1. Monitoramento genético e molecular
de trabalhadores ocupacionalmente
expostos a pesticidas
Msc. Macks Wendhell Gonçalves
mackswendhell@gmail.com
Jornada de Ciências da Saúde
da Faculdade Alfredo Nasser
3. Trabalhador Rural Exposto
Ocupacionalmente a Agrotóxico
(Veneno)
Projeto que é
desenvolvido desde de
2010 : avalia saúde
desse trabalhador
utilizando ferramentas
genéticas.
4. 2º Lugar em 2011
fornecedor de alimentos para
o mercado exterior
1º: soja, carne bovina e
carne de frango, café, açúcar,
suco de laranja e tabaco
Brasil
5. Porque estudar exposição
a agrotóxicos?
• Crescimento no consumo
- Mercado mundial ↑93%
- Mercado brasileiro ↑190%
(ANVISA).
• Região Centro Oeste e Sul
responsáveis pelo 1º lugar
no consumo de agrotóxicos
no Brasil (SINDAG, 2012)
• 80% desse consumo é
destinado para lavouras de
soja, milho e cana-de-
açúcar.
Produção agrícola e consumo de agrotóxicos e
fertilizantes químicos nas lavouras do Brasil, de 2002
a 2011.
7. Agrotóxico
Lei Federal nº 7.802 de 11/07/89
"Os produtos e os componentes de processos físicos, químicos ou
biológicos destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento
e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de
florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas e também em
ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a
composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de
seres vivos considerados nocivos."
Definição
8. Classificação
Quanto ao organismo a que se
destina controlar (uso)
• Inseticidas
• Herbicidas
• Fungicidas
• Acaricidas
• Raticidas
• Moluscicida
Estrutura Química
Coquetel
12. • Níveis intoxicação no Brasil representam um
problema de saúde pública.
– SINITOX
– SINAN
– SIH
– CAT
13. Prevenção
1. Não andar entre a Lavoura
2. Não beber agua de irrigação
3. Não reutilizar Vasilhames
4. Descarte correto dos agrotóxicos
5. Armazenamento
6. Não banhar em lagos próximos as
lavouras.
14. Mutagênese
Substâncias
Q F B
DNA
Perda de material
genético Troca de
cromátides irmãs
Mutações
(De Boer, 2000; Dearfield et al., 2002;
Calviello et al., 2006)
Reparo
15. Genotoxicidade e Mutagênicidade
• Genotoxicidade:
Qualquer evento que promova lesões ao material genético
(Passível de reparo).
-Quebras de fita simples
-Quebras de fita dupla
-Sítios álcali-lábeis
-Ligações cruzadas
• Mutagênicidade:
Qualquer evento que promova quebras no material genético, não
sendo passível de reparo.
-Aneugênico
-Clastogênico
16. Genotoxicidade e Mutagênese
• Ensaio Cometa
• Teste do Micronúcleo
• FISH (Translocações)
• Analise de Polimorfismos (GST)
20. Figura. Formação do micronúcleo durante a divisão celular.
Fonte: Adaptado de Fenech (2000).
Micronúcleos são fragmentos ou cromossomos inteiros que se
separam do núcleo principal após a divisão celular (Fenech, 2000)
Micronúcleo
21. Micronúcleo
Figura. A) Célula normal; B) Micronúcleo; C) Núcleo lobado; D) Célula binucleada; E)
reniforme; F) entalhado; G) piquenico; H) apoptótico; I) eritroplásia.
22. Células de
mucosa oral
Esfregaço em
lâminas e fixação
em etanol
Fucsina e Fast
Green
Hidrólise em
HCl 10%
Fixação em
álcool 70%
Avaliação de 1000 células
em Microscopia com
aumento 1000x
Teste do Micronúcleo
23. GST
• Oito classes: alfa, kappa, ômega, pi, sigma, e zeta,
teta e mu.
• GSTM1 e GSTT1 apresentam polimorfismo
genético
• Frequência:
– 42,1% - GSTM1 ROSSINI et al., 2002
– 25,4,% - GSTT1
24. Genótipo de Risco
Genótipo nulo Atividade enzima
Detoxificação
Desenvolvimento
tumores
Ausência de GSTT1, GSTM1 ou Ambos
27. Objetivos
• Avaliar o potencial genotóxico e mutagênico dos
agrotóxicos em trabalhadores rurais ocupacionalmente
expostos a misturas complexas de agrotóxicos.
– Humano
– Ambiental
– Modelos animais (anfíbios).
31. Variables TL % DNA OTM MN BN
Gender p = 0.071 p = 0.315 p = 0.063 p < 0.001 p < 0.001
Male 0.69 + 1.01 0.62 + 1.03 0. 02 + 1.16 4.72 + 7.39 11.85 + 11.46
Female 0.61 + 1.05 0.58 + 0.91 0.01 + 1.01 3.00 + 1.00 13.83 + 8.69
Age p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001
< 40 0.58 + 1.07 0.45 + 1.06 0.02 + 1.13 3.66 + 5.62 10.28 + 8.95
≥ 40 0.77 + 1.02 0.75 + 0.97 0.11 + 1.14 5.33 + 8.04 13.44 + 12.68
Years of exposure p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001
< 15 0.54 + 1.09 0.51 + 1.01 0.01 + 1.09 4.03 + 5.69 9.68 + 8.14
≥ 15 0.82 + 0.98 0.71 + 1.02 0.08 + 1.19 5.08 + 8.15 14.16 + 13.15
Smoking p < 0.001 p = 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001
Smokers 0.38 + 1.19 0.42 + 1.21 0.04 + 1.11 3.27 + 3.28 19.91 + 14.45
No Smokers 0.74 + 1.01 0.65 + 0.98 0.03 + 1.28 4.82 + 7.56 10.57 + 9.92
Alcohol consumption p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001
Drinks 0.58 + 1.07 0.47 + 1.12 0.02 + 1.01 4.84 + 7.22 13.49 + 12.46
No Drinks 0.87 + 0.97 0.86 + 0.70 0.28 + 0.90 4.12 + 6.86 9.46 + 8.23
Use of ppE's p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001
Yes 0.53 + 1.09 0.42 + 1.07 0.03 + 1.02 3.61 + 6.71 13.91 + 13.41
No 0.82 + 0.99 0.78 + 0.94 0.20 + 1.06 5.42 + 7.32 10.37 + 8.66
Intoxication p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001
Yes 0.94 + 0.97 0.95 + 0.72 0.47 + 0.84 4.00 + 5.49 9.10 + 9.34
No 0.49 + 1.06 0.36 + 1.14 0.04 + 1.20 5.03 + 8.10 14.27 + 12.08
32.
33.
34.
35.
36. Agentes de Endemias Expostos
Ocupacionalmente a Inseticidas
Projeto que é desenvolvido desde de 2013 : avalia saúde desse trabalhador
utilizando ferramentas genéticas.
37. Dengue
•Pesticidas
– Eliminação de pragas
– Eliminação de vetores
– Perigo a saúde e meio ambiente
• Exposição ocupacional – ambiente de trabalho
• Agentes de saúde – preparação a aplicação
38. Resultados parciais
Variáveis Exposto Controle
Idade 38,8 33,9
Sexo
feminino
50% 51%
Sexo
masculino
50% 49%
Fumo 14% 11,5 cigarros/dia 6%
Bebida 45% 2591,3 mL/semana 40%
200 Trabalhadores
Tabela. Distribuição dos dados sociodemográficos do grupo exposto e controle.
39. Resultados parciais
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Luvas Botas Máscara Óculos Macacão
Nunca Sempre Às vezes
Inseticidas e larvicidas
Diflubenzuron 65%
Novaluron 22%
Malation 12%
Deltametrina 14%
0
20
40
60
80
100
120
Caso Controle
GSTM1 GSTT1
• Polimorfismos dos genes GSTT1
e GSTM
• Não há diferença significativa - X2 =
0,196; p = 0,658
41. Utilização de bioindicadores
Ensaio cometa in vivo na investigação dos efeitos
genotóxicos de pesticidas em girinos de Physalaemus
cuvieri (Amphibia-Anura)
177 girinos de P. cuvieri
Novembro/2013 a Janeiro/2014
9 poças em áreas de lavoura de
soja ou milho (impactado)
11 poças sem a influencia de
atividade agrícola.
42. Utilização de bioindicadores
Pontos n Município Plantação Tipo de pesticida
P01 7 Leopoldo de Bulhões Controle Sem pesticida
P02 9 Silvânia Controle Sem pesticida
P03 11 Bela Vista de Goiás Controle Sem pesticida
P04 5 Leopoldo de Bulhões Controle Sem pesticida
P05 8 Silvânia Controle Sem pesticida
P06 10 Caldazinha Controle Sem pesticida
P07 10 Leopoldo de Bulhões Milho Atrazina, Óleo vegetal
P08 10 Leopoldo de Bulhões Controle Sem pesticida
P09 7 Caldazinha Controle Sem pesticida
P10 11 Silvânia Milho Malation; Furadan 350
P11 10 Silvânia Controle Sem pesticida
P12 9 Bela Vista de Goiás Controle Sem pesticida
P13 10 Leopoldo de Bulhões Milho Atrazina; Malation;
P14 8 Leopoldo de Bulhões Controle Sem pesticida
P15 10 Leopoldo de Bulhões Milho Furadan 350
P16 8 Caldazinha Soja Alto-100; Glifosato
P17 6 Leopoldo de Bulhões Soja Glifosato; Lannate
P18 8 Leopoldo de Bulhões Soja Dimethoate; Alto-100
P19 9 Silvânia Soja Dimethoate; Glifosato
P20 11 Bonfinópolis Soja Glifosato; Lannate
Tabela. Pontos de coleta dos girinos de P. cuvieri e pesticidas utilizados
43. RESULTADOS
Figura 2. Diferenças dos centroides entre
as áreas impactadas e o grupo controle.
Tabela 2. Análise discriminante entre o grupo impactado e controle.
52% da variação
% DNA teve a maior
contribuição
Fatores Função F p
% DNA 0,973 180,93 8,82e-29
MC 0,967 178,54 1,59e-28
CC 0,731 102,14 3,32e-19
44. RESULTADOS
Figura. Resultado da ANOVA seguida do teste de Tukey á posteriore entre as
lavouras de soja, milho e grupo controle para o parâmetro CC.
Existem diversos tipos de riscos que trabalhadores de diferentes áreas podem estar ocupacionalmente expostos.
Riscos mais evidentes, como é o caso de trabalhadores de usinas, metalúrgica, onde há um alto risco de acidentes.
Também existe risco mais sutis, que não são tão evidentes. Riscos mais difíceis de se avaliar ou quantificar, ou seja, de saber o risco que essa exposição ocupacional representa para a saúde do trabalhador.
De acordo com a revista, The Economist, o Brasil é o País com maior potencial de terras aráveis, Um pouco mais que 400 milhões de hectares.
Uma das maneiras de se avaliar danos ao genoma in vivo é com a utilização do ensaio cometa, também conhecido como Eletroforese em Microgel de Célula Única. Esta técnica é reconhecida como um dos mais sensíveis testes de genotoxicidade, capaz de detectar lesões genômicas que, após serem processadas e, não havendo a correção pelo sistema de reparo celular, podem se tornar mutações.
Já em relação ao teste do micronúcleo. Esses micronúcleos são fragmentos ou cromossomos inteiros que se separam do núcleo principal durante a divisão cellular. Caracterizando assim um evento mutagênico.
Já em relação ao teste do micronúcleo. Esses micronúcleos são fragmentos ou cromossomos inteiros que se separam do núcleo principal durante a divisão cellular. Caracterizando assim um evento mutagênico.
Todos os pontos associados as áreas impactadas apresentaram escores positivos, em contraste com o grupo controle.
A análise discriminante demonstrou que houve diferenças estatisticamente significativas entre escores das áreas consideradas como impactadas e o grupo controle (p = 1,41e-27), sendo que, esse modelo foi capaz de explicar 52,2 % da variação encontrada nas estimativas de danos genômicos nos girinos.
% DNA teve a maior contribuição para a função discriminante.
O genoma dos girinos localizados nas áreas adjacentes das lavouras de soja foram os que apresentaram os maiores valores médios do CC (9,39 ± 1,08), seguidos pelo genoma dos girinos próximos das plantações de milho (7,95 ± 0,22) o que diferiu estatisticamente dos quantitativos de danos sofridos pelos girinos do grupo controle (7,25 ± 0,60), como demonstrado na Figura 3.