêutico da alegria:


                          Hipócrates, o Pai da Medicina, no século IV a.C. já utilizava animações e
                          brincadeiras na recuperação dos pacientes. Darwin, pioneiro no estudo dos
                          movimentos expressivos da comunicação não-verbal, classificou, em seu livro A
                          expressão das emoções no homem e nos animais, de 1872, o sorriso e o riso entre os
                          movimentos expressivos inatos e universais. Freud, em seu trabalho A Graça e suas
                          Relações com o Inconsciente, escrito em 1916, já afirmava que uma cena cômica e o
                          riso dela decorrente melhoravam a saúde física e mental. O médico norte-americano
                          Hunter Adams, chamado de “Patch Adams”, vem utilizando com sucesso, desde a
                          década de 60, o riso como agente de cura, um eficiente instrumento terapêutico que
                          favorece a recuperação e a cura dos pacientes. E agora ele está partindo para a
                          construção de um hospital beneficente que tratará enfermos de corpo e alma com a
                          Risoterapia associada a outra Terapias Naturais. Em 1987, Frans Alexander, do
                          Instituto de Psicanálise de Chicago, concluiu em suas pesquisas que “o caráter
                          liberador do riso é um meio de se extravasar as tensões e de se evitar as doenças
                          psicossomáticas”. Na Alemanha, uma pesquisa feita pelo Departamento de
                          Psicologia de Dusseldorf provou que “rir é tão bom para o organismo quanto
                          praticar esportes”. (LAMBERT, 1999, pg.13).


                 O Clown Care Unit, nasceu como um departamento do Big Apple Circus, onde
os artistas lá cadastrados foram devidamente treinados para levar alegria às crianças
internadas em hospitais da cidade de New York. Seus integrantes são de nacionalidades
diversas, o que ampliou ainda mais a qualificação do trabalho, que teve influência cultural de
vários países.


                          Em 1985, meu irmão morreu de câncer. Pouco antes de ficar doente, numa feira de
                          antiguidades, ele viu uma maleta de médico e me deu de presente. Ele imaginou que,
                          no futuro, eu poderia usá-la em alguma apresentação. Um ano depois de sua morte,
                          recebi o telefonema de uma senhora que, depois de assistir a um de meus
                          espetáculos, me convidou para fazer uma apresentação para crianças internadas.
                          Lembrei-me da maleta e criei o personagem Doutor Stubs. A reação foi tão boa que
                          pedi para visitar as crianças que não puderam ir ao auditório do hospital. Foi assim
                          que          nasceu          a        Clawn          Care        Unit.          (Site
                          <http://veja.abril.com.br/310107/auto_retrato.html>. Acesso em 23/04/2010).


                 A introdução deste trabalho junto aos hospitais, não aconteceu da melhor forma
possível. Alguns membros da equipe médica, acostumada a um ambiente onde a seriedade e o
distanciamento afetivo com os pacientes era o comportamento ideal para representar o
profissionalismo, tiveram muita dificuldade para aceitar a introdução do palhaço como um
dos membros da equipe hospitalar, que auxiliava na qualidade do processo de tratamento, cura
e hospitalização do paciente.
30



               Como passar do tempo, a ONG Clawn Care Unit, passou a atuar em dez dos
mais importantes hospitais, localizados nas cidades de New York, Washington, Boston e
Seattle. Atores de várias partes do mundo integraram-se a este projeto, os quais foram
devidamente treinados para atuar com as crianças hospitalizadas.
               Quando Michael Christensen foi questionado em uma entrevista para a revista
Veja, quanto à relação dos médicos com a Clawn Care Unit, ele respondeu:


                        No início do programa, certa vez, numa UTI, um médico me disse: “Palhaços não
                        pertencem a este lugar”. E eu respondi: “Nem as crianças”. Mas a maioria nos apóia.
                        Eles sabem que as crianças que sorriem sentem-se mais seguras, têm menos medo e
                        são mais fáceis de tratar. (Site <http://veja.abril.com.br/310107/auto_retrato.html>.
                        Acesso em 23/04/2010).


               Este trabalho de recreação hospitalar começou a tomar proporção mundial,
quando os atores do Clown Care Unit começaram a deixar o grupo e migraram para outros
países, iniciando projetos similares.
               No ano de 2003, foi realizada uma pesquisa denominada “Palhaços em
Hospitais – Brasil / Mundo. O idealizador e realizador desta pesquisa foi o grupo Doutores da
Alegria, que objetivavam com esta pesquisa, identificar os grupos de palhaços existentes nos
hospitais do mundo, assim como suas características.
               Utilizando a internet para localizar os grupos de palhaços atuantes no mundo,
localizaram 124 sites, 120 e-mails, endereços e números telefônicos, para os quais foi enviado
um questionário. Destes contatos, apenas 32 respondeu devidamente as questões, tornando-se
esses o material de estudos para a pesquisa. Fazem parte desta pesquisa, grupos existentes nos
seguintes países: França, Alemanha, Espanha, Itália, Áustria, Bélgica, Portugal, Canadá,
EUA, México, Peru, Uruguai, Colômbia e Austrália. Estes dados demonstram que esta
iniciativa não tem seu desenvolvimento em uma região isolada.



2.1.2 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais do Brasil


               No início dos anos 90, alguns integrantes do Clow Care Unit, deixam o grupo
americano e migram para outros países para montarem projetos similares.
               O grupo Doutores da Alegria tornou-se então, o pioneiro no Brasil neste
segmento. Hoje, sua atuação acontece em quatorze hospitais localizadas nas áreas nobres e
carentes de São Paulo, Recife e Belo Horizonte.
31



               Os palhaços do grupo Doutores da Alegria são atores profissionais, que para
serem incorporados à trupe, passam por um processo seletivo e um estágio e treinamento de
seis horas diárias nos hospitais, para comprovar seu senso de profissionalismo e preocupação
com os pacientes internos nos hospitais.


                        No Brasil, um programa similar teve início com Wellington Nogueira em 1991.
                        Após três anos de trabalho como ator no programa americano, ele fundou os
                        Doutores da Alegria no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes em São
                        Paulo. Seguindo as características do modelo americano, um casal de artistas
                        visitava todas as crianças internadas, leito a leito, duas vezes por semana, durante
                        aproximadamente seis horas por dia, inclusive nas unidades de terapia intensiva e de
                        cirurgias ambulatoriais. (MASETTI, 2003, pg.92)



               Suas atividades não se restringem as visitas hospitalares, mas também no
estudo científico dos resultados apresentados pela sua atuação, oficinas de palhaços,
realização de exposições fotográficas; apresentações teatrais; palestras e intervenções
empresariais; oficinas para pais e filhos; edição de livros.
               No ano de 2001, os Doutores da Alegria, visando mapear as iniciativas que
utilizavam a imagem do palhaço na abordagem junto aos pacientes internados nos hospitais,
elaborou uma pesquisa denominada “Palhaços em Hospitais – Brasil”. Esta pesquisa teve
como objetivo catalogar as iniciativas afins, conhecer as características dos palhaços atuantes
nestes grupos, e conhecer as características dos grupos pesquisados.
               A consolidação e desenvolvimento deste grupo de palhaços demonstra a
importância da administração para o processo de elaboração, desenvolvimento, aplicação e
controle de um projeto, assim como, uma boa equipe para gestão do grupo. Este conjunto de
características justifica os números divulgados no seu site:


                        Os números desta trajetória reforçam a ação bem-sucedida: desde 1991, quando a
                        organização foi fundada, os Doutores já visitaram mais de 652 mil crianças e
                        adolescentes hospitalizados, atingindo também cerca de 600 mil familiares e
                        envolvendo mais de 13 mil profissionais de saúde. Essa idéia, então inédita, foi
                        inserida na sociedade brasileira e sua prática vigora hoje em 14 hospitais no Brasil.
                        Além disso, inspirou cerca de 200 iniciativas similares em todo país, motivando uma
                        série de parcerias que incluem o Ministério da Saúde e a iniciativa privada. Tudo
                        isso possibilitou outras conquistas importantes, como a criação de um Núcleo de
                        Pesquisa e Formação - o primeiro entre organizações desta natureza. (Site:
                        <http://ww.doutoresdaalegria.org.br/internas.asp?secao=press-realiase_02jul2009> –
                        Acesso em 13/06/2010).


               Para localizar os grupos de palhaços atuantes nos hospitais do Brasil, o grupo
Doutores da Alegria utilizou pesquisas pela internet, levantamento de artigos publicados em
32



jornais e revistas, consulta ao arquivo do Centro de Estudos dos próprios Doutores da Alegria,
contatos estabelecidos pelos próprios grupos e indicações de terceiros.
              A pesquisa identificou 180 iniciativas atuantes no país, demonstrando que esta
é uma área em ascensão.


                        É reconfortante saber, porém, que enquanto a medicina se confronta com seus mitos,
                        ritos e história, palhaços circulam, despretensiosamente, pelos corredores dos
                        hospitais. Entram e saem dos quartos, na delicada tarefa de dar passagem à vida e de
                        ensinar que todos podem fazer o mesmo. (MASETTI, 2003, pg.90).


              A área recreativa hospitalar no Brasil tem se desenvolvido de forma constante,
onde grupos de recreadores, que na sua maioria são voluntários, têm desenvolvido um
relevante trabalho para o processo de ampliação da qualidade do período de internação
hospitalar.



2.1.3 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais de Goiânia


              Em 1998, tendo como inspiração os Doutores da Alegria, o recreador
voluntário de festas infantis Maurício Antônio do Nascimento, cria na cidade de Goiânia-GO
o grupo Saúde & Alegria Animação Hospitalar, tornando-se este o grupo precursor na cidade.
O primeiro hospital onde este grupo atuou foi o Hospital Araújo Jorge (especializado no
tratamento de câncer), situado na mesma cidade.


                        O profissionalismo do Saúde & Alegria (...) se desenvolveu muito. E não foi só em
                        quantidade de integrantes (...). O desenvolvimento se deu também por meio da
                        preparação da sua equipe. (NASCIMENTO, Maurício A., NASCIMENTO Marina
                        A., NASCIMENTO José A., SANTOS, ROMA, 2007, pg.41).


              A equipe inicial do Saúde & Alegria Animação Hospitalar era constituída por
três recreadores. Hoje, esta associação conta com a colaboração de 37 associados, sendo que,
cinco destes associados atuam na administração do grupo. Apenas um dos associados, que é o
tesoureiro, não atua como palhaço no hospital.
              Anualmente, nos meses de setembro e outubro, o grupo realiza com o apoio de
uma equipe de psicólogas o processo seletivo anual, onde busca novos voluntários para
somarem a sua equipe.
33



               Seus novos voluntários são capacitados com um curso oferecido pelo próprio
grupo, curso este que é denominado como Curso Básico Para Recreador Hospitalar, onde são
abordados os temas: biossegurança, ética, recreação com adultos, recreação com crianças,
recreação na UTI, recreação na emergência, oficina de balões, reconhecimento de material
hospitalar, maquiagem artística e produção visual.
               Em 2006, o Saúde & Alegria Animação Hospitalar, conquistou o título de
filantropia/utilidade pública, em decorrência do seu trabalho assistencial.
               Quanto a origem dos recursos financeiros do Saúde & Alegria Animação
Hospitalar, estes são oriundos das mensalidades pagas pelos seus próprios voluntários e
também de doações.
               O maior diferencial do atendimento do Saúde & Alegria Animação Hospitalar,
comparado aos outros grupos de palhaços de hospital, é que o seu atendimento é estendido
também pacientes adultos, que representam 80% do total de suas visitas hospitalares.
34



3. METODOLOGIA DA PESQUISA


              Para análise deste Trabalho de Conclusão de Curso, foram realizadas pesquisas
bibliográficas e de campo, sendo que, neste último, realizou-se aplicação de questionário
junto aos coordenadores de grupos de palhaços que atuam nos hospitais de Goiânia-GO.



3.1 Identificação dos Sujeitos da Pesquisa


              Para localizar os entrevistados, foram realizados telefonemas para todos os
hospitais públicos e privados da cidade de Goiânia, para questionar a existência de grupos de
palhaços que atuam nestes locais. Nos casos positivos, foram solicitados os contatos (número
telefônico, e-mail, site) dos coordenadores de cada grupo de palhaços, para convidá-los a
participarem desta pesquisa.



3.1.1 Critério de Inclusão e Exclusão da Pesquisa


              Foram inclusos nesta pesquisa o gestor do grupo de palhaços que atua num
período igual ou superior a três meses no mesmo hospital, com no mínimo uma apresentação
mensal.
              Quanto ao critério de exclusão da pesquisa, estava decidido que seriam
excluídos os gestores que possuíssem idade inferior a 18 anos. Porém, não foi identificado
nenhum coordenador com esta característica.



3.1.2 Tamanho e Características da População Estudada


              Quanto ao tamanho da mostra, foram entrevistadas quatro pessoas.
              Quanto às características desta população, cita-se:
              •      Faixa etária superior a 18 anos.
              •      Gênero masculino e feminino.
35



3.1.3 Análise Crítica dos Riscos e Benefícios



                Os riscos para os sujeitos da pesquisa foram mínimos e estavam relacionados
ao constrangimento, sendo que, para minimizar estes riscos, foi oferecida à estes, que a
aplicação do questionário fosse realizada numa sala restrita para esta finalidade, situada na
sede da associação Saúde & Alegria Animação Hospitalar, ou ainda num outro local indicado
pelo sujeito da pesquisa, exceto ambiente hospitalar. Porém, apenas um dos entrevistados
utilizou esta sala.
                Quanto ao benefício para os sujeitos da pesquisa, está a oportunidade destes
obterem uma visão mais abrangente da administração do seu próprio grupo.



3.1.4 Obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


                Todos os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, informando que:
        •   Conhecem os objetivos da pesquisa intitulada "Administração dos Grupos de
            Palhaços que Atuam nos Hospitais de Goiânia";
        •   Concordam em participar voluntariamente da mesma;
        •   Declaram que não receberão qualquer tipo de pagamento por esta participação
            voluntária.



3.1.5 Aprovação da Metodologia do Trabalho por Comitê de Ética


                Os procedimentos para execução desta pesquisa estão condizentes com a
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, conforme averiguação realizada pelo
CEP/HDT (Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital de Doenças Tropicais), localizado nesta
Capital.
36



4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS


                As pesquisas desenvolvidas para a realização deste Trabalho de Conclusão de
Curso apresentam resultados quantitativos, que estão demonstrados em gráficos.
                Os métodos de procedimento desencadearam resultados históricos e
estatísticos.



4.1 Resultados do Questionário


                Foram pesquisados quatro coordenadores de grupos, o que corresponde a 100%
da população desta cidade que se encontram condizentes aos critérios necessários para sua
aplicação.
                As informações coletadas nos questionários foram sistematizadas e organizadas
da seguinte forma:



4.1.1 Categorias das Informações Coletadas no Questionário




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)
37



4.1.2 Recursos humanos




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)


               O processo seletivo é um recurso que auxilia as empresas e instituições a
identificarem dentre os seus candidatos a colaboradores, aqueles que possuem as
características mais condizentes aos cargos disponíveis.
               Esta atividade junto a estes grupos acontece de forma diferente das demais
empresas, uma vez que, para a maioria dos participantes dos grupos analisados, o pagamento
não é realizado em dinheiro, mas sim com outros valores intangíveis, como por exemplo,
satisfação e sentimento de dever cumprido. Com isso, os critérios de avaliação também
mudam.
               Foi constatado que a maioria dos gestores entrevistados utiliza o processo
seletivo como ferramenta de construção dos seus grupos, demonstrando assim, uma
preocupação com a qualificação destes.
               Apenas o grupo mais jovem não realiza processo seletivo.
38




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)


               Dentre os cinco critérios para adentrar ao grupo, citados pelos gestores
entrevistados, o mais significativo foi a afinidade. Este afirmativa demonstra a importância da
sinergia entre os membros do grupo para o bom desempenho das atividades.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               De acordo com os critérios de classificação do porte das empresas divulgado
pelo SEBRAE, que classifica como pequena empresa de serviços aquela que possui de 10 à
49 empregados, podemos afirmar que, pelo menos 75% dos grupos de palhaços que atuam
nos hospitais de Goiânia fazem parte deste grupo.
               Observou-se que os grupos que possuem maior número de integrantes, são
aqueles com maior tempo de atuação.
39




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               Observou-se que, a grande maioria dos integrantes dos grupos pesquisados não
possui profissionalização teatral ou circense. Demonstrando assim, que essa não é uma das
prioridades destes grupos.
               Este perfil de recreador profissional, só foi identificado nos grupos mais
antigos, porém, na questão 02 nenhum dos entrevistados identificou esta característica como
uma condição para participar da equipe.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)
40



                 É dever de todas as instituições, registrarem os seus empregados, porém nos
casos de voluntários, é necessário que seja assinado um termo de trabalho voluntário,
isentando o responsável pela empresa das obrigações trabalhistas.
                 Nesta pesquisa, observou-se que 75% dos gestores entrevistados não realizam
o registro ocupacional dos seus colaboradores, documentando se suas atuações são
profissionais ou voluntárias.
                 Constata-se a necessidade da conscientização destes gestores quanto a
importância da formalização da documentação dos seus integrantes, promovendo a proteção
grupo quanto a problemas de fundo empregatício.
                 Apenas o grupo mais antigo utiliza a formalização da documentação dos seus
colaboradores.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



                 Esta questão foi a que demonstrou com maior nitidez as diferenças entre os
grupos. Isso em decorrências das suas trajetórias e circunstâncias, onde cada um apresentou
como principal dificuldade, fatores distintos uns dos outros.
41




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               Observou-se que, o voluntariado é a principal característica desta segmentação
de atuação nos hospitais da cidade de Goiânia. Porém, foram identificados alguns recreadores
que atuam de forma remunerada, fato este que demonstra esta segmentação como mais uma
opção profissional.
               Estes recreadores remunerados foram identificados no grupo que é interligado
a uma faculdade de Goiânia.



4.1.3 Financeiro


               Nesta parte do questionário, estão as perguntas referentes ao marketing, uma
vez que, segundo Chiavenato (2000), as funções financeiras passaram a se chamar “área
administrativa de vendas/marketing”.
               Os grupos participantes são instituições sem fins lucrativos, onde o principal
produto oferecido é o serviço de recreação hospitalar, realizado gratuitamente junto aos
pacientes internos nos hospitais.
               Observou-se que os grupos pesquisados possuem dificuldades de captação de
recursos e para solucionar este problema, necessitam reformular suas estratégias. Assim
como, é necessário a conscientização dos grupos da importância de desenvolverem as
atividades contábeis.
               Quanto ao fator marketing, mesmo diante de todas as vantagens que esta
função proporciona apenas o grupo mais antigo, que representa 25% dos grupos pesquisados,
possui plano de marketing. Constata-se a necessidade da conscientização dos demais grupos
42



sobre a importância da utilização do plano de marketing, como ferramenta administrativa de
desenvolvimento empresarial.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)

               Somente por meio da captação de recursos é possível que uma instituição
obtenha meios para o desenvolvimento de seus produtos ou serviços. Daí a necessidade dos
grupos de palhaços identificarem as formas como serão captado os recursos para custearem
suas despesas (figurino, maquiagem, material de escritório, material recreativo, aluguel,
transporte).
               Foi identificado que um dos grupos, o que corresponde a 25% da pesquisa,
realiza venda de produtos para captação de recursos, porém não foram identificados quais são
estes produtos.
               Observou-se que, nos grupos independentes (sem vínculo com qualquer
instituição), as formas mais freqüentes de aquisição de recursos são as doações de pessoas
físicas e/ou jurídicas, ou ainda dos próprios membros dos grupos, enquanto o grupo que
possui vínculo com uma faculdade, utiliza como única fonte de recursos as verbas oriundas da
prefeitura ou governo.
43




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               A contabilização das receitas e despesas propicia aos administradores,
relatórios que demonstram a situação real da empresa. Utilizando estes documentos, é
possível avaliar o desenvolvimento do capital, dos investimentos, do patrimônio e das
obrigações, auxiliando assim nas tomadas de decisões.
               Em 50% dos grupos entrevistados, esta atividade é desenvolvida, sendo estes
os grupos mais antigos. Os demais grupos não fazem qualquer registro de receitas e despesas,
não possuindo assim documentos que comprovem sua movimentação financeira.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               A prestação de contas tem como finalidade, demonstrar aos demais membros
de um grupo, quais foram as fontes de recursos adquiridos, assim como a forma que estes
foram aplicados.
               Na pesquisa realizada, observou-se que os grupos mais novos não realizam esta
atividade. Porem, entre os grupos mais antigos, esta atividade acontece todos os anos, sendo
que, no grupo que possui vínculo com uma faculdade, isso se dá semestralmente.
44




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               As leis de incentivos fiscais foram criadas nas áreas federal, estadual e
municipal, onde os interessados apresentam seus projetos a um desses órgãos para avaliação e
aprovação. Caso aprovado, o órgão dá direito ao requerente de procurar um patrocinador, que
o repassará ao requerente a verba solicitada, que será abatida no seu imposto de renda.
               Mesmo existindo inúmeros estudos comprovando a eficácia deste tipo de
atuação, atualmente os grupos de Goiânia não utilizam benefícios referentes a nenhuma lei de
incentivos fiscais. Cabe identificar se existiu dentre estes grupos a iniciativa de buscar este
recurso e nos casos afirmativos, verificar quais foram as dificuldades que inviabilizaram o seu
sucesso.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)


               As diferenças no montante de despesas anuais entre os grupos antigos e novos
são exorbitantes, ao ponto de o grupo mais antigo possuir uma despesa anual vinte vezes
maior que o grupo mais novo.
45



               O fator que mais influenciou na diferença de despesas é a estrutura operacional
dos grupos, onde a principal despesa está relacionada ao aluguel da sede do grupo mais
antigo, enquanto o grupo mais jovem não possui essa despesas devido não possuir sede.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               OBS: O Grupo 2 informou que sua única dificuldade é a captação de recursos.
               Dentre as dificuldades financeiras mencionadas, a captação de recursos foi a de
maior relevância, uma vez que esta foi citada por todos os grupos.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               Dentre as diversas utilidades do plano de marketing, está sua importante
missão de divulgar o serviço ou produto de uma empresa. Sendo assim, o marketing é de
extrema importância para qualquer instituição.
46



               No caso dos grupos de palhaços que atuam nos hospitais, a divulgação da sua
marca e a sua atuação, é importantíssimo para a conquista de novos parceiros, sejam eles de
serviços ou financeiros, promovendo assim maior desenvolvimento do próprio projeto.
               Mesmo diante de tantas vantagens, apenas o grupo mais antigo possui plano de
marketing, fator este que tem auxiliado-o na ampliação de sua qualificação e infra-estrutura.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               Contatou-se que, os veículos de divulgação mais utilizados pelos grupos
pesquisados, estão relacionados a internet, totalizando 64% das respostas.
               O grupo mais antigo é o que apresentou uma campanha de marketing mais
abrangente, onde, além das opções na internet (site, jornal eletrônico, site, redes sociais),
utiliza também o folder e apresentações em eventos extra-hospitalares.



4.1.4 Administrativo


               Foi constatado, que a maioria dos grupos de palhaços pesquisados, executam
recursos administrativos na sua gestão, como por exemplo, o planejamento estratégico.
               Observou-se ainda, que quanto mais antigo é o grupo, melhor é sua estrutura e
mais profissional são suas posturas gerenciais, o que demonstra que o tempo de existência de
cada projeto influencia na maturidade e eficiência da gestão.
47




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               A maioria dos grupos, correspondente a 75% dos grupos atuam no Hospital
Araújo Jorge. Quanto ao grupo vinculado a uma faculdade, este realiza suas atividades no
Hospital das Clínicas.
               Cabe investigar qual fator viabiliza ao Hospital Araújo Jorge (especializado no
tratamento de câncer em crianças e adultos) receber todos os outros grupos assíduos da cidade
de Goiânia.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               Observou-se que 75% dos grupos possuem de 10 à 12,2 anos, demonstrando o
período em que estes grupos foram fundados, está interligada ao período de 1998 à 2000,
quando o país estava sob influencia do incentivo das campanhas do então Presidente Fernando
Henrique Cardoso, que em fevereiro de 1998 assinou a Lei nº 9.608, a qual dispôs sobre o
serviço voluntário.
48




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)


               O planejamento estratégico é um processo gerencial que define os as
estratégias de ação que serão adotadas para a conquistas dos objetivos da empresa, sendo que,
para isso leva-se em consideração as condições internas e externas da mesma.
               No caso dos grupos de palhaços, o referido planejamento é imprescindível para
a otimização dos seus processos, onde se deve observar as suas disponibilidades,
potencialidades, necessidades dos pacientes e expectativas do hospital.
               O atendimento recreativo é apenas uma das atividades a serem planejadas
estrategicamente, uma vez que todas as demais áreas empresariais também devem usufruir
deste atividade.
               Dentre os grupos pesquisados, 75% destes declararam usufruir de planejamento
estratégico. Apenas o grupo mais jovem, que corresponde a 25%, não utiliza esta ferramenta
administrativa.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)
49



               Em qualquer segmentação administrativa, é de extrema importância que nas
parcerias de prestação de serviço, exista uma comunicação eficiente entre as partes
envolvidas, onde o objetivo comum será sempre o atendimento global das necessidades dos
clientes.
               No caso dos grupos de palhaços, a parceria com o hospital para o
desenvolvimento do planejamento estratégico do atendimento recreativo é de extrema
coerência, uma vez que é a equipe hospitalar a mais apropriada para diagnosticar as reais
necessidades dos pacientes, levando-se em consideração o seu estado clínico e patológico.
               Nos grupos pesquisados, observou-se que 50% destes não realizaram esta
parceria, sendo necessário a conscientização sobre a importância desta atividade.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)


               Para uma empresa, sua sede corresponde a ilustração da sua identidade, uma
vez que, neste ambiente, todos os assuntos a atividades são direcionadas ao seu próprio
desenvolvimento.
               Nos grupos pesquisados, constatou-se que os grupos mais jovens, que
corresponde a 50%, não possuem sede.
50




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               A freqüência das atuações mostra-se como uma característica importante não
só para o desenvolvimento das atividades do próprio grupo, mas também para o
desenvolvimento do próprio recreador. Prova disto, é que o grupo que executa o maior
número de visitas recreativas durante o mês, é aquele que é vinculado a uma faculdade, onde
os seus integrantes são alunos universitários de cursos relacionados à saúde, e utiliza esta
atividade como extensão curricular, auxiliando-os na promoção da humanização do seu
atendimento ao seu futuro paciente.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)
51



               Os registros das atividades são importantíssimos arquivos documentais, que
auxiliam na produção de planilhas que demonstrarão o desenvolvimento do próprio grupo,
assim como, suas necessidades de aprimoramento.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               O registro jurídico de uma empresa formaliza sua existência perante a
sociedade e aos poderes públicos. Demonstrando um nível maior de organização e
comprometimento para com seus ideais.
               Para os grupos de palhaços, esse registro auxilia no processo de captação de
recursos junto às empresas, que necessitam de documentação para formalização das doações.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)
52



               A departamentalização é um processo importante para a promoção da
descentralização das tarefas, onde a divisão destas viabiliza a aceleração dos processos, assim
como a qualificação dos envolvidos.
               A maioria dos grupos pesquisados não departamentalizaram suas áreas
administrativas, desencadeando acumulando funções aos gestores.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               O acúmulo de funções desencadeia na maioria dos casos, problemas
relacionados ao desenvolvimento dos processos, diminuindo o seu tempo de elaboração e
execução.
               Em todos os grupos pesquisados existe o acúmulo de atividades
administrativas, sendo assim, existe a necessidade de conscientização destes quanto a
importância da descentralização das funções para o melhor desenvolvimento das mesmas.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)
53



               A maioria dos grupos pesquisados relatou que existe a necessidade de novos
colaboradores para assumirem as áreas administrativas. Cabe identificar, já que os gestores do
grupo já possuem esta consciência, quais os fatores que influenciam na não solução deste
problema, assim como uma estratégia que venha auxiliá-los.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               Montar uma equipe administrativa mostrou-se na pesquisa, como a dificuldade
mais relevante dentro dos grupos pesquisados. Este fator demonstra que por mais nobre que
seja a fundamentação de um projeto, sem a consolidação administrativa, o seu desempenho
acontece em passos lentos.



4.1.5 Produção


               O produto oferecido pelos grupos pesquisados é a recreação hospitalar, que é
realizada junto aos pacientes internos nos hospitais.
               Esta área administrativa foi a área onde os grupos apresentaram os melhores
resultados, não existindo queixas quanto a quantidade de colaboradores na equipe, nem tão
pouco falta de equipamentos para sua realização.
54




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               Os recursos utilizados pelos grupos pesquisados são lúdicos, correspondendo a
proposta destes. O baixo custo do material foi uma característica relevante para o sucesso do
trabalho, uma vez que todos os grupos possuem problemas com captação de recursos.




(Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma
                                                                                         F8 / AN3 - 2010)



               A utilização de materiais de baixo custo demonstrou-se como um fator positivo
para a sua aquisição, uma vez que todos os grupos possuem dificuldades com captação de
recursos.
55



                              CONSIDERAÇÕES FINAIS


                 A pesquisa realizada, tendo como objetivo identificar a forma como são
administrados os grupos de palhaços que atuam nos hospitais de Goiânia, comprova a
importância da utilização dos recursos administrativos para o desenvolvimento destes grupos.
                 Através do estudo realizado, percebeu-se que os gestores destes grupos,
utilizam vários recursos administrativos para o desenvolvimento das suas atividades,
viabilizando a otimização dos seus processos, assim como o aprimoramento dos seus
colaboradores.
                 Observou-se ainda, que os grupos que utilizam os recursos administrativos com
maior freqüência, possuem uma infra-estrutura mais desenvolvida e uma maior maturidade
empresarial.
                 Problemas de grande gravidade foram identificados, onde, dentre eles, a falta
de documentação de registro dos colaboradores, fato este que pode desencadear sérios
problemas empregatícios.
                 Os dados também revelaram que, 50% destes grupos, necessitam conscientizar-
se quanto a importância da formalização dos seus processos administrativos, de modo que,
sua gestão torne-se mais profissional e menos imediatista, passando a atender as áreas da
administração, vendas/marketing e recursos humanos com uma estratégia melhor planejada.
                 A área de produção destes grupos foi a área administrativa onde se
apresentaram os melhores resultados, não existindo queixas quanto a quantidade de
colaboradores na equipe, nem tão pouco falta de equipamentos para sua realização. Isso
demonstra que, se a área da administração é o cérebro destes projetos, a área da produção é a
alma que os impulsionam, tornando-se o motivo pelo qual eles existem.
                 A simplicidade dos recursos utilizados no processo de produção da recreação
hospitalar demonstrou que o principal instrumento para o desenvolvimento desta função, não
são os recursos físicos identificados, mas sim a simpatia com que os recreadores envolvem o
seu público, que neste caso são os pacientes adultos e crianças infernos nos hospitais.
                 A competência dos colaboradores destes grupos, que sem sombra de dúvidas
são instrumentos de alegria e otimismo para os pacientes visitados, pode se tornar ainda
maior, caso todos os grupos venham a promover uma política de desenvolvimento contínuo,
por meio da oferta de cursos e oficinas. Atualmente, apenas 25% destes grupos adotam esta
56



política, por isso, é necessário que os outros grupos aperfeiçoem suas atividades referentes ao
departamento de recursos humanos.
              Os recreadores dos grupos entrevistados executam com competência a função
de ser palhaço, tornando-se assim instrumentos de alegria e otimismo junto aos pacientes
visitados. Porém, antes deste profissional chegar ao seu posto de atuação, deve existir toda
uma estrutura que promoverá suporte às suas atividades. Neste sentido, constatou-se que
atualmente, somente 50% dos grupos pesquisados possuem uma sede com infra-estrutura
necessária para pré-produção, assim como uma equipe administrativa.
              Nesta pesquisa, identificamos o importante papel dos grupos entrevistados, no
processo de humanização do atendimento hospitalar nesta cidade. No entanto, salientamos aos
gestores destes grupos - principalmente aqueles que coordenam os grupos mais recentes e
possuem uma estrutura operacional mais modesta – sobre a necessidade de um maior
empenho administrativo.
              Acreditamos que o amor e a filosofia do trabalho voluntário, são os principais
ingredientes para este doce trabalho, porém, não se deve esquecer que a administração é o
fermento que promoverá o crescimento desta ação. Expandindo assim, a oferta do seu produto
para muitas outras pessoas, que também precisam de atenção, carinho e risadas, como forma
de alimento para suas almas.
              A utilização deste tema para esta pesquisa foi de grande relevância não só para
o desenvolvimento dos grupos de palhaços que atuam nos hospitais, mas também para a
história da própria administração, que além de ser uma ciência que promove o lucro por meio
das moedas, passa a ser considerada também como um instrumento que proporciona lucros
imensuráveis, como por exemplo, sorrisos e gargalhadas, lembrando-nos que o melhor lucro é
aquele que beneficia à todos.
Tcc   administração dos grupos de palhaços que atuam nos hospitais de goiânia
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Tcc administração dos grupos de palhaços que atuam nos hospitais de goiânia

  • 1. ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS FACULDADE PADRÃO - UNIDADE III CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO DOS GRUPOS DE PALHAÇOS QUE ATUAM NOS HOSPITAIS DE GOIÂNIA Goiânia 2010/2
  • 2. Alessandro Carlos Nogueira João Carlos Vigilato Coutinho Maurício Antônio Do Nascimento Natália Barbosa Da Silva ADMINISTRAÇÃO DOS GRUPOS DE PALHAÇOS QUE ATUAM NOS HOSPITAIS DE GOIÂNIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação do Curso de Administração, para obtenção do diploma de Administrador, sob a orientação do Profº Esp. Maurício Dias Paes Lemes. Profº Esp. Maurício Dias Paes Lemes (Orientador) Goiânia 2010/2
  • 3. Alessandro Carlos Nogueira João Carlos Vigilato Coutinho Maurício Antônio Do Nascimento Natália Barbosa Da Silva ADMINISTRAÇÃO DOS GRUPOS DE PALHAÇOS QUE ATUAM NOS HOSPITAIS DE GOIÂNIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação do Curso de Administração, para obtenção do diploma de Administrador, sob a orientação do Profº Esp. Maurício Dias Paes Lemes. Banca Examinadora: __________________________________________________ Profº Esp. Maurício Dias Paes Lemes Orientador __________________________________________________ Prof°. Esp. Osvaldo Ribeiro Otoni Júnior Faculdade Padrão ________________________________________________ Profª. Esp. Keliami Camargo de Lima Faculdade Padrão Goiânia 2010/2
  • 4. Dedicamos este trabalho a Deus, aos nossos pais, amores, amigos e aos precursores da administração científica, que através de suas pesquisas, promoveram ferramentas de desenvolvimento para todas as ramificações empresariais, onde se inclui os grupos de palhaços, que se organizam para levar alegria e esperança às crianças e adultos hospitalizados.
  • 5. Agradecemos a Deus a oportunidade de caminharmos pelas veredas da cultura. Agradecemos ainda à Faculdade Padrão, pela oportunidade cedida para realização do curso de Administração. Ao orientador Prof. Maurício Dias Paes Lemes, por transformar-se na bússola que nos conduz a conclusão do nosso objetivo acadêmico. A todos os professores que nos ofereceram conhecimentos e técnicas que nos levam não só ao desenvolvimento profissional, mas também pessoal. À banca examinadora por aceitar o convite para avaliar nosso trabalho. A todos os nossos amigos, que com carinho, zelo e palavras de incentivo, nos motivaram nesta jornada.
  • 6. “O objetivo da educação é a virtude e o desejo de converter-se num bom cidadão”. Platão
  • 7. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; AMA – American Marketing Association;
  • 8. RESUMO A pesquisa realizada tem por objetivo identificar a forma como são administrados os grupos de palhaços que atuam nos hospitais de Goiânia. A base para análise dos resultados foi fundamentada nas referências teóricas da Teoria Clássica da Administração de Henri Fayol, Administração Científica de Taylor, Teoria Estruturalista da Administração de Etzioni. Utilizou-se na coleta de dados a aplicação de questionário junto aos gestores dos referidos grupos, que apresentaram resultados que foram tratados de forma quantitativa. Pode-se perceber que a administração auxilia os gestores destes grupos na coordenação de suas áreas distintas. Neste contexto, esta pesquisa comprova que existe a aplicação dos princípios da administração na maioria das ações destes grupos, mas que, é necessário que seus gestores se conscientizem da necessidade de aplicarem de forma global a ciência administrativa no gerenciamento destes grupos, promovendo assim, a evolução destes projetos. Palavras-Chave: administração; terceiro setor; humanização; palhaço.
  • 9. ABSTRACT The research aims to identify how they are managed groups of clowns who work in hospitals in Goiânia. The basis for analysis was based on theoretical references of the Classical Theory of Management Henri Fayol, Taylor's Scientific Management Theory Structuralist Administration Etzioni. It was used in data collection to a questionnaire to the managers of those groups, whose results were treated in a quantitative manner. It can be noticed that the administration can help managers of these groups in coordinating their respective fields. In this context, this research shows that there is the application of principles of management most of the actions of these groups, but hat it is necessary that their managers are aware of the need to comprehensively implement administrative science in the management of these groups, thus promoting the evolution of these projects. Keywords: administration, third sector; humanization; clown.
  • 10. SUMÁRIO INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 11 CAPÍTULO I ____________________________________________________________ 13 1. CONTEXTO HISTÓRICO _______________________________________________ 13 1.1 Conceitos de Administração ______________________________________________ 16 1.2 Áreas da Administração _________________________________________________ 17 1.2.1 Estrutura da Organização _____________________________________________ 18 1.2.2 Administração Geral _________________________________________________ 19 1.2.3 Produção __________________________________________________________ 19 1.2.4 Administração da Produção nas Pequenas Empresas ________________________ 20 1.2.5 Vendas/Marketing ___________________________________________________ 21 1.2.6 Vendas ____________________________________________________________ 21 1.2.7 Marketing _________________________________________________________ 22 1.2.8 Gestão de Pessoas ___________________________________________________ 23 1.2.9 Planejamento e Análise dos Investimentos ________________________________ 25 CAPÍTULO II ____________________________________________________________ 27 2. PALHAÇOS ___________________________________________________________ 27 2.1 Origens dos Palhaços ___________________________________________________ 27 2.1.1 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais ______________________ 28 2.1.2 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais do Brasil ______________ 30 2.1.3 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais de Goiânia _____________ 32 3. METODOLOGIA DA PESQUISA _________________________________________ 34 3.1 Identificação dos Sujeitos da Pesquisa ______________________________________ 34 3.1.1 Critério de Inclusão e Exclusão da Pesquisa _______________________________ 34 3.1.2 Tamanho e Características da População Estudada __________________________ 34 3.1.3 Análise Crítica dos Riscos e Benefícios ___________________________________ 35 3.1.4 Obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ___________________ 35 3.1.5 Aprovação da Metodologia do Trabalho Por Comitê de Ética ________________________________________________________________________ 35 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ________________________ 36 4.1 Resultados do Questionário ______________________________________________ 36 4.1.1 Categorias das Informações Coletadas no Questionário ______________________ 36
  • 11. 4.1.2 Recursos Humanos ___________________________________________________ 37 4.1.3 Financeiro __________________________________________________________ 41 4.1.4 Administrativo ______________________________________________________ 46 4.1.5 Produção ___________________________________________________________ 53 CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________________________ 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________________ 57 ANEXOS ________________________________________________________________ 61
  • 12. 11 INTRODUÇÃO A administração é uma área muito democrática, pois auxilia no desenvolvimento técnico e operacional de qualquer ramificação empresarial. Neste contexto, podemos citar a sua importância também para o desenvolvimento dos grupos de palhaços que atuam nos hospitais, levando um trabalho de auxílio humanitário às crianças e adultos internos nos hospitais. O que observamos no caso dos Doutores da Alegria é que o sistema de crenças que os move na sua percepção da realidade tem efeitos específicos no contexto hospitalar: melhoria da comunicação, diminuição da ansiedade, maior colaboração com o tratamento médico e melhoria na imagem da hospitalização. (MASETTI, 1998, pg.58). Esta prática recreativa, que também possui um valor terapêutico, vem sendo desenvolvida há mais de dois mil anos, em várias partes do mundo. “Hipócrates, o Pai da Medicina, no século IV A.C. já utilizava animações e brincadeiras na recuperação dos pacientes”. (LAMBERT, 1999, pg.13). Sendo assim, é de suma importância que este tema seja estudado com o intuito de promoção da qualificação administrativa, fator este que promove a sua aplicação de forma eficaz e eficiente. O grupo de pesquisa responsável por este Trabalho de Conclusão de Curso encontrou várias pesquisas referentes aos efeitos psicológicos decorrentes do trabalho dos palhaços junto aos pacientes, porém, não localizou material bibliográfico específico sobre a aplicação da administração destes grupos. Daí o interesse pela pesquisa deste tema, uma vez que seus resultados poderão auxiliar aos coordenadores destes grupos a qualificarem o seu trabalho, e conseqüentemente manter e ampliar esta prática recreativa junto aos pacientes e seus familiares, que são seres que procuram não apenas a cura física, mas também o bem estar emocional enquanto internos nestas instituições. A implantação dos princípios administrativos é um instrumento de qualificação. Daí a importância de conhecer a forma como são gerenciados os grupos de palhaços de Goiânia - GO, pois só assim poderá ser sugerida a implantação de alguns processos que promoverão a evolução operacional. No grupo Doutores da Alegria, atuante na cidade de São Paulo-SP existe essa preocupação operacional.
  • 13. 12 Essa é a força do palhaço, que ultrapassa os limites do picadeiro e alcança os caminhos da saúde com a utilização da alegria. Desta maneira, com o que víamos nos hospitais, com os depoimentos dos artistas durante nossas reuniões e com o auxílio dos relatórios de atividades, fomos estabelecendo um referencial para a construção de uma ética que valida nosso fazer. (MASETTI, 2003, pg.10). Os trabalhos oferecidos pelos grupos de palhaços oferecem o beneficiamento da saúde pública, pois como sua atuação auxilia no processo de cura, diminui também o tempo de internação. Sendo assim, os recursos que seriam aplicados no tempo excessivo da internação, poderão ser utilizados ao beneficiamento de outras áreas da saúde. Este processo de conseqüências da atuação recreativa é também um processo administrativo.
  • 14. 13 CAPÍTULO I 1. CONTEXTO HISTÓRICO Desde os primórdios da história humana, houve a aplicação da administração. Isto é um fato, onde nos grupos primitivos já existia a presença de um líder, que coordenava as atividades da caça, pesca e defesa dos mesmos. Moisés, para salvar o povo de Israel das mãos do Faraó, liderou cerca de 1,8 milhões de pessoas por 40 anos, e graças a este fato, é considerado até os dias de hoje como um dos maiores administradores de todos os tempos. Juntamente com o desenvolvimento da história humana, ocorre o desenvolvimento do planejamento, programação e controle dos recursos, atividades estas, que chamamos hoje de Administração. Os primeiros registros da Administração aconteceu com o aparecimento das grandes construções, marcaram o mundo não apenas pelo seu desenvolvimento arquitetônico, mas também pelo seu desenvolvimento administrativo, gerenciando produtos e serviços para o seu desenvolvimento. Segundo WILSON, “as grandes obras realizadas em eras remotas da história da humanidade tem maior probabilidade de terem sido os primeiros tipos de processo produtivo a requerer técnicas gerenciais para suas operações”. (CORRÊA, apud 2003, pg.19). Sendo assim, as pirâmides, as esfinges do Egito, os castelos europeus, as muralhas da China e os aquedutos romanos, são exemplos da origem da administração de recursos materiais e humanos. Para o surgimento das primeiras grandes obras da humanidade, foi necessário o empenho de gestores, que mesmo de forma empírica, deram início ao registro dos primeiros acontecimentos administrativos. São poucos os registros sobre a forma administrativa utilizada para o desenvolvimento destes grandes empreendimentos, mas graças a estes, foi possível realizar um comparativo da administração primária com a administração contemporânea. Quanto à administração primária, denominamos assim as atividades que aconteciam de forma rudimentar, onde, apesar de ter um objetivo, não existia um plano de metas para os processos a serem desenvolvidos.
  • 15. 14 Quanto à administração contemporânea, denominamos assim as atividades desenvolvidas nas épocas atuais, fundamentadas nos princípios administrativos fundamentadas pelos teóricos da administração. As construções das primeiras grandes catedrais são bons exemplos sobre os primeiros registros da administração: Há pouca informação na literatura sobre métodos gerenciais usados para gestão desses empreendimentos, mas aparentemente não eram usados métodos sistematizados ou especializados. A construção das grandes catedrais é um bom exemplo: representavam esforços enormes, com projetos muito exigentes e necessidades de planejamento que envolvia centenas e até milhares de pessoas com variadas habilidades que trabalhavam em numerosas atividades. A despeito de sua escala e complexidade monumental, a duração do projeto e seu custo não parecem ter sido gerenciados com as preocupações presentes hoje em situações de complexidade similar. A natureza religiosa e política dos projetos, a falta de sistemas de contabilidade formais e uma não-premência de tempo parecem ter sido importantes fatores de alívio para pressões por eficiência ou eficácia na gestão. (CORRÊA, 2003, p.19-20). Os primórdios da Administração se desenvolveram a passos muito lentos, foram séculos sem qualquer estudo científico ligado ao desenvolvimento dos processos gerenciais ou produtivos. Em torno de 1901, surgem os resultados dos primeiros estudos de Frederick Winslow Taylor, um engenheiro nascido na Filadélfia, nos Estados Unidos da América, que posteriormente teve suas idéias conhecidas como Administração Científica, em decorrência da observação dos resultados dos trabalhos desenvolvidos pelos operários que trabalhavam na mesma fábrica que ele. Taylor estabeleceu princípios que passaram mais tarde a ser conhecidos como princípios da administração científica. Embora talvez o termo científico seja inadequado para descrever a abordagem taylorista, dada a escassa base científica de suas análises, Taylor sistematizou técnicas e princípios que, em seu conjunto, contribuíram para um aumento substancial dos níveis de eficiência da indústria americana do início do século XX. (CORRÊA, 2003, pg.40). Os resultados positivos dos estudos de Taylor incentivaram os estudos da Administração por parte de outros pesquisadores, que também foram considerados como teóricos da administração. Dentre estes, cita-se Henri Fayol, um engenheiro francês nascido em Constantinopla, que fez sua carreira nas indústrias metalúrgicas. Para Fayol, os princípios da Administração, que também ficaram conhecidos como filão da Teoria Clássica, é uma lista de quatorze procedimentos os quais os
  • 16. 15 administradores devem adotar para conseguir uma gestão de qualidade, eficiência e eficácia, sendo eles: 1. Divisão do trabalho: Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência. 2. Autoridade e responsabilidade: Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si. 3. Disciplina: Depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos. 4. Unidade de comando: Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única. 5. Unidade de direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo. 6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas. 7. Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição. 8. Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização. 9. Cadeia escolar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio do comando. 10. Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. 11. Eqüidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal. 12. Estabilidade do pessoal: a rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa. 13. Iniciativa: A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso. 14. Espírito de equipe: A harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização. (CHIAVENATO, 2000, pg. 86-87) Mesmo ditando os princípios da administração, Fayol acreditava que estes princípios deveriam ser seguidos sem qualquer tipo de rigidez, devendo estes ser maleáveis a cada situação, não cabendo ao administrador agir de forma intransigente junto aos seus colaboradores. A maleabilidade das funções exigiu dos administradores um maior senso de coerência quanto aos assuntos a serem definidos na empresa. Sendo assim, quando o administrador que utilizasse as suas normas e procedimentos obtivesse prejuízos, Fayol não poderia ser o culpado, pois cabia exclusivamente ao administrador da empresa, a função de identificar a melhor opção a ser seguida, deveria observar todas as áreas administrativas em que se envolve uma empresa. “Tudo em Administração é questão de medida, de ponderação e de bom senso. Tais princípios, portanto, são maleáveis e adaptam-se em qualquer circunstância, tempo ou lugar”. (CHIAVENATO, 2000, pg. 86). Os administradores devem basear-se em suas atividades administrativas e na fundamentação teórica da administração,
  • 17. 16 uma vez que, seus princípios são universais para qualquer ramificação empreendedora, seja ela com ou sem fins lucrativos. É a administração que oferece subsídios para o desenvolvimento técnico e operacional de qualquer tipo de empreendimento. 1.1 Conceitos de Administração A Administração, em sua ilimitada potencialidade de implantação, se tornou uma ferramenta indispensável para conquista do sucesso de qualquer tipo de empreendimento, viabilizando técnicas que auxiliam no êxito dos melhores resultados de um projeto de ação. Em uma época de complexidades, mudanças e incertezas como a que atravessamos hoje, a Administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana. Vivemos em uma civilização na qual o esforço cooperativo do homem é a base fundamental da sociedade. E a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. (CHIAVENATO, 2000, p.5.) Henri Fayol definiu a Administração como ato de: • Prever; • Organizar; • Comandar; • Coordenar; • Controlar. O ato de prever compreende-se o período em que o administrador visualiza o futuro e traça o programa de ação. O ato de organizar compreende-se o período em que o administrador constrói o organismo material e social da empresa. O ato de comandar compreende-se o período em que o administrador dirige e orienta sua equipe de colaboradores. O período de coordenar compreende-se o período em que o administrador interage todos os departamentos da empresa, harmonizando os atos e esforços coletivos. O período de controlar compreende-se o período em que o administrador verifica se o plano de ação está sendo desenvolvido conforme as regras e ordens estabelecidas.
  • 18. 17 1.2 Áreas da Administração A departamentalização de uma empresa propicia um melhor desenvolvimento administrativo, onde o administrador geral pode dividir com os demais administradores responsabilidades setoriais. Atuando com maior rapidez nas tomadas de decisões, e melhorando a capacitação do seu gestor, possibilitando a especialização dos seus conhecimentos na área em que atua. Segundo Etzioni, as organizações possuem as seguintes características: a) Divisão de trabalho e atribuição de poder e responsabilidades: de acordo com um planejamento intencional para intensificar a realização de objetivos específicos. b) Centros de poder: controlam os esforços combinados da organização e os dirigem para seus objetivos; esses centros do poder precisam também reexaminar continuamente a realização da organização e, quando necessário, reordenar sua estrutura, a fim de aumentar sua eficiência. c) Substituição do pessoal: as pessoas podem ser demitidas ou substituídas por outras pessoas para as suas tarefas. A organização pode recombinar seu pessoal através de transferências e promoções. (CHIAVENATO, 2000, p.356) Durante o ano de 1916 enquanto Taylor e outros engenheiros trabalhavam em prol do desenvolvimento da Administração Científica nos Estados Unidos, a Teoria Clássica surgiu na França sendo rapidamente difundida por toda a Europa. Visavam a busca da eficiência das organizações. Enquanto a Administração Científica julgava que essa eficiência era alcançada por meio da racionalização do trabalho e no somatório da eficiência individual, a Teoria Clássica vinha na contra mão, enfatizava toda a organização e sua estrutura, sendo eles órgãos e pessoas. Essa preocupação proporcionou a ampliação no objetivo de estudo da Teoria Geral da Administração. Em 1916, sob a luz dos pensamentos de Fayol, surgiu na França a Teoria Clássica da Administração, caracterizada pela ênfase na estrutura necessária para ser eficiente, sendo que, suas atividades deveriam ser divididas em funções. As áreas da administração são divisões que auxiliam no processo de distribuição de tarefas, cargos e funções, promovendo assim a agilidade dos processos, e tomadas de decisões.
  • 19. 18 1.2.1 Estrutura da Organização (FAYOL, 2000, pg. 84) Para Fayol nenhuma das cinco funções essenciais procedentes tem o encargo de formular o programa de ação geral da empresa, de constituir o seu corpo social, de coordenar os esforços e de harmonizar os atos. Essas atribuições constituem outra função, designada pelo nome de Administração que estão divididas nas seguintes áreas: • Administração geral; • Produção; • Vendas/marketing; • Gestão de Pessoas. De acordo com Chiavenato, Fayol tentou definir os Princípios Gerais de Administração, sistematizando-os muito bem, embora sem muita originalidade, porquanto os coletou de diversos autores de sua época. “A visão de Fayol sobre as funções básicas da empresa está ultrapassada. Hoje, as funções recebem o nome de áreas da administração”. (CHIAVENATO, 2000, pg.83). Para Fayol tudo em Administração é questão de medida, de ponderação e de bom senso. Sendo assim é imprescindível aos administradores que podem influenciar ao alcance dos seus objetivos.
  • 20. 19 1.2.2 Administração Geral Esta área tem como função, desenvolver a integração dos coordenadores das diversas áreas administrativas, coordenando e sincronizando suas tarefas, objetivando uma finalidade comum, que é o desenvolvimento da empresa como um todo. A administração seja ela uma arte, uma ciência, ou ambas, é praticada o tempo todo. Sabe-se que a administração obteve diversos enfoques e visões diferentes através do tempo, contudo, ela permanece como forma de aprimorar os meios para atingir os melhores fins. Chiavenato (2000) concorda com o conceito de Stoner quando diz que a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos, “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente e eficaz”. CHIAVENATO (2000, p. 5) 1.2.3 Produção A administração da produção busca o equilíbrio entre as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de um produto ou serviço, que será oferecido ao seu público alvo. Esse processo também pode ser identificado como gestão de operações, como citada por SLACK e LEWIS (2002): Gestão de operações é a atividade de gerenciamento de recursos escassos e processos que produzem e entregam bem e serviços, visando atender a necessidades e/ou desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes. (CORRÊA Henrique Luiz, 2003, p. 17). O processo compreende a equação da quantidade de profissionais para o desenvolvimento de cada fase, captação de matéria-prima e equipamentos. O acompanhamento e readequação das tarefas quando necessário é fundamental para o controle do tempo de execução, que viabiliza ao cliente a entrega do produto ou serviço no tempo e com a qualidade combinada.
  • 21. 20 A administração da produção trata da maneira pela qual às organizações produzem bens e serviços. Tudo o que é consumido chega ao consumidor final graças aos gerentes de operações que organizam sua produção. A produção está em toda parte, embora nem sempre as pessoas que supervisionam sua “produção” sejam chamados gerentes de produção, isso é o que eles realmente são. “Qualquer organização possui uma função produção porque produz algum tipo de bem e/ou serviço. Entretanto nem todos os tipos de organização, necessariamente, denominam a função produção por esse nome”. (SLACK 2002, pag. 32) A função produção é central para a organização, uma vez que, ela produz os bens e serviços que são a razão de sua existência, mas isso não quer dizer que seja a única, nem a mais importante. Entretanto, é umas das três funções centrais de qualquer organização, que são: • Função Marketing: responsável por comunicar os produtos ou serviços de uma empresa para seu mercado; • Função Desenvolvimento de produto/serviço: responsável por criar novos produtos e serviços ou modificá-los; • Função Produção: responsável por satisfazer às solicitações de consumidores por meio da produção e entrega de produtos e serviços. Destacam-se também as funções de apoio que suprem e apóiam a função produção: • Função Contábil-Financeira: fornece informação para ajudar os processos decisórios econômicos, assim como administra os recursos financeiros da organização; • Função Recursos Humanos: recruta e desenvolve os funcionários da organização. 1.2.4 Administração da Produção nas Pequenas Empresas As pequenas empresas devem receber uma abordagem diferente por parte de seu administrador de produção, uma vez que traz consigo um próprio conjunto de problemas. Teoricamente, a administração da produção envolve o mesmo conjunto de atividades para qualquer tamanho de organização. Entretanto, na prática, administrar a
  • 22. 21 produção em organizações de pequeno e médio porte possui seu próprio conjunto de problemas. Empresas grandes podem ter os recursos para destinar profissionais a desempenhar funções organizacionais específicas, o que geralmente não ocorre com empresas menores. Isso significa que as pessoas podem ter que executar diferentes trabalhos, conforme a necessidade. SLACK (2002, PAG. 33) Desta forma, podemos ser empresas pequenas, mas muitos de nossos consumidores podem ser grandes indústrias ou empresas de produção que esperam um nível de serviço tão profissional como de qualquer um de seus fornecedores. 1.2.5 Vendas/Marketing Para CHIAVENATO (2000), as funções comerciais são chamadas de área de vendas/marketing. Porém, devido o altíssimo desenvolvimento da área de marketing do ano 2000 aos dias atuais, as referidas citações serão relatadas separadamente neste Trabalho de Conclusão de Curso. 1.2.6 Vendas Hoje é comum empresas dizerem que marketing é o mesmo que vendas, sendo é um profundo engano, afinal venda é um produto a mais no marketing. Mais na verdade o termo vendas foi originado aos primórdios da fundação da Carbonária associação secreta século XVIII e meados do século XIX, com membros em Itália (carbonari - carvoeiros) e, em França (fendeurs - lenhadores), assim ao lugar superior das reuniões davam o nome de Venda ou a casa onde se reuniam os mestres, mais do que o significado atual e corrente de loja, que é o sinônimo de Venda. A venda pessoal é uma das formas mais eficazes de comunicação, pois ocorre frente a frente em relação do vendedor e o comprador através de formas antigas, através de contatos direcionados e por telefone, hoje mais interativo com computadores entre outras formas. A definição de vendas é muito importante no processo de comunicação, uma vez que o vendedor identifica e satisfaz às necessidades de um comprador para o benefício de longo prazo de ambas as partes.
  • 23. 22 Czinkota (2001) venda pessoal é a comunicação verbal direta concebida para explicar como bens, serviços ou idéias de uma pessoa ou empresa servem às necessidades de um ou mais clientes potenciais. Rogers (1993) venda pessoal é o lado acentuado do marketing porque é quando os representantes da empresa ficam frente a frente com os compradores em potencial. 1.2.7 Marketing O Marketing estaria presente durante todo o percurso histórico, desde Adão e Eva quando a cobra foi a primeira a aplicar o conceito de Marketing, usando a sua técnica de persuasão para vender a maçã a Eva. Quando se fala em Marketing a primeira idéia que vem na cabeça é que se trata da venda ou propaganda de algum produto. O marketing é bem conhecido ao seu redor, através dos anúncios que invade nossa TV, nossas revistas, o jornal, na própria correspondência, a internet que navegamos e no nosso próprio lazer. O marketing está presente no dia a dia. O marketing tem muitas definições e tentativas de traduções de acordo com as mudanças ambientais e das diferentes exigências sociais do mercado. Mais em 1960, a Ama (American Marketing Association) definia Marketing como o desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador. Mas em 1985 a Ama substitui a sua definição por outra mais abrangente e atualizada, conforme relata BENETT: “Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas que venham a satisfazer objetivos individuais e organizacionais.” (KOTLER, apud 1998, pg.32). De outro lado, Pioneira Thomson Learning define marketing como uma filosofia simples e intuitiva realçando a justificativa econômica e social para a existência da empresa, satisfazendo os desejos e necessidades do cliente, ao mesmo tempo atendendo aos objetivos da organização. Mas Philip Kotler acha que é um processo social gerencial que os indivíduos e grupos obtêm a necessidade desejada pela criação, oferta e troca de produtos. Baseando nas necessidades, desejos, demandas e produtos.
  • 24. 23 Alexandre Luzzi Las Casas, fala que marketing é uma atividade de comercialização com base no conceito de troca devido à necessidade que os indivíduos e organizações necessitavam de produtos e serviços, levando a especializações e fazendo produtos bem feitos com maior dedicação, beneficiando a sociedade. Flávio Torres Urdan e André Torres Urdan complementam que marketing é troca ou transferência entre partes de algo que possuem, mostrando que sua existência existe deste quando as pessoas começaram a procurar ou oferecer coisas na expectativa de recebimento de algo em troca melhorando a existência para todos. 1.2.8 Gestão de Pessoas Entre suas funções do Administrador de Gestão de Pessoas, estão os assuntos referentes aos aspectos internos e externos: Dentre os aspectos internos do Administrador de Gestão de Pessoas, cita-se: • Análise e descrição de cargos; • Avaliação de cargos; • Treinamento; • Avaliação de desempenho; • Plano de carreiras; • Plano de benefícios sociais; • Higiene; • Segurança; Dentre os aspectos externos do Administrador de Gestão de Pessoas, cita-se: • Pesquisa de mercado de trabalho; • Recrutamento e seleção; • Legislação trabalhista; • Relação com sindicatos. Dentre as opções de promoção de oportunidades de aprimoramento das atividades dos colaboradores, o Administrador de Gestão de Pessoas pode aplicar na empresa um programa de desenvolvimento contínuo, onde a empresa oferece cursos periódicos aos seus colaboradores, isso, sob coordenação de um psicólogo, terapeuta ocupacional ou um
  • 25. 24 gestor de pessoas, viabilizando assim, a consciência coletiva da importância do constante aprendizado. A Administração da Gestão de Pessoas é uma área que envolve conceitos de psicologia industrial e organizacional, assim como conceitos de sociologia organizacional, engenharia de segurança, medicina do trabalho, engenharia de sistemas, etc. Os recursos são meios que as organizações possuem para realizar suas tarefas e atingir seus objetivos: são bens ou serviços consumidos na realização das atividades organizacionais. Podem ser imaginados como os insumos necessários para produzir o produto final ou o serviço prestado pela organização. Geralmente, quando se fala em recursos, surge a imagem simplista de dinheiro, equipamento, materiais, pessoal. Porém, os recursos organizacionais são extremamente diversificados e complexos. (CHIAVENATO, 2002, p.128). Outra função destinada ao Administrador de Gestão de Pessoas está em promover a higiene e segurança do trabalho, isso tanto de forma física quanto psíquica, que são as variáveis da situação que influenciam o comportamento humano. Para isso, este administrador estabelece normas e procedimentos, colocando em prática os recursos possíveis para conseguir a prevenção de acidentes. O Administrador de Gestão de Pessoas, não é responsável apenas pelo recrutamento e seleção dos funcionários de uma empresa, mas também na promoção da ampliação de suas potencialidades, assim como, é também o responsável pela promoção da qualidade do ambiente de trabalho e da minimização dos riscos físicos e psíquicos aos colaboradores. Podemos perceber que a gestão de Pessoas vem passando por um amplo processo de transformação, na medida em que os sistemas tradicionalmente utilizados como referencial vem demonstrando fragilidades diante do ambiente turbulento e em constante mudança pelo qual vem passando as organizações. A segurança busca minimizar os acidentes de trabalho. Podemos conceituar acidente de trabalho como decorrente do trabalho, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença que determine a morte, a perda total ou parcial permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. A palavra acidente significa imprevisto e perfeitamente evitável na maioria dos casos. (CHIAVENATO (2002, p. 440) Considerando que mudanças ocorrem a todo o momento, a organização precisa estar alinhada em torno de definições estratégicas claras, sustentadas por uma gestão com
  • 26. 25 amplo envolvimento e participação. Uma organização que deseja ter de si mesma uma visão estratégica precisa levar em conta que há um fluxo de conhecimentos que afeta a produção como um todo. É preciso, portanto, estabelecer um compromisso com a força de trabalho, baseado em respeito mútuo em uma comunicação aberta, ou seja, com o envolvimento dos clientes internos e externos. O momento atual exige ampla transformação, uma nova "filosofia de gestão", o que implica uma grande mudança no paradigma. É necessário que o gestor aprenda a criar novas formas organizacionais em torno de equipes e processo. As duas formas principais de modelos de sucesso atualmente é a gestão por competência e desenvolvimento de líderes verdadeiros, que vamos discorrer a seguir: Ao estabelecer um modelo de gestão por competências, faz-se necessário adotar algumas atitudes básicas relacionadas às ações gerenciais: • Conscientização de que cada tipo de organização necessita de pessoas com perfis específicos e que cada posto de trabalho existente na empresa tem características próprias e deve ser ocupado por profissionais que apresentem um determinado perfil de competências. • Reconhecimento de que aqueles que ocupam funções de liderança são responsáveis pela oferta de oportunidades que permitam o desenvolvimento e a aquisição de novas competências. • Crença de que sempre haverá a demanda para o desenvolvimento de novas competências e o que hoje é exigido para a boa execução de um trabalho, poderá agregar novas exigências amanhã. • A arte de saber delegar é cada vez mais uma necessidade dentro de uma organização, nomeadamente no que se refere à sua gestão. 1.2.9 Planejamento e Análise dos Investimentos Nos relatos de CHIAVENATO, relacionado às divisões das áreas administrativas, não consta o item “financeiro”. Porém, devido o grande desenvolvimento desta área, relatamos abaixo os resultados encontrados na pesquisa:
  • 27. 26 Nesta área estão inseridos o planejamento, análise dos investimentos e captação de recursos, objetivando-se o desenvolvimento da mesma e também a minimização dos desperdícios. Tal área administrativa pode ser considerada como o sangue ou a gasolina da empresa, que possibilita o funcionamento de forma correta, sistêmica e sinérgica, passando o oxigênio ou vida para os outros setores, sendo preciso circular constantemente, possibilitando a realização das atividades necessárias, objetivando o lucro, maximização dos investimentos, mas acima de tudo, o controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros, podendo ser em forma de investimentos, empréstimos entre outros, mas sempre visionando a viabilidade dos negócios, que proporcionem não somente o crescimento, mas o desenvolvimento e estabilização. Administração financeira cuida de planejamento, analise de investimentos, política de crescimento, financiamento, contabilidade, etc. (LIMA NETTO, 1978, p. 34). Para um bom controle financeiro é indispensável o desenvolvimento do Balanço Patrimonial, onde além de apresentar a situação real da empresa, oferece informações que auxiliam na tomada de decisões. Os relatórios financeiros têm a finalidade de demonstrar por meio de planilhas: • Situação Econômica da Empresa; • Desenvolvimento dos Recursos; • Patrimônio; • Compromissos Pendentes; • Rentabilidade das Aplicações. Essas informações são indispensáveis num processo de avaliação de um projeto ou mesmo durante a formatação de um novo projeto, uma vez que a documentação financeira demonstra as possibilidades reais que a empresa dispõe para novos investimentos.
  • 28. 27 CAPÍTULO II 2. PALHAÇOS O palhaço é o sinônimo de alegria e descontração, tornando-o um personagem de grande representatividade tanto na cultura ocidental quanto oriental. O princípio da sua existência está vinculado a arte de trazer diversão às pessoas, isso, por meio da sua aparência excêntrica, seu sorriso espontâneo, sua conversa despretensiosa, seu jeito infantil de falar e se comportar, que são as características que o compõe. Conseqüentemente, sua presença não passa despercebida, devido sua exuberante singularidade. A sua imagem alegre, com um comportamento que mescla imaturidade, ingenuidade e simpatia, faz com que as pessoas se tornem mais receptivas à sua presença. O que confirma a carência das pessoas quanto a necessidade de encontrarem oportunidades de descontração, dentro da nossa atualidade tão repleta de correria e individualidades. O palhaço é uma figura artística tão importante, que em nenhum lugar do mundo, nenhum empresário consegue registrar juridicamente um empreendimento circense, sem que no seu quadro de artistas não exista pelo menos a presença de um palhaço. O palhaço é o rei do circo. É o artista que canta, dança, representa, faz mágica, malabarismo e principalmente: faz sorrir. 2.1 Origens dos palhaços A origem exata, quanto à localização e período de surgimento, ainda é um mistério. Porém, acredita-se que sua origem deu-se através dos povos nômades (ciganos) há milhares de anos. Pesquisadores encontraram na China algumas pinturas datadas de 5.000 anos, que mostram figuras de acrobatas utilizando figurinos extravagantes. Também existem registros que há 2.500 anos antes de Cristo, no Egito, já existiam palhaços divertindo os faraós.
  • 29. 28 Quanto a imagem do palhaço contemporâneo, provavelmente sua origem deu- se na Europa, mais precisamente na Itália, por intermédio do cinema com a comédia Del Arte. Na China, por exemplo, pinturas de 5.000 anos mostram algumas figuras como acrobatas de roupa excêntrica. Por volta do ano 2.500 antes de Cristo, no Egito, a figura do bobo da corte já divertia os faraós, isso na Dinastia do Faraó Dadkri-Assi. Provavelmente na Europa, aconteceu a fusão do bobo da corte com elementos do teatro. A comédia Del Arte que nasceu na Itália passou a utilizar o modelo do bobo da corte, fazendo surgir o palhaço como conhecemos hoje, com roupas largas, sapatos exageradamente grandes, Máscaras divertidas e um jeitão atrapalhado. (Site <http//www.agoravale.com.br/aforavale/notícias.asp?id=9229&cod=1>, acesso 08/06/2010). O palhaço e sua representatividade vêm sofrendo transformações no decorrer do tempo. Hoje, no Le Cirque de Soleil, que é a maior companhia circense do mundo, o palhaço é um profissional altamente qualificado, que necessita de cursos de interpretação e específicos da cultura “clow”. Porem, a sua essência continua a mesma: proliferador de sorrisos. 2.1.1 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais No decorrer do tempo, o palhaço, que antes estava limitado a apresentações circenses, foi conquistando novos espaços, como por exemplo: teatro, escolas, arenas de rodeio, presídios e empresas. Devido ao seu potencial de transformação dos ambientes, o palhaço passou a integrar também o ambiente hospitalar, auxiliando na humanização do processo de internaçdos pacientes. A utilização da alegria como processo de tratamento de cura em pessoas enfermas, é uma atividade que vem sendo desempenhada há vários séculos. Em 1985, na cidade de New York, nos Estados Unidos da América, aconteceu a introdução do palhaço no ambiente hospitalar, quando Michael Christense, que é diretor dos “clows” do Big Apple Circus, uma das maiores organizações culturais sem fins lucrativos de Nova Iorque, realizou sua primeira apresentação hospitalar.
  • 30. 29 Vários são os estudiosos, filósofos, médicos, cientistas, que afirma o poder terapêutico da alegria: Hipócrates, o Pai da Medicina, no século IV a.C. já utilizava animações e brincadeiras na recuperação dos pacientes. Darwin, pioneiro no estudo dos movimentos expressivos da comunicação não-verbal, classificou, em seu livro A expressão das emoções no homem e nos animais, de 1872, o sorriso e o riso entre os movimentos expressivos inatos e universais. Freud, em seu trabalho A Graça e suas Relações com o Inconsciente, escrito em 1916, já afirmava que uma cena cômica e o riso dela decorrente melhoravam a saúde física e mental. O médico norte-americano Hunter Adams, chamado de “Patch Adams”, vem utilizando com sucesso, desde a década de 60, o riso como agente de cura, um eficiente instrumento terapêutico que favorece a recuperação e a cura dos pacientes. E agora ele está partindo para a construção de um hospital beneficente que tratará enfermos de corpo e alma com a Risoterapia associada a outra Terapias Naturais. Em 1987, Frans Alexander, do Instituto de Psicanálise de Chicago, concluiu em suas pesquisas que “o caráter liberador do riso é um meio de se extravasar as tensões e de se evitar as doenças psicossomáticas”. Na Alemanha, uma pesquisa feita pelo Departamento de Psicologia de Dusseldorf provou que “rir é tão bom para o organismo quanto praticar esportes”. (LAMBERT, 1999, pg.13). O Clown Care Unit, nasceu como um departamento do Big Apple Circus, onde os artistas lá cadastrados foram devidamente treinados para levar alegria às crianças internadas em hospitais da cidade de New York. Seus integrantes são de nacionalidades diversas, o que ampliou ainda mais a qualificação do trabalho, que teve influência cultural de vários países. Em 1985, meu irmão morreu de câncer. Pouco antes de ficar doente, numa feira de antiguidades, ele viu uma maleta de médico e me deu de presente. Ele imaginou que, no futuro, eu poderia usá-la em alguma apresentação. Um ano depois de sua morte, recebi o telefonema de uma senhora que, depois de assistir a um de meus espetáculos, me convidou para fazer uma apresentação para crianças internadas. Lembrei-me da maleta e criei o personagem Doutor Stubs. A reação foi tão boa que pedi para visitar as crianças que não puderam ir ao auditório do hospital. Foi assim que nasceu a Clawn Care Unit. (Site <http://veja.abril.com.br/310107/auto_retrato.html>. Acesso em 23/04/2010). A introdução deste trabalho junto aos hospitais, não aconteceu da melhor forma possível. Alguns membros da equipe médica, acostumada a um ambiente onde a seriedade e o distanciamento afetivo com os pacientes era o comportamento ideal para representar o profissionalismo, tiveram muita dificuldade para aceitar a introdução do palhaço como um dos membros da equipe hospitalar, que auxiliava na qualidade do processo de tratamento, cura e hospitalização do paciente.
  • 31. 30 Como passar do tempo, a ONG Clawn Care Unit, passou a atuar em dez dos mais importantes hospitais, localizados nas cidades de New York, Washington, Boston e Seattle. Atores de várias partes do mundo integraram-se a este projeto, os quais foram devidamente treinados para atuar com as crianças hospitalizadas. Quando Michael Christensen foi questionado em uma entrevista para a revista Veja, quanto à relação dos médicos com a Clawn Care Unit, ele respondeu: No início do programa, certa vez, numa UTI, um médico me disse: “Palhaços não pertencem a este lugar”. E eu respondi: “Nem as crianças”. Mas a maioria nos apóia. Eles sabem que as crianças que sorriem sentem-se mais seguras, têm menos medo e são mais fáceis de tratar. (Site <http://veja.abril.com.br/310107/auto_retrato.html>. Acesso em 23/04/2010). Este trabalho de recreação hospitalar começou a tomar proporção mundial, quando os atores do Clown Care Unit começaram a deixar o grupo e migraram para outros países, iniciando projetos similares. No ano de 2003, foi realizada uma pesquisa denominada “Palhaços em Hospitais – Brasil / Mundo. O idealizador e realizador desta pesquisa foi o grupo Doutores da Alegria, que objetivavam com esta pesquisa, identificar os grupos de palhaços existentes nos hospitais do mundo, assim como suas características. Utilizando a internet para localizar os grupos de palhaços atuantes no mundo, localizaram 124 sites, 120 e-mails, endereços e números telefônicos, para os quais foi enviado um questionário. Destes contatos, apenas 32 respondeu devidamente as questões, tornando-se esses o material de estudos para a pesquisa. Fazem parte desta pesquisa, grupos existentes nos seguintes países: França, Alemanha, Espanha, Itália, Áustria, Bélgica, Portugal, Canadá, EUA, México, Peru, Uruguai, Colômbia e Austrália. Estes dados demonstram que esta iniciativa não tem seu desenvolvimento em uma região isolada. 2.1.2 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais do Brasil No início dos anos 90, alguns integrantes do Clow Care Unit, deixam o grupo americano e migram para outros países para montarem projetos similares. O grupo Doutores da Alegria tornou-se então, o pioneiro no Brasil neste segmento. Hoje, sua atuação acontece em quatorze hospitais localizadas nas áreas nobres e carentes de São Paulo, Recife e Belo Horizonte.
  • 32. 31 Os palhaços do grupo Doutores da Alegria são atores profissionais, que para serem incorporados à trupe, passam por um processo seletivo e um estágio e treinamento de seis horas diárias nos hospitais, para comprovar seu senso de profissionalismo e preocupação com os pacientes internos nos hospitais. No Brasil, um programa similar teve início com Wellington Nogueira em 1991. Após três anos de trabalho como ator no programa americano, ele fundou os Doutores da Alegria no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes em São Paulo. Seguindo as características do modelo americano, um casal de artistas visitava todas as crianças internadas, leito a leito, duas vezes por semana, durante aproximadamente seis horas por dia, inclusive nas unidades de terapia intensiva e de cirurgias ambulatoriais. (MASETTI, 2003, pg.92) Suas atividades não se restringem as visitas hospitalares, mas também no estudo científico dos resultados apresentados pela sua atuação, oficinas de palhaços, realização de exposições fotográficas; apresentações teatrais; palestras e intervenções empresariais; oficinas para pais e filhos; edição de livros. No ano de 2001, os Doutores da Alegria, visando mapear as iniciativas que utilizavam a imagem do palhaço na abordagem junto aos pacientes internados nos hospitais, elaborou uma pesquisa denominada “Palhaços em Hospitais – Brasil”. Esta pesquisa teve como objetivo catalogar as iniciativas afins, conhecer as características dos palhaços atuantes nestes grupos, e conhecer as características dos grupos pesquisados. A consolidação e desenvolvimento deste grupo de palhaços demonstra a importância da administração para o processo de elaboração, desenvolvimento, aplicação e controle de um projeto, assim como, uma boa equipe para gestão do grupo. Este conjunto de características justifica os números divulgados no seu site: Os números desta trajetória reforçam a ação bem-sucedida: desde 1991, quando a organização foi fundada, os Doutores já visitaram mais de 652 mil crianças e adolescentes hospitalizados, atingindo também cerca de 600 mil familiares e envolvendo mais de 13 mil profissionais de saúde. Essa idéia, então inédita, foi inserida na sociedade brasileira e sua prática vigora hoje em 14 hospitais no Brasil. Além disso, inspirou cerca de 200 iniciativas similares em todo país, motivando uma série de parcerias que incluem o Ministério da Saúde e a iniciativa privada. Tudo isso possibilitou outras conquistas importantes, como a criação de um Núcleo de Pesquisa e Formação - o primeiro entre organizações desta natureza. (Site: <http://ww.doutoresdaalegria.org.br/internas.asp?secao=press-realiase_02jul2009> – Acesso em 13/06/2010). Para localizar os grupos de palhaços atuantes nos hospitais do Brasil, o grupo Doutores da Alegria utilizou pesquisas pela internet, levantamento de artigos publicados em
  • 33. 32 jornais e revistas, consulta ao arquivo do Centro de Estudos dos próprios Doutores da Alegria, contatos estabelecidos pelos próprios grupos e indicações de terceiros. A pesquisa identificou 180 iniciativas atuantes no país, demonstrando que esta é uma área em ascensão. É reconfortante saber, porém, que enquanto a medicina se confronta com seus mitos, ritos e história, palhaços circulam, despretensiosamente, pelos corredores dos hospitais. Entram e saem dos quartos, na delicada tarefa de dar passagem à vida e de ensinar que todos podem fazer o mesmo. (MASETTI, 2003, pg.90). A área recreativa hospitalar no Brasil tem se desenvolvido de forma constante, onde grupos de recreadores, que na sua maioria são voluntários, têm desenvolvido um relevante trabalho para o processo de ampliação da qualidade do período de internação hospitalar. 2.1.3 A Introdução das Atividades de Palhaços nos Hospitais de Goiânia Em 1998, tendo como inspiração os Doutores da Alegria, o recreador voluntário de festas infantis Maurício Antônio do Nascimento, cria na cidade de Goiânia-GO o grupo Saúde & Alegria Animação Hospitalar, tornando-se este o grupo precursor na cidade. O primeiro hospital onde este grupo atuou foi o Hospital Araújo Jorge (especializado no tratamento de câncer), situado na mesma cidade. O profissionalismo do Saúde & Alegria (...) se desenvolveu muito. E não foi só em quantidade de integrantes (...). O desenvolvimento se deu também por meio da preparação da sua equipe. (NASCIMENTO, Maurício A., NASCIMENTO Marina A., NASCIMENTO José A., SANTOS, ROMA, 2007, pg.41). A equipe inicial do Saúde & Alegria Animação Hospitalar era constituída por três recreadores. Hoje, esta associação conta com a colaboração de 37 associados, sendo que, cinco destes associados atuam na administração do grupo. Apenas um dos associados, que é o tesoureiro, não atua como palhaço no hospital. Anualmente, nos meses de setembro e outubro, o grupo realiza com o apoio de uma equipe de psicólogas o processo seletivo anual, onde busca novos voluntários para somarem a sua equipe.
  • 34. 33 Seus novos voluntários são capacitados com um curso oferecido pelo próprio grupo, curso este que é denominado como Curso Básico Para Recreador Hospitalar, onde são abordados os temas: biossegurança, ética, recreação com adultos, recreação com crianças, recreação na UTI, recreação na emergência, oficina de balões, reconhecimento de material hospitalar, maquiagem artística e produção visual. Em 2006, o Saúde & Alegria Animação Hospitalar, conquistou o título de filantropia/utilidade pública, em decorrência do seu trabalho assistencial. Quanto a origem dos recursos financeiros do Saúde & Alegria Animação Hospitalar, estes são oriundos das mensalidades pagas pelos seus próprios voluntários e também de doações. O maior diferencial do atendimento do Saúde & Alegria Animação Hospitalar, comparado aos outros grupos de palhaços de hospital, é que o seu atendimento é estendido também pacientes adultos, que representam 80% do total de suas visitas hospitalares.
  • 35. 34 3. METODOLOGIA DA PESQUISA Para análise deste Trabalho de Conclusão de Curso, foram realizadas pesquisas bibliográficas e de campo, sendo que, neste último, realizou-se aplicação de questionário junto aos coordenadores de grupos de palhaços que atuam nos hospitais de Goiânia-GO. 3.1 Identificação dos Sujeitos da Pesquisa Para localizar os entrevistados, foram realizados telefonemas para todos os hospitais públicos e privados da cidade de Goiânia, para questionar a existência de grupos de palhaços que atuam nestes locais. Nos casos positivos, foram solicitados os contatos (número telefônico, e-mail, site) dos coordenadores de cada grupo de palhaços, para convidá-los a participarem desta pesquisa. 3.1.1 Critério de Inclusão e Exclusão da Pesquisa Foram inclusos nesta pesquisa o gestor do grupo de palhaços que atua num período igual ou superior a três meses no mesmo hospital, com no mínimo uma apresentação mensal. Quanto ao critério de exclusão da pesquisa, estava decidido que seriam excluídos os gestores que possuíssem idade inferior a 18 anos. Porém, não foi identificado nenhum coordenador com esta característica. 3.1.2 Tamanho e Características da População Estudada Quanto ao tamanho da mostra, foram entrevistadas quatro pessoas. Quanto às características desta população, cita-se: • Faixa etária superior a 18 anos. • Gênero masculino e feminino.
  • 36. 35 3.1.3 Análise Crítica dos Riscos e Benefícios Os riscos para os sujeitos da pesquisa foram mínimos e estavam relacionados ao constrangimento, sendo que, para minimizar estes riscos, foi oferecida à estes, que a aplicação do questionário fosse realizada numa sala restrita para esta finalidade, situada na sede da associação Saúde & Alegria Animação Hospitalar, ou ainda num outro local indicado pelo sujeito da pesquisa, exceto ambiente hospitalar. Porém, apenas um dos entrevistados utilizou esta sala. Quanto ao benefício para os sujeitos da pesquisa, está a oportunidade destes obterem uma visão mais abrangente da administração do seu próprio grupo. 3.1.4 Obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Todos os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, informando que: • Conhecem os objetivos da pesquisa intitulada "Administração dos Grupos de Palhaços que Atuam nos Hospitais de Goiânia"; • Concordam em participar voluntariamente da mesma; • Declaram que não receberão qualquer tipo de pagamento por esta participação voluntária. 3.1.5 Aprovação da Metodologia do Trabalho por Comitê de Ética Os procedimentos para execução desta pesquisa estão condizentes com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, conforme averiguação realizada pelo CEP/HDT (Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital de Doenças Tropicais), localizado nesta Capital.
  • 37. 36 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS As pesquisas desenvolvidas para a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso apresentam resultados quantitativos, que estão demonstrados em gráficos. Os métodos de procedimento desencadearam resultados históricos e estatísticos. 4.1 Resultados do Questionário Foram pesquisados quatro coordenadores de grupos, o que corresponde a 100% da população desta cidade que se encontram condizentes aos critérios necessários para sua aplicação. As informações coletadas nos questionários foram sistematizadas e organizadas da seguinte forma: 4.1.1 Categorias das Informações Coletadas no Questionário (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010)
  • 38. 37 4.1.2 Recursos humanos (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) O processo seletivo é um recurso que auxilia as empresas e instituições a identificarem dentre os seus candidatos a colaboradores, aqueles que possuem as características mais condizentes aos cargos disponíveis. Esta atividade junto a estes grupos acontece de forma diferente das demais empresas, uma vez que, para a maioria dos participantes dos grupos analisados, o pagamento não é realizado em dinheiro, mas sim com outros valores intangíveis, como por exemplo, satisfação e sentimento de dever cumprido. Com isso, os critérios de avaliação também mudam. Foi constatado que a maioria dos gestores entrevistados utiliza o processo seletivo como ferramenta de construção dos seus grupos, demonstrando assim, uma preocupação com a qualificação destes. Apenas o grupo mais jovem não realiza processo seletivo.
  • 39. 38 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Dentre os cinco critérios para adentrar ao grupo, citados pelos gestores entrevistados, o mais significativo foi a afinidade. Este afirmativa demonstra a importância da sinergia entre os membros do grupo para o bom desempenho das atividades. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) De acordo com os critérios de classificação do porte das empresas divulgado pelo SEBRAE, que classifica como pequena empresa de serviços aquela que possui de 10 à 49 empregados, podemos afirmar que, pelo menos 75% dos grupos de palhaços que atuam nos hospitais de Goiânia fazem parte deste grupo. Observou-se que os grupos que possuem maior número de integrantes, são aqueles com maior tempo de atuação.
  • 40. 39 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Observou-se que, a grande maioria dos integrantes dos grupos pesquisados não possui profissionalização teatral ou circense. Demonstrando assim, que essa não é uma das prioridades destes grupos. Este perfil de recreador profissional, só foi identificado nos grupos mais antigos, porém, na questão 02 nenhum dos entrevistados identificou esta característica como uma condição para participar da equipe. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010)
  • 41. 40 É dever de todas as instituições, registrarem os seus empregados, porém nos casos de voluntários, é necessário que seja assinado um termo de trabalho voluntário, isentando o responsável pela empresa das obrigações trabalhistas. Nesta pesquisa, observou-se que 75% dos gestores entrevistados não realizam o registro ocupacional dos seus colaboradores, documentando se suas atuações são profissionais ou voluntárias. Constata-se a necessidade da conscientização destes gestores quanto a importância da formalização da documentação dos seus integrantes, promovendo a proteção grupo quanto a problemas de fundo empregatício. Apenas o grupo mais antigo utiliza a formalização da documentação dos seus colaboradores. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Esta questão foi a que demonstrou com maior nitidez as diferenças entre os grupos. Isso em decorrências das suas trajetórias e circunstâncias, onde cada um apresentou como principal dificuldade, fatores distintos uns dos outros.
  • 42. 41 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Observou-se que, o voluntariado é a principal característica desta segmentação de atuação nos hospitais da cidade de Goiânia. Porém, foram identificados alguns recreadores que atuam de forma remunerada, fato este que demonstra esta segmentação como mais uma opção profissional. Estes recreadores remunerados foram identificados no grupo que é interligado a uma faculdade de Goiânia. 4.1.3 Financeiro Nesta parte do questionário, estão as perguntas referentes ao marketing, uma vez que, segundo Chiavenato (2000), as funções financeiras passaram a se chamar “área administrativa de vendas/marketing”. Os grupos participantes são instituições sem fins lucrativos, onde o principal produto oferecido é o serviço de recreação hospitalar, realizado gratuitamente junto aos pacientes internos nos hospitais. Observou-se que os grupos pesquisados possuem dificuldades de captação de recursos e para solucionar este problema, necessitam reformular suas estratégias. Assim como, é necessário a conscientização dos grupos da importância de desenvolverem as atividades contábeis. Quanto ao fator marketing, mesmo diante de todas as vantagens que esta função proporciona apenas o grupo mais antigo, que representa 25% dos grupos pesquisados, possui plano de marketing. Constata-se a necessidade da conscientização dos demais grupos
  • 43. 42 sobre a importância da utilização do plano de marketing, como ferramenta administrativa de desenvolvimento empresarial. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Somente por meio da captação de recursos é possível que uma instituição obtenha meios para o desenvolvimento de seus produtos ou serviços. Daí a necessidade dos grupos de palhaços identificarem as formas como serão captado os recursos para custearem suas despesas (figurino, maquiagem, material de escritório, material recreativo, aluguel, transporte). Foi identificado que um dos grupos, o que corresponde a 25% da pesquisa, realiza venda de produtos para captação de recursos, porém não foram identificados quais são estes produtos. Observou-se que, nos grupos independentes (sem vínculo com qualquer instituição), as formas mais freqüentes de aquisição de recursos são as doações de pessoas físicas e/ou jurídicas, ou ainda dos próprios membros dos grupos, enquanto o grupo que possui vínculo com uma faculdade, utiliza como única fonte de recursos as verbas oriundas da prefeitura ou governo.
  • 44. 43 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) A contabilização das receitas e despesas propicia aos administradores, relatórios que demonstram a situação real da empresa. Utilizando estes documentos, é possível avaliar o desenvolvimento do capital, dos investimentos, do patrimônio e das obrigações, auxiliando assim nas tomadas de decisões. Em 50% dos grupos entrevistados, esta atividade é desenvolvida, sendo estes os grupos mais antigos. Os demais grupos não fazem qualquer registro de receitas e despesas, não possuindo assim documentos que comprovem sua movimentação financeira. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) A prestação de contas tem como finalidade, demonstrar aos demais membros de um grupo, quais foram as fontes de recursos adquiridos, assim como a forma que estes foram aplicados. Na pesquisa realizada, observou-se que os grupos mais novos não realizam esta atividade. Porem, entre os grupos mais antigos, esta atividade acontece todos os anos, sendo que, no grupo que possui vínculo com uma faculdade, isso se dá semestralmente.
  • 45. 44 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) As leis de incentivos fiscais foram criadas nas áreas federal, estadual e municipal, onde os interessados apresentam seus projetos a um desses órgãos para avaliação e aprovação. Caso aprovado, o órgão dá direito ao requerente de procurar um patrocinador, que o repassará ao requerente a verba solicitada, que será abatida no seu imposto de renda. Mesmo existindo inúmeros estudos comprovando a eficácia deste tipo de atuação, atualmente os grupos de Goiânia não utilizam benefícios referentes a nenhuma lei de incentivos fiscais. Cabe identificar se existiu dentre estes grupos a iniciativa de buscar este recurso e nos casos afirmativos, verificar quais foram as dificuldades que inviabilizaram o seu sucesso. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) As diferenças no montante de despesas anuais entre os grupos antigos e novos são exorbitantes, ao ponto de o grupo mais antigo possuir uma despesa anual vinte vezes maior que o grupo mais novo.
  • 46. 45 O fator que mais influenciou na diferença de despesas é a estrutura operacional dos grupos, onde a principal despesa está relacionada ao aluguel da sede do grupo mais antigo, enquanto o grupo mais jovem não possui essa despesas devido não possuir sede. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) OBS: O Grupo 2 informou que sua única dificuldade é a captação de recursos. Dentre as dificuldades financeiras mencionadas, a captação de recursos foi a de maior relevância, uma vez que esta foi citada por todos os grupos. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Dentre as diversas utilidades do plano de marketing, está sua importante missão de divulgar o serviço ou produto de uma empresa. Sendo assim, o marketing é de extrema importância para qualquer instituição.
  • 47. 46 No caso dos grupos de palhaços que atuam nos hospitais, a divulgação da sua marca e a sua atuação, é importantíssimo para a conquista de novos parceiros, sejam eles de serviços ou financeiros, promovendo assim maior desenvolvimento do próprio projeto. Mesmo diante de tantas vantagens, apenas o grupo mais antigo possui plano de marketing, fator este que tem auxiliado-o na ampliação de sua qualificação e infra-estrutura. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Contatou-se que, os veículos de divulgação mais utilizados pelos grupos pesquisados, estão relacionados a internet, totalizando 64% das respostas. O grupo mais antigo é o que apresentou uma campanha de marketing mais abrangente, onde, além das opções na internet (site, jornal eletrônico, site, redes sociais), utiliza também o folder e apresentações em eventos extra-hospitalares. 4.1.4 Administrativo Foi constatado, que a maioria dos grupos de palhaços pesquisados, executam recursos administrativos na sua gestão, como por exemplo, o planejamento estratégico. Observou-se ainda, que quanto mais antigo é o grupo, melhor é sua estrutura e mais profissional são suas posturas gerenciais, o que demonstra que o tempo de existência de cada projeto influencia na maturidade e eficiência da gestão.
  • 48. 47 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) A maioria dos grupos, correspondente a 75% dos grupos atuam no Hospital Araújo Jorge. Quanto ao grupo vinculado a uma faculdade, este realiza suas atividades no Hospital das Clínicas. Cabe investigar qual fator viabiliza ao Hospital Araújo Jorge (especializado no tratamento de câncer em crianças e adultos) receber todos os outros grupos assíduos da cidade de Goiânia. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Observou-se que 75% dos grupos possuem de 10 à 12,2 anos, demonstrando o período em que estes grupos foram fundados, está interligada ao período de 1998 à 2000, quando o país estava sob influencia do incentivo das campanhas do então Presidente Fernando Henrique Cardoso, que em fevereiro de 1998 assinou a Lei nº 9.608, a qual dispôs sobre o serviço voluntário.
  • 49. 48 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) O planejamento estratégico é um processo gerencial que define os as estratégias de ação que serão adotadas para a conquistas dos objetivos da empresa, sendo que, para isso leva-se em consideração as condições internas e externas da mesma. No caso dos grupos de palhaços, o referido planejamento é imprescindível para a otimização dos seus processos, onde se deve observar as suas disponibilidades, potencialidades, necessidades dos pacientes e expectativas do hospital. O atendimento recreativo é apenas uma das atividades a serem planejadas estrategicamente, uma vez que todas as demais áreas empresariais também devem usufruir deste atividade. Dentre os grupos pesquisados, 75% destes declararam usufruir de planejamento estratégico. Apenas o grupo mais jovem, que corresponde a 25%, não utiliza esta ferramenta administrativa. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010)
  • 50. 49 Em qualquer segmentação administrativa, é de extrema importância que nas parcerias de prestação de serviço, exista uma comunicação eficiente entre as partes envolvidas, onde o objetivo comum será sempre o atendimento global das necessidades dos clientes. No caso dos grupos de palhaços, a parceria com o hospital para o desenvolvimento do planejamento estratégico do atendimento recreativo é de extrema coerência, uma vez que é a equipe hospitalar a mais apropriada para diagnosticar as reais necessidades dos pacientes, levando-se em consideração o seu estado clínico e patológico. Nos grupos pesquisados, observou-se que 50% destes não realizaram esta parceria, sendo necessário a conscientização sobre a importância desta atividade. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Para uma empresa, sua sede corresponde a ilustração da sua identidade, uma vez que, neste ambiente, todos os assuntos a atividades são direcionadas ao seu próprio desenvolvimento. Nos grupos pesquisados, constatou-se que os grupos mais jovens, que corresponde a 50%, não possuem sede.
  • 51. 50 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) A freqüência das atuações mostra-se como uma característica importante não só para o desenvolvimento das atividades do próprio grupo, mas também para o desenvolvimento do próprio recreador. Prova disto, é que o grupo que executa o maior número de visitas recreativas durante o mês, é aquele que é vinculado a uma faculdade, onde os seus integrantes são alunos universitários de cursos relacionados à saúde, e utiliza esta atividade como extensão curricular, auxiliando-os na promoção da humanização do seu atendimento ao seu futuro paciente. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010)
  • 52. 51 Os registros das atividades são importantíssimos arquivos documentais, que auxiliam na produção de planilhas que demonstrarão o desenvolvimento do próprio grupo, assim como, suas necessidades de aprimoramento. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) O registro jurídico de uma empresa formaliza sua existência perante a sociedade e aos poderes públicos. Demonstrando um nível maior de organização e comprometimento para com seus ideais. Para os grupos de palhaços, esse registro auxilia no processo de captação de recursos junto às empresas, que necessitam de documentação para formalização das doações. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010)
  • 53. 52 A departamentalização é um processo importante para a promoção da descentralização das tarefas, onde a divisão destas viabiliza a aceleração dos processos, assim como a qualificação dos envolvidos. A maioria dos grupos pesquisados não departamentalizaram suas áreas administrativas, desencadeando acumulando funções aos gestores. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) O acúmulo de funções desencadeia na maioria dos casos, problemas relacionados ao desenvolvimento dos processos, diminuindo o seu tempo de elaboração e execução. Em todos os grupos pesquisados existe o acúmulo de atividades administrativas, sendo assim, existe a necessidade de conscientização destes quanto a importância da descentralização das funções para o melhor desenvolvimento das mesmas. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010)
  • 54. 53 A maioria dos grupos pesquisados relatou que existe a necessidade de novos colaboradores para assumirem as áreas administrativas. Cabe identificar, já que os gestores do grupo já possuem esta consciência, quais os fatores que influenciam na não solução deste problema, assim como uma estratégia que venha auxiliá-los. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Montar uma equipe administrativa mostrou-se na pesquisa, como a dificuldade mais relevante dentro dos grupos pesquisados. Este fator demonstra que por mais nobre que seja a fundamentação de um projeto, sem a consolidação administrativa, o seu desempenho acontece em passos lentos. 4.1.5 Produção O produto oferecido pelos grupos pesquisados é a recreação hospitalar, que é realizada junto aos pacientes internos nos hospitais. Esta área administrativa foi a área onde os grupos apresentaram os melhores resultados, não existindo queixas quanto a quantidade de colaboradores na equipe, nem tão pouco falta de equipamentos para sua realização.
  • 55. 54 (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) Os recursos utilizados pelos grupos pesquisados são lúdicos, correspondendo a proposta destes. O baixo custo do material foi uma característica relevante para o sucesso do trabalho, uma vez que todos os grupos possuem problemas com captação de recursos. (Grupo de estudo do tema: Administração dos Grupos de Palhaços que atuam nos Hospitais de Goiânia – Turma F8 / AN3 - 2010) A utilização de materiais de baixo custo demonstrou-se como um fator positivo para a sua aquisição, uma vez que todos os grupos possuem dificuldades com captação de recursos.
  • 56. 55 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa realizada, tendo como objetivo identificar a forma como são administrados os grupos de palhaços que atuam nos hospitais de Goiânia, comprova a importância da utilização dos recursos administrativos para o desenvolvimento destes grupos. Através do estudo realizado, percebeu-se que os gestores destes grupos, utilizam vários recursos administrativos para o desenvolvimento das suas atividades, viabilizando a otimização dos seus processos, assim como o aprimoramento dos seus colaboradores. Observou-se ainda, que os grupos que utilizam os recursos administrativos com maior freqüência, possuem uma infra-estrutura mais desenvolvida e uma maior maturidade empresarial. Problemas de grande gravidade foram identificados, onde, dentre eles, a falta de documentação de registro dos colaboradores, fato este que pode desencadear sérios problemas empregatícios. Os dados também revelaram que, 50% destes grupos, necessitam conscientizar- se quanto a importância da formalização dos seus processos administrativos, de modo que, sua gestão torne-se mais profissional e menos imediatista, passando a atender as áreas da administração, vendas/marketing e recursos humanos com uma estratégia melhor planejada. A área de produção destes grupos foi a área administrativa onde se apresentaram os melhores resultados, não existindo queixas quanto a quantidade de colaboradores na equipe, nem tão pouco falta de equipamentos para sua realização. Isso demonstra que, se a área da administração é o cérebro destes projetos, a área da produção é a alma que os impulsionam, tornando-se o motivo pelo qual eles existem. A simplicidade dos recursos utilizados no processo de produção da recreação hospitalar demonstrou que o principal instrumento para o desenvolvimento desta função, não são os recursos físicos identificados, mas sim a simpatia com que os recreadores envolvem o seu público, que neste caso são os pacientes adultos e crianças infernos nos hospitais. A competência dos colaboradores destes grupos, que sem sombra de dúvidas são instrumentos de alegria e otimismo para os pacientes visitados, pode se tornar ainda maior, caso todos os grupos venham a promover uma política de desenvolvimento contínuo, por meio da oferta de cursos e oficinas. Atualmente, apenas 25% destes grupos adotam esta
  • 57. 56 política, por isso, é necessário que os outros grupos aperfeiçoem suas atividades referentes ao departamento de recursos humanos. Os recreadores dos grupos entrevistados executam com competência a função de ser palhaço, tornando-se assim instrumentos de alegria e otimismo junto aos pacientes visitados. Porém, antes deste profissional chegar ao seu posto de atuação, deve existir toda uma estrutura que promoverá suporte às suas atividades. Neste sentido, constatou-se que atualmente, somente 50% dos grupos pesquisados possuem uma sede com infra-estrutura necessária para pré-produção, assim como uma equipe administrativa. Nesta pesquisa, identificamos o importante papel dos grupos entrevistados, no processo de humanização do atendimento hospitalar nesta cidade. No entanto, salientamos aos gestores destes grupos - principalmente aqueles que coordenam os grupos mais recentes e possuem uma estrutura operacional mais modesta – sobre a necessidade de um maior empenho administrativo. Acreditamos que o amor e a filosofia do trabalho voluntário, são os principais ingredientes para este doce trabalho, porém, não se deve esquecer que a administração é o fermento que promoverá o crescimento desta ação. Expandindo assim, a oferta do seu produto para muitas outras pessoas, que também precisam de atenção, carinho e risadas, como forma de alimento para suas almas. A utilização deste tema para esta pesquisa foi de grande relevância não só para o desenvolvimento dos grupos de palhaços que atuam nos hospitais, mas também para a história da própria administração, que além de ser uma ciência que promove o lucro por meio das moedas, passa a ser considerada também como um instrumento que proporciona lucros imensuráveis, como por exemplo, sorrisos e gargalhadas, lembrando-nos que o melhor lucro é aquele que beneficia à todos.