O documento descreve a história, mitologia, origem, produção, importância econômica e aspectos botânicos, culturais e fitossanitários da figueira e seu cultivo no Brasil.
3. Histórico
• Dentre as espécies cultivadas, a figueira é uma das mais
antigas. A evolução do estado selvagem para a planta
cultivada acompanhou os primórdios da civilização
• Nas procissões da Roma antiga era conduzida solenemente,
seguindo a vinha
• Homenagem ao Deus Baco, sendo considerado o introdutor
da uva e do figo
4. MITOLOGIAMITOLOGIA
Considerada árvore sagrada
Relatos bíblicos
SSíímbolo de honra: usado como alimento em treinamentos de atletasmbolo de honra: usado como alimento em treinamentos de atletas
ololíímpicosmpicos
Fruto considerado como sFruto considerado como síímbolo da fertilidade e fecundidadembolo da fertilidade e fecundidade
5. ORIGEMORIGEM
Ásia menor
Os primeiros povos a cultivarem o figo – Árabes e Judeus
900 a.C introduzido no Egito, Grécia e Itália
Espanha e Portugal – durante a invasão da península Ibérica pelos
árabes
Desses países difundiu-se para o mundo
7. PRODUPRODUÇÇÃO MUNDIALÃO MUNDIAL
P a íse s P r o d u ç ã o (to n .)
1 º E g ito 2 1 6 .6 0 0
2 º G r é c ia 8 0 .0 0 0
3 º Ir ã 7 2 .0 0 0
4 º M a r r o c o s 6 8 .4 0 0
5 º Ín d ia 6 0 .0 0 0
6 º T u r q u ia 5 5 .0 0 0
7 º E sp a n h a 5 5 .0 0 0
8 º A r g é lia 4 7 .0 0 0
9 º E sta d o s U n id o s 4 4 .0 0 0
1 0 º Itá lia 3 2 .5 0 0
1 1 º L íb ia 2 9 .0 0 0
1 2 º P o r tu g a l 2 5 .0 0 0
1 3 º B r a sil 1 6 .0 0 0
1 4 º Ir a q u e 1 5 .6 0 0
1 5 º T u n ísia 1 5 .2 0 0
1 6 º C isjo r d â n ia 1 2 .3 0 0
1 7 º A lb â n ia 1 2 .0 0 0
1 8 º S ír ia 1 0 .5 0 0
1 9 º A fe g a n istã o 9 .1 0 0
2 0 º L íb a n o 6 .6 1 4
M u n d o 1 .1 7 7 .6 3 9
8. Figo no Brasil
• Introduzido por Martin Afonso de Souza em 1532
• Em Valinhos introduzido por Lino Busatto em 1898
(figo roxo)
• Produção comercial em 1910 em substituição ao
café
• Adaptação da cultura – poda drástica
9. PRODUPRODUÇÇÃO BRASILEIRAÃO BRASILEIRA
Estado Volume (Nº Frutos) Área (ha)
Rio Grande Sul 129.178.000 1.263
São Paulo 83.460.000 560
Minas Gerais 91.569.000 406
Paraná 5.897.000 53
Santa Catarina 6.584.000 35
Espirito Santo 562.000 13
Goiás 350.000 10
Outros 890.000 5
TOTAL 318.490.000 2.345
10. IMPORTÂNCIA ECONÔMICAIMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Presente em 48 municípios em SP
Circuitos das frutas – 85,77% da produção paulista
Principais municPrincipais municíípios produtores:pios produtores: Valinhos e Campinas
80% dos pomares: < 7,5 ha
38,9% dos pomares: < 0,7 ha - Fruticultura familiar
14. BOTÂNICABOTÂNICA
Características:
Porte arbustivo
Sistema radicular superficial e fibroso
Gemas situadas nas axilas das folhas
- - 1 vegetativa e 2 floríferas/axila duas colheitas = principal e brebas
Ramos de casca lisa herbáceos - verdes
lenhosos - cinzas
Folhas caducas 5 a 7 lóbulos
coloração verde
presença de pêlos epidermiais
15. FIGOFIGO ‘‘ROXO DE VALINHOSROXO DE VALINHOS’’
Brasil Demais países
Sistema de condução
16. BOTÂNICABOTÂNICA
Flores unissexuais e desenvolvem-se dentro do receptáculo – sicônio
Sicônio - Infrutescência
3 tipos de flores: Pistiladas (fem.) com estilo curto
Pistiladas (fem.) com estilo longo
Estaminadas (masc.)
Fruto verdadeiro tipo aquênio
* Figos não polinizados apresentam sementes ocas – ovário esclerificado
* Parte suculenta – tecido parenquimatoso dos órgãos florais
Sementes de 1,5 a 2 mm
2.000 sementes/sicônio
18. Frutificação
• Os frutos (infrutescências) crescem
solitários em cada axila das folhas
• Dependendo da cultivar e do sistema de
cultivo pode haver duas frutificações:
• No ramo do ano e no ramo do ano anterior
19.
20. TiposTipos pomolpomolóógicosgicos de figo:de figo:
Caprifigo (Ficus carica silvestris)
Abrange as figueiras selvagens, cujos sicônios não são comestíveis.
Apresentam flores femininas de estilo curto e flores masculinas. As
flores femininas de estilo curto são adaptadas a oviposição das vespinhas
Blastophaga psenes.
21. Comum (Ficus carica hortensis)
Apresentam flores femininas de estilo longo. A fixação e o
desenvolvimento do figo é por partenocarpia.
Smirna (Ficus carica smyrniaca)
Apresentam flores femininas de estilo longo. Para que ocorra a
fixação e o desenvolvimento dos figos necessitam do estímulo da
polinização. Se não polinizados os figos ao atingirem cerca de 2,5 cm de
diâmetro caem imaturos.
São Pedro (Ficus carica intermedia)
Apresentam flores femininas de estilo longo. Os figos formados
no ramo do ano anterior são partenocárpicos. Os figos formados no ramo
do ano necessitam de polinização.
22. CLIMA E SOLOCLIMA E SOLO
Frutífera de ampla adaptação climática
Temperatura:Temperatura: --1,51,5ººCC àà 4242ººCC –– TTºº acima de 40acima de 40ººCC antecipaantecipaçção colheitaão colheita
Umidade: sensUmidade: sensíível ao estresse hvel ao estresse híídricodrico
Tolera ventos fortesTolera ventos fortes
Não exige horas de frioNão exige horas de frio
Solos profundos
Bem drenadosBem drenados
PoucoPouco áácidoscidos
Solos arenosos não são recomendadosSolos arenosos não são recomendados
24. PROPAGAPROPAGAÇÇÃOÃO
ConvencionalConvencional
Plantio de estacas não-enraizadas diretamente no campo
Estacas com um ano de idade
Comprimento de 40 cm e diâmetro entre 1,5 e 3,0 cm
Enterradas na posição vertical
Plantio na época da poda hibernal (julho/agosto – Sudeste)
28. IMPLANTAIMPLANTAÇÇÃOÃO
Escolha daEscolha da áárearea
Clima: temperatura média ideal: 20 a 25oC
Geadas: prejudica vegetação
Solos: pH ideal para a cultura é entre 5,6 a 6,8
Altitude: superiores a 700 metros
Precipitação: 1.200 mm anuais bem distribuídos
29. IMPLANTAIMPLANTAÇÇÃOÃO
Preparo do soloPreparo do solo
Amostragem do solo: 90 dias antes do plantio
Correção do solo
Arações e gradagens
Curvas de nível e terraços
Preparo da covaPreparo da cova
Espaçamentos: 2,5 x 2,5 m ou 3 x 2 m: Figo para mesa
3 x 1 m ou 2,5 x 1,5 m: Figo para a indústria
Antecedência mínima de 60 dias ao plantio
Dimensões de 40 x 40 x 40 cm
100 g de P2O5, 50 g de K2O, 100 g de calcário/tonelada/ha
20 litros de esterco de curral ou 5 litros de esterco de galinha
46. ÉÉPOCA DE PODAPOCA DE PODA
Plantio não irrigadoPlantio não irrigado
Figo para indFigo para indúústria:stria:
Poda: julho Colheita: Outubro à Abril
Figo para mesa (ExportaFigo para mesa (Exportaçção):ão):
Poda: julho Colheita: Novembro à Maio
Plantio irrigadoPlantio irrigado
Figo para mesa (ExportaFigo para mesa (Exportaçção):ão):
Poda: janeiro Colheita: Maio à Novembro
ExportaExportaççãoão
Melhores preços na entre-safra do hemisfério Norte
Novembro à Julho Agosto: entrada do figo da Turquia
47. ANTECIPAANTECIPAÇÇÃO DA MATURAÃO DA MATURAÇÇÃOÃO
Aplicação de ethephon (250 mg.L-1)
Aplicação de gota de óleo vegetal no ostíolo
Aplicar sobre o ostíolo quando este estiver vermelho (“de vez”)
54. TRATAMENTO DE INVERNOTRATAMENTO DE INVERNO
Realizada no final do período hibernal da cultura
Poda de frutificação
Aplicação de pasta bordaleza no local do corte
Pulverização com calda bordaleza na planta
55. PRAGASPRAGAS
MoscaMosca--dodo--figofigo (Zaprionus indianus)
Pulga do fumo e da figueiraPulga do fumo e da figueira (Epitrix spp.)
CochonilhasCochonilhas (Morganella longispina e Asterolecanium pustulans)
ÁÁcaro Rajadocaro Rajado (Tetranychus urticae)
Cigarrinha das fruteirasCigarrinha das fruteiras (Aethalion reticulatum)
FormigasFormigas
56. PRAGASPRAGAS
Broca dos ponteirosBroca dos ponteiros (Azochis gripusalis)
Mariposa de 3 cm de envergadura, asas de coloração marrom-palha e
estrias escuras
Infestação: novembro - abril
A larva atinge 25 mm de comprimento, coloração rosada e cabeça
marrom
Ataca principalmente ramos novos e também frutos
Excrementos no local de ataque
57. PRAGASPRAGAS
ColeobrocasColeobrocas: Colobogaster cyanitarsis
Marshallius bonelli
Taeniotes scalaris
Os adultos são besouros
Depositam ovos nos ramos e troncos
Larvas abrem galerias na região subcortical e descem para o tronco
Larvas fecham o orifício de entrada com serragem
Controle: Preventivo – poda de inverno + pasta de enxofre
58. PRAGASPRAGAS
Broca da seca da FigueiraBroca da seca da Figueira: Phloetribus picinennis
Phloetribus ficus
Besouro pequeno (4 mm)
Transmissor da seca da figueira
Ataca o tronco da figueira na região entre o lenho e a casca
Orifícios pequenos na casca do tronco, saem uma serragem bem fina
Controle: inverno aplicar pasta de enxofre ou calda sulfocálcica
após a poda
Pasta de enxofre 1 Kg de enxofre em pó
2 kg de cal virgem
0,5 Kg de sal de cozinha
30 ml de inseticida fosforado
15 litros de água
59. DOENDOENÇÇASAS
NematNematóóidesides
Antracnose ou podridão do figoAntracnose ou podridão do figo
Podridão do figo maduroPodridão do figo maduro
Seca dos ramosSeca dos ramos
BacterioseBacteriose
GalhasGalhas--dosdos--ramosramos
ViroseVirose
Mancha deMancha de CercosporaCercospora
61. DOENDOENÇÇASAS
Murcha ou seca da figueiraMurcha ou seca da figueira (Ceratocystis fimbriata)
Pomares mal cuidados ou abandonados
Causa a seca e morte das plantas
Disseminado pela Broca da seca da Figueira
Controle:
- controlar a Broca
- desinfectar as ferramentas (água sanitária a 20%)
- utilizar estacas e mudas sadias
- eliminar e queimar as plantas doentes
- incorporar cal virgem no local de planta erradicada
62. DOENDOENÇÇASAS
FerrugemFerrugem (Cerotelium fici)
Principal doença da figueira
Aparecem manchas verde-amareladas nas folhas
- na página inferior formam-se pústulas de uma massa ferruginosa
- as folhas atacadas amarelecem e caem
Os frutos não se desenvolvem e caem prematuramente
Condições favoráveis: elevada umidade e temperaturas amenas
Controle: - após a poda eliminar os restos culturais
- tratamento de inverno com calda sulfocálcica
- pulverizações preventivas: calda bordaleza e cúpricos
- pulverizações curativas: Amistar, Folicur e Plantivax
68. COLHEITACOLHEITA
Feita diariamente: fruta é delicada e altamente perecível
Recomenda-se o uso de pequenas cestas
Os figos são colhidos com o pedúnculo, no ponto “de vez
(quando perdem a consistência firme e adquirem a coloração
arroxeada)
Figo verde para a indústria é colhido quando a cavidade central
estiver completamente cheia
Usar luvas e manga comprida
Rendimento:
- Figo para mesa: 20 a 22 ton/ha
- Figo indústria: 10 ton/ha
69. FIGOFIGO ‘‘ROXO DE VALINHOSROXO DE VALINHOS’’
Figo indústria - verde Figo in natura - maduro
74. Consumo ‘in natura’: comercializados o mais rápido possível
Comércio é feito via CEASA
Os figos verde para a indústria são menos perecíveis, mas mesmo
assim, devem ser processados o quanto antes
Comércio é feito direto com as indústrias ou também via CEASA
COMERCIALIZACOMERCIALIZAÇÇÃOÃO –– Mercado internoMercado interno
Produção
Preços