2. Por trás da mão que pega o lápis,
dos olhos que olham, dos ouvidos
que escutam, há uma criança que
pensa.
Emília Ferreiro
3. Alfabetização: Processo de apropriação do sistema de
escrita.
Letramento: Processo de inserção nas práticas sociais
e uso da leitura e da escrita.
4. Método ou linha de pensamento?
Em termos de alfabetização, o que ajuda o professor alfabetizador é
o conhecimento do processo de desenvolvimento da inteligência do
indivíduo e da psicogênese da língua escrita, isto é, a trajetória que
todo indivíduo faz para a construção escrita.
O professor pode optar por determinado método ou por algumas
práticas, mantendo, no entanto, a consciência de que o
conhecimento adquirido é resultado da própria atividade do aluno,
isto é, ele é o sujeito do seu conhecimento.
5. Alfabetizar é uma tarefa que requer atenção a
detalhes que são fundamentais para que o
processo ocorra de forma natural. Detalhes que
tornam o trabalho do professor mais dinâmico e
acessível a todos os alunos, pois de acordo com
Russo,
Nosso objetivo primordial deve ser o de atender
todos os alunos, inclusive aqueles que chegam em
condições menos favoráveis, auxiliando-os a se
tornarem cidadãos críticos e reflexivos, com
condições de ter acesso aos saberes elaborados
socialmente.
Em uma linguagem mais direta, podemos afirmar que
o aluno que mais precisa do professor é aquele com
mais dificuldades.
6. Ambiente Alfabetizador
Chamamos de “ambiente alfabetizador” a sala de aula que serve de
estímulo ao aluno, aguçando seus sentidos, tornando-se propícia à
aprendizagem.
Para tanto, o professor deve estar atento a certos materiais que
essencialmente, devem ser expostos, e principalmente, explorados
diariamente.
O alfabeto é um material imprescindível na sala de aula, ele constitui
um material de apoio e consulta. A grafia das letras e a sequência
são elementos de percepção, comparação e elaboração de
hipóteses.
7. Os alunos devem manusear revistas, jornais, livros, a fim
de ter contato com as diversas formas de escrita.
Tudo que for afixado nas paredes deve ter ordem e
clareza.
Cartazes superados, há muito tempo em exposição ou
cujos objetivos já foram alcançados, devem ser retirados.
É importante, ainda, elaborar e manter juntamente com os
alunos, uma rotina de trabalho.
Para ter sentido e ser eficiente, é preciso que a rotina seja
organizada de acordo com os objetivos do professor e
necessidade cognitiva dos alunos.
8. Como modalidades organizativas devem constar:
Atividades permanentes;
Sequências didáticas ou projetos;
Atividades ocasionais.
Por onde começar?
De onde deve-se partir para que a
criança sinta-se parte do processo?
9. Devemos começar por algo que constitua um elemento
significativo para o aluno, o que deve ser a primeira
preocupação do processo de alfabetização.
E o que tem mais significado para uma criança é seu
próprio nome, que a identifica, lhe dá identidade.
Além do significado afetivo, histórico, social e familiar, entre
outros, o nome do alfabetizando é uma palavra que ao ser
percebida por ele como modelo estável e imutável de
escrita e leitura, colabora qualitativamente com seu
processo de construção do conhecimento.
10. O trabalho com o nome próprio do alfabetizando, na
comparação com os de seus colegas e o de seu
professor, incentiva o estabelecimento e a articulação de
relações lógicas e matemáticas imprescindíveis na
construção do código de escrita alfabético.
As atividades devem ser planejadas observando-se o
nível de complexidade e as operações mentais
necessárias à realização. Isso significa que deve planejar
as atividades e organizá-las em uma sequência evolutiva,
considerando as competências necessárias para a
realização de cada uma.
11. Ao trabalhar com o nome do educando, alguns materiais são
essenciais como suporte pedagógico.
• Crachá;
• Prisma;
• Listão;
• Grade de nomes;
• Listas de presença;
• Alfabeto.
MAGDA
12. Alfabetizar letrando
O contato com diferentes gêneros textuais, em diferentes
portadores e mídias, possibilita análise e reflexão sobre a
língua e a linguagem, tanto oral como escrita, e colabora
para o progresso na construção de produções
individuais.
Entende-se por gêneros as manifestações concretas de
textos com um conjunto de características de
organização na maioria das vezes estáveis e que têm
função comunicativa.
13. A composição coletiva de textos, mesmo quando as
crianças ainda não sabem escrever, é um exercício que
favorece a construção de diversas habilidades
necessárias para a produção de textos orais e escritos.
Pelo trabalho coletivo, as crianças acompanham as
diversas etapas do processo:
• estabelecer objetivos para o texto;
• associar o texto a uma prática social (se for um
convite, por exemplo);
• estudar o tema;
• decidir o gênero de texto;
14. • conhecer a organização do texto no espaço;
• selecionar e organizar as idéias;
• decidir a ordem em que serão escritas;
• selecionar o vocabulário;
• formular as frases;
• as palavras corretamente,
• pontuar;
• reler para avaliar;
• reformular quando necessário;
• avaliar a coerência textual;
• avaliar se os objetivos foram alcançados.
15. É muito importante que as produções feitas na escola não
percam o sentido ou se transformem em exercícios
completamente desligados da vida prática. Nem sempre é
possível que o exercício de escrita tenha uma utilidade
imediata e real. Mas sempre que possível o professor
deve ligá-lo a um fim mais objetivo.
16. Organização do Trabalho Pedagógico
Ao planejar suas atividades o professor precisa contemplar
as três formas organização do Trabalho Pedagógico.
• Atividades Permanentes;
• Sequência didática;
• Projetos didáticos.
Cada forma de organização é voltada para uma forma
específica de trabalhar, dependendo do objetivo que o
professor tenha em relação ao que será trabalhado.
Daí a importância de conhecer bem os alunos para saber a
forma correta de viabilizar a aprendizagem.
17. Sequência Didática
É um termo usado na Educação para definir um conjunto
de atividades encadeadas, de passos e etapas ligadas
entre si para tornar mais eficiente o processo de
aprendizado.
Quais as etapas de uma sequência didática?
1. Apresentação da proposta às crianças;
2. Mapeamento do conhecimento prévio dos alunos;
3. Ampliação do repertório dos alunos;
4. Análise das marcas do gênero;
5. Busca de informações sobre o tema;
6. Produção de texto coletivo;
7. Produção de texto individual;
8. Revisão e aprimoramento do texto;
9. Publicação do texto
18. Projeto
“[...] conjuntos de
atividades que
trabalham com
conhecimentos
específicos,
construídos a partir
de um dos eixos de
trabalho que se
organizam ao redor
de um problema
para resolver um
produto final que se
quer obter.” (p. 57,
v. 1)
•Tema;
•Objetivos;
•Conteúdos;
•Tempo estimado;
•Material necessário;
•Apresentação da
proposta;
•Planejamento das
etapas;
•Encaminhamentos;
•Agrupamentos;
•Produto final;
•Avaliação.
19. Atividades Permanentes
Atividades permanentes são situações didáticas cujo
objetivo é constituir atitudes, desenvolver hábitos e
procedimentos, favorecer a familiaridade e/ou a reflexão
sobre um tipo de conteúdo etc. Pressupõe um trabalho
regular – de periodicidade semanal, quinzenal, diária...
– que acontece de forma sistemática e previsível
durante o tempo necessário para que o objetivo
pretendido seja alcançado.
20. Atividades Permanentes na
Alfabetização
As atividades permanentes de alfabetização são situações
de ensino e aprendizagem a serem propostas diariamente
às crianças, até que elas se alfabetizem. São atividades
orientadas pelo princípio metodológico da resolução de
problemas, pelo propósito de favorecer a compreensão
das regras de geração da escrita alfabética e pelo
entendimento de que a alfabetização é resultado de um
exercício permanente de análise e reflexão sobre a
língua.
21. São exemplos de atividades permanentes:
• Roda de Conversa;
• Situações de escrita variada;
• Situações de leituras variadas;
• Exploração do material de apoio;
• Hora da música;
• Agrupamentos produtivos;
• Leitura feita pelo professor;
• Jogos pedagógicos;