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ESTRUTURAS QUE RESISTEM PELA FORMA
Arqº e professor Renato Carrieri
A importância da resistência pela forma.
•
• ’’No Aeroporto de Dulles, a estrutura é também um elemento ativamente participante da arquitetura. O vão
transversal de 50m. é vencido por uma malha de cabos enrijecida por concreto. A malha é apoiada, em cada extremo,
em uma viga horizontal de concreto armado que vence os 15 vãos de 12m entre pilares. A cobertura, através das
vigas horizontais, aplica aos pilares forças verticais.
Os momentos a eles aplicados pelas forças de empuxo teriam um valor muito maior que a solução de pilares
inclinados propostos pelo projeto. Com a inclinação dos pilares, parte dos momentos de empuxo são aliviados pelos
momentos contrários aplicados pelas cargas verticais. Este é outro exemplo de como a forma arquitetônica pode
colaborar de maneira sensível na diminuição das dimensões estruturais e receber de volta esse benefício em formas
estruturais mais elegantes.’’ [1]
•
[1] REBELLO, Yopanan C. P. Arquiteturas e Estruturas. Revista AU nº 80 Out.Nov.98.p.101.
Cascas de revolução
Tesouras são estruturas constituídas por
barras cujos eixos se encontram todos no mesmo
plano e recebem cargas contidas neste plano.
Para cargas que não atuam no plano da
estrutura, a resistência é muito pequena;
Como é possível idealizarmos uma
estrutura onde as cargas atuam exatamente em
seu plano, haverá em contrapartida, componentes
normais que deverão ser absorvidas pelos
elementos que ligam as tesouras entre si, ex.:
pressão do vento. Daí resulta que, para os
elementos estruturais que opõem resistência a
esse tipo de carga dá-se o nome de elementos de
contraventamento.
O espaçamento entre as tesouras não
pode aumentar muito justamente, por causa das
terças de contraventamento, que trabalham
principalmente à flexão.
Foi com o objetivo de se evitar a
flexão que surgiram as cascas cilíndricas.
Cascas são estruturas de superfície
curva com grande resistência a esforços normais
à sua secção, e também a esforços de flexão.
As cascas cilíndricas geradas pelo deslocamento
do arco são também chamadas de abóbadas.
A superfície gerada pelo giro do arco em torno
de seu eixo é chamada de cúpula.
Em ambos os casos, a espessura reduzida confere à estrutura um peso muito
pequeno e a forma curva lhes dá um enrijecimento muito grande.
Nas abóbadas, essa propriedade lhes permite vencer sem dificuldades vãos
situados entre seus tímpanos; entretanto, para vãos menores do que duas vezes a
largura (b<2a), seu comportamento é nitidamente o do arco. Para vãos superiores a
três vezes a largura, o funcionamento predominante é o de viga (b>3a).
Capela Fazenda Veneza Arqº D.Tozzi
Concessionária Fiat Mais Arqº A.Bernardinelli Marchesini
A utilização das cascas de acordo com as modernas teorias de
dimensionamento se deu a partir do século 19, quando na Alemanha, a Cia. Zeiss e
sua filial Dyckerhoff Widman desenvolveram estudos sobre elas. A forma das cascas
traz como conseqüência tensões consideravelmente menores do que os sistemas
planos, além de atuarem simultaneamente como sistema de suporte e de cobertura.
A posição da linha neutra depende principalmente da forma curva diretriz
(secção transversal). Não se pode dizer que as tensões variam linearmente com a
distância à linha neutra. Só se pode afirmar que acima e abaixo da linha neutra as
tensões têm sinais opostos. Se a estrutura for de concreto armado, quanto mais
baixa a posição da linha neutra, tanto melhor será seu funcionamento
relativamente ao aproveitamento do material, pois maior será a quantidade de
material trabalhando à compressão.
Compressão
Tração
TIPOS DE CÚPULAS
Há uma relação direta entre o sólido geométrico e sua geratriz contida no plano.
Exemplo:
• Cúpulas esféricas:
resultado da rotação de um arco de circunferência em torno de um eixo.
• Cúpulas elípticas:
resultado da rotação de meia elipse ao redor de um eixo vertical.
• Cúpulas parabólicas:
Resultado do giro de uma parábola em torno de um eixo vertical. Neste
caso, assim como ocorre com as cúpulas esféricas, podem ser construídas com
materiais que trabalham unicamente a compressão, como o tijolo.
ANÁLISE DA GEOMETRIA DAS CÚPULAS
As superfícies de revolução permitem o equilíbrio entre as tensões
internas e as cargas mediante tensões de membrana.
Cada ponto “P” descreve um círculo de raio igual à distância de “P” ao eixo de
rotação. Este círculo é denominado paralelo, enquanto que a curva geratriz da
superfície é um meridiano.
Tais superfícies são chamadas de cúpulas; nelas, a flexão é reduzida, e o equilíbrio é
alcançado pelo trabalho em conjunto dos meridianos que resistem à compressão,
enquanto os anéis horizontais paralelos resistem à tração, atuando como verdadeiros
tirantes circulares, ou como diz Salvadori, “tal qual os anéis de um barril”.
MATERIAIS ESTRUTURAIS
Tijolo
Concreto Armado & Concreto Protendido
Aço
APOIOS
• Flexível
Articulação sem cintamento
• Cintado
Anel
• Engastado
Cumpre observar no caso do arco abatido, que as reações são inclinadas nas extremidades
e tangentes à curva. Por esse motivo, o desenho do elemento de apoio deverá assumir uma
forma coerente com a direção dos esforços, porque quanto mais se aproximar da sua
resultante mais facilmente irá se opor à ela.
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL
Desenvolvem basicamente tensões de tração e compressão.
As tensões de compressão são tanto maiores quanto mais se aproximam da base
da cúpula, até que ocorra o equilíbrio perfeito visto que os apoios despertam
reações na direção da tangente no extremo da casca. Diz-se que o sistema é
autoportante.
RVA RVB
São estruturas muito resistentes, contendo uma grande porcentagem de material
trabalhando à compressão que é o que realmente interessa, variando entretanto de
comportamento de acordo com suas características geométricas.
FLEXÃO NA CÚPULA
As cúpulas trabalham fundamentalmente com arcos cuja flexão fica reduzida por anéis
horizontais paralelos e de diâmetro progressivamente menor da base até o topo.
Considerando-se um ângulo medido do topo para a base, a transição entre compressão e
tração nos paralelos, ocorre com 52 °
O cálculo das tensões indica que as tensões meridianas crescem sempre de cima para
baixo, e o anel de borda absorve o empuxo horizontal para φ = φ máximo.
As tensões horizontais entretanto, mudam de sinal para φ = 52º.
No topo da casca as tensões são de compressão, e na base de tração.
O paralelo definido por φ = 52° funciona como uma linha neutra.
Se φ máximo = 90º, as tensões extremas são verticais e não há necessidade do anel
de borda: a própria cúpula absorve totalmente os empuxos.
Em caso contrário, por ex. o arco abatido não parabólico:
Se as reações não estiverem dirigidas na direção da tangente, há
necessidade de um apoio que equilibre a componente horizontal.
RV RV
e e
RVA RVB
Não existindo os vínculos nas extremidades do arco absorvendo os empuxos
horizontais em A e B, a estrutura funciona como viga e não como arco.
O elemento de apoio destinado a absorver o empuxo horizontal “e” oferece
restrições à deformação da casca, e constitui um fator de perturbação de
borda. Neste caso devemos levar em consideração os efeitos de flexão
causados por esforços introduzidos na borda.
A esse respeito, Torroja afirma em sua monumental obra “Razón y ser de
los tipos estructurales” :
Pode-se afirmar que o arco engastado sempre leva vantagem,
saindo com lucro do jogo: escamoteia parte de suas funções
estruturais passando-as a outro elemento independente da
estrutura propriamente dita, qual seja, o terreno!
Enrijecimento contra a deformação crítica do perfil : redução da perturbação por flexão da borda inferior da
casca :
deflexão anelar oposta da borda inferior da casca e da
viga, causada pela direção oposta das forças anelares
O anel absorve sozinho os esforços horizontais,
transmitindo aos apoios apenas as componentes verticais.
inversão da direção defletiva na viga anelar mediante
protensão :
caso 1 caso 2 caso 3
“Oca” do Ibirapuera. Arq° O.Niemeyer
O ideal é definir-se as condições de apoio adequado à altura da casca, fazendo com que
não ocorra a flexão, funcionando o conjunto como uma membrana conforme diz o Prof°
Vasconcelos em Estruturas Arquitetônicas, desenvolvendo apenas tensões de membrana.
O Autor ainda afirma que é sempre muito mais fácil calcular uma casca pela teoria da
membrana do que pela flexão...
Estação ferroviária Lehrter BanhofArq°
Von Gerkan Mark und partners
inversão da direção defletiva na base mediante treliça de reforço.
Residencia Marcos Acayaba
Arqº M.Acayaba
inversão da direção defletiva na base mediante aumento da espessura
obs.: recomendável que a espessura na base seja de 2,3 a 2,4 vezes
maior do que no tôpo. [ Wilby,C.B. : Concrete Dome Roofs.
Longman Scietific & Technical, 1993. pg 313.]
Comparativos entre soluções estruturais
A relação entre a espessura da casca e o vão é extremamente desproporcional,
chegando em alguns casos a l / 300, enquanto que no arco de concreto por exemplo,
sistema estrutural onde os paralelos não existem, ela fica compreendida entre
l / 20 e l / 30 do raio.
A rigidez obtida graças à ação combinada dos meridianos e paralelos é
espantosamente alta. Um domo de concreto armado com envergadura de 30 metros e
apenas 8 cm de espessura, apresentará no topo uma deformação por flexão de no
máximo 2,5 mm. Portanto l / 12 000 de sua envergadura.
Em comparação, a flexão na viga é 33 vezes maior, ou l / 360 do vão !!!
CONCLUSÃO
Abóbadas, cúpulas, parabolóides, fazem parte de um leque de
possibilidades à disposição dos arquitetos, desde que as mesmas
façam parte do seu repertório formal. Somente depois de conhecer
todas as tipologias estruturais, resistentes ou não pela forma, o
arquiteto poderá escolher a sua preferida.
UM POUCO DE POESIA...
• Os domos são os reis de todas as coberturas e a Meca de quantos tem religião,o
céu dos amantes de teatro, a cobertura igualitária dos fãs de esporte, e a maior
conquista estrutural da Humanidade em mais de 2000 anos de desenvolvimento
espiritual e tecnológico.
• Talvez eles sejam também, a materialização mais próxima do céu e sua única
representação feita pelo homem, e é por isso que um domo parece nos proteger como
o céu de uma noite clara, abraçando-nos e protegendo nossa pequenez e solidão.
Mario Salvadori. “Por que os edifícios ficam de pé?”
São Paulo. Martins Fontes Editôra Ltda. 2006. Cap. 13 pg. 253
Sistemas primitivos
Um sistema em arco pode ser montado, amarrando-se na parte superior dois troncos
cravados no solo e paralelos entre si. A forma do arco semi circular à esquerda, irá
aparecer mais tarde no Românico. Bem depois o arco em ponta irá se tornar uma das
características do Gótico.
O croqui à esquerda ilustra provavelmente uma das construções mais primitivas da
Humanidade encontrada próximo a Nice na França. Com 6 x 15 metros
aproximadamente, acomoda mais de quinze pessoas.
À direita, uma trama ortogonal de galhos flexíveis, empregada na construção de uma
tenda indígena na forma de domo.
O desenho ilustra um domus de
geometria radial com cobertura de
sapê característico das tendas
indígenas norte-americanas. A foto
mostra mulheres índias cobrindo uma
tenda na feira internacional Trans-
Mississipi em Omaha, Estado de
Nebraska em 1898.
Embora as tenda cônicas sejam montadas e desmontadas com muita facilidade são
muito confortáveis do ponto de vista térmico; uma cerca externa ajuda na proteção
nos dias frios de inverno. Até uma fogueira pode ser acesa internamente, e o duplo
revestimento de pele garante total isolamento no calor e no frio.
Forma clássica de abóbada em argila.
Vila de casas com quintal.
Cobertura de sapê.
Local: Mali
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ESCOLA DE EXCEPCIONAIS - MONTAGEM DAS PRIMEIRAS VIGAS RADIAIS,
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SOBRE AS VIGAS RADIAIS CONCÊNTRICAS, PARA EFEITO DE TRAVAMENTO
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DOBRADA.
A ESCOLA ASSEMELHA-SE AO ESPAÇO LÚDICO PROPICIADO PELA LONA DE UM CIRCO
Lehrter Bahnhof
Local : Alemanha
Data : 2000 - 2002
Von Gerkan Marg and Partner
Project Description
Clients: Bundesanstalt für Materialforschung und –prüfung
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ESTRUTURAS QUE RESISTEM PELA FORMA
Arqº e professor Renato Carrieri

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Estruturas que resistem pela forma cascas revisado em 24.05.11

  • 1. ESTRUTURAS QUE RESISTEM PELA FORMA Arqº e professor Renato Carrieri
  • 2. A importância da resistência pela forma.
  • 3.
  • 4.
  • 5. • • ’’No Aeroporto de Dulles, a estrutura é também um elemento ativamente participante da arquitetura. O vão transversal de 50m. é vencido por uma malha de cabos enrijecida por concreto. A malha é apoiada, em cada extremo, em uma viga horizontal de concreto armado que vence os 15 vãos de 12m entre pilares. A cobertura, através das vigas horizontais, aplica aos pilares forças verticais. Os momentos a eles aplicados pelas forças de empuxo teriam um valor muito maior que a solução de pilares inclinados propostos pelo projeto. Com a inclinação dos pilares, parte dos momentos de empuxo são aliviados pelos momentos contrários aplicados pelas cargas verticais. Este é outro exemplo de como a forma arquitetônica pode colaborar de maneira sensível na diminuição das dimensões estruturais e receber de volta esse benefício em formas estruturais mais elegantes.’’ [1] • [1] REBELLO, Yopanan C. P. Arquiteturas e Estruturas. Revista AU nº 80 Out.Nov.98.p.101.
  • 7. Tesouras são estruturas constituídas por barras cujos eixos se encontram todos no mesmo plano e recebem cargas contidas neste plano. Para cargas que não atuam no plano da estrutura, a resistência é muito pequena; Como é possível idealizarmos uma estrutura onde as cargas atuam exatamente em seu plano, haverá em contrapartida, componentes normais que deverão ser absorvidas pelos elementos que ligam as tesouras entre si, ex.: pressão do vento. Daí resulta que, para os elementos estruturais que opõem resistência a esse tipo de carga dá-se o nome de elementos de contraventamento. O espaçamento entre as tesouras não pode aumentar muito justamente, por causa das terças de contraventamento, que trabalham principalmente à flexão.
  • 8. Foi com o objetivo de se evitar a flexão que surgiram as cascas cilíndricas. Cascas são estruturas de superfície curva com grande resistência a esforços normais à sua secção, e também a esforços de flexão. As cascas cilíndricas geradas pelo deslocamento do arco são também chamadas de abóbadas. A superfície gerada pelo giro do arco em torno de seu eixo é chamada de cúpula. Em ambos os casos, a espessura reduzida confere à estrutura um peso muito pequeno e a forma curva lhes dá um enrijecimento muito grande. Nas abóbadas, essa propriedade lhes permite vencer sem dificuldades vãos situados entre seus tímpanos; entretanto, para vãos menores do que duas vezes a largura (b<2a), seu comportamento é nitidamente o do arco. Para vãos superiores a três vezes a largura, o funcionamento predominante é o de viga (b>3a). Capela Fazenda Veneza Arqº D.Tozzi Concessionária Fiat Mais Arqº A.Bernardinelli Marchesini
  • 9. A utilização das cascas de acordo com as modernas teorias de dimensionamento se deu a partir do século 19, quando na Alemanha, a Cia. Zeiss e sua filial Dyckerhoff Widman desenvolveram estudos sobre elas. A forma das cascas traz como conseqüência tensões consideravelmente menores do que os sistemas planos, além de atuarem simultaneamente como sistema de suporte e de cobertura. A posição da linha neutra depende principalmente da forma curva diretriz (secção transversal). Não se pode dizer que as tensões variam linearmente com a distância à linha neutra. Só se pode afirmar que acima e abaixo da linha neutra as tensões têm sinais opostos. Se a estrutura for de concreto armado, quanto mais baixa a posição da linha neutra, tanto melhor será seu funcionamento relativamente ao aproveitamento do material, pois maior será a quantidade de material trabalhando à compressão. Compressão Tração
  • 10. TIPOS DE CÚPULAS Há uma relação direta entre o sólido geométrico e sua geratriz contida no plano. Exemplo: • Cúpulas esféricas: resultado da rotação de um arco de circunferência em torno de um eixo. • Cúpulas elípticas: resultado da rotação de meia elipse ao redor de um eixo vertical. • Cúpulas parabólicas: Resultado do giro de uma parábola em torno de um eixo vertical. Neste caso, assim como ocorre com as cúpulas esféricas, podem ser construídas com materiais que trabalham unicamente a compressão, como o tijolo.
  • 11. ANÁLISE DA GEOMETRIA DAS CÚPULAS As superfícies de revolução permitem o equilíbrio entre as tensões internas e as cargas mediante tensões de membrana. Cada ponto “P” descreve um círculo de raio igual à distância de “P” ao eixo de rotação. Este círculo é denominado paralelo, enquanto que a curva geratriz da superfície é um meridiano. Tais superfícies são chamadas de cúpulas; nelas, a flexão é reduzida, e o equilíbrio é alcançado pelo trabalho em conjunto dos meridianos que resistem à compressão, enquanto os anéis horizontais paralelos resistem à tração, atuando como verdadeiros tirantes circulares, ou como diz Salvadori, “tal qual os anéis de um barril”.
  • 12. MATERIAIS ESTRUTURAIS Tijolo Concreto Armado & Concreto Protendido Aço APOIOS • Flexível Articulação sem cintamento • Cintado Anel • Engastado Cumpre observar no caso do arco abatido, que as reações são inclinadas nas extremidades e tangentes à curva. Por esse motivo, o desenho do elemento de apoio deverá assumir uma forma coerente com a direção dos esforços, porque quanto mais se aproximar da sua resultante mais facilmente irá se opor à ela.
  • 13. COMPORTAMENTO ESTRUTURAL Desenvolvem basicamente tensões de tração e compressão. As tensões de compressão são tanto maiores quanto mais se aproximam da base da cúpula, até que ocorra o equilíbrio perfeito visto que os apoios despertam reações na direção da tangente no extremo da casca. Diz-se que o sistema é autoportante. RVA RVB São estruturas muito resistentes, contendo uma grande porcentagem de material trabalhando à compressão que é o que realmente interessa, variando entretanto de comportamento de acordo com suas características geométricas.
  • 14. FLEXÃO NA CÚPULA As cúpulas trabalham fundamentalmente com arcos cuja flexão fica reduzida por anéis horizontais paralelos e de diâmetro progressivamente menor da base até o topo. Considerando-se um ângulo medido do topo para a base, a transição entre compressão e tração nos paralelos, ocorre com 52 ° O cálculo das tensões indica que as tensões meridianas crescem sempre de cima para baixo, e o anel de borda absorve o empuxo horizontal para φ = φ máximo.
  • 15. As tensões horizontais entretanto, mudam de sinal para φ = 52º. No topo da casca as tensões são de compressão, e na base de tração. O paralelo definido por φ = 52° funciona como uma linha neutra. Se φ máximo = 90º, as tensões extremas são verticais e não há necessidade do anel de borda: a própria cúpula absorve totalmente os empuxos.
  • 16. Em caso contrário, por ex. o arco abatido não parabólico: Se as reações não estiverem dirigidas na direção da tangente, há necessidade de um apoio que equilibre a componente horizontal. RV RV e e RVA RVB Não existindo os vínculos nas extremidades do arco absorvendo os empuxos horizontais em A e B, a estrutura funciona como viga e não como arco. O elemento de apoio destinado a absorver o empuxo horizontal “e” oferece restrições à deformação da casca, e constitui um fator de perturbação de borda. Neste caso devemos levar em consideração os efeitos de flexão causados por esforços introduzidos na borda. A esse respeito, Torroja afirma em sua monumental obra “Razón y ser de los tipos estructurales” : Pode-se afirmar que o arco engastado sempre leva vantagem, saindo com lucro do jogo: escamoteia parte de suas funções estruturais passando-as a outro elemento independente da estrutura propriamente dita, qual seja, o terreno!
  • 17. Enrijecimento contra a deformação crítica do perfil : redução da perturbação por flexão da borda inferior da casca : deflexão anelar oposta da borda inferior da casca e da viga, causada pela direção oposta das forças anelares O anel absorve sozinho os esforços horizontais, transmitindo aos apoios apenas as componentes verticais. inversão da direção defletiva na viga anelar mediante protensão : caso 1 caso 2 caso 3 “Oca” do Ibirapuera. Arq° O.Niemeyer
  • 18. O ideal é definir-se as condições de apoio adequado à altura da casca, fazendo com que não ocorra a flexão, funcionando o conjunto como uma membrana conforme diz o Prof° Vasconcelos em Estruturas Arquitetônicas, desenvolvendo apenas tensões de membrana. O Autor ainda afirma que é sempre muito mais fácil calcular uma casca pela teoria da membrana do que pela flexão... Estação ferroviária Lehrter BanhofArq° Von Gerkan Mark und partners inversão da direção defletiva na base mediante treliça de reforço. Residencia Marcos Acayaba Arqº M.Acayaba inversão da direção defletiva na base mediante aumento da espessura obs.: recomendável que a espessura na base seja de 2,3 a 2,4 vezes maior do que no tôpo. [ Wilby,C.B. : Concrete Dome Roofs. Longman Scietific & Technical, 1993. pg 313.]
  • 19. Comparativos entre soluções estruturais A relação entre a espessura da casca e o vão é extremamente desproporcional, chegando em alguns casos a l / 300, enquanto que no arco de concreto por exemplo, sistema estrutural onde os paralelos não existem, ela fica compreendida entre l / 20 e l / 30 do raio. A rigidez obtida graças à ação combinada dos meridianos e paralelos é espantosamente alta. Um domo de concreto armado com envergadura de 30 metros e apenas 8 cm de espessura, apresentará no topo uma deformação por flexão de no máximo 2,5 mm. Portanto l / 12 000 de sua envergadura. Em comparação, a flexão na viga é 33 vezes maior, ou l / 360 do vão !!!
  • 20. CONCLUSÃO Abóbadas, cúpulas, parabolóides, fazem parte de um leque de possibilidades à disposição dos arquitetos, desde que as mesmas façam parte do seu repertório formal. Somente depois de conhecer todas as tipologias estruturais, resistentes ou não pela forma, o arquiteto poderá escolher a sua preferida.
  • 21. UM POUCO DE POESIA... • Os domos são os reis de todas as coberturas e a Meca de quantos tem religião,o céu dos amantes de teatro, a cobertura igualitária dos fãs de esporte, e a maior conquista estrutural da Humanidade em mais de 2000 anos de desenvolvimento espiritual e tecnológico. • Talvez eles sejam também, a materialização mais próxima do céu e sua única representação feita pelo homem, e é por isso que um domo parece nos proteger como o céu de uma noite clara, abraçando-nos e protegendo nossa pequenez e solidão. Mario Salvadori. “Por que os edifícios ficam de pé?” São Paulo. Martins Fontes Editôra Ltda. 2006. Cap. 13 pg. 253
  • 22. Sistemas primitivos Um sistema em arco pode ser montado, amarrando-se na parte superior dois troncos cravados no solo e paralelos entre si. A forma do arco semi circular à esquerda, irá aparecer mais tarde no Românico. Bem depois o arco em ponta irá se tornar uma das características do Gótico.
  • 23. O croqui à esquerda ilustra provavelmente uma das construções mais primitivas da Humanidade encontrada próximo a Nice na França. Com 6 x 15 metros aproximadamente, acomoda mais de quinze pessoas. À direita, uma trama ortogonal de galhos flexíveis, empregada na construção de uma tenda indígena na forma de domo.
  • 24. O desenho ilustra um domus de geometria radial com cobertura de sapê característico das tendas indígenas norte-americanas. A foto mostra mulheres índias cobrindo uma tenda na feira internacional Trans- Mississipi em Omaha, Estado de Nebraska em 1898.
  • 25. Embora as tenda cônicas sejam montadas e desmontadas com muita facilidade são muito confortáveis do ponto de vista térmico; uma cerca externa ajuda na proteção nos dias frios de inverno. Até uma fogueira pode ser acesa internamente, e o duplo revestimento de pele garante total isolamento no calor e no frio.
  • 26. Forma clássica de abóbada em argila.
  • 27. Vila de casas com quintal. Cobertura de sapê. Local: Mali
  • 28. Igreja de São Francisco de Assis Local : Pampulha Data : 1943 Oscar Niemeyer
  • 29. IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - PAMPULHA
  • 30. Concessionária Fiat Mais Local : São Paulo Data : 194 - Antonio Berdinelli Marchesini
  • 31. Piscina Coberta Centro Esportivo Baby Barioni Local : SP Data : 1948 Ícaro de Castro Mello
  • 32. Palácio das artes Local : São Paulo Data : 1951 Oscar Niemeyer, Zenon Lotufo, Hélio Uchôa, Eduardo K. de Mello
  • 34.
  • 35.
  • 36.
  • 37.
  • 38.
  • 39. TWA Local : Nova Iorque Data : 1956-1963 Eero Saarinen
  • 40.
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  • 42.
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  • 54. • Los Manantiales Xochimilco México 1958 • Felix Candela
  • 55. Palácio das Convenções Local : São Paulo Data : 1967 Miguel Juliano e Silva, Jorge Wilheim
  • 56. Posto Catacumba Local : Rio de Janeiro Data : 1968 Dilson Gestal Pereira, Waldyr Antunes Figueiredo, Paulo Roberto M. Souza, Alfredo Lemos
  • 57. Residência Marcos Acayaba Local : São Paulo Data : 1973 Marcos de Azevedo Acayaba
  • 58. Biblioteca Latino Americana Victor Civita Local : São Paulo Data : 1987 Oscar Niemeyer
  • 59. Izumo Dome Local : Japão Data : 1992 Kajima Design
  • 60.
  • 61.
  • 62.
  • 63. Olympic Hall Local : Noruega Data : 1992 Niels Torp Architects
  • 64.
  • 65.
  • 66.
  • 67.
  • 68.
  • 69.
  • 70.
  • 71. Centro de Apoio ao Grande Incapacitado Físico Local : Brasília Data : 1995 João Figueiras Lima
  • 72. ESCOLA DE EXCEPCIONAIS - MONTAGEM DAS PRIMEIRAS VIGAS RADIAIS, APOIADAS NO ANEL CENTRAL DE COMPRESSÃO SUSTENTADO POR UM CIMBRAMENTO PROVISÓRIO.
  • 73. AS VIGAS TRELIÇAS, NOS SEUS TRAMOS EXTREMOS, ASSUMEM A CONFIGURAÇÃO TÍPICA DAS VIGAS DE ALMA CHEIA.
  • 74. O ANEL COM 52m DE DIÂMETRO PRATICAMENTE FECHADO PELAS 56 VIGAS RADIAIS CONCÊNTRICAS, FORMANDO ENTRE SI ÂNGULOS DE 6,4286º
  • 75. SOBRE AS VIGAS RADIAIS CONCÊNTRICAS, PARA EFEITO DE TRAVAMENTO HORIZONTAL E APOIO DAS TELHAS, FORAM DISTRIBUÍDAS TERÇAS ENRIJECIDAS FORMADAS PELA COMPOSIÇÃO DE DOIS PERFIS U DE CHAPA DOBRADA.
  • 76.
  • 77. A ESCOLA ASSEMELHA-SE AO ESPAÇO LÚDICO PROPICIADO PELA LONA DE UM CIRCO
  • 78.
  • 79. Lehrter Bahnhof Local : Alemanha Data : 2000 - 2002 Von Gerkan Marg and Partner
  • 80. Project Description Clients: Bundesanstalt für Materialforschung und –prüfung Project: Lehrter Bahnhof Berlin Place: Berlin (Germany) Period: beginning of the works: 2000 finished in the 2002
  • 81.
  • 82.
  • 83.
  • 84.
  • 85.
  • 86.
  • 87.
  • 88.
  • 89. ESTRUTURAS QUE RESISTEM PELA FORMA Arqº e professor Renato Carrieri