O projeto como instrumento de participação social

O projeto como instrumento de Participação Social
Projeto Inclusivo e de Ecologia Reverencial

Fernando Moreira da Silva | 16.10.2013

Pesquisa e Projeto


O que é realmente
pesquisar em
arquitetura, urbanismo e design?


Quais são as semelhanças e as diferenças
entre o trabalho em arquitetura, urbanismo e
design, e investigação empírica ?


E entre pesquisa nestas áreas e
investigação tipológica
estudo de arquitetura, urbanismo, design
estudo através da arquitetura, urbanismo,
design ?


O conhecimento da arquitetura, do
urbanismo e do design
desenvolve-se através de 4 domínios


CIÊNCIA
DA
ARQª ,
URB. e
DESIGN

INVESTIGAÇÃO
EM
ARQª , URB. e EM
DESIGN

CONHECIMENTO
DA ARQUITETURA
DO URBANISMO
E DO
DESIGN

EDUCAÇÃO
EM
ARQª. URB. e
EM DESIGN


PRÁTICA
DE
ARQª,
URB. e
DESIGN

O conhecimento dentro da área da
arquitetura, do urbanismo ou do design
envolve:
conhecimento fundamental
conhecimento disciplinar
conhecimento operativo

conhecimento fundamental
reflecte o nosso estado filosófico relacionado com a
área
a compreensão/explicação do fenómeno
as manifestações da arquitetura acima das
especialidades das várias disciplinas correlacionadas com
a própria arquitetura, urbanismo ou design


conhecimento disciplinar
uma melhor visão dos princípios, relações e contexto
da arquitetura/design dentro de várias disciplinas
ajuda-nos a uma melhor compreensão dos processos,
temas e do próprio produto da arquitetura e do design
torna possível a existência da arquitetura ou do design
com métodos e ferramentas próprios


conhecimento operativo
tem a ver com
a capacidade
a competência
para resolver problemas da prática da arquitetura, do
urbanismo ou do design


O conteúdo do conhecimento da arquitetura,
do urbanismo ou do design é em parte
conhecimento formal
científico e disciplinar
conhecimento informal
intuitivo e de senso comum


A base epistomológica da arquitetura, do
urbanismo ou do design é a
dos processos humano-sociais de
aprendizagem


Esta forma sistemática de pesquisa e de
construção do conhecimento é chamada de
pesquisa em arquitetura, urbanismo ou
design


Objetivos da pesquisa em arquitetura,
urbanismo ou design


aumentar o conhecimento do fenómeno da arquitetura, do
urbanismo ou do design através do estudo da sua
natureza
conhecimento
métodos
valores
normas

aumentar o conhecimento formal da arquitetura, do
urbanismo ou do design através da criação de
fatos
leis
teorias descritivas
explanatórias
preditivas

apoiar as atividades e processos humanos usando
metodologias próprias
as chamadas ferramentas de arquitetura,
desenvolvendo tecnologias e aplicações


desenvolver inteligência para resolver os problemas da
arquitetura, do urbanismo ou do design através da inclusão
de
alguns métodos sistemáticos de ciência
novas e genuínas formas de aproximação da própria
arquitetura, do urbanismo ou do design


A pesquisa em arquitetura, urbanismo ou
design é
uma forma de pensamento desenvolvido
dentro de um enquadramento filosófico


Conceitos filosóficos utilizados para explicar a
natureza da pesquisa em arquitetura, urbanismo e
design
dualismo
construtivismo
hermenêutica
funcionalismo

dualismo
dado que se foca ao mesmo tempo na
disciplina da arquitetura, do urbanismo ou do
design
e na
prática da arquitetura, do urbanismo ou do design
com diferentes propósitos e meios


construtivismo
uma vez que a pesquisa em arquitetura, urbanismo ou
design
sintetiza conhecimento proveniente de muitas fontes
mas também
gera conhecimento próprio

hermenêutica
porque constroi a sua própria compreensão do mundo
através da
interpretação dos fenómenos em contexto de arquitetura,
urbanismo ou design


funcionalismo
a pesquisa em arquitetura, urbanismo ou design cria
modelos mentais (de raciocínio)
que correspondem simultaneamente às
questões científicas
e às
experiências subjetivas


O propósito de pesquisar em arquitetura, urbanismo ou
design deve ser o de

orientar a prática
contribuindo para a

melhoria da área


Conduzindo até à abstração,
a pesquisa em arquitetura, urbanismo ou
design
deve orientar-se para o desenvolvimento de
teorias e de métodos


Em termos de boas práticas,
a pesquisa em arquitetura, urbanismo ou
design
deve possuir determinadas caraterísticas


Deve ser
propositiva
inquisitiva
informada
metódica
comunicável


propositiva
baseada na identificação de uma questão ou
problema válido e que seja possível de pesquisar


inquisitiva
que procure adquirir novo conhecimento


informada
conduzida através do conhecimento de
pesquisa prévia e relacionada com o assunto


metódica
planeada e conduzida de uma forma disciplinada


comunicável
gerando e reportando (difundindo, disseminando)
resultados que podem ser testados, para além de
acessíveis por


outros

A prática da arquitetura, do urbanismo ou do design
pode envolver investigação,
mas em si,

a prática da arquitetura
não é investigação


Sem a pesquisa,
somos deixados à nossa intuição,
baseada no
conhecimento existente


Ligamos então
Pesquisa
e
Projeto


Projetar em arquitetura, urbanismo ou design


Envolve a criação de conhecimento novo, o
que é diferente de acumular informação


Acumular informação, não é mais do que a
organização do conhecimento existente


O processo de concepção projetual deve
ajudar-nos a reduzir as dúvidas e
a aumentar as certezas


Ajudar a produzir alternativas informadas


de modo a conceber-se a melhor estratégia
para abordar um problema complexo


Temos de ir para além
dos modelos existentes
e ter
uma visão mais alargada


Trabalhar
interdisciplinarmente
e com
inteligência


Inteligência é a capacidade de descobrir
diferenças entre coisas que são geralmente
vistas apenas como semelhantes,
e descobrir semelhanças entre coisas que
são normalmente vistas como
apenas diferentes

Ter a capacidade de produzir distinções,
encontrar conexões, particularmente entre
coisas díspares ou acontecimentos
aparentemente isolados


Pesquisa em arquitetura, urbanismo ou
design
versus


probabilidade versus possibilidade


Projeto de arquitetura,
urbanismo ou design

Pesquisa em arquitetura,
urbanismo ou design

Foca-se no produto

Conhecimento de base científica

Novas possibilidades

probabilidades

caráter normativo baseado nas
preferências, pontos de vista e ideologia

caráter empírico (teste, análise),

pessoais

baseado em fatos

Projetar a Participação Social está
diretamente relacionado com o conceito de
Projeto de Ecologia Reverencial


Ecologia Reverencial
conceito defendido por Satish Kumar


O projeto se alicerça numa visão holística da
problemática


Com um questionamento sobre
a dimensão humana do projeto


Acentuando a dimensão espiritual


O Ser Humano urbano habita
espaços artificiais construídos,
com uma postura antropocêntrica


O Ser Humano não se considera parte da
natureza em que está realmente inserido


De acordo com o conceito de
Ecologia Reverencial
é possível estabelecer uma estrutura
conceitual unificada


Estrutura conceitual unificada baseada em
terra, alma e sociedade
Soil | soul | society


Terra
refere-se ao respeito pela natureza


Alma
é o respeito por nós mesmos


Sociedade
é o respeito pelos outros


Estes princípios
definem as linhas de orientação-chave
para um
projeto sustentável


O economista Schumacher
ou o designer Papanek,
alertaram para a necessidade de
uma maior consciência social


Apontaram as fragilidades de
um modelo económico capitalista
pouco centrado no
Ser Humano


É possível e necessário existir
um novo modelo económico


Tomar em consideração as preocupações
com os recursos naturais


O desrespeito e a constante e irrefletida
agressão ao meio ambiente


Adequação tecnológica à
cultura
e
ao nível de desenvolvimento das populações


O artista austríaco Hundertwasser propôs a
Teoria das 5 Peles


Harmonizar a relação da
humanidade com a natureza,
como oposição clara ao
consumismo desenfreado


tem de ter em consideração estas questões


Necessário promover a qualidade em
oposição à quantidade


Promover o conforto e o bem-estar


Refletir sobre
as dimensões psicológicas e espirituais
dos indivíduos que vão usufruir desses
espaços, objetos ou serviços


Basarab Nicolescu (2005) salienta o fato de
continuarmos a projetar suportados pela
fragmentação do conhecimento


O projeto deverá apoiar-se numa nova
concepção do mundo e da vida


Numa visão holística
alicerçada nas múltiplas e diferentes
dimensões da realidade


Transdisciplinaridade


Um caminho para
uma nova realidade projetual
em que é necessário ensinar a religar e
não apenas a separar,
tal como defende Edgar Morin (2008)

Promover ao mesmo tempo
um conhecimento analítico e sintético


a A capacidade de
religar as partes ao todo a que pertence,
incentivando
o conhecimento multidimensional


Num mundo ideal,
a arquitetura, os produtos e os serviços
inclusivos
seriam o standard e não a exceção


Todos os seres humanos têm direito à
dignidade humana em idênticas condições


Este princípio deveria orientar o
desenvolvimento de uma sociedade
aberta a todos,
o que conduz diretamente ao conceito de
Projeto Inclusivo

O conceito implica a criação de ambientes,
produtos e serviços acessíveis e usáveis pelo
maior número de pessoas possível, de todas
as idades, tamanhos e
com diferentes capacidades, dando-lhes
oportunidade de igualdade
no modo de participação na sociedade

Estratégia global e filosofia


Proporcionar a todas as pessoas
igualdade de oportunidades
na participação na sociedade contemporânea


O nosso ambiente físico, produtos e serviços
têm de ser planejados e projetados,
de modo a que todos possam participar
independentemente da idade ou
da capacidade física

Os diferentes tipos de barreiras físicas e
comunicacionais impedem muitas vezes
as pessoas de poderem participar
nas atividades desejadas,
em termos idênticos aos da maioria

O projetar inclusivo tem a ver com
a consciencialização da necessidade de
colaboração entre
o público final e os projetistas,
desde o início do projeto até à sua conclusão

De um modo geral,
não é assim que acontece


Os projetistas reclamam sobre
a falta de meios e de informações
necessários para desenvolver
arquitetura, produtos e serviços inclusivos
para os seus clientes

Utilizadores "críticos" que poderiam fornecer
o estímulo criativo que
os arquitetos e designers necessitam,
ainda estão fora do processo


Nova forma de projetar


Um cenário de mudança radical


Percorrer novos caminhos
tendo em vista a procura de
soluções ou alternativas


Uma mudança radical da
nossa percepção do mundo,
dos nossos valores e
do pensamento


Inclusividade, Ecologia Reverencial e
Agenciamento
têm um papel central,
ao nível da epistemologia do
projeto de arquitetura, urbanismo ou design

Alguns projetos desenvolvidos
(ou em desenvolvimento)
dentro desta óptica


Vias de uso misto
Morecambe England - Costa oeste


Pavimentos Táteis
Manchester | Marple | Liverpool
Lisboa


ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO


PROJETO COM O BAIRRO


MAKE IT BETTER
Catarina Coimbra


FICHA ELÉCTRICA
Cristina Salvador


URBANTEK
Paulo Costa


SIBS


ACCESS
Electronic Access for All


Adaptações domésticas
Tecnologia de ajuda às acessibilidades dos
idosos no local
O uso da realidade aumentada para os
lembretes


COR INCLUSIVA


CÓDIGO DE COR
Filipa Pires


ESTIMULO
Ângela Pires


CONTEXTOS REAIS


VISÃO


IMPLEMENTAR ESTRATÉGIAS PROJETUAIS


ÚNICO


INTEGRAÇÃO DE COMPETÊNCIAS


VISÃO HOLÍSTICA DO PROJETO


MAIOR LIGAÇÃO ENTRE O ENSINO,
A PESQUISA E A SOCIEDADE CIVIL


TEORIA E PRÁTICA EM PROJETO


PROJETO SOCIALMENTE RESPONSÁVEL


PESSOAS


Obrigado
fms.fautl@gmail.com


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